16/12/2011




Ao coração que sofre, separado



Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,


Não basta o afeto simples e sagrado


Com que das desventuras me protejo.






Não me basta saber que sou amado,


Nem só desejo o teu amor: desejo


Ter nos braços teu corpo delicado,


Ter na boca a doçura de teu beijo.






E as justas ambições que me consomem


Não me envergonham: pois maior baixeza


Não há que a terra pelo céu trocar;






E mais eleva o coração de um homem


Ser de homem sempre e, na maior pureza,


Ficar na terra e humanamente amar.




Olavo Bilac

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