GAROTA DE PROGRAMA

Boa Noite!
Li esse conto recentemente e adorei, espero que apreciem.. bjs e boa leitura.





GAROTA DE PROGRAMA - Por Leth Cross



O corpo nu de Jade imobilizou-se nos últimos acordes da música You Can Leave You Hat On, música do filme 9 1/2 Weeks, e o público aplaudiu entusiasmado. O seu número de Strip-tease finalizou e ela saiu do palco ansiosa para colocar sua roupa e ir jantar com Ralf, pois estava morta de fome. Se não fosse a música alta no seu show, a platéia mais próxima do palco teria ouvido seu estômago grunhindo.

O mestre de cerimônias jogou seu roupão sobre seus ombros e sorriu com malícia, o olhar percorrendo o belo rosto com expressivos olhos verdes, os cabelos louros até os ombros, e o corpo apetitoso, de seios eretos, cintura fina, barriga com músculos definidos, quadris arredondados e coxas fortes, o sexo só coberto por um tapa-sexo dourado.

-Esteve maravilhosa, Jade. Quando vai deixar eu apreciar esse corpo sem outras pessoas olhando, só nós dois em um quarto?

Ela o fitou com desprezo. Estava cansada das cantadas dele.

-Se Ralf souber que você anda me cantando, não vai gostar nem um pouco! É bom parar com isso, Rick!

O sorriso dele morreu. Olhou-a com despeito e falou com raiva:

-Se julga muito boa para mim, não? Mas aposto que quando Ralf enjoar de você, vai vir rastejar nos meus pés, mas aí posso não estar mais interessado!

Ela fulminou-o com um olhar gelado e avançou pelo corredor que a levava ao camarim. Era a stripper principal do clube noturno e tinha direito a um camarim exclusivo, ao contrário das outras.Abriu a porta e entrou. Suspirou, dirigindo-se para a penteadeira, para retirar a pesada maquiagem. Tinha também que tomar um rápido banho e esperar Ralf vir buscá-la, como fazia todas as noites, desde que trabalhava ali.

Tirou o roupão e se olhou no espelho, criticamente. Aos vinte e seis anos, seu corpo continuava perfeito. Sem uma grama a mais de gordura. Graças a Deus, não tinha tendência para engordar. Não era à toa que era a stripper principal. Não era alta, mas o que faltava em altura, sobrava em charme e beleza.

Muitos homens a admiravam e cantavam, mas ela não os levava à sério. Era amante de Ralf há mais de um ano e nunca o traíra com ninguém. Tinha uma dívida de gratidão com ele, e isso a mantinha fiel. Era garçonete de uma lanchonete e o que ganhava mal dava para viver, quando Ralf a conheceu e a colocou no clube para dançar. Em um mês, ela havia se tornado a dançarina principal, recebendo um ótimo salário e podendo manter um bom apartamento. Ralf era bom para ela, por que iria complicar sua vida, arriscando-se a perder tudo, por causa de uma traição? Não o amava, mas era grata e o respeitava.

Estava pronta quando bateram na porta. Ela abriu e Ralf entrou, a fitando com um sorriso.

-Vamos indo, Jade? Quero apresentá-la à um amigo.

Ela beijou-o rapidamente na boca e o fitou curiosa.

-Um amigo? Quem?

-Marcelo Valpone.Ele quer conhecê-la.

Ela o fitou surpresa. Já ouvira Ralf falar com esse homem várias vezes no telefone, mas nunca prestara atenção. Eles conversavam sobre negócios e isso não a interessava.

-Você o conhece há muito tempo e nunca quis que eu o conhecesse - Disse, admirada - Por que mudou de idéia?

Ralf sorriu, acariciando seu rosto com a mão.

-Por que não era necessário. Mas agora é.

-Necessário? Por quê?

-Você vai saber, beleza. Vamos, ele nos espera em sua casa.Nós vamos jantar lá.

Ela olhou para a roupa que vestia. Uma blusa colante de lycra preta e uma saia curta cinza. Um traje inapropriado para ir a um jantar na casa de um homem importante, como sabia que Volpone era.

-Por que não me avisou sobre o jantar com Volpone? Eu teria me vestido melhor.

-Você está ótima, beleza. Vamos, estamos atrasados.

Saíram acompanhados do guarda-costas de Ralf, que esperava na porta do camarim. O carro estava diante do clube com motorista. Ela e Ralf entraram no banco traseiro e o guarda costas com o motorista. O carro saiu e se dirigiu para fora do centro de Chicago.

Jade estava curiosa, mas não fez mais nehuma pergunta. Sabia que a regra de ouro que tinha de seguir com Ralf era não fazer perguntas sobre seus negócios e amigos.Chegaram em vinte minutos à uma mansão em uma rua arborizada, pontuada de casas elegantes. Pararam diante de um portão de ferro e um homem numa guarita veio até o carro e Ralf identificou-se. O homem falo em um walk-talkie w abriu o portão para o carro entrar. Seguiram por uma alameda e pararam diante da mansão. Um homem os esperava na porta e Ralf e Jade desceram do carro e entraram na mansão. Foram levados até um escritório luxuoso, onde estava Volpone sentado em uma poltrona . Ele lhes sorriu, ao vê-los entrar.

-Alô, Ralph. Alô, garota. Sentem-se...

Ralf aproximou-se e trocou um abraço com o homem. Volpone se levantou e apertou a mão de Jade, olhando para seu corpo sem disfarce.

-Ela é mesmo uma bela ragazza, Ralf. Eu acho que vai ser perfeita para o que queremos.

Instintivamente, Jade não gostou daquele homem gordo e calvo, vestido com um terno caro, de olhos frios mesmo quando sorria. E nem do que ele disse. Mas sentou-se em silêncio, ao lado de Ralf.

-Eu lhe falei que era, Volpone - Disse Ralf, sorrindo satisfeito.

-O que vão querer beber? - Perguntou Volpone, indicando o criado ao lado - Joe, sirva as bebidas que eles quiserem. Para mim, um uísque com gelo.

-Também para mim, um uísque, e para Jade, um martini - Disse Ralf.

Volpone fitou Jade com um sorriso frio.

-É muito bonita mesmo, Jade. Gosta mesmo do Ralf?

Jade o fitou surpresa com a pergunta pessoal. Mas respondeu:

-Sim. Estou com ele há mais de um ano- Respondeu, esforçando-se para não soar irritada.

Ele riu. -Isso não prova nada. Minha mulher viveu comigo dez anos e descobri que me traía.

-Sinto muito. Mas não sou igual à sua mulher, sr. Volpone.

Ele tornou a rir.

-Boa resposta, garota! Já vi que além de bonita, é inteligente e de personalidade.Mas então, se gosta mesmo de Ralf, faria qualquer coisa que ele pedisse, não?

-Com excessão de roubar e matar, acho que sim, sr. Volpone.

O criado serviu as bebidas e saiu da sala. Ralf tomou um gole do uísque e falou para Jade:

-Volpone quer que você colabore com um negócio. Temos um problema e você pode ajudar a resolver.

-Que problema? -Perguntou Jade, não gostando nada disso.

Deixe que eu falo, Ralf - Disse Volpone, tomando um gole de uísque, fitando Jade atentamente - Ralf disse que você é uma garota confiável. Então, vou falar do nosso problema. Mas depois de saber qual é, não poderá mais se recusar a colaborar. Posso falar?

Jade fitou Ralf, que assentiu. E ela, confiando no amante, concordou:

-Pode falar, senhor Volpone.Sei que Ralf não concordaria em fazer-me colaborar com nada que me prejudicasse .

Os olhos de Volpone se estreitaram.

-Muito bem. O caso é que estamos tendo dificuldades em nosso negócio com um homem...Brian Salvatori. Ele é um juiz que está nos dando muita dor de cabeça...então, queremos que se aproxime dele e o atraia até um motel.Você o levará para a cama e fará cenas de sexo com ele e filmaremos com uma câmera escondida. Ele adora sexo masoquista, gosta de apanhar de chicote, ser amarrado e pisoteado. Seu trabalho será esse. Será bem recompensada e sumirá de circulação por uns tempos, quando o escândalo estourar.

Jade olhou para Ralf tentando desesperadamente ocultar sua decepção.Ele havia concordado em usá-la para um negócio sujo! Ele, que Jade achava um homem decente e bom! Que decepção! E o pior é que agora não podia recuar. Sabia bem o que aconteceria à ela, se recusasse.

-E então, garota, concorda?-Perguntou Volpone, com os olhos estreitados.

-Cla...claro, senhor Volpone - Disse, gaguejando.

Ele sorriu friamente, satisfeito.

-Ótimo, garota! Ralf a orientará nos detalhes. Agora, vamos jantar.

Aquele foi o pior jantar da vida de Jade. Estava profundamente decepcionada com Ralf, estava com raiva e nojo dos dois homens, por acharem que faria uma coisa desse tipo. Sim, era uma stripper, mas não enganava ninguém nem fazia coisas ilegais. Ralf devia achar que ela era uma vadia, para fazer o que Volpone queria. E durante o jantar, decidiu: Não faria uma coisa que era errada, porque dois patifes haviam decidido usá-la. Nunca estaria em paz com a sua consciência, se fizesse o que queriam. E a única alternativa agora era fugir. Sair da cidade e não deixar rastros. Por que se ficasse, sabia bem o que o mafioso iria fazer com ela. Iria aparecer na parte policial dos jornais, morta.

No final do jantar, foram para o apartamento dela no Soho.Ralf a olhava com um sorriso satisfeito.

-Não vai se arrepender, beleza. Volpone vai ser generoso. Ele prometeu pagar pelo seu serviço cinco mil dólares. É claro que vamos dividir, afinal vou lhe dar as instruções.

-Tudo bem, Ralf. Farei o que querem - sorriu, disfarçando o que sentia.

Ele parou diante do edifício dela e falou:

-Infelizmente, hoje não posso ficar, boneca. Tenho um servicinho para fazer. Amanhã eu a pego no clube e iremos planejar como vamos fazer para você se aproximar do juiz.

Ela olhou para aquele homem atraente, de cabelos negros, olhos castanhos e sorriso cativante, vestido de terno caro. Parecia um executivo. Mas agora sabia que não passava de um capanga de Marcelo Volpone. Ela o beijou rapidamente e desceu do carro, entrando no prédio depois de acenar, como sempre fazia.

Ela chegou ao apartamento e pegou algumas roupas, enfiou em uma mala, pegou as suas economias, que não eram muitas, no fundo de uma gaveta, trocou suas roupas por calça jeans e uma blusa de malha negra, sapatos de salto mais baixos. E teve uma boa idéia. Teria que fazer sua fuga parecer ter sido um ato de violência, como se tivesse sido forçada a ir. Deixou então várias gavetas abertas, com roupas espalhadas pelo chão, foi na sala e jogou seus cds e livros no chão, colocou uma cadeira virada e foi à cozinha e retirou sacos de alimentos do armário e jogou no chão, os talheres espalhados pela pia e chão. Bem, isso daria a idéia de alguém tendo penetrado na casa e procurado algo de valor.

Ela saiu pelos fundos, deixando a porta apenas encostada. Desceu pelas escadas e na portaria que tinha apenas porteiro eletrônico, abriu e saiu para a escuridão da madrugada.

Duas horas depois, estava viajando para Los Angeles, uma cidade grande, que ela poderia viver sem ser encontrada, se perder na multidão. E ter que recomeçar a vida por causa de um patife como Ralf.

LOS ANGELES, QUINZE DIAS DEPOIS



A Sunset Boulevard é uma rua de Los Angeles que está sempre em ebulição, com figuras humanas das mais diversas. Ali convivem as prostitutas, os garotos de programa, os aspirantes à fama que chegam na cidade cheios de ilusões, os ricos e famosos à procura de aventura, e outros tipos noturnos, a maioria esperando conhecer alguém famoso que os descubra para a fama, ou que apenas lhe paguem o suficiente, por algumas horas de sexo, para matarem a fome e continuarem a sobreviver naquela cidade de muita ilusão e pouca sorte.

Altas horas da noite, as limousines e carros de luxo circulam ao longo dela, com passageiros lançando olhares especulativos para as pessoas nas calçadas, avaliando quem comprariam para satisfazer seus desejos secretos.

A feira de sexo chega ao auge nessas horas tardias, com os bares e clubes noturnos regurgitando de gente ávida por prazer, sem medirem as consequências futuras. Viver o mais intensamente possível, era a palavra de ordem.

Jade estava numa das esquinas da famosa rua. Era sua primeira noite ali, depois de duas semanas tentando arranjar trabalho como dançarina. O dinheiro que havia trazido havia acabado, estava dormindo em uma espelunca que alugara e o dono do quarto cheio de baratas já estava desconfiado que ela não tinha mais dinheiro para pagar e a ameaçara de despejo. Estava sem comer nada desde a manhã, quando apenas tomara um café com um donut e a fome a levara ali, como última chance de arranjar um dinheiro para matar a fome. Nunca havia chegado antes ao ponto de se prostituir. Mas agora, premida pela fome, faria isso para sobreviver.

Jade tinha idéia do que teria de passar, mas o desespero era maior que qualquer escrúpulo ou nojo. A fome não a deixava se dar ao luxo de recusar essa alternativa.

Um Mercedes prateado aproximou-se vagarosamente. Jade o olhou atenta, um carro passando lentamente indicava o que o passageiro queria. E como se tivesse muita prática, ficou olhando com um sorriso automático no rosto, numa pose provocante, com as mãos na cintura.

O carro parou no meio fio e a janela traseira foi aberta. Era o sinal para Jade aproximar-se, havia visto as outras mulheres fazerem isso muitas vezes. E ela o fez, aproximou-se e se debruçou na janela, apoiando o braço no carro.Uma mulher loura a fitou com um olhar avaliador.

-Hummm... tem um bom rosto, bom corpo... quer ganhar cinquenta dólares?

Jade fitou a mulher surpresa. Nunca havia recebido uma proposta sexual de uma mulher, mas não era ingênua.Sabia o que se passava no mundo. Assim, apenas perguntou:

-Só com você, e por quanto tempo?

-Uma hora, somente comigo. Aceita?

Jade fitou a mulher, ainda indecisa.Nunca havia ido para a cama com uma mulher. Ela devia ter uns quarenta anos, era magra e elegante, em um vestido negro. Talvez transar com uma mulher não fosse tão mal assim.

-Vai querer, ou não? - Perguntou a mulher, impaciente -Não posso esperar muito! Há dezenas de mulheres por aí loucas para uma oferta como essa!

-Está bem, aceito - Disse Jade, com medo de perder a chance de poder jantar essa noite.

A porta do carro se abriu e ela entrou, afundando no macio couro do assento.O carro arrancou e ela olhou para a mulher, que a fitava com um olhar especulativo.

Olhou também para a mulher, curiosa. Não era bonita nem feia, tinha traços comuns, olhos castanhos inquisitivos, sombrancelhas finas, uma boca de lábios finos pintados numa cor discreta. Os cabelos louros eram curtíssimos, espigados, mas os brincos suavisavam o corte masculino. As unhas das mãos eram bem manicuradas e pintadas de vermelho. Ela terminou a inspeção e sorriu para Jade.

-É uma bela mulher, garota. Como se chama?

-Jade - Respondeu, tensa.

-Também tem um belo nome. Nunca a vi por aqui antes. É nova na cidade?

-Sim. Cheguei há quinze dias atrás.

-Já esteve com uma mulher, Jade?

Jade ficou vermelha.

-Não.Será a primeira vez. Não tenho nenhuma prática...nesse tipo de fazer sexo.

-Oh, não se preocupe...eu tomarei todas as iniciativas...

-Para onde estamos indo?

-Tenho uma garçonière na Wilshire. Lá ficaremos à vontade.

Jade calou-se. Não tinha muito a dizer a uma estranha, mesmo que fosse fazer sexo com ela. Sentia-se degradada e deprimida, mas precisava ganhar dinheiro. A sua fome a lembrava disso.

Minutos depois o carro parou diante de um edifício e o motorista acionou o controle remoto, abrindo o portão de ferro. O carro entrou e desceu uma rampa para a garagem no subsolo. Parou em uma vaga e o motorista abriu a porta para a mulher descer. Jade a seguiu, descendo também do carro.

-Boome, dentro de uma hora me ligue, para saber se ela já estará pronta para sair.

O motorista assentiu e elas se dirigiram para os elevadores.

Jade estava nervosa. Olhou para a mulher caminhando ao seu lado. Pelo menos, não era um tipo asqueroso, mas não sentia nenhuma atração por ela, como poderia ter sexo com aquela mulher?

Pegaram o elevador. A mulher ficou olhando sua agenda eletrônica até que o elevador parou e desceram na cobertura. A mulher caminhou para uma porta de mogno, dizendo:

-Essa cobertura tem entrada exclusiva.Quem trabalha para mim tem a chave.

Abriu a porta e entrou, puxando Jade pela mão.

Jade viu-se em um bem decorado hall de entrada, que dava acesso a um salão enorme, com quadros de nus artísticos, estátuas de ninfas e móveis de mogno. Em dois sofás formando um L, cinco mulheres com vestidos de noite, jovens e bonitas, estavam conversando e bebendo. Ao verem elas chegarem, uma delas comentou, com ar divertido:

-Uma novata, madame Lilith?

A mulher olhou para a dona da pergunta com um sorriso.

-Vamos ver...primeiro, vou testá-la.

Elas riram e madame Lilith voltou-se para Jade, que olhava tudo com curiosidade.

-Quer tomar uma taça de vinho?

Jade a fitou constrangida.

-Estou com o estômago vazio. Não posso beber nada alcoólico. Mas aceito um refrigerante.

Madame Lilith a fitou com um olhar de entendimento. Não era a primeira vez que pegava na rua uma mulher faminta. Se dirigiu para uma mulher discretamente no canto do salão e falou em tom de comando:

-Maria, traga aos meus aposentos um jantar para uma pessoa e uma garrafa de vinho.

A mulher assentiu e se retirou do salão por uma porta lateral. Madame Lilith fez um gesto para Jade.

-Siga-me.

Seguiram por um corredor com várias portas e a mulher abriu a última. Jade a seguiu e entrou em um quarto luxuoso. Atrás da grande cama de ferro batido, forrada com peles, havia um painel em alto relevo com cenas de mulheres nuas praticando sexo de várias formas. Um grande espelho no teto refletia toda a cama. Havia também uma mesa redonda para duas pessoas, forrada com uma toalha de linho.

Madame Lilith olhou para Jade, que fitava tudo impressionada com o luxo e erotismo do ambiente. Ali a decoração não escondia a finalidade do quarto.

-Aqui recebo minhas companheiras de prazer - Disse Lilith, sentando-se em um sofá forrado de veludo e cruzando as pernas, fitando Jade atenta.

Jade se sentiu embaraçada com aquele olhar que a percorria.

-Só recebe mulheres aqui? - Perguntou, curiosa.

-Somente mulheres, querida...não aprecio os homens, em termos sexuais.

-E aquelas mulheres no salão? São suas amantes?

Lilith sorriu com uma ponta de ironia no olhar.

-Está curiosa, não? Mas quem tem que responder perguntas aqui é você!

-Responder perguntas? Pensei que tinha vindo aqui para ter sexo com você e ganhar cinquenta dólares. Para que fazer perguntas?

Lilith sorriu e bateu no sofá.

-Sente-se ao meu lado. Dependendo de suas respostas, você poderá trabalhar para mim ou não.

-Trabalhar para você?! - Perguntou Jade, pasma.

-Sim. Você é bonita de rosto e corpo. Pode ser uma de minhas meninas.

Lilith acendeu um cigarro e deu uma profunda tragada.Felizmente, era cigarro mentolado, que não tinha um odor muito desagradável.

-Jade, há quanto tempo está se prostituindo? Fazia isso também de onde veio?

-Não. Eu era dançarina de strip-tease. Vim para Los Angeles e meu dinheiro acabou. Hoje estou estreando em esse modo de ganhar dinheiro. Mas, por que pergunta?

-Ah...uma stripper...tem mesmo um corpo muito bonito. Só que em Los Angeles, a concorrência é feroz, a cidade é cheia de lindas mulheres sonhando com o estrelato, enquanto se prostituem, fazem filmes pornô ou são stripper em clubes noturnos.

-Eu sei... senti isso na pele. Cada vaga que tentei, haviam mais de vinte mulheres concorrendo.

Bateram na porta. Lilith gritou para entrar e a empregada entrou empurrando um carrinho. Colocou-o perto da mesa e saiu silenciosamente, à um gesto seco da mão de Lilith.Ela se ergueu e se dirigiu para uma porta. Com a mão na maçaneta, falou displicentemente:

-Pode servir-se do jantar enquanto tomo um banho.

Jade a fitou com timidez. Aquela mulher a intimidava.Talvez fosse devido à aquele luxo que a cercava.

-Não vai comer também?

-Não. Fique à vontade - respondeu, saindo e fechando a porta.

Jade ficou só. Olhou em volta e voltou-se para as bandejas, faminta. Levantou as tampas de aço inox e viu, com água na boca, um grande filé e batatas coradas. Pegou um prato e se serviu do filé e batatas. Colocou o prato na mesa e sentou-se na cadeira, começando a comer com apetite. Comeu até a comida o prato acabar, então cruzou os talheres e esperou Madame Lilith voltar. Não se atreveu a beber o vinho.

Minutos depois, madame Lilith voltou, vestindo um robe lilaz. Estava usando um perfume forte, mas agradável.

-Vejo que já comeu. Agora, vai acompanhar-me em uma taça de vinho.

Serviu duas taças com habilidade e estendeu uma para Jade.

-À você, querida - Disse, em um brinde.

Jade tomou um longo gole. A bebida ligeiramente gelada desceu deliciosamente por sua garganta. Era um vinho delicioso.

Madame Lilith sorriu, tomando um pequeno gole.

-Esse vinho é um bordeaux Moet Chandon, safra 76 - Disse ela - É um vinho para ser degustado lentamente, não ser bebido como fez.

Jade ficou vermelha de vergonha pela gafe. Madame Lilith sorriu e pousou a taça dela na mesa. Depois tirou sua taça da mão, também colocando-a na mesa.

-Agora você vai me mostrar se mereceu esse jantar...

Ela puxou Jade com as mãos, e seu rosto desceu, capturando a boca de Jade em um beijo voraz. Jade tentou retribuir com o mesmo desejo, mas não sentia nada. A mulher tinha uma boca macia, o hálito do cigarro mentolado não era ruim, mas ela não sentia o menor desejo por ela. Retribuiu mecânicamente, pensando que teria de dar prazer à essa estranha, pela qual não sentia nada! Oh, agora entendia que a chamada "vida fácil" era na verdade dura. Mas tinha que continuar. Como uma atriz, tinha que desempenhar um papel. Ou faria isso, ou morria de fome.

Jade começou a retribuir o beijo e gemeu, fingindo se excitar.

Madame Lilith desgrudou a boca e a fitou excitada.

-Não precisa fazer nada... apenas se entregue...vou fazer tudo, vou mostrar à você como amar uma mulher.

E como em um sonho ou pesadelo, Jade foi despida pela mulher , que ofegava. Toda nua, a mulher a fez levantar e deitar na cama. Fitando-a com desejo, a mulher despiu o robe, mostrando o corpo esguio, de seios pequenos. Mas o que mais impressionou Jade foi o falo artificial que ela usava, preso por correias de couro.

Ela viu seu olhar e sorriu.

-Vou possuí-la como um homem, querida - Disse Madame Lilith, se ajoelhando na cama e se inclinando para ela. Abriu as pernas de Jade com as mãos e se deitou sobre ela, beijando-a com furor. Jade teve vontade de empurrá-la, mas dominou-se. Precisava do dinheiro. Fechou os olhos e preparou-se para o pior.

A mulher desceu as mãos pelo seu corpo alisando, apertando, os dedos tentando excitá-la, massageando seu sexo, e então, pegaram o dildo e o dirigiu para sua vagina, penetrando-a de um golpe, empurrando-se com força.

Jade trincou os dentes, sentindo dor, pois estava seca, sem a umidade necessária para uma penetração. Mas madame Lilith não estava preocupada com isso. Ela começou a mover-se, apoiando-se nas mãos.



Jade pensou rápido. Era melhor fingir prazer e acabar logo com isso. Começou a se mover gemendo, e a mulher aumentou a velocidade das estocadas, falando excitada:

-Isso...mexa-se bem... gostosa...me aperte ... sua puta! Puta!

Ela continuou frenética, empurrando-se e xingando Jade, até que se sacudiu em um gozo intenso, gritando palavrões que fariam um marinheiro enrubescer.

Ela caiu sobre Jade, respirando em arquejos, suada. Depois rolou para o lado, o dildo saindo de dentro de Jade com um ruído.

Jade continuou de olhos fechados, sentindo raiva de si mesma por se submeter à essa mulher . Madame Lilith era como muitos homens, egoísta e sem sensibilidade, só pensando em seu prazer, usando uma mulher como um objeto.

Sentiu a mão dela em seu rosto e abriu os olhos. Ela a fitava sorrindo. Ela se sentou na cama e acendeu um cigarro, dizendo:

-Está aprovada, querida. Sabe fazer o que se espera de você.

Jade também se sentou, notando que a mulher já havia retirado o dildo do corpo.

-Já posso vestir-me?

O sorriso dela morreu. Falou com voz dura:

-Não! Espere eu mandar você fazer isso!Ouça, estou pagando e você tem que merecer cada dólar! Seja dócil e procure agradar-me. Nunca demonstre que está ansiosa para acabar o ato sexual e ir embora! Assim, ninguém a chamará para uma segunda vez. Aprenda a cativar o cliente!

Jade conteve a vontade de mandá-la socar o dinheiro no rabo.Sorriu, procurando se mostrar afável.

-Desculpe-me, não estou ansiosa para tudo acabar. Só queria ir ao banheiro tomar um banho.

-Ah, agora deu uma boa desculpa! Pode ir.

Jade não esperou segunda ordem. Ergueu-se e entrou pela mesma porta que Madame Lilith usara. Viu-se em um luxuoso banheiro em mármore branco, com uma enorme Jacuzzi, um box com ducha e uma bancada cheia de produtos, como perfumes, sais de banho, xampus, etc.

Jade escolheu a ducha e tomou um banho refrescante, usando um maravilhoso sabonete líquido que estava numa prateleira de vidro próxima. Enxugou-se numa toalha felpuda e ia voltar ao quarto, enrolada nela. Então, olhando casualmente no espelho, viu que era de vidro espelhado, que do lado em que estava podia ver o quarto inteiro. Madame Lilith a deixara no quarto sozinha, mas dali podia ver tudo que fazia na sua ausência. Ela a vigiara dali!

Voltou ao quarto irritada com a descoberta. Madame Lilith já estava completamente vestida e a olhou com um sorriso divertido.

-Já descobriu meu ponto de observação, pela sua cara...

Jade a fitou com frieza.

-Descobri, sim.Por aquele espelho, você pode vigiar a pessoa sem ela saber, aqui no seu quarto. Se essa pessoa mexer em suas coisas, ou tentar roubar algo, será flagrada.

-Dedução inteligente. Sim, vigiei você. Queria ver se é uma pessoa honesta, ou uma ladrazinha barata. Você passou no teste, foi irrepreensível.

Jade ergueu as sobrancelhas.

-Teste para quê?

-Um teste que prova que não é uma ladra, que não mexe nas coisas alheias. E principalmente, é dócil numa relação sexual, mesmo que não a agrade.

Jade ficou olhando-a em silêncio, imaginando onde ela queria chegar.Madame Lilith sorriu de seu ar confuso e sentou no sofá, servindo-se de uma taça de vinho. Tomou um gole e falou, fitando Jade com ar sério:

-Eu tenho clientes muito ricos, que pagam muito bem por uma noite de sexo com minhas garotas, Jade. E você pode ser uma delas. Acha que fiz sexo com você porque fiquei louca para comer você? Enganou-se. Eu quis ver como se comportaria numa cama com uma mulher, mesmo ela a possuindo de modo rude. Você não me empurrou, não pediu para eu parar, deixou eu ir até o fim, mesmo eu a xingando e sendo rude. É uma mulher assim que vence nessa profissão, Jade. Uma mulher que sabe aguentar firme o que o cliente faz com ela, mesmo que não goste. E você se comportou maravilhosamente, querida.

Jade a fitou incrédula.

-Então, xingou-me e foi rude de propósito, para testar-me?

-Sim, e você passou na prova. Mas ainda preciso saber se aceita trabalhar para mim.

-Não tenho nada mais interessante em vista. Aceito.

-Bem, deixa eu explicar à você como minha agência funciona.Os meus clientes fazem os contatos por telefone, pedindo um determinado tipo de mulher. As minhas garotas ficam aqui neste apartamento durante a noite, prontas para irem aos encontros solicitados. Eu ganho sessenta por cento do faturamento das garotas nos encontros. Mas ofereço casa e comida no primeiro mês às novatas, além de ajuda nas roupas, tratamento dos cabelos e maquiagem. Ensino etiqueta às novatas, porque as minhas garotas são para alta clientela e devem poder frequentar qualquer ambiente.

Madame Lilith continuou:

-Os meus clientes exigem mulheres com traquejo social e de excelente aparência e higiene. Muitos as levam para festas como escort, principalmente atores de cinema que são gays e precisam disfarçar, na companhia de garotas, sua tendência sexual.

Jade já ouvira falar nessa indústria do sexo, mas era a primeira vez que se via diante de uma de suas representantes. Madame Lilith não passava de uma cafetina de luxo, mas não tinha outra opção. Tinha de aceitar a oferta, até conseguir algo melhor.

-Vou ter então casa e comida grátis, trabalhando para você, durante um mês? E quarenta por cento do que eu conseguir com os clientes?

-Bem, durante um mês ganhará apenas quarenta por cento do que conseguir com os clientes, porque terei de vestir você com roupas adequadas, maquiagem, tratamento do cabelo, além de casa e comida. No segundo mês, você já terá juntado dinheiro para alugar um apartamento e se virar sozinha. Receberá então a metade do que apurar. Está de acordo?

-Sim. Quando posso vir para cá? Estou em vias de ser despejada de onde moro.

-Pode vir para cá amanhã. Vou começar o quanto antes a prepará-la para o trabalho.Em uma semana, estará pronta.Agora, quero que responda a duas perguntas: usa drogas ? Já esteve presa?

-Negativo para as duas perguntas.

-Se está mentindo, vou descobrir. Tenho um amigo policial que pode verificar sua ficha.

-Não estou mentindo, pode verificar.

-Bem, então seja bem-vinda como a nova garota da casa, Jade!

No dia seguinte, uma nova etapa da vida de Jade começou. Ela ocupou um confortável quarto do apartamento, que era duplex, e começou a ter aulas de etiqueta, moda e a ler revistas sobre atualidades e celebridades, para saber quem era quem em Los Angeles e no país. Aprendeu a usar os talheres e copos corretos em um jantar formal, como usar roupas que valorizavam seu corpo com elegância, a usar a maquiagem certa para seu rosto. E Madame Lilith a fez cortar o cabelo em um corte moderno, que a fez parecer bem mais jovem. Madame Lilith lhe comprou também cinco vestidos para festa, calças compridas, blusas, shorts, sandálias, sapatos e botas.

Quando Jade agradeceu, Madame Lilith a fitou com um sorriso irônico, dizendo:

-Não me agradeça, porque você vai pagar-me cada centavo que estou gastando com você. Isso aqui não é um negócio de caridade, meu negócio é um investimento à curto prazo, para eu ganhar dinheiro e lucrar bem. Se você não der o lucro que espero, tenha certeza que será despachada novamente para a rua. Faça sua parte bem, que é me fazer ganhar dinheiro. Lembre-se disso.

Mas Jade, mesmo ouvindo isso, continuou grata à mulher. Ela a tirara da rua e se não fosse ela, provavelmente estaria na rua se sujeitando a dormir com qualquer um para ganhar alguns dólares e correndo da polícia, ou dominada por um cafetão que controlava os pontos de prostituição. Já conhecia todas as garotas que trabalhavam para Madame Lilith. Eram moças bonitas, bem vestidas e aparentemente bem educadas. Quem as visse nas ruas, jamais pensariam que eram garotas de programa. Somente quando estavam entre elas e contavam suas experiências com os clientes, revelavam sua atividade.

Uma delas, Brenda, uma loura muito atraente, comentou para as colegas, no dia seguinte de uma noitada:

-Garotas, estou toda dolorida. Tony Cocker é um sádico maldito, ele adora comer uma mulher com violência. O desgraçado dava socos nas minhas costas e me xingava, enquanto metia aquele pau enorme no meu traseiro.

Tony Cocker era um cantor de rock que havia se tornado famoso com o sucesso de uma música romântica. Jade olhou para Brenda espantada. As outras moças riram.

-Tony Cocker é assim?! - Perguntou, incrédula.

Brenda a fitou com ironia.

-Hei, Alice no país das maravilhas, acorde! Muitos são como ele. A maioria dos famosos nos pagam porque só mesmo pagando para aguentar suas taras. Você vai ver. Prepare-se.

Jade olhou para Madame Lilith assustada. Havia pensado que iria lidar com clientes que a tratariam com certa consideração, porque eram finos!Mas agora via que não seria assim. Não era nenhuma virgem intocada, mas submeter-se á violência de um homem a assustou.

-Madame Lilith...também vou ter que ir para a cama com um homem assim?

Ela a fitou friamente.

-Claro que sim! Julga-se melhor que as outras?Eu investi muito dinheiro em você e esses são os que pagam mais! Não vai poder escolher clientes!

Mas...eu não sabia que teria de submeter-me a um homem com taras sádicas! - Protestou Jade, com ar revoltado.

Madame Lilith a encarou com um olhar duro.

-Agora está querendo voltar atrás de nosso trato?É tarde demais, vaiter que pagar o que fiz por você. Vejam, ela agora parece uma moça fina, bem vestida, bem maquiada, sabendo se comportar em qualquer ambiente. E deve isso à mim! Eu quem a tirou da rua, onde ia vender-se por uns míseros dólares!E agora pode ganhar com um só cliente no mínimo quinhentos dólares! Muito bem, se não aceitar minhas ordens, vai voltar para a rua, só com a roupa que chegou aqui! É isso que quer, ou vai fazer o que eu mandar?

Jade a fitou derrotada. Tudo que ela havia dito era verdade, e a hipótese de voltar para a rua era tão apavorante, passar fome e não ter onde dormir era a pior coisa do mundo. Humilhada, baixou a cabeça e respondeu:

-Farei o que mandar...- Disse baixinho - não quero sair daqui e voltar para a rua.

Um brilho de vitória passou pelos olhos de madame Lilith.Ela sorriu, sentando-se ao lado de Jade e a abraçando pelos ombros.

-Vai ver que não é tão ruim assim... a maioria são homens bonitos e educados, sem nenhuma violência...e também mulheres que a tocarão com suavidade. Acho que chegou o dia de você estrear, Jade.

Jade a fitou, tensa.

-Quem será o cliente?

-Richard Baker. Ele é um cavalheiro. Ele ligou há minutos atrás e pediu uma garota para as onze da noite. E ele gosta de louras. Vou mandar você.

Lana, uma loura alta, protestou:

-Richard Baker é um cliente meu!Eu quem deveria ir! Já estive com ele cinco vezes e ele gosta de mim!

Madame Lilith olhou para a loura com olhos frios.

-Aqui ninguém pode considerar-se exclusiva de um cliente, ou vice-versa!E saiba que ele pediu-me uma cara nova, já está enjoado de você! Portanto, espere outro cliente ligar, como as outras!

-Se ela quer ir em meu lugar, eu não me importo- Disse Jade, querendo livrar-se do encontro. Conhecia Richard Baker dos filmes de ação que via na tv.Achava ele um bom ator, mas era um homem pouco atraente. Era baixinho, narigudo e com um olhar arrogante.

-Nada disso, você mesma quem vai. Assunto encerrado- Disse madame Lilith.

E assim, às onze em ponto, Jade estava entrando na mansão do ator, que mandara um carro buscá-la. O mordomo lhe abriu a porta com um olhar frio e impessoal.

Boa noite. Sou Jade, enviada por madame Lilith. O senhor Richard Baker me espera.

-Entre e siga-me.

Ele a conduziu até um imenso salão e a mandou esperar, retirando-se. Jade olhou em volta a luxuosa decoração, mas nervosa demais para apreciar.

Minutos depois Richard Baker entrou na sala, vestido com um roupão branco de banho. Ele a olhou da cabeça aos pés e sorriu com satisfação.

-Olá, Jade. Quer beber alguma coisa? Um vinho, um uísque?

Ela o fitou com nervosismo.

-Não, obrigada.

-Bem, eu vou tomar um uísque.

Ele foi até o bar no canto do salão e serviu-se de uma dose generosa de uísque, colocou gelo de um pote e voltou, sentando-se em um sofá de couro vermelho. Tomou um gole da bebida e disse, pegando um controle remoto sobre a mesinha ao lado:

-Madame Lilith disse que você fazia strip-tease. Quero que faça um agora para mim. Pode começar.

E ele ligou o som em uma estante. O som de um blue encheu o ambiente.Isso era fácil para ela. Jade começou a despir-se lentamente, fazendo poses provocantes, em sua técnica refinada de despertar desejos.

Richard Baker abriu o roupão, mostrando que por baixo dele estava nu. Colocou a mão no pênis e começou a se masturbar lentamente, olhando-a com olhos famintos.

Quando a música estava quase no fim e Jade só de calcinha, ele se ergueu e se aproximou dela, agarrando-a e a beijando faminto, o sexo ereto sendo premido entre suas coxas. E ele atingiu o auge apertando seu traseiro com as duas mãos, apertando-a contra ele.Depois ele se afastou lentamente e sorriu para ela.

-Foi um bom começo, Jade...agora, vamos dar um tempo e recomeçar.

E durante uma hora e meia Jade submeteu-se aos desejos daquele homem. Deu graças a Deus que ele usava camisinha, com medo de pegar alguma doença dela.

Finalmente ele parou, exausto. Olhou-a com indiferença e colocou o roupão.

-Pode vestir-se e ir embora - disse, tirando do bolso do roupão sete notas de cem dólares e jogando para ela - Estou cansado, vou tomar um banho e ir dormir.

Ela apanhou o dinheiro e vestiu-se rapidamente, ansiosa para ir embora. Ele a ficou observando, com um olhar cafajeste.

-É uma mulher gostosa, Jade... vou chamá-la mais vezes.

Jade acabou de vestir-se e saiu logo em seguida.

O mordomo a acompanhou até a porta da casa e sem uma palavra, abriu a porta e a fechou logo que ela saiu. Jade atravessou o gramado e saiu pelo portão, que foi aberto pelo segurança. Já passava de uma hora da madrugada e a rua estava deserta. Jade praguejou , pensando que com a sua inexperiência, não havia exigido que o seu cliente também arranjasse o transporte de volta.

À custo, conseguiu um taxi depois de andar quatro quadras cheia de medo de ser assaltada, naquelas ruas desertas.

Sentia-se suja e degradada com aquela relação que tivera, mas aquele dinheiro a ajudaria a ter um teto sobre a cabeça e comida no estômago, além de um certo conforto. Quando tivesse uma chance de mudar de atividade, faria isso. Mas enquanto essa chance não chegasse, teria de engolir seu orgulho e dignidade e fazer o que necessitava para sobreviver naquela selva de pedra. Iria juntar um bom dinheiro e quando tivesse o suficiente, mudaria de cidade.

Chegou ao edifício de madame Lilith e foi recebida com um olhar curioso dela, quando entrou no salão. Ela estava vendo tv, comendo uma taça de sorvete. Não havia mais ninguém ali. As garotas já deviam estar em algum programa ou dormindo.

E então? Não foi tão mal assim, não?

Jade se sentou ao lado dela e suspirou.

-Bem, pelo menos ele não tem nenhuma tara. Mas não me ofereceu transporte de volta, tive que procurar um táxi nas ruas desertas.

-Tem que ser esperta, garota! Logo que acabasse a nitada, devia ter exigido condução até aqui! Mas, quanto ele pagou?

-Setecentos dólares. Gastei 50 com o taxi.

-Está vendo? Teve prejuízo de 50 dólares!Tem que ser esperta, menina, ou eles a fazem de boba!Bem, já aprendeu a lição. Com o próximo, isso não acontecerá.

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E o próximo cliente veio no dia seguinte. Um homem quase impotente, que só queria que ela fizesse poses eróticas enquanto ele se masturbava olhando-a como um lobo faminto.

Ela sentiu nojo só em vê-lo gozar, revirando os olhos. Mas ele foi generoso, pagou mil dólares e lhe ofereceu um delicioso jantar.

Na outra noite, ela foi à mansão de um cantor de música country. E logo ao chegar, foi levada por um segurança até um salão com as janelas fechadas com cortinas e a porta foi trancada.

E ali estava Rick Manson, apenas com um short e um chapéu. Ele a fitou da cabeça aos pés e sorriu. Era um louro magro, com feições agradáveis e Jade sorriu para ele.

-Aproxime-se, potranca - disse ele, sentado em um sofá, batendo a mão ao lado dele.

Jade aproximou-se e se sentou ao lado do rapaz.

-Meu nome é Jade - Disse ela.

-Não interessa seu nome, para mim é uma potranca. Eu quero que você tire toda a roupa e fique de quatro, para eu cobrir você.

-Cobrir?!

-Sim. Cobrir, cruzar, emprenhar uma vaca, nunca ouviu falar?

Jade o fitou indignada.

-Eu não sou uma vaca!

Ele a fitou franzindo o cenho.

-Garota, eu acho todas as mulheres potrancas ou vacas. Potrancas, quando são novas e gostosas como você. E então? Não veio aqui para ficar me olhando, não? Faça o que mandei!

Jade teve vontade de mandar ele para o inferno, ou se roçar nas ostras. Mas se fizesse isso, ela sabia que madame Lilith a mandaria embora. E fez o que ele queria.

Apenas exigiu que ele usasse camisinha. E se submeteu a ser possuída naquela posição, com ele a pegando pelos cabelos e gritanto como se estivesse em um rodeio, enquanto ele penetrava sua vagina com estocadas violentas.

E ainda diziam que essa era uma vida fácil! Pensou Jade, com vontade de chorar.

Quando chegou na garçonière, Jade estava revoltada e humilhada. Madame Lilith a fitou e veio ao seu encontro.

-Foi tudo bem?

Jade a fitou sombriamente.

-Aquele cantor de country acha que toda mulher é uma potranca, e faz sexo como se estivesse com uma vaca!

-Eu sei, Jade... por isso quero saber se tudo foi bem.

Jade a fitou indignada.

-Você sabia do que ele gosta de fazer e enviou-me para ele?

-Jade, todas as outras já foram com Rick, eu não podia fazer excessão com você. Tem garota que até acha divertido.

-Acha divertido ser possuída como uma vaca?! E ele não tem nenhuma delicadeza, estou toda dolorida!

-Ok, ok, vou arranjar um cliente mais fácil, a próxima vez! Você aceitaria ter uma mulher como cliente?

Jade a fitou surpresa.

-Uma mulher?!

-Sim, não faço discriminação sexual com meus clientes. O que importa é que sejam importantes e paguem bem. Eu tenho algumas clientes lésbicas que pagam bem e são famosas, gente de nível. E uma delas é Geri Gleese.

Jade a fitou surpresa.

-Nunca ouvi falar nela.

Madame Lilith a fitou admirada.

-De que planeta veio? Geri Gleese é muito conhecida em Hollywood, ela é a fotógragrafa das celebridades! Madonna, Angelina Jolie, Meryl Streep e outras, já foram fotografadas por ela! Muitas modelos hoje famosas já fizeram seu book com ela!

-Não conheço ela. Então, essa Geri Gleese gosta de mulher?

-Sim, é uma cliente minha e paga muito bem. Aceitaria ir com uma mulher? Aqui, de todas as garotas, somente quatro aceitam. Eu respeito isso, sei que é difícil uma mulher heterossexual aceitar ir para a cama com outra mulher.

-Bem...eu sou heterossexual, e nunca pensei em ir para a cama com uma mulher... mas não sou preconceituosa. Talvez seja mais fácil de lidar com uma, que com homens tarados, como o cowboy.Ela é nova ou velha? É uma mulher atraente, ao menos?

-Geri Gleese é linda e paga muito bem. Eu sempre estabeleço o preço mínimo de quinhentos dólares, mas se ela gostar da mulher, chega a pagar oitocentos dólares. Sei que ela gosta do seu tipo, porque só pede louras. Então, aceita ir com ela? Geri pediu uma mulher para amanhã. Estava pensando em enviar Pamela, mas se você aceitar, vai no lugar dela.

-Hummmm... tudo bem. A que horas devo ir? Ela mandará buscar-me?

-Ela sempre manda uma limousine buscar a garota e a trazer de volta.

-Ela não tem nenhuma tara, não?

-Ninguém nunca se queixou de nada.

Jade levantou do sofá.

-Ótimo. Bem, vou tomar um banho e ir deitar.

-Vá, querida, e descanse bastante. Amanhã tem de estar em forma.

Jade tomou um banho de ducha, vestiu uma camisola e deitou, exausta. Aquele cowboy dos infernos a deixara dolorida. Ainda bem que usara camisinha, mas ainda assim se sentia suja pela saliva dele lambendo suas costas e seios, e do suor dele molhando seu corpo.

Respirou fundo. Que vida! Mas precisava ganhar dinheiro. Juntar para poder mudar de vida, de cidade. Por enquanto, teria de aceitar tudo, até trepar com uma mulher.

Então, Jade lembrou que já havia feito sexo com uma mulher, a própria madame Lilith! Que gafe, comentando que nunca havia feito sexo com uma mulher! E madame Lilith devia ter ficado tão ofendida, que nem a havia lembrado...

Mas não podia mesmo considerar que havia feito sexo com madame Lilith. Ela quem havia feito sexo nela, e não havia passado de um teste. Havia sido um ato sem paixão de ambas as partes. Não, não iria considerar aquele teste como fazer sexo com uma mulher.

Será que sentiria prazer com Geri Gleese? Estava muito curiosa para conhecê-la. Uma lésbica bonita, famosa. Bem, era melhor dormir e deixar sua curiosidade para depois.



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Seis da tarde. A limousine percorria as ruas de Los Angeles suavemente, dirigindo-se para o elegante bairro de Bel Air. Jade olhava tensa o trajeto, indiferente ao conforto do espaçoso veículo. Lá na frente, o motorista uniformizado dirigia, com seu rosto inexpressivo, indiferente à sua passageira. Ele devia estar acostumado a levar parceiras sexuais para sua patroa.

Madame Lilith havia escolhido sua roupa. Um conjunto de saia justa e blazer azul escuro e blusa de seda creme. Ela havia dito que Geri Gleese gostava de mulheres com tipo de executivas. Madame Lilith a havia instruído a falar pouco e não perguntar nada. Como se a interessasse saber da vida de Geri Gleese! Se pudesse realmente escolher, nunca aceitaria ir para a cama com uma estranha!

Finalmente, a limousine entrou por um portão de ferro que se abriu e percorreu uma alameda arborizada, até parar diante de uma mansão. O motorista desceu e abriu a porta para ela, avisando:

-A senhorita Gleese está à sua espera. Siga-me.

CONTINUAÇÃO


Jade o seguiu em silêncio. Ele apertou a campainha na entrada principal da residência, enquanto Jade olhava em volta, encantada com o lugar. A residência era uma "hacienda", uma casa em estilo mexicano, de dois pavimentos, pintada de creme, com amplas janelas de madeira marron, telhado de telhas vermelhas, cercada por luxuriantes plantas ornamentais e árvores, com um amplo gramado e um belo repucho no centro do mesmo, esguichando água cristalina pelas bocas de três golfinhos unidos.


Uma governanta gorducha abriu a porta e olhou para Jade com curiosidade.

-Chiquita, a senhorita Gleese está à espera dessa moça, conduza-a até ela, por favor.

Chiquita afastou-se para Jade passar, fitando-a com uma estranha expressão, que Jade achou que era pena.

-Estoy conosciendo, Lucas. Venga, senhorita - Disse Chiquita, numa mistura de espanhol e inglês.

Felizmente a última frase em inglês, porque Jade não entendeu nada em espanhol. Jade a seguiu e se viu em um grande hall de entrada com quadros modernos e peças de arte. Atravessaram o hall e foram até uma porta de mogno, que a mulher abriu e anunciou:

-A visita que a senhorita espera.

Jade passou por ela e entrou na sala.

Uma mulher estava sentada displicentemente numa poltrona e a fitou avaliadoramente, quando entrou na ampla biblioteca. Jade a fitou impressionada. Era uma mulher bela e atraente, e pelo seu olhar, tinha uma forte personalidade.

Cabelos negros compridos até os ombros, lisos e sedosos, com uma franja desfiada sobre um par de penetrantes olhos azuis. Um nariz aquilino que lhe dava um ar exótico, maçãs do rosto altas, lábios sensuais, vermelhos naturalmente, rosto angular apoiado em um pescoço forte e ombros largos. O corpo longilíneo estava elegantemente vestido com calça negra de linho e blusa de mangas compridas de seda branca. Botas negras luzidias completavam o lay-out daquela mulher atraente e bela, que a fitava atentamente.

-Obrigada, Chiquita - Disse, com voz aveludada - Pode ir.
A governanta assentiu e retirou-se, fechando a porta.


Jade sentiu-se intimidada por aquele olhar que não a deixava. Ali, imóvel no meio da sala, esperava a mulher convidá-la para sentar, ou estender a mão com um sorriso apresentando-se, mas ela não fazia nada para deixá-la à vontade. Ela apenas a avaliava com o olhar, percorrendo-a de cima à baixo, como que avaliando um objeto à venda.

Jade resolveu não deixar mostrar o que sentia. Assim, ergueu a cabeça e a fitou desafiadoramente. Mas intimamente, sentindo a força daquele olhar.

-Sente-se - Disse a mulher, em tom imperativo.

Jade aproximou-se lentamente e se sentou diante dela, numa poltrona, cruzando as pernas com elegância. A mulher olhou sem disfarce as suas pernas e se ergueu. Foi até um carrinho no canto da sala, onde havia um balde de prata com uma garrafa de champanhe e taças. Encheu as duas taças e caminhou até Jade, estendendo uma para ela. Jade a pegou e a fitou em expectativa.

Como uma mulher tão feminina e bela era uma lésbica que precisava pagar para ter uma mulher? Qual era a tara dela? Com a aparência que tinha, ela podia conquistar qualquer mulher que tivesse as mesmas tendências sexuais. Ou até as que não tinham...E sabia que na Califórnia havia muitas lésbicas que se envolveriam facilmente com Geri Gleese.

Ela tornou a sentar no sofá e tomou um gole de champanhe, fitando Jade com um olhar enigmático. Não parecia gostar ou desgostar da aparência de Jade.

-Madame Lilith disse que iria mandar-me uma mulher que sabe fazer strip-tease. Você sabe mesmo fazer isso?

-Sim, já fui stripper - Confirmou Jade.

Geri sorriu. Tinha um belo sorriso, que parecia iluminar seu rosto. Os dentes brancos e perfeitos luziram à luz do ambiente como pérolas e os lábios vermelhos eram sensuais, provocantes. A pele dourada de sol era perfeita, lisa e sem máculas.

-Uma stripper...ótimo. Quero que faça um strip-tease para mim.
Jade a fitou hesitante.


-Aqui? Sem música?

-Tenho aqui vários cds - Disse, indicando uma estante lateral com toda as parafernálias eletrônicas, como apalhelhagem de som, dvd, vídeo e tv -Tem alguma música que goste de fazer o strip-tease?

-Sim, você tem o cd do filme 9 1/2 Weeks ?

-Tenho, sim. Adoro o strip-tease que Kim Basinger fez nele.

-Isso, é a mesma música que eu usava no meu show. Pode colocá-la?

-Claro. Vou pegar o cd.

Enquanto Geri procurava o cd, Jade tomou a champanhe em um grande gole e se ergueu, ficando em pé no meio da sala, com as mãos nos quadris, numa pose provocante. Era uma boa stripper e estava entusiasmada em mostrar isso à Geri Gleese.

Geri colocou o cd no aparelho e os primeiros acordes soaram. Ela se sentou novamente no sofá e olhou para Jade, que começou seu show, começando a tirar o blazer lentamente. Jade era uma profissional e agiu como tal. Fitando Geri com um meio sorriso, a cabeça inclinada para a frente, deixou o blazer escorrer pelos seus braços e cair no chão, os quadris se movendo no ritmo da música.

Baby take off your coat...

Real slow...

And take off yours shoes...

I'll take yours shoes.

Baby take off your dress

Yes, yes, yes...

You can leave your hat on,

You can leave your hat on,

You can leave your hat on.
Jade voltou-se de lado para Geri, colocando os dedos nos botões da blusa, deixando-a ver os contornos de seus seios e nádegas, movendo os quadris para a frente e para trás, sensualmente.


Go on over there

Turn on the light

No all the ligths...

Come over here,

Stand on this chair

That's on this chair...

Jade se voltou de frente para Geri, começando a desabotoar a blusa, sem deixar de mover os quadris, agora bamboleando-os, as pernas abertas.

Geri a fitava imóvel, as pernas cruzadas, as mãos descansando no sofá, um olhar cheio de desejo.

Jade em um arranque, abriu a blusa, expondo os seios perfeitos, jogando a cabeça para trás, os quadris se movendo na batida da música. Ela deslizou a blusa pelos ombros, pegou-a numa mão e a girou sobre sua cabeça, até a jogar para o lado. Agora nua da cintura para cima, as mãos na cintura, fitou Geri com um olhar provocante, de pantera, inclinando a cabeça para a frente, os olhos erguidos. Sorriu ao ver Geri mordiscar o lábio inferior, demonstrando que a cena estava afetando-a.

Raise yours arms up to the air

No shake 'em

You give me reason to live,

You give me reason to live,

You give me reason to live,

You give me reason to live,

Sweet darling.
Please darling!


You can leave your hat on!

You can leave your hat on,

You can leave your hat on, Baby!

You can leave your hat on!

You can leave your hat on!

You can leave your hat on!

Jade levou as mãos ao fecho da saia, puxando-o para baixo, sem deixar de mover o corpo. A saia deslisou abaixo, descobrindo as coxas fortes, e com um trejeito dos quadris de Jade, cair no chão. Agora só de calcinha de cetim negra, Jade levou as mãos aos cabelos, bamboleando o corpo escultural ao som da música, a pequena calcinha mal cobrindo o sexo, dando passos de dança e voltando-se de costas para Geri, os polegares pegando a bainha da calça e a descendo lentamente, enquanto meneava o traseiro arredondado e firme, de pele alva e acetinada.

Ela voltou-se de frente e teve uma surpresa.

Geri Gleese havia descido o fecho da calça comprida e havia colocado a mão dentro da calcinha de renda branca. Ela se masturbava fitando Jade com olhos cheios de desejo, as pernas abertas para dar melhor acesso à sua mão, que se movimentava ativamente.

Jade achou a cena extremamente excitante. Geri tinha uma expressão que a tornava mais linda ainda, de um desejo selvagem, os dentes rilhados, os olhos percorrendo seu corpo com um desejo que nunca Jade vira tão intenso em alguém. Jade sentiu um arrepio percorrer seu corpo, fazendo seu clit pulsar. Que expressão sensualíssima estava naquele rosto belo!

-Continue...a dançar... -Arquejou Geri, com voz rouca - Estou quase...no auge...
Obediente, Jade acabou de tirar a calcinha e moveu os quadris, as mãos deslisando pelos seios alisando-os, dando passos de dança, descendo pelo ventre e alisando seu próprio sexo. Sem deixar de fitar Geri Gleese, que agora fitava-a com alucinação, a mão movendo-se rápida. Geri fechou os olhos e se contraiu, estremecendo violentamente e dando um gemido alto, inclinando a cabeça para trás.


Jade ficou imóvel, fitando Geri Gleese. Sentia uma emoção forte e indefinível, ao ver aquele rosto belo com a expressão inconfundível do êxtase. Era uma expressão tão sensual e excitante, que Jade ficou imóvel, admirando. Sentia também um estranho sentimento de frustração. Queria que fosse a mão dela que tivesse levado Geri Gleese ao orgasmo, não a própria mão da morena.

Geri abriu os olhos lentamente, suspirando. Ao ver que Jade a observava, endireitou-se na poltrona, tirando a mão de dentro da calcinha e puxando o fecho da calça, fechando-a.

-Pode vestir-se - Disse, ainda com voz transtornada - Vou ao banheiro e já volto para pagar seu dinheiro.

Jade surpreendeu-se ao se sentir decepcionada.

-Já acabou? Não vai querer mais nada?! - Perguntou, sua voz a traindo, mostrando sua decepção.

Geri se levantou, fitando-a friamente.

-Não quero que faça mais nada. Espere aqui.

E ela se retirou apressada .
-Que mulher estranha! - Resmungou Jade, começando a recolher sua roupa do chão. Estava se sentindo muito frustrada e com raiva. E o que mais a incomodava era ter se excitado com Geri Gleese fitando-a, e vendo-a se masturbar. A vontade de ser tocada por ela. Maldição! Não era uma lésbica, como podia sentir-se assim? Devia ser carência! E Geri Gleese...será que só sentia prazer daquela forma? Era uma voyeur, que só sentia prazer apenas olhando? Maldição! A única pessoa por quem realmente sentira vontade de ter sexo desde que chegara a Los Angeles, tinha um distúrbio sexual!


Minutos depois, quando já estava vestida, Geri voltou, com uma expressão fria. Estendeu um maço de notas de cem dólares para Jade.

-Aqui está seu pagamento. Se quiser ir agora, já pode ir. Meu motorista a levará de volta- Disse, seca, sem fitá-la.



Jade pegou o dinheiro, sentindo-se irritada e ofendida com a frieza dela. Fitou-a também friamente, guardando o dinheiro no bolso do blazer, sem contá-lo.

-Prefiro mesmo ir agora. Acho que meu show já atingiu seu objetivo, satisfez a cliente - Disse, atrevidamente.

Geri Gleese ficou vermelha. Pareceu constrangida com o comentário de Jade. Ela caminhou até a porta da biblioteca e a abriu.

-Então, pode ir. Chiquita a levará até a saída.

-Tenha uma boa noite, bye, bye.

Jade saiu sem olhar para trás, em passadas largas. Chiquita a esperava perto da porta e a conduziu até a saída. A limousine estava diante da entrada e o motorista segurava a porta aberta para ela entrar. Jade entrou no veículo e logo o carro partiu.
Jade estava ainda irritada, humilhada e frustrada. Geri Gleese havia mostrado ser uma mulher fria, arrogante e insuportável! Quem ela pensava que era, uma rainha ? Tratava as pessoas com frio distanciamento, nem se dignara a dizer o próprio nome e perguntar o seu, até para ter um orgasmo, mantinha distância! Nem a tocara na mão, ao menos! Uma mulher para ela devia ser apenas um pedaço de carne ambulante, sem identidade ou sentimento! Por que não fodia logo com uma boneca inflável? Ela era pior que Rick Barker! Ele pelo menos a havia tocado, perguntara seu nome, dissera que ela era gostosa!


Caiu em si, de repente. O que esperava? Que ela a cortejasse? Era apenas uma garota de programa, um eufemismo para puta. E uma mulher que se vendia não podia esperar nada além do que o pagamento tratado pelo cliente.

Respirou fundo, sentindo-se triste e deprimida. A que se rebaixara! Antes, fazendo strip-tease, sentia-se bem acima disso. Ficava em um palco fazendo um show, era aplaudida, e ninguém a tocava. Sentia-se quase uma artista, por mais que falassem mal da profissão de stripper. Ela não precisava se entregar a um homem ou mulher. Mas agora...

Lembrou de Geri novamente, com tristeza. Ela devia ter nojo de tocar uma mulher como ela, por isso, mesmo sendo uma lésbica, preferia satisfazer-se só olhando para a mulher alugada.

Tornou a suspirar. O melhor era esquecer de Geri Gleese e pensar em pagar sua dívida com madame Lilith, juntar um bom dinheiro e mudar de cidade e vida.

Meteu a mão no bolso do blazer. Tirou o maço de notas e contou. Surpresa, viu que Geri havia pago mil dólares! Isso significava que Geri havia gostado dela! Madame Lilith havia dito que ela só pagava mais de quinhentos quando gostava da mulher!

Sorriu, confortada com a descoberta. Mas logo franziu o cenho. Estava contente porque havia agradado à uma lésbica! Que loucura!

-Jade, Jade... - Sussurrou - O que está acontecendo com você?
Quando chegou à garçonière, encontrou madame Lilith sentada no sofá vendo um filme na tv e tomando uma taça de martine com cereja. Ela a olhou com um sorriso cúmplice, apertando pause no controle remoto do dvd, imobilizando uma cena de Nicole Kidman cantando em Moulin Rouge.


-Olá...foi tudo bem?

Jade aproximou-se e sentou no sofá ao lado dela. Tirou o dinheiro do bolso e estendeu para madame Lilith.

-Acho que sim. Ela pagou mil dólares.

Madame Lilith contou as notas e a fitou sorridente.

-Mil dólares! Parabéns, Jade! Geri Gleese paga isso raramente, só quando a mulher é muito boa! Você a agradou muito!Ela só pagou isso antes à duas mulheres, em três anos que é minha cliente!Você conseguiu! Se ela a requisitar mais vezes, vai se dar bem!

-Bem, eu preciso pagar a dívida que tenho com você, e isso com certeza facilita para mim.

-Bem, quinhentos é minha comissão, dos outros quinhentos, duzentos abate sua dívida e trezentos é para as despezas de alimentação. Mas como você está se esforçando, vou dar à você duzentos para suas pequenas despesas.

-Obrigada...preciso mesmo, não tenho dinheiro algum nem para ir à uma lanchonete.

Madame Lilith separou duas notas de cem dólares e deu à Jade.

-Se continuar ganhando assim, logo terá bastante dinheiro.

Jade fitou madame Lilith pensativa.

-Madame Lilith...Geri Gleese é uma voyeur?

Madame Lilith a fitou com um sorrizinho malicioso.

-Por que pergunta, ela também não tocou em você?

-Não. Só ficou olhando eu fazer um strip-tease.

-E teve um orgasmo se masturbando - Completou madame Lilith.

Jade arregalou os olhos.
Como sabe desse detalhe?


-Bem, não é só você quem me conta as manias de meus clientes, Jade... eu preciso saber a características de cada um, para indicar a garota certa. Por exemplo, Brenda se queixou do cantor, mas ela gosta de ser sodomizada. Eu não a mandaria para ele, se ela não gostasse.

-Então, por que ela se queixou?- Perguntou Jade, admirada.

-Por que ela gosta de se fazer de vítima, Jade. Ela gosta, mas não quer admitir que adora o que ele faz.

-Mas...você não disse que nós não podemos escolher o cliente?!

-Sim, disse, mas não me custa enviar uma garota para um cliente que vai fazer o que ela gosta, não? Como se diz, "juntar a fome com a vontade de comer".

Ela piscou o olho para Jade.

-Oh!...mas eu não gostei daquele cowboy e do...

-Jade, até eu descobrir qual o tipo de cliente que você gosta mais, tenho de submetê-la à uma variedade de gostos.

-Bem, voltando a falar de Geri Gleese... ela sempre age assim com todas as garotas?

-Atualmente, sim. Todas as garotas comentam a mesma coisa. Mas antes de Chelsea, ela não era assim.

-Chelsea? Quem é ela?

-Uma mulher que foi caso dela por dois anos. Era uma alta executiva de uma grande empresa. Uma mulher linda, inteligente e culta. O relacionamento delas era conhecido nos círculos fechados das celebridades, que elas frequentavam. Elas se amavam loucamente. E Chelsea não era o tipo de mulher que se contentaria em ficar com uma voyeur. Ela era uma mulher reconhecidamente fogosa.

-E onde está essa tal de Chelsea? - Perguntou Jade, sentindo um absurdo ciúme dessas revelações sobre Geri.
-Ela morreu há cinco anos atrás, em um desastre de carro. Geri Gleese ficou abaladíssima, teve de ser internada em uma clínica por dois meses. Quando saiu da clínica, refugiou-se em um rancho no estado de Arizona por um ano. Depois, voltou para Los Angeles trazida por uma grande amiga. Recomeçou a trabalhar e passou a pagar mulheres para ter sexo. Diz que não quer se ligar em mais ninguém.


-Por que?

-Não sei. Acho que ela ainda não esqueceu Chelsea. Pagando uma mulher, não tem envolvimento emocional.

-Se ela paga uma mulher por esse motivo,ela deve estar muito infeliz ainda- Comentou Jade, pensativa - Mas não entendo por que ela não toca numa mulher para ter prazer. O que acha, madame Lilith?

-Não sei. Somente ela pode responder isso, Jade.

-Isso é tão estranho!

Madame Lilith a fitou séria.

-Está muito interessada em Geri Gleese, Jade. Ouça, se quer evitar sofrimento,não se apaixone por essa mulher. Ela ama um fantasma. Não teria a menor chance com ela. Faça seu trabalho sem envolvimentos emocionais.

jade a fitou enrubescida e forçando indignação.

-Eu, apaixonar-me por Geri Gleese?! Não sou lésbica! Até gostei dela não querer tocar-me! Só fiquei curiosa, isso é tudo!

-Ótimo, é melhor assim. Agora, deixe-me continuar a ver o filme. Seu jantar está no microondas.

Jade ergueu-se.

-Ok. Boa noite, madame Lilith.

-Boa noite, Jade.
Quinze dias se passaram. Jade não foi mais chamada por Geri Gleese. Mas soube que uma semana depois que esteve na casa dela, Geri havia chamado outra moça, Kim, também uma loura bonita, mas sem nada na cabeça. Ela só pensava em ganhar dineiro para gastar em roupas e bijuterias, sem pensar no futuro.


Jade ficara triste e decepcionada por não ter sido chamada novamente, e com um despeito secreto, pensou que era bom que Geri não a chamasse mais, aquela lésbica de mente complicada! Ela que fosse para o inferno! Que se masturbasse até os dedos calejarem!

Mas se Geri não a queria, tinha outros clientes que a chamavam mais de uma vez. Estava agradando e sua clientela aumentando, tinha dias que fazia três visitas a clientes. Madame Lilith estava feliz e ela muito satisfeita por estar fazendo sucesso.

E ali estava ela, sendo recebida por um novo cliente. O homem a fitou com um olhar devasso, ao vê-la entrar. Era um velho parecido com Drácula, com os olhos de coruja e dentes desiguais, magro e alto. Ele era um ator especializado em fazer filmes de terror, e Jade achou que ele não precisava de nenhuma maquiagem para assustar alguém.

Ele morava em um luxuoso triplex na Hollywood Boulevard. E o velho era um cliente que tinha de contentar, Madame Lilith havia recomendado. Ele era um dos melhores clientes, pagava mil e quinhentos dólares.

-Entre, entre, beleza... -Disse o velhote - Humm, é muito bonita e parece ter classe. Gosto disso.

Jade forçou um sorriso. Deus, teria de beijar aquele homem? Se precisasse, vomitaria. Mas

Madame Lilith lhe havia assegurado que ele não a tocaria com a boca além dos pés, e nem a penetraria.

Mas para assegurar-se, falou com voz fria:

-Não chupo pau nem dou o traseiro. E só trepo com camisinha.

Ele deu uma risadinha, indicando uma porta.

-Não faço nada disso, fique tranquila. Venha.
Ela o seguiu e chegaram em um quarto com as paredes cheias de pinturas eróticas, o chão forrado com um tapete vermelho e uma mesa genicológica no centro e um sofá de veludo vermelho.


Jade o fitou assustada.

-Para quê essa mesa genicológica?

Ele a fitou muito sério.

-Cale a boca. Eu sou o doutor, e sei o que deve fazer. Tire a roupa e deite na cama.

Jade entendeu rápido. Ele gostava de fazer uma encenação. Muito bem, isso madame Lilith havia avisado.

Ela tirou a roupa rapidamente, enquanto ele colocava um jaleco branco, muito sério.

Completamente nua, ela subiu na escadinha perto da cama e deitou na mesa genicológica. Ele pegou suas pernas e as colocou separadas, com os pés nos estribos de metal. Mesmo sendo uma stripper, sentiu-se incomodada por ele estar vendo todos os detalhes do seu sexo e ela naquela posição tão vulnerável. Madame Lilith não havia mencionado a cama genicológica! Iria ter uma conversa com ela.

O velho abriu uma gaveta e retirou luvas de borracha, colocando-as, depois um pênis de silicone e colocou nele uma camisinha. Depois derramou sobre ele um lubificante vaginal e se aproximou da mesa genicológica muito sério, com o objeto na mão.

-Relaxe... não vai doer nada. Vou ser bem carinhoso.

Ela o fitou tensa, imaginando o que ele ia fazer. Ele acendeu uma lâmpada forte, iluminando seu sexo, e inclinou o rosto para perto, sorrindo.

-Que beleza...tem uma pussy linda...o clitóris é rosado e delicado...os pequenos lábios parecem pétalas de rosa... e os pelos dourados...tudo perfeito...

Jade teve vontade de rir. O imbecil devia ter a tara de ficar olhando o sexo das mulheres e comentando.Conteve-se e ficou séria, olhando-o con certo receio.
Ele colocou a ponta do dildo na vulva de Jade e esfregou-o ao longo dela, até parar na abertura da vagina. Ergueu os olhos para ela.


-Não está gostando?

Ela entendeu o que ele queria, e moveu um pouco os quadris, gemendo. Ele se entusiasmou e enfiou o dildo até o final, fitando-a excitado.

-Está gostando?

-Muito, querido! - Disse ela, na verdade com as pernas cansadas da posição incômoda, os pés doendo no estribo duro. Teve vontade de chutar ele, mas se conteve. Maldito velhote tarado!

Ele soltou o dildo para desabotoar a calça e tirar o sexo para fora. Depois voltou a segurar o dildo e movimentá-lo no mesmo ritmo com que se masturbava.

Velho brocha! - Pensou Jade, louca para ele acabar aquela porcaria.

Ela fingiu ter um orgasmo, gemendo alto e contraindo as coxas. Ele a fitou extasiado, a mão se movimentando frenética e logo atingiu o auge, o produto de seu gozo felizmente caindo no chão, bem longe de Jade.

Ele a fitou com um sorriso orgulhoso.

-Gostou, beleza?

-Muito, foi maravilhoso, querido.

Velho ridículo e idiota! - Pensou, se sentando.
Depois do velhote, um garanhão. Um jogador de basebol, novo e fogoso. Ele a veio buscar e levou para um hotel luxuoso. Logo que entrararam na suite, ele a agarrou e a beijou violentamente, apertando seus seios. E logo foi arrancando as roupas dela, dizendo que não podia esperar mais. Ele se despiu apressado e colocou a camisinha no pênis já ereto, mostrando um corpo atarracado e mais cabeludo que ela tinha já visto. Ele tinha cebelos até nas costas. Em seguida, a empurrou para o sofá e deitou sobre ela, penetrando-a de uma vez com força. Jade sentiu dor na penetração, pois estava completamente seca, sem estar excitada. Ela se sentia como que atacada por um urso que metia uma vara dentro dela como que à procura de mel.


Deu graças a Deus quando ele ejaculou em menos de dois minutos de penetração.

Ele a puxou pelos cabelos quase rosnando, batendo sua cabeça no tapete, que felizmente era macio. Ele se afastou e a fitou orgulhosamente.

-Viu como sou potente? Gozo logo. Isso é porque sou muito quente.

Ela sorriu, com vontade de dizer para ele procurar um médico para cuidar de sua ejaculação precoce, mas achou melhor deixar ele ficar satisfeito, achando que era o máximo.



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E assim foi passando os dias, aprendendo que um homem famoso e rico só pagava uma garota de programa porque tinha taras ou deficiências sexuais que uma mulher não se submeteria ou reclamaria depois, fazendo o desempenho deles ser alvo de comentários.

Jade já havia pegado o traquejo da profissão. Devia ser gentil, mas não abrir mão de suas exigências. Aguentar tipos com taras estranhas com ar natural, sem se mostrar espantada ou achar engraçado. Era impressionante como na sua atividade conhecia a verdadeira personalidade das pessoas famosas, que aparentavam ser pessoas normais, mas cheias de estranhos gostos sexuais.
Sua mais recente experiência a deixara pasma. Um ator másculo de filmes de ação, gostava que sua parceira na cama o xingasse e batesse nele com um chicote. Ele chorava e berrava que queria sua mãe, até que chegava ao auge.


No dia seguinte, madame Lilith a avisou que à tarde ela tinha um encontro marcado com Geri Gleese.

Jade não sabia se ficava feliz ou com raiva. Geri a havia ignorado por quase um mês, havia chamado outra moça, mostrando que a considerava sem nada especial, e agora a chamava novamente como se tivesse chamado-a na falta de uma melhor. Mas não podia recusar. Assim, tomou um banho caprichado, como sempre fazia para os encontros, mas escolheu suas melhores roupas. Dessa vez, um conjunto preto, estilo Chanel, meias, scarpin preto. Uma perfeita dama.

A limousine veio buscá-la pontualmente. O mesmo motorista abriu a porta para ela e a levou até a mansão de Geri. Como antes, foi conduzida à biblioteca, mas logo que entrou percebeu que Geri não estava só. Com ela estava uma mulher magra e alta, cabelos curtíssimos louros, muito masculinizada. Jade antipatizou com ela de cara. Elas bebiam taças de vinho e a mulher se ergueu do sofá, discorrendo um olhar sobre Jade, que ficou parada perto da porta em silêncio.

-É essa a mulher, Geri? - Perguntou ela, com voz grave.

-Sim, é essa - Respondeu Geri, fitando Jade nos olhos.

-Hummm...aprovo seu gosto. Ela não parece uma mulher de programa, tem charme e classe.

Onde descobriu esse monumento, Geri?

-Segredo, Mona. E então, aprovou a escolha?

-Claro! - Disse a loura com entusiasmo- Como se chama, garota?

Jade respondeu, seca:

-Jade.

-Jade...lindo nome.Aproxime-se, Jade... quero vê-la mais de perto... -Disse a loura, sorrindo.
Jade aproximou-se lentamente e parou diante da mulher, tensa. Não estava gostando nada daquilo. Já estava imaginando o que elas queriam.


Mona a rodeou e apalpou o seu traseiro sem nenhuma cerimônia, dizendo:

-Carnes rijas, traseiro redondo e empinado, como gosto... e que pernas, Geri!

Jade recuou, olhando para Geri, que a fitava atenta.

-O que significa isso? - Perguntou, com voz irritada.

Geria a fitou calmamente, tomando um gole de vinho.

-Significa que quero ver você ser possuída pela minha amiga. Vou só olhar.

Jade sentiu uma profunda decepção. Era agora evidente que Geri Gleese a considerava apenas uma mercadoria alugada, que podia dispor ao seu bel prazer e até oferecer às amigas, sem se importar com o que sentia! Como se iludira, achando que ela havia sentido saudades e a chamara!

Encarou-a comos olhos brilhando de raiva contida.

-Vim aqui para você, apenas. O trato não mencionou outra mulher.

Geri sustentou seu olhar com outro entre surpreso e sarcástico.

-Que importa se quem vai possuí-la será eu ou minha amiga? Você vai receber o seu dinheiro, não é isso que importa?

-Não, para mim é importante saber com quem vou fazer sexo, e também, para mim, sexo é entre duas pessoas! Não gosto de platéia!

Geri a fitou com as sobrancelhas erguidas, surpresa.

-Mas eu não vou participar! Vai ser sexo à duas! Escute, é questão de dinheiro? Pois eu pago o dobro! Dois mil dólares!

-Não é questão de dinheiro, mas de princípios! - Discordou Jade, furiosa. Estava furiosa e decepcionada com a proposta de Geri e nem pensava que estava rompendo uma regra principal em um encontro: sempre agradar ao cliente.
Que comédia! - Disse Mona, irritada com a negativa de Jade, olhando-a com desprezo - Uma puta com ataque moralista!Quem pensa que é, uma dama?Saiba que mulheres mil vezes melhores que você já foram para a cama comigo de graça!Porque estavam atraídas por mim! E você, uma puta, uma garota de programa, quer escolher com quem e como vai trepar! Essa é muito boa!


-Sem ofensas, Mona! - Repreendeu Geri, fitando Jade com curiosidade e surpresa - E se fosse o contrário? Eu possuí-la e Mona ver?

Jade enrubesceu e disse, baixando os olhos:

-Aí...seria algo a pensar...

Geri sorriu sedutoramente para ela.

-Aceitaria ou não?

Jade não resistiu à aquele sorriso, sentindo sua raiva esvair.

-Bem...eu...aceitaria, sim...

Geri olhou para Mona com um sorriso divertido.

-Mona, não é que ela não concorda com outra mulher observando. Ela não quer é trepar com você.

Mona ficou vermelha de cólera.

-Cadela! Metida a dama! Mande essa vaca embora, Geri! Ou vou acabar dando umas boas bofetadas nela!

-Acalme-se, Mona! - Disse Geri, com voz fria - Já disse para não insultá-la! Ela não é obrigada a trepar com quem não quer! É um direito dela! Espere aqui um momento, Jade.

E se retirou da sala. Mona a fitou com ódio no olhar.

-Vou contar isso para madame Lilith. Eu a conheço. Ela vai botar você na rua!

Jade ouviu a ameça com medo, mas não demonstrou. Ficou quieta. Geri voltou em seguida com um maço de notas na mão, estendendo para Jade.

-Tome. Seu pagamento. Pode ir.
Jade a fitou surpresa.


-Mas eu não fiz nada! Não tem porque pagar-me.

-Mas perdeu seu tempo vindo aqui e deixou de ganhar com outro cliente. Tome.

Jade fitou a mão dela estendida com o dinheiro. Uma revolta inesperada a dominou e em um gesto movido por um impulso incontrolável, deu um tapa na mão dela, espalhando o dinheiro pelo chão, dizendo:

-Vá para o inferno com seu maldito dinheiro! -Gritou entredentes, se retirando com passadas furiosas.

Saiu intempestivamente, com raiva, mágoa e decepção se misturando em seu íntimo. Geri Gleese pensava que tudo se resumia a dinheiro! Pois mostrara à ela que estava enganada, que mesmo sendo uma garota de programa, tinha seu orgulho e não se humilharia aceitando aquele dinheiro que estava sendo dado como uma esmola. Que não estava tão necessitada!

O motorista não estava à vista e ela saiu caminhando até o portão da residência. O portão automático abriu e ela saiu. Naturalmente, Geri havia orientado os empregados para deixar ela ir embora.

Ela agora estava prevenida. Pegou seu celular e chamou um taxi, que a pegou em poucos minutos.

Mas de volta para casa, Jade pensou mais racionalmente nas consequências de seu ato. Iria chegar sem o pagamento e teria de contar o que havia acontecido. Madame Lilith não iria perdoar essa atitude sua. Além do prejuízo, afrontara uma das melhores clientes dela. E se Geri Gleese ligasse para madame Lilith, se queixando dela? Que não iria mais usar os serviços da "agência de Modelos"? Madame Lilith com certeza a mandaria embora.

Ficou desesperada. Só tinha mil dólares que havia juntado, e sabia que isso mal duraria uma semana, tendo de pagar um lugar para dormir e comida. Tinha que engolir seu orgulho e voltar atrás de sua decisão. Pegou seu celular e discou o número de Geri Gleese, que conseguira olhando a agenda de Madame Lilith, quando ela cochilava diante da tv uma noite.

Foi a própria Geri quem atendeu. Reconheceu a voz dela logo.

-Geri...isto é, senhorita Gleese, aqui é Jade.


-Hum. Que deseja? - Perguntou Geri, com voz fria.

-Eu... quero pedir desculpas pelo meu descontrole... e pedir também que não se queixe de mim com madame Lilith... Se ela souber o que fiz, me mandará embora. E eu preciso muito do trabalho. Eu moro na residência dela e se ela mandar-me embora, eu não teria para onde ir - Disse Jade, com voz humilde.

-Jade, não se preocupe. Eu não ia queixar-me.

-Obrigada, senhorita Gleese... eu estava nervosa e desabafei em vocês...

A voz de Geri soou com um pouco de calor:

-Eu percebi. Escute, Mona já foi embora. Quer voltar para cá? Agora estou sozinha.

-Você...a senhorita ainda quer minha companhia? Mesmo depois do que fiz?

A voz de Jade soou insegura.

-Venha, estou esperando-a.

Geri desligou e Jade sorriu. Ela queria que voltasse!

Jade mandou o motorista do taxi voltar. Em quinze minutos, estava novamente entrando na residência de Geri Gleese. Mais uma vez foi conduzida pela empregada à presença dela. Geri estava sentada no sofá, esperando-a, tomando vinho. Quando entrou, ela ergueu-se, olhando-a com um ligeiro sorriso.

-Aí está você novamente. Está mais calma?

Jade sorriu, avançando e parando diante dela.

-Estou, senhorita Geri. Desculpe-me, mais uma vez.

-Está desculpada. E por favor, trate-me apenas por Geri. Quer um drinque?

-Aceito.

-Vinho, um uísque, um Martini? O que escolhe?

-Uma taça de vinho está bem.
Geri se ergueu e foi até o bar no canto da sala, pegou a garrafa de vinho já aberta e encheu uma taça. Trouxe para Jade e falou, estendendo a taça:


-Aqui está.

Jade pegou a taça e as pontas de seus dedos se tocaram. Ela sentiu um arrepio correr em seu corpo, como suas mãos se tocando emitissem uma corrente elétrica.Geri pareceu ter a mesma sensação, porque olhou para sua própria mão e a retirou precipitadamente da taça.

-Sente-se, Jade - Disse ela, dando um suspiro.

Jade sentou e tomou um gole do vinho, fitando Geri em expectativa. Ela sentou ao seu lado, mas distante o suficiente para Jade não poder tocá-la.

-Quero que me responda uma pergunta com sinceridade, Jade.

-Faça-a.

-Por que não quis fazer sexo com Mona? Ela é uma mulher atraente. Tem até facilidade para conquistar uma mulher.

Jade a encarou hesitante.

-Quer mesmo saber?

-Quero, claro. Notei que não foi porque iria ter uma pessoa olhando, porque quando eu disse que eu quem teria sexo com você e ela olharia, você concordou.

-Vou ser sincera, Geri. Não quis ter sexo com ela porque não gostei dela. Prefiro fazer sexo com você.

-Por que prefere ter sexo comigo?

-Porque você me atrai - Disse, baixando os olhos, enrubescendo.

Geri sorriu incrédula.

-E na sua profissão só faz sexo com quem a atrai? Acho que não.
Jade a fitou, humilhada. E disse com amargura:


-Sei o que pensa. Eu, uma puta, querendo escolher parceira para fazer sexo! Mas eu ainda não penso como uma puta, Geri. A Jade que ainda sou não se embruteceu em pensar apenas ganhar dinheiro. Eu ainda tenho sentimentos, estou nessa profissão há pouco tempo, não fui para a cama mais que com dez homens.

Geri a fitou surpresa.

-Só??! Há quanto tempo então está nessa vida, Jade?

-Quase um mês. antes eu era dançarina de strip-tease, mas tinha um homem só há mais de um ano. Antes trabalhava em lanchonete, quando saí de Seatle, onde nasci. Nunca fui uma garota de programa, até vir para Los Angeles.

-E por que resolveu seguir essa... profissão?

-Não escolhi, foi o que me restou. Separei-me do homem que me mantinha em meu emprego e vim para LA e não conseguia nenhum emprego e meu dinheiro havia acabado. Fui para a rua tentar ganhar uma grana e madame Lilith me encontrou. Ela resgatou-me da rua para trabalhar para ela.

Geri ficou olhando-a pensativa. Se estava acreditando ou não em sua história, não falou nada.

-Quase um mês não é muito tempo - Finalmente disse - Você ainda não assimilou a malícia, a esperteza e a insensibilidade da profissão. Depois de certo tempo é que você se tornará mais fria e gananciosa, pouco se importando com quem vai trepar e o que vai ter que fazer. Se tornará uma máquina de fazer sexo.

-Antes disso, vou cair fora. Vou juntar um bom dinheiro para eu mudar de vida.

-Todas pensam assim, quando iniciam. Mas vão adiando o dia de sair e acabam se acomodando à esse tipo de vida.

Jade a fitou desafiante.

-Como sabe disso? Que vivência tem nesse tipo de vida?

Geri a fitou franzindo o cenho.
-Porque conheci muitas putas que vivem dizendo isso.Que vão juntar dineiro para cair fora. Há anos dizem isso, mas continuam fazendo programas. Aqui em LA há muitas mulheres que fazem tudo para ganhar dinheiro ou um papel em um filme qualquer. Trepam com os atores, diretores, produtores, roteiristas...tudo em troca de promessas que na maioria das vezes não serão cumpridas. E para sobreviverem, fazem programas.


Jade a fitou ofendida.

-Não sou como essas mulheres. Pelo menos, não tenho essa ambição idiota de ser atriz. Só quero voltar a ter uma vida decente, ganhar dinheiro honesto.

Geri sorriu.

-Espero que continue pensando assim e saia dessa antes de se tornar uma máquina de fazer sexo.

-Vou sair dessa, sim - Jade disse, com determinação - Não quero perder minha sensibilidade nunca. Quero ter alguém para amar e dedicar-me à esse amor.

Geri a fitou com descrença. Mas não disse mais nada. O olhar percorreu o corpo dela, com admiração. Jade notou isso e um arrepio a percorreu. O olhar de Geri subiu e se paralizou no seu, magnetizante.

-Mas agora...está disposta a dar-me prazer? Quero que se dispa para mim... toda.

Jade olhou-a, excitada com aquelas palavras. O que os clientes homens não conseguiam com nada do que faziam, Geri conseguia só em falar e a fitar com aqueles olhos de cama. Era uma bissexual? Sentia prazer com Rick, quando faziam sexo. E com Geri, se sentia excitada só pelo olhar dela percorrendo seu corpo. Como seria beijá-la?

-Agora? -Perguntou, depois de engolir em seco.

-Sim, agora... -Confirmou Geri, com voz rouca de desejo. Vou colocar a sua música.

Geri pegou o controle remoto ao seu lado e acionou o som. Jade se ergueu ao ouvir os primeiros acordes da música e fez uma pose sexy. E o strip-tease começou.
Baby take off your coat


Real slow

And take off yours shoes

I'll take yours shoes

Yes, yes, yes...

Jade começou a se despir, bamboleando os quadris, as pernas abertas. Foi tirando a roupa lentamente, sempre movendo o corpo eroticamente, um sorriso em seus lábios, olhando para Geri.

Geri parecia hipnotizada, fitando seu corpo inteiro, vendo os seios surgirem, eretos e com os biquinhos enrigecidos, o abdômen com músculos levemente definidos, os quadris arredondados, o sexo mal coberto pela calcinha negra, as coxas fortes, deliciosas.

Geri deslizou abaixo o fecho de sua calça cinza e meteu a mão dentro de sua calcinha.

Ela ordenou para Jade, que já estava descendo sua calcinha pelas coxas, revelando o sexo de pelos dourados:

-Pegue aquela cadeira e se sente na minha frente com as pernas abertas...

Jade deixou a calcinha cair no tapete e deu um passo para o lado, libertando os pés da peça, sem deixar de fazer poses sexy. Ela caminhou para a cadeira rebolando sensualmente, pegou-a com agilidade e a ergueu facilmente, era uma cadeira de madeira, dessas que usam em musicais. Colocou ela diante de Geri, há uns dez passos, e sentou primeiro de lado, esticando as pernas e depois as cruzando, fitando Geri, que já começara a se masturbar, fitando-a com fome no olhar.

Jade se ergueu, girou a cadeira e colocou o encosto virado para Geri. Abriu as pernas, sentando-se com elas abertas, apoiando os braços cruzados no encosto, fitando Geri desafiadoramente.

Os olhos de Geri estavam cravados em seu sexo, o lábio inferior sendo mordiscado, a mão se movendo devagar, dentro da calça.
-Toque-se para eu ver... - Disse Geri, ofegante.


Jade sorriu diabolicamente, deslisando dois dedos até seu sexo, alisando-o.

Geri gemeu baixinho, a mão se movendo com mais rapidez.

Jade continuou, sentindo-se cada vez mais excitada, não só com o que sua mão fazia em seu sexo, mas principalmente, em ver a mão de Geri se movendo, fitando-a com um olhar cheio de desejo. Ela mordeu os lábios carnudos, passou a ponta da lígua rosada neles, o corpo começando a tremer. A mão se movia agora frenética, anunciando que estava prestes a ter um orgasmo.

-Oh, fuck! - Gemeu Geri, se contraindo, fechando os olhos - Oh, yesssssssssss!!!!

O corpo se congelou numa última contração, o rosto belíssimo corado, numa expressão de êxtase.

Jade não aguentou mais. Estava louca de excitação e sentiu que morreria, se não beijasse aqueles lábios vermelhos. Ergueu-se de um salto, tomou o rosto de Geri entre suas mãos e seus lábios se esmagaram nos dela em um beijo ardente.

Depois de um momento de surpresa, Geri a empurrou com força. Jade caiu no chão sentada. E Geri ergueu-se, olhando-a com indignação.

-Como pôde atrever-se a beijar-me?! - Gritou, colérica.

Jade a fitou assustada com a reação dela, sentada apoiada nas mãos.

-Eu não resisti, Geri. Queria muito beijá-la.

-Mas não devia ter feito isso! Não sem meu consentimento!

Jade a fitou magoada, se erguendo.

-Geri...por que essa reação? Não gostou? Teve nojo do meu beijo?

Geri a fitou com raiva e gritou fora de si:

-Você maculou o amor que tenho por Chelsea! Você beijou-me, e eu prometi a Chelsea que ninguém mais me tocaria! E a minha boca não havia sido tocada por mais ninguém, desde que ela morreu!E você fez isso, fazendo-me trair meu juramento à mulher de minha vida! Uma garota de programa!
Jade ouviu aquela explosão de olhos arregalados, sentindo cada palavra ferí-la .


-Geri... - conseguiu falar - Isso é uma promessa louca! Você é jovem, uma mulher linda, vai deixar de amar por causa de uma pessoa morta?

Ela se enfureceu ainda mais com suas palavras. Seus ollhos brilharam de raiva e ela falou entredentes:

-Cale a boca! Quem é você, para dizer-me que estou errada? Uma garota de programa, que não sabe o que é amar como eu amo Chelsea!Você não sabe o que é amor!

Jade sentiu aquelas palavras ferí-la no limite máximo. Sentiu-se uma ninguém, um ser abjeto, como uma barata . Levou as mãos ao rosto, soluçando sua humilhação e dor.

Geri andou pela sala como uma fera enjaulada. Finalmente, parou e tirou do bolso um maço de notas, jogando diante de Jade.

-Tome seu pagamento. Pode vestir-se e ir embora.

E saiu da sala em passadas largas.

Soluçando, Jade catou suas roupas e as vestiu. Olhou para o dinheiro espalhado pelo chão e não o apanhou. Aceitá-lo seria a última humilhação e ela não queria mais nada de Geri Gleese. Saiu dali arrasada, chorando sua humilhação e desilusão.
Como Jade esperava, madame Lilith ficou furiosa quando disse que não havia aceitado o dinheiro de Geri. Ela achou que estava mentindo e ligou para Geri, que confirmou que Jade não havia pegado o dinheiro.


Madame Lilith interrogou Jade asperamente por que não havia aceitado o dinheiro. Jade a fitou com um olhar cheio de revolta e respondeu:

-Por que não quero mais ser humilhada por ela! Geri Gleese não quer uma mulher para ter sexo, mas sim para descarregar suas frustrações!

Madame Lilith a fitou espantada .

-Eu sempre soube que Geri Gleese tem um problema psicológico desde que Chelsea morreu, e apenas olha uma mulher, sem tocá-la. Mas nunca alguém chegou e disse que ela tratou alguém mal, ou humilhou. O que ela fez com você, que achou humilhante?

Jade desabafou com madame Lilith a sua desilusão e humilhação. Como Geri havia reagido porque apenas a beijara. E contou também que ela havia proposto ela aceitar fazer sexo com uma loura, enquanto olharia.

Madame Lilith a fitou pensativa, depois do seu relato.

-Bem, ela propor você fazer sexo com a amiga dela e ela ficar olhando, não tem nada demais. Muitos clientes gostam de um mènage à trois, e você devia ter aceitado sem reclamar, apenas cobraria mais. Você errou em recusar. Mas você saiu e se arrependeu, ligou para ela e aceitou voltar, então ela perdoou sua recusa. Mas então você fez um strip para ela, excitou-se e a beijou. Ela a empurrou e a humilhou com palavras. Bem, você tem a sua razão. Mas eu não posso me dar ao luxo de criticar Geri pelo comportamento dela, pois é uma de nossas melhores clientes. E ela nos indicou para suas amigas lésbicas ricas. O que posso fazer é não enviar você mais para ela e esquecer esse episódio, está bem? Vou enviá-la para outras mulheres, pois já vi que gosta mulheres, do contrário não beijaria Geri sem ela pedir.
Jade respirou aliviada. Pelo menos, madame Lilith não a mandara embora. Ela apenas a havia advertido que se recusasse novamente a fazer sexo com um cliente sem um motivo extremo, como sado-masoquismo, seria despedida.


Jade concordou docilmente. Sim, iria agora fazer sexo com qualquer pessoa que não fosse Geri Gleese! Estava magoada, humilhada, Geri conseguira fazer ela ver como estava sendo idiota, em se encantar com uma pessoa que a desprezava. Geri Gleese era fria, arrogante, insensível e paranóica, que amava e cultuava um fantasma. Nunca mais queria vê-la!

Mas depois desses pensamentos, algo lá no fundo de seu ser, que não queria admitir, a fazia se sentir infeliz e decepcionada. As palavras de madame Lilith a faziam pensar que ela própria não se conhecia bem:

"Ela gostava de mulher. Porque do contrário, não iria beijar Geri sem ela pedir."

Seria verdade? Ela era uma lésbica, e não sabia? Ou era uma bissexual? Sentia prazer com homens e mulheres? Não sabia. Mas iria saber logo. Madame Lilith a iria enviar agora para clientes mulheres. E elas não iam apenas querer olhar, como Geri.

Suspirou. Estava triste, como se houvesse perdido algo muito importante. Queria esquecer aqueles olhos azuis, aquele rosto de deusa, aquela voz rouca, aquela boca sensual,aquelas mãos de dedos longos e elegantes, aquele sorriso ...

Maldição! Tinha que esquecer que Geri Gleese existia! Inferno!



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Sozinha na sala enorme, Geri via a gravação em dvd pela milésima vez.


A filmagem era a comemoração de mais um ano da data que elas haviam se conhecido. Chelsea estava linda como sempre, com seus cabelos louros presos em um coque, os olhos azuis brilhando como estrelas, o corpo esguio e longilíneo em um vestido negro elegante, que se moldava em seu corpo divinamente.

Chelsea pegou a garrafa de champanhe no balde de prata e encheu duas taças, olhando para Geri e estendendo uma delas, fitando-a amorosamente.

-À mais um ano juntas, meu amor. Este ano foi maravilhoso como os anteriores, por que estou com você, o amor de minha vida.

Geri sorriu e pegou a taça, cruzando com a de Chelsea e a fitando nos olhos.

-À nosso amor, meu anjo. Que tenhamos muitos anos como esse que se foi.

Elas beberam o champanhe e pousaram as taças sobre a mesinha. Geri abraçou Chelsea e a beijou na boca. Chelsea correspondeu ardentemente.

Geri apertou o still no controle e a imagem congelou. Ela ficou olhando a cena do beijo por uns momentos, lágrimas escorrendo de seus olhos, até que não aguentou ver mais e desligou o dvd.

Aquelas cenas haviam sido gravadas no último ano delas juntas. Chelsea havia falecido vinte dias depois.

Ela sentiu a revolta dominá-la, mais uma vez. Por que Chelsea havia morrido, tão jovem, tão bela? Deus não era justo, se é que ele existia mesmo - Pensou - Ele deixara Chelsea morrer! Uma mulher linda, de bom coração, inteligente, culta, com uma bela vida pela frente, morrer estupidamente! Não era justo!

Ergueu-se do sofá e olhou para o enorme poster de Chelsea que mandara fazer, quando havia se completado um ano da morte dela. Chelsea sorria para a câmera, com um vestido azul, colhendo flores no jardim. O sol batia sobre seus cabelos louros soltos pelos ombros, formando um halo de luz.
Geri lembrou do dia que havia batido aquela foto. Era o dia de seu aniversário e Chelsea tinha ido ao jardim colher flores para enfeitar a mesa do jantar especial que mandara a empregada fazer. E Geri havia chegado de surpresa e tirara a foto.


Olhou em volta. Ali era a sala em memória de Chelsea. Ali tinha o vestido que Chelsea vestia no último dia que passaram juntas, dentro de uma redoma de vidro, como em um museu. Tinha todas as fotos de Chelsea guardadas em albuns e também em computador, que à um clique do mouse começava a projetar as fotos numa tela. Havia filmagens delas em viagens, passeios e festas, além de objetos pessoais dela, como vestidos, perfumes e cartas.

Por um minuto, pensou se estava certa em ter aquela sala com tantas lembranças de Chelsea, onde ficava horas lembrando do passado. Será que estava louca? Não! Muita gente fazia isso, quando perdia um ente querido! Faziam museus, fundações, etc. A diferença é que ela havia feito um pequeno museu apenas para ela ter acesso.

Ela suspirou e saiu da sala, fechando a porta com chave. Havia ficado ali pouco mais de uma hora, vendo fitas de Chelsea com ela. Sentia-se só e frustrada. Vira a imagem de Chelsea no filme, ouvira sua voz, seu riso, mas não podia tocá-la. Chelsea agora era apenas uma imagem gravada de um passado que não voltaria.

Rilhou os dentes, odiando isso. Estava só, sua vida era vazia e triste, sem amor.

Lembrou de Jade. Ela a havia beijado. Maldição, a primeira mulher que a havia beijado, desde que Chelsea falecera, era uma garota de programa!Que ofensa à memória de Chelsea! Mas ela não tinha culpa.Havia sido pêga de surpresa, com aquele ato de Jade.
Jade. Lembrou do olhar dela, cheio de decepção e humilhação, com a sua reação ao beijo. Sentiu remorso. Havia perdido a cabeça e havia humilhado e magoado a moça, com sua reação. Nunca havia tratado tão mal alguém como tratara Jade. Ela devia ter se sentido terrivelmente humilhada com suas palavras! Nem havia levado o dinheiro do pagamento! Madame Lilith havia ligado para confirmar se Jade realmente não havia aceitado o dinheiro. Parecia furiosa e desligara logo que ela confirmou a versão de Jade, que não havia levado o dinheiro. Será que madame Lilith iria despedir Jade?


Em um impulso, ligou para madame Lilith. Já passavam das dez da noite.

-Alô, Lilith falando.

-Madame Lilith, boa noite, é Geri Gleese.

-Oh! Boa noite, Geri. Quer marcar uma visita de uma de nossas diaristas?

Madame Lilith sempre disfarçava, para evitar complicações.Diaristas!

-Não, madame Lilith. Eu só gostaria de falar com Jade, ela está?

-Jade? Ela já está dormindo.

-Por favor, madame Lilith, preciso falar com ela! Por favor!

-Não sei se ela vai atender. Vou falar com ela. Espere.

Madame Lilith foi até a porta do quarto de Jade e bateu. Ela havia permitido Jade descansar essa noite, por ela perceber que a moça estava abatida com as palavras de Geri. Com aquela cara, nenhum cliente iria mesmo gostar da companhia dela...

-Quem é? - Perguntou Jade, interrompendo seus tristes pensamentos.

-Lilith! Jade, Geri Gleese quer falar com você!

-Entre! - Disse Jade, sentando-se na cama com o coração aos saltos.

Madame Lilith abriu a porta e a fitou com um olhar de compreensão.

-Se não quiser atender, eu falo que você está dormindo.
Jade deu um pulo da cama e agitada pegou seu robe, colocando sobre sua camisola transparente. Calçou os chinelos e fitou madame Lilith.


-O que ela quer falar comigo?

-Não sei. Ela ligou e está no telefone, esperando resposta. Eu falei que você estava dormindo, mas ela insistiu...

-Eu não quero falar com ela, madame Lilith...ela humilhou-me muito! Não tenho nada a falar com ela!

Madame Lilith a fitou calmamente e se voltou para sair.

-Tudo bem. Vou dizer à ela que você não quer falar mais com ela.

Jade correu e a segurou pelo braço.

-Não! Espere!

Madame Lilith se voltou impaciente.

-Vai falar ou não? Estou perdendo minha série preferida na tv!

-Eu...eu vou! Quero saber o que ela tem a dizer!

-Então, anda logo!

Jade seguiu madame Lilith até a sala e pegou o telefone com mãos trêmulas.

-Alô, aqui é Jade.

A voz de Geri lhe chegou surpreendentemente macia e amistosa:

-Jade...sei que deve estar com ódio de mim. Eu agi muito errado com você, disse coisas que não devia. Mas quero que saiba que estou arrependida e quero desculpar-me.

-Desculpar-se? Para depois fazer tudo novamente? - Disse Jade, amargamente - Não é a primeira vez que me trata mal, lembra?

-Eu sei...olhe...eu gostaria de falar com você pessoalmente. Pode vir aqui em minha casa amanhã?

-Não pretendo ir aí mais, senhorita Gleese.
Houve um momento de silêncio. Depois, a voz de Geri soou insegura:


-Eu entendo como se sente... eu a ofendi e humilhei. Mas quero consertar isso. Venha aqui amanhã por favor, Jade. Estou convidando-a para almoçar comigo e eu explicar coisas que não sabe. Vai dar-me essa chance?

A razão dizia a Jade que devia simplesmente mandar Geri Gleese para o inferno com suas neuroses. Mas o coração teimoso dizia que devia dar uma chance à bela mulher.

E o coração venceu:

-Está bem, vou ouvir o que tem a me dizer. Que horas devo ir? -Disse com voz fria, não querendo demonstrar o quanto estava emocionada com o convite.

-Doze horas está bom para você?

-Perfeito. Até amanhã.

Desligou e fitou madame Lilith, que sorria maliciosamente.

-Ela se desculpou do que disse e convidou-me para almoçar com ela - Disse Jade.

-Geri Gleese se desculpar com alguém? Isso é inédito! E ligar convidando você para almoçar? Incrível! Jade, posso estar errada, mas algo me diz que você conseguiu abrir o coração de Geri e está entrando aos poucos, até tomar posse dele!

-Você acha mesmo isso? - perguntou Jade, sorrindo.

-Acho! E não adianta dizer-me que não está interessada, Jade...seus olhos estão brilhando!

Jade riu e falou, sentindo-se subitamente muito alegre:

-É melhor eu ir dormir! Boa noite, madame Lilith!

Jade mal conseguiu dormir. A expectativa do seu encontro com Geri não deixava. Sentia-se ansiosa como uma criança na véspera do Natal. Mas esse dia tão esperado não lhe traria nova decepção? Jamais alguém mexera tanto com seus sentimentos como Geri Gleese. Era um fato que a colocava sem defesa para a realidade: estava apaixonada por Geri Gleese.
Ela a havia conquistado no primeiro olhar, mas só agora reconhecia isso porque nunca havia pensado antes na possibilidade de amar uma mulher, o que a enquadrava em um rótulo de pessoa que soava como uma maldição pela sociedade.




O dia amanheceu e Jade iniciou seu dia com olho na hora. Às onze já estava pronta, de banho tomado, perfumada, mas dessa vez, sem vestes sofisticadas. Ia apenas para um almoço sem maiores expectativas, e não queria colocar nada que desse a impressão que queria seduzir Geri. Assim, estava com roupas simples, Uma blusa de seda verde esmeralda, que ressaltava a cor dos seus olhos, e calça jeans e sandálias.



A limousine veio buscá-la e em pouco tempo estava sendo admitida na mansão, entrando com passos hesitantes. Estava nervosíssima. Como Geri a receberia?



Foi encaminhada como sempre por Chiquita à presença de Geri, só que dessa vez foi conduzida à uma sala de estar com uma parede com vidraças que descortinavam uma bela vista do jardim, com palmeiras e plantas tropicais, com um chafariz esguichando água cristalina. E ali estava Geri, sentada, mas levantou-se sorrindo, vindo ao seu encontro. Ela a olhou de cima à baixo e pareceu gostar de sua aparência.



-Olá, Jade!
Jade a fitou séria, querendo parecer calma e indiferente. Mas por dentro, tremia, olhando aquele rosto belo aberto em um sorriso . Geri estava linda, com uma blusa de algodão branca, de mangas compridas e calça jeans desbotada, com um par de tênis . Uma roupa aparentemente simples, mas a blusa era Ralf Laurent e a calça, Gucci, comprada nas melhores lojas da Rodeo Drive.


Ela estendeu a mão e Jade a segurou, trêmula de emoção.

-Venha, sente-se comigo... você fica muito bem em jeans, Jade. E acho que fica bem mais bonita sem muita pintura - Comentou - fica bem mais jovem e simples.

Jade enrubesceu, retirando a mão da de Geri. Sentou ao lado dela no sofá de tecido com estamparia de folhas verdes sobre fundo creme. Aquela sala era com típica decoração mexicana, com chão de cerâmica vermelha, com vasos enormes decorando,

junto com cerâmicas de figuras astecas e móveis de madeira rústica envernizada.Uma decoração alegre, o que surpreendeu Jade. Geri era mesmo um enigma.

-Não sabia que me achava bonita - Disse.

Geri ergueu as sobrancelhas, sorrindo.

-Não? Mas achava que já havia dito isso à você!

-Geri, não foram bem elogios que tenho ouvido de você. Foram mais palavras que me ofenderam e magoaram.

Geri ficou séria e a fitou com certo remorso e culpa visível.

-Tem razão, Jade. Eu tenho muito a me desculpar com você.
Ela respirou fundo e sorriu para Jade.


-Mas prometo que hije nossa relação vai mudar. Para mim, você não será mais uma garota de programa, mas sim Jade, uma mulher de fibra e personalidade.

Chiquita trouxe uma bandeja com uma jarra de suco com copos e depositou numa mesinha diante do sofá e se retirou silenciosamente. Geri pegou o jarro e encheu os dois copos, estendendo um para Jade.

-Tome. Está nuito calor, isso a refrescará.

Jade pegou o copo, fitando-a nos olhos.

-É suco de que?

-Abacaxi, uma fruta tropical. Prove.

Jade levou o copo aos lábios e tomou um gole. Era delicioso.

Geri tomou um gole também e a encarou.

-Quer almoçar agora?

-Não, ainda é cedo para mim. Mas eu a acompanho à mesa, se quiser.

-Não, está bem para mim, não estou com com fome.

Geri respirou fundo e falou, num arroubo de sinceridade:

-Bem, sei o que deve estar pensando: que pedi que viesse aqui para ficar falando idiotices, mas é que estou nervosa, Jade, Não sei por onde começar para lhe pedir que perdoe minhas palavras e ações. Eu sou uma lésbica, e como você, seria marginalizada, se não vivesse em um meio de pessoas de mente aberta como o que vivo. E devia ter precebido que se sua profissão a torna marginalizada pela sociedade, minha predileção sexual também me faz o mesmo. Felizmente, não preciso esconder o que sou, na minha profissão. Porque convivo com pessoas de mente aberta.

-Sorte sua, Geri. Não precisa temer que as pessoas descubram o que é.

-Você sente esse medo?

-Em certos ambientes, sim. Ser garota de programa não é algo que eu possa me orgulhar.
Geri a fitou com entendimento.


-Somos ambas marginalizadas pela sociedade, Jade.

-Mas não disse que é aceita como é?

-No meio em que vivo. Mas não nos meios mais conservadores da sociedade. E por ser também marginalizada pela sociedade, jamais deveria tê-la insultado com minhas palavras e atitudes. Depois que você se foi, entendi isso. Pode perdoar-me? Pela segunda vez? Mas prometo que será a última vez, por que não farei mais isso.

Jade suspirou.

-Está perdoada, Geri. Mas quero saber uma coisa.

-Pergunte.

-Você tem nojo de tocar-me? Por isso ficou tão furiosa por eu a ter beijado?

Geri enrubesceu, baixando os olhos, visivelmente constrangida, escolhendo as palavras:

-Jade... não sei se vai entender... não é nojo o que sinto.

-O que é, então?

Ela a encarou, erguendo os olhos.

-Medo. Medo de pegar uma aids, medo de apaixonar-me outra vez, medo de romper uma promessa que fiz a Chelsea.

Jade a fitou magoada, pensando: aqui vamos nós novamente! Mas conteve-se e falou:

-Vamos por partes, Geri. Até entendo seu medo de pegar aids, mas garanto a você que não faço sexo sem segurança, não uso drogas e não tenho doença venérea.
Geri a fitou com descrença.


-Os homens aceitam essa exigência sua? É difícil de acreditar!

-Geri, eles aceitam a exigência não para proteger-me, mas para se protegerem! A Aids está aí, matando. Já se foi o tempo que numa relação sexual uma pessoa pegava apenas uma doença venérea, que podia ser curada!Com o simples ato de se colocar um preservativo, podemos estar nos livrando da morte. Entendo seu medo, Geri. Se fosse somente por isso que não me toca, eu aceitaria fazer um teste de aids e um exame de denças venéreas, para provar que sou saudável.Mas sei que seu medo não é o único motivo que não a deixa tocar e ser tocada. O motivo é mais complexo e só mesmo um psicólogo poderia resolver.

Geri a fitou franzindo o cenho.

-Acha que sou uma...neurótica, uma paranóica?

-Não, Geri, apenas acho que você não está sabendo lidar com uma perda que teve.

Geri fechou a cara.

-Aposto que madame Lilith já encheu sua cabeça sobre mim. Como sabe da perda que tive? Ah,sei, vai dizer que leu em um lugar qualquer sobre minha vida particular. Eu sei. Hoje, no Google, você digita um nome e aparecem vários links falando tudo que saiu na mídia sobre essa pessoa. Eu devo estar em muitos links. Minha vida pode ser esmiuçada em detalhes - Disse, em tom amargo.

-Eu não fui rebuscar sua vida na internet, Geri. Apenas ouvi alguém falar sobre o grande amor que você teve e perdeu.

Geri a fitou com dor no olhar.

-Você soube sobre Chelsea?

-Sim. Lamento sinceramente sua perda, Geri.
Geri a fitou com um olhar desconfiado.


-Lamenta? Por que? Você não a conheceu! Não pode dizer que lamenta a morte de alguém que nunca viu.

-Eu lamento por você, Geri. Por ver como essa perda a devastou e continua a impedir que você seja feliz com alguém, novamente.

-Lamenta por mim? Você mal me conhece! Por que lamenta?

Jade a fitou nos olhos e as palavras saíram de sua boca como se fosse inevitável as segurar por mais tempo:

-Geri...estou apaixonada por você.

Geri ficou fitando-a em silêncio por alguns momentos. Depois, suspirou, entrelaçando os dedos das mãos e rodeando seu joelho direito, com as pernas cruzadas.

-Muito bem - Disse ela, cética - Disse estar apaixonada por mim. E faria qualquer exame para provar que é saudável e eu não ter receio de tocá-la e ser tocada, não?

-Sim, Geri, por você, me submeteria a isso - Confirmou, deixando seu olhar por um momento mostrar a paixão que a dominava.

Geri sorriu com ironia.

-Por que tudo isso, Jade? Isso faz parte de um plano que arquitetou para conquistar uma mulher rica? O dinheiro que lhe pago é pouco para sua ambição?

Jade ergueu-se com lágrimas nos olhos.

-Desisto, Geri! Sabe, procure um psiquiatra, que talvez ele possa ajudá-la!
Geri deu um pulo e a segurou pelo braço, fitando-a arrependida.


-Desculpe-me! Eu não devia ter falado isso, perdoe-me!

-Geri, solte meu braço. Quero ir embora. Isso é uma mania sua, insulta e pede desculpas! Estou cheia disso!

-Calma, Jade! Você tem toda razão, sou uma idiota neurótica! Mas, entenda! Eu uso essa arma como defesa, quando não sei o que pensar do que me dizem! Eu... eu tenho medo, Jade!

Jade a fitou confusa.

-Medo de que mais, além dos que já contou-me?

Geri baixou os olhos.

-Medo de me envolver sentimentalmente com alguém e voltar a ferir-me. E você... com sua profissão... como quer que eu acredite piamente no que diz? Outras mulheres também tentaram conquistar-me, Jade, depois da morte de Chelsea! Mulheres ricas, famosas, mas eu fiz a mesma coisa, eu as ofendi e elas se afastaram. Meu medo as afastou. Elas não entenderam que eu tenho muito medo de um novo envolvimento.

No olhar de Geri podia se ver a sinceridade das palavras dela. Jade então entendeu. Ela estava perdida em um turbilhão de sentimentos contraditórios, de querer ser amada, mas ter medo de sofrer, medo de estar sendo infiel a Chelsea, medo de enterrar o passado e ir em frente, em busca da felicidade perdida.

Sua raiva se esvaiu, mas ainda a fitou e disse magoada:

-Por que não procura um psiquiatra? Ele vai entendê-la melhor que eu. Você precisa de ajuda, mas não de mim.

Foi Geri quem a fitou agora magoada.

-Desculpe-me...sabia que não ia entender...pode ir embora, se quiser.

-Não quero magoá-la, Geri. Mas por favor, não duvide do que eu sinto. E não me ofenda mais.

Geri sorriu tristemente, tomando-a pela mão. Jade sentiu como se uma corrente elétrica a tivesse atravessado.

-Venha...vamos almoçar. Depois falaremos mais.
A comida estava deliciosa, o vinho era da melhor qualidade. Mas Jade e Geri comeram pouco, ambas tensas pelo que viria. Jade finalmente cruzou os talheres e olhou para Geri, que passou um gardanapo delicadamente nos cantos da boca e a fitou com seriedade. Não haviam trocado uma palavra desde que se sentaram para comer. As duas estavam com receio de puxarem conversa e irritarem uma à outra.


-Jade... você largaria a vida que leva, se pudesse?

Jade a fitou surpresa.

-Por que essa pergunta?

-Responda. É importante, para o que estou pensando em lhe propor.

-Claro que sim, Geri...já disse a você que meu objetivo é esse.

Ela a fitou cismativa.

-Posso arranjar um emprego para você. Tenho uma amiga que possui uma agência de modelos. Você é bonita, tem um rosto de boa garota, uma bela postura, charme... só precisa ser um pouco treinada. O que acha?

Jade a fitou disfarçando a decepção. Estava já pensando que Geri iria dizer que havia resolvido ficar com ela, se deixasse sua vida de garota de programa. Vã ilusão!

-Geri, além de não ter altura para ser uma modelo, não tenho nenhuma experiência nisso, é algo que nunca passou pela minha cabeça!

Geri sorriu com ironia.

-Mas aposto que também nunca pensou em ser garota de programa, mas está sendo!

Jade enrubesceu, sentindo as palavras.

-Ok, pegou-me nessa...mas, está falando sério?

-Estou. Acho que devo isso à você. Está sendo muito paciente com minhas...neuroses.
-Geri, não estou sendo paciente para conseguir ajuda sua! Não quero nada em troca, é que gosto de você!


Os olhos azuis a fitaram com um brilho frio.

-Jade, caso ainda não percebeu, tudo nessa vida é uma troca!Quem disser que não, está mentindo!Até no amor! Ninguém ama se não é retribuído. Pode até amar no início, mas se não conseguir o amor da pessoa desejada, desiste e parte para outro amor. Isso vem desde a família. Uma mãe ama o filho e cuida dele. Mas depois quer que ele a ame também e a obedeça.

-Está exagerando, Geri...

-Estou? Veja meu caso. Meus pais me amavam e faziam tudo por mim. Mas quando cresci, minha mãe vivia sonhando com meu casamento e netos. Ela queria que eu aceitasse casar-me com um amigo de meu irmão, que vivia me cortejando. E quando eu resolvi contar à meus pais que eu era gay, eles me mandaram sair de casa, pois eu era uma decepção para eles, que haviam me criado com cuidado para se orgulharem de mim e eu dar à eles netos. Entendeu? Eles me deram amor e cuidados, mas esperavam seu prêmio em retribuição, ter uma filha que pudessem se orgulhar e lhe dar netos! E você, diz que me ama, mas espera que eu a ame também e mate seus desejos.

Jade ficou vermelha.

-Não estou pedindo nada à você.

Geri sorriu, condescendente.

-Bem, vai aceitar minha ajuda para sair dessa vida?

Jade suspirou.

-Tudo bem, Geri, se com isso eu vou ganhar seu respeito e admiração, aceito.

-Ah, viu só? Espera algo em troca! Bem, vou telefonar para minha amiga, Lorraine Meltson.
Geri tirou seu celular da cintura e digitou um número. Lorraine Meltson, ou simplesmente, Lori, atendeu e Geri sorriu.


-Lori, é Geri. Como vai esse coração?

-Geri! Finalmente lembrou dessa velha amiga! Há quase um mês não a vejo! –Falou uma voz bem humorada.

-Excesso de trabalho, querida! Esse mês que passou tive trabalho até fora do país! Como estão as coisas?

-Terminei com Sandra, Geri. Bem que você não gostava dela! Aquela cadela não vale nada!

-Mesmo?! Que houve?

-Ela foi morar com um dirtor de cinema! Já devia estar me traindo há meses!

-Bem, você sabe como são algumas atrizes... as suas carreiras vem acima de tudo. E um diretor de cinema ajuda bastante elas conseguirem bons papéis.

-Eu sei, está claro que foi por interesse! Sandra é mais lésbica do que eu!

-Lamento, Lori...mas você vai se recuperar rápido dessa desilusão. Tenho certeza que você logo achará outra melhor que ela.

-Por que, você já achou outra melhor que Chelsea? – Perguntou Lori, provocativamente.

Geri franziu o cenho.

-Ainda não, Lori, mas meu caso é diferente. Chelsea me amava e morreu, Sandra não a amava e a trocou por um homem!

Lori riu, sem se abalar. Eram amigas que podiam alfinetar uma à outra sem medo de perderem a amizade.

-Touchè...mas eu já estou com outra, você não!

-Lori, deixe de me provocar e me ouça: Quero propor um negócio a você.

-Negócio? Qual?

-Conheci uma garota e queria que você desse à ela uma chance como modelo em sua agência. É muito bonita e charmosa, rosto angelical, creio que será uma ótima aquisição para sua agência.


CONTINUAÇÃO

-Ela tem alguma experiência?


-Não. Mas acho isso um ponto positivo. É um rosto novo na praça e o meu olho profissional vê nela grandes possibilidades de sucesso. Eu vou fazer o book dela e tenho certeza que você vai gostar.

-Você, fazer o book de uma novata?! Já vi que essa garota deve ser mesmo especial! Tudo bem, prepare o book dela e a mande procurar-me aqui.

Geri sorriu, satisfeita.

-Sabia que ia se interessar, Lori. Devo aprontar o book em cinco dias. E ela irá até você.

-Uma pergunta: Ela está de romance com você?

-Não. É apenas uma garota que quero ajudar.

-Ah, tudo bem. Agora, dê-me o nome dela, para eu anotar a entrevista em minha agenda particular.

Geri olhou para Jade.

-Como é seu nome completo?

-Jade Norton - Respondeu Jade, timidamente.

Geri repetiu o nome.

-A entrevista está marcada para dia 12, às onze da manhã - Disse Lori - Avise à ela.

-Ok, Lori. Obrigada pela oportunidade que está dando à Jade. Fico devendo à você uma retribuição.

-Não agradeça, se a garota for boa, vou ganhar dinheiro agenciando-a. Até a próxima, Geri, agora tenho que ir à uma reunião.
 
Geri desligou e voltou-se para Jade, sorrindo.


-Pronto! Agora, é só fazer o book e você procurá-la! Tenho certeza que conseguirá a aprovação de Lori. Tem uma agenda aí com você?

Jade sorriu.

-Claro, é onde anoto meus compromissos diários.

Abriu a bolsa e tirou o seu Ipod.

-Fale o nome completo dela e endereço.

Geri falou enquanto Jade digitava:

-Lorraine Meltson. Endereço: Park Avenue, 337, décimo andar.

-Não tem número de sala?

-Não. A agência dela ocupa todo o andar. Lá ela produz comerciais para tv e tem um estúdio completo de gravação, com todos os recursos. Ela comanda uma equipe de cinquenta pessoas.

-Oh... é uma grande agência, então...

-Uma das melhores do ramo, Jade. Anote o dia e hora da entrevista. Dia doze, às onze da manhã. Bem, amanhã esteja em meu estúdio bem cedo, por volta das oito da manhã, para começarmos a fazer suas fotos. Vou chamar maquiador, cabelereiro, figurinista e uma ajudante, para preparar você para as fotos.

Jade anotou a entrevista e quando acabou, recebeu um cartão de Geri com o endereço do seu estúdio. Olhou-a desiludida. Geri a estava tratando apenas como uma conhecida, sem nenhum interesse amoroso. Mesmo tendo recebido sua declaração de amor! Ela não a desejava!

Saiu dali triste, mesmo com a expectativa de mudar de vida.
 
A recepcionista da agência Focus a fitou com indiferença, quando deu seu nome, e mandou-a aguardar junto com as outras moças. Jade fitou as cinco moças que aguardavam ser chamadas, sentadas nos dois sofás de couro vermelho, e sua auto-confiança ficou abalada. Elas eram todas lindas e sofisticadas! Perto delas, Jade se sentiu como uma colegial ingênua e sem charme.


As moças a olharam de cima à baixo com sorrizinhos irônicos, o que não ajudou nada à sua auto-estima. Jade sentou no sofá e pensou se realmente teria uma chance, quando Lorraine Metson a visse.

Havia ido ali sem contar nada à madame Lilith, como também quando havia ido fotografar com Geri. Se não conseguisse nada com isso, seu emprego estava garantido com madame Lilith.

As fotos com Geri haviam sido feitas em um clima totalmente profissional. Agora entendia porque ela era considerada uma das melhores fotógrafas, requisitada por muitas pessoas famosas. Geri em seu trabalho se transformava numa pessoa sensível e persuasiva, que sabia arrancar das modelos a expressão certa, as poses de acordo com o que a modelo tinha que transmitir nas roupas e maquiagem. Ela colocava uma música adequada para cada emoção que queria que o rosto retratado mostrasse, criando um clima que se refletia em cada foto.

E o resultado, quando viu o book, a surpreendeu. Aquela mulher linda e misteriosa era la? Aquela femme fatale, aquela loura de sorriso ingênuo, aquela loura de rosto angelical? Aquela garota moderna e descontraída, em roupas esportivas?

Nas fotos ela estava genial, mas pessoalmente, conseguiria impressionar Lorraine Meltson?
 
Dez minutos depois, a recepcionista atendeu o interfone que tocou e ergueu-se, olhando para Jade e abrindo uma porta de mogno, sem nenhuma placa indicativa.


-Senhorita Jade Norton, pode entrar.

Jade se ergueu, encaminhando-se para a porta com o book na mão. Jogou os ombros para trás e ergueu o queixo, procurando mostrar-se confiante, não deixando transparecer sua insegurança. Passou pela moça, entrando na sala e parou, olhando.

Lorraine Meltson estava recostada numa cadeira executiva de couro, atrás de uma mesa imensa de mogno, com uma caneta na mão. Ela a olhou atenta, dos pés à cabeça, com um olhar especulativo. Jade também a olhou.

Lorraine era loura platinada, com os cabelos curtíssimos eriçados e lisos, dona de belos olhos azuis em um rosto de traços regulares. Tinha o nariz um pouco comprido, mas isso só a fazia mais charmosa. Vestida em uma blusa de linho creme sem mangas e decote discreto, mostrava simplicidade e elegância.

Ela se ergueu e sorriu, estendendo a mão. Era muito alta, como uma modelo.

-Jade, muito prazer. Sou Lorraine Meltson, mas gosto que me chamem de Lori, apenas.

Jade se aproximou e apertou a mão dela, sentindo um aperto firme.

-O prazer é todo meu, Lori - respondeu, retribuindo o sorriso.

-Sente-se, Jade. Vamos conversar - Disse Lori, indicando a poltrona diante da mesa e tornando a se sentar.

Jade sentou, cruzando as pernas com elegância. Geria a havia instruído como se sentar e cruzar as pernas elegantemente. Colocou o book sobre a mesa, dizendo:

-Eis o meu book. Geri o fez em tempo recorde.
 
Lori a fitou com curiosidade.


-Como conheceu Geri, Jade? Estou curiosa porque ela atualmente só sai de casa à negócio. E é difícil ela fazer novas amizades.

Jade hesitou. Devia falar a verdade? Lori era amiga de Geri e conhecia a vida íntima dela, mas aceitaria dar uma chance à uma garota de programa?

Lori percebeu sua hesitação e disse com convicção:

-Não quero devassar sua vida, mas tem duas coisas que não admito em minhas garotas: mentira e desonestidade. Se for honesta comigo, terá um importante ponto a seu favor. Eu fiz uma pergunta simples, e espero que me responda.

Jade a encarou e decidiu dizer a verdade. Se Lori a aceitasse como era, não teria nada a temer depois. A pior opção seria mentir e depois ficar com medo dela descobrir a verdade.

-Lori - começou - Vou contar a verdade do meu conhecimento com Geri porque você é amiga dela e deve conhecer a vida dela bem. Mas antes, peço que me prometa que nada do que eu disser vai sair daqui.

Lori a fitou séria e gravemente.

-Prometo, pode falar. Gosto muito de Geri e jamais iria comentar a vida dela ou de uma amiga dela com allguém.

Jade contou então como havia conhecido Geri, qual era o tipo de vida que agora levava, e sua vontade de mudar o modo de ganhar a vida. Só omitiu os detalhes de como Geri se comportava com uma mulher, seu sentimento por ela e suas discussões.
 
Lori a ouviu atenta, sem nenhum comentário. Quando Jade calou-se, ela falou com voz suave:


-Agradeço a confiança. Você foi honesta e gosto disso. Se não tivesse contado a verdade, eu logo descobriria o que faz. Mas não sou preconceituosa, para condenar o que faz para sobreviver. Duas perguntas importantes: Já esteve presa? Usa drogas?

-Não para as duas respostas.

Lori suspirou aliviada.

-Vou confiar no que diz. Não trabalho com pessoas que fazem coisas ilegais porque isso se reflete na imagem delas. E uma boa imagem é essencial no trabalho de uma modelo. Bem, você está há pouco tempo nessa atividade de garota de programa, e quer sair disso. Para ser uma modelo dessa agência, terá de sair imediatamente do meio em que vive. Novo trabalho, nova moradia, novas amizades. Eu estou fazendo essa concessão porque Geri a recomendou, e acho que Geri não exagerou, vejo em você boas chances de ser uma modelo fotográfica, ou para fazer campanhas de produtos na tv e revistas. Você tem realmente um rosto angelical e isso vende produtos.

Jade a fitou animada e agradecida.

-Farei tudo que for preciso para ter essa oportunidade, Lori.

Lori sorriu maliciosamente.

-Olha que posso cobrar essas palavras, Jade...bem, vou agora ver seu book.

Lori pegou o book e o abriu. A primeira foto de Jade a impressionou. Ela estava deslumbrante! Com um vestido negro sem alças, descendo até os pés, recostada numa porta, olhando para a câmera com um sorriso sensual, oa cabelos esvoaçantes.
Lori sabia bem que muitas mulheres lindas perdiam seu encanto e beleza numa foto. E outras nem tão lindas numa foto ficavam fantásticas. Isso se chamava fotogenia, a


principal qualidade exigida de uma modelo fotográfica. E Jade tinha essa qualidade, além de ser uma bonita mulher pessoalmente.

Olhou as outras fotos sem demonstrar no rosto o que achava. mas agora já tinha certeza que Jade tinha chances de ter uma bela carreira pela frente. Jade era uma camaleoa: numa foto, era uma mulher extremamente sensual. Na outra, era uma garota romântica, com olhar sonhador, em um vestido de festa. E em outra, uma garota moderna, descontraída, em jeans e camiseta. Viu as quinze fotos sem pressa e depois fechou o book, fitando Jade, que a olhava expectante. Sorriu para ela.

-Com essas fotos já está aprovada como modelo fotográfico, Jade. Agora vai fazer um teste para ver se pode ser aproveitada em comerciais para tv. Você vai ler um script e depois encená-lo.

Lori pegou o interfone e apertou um botão. Alguém atendeu e ela ordenou:

-Weber, vou enviar uma nova modelo para você fazer um teste . Faça o da Levis. Depois que ela fizer, traga a gravação para eu ver.

Desligou e fitou Jade, que a fitava com os olhos brilhando de excitação.

-Falei com o diretor de comerciais. Ele vai orientá-la como fazer o teste. Depois venha com ele de volta.

-Obrigada, Lori...muito obrigada!
Lori sorriu para ela, piscando o olho.


-Não agradeça, tudo é mérito seu. Vai ter que trabalhar duro para ser uma boa modelo e vou exigir muito de você.

-Tudo bem, não me importo de trabalhar duro, porque valerá à pena!

A porta da sala abriu e entrou um homem alto e magro, de cabelos louros longos amarrados em um rabo de cavalo. Ele fitou Jade atento.

-É ela que vai fazer o teste, Lori?

-Sim. Depois que ela acabar, venha falar comigo.

Ele sorriu e fez um sinal para Jade segui-lo.

-Vamos, lourinha. Não temos tempo a perder.

Jade olhou para Lori, que sorriu para ela.

-Vá, Jade. Depois voltaremos a nos falar.

Jade seguiu Weber até uma sala de gravação. Ele a fez sentar numa cadeira e lhe estendeu duas folhas de papel com um texto.

-Você vai decorar essse texto e depois vai gravá-lo. Esse será seu teste, se sair-se bem, vai ser aprovada para fazer comerciais também.Tem meia hora para decorar.

Jade se sentou e leu o texto. Era um comercial de champu e ela achou fácil. Meia hora depois ela foi chamada para gravar a cena. Ela respirou fundo para acalmar seu nervosismo. E então, em um assomo de coragem, começou a gravação da cena, orientada pelo diretor.
Quinze gravações depois, Weber finalmente se deu por satisfeito e mandou o assistente editar a gravação e mandou Jade esperar na sala de espera de Lori.


Jade estava nervosíssima pela repetição das gravações. Ela não sabia que isso era comum na gravação de um comercial, então pensou que repetiam por culpa sua, que não estava fazendo a cena corretamente.

Quando foi chamada à sala de Lori novamente, entrou tremendo de nervosismo.

Lori estava sentada na beira de sua mesa, fitando-a de braços cruzados. Weber estava sentado em uma poltrona e se ergueu, olhando-a sorrindo.

-Oi, lourinha... já fiz minha parte e já dei minha opinião à Lori, sobre você. Agora, é com ela.

E dizendo isso, ele passou por ela e saiu, fechando a porta. Jade fitou Lori com um olhar suplicante.

-Por favor, Lori, não me deixe mais nesse suspense, por favor! Fui aprovada?

-Jade, sua gravação do comercial foi muito boa, está aprovada! Vai assinar um contrato de exclusividade com minha agência e breve terá trabalho para fazer. Aconselho-a a sair da casa de madame Lilith o quanto antes. Não pode continuar naquele bordel, sendo uma contratada minha.

Jade a fitou apreensiva.

-Não possuo muito dinheiro para alugar um apartamento ou ir para um hotel por mais que dois dias, Lori. Não pode esperar eu ganhar algum dinheiro trabalhando?

-Absolutamente, não. Se não tem dinheiro suficiente, eu lhe empresto dois mil dólares para pagar um quarto de hotel por uns quinze dias, está bem assim?
 
Jade fitou Lori cheia de gratidão.


-Eu aceito a ajuda, Lori, e fico profundamente grata. Vou pagar a você logo que começar a ganhar algum dinheiro. Tenho mil dólares guardados, basta emprestar-me a metade do que falou.

-Jade, isso é um adiantamento do que vai ganhar. Uma garota de comercial ganha muito bem. Não se preocupe, estou fazendo um investimento em você, que vai fazer-me ganhar muito dinheiro também. Sabe que tenho um percentual de tudo que ganhar, Jade.

-Eu sei, madame Lilith também cobra isso de todas suas...

Lori ergueu a mão, interrompendo-a.

-Hey, não me compare com madame Lilith! Eu a conheço! Ela é uma exploradora de mulheres, e ganha dinheiro sujo! O meu negócio é legal, pago impostos, não exploro as garotas, elas ganham o valor justo pelo seu trabalho, que não tem nada a ver com sexo. Eu sou uma empresária respeitada, não uma cafetina que explora mulheres!

-Oh!...Claro, não a estava comparando com ela... desculpe-me... - Disse Jade, confundida.

-Bem, Jade, isso esclarecido, vamos em frente. Leia o contrato e assine. Preencha a ficha de informações pessoais e deixe o número de seu telefone e e-mail para contato. Esse é o dado mais importante, para você poder ser localizada logo para um trabalho.

-Eu não tenho computador, só posso deixar meu número do celular.

-Providencie um notebook o quanto antes. Uma garota moderna e nessa profissão, tem que ter e-mail ou não existe!
Jade saiu da agência eufórica. Estava livre de madame Lilith, de uma atividade da qual se envergonhava, para ganhar a vida! Geria agora a respeitaria, não a olharia como uma mulher inferior, de vida reprovável!


Ligou para ela, entusiasmada. geri atendeu no terceiro toque.

-Alô.

-Geri, sou eu, Jade! Consegui ser aceita na agência de Lori, ela aprovou-me!

A voz de Geri chegou calma e fria:

-Eu sabia que você ia conseguir. Parabéns.

A euforia de Jade evaporou-se. Geri não se mostrava nem um pouco alegre com a notícia! Magoada, falou hesitante:

-Não está feliz por mim?Afinal... foi com suas fotos e o seu conhecimento que consegui isso. Estou muito grata a você, Geri....

-Eu apenas dei um empurrão na sua sorte. Mas o resto foi mérito só seu. E agora estamos quites. Eu paguei à você os insultos que lhe fiz, você vai ter uma nova vida e não lhe devo nada mais, ok?

Jade sentiu como se tivesse recebido um balde de água gelada no corpo. As palavras frias de Geri feriam seu coração bobo.

-Por que está sendo tão fria comigo, Geri

-Não estou sendo fria, mas realista. Já fiz o que podia por você. O que quer mais de mim?

Jade desligou o telefone, tomada por intensa raiva.

-Você vai se arrepender de tratar-me assim, Geri... - Disse, entredentes - Você ainda vai rastejar nos meus pés, eu juro!
Geri desligou o telefone com um ar de culpa. Sabia que havia magoado Jade profundamente, mas havia sido preciso fazer aquilo. Jade estava invadindo sua vida demais, se não cortasse logo aquela relação, iria acabar se envolvendo com ela e não queria isso, não queria envolver-se com mais ninguém!


Depois que havia perdido Chelsea, havia tomado a decisão de não se envolver com mais ninguém. O amor delas havia sido tão lindo, tão perfeito! E acabara tragicamente, quase a fazendo enlouquecer de dor. E um medo irracional, neurótico, se instalara em sua mente. O medo de amar novamente e tornar a perder a pessoa amada. Não aguentaria passar por outro sofrimento igual ao que tivera. E para preservar-se disso, instintivamente bloqueava seus sentimentos com uma fixação à um amor do passado, alimentando-se de lembranças. Sua vida profissional continuava, mas sua vida sentimental estava estacionada em um quarto cheio de lembranças de Chelsea.

E Jade representava uma ameaça à essa devoção à Chelsea, ao seu culto ao amor perdido. Tinha que evitá-la.

Pensou no rosto de Jade, no seu corpo curvilíneo, se despindo no strip-tease. Ela era linda. Quando a vira, a havia desejado intensamente. Havia sido duro não agarrá-la, quando a vira dançandonua, e não beijá-la com todo o desejo que sentira. Havia se dominado à custo.por que se cedesse ao seu desejo, poderia se apaixonar. A regra que seguia era de não tocar na mulher, o que a resguardava de uma paixão. E isso sempre dera certo.
Então, por que lembrava de Jade nas suas noites solitárias, levando-a a se masturbar pensando nela dançando? Por que se emocionava com o sorriso e o olhar dela? Por que desejava que Jade fosse feliz, se entre elas tudo naõ passava de visitas profissionais de uma garota de programa?


Jade havia declarado que estava apaixonada por ela, mas não havia acreditado. Ela queria conquistá-la por causa do seu dinheiro, para levar uma boa vida. Só Chelsea merecera seu amor. Ela sim, a amara de verdade.

Foi até o espelho do quarto e se olhou, passando a mão no rosto. Ainda era uma mulher atraente. Ainda podia despertar paixão em alguém.

Interrompeu seus pensamentos com raiva de si própria e foi para o quarto com as lembranças de Chelsea. Trancou-se lá dentro e falou baixinho:

-Chelsea... não quero traí-la... perdoe-me por estar atraída por aquela mulher... ajude-me... ajude-me a ser forte e resistir, fiel à sua memória, ao seu amor...

Fechou os olhos, lembrando de como havia conhecido Chelsea. Lembrava ainda tudo com detalhes, como se tudo havia acontecido ontem. Lembrava cada palavra, cada olhar.
Naquela última noite do ano, Geri só queria divertir-se. E a noite prometia isso. Era uma das convidadas da festa de Whitney, uma amiga que promovia a festa em sua mansão em Hollywood.


Geri estava só, sem nenhuma companhia. Havia terminado um "affair" passageiro com uma atriz e estava à procura de uma nova conquista, pelo menos para terminar o ano em agradável companhia.

Ela chegou à festa às dez da noite, muito elegante em seu terninho Armani negro, e foi recebida pela anfitriã já um pouco "alta" pelo champanhe que rolava à vontade, servido por garçons.

-Geri!está linda!-Disse Whitney, abraçando-a sorridente - Se eu não fosse comprometida, iria passar o novo ano em uma cama com você!

Geri riu, segurando nas mãos dela.

-Cuidado, posso levar a cantada à sério e Frank não iria gostar nada!

-Ah, com você ele não iria ligar... - Riu Whitney - Você veio sozinha! Deve estar louca para arranjar companhia, não?

-Bem, seria o ideal.Mas mesmo sozinha, sei que vou divertir-me bastante, seus amigos são muito divertidos.

Whitney a puxou para perto, falando baixinho:

-Tem uma mulher que está louca para conhecê-la. Chama-se Millie Parson e é dançarina de uma peça que vai estrear na Brodway.

-É mesmo? Bem, se ela for interessante...

-Venha, vou apresentá-la à você. Ela é uma mulher bonita, Geri. Se não fosse, eu não falaria nada à você, pois sei que é exigente em mulher.
Os convidados se espalhavam pelo salão e o deck da piscina, conversando, bebendo e dançando. Os homens em smooking, as mulheres em criações de costureiros famosos. Geri seguiu Whitney, parando em intervalos, cumprimentando pessoas que conhecia. Ali havia atores e atrizes conhecidos, cantores, dançarinos e naturalmente, ilustres desconhecidos que acompanhavam as celebridades, ávidos por uma chance no show business.


Whitney a conduziu até um grupo que conversava em um canto, bebendo. Eram dois homens e três mulheres, mas Geri só teve olhos para a loura alta que sorria de um comentário que um dos homens fazia.

Geri ficou encantada. A loura era bem alta, de olhos azuis e uma boca de lábios carnudos e sensuais. Ela tinha um sorriso luminoso, mostrando dentes perfeitos e brancos, os cabelos em ondas duradas jogado para trás, emoldurando um rosto perfeito. O corpo esguio estava realçado em um vestido longo, azul escuro, com decote discreto.

-Pessoal, apresento-lhes Geri Gleese, a fotógrafa das estrelas! - Anunciou Whitney, sorridente - Geri, esses amigos meus são Mathew Diamond e sua noiva Chelsea Plate, Rick Perkins e sua esposa Diane Weston, e Millie Parson.

Whitney indicou com a mão os apresentados. E Geri teve a decepção de saber que a loura era Chelsea Plate, noiva de Mathew Diamond. Geri fez um grande esforço para esconder isso, sorrindo e apertando a mão de todos.

O olhar de Chelsea mergulhou no seu e quando ela apertou sua mão, Geri sentiu como que uma corrente elétrica a tivesse atravessado.

-Muito prazer Geri - disse ela, sorrindo e retirando a mão da sua.
Geri mal pôde responder, fascinada com aquele olhar. Cumprimentou a cada um com um sorriso e aperto de mão. Millie foi a última e segurou sua mão mais tempo que devia, com um sorriso sedutor. Ela era uma ruiva atraente, mas se eclipsava perto de Chelsea.


-Geri, estamos sobrando nesse grupo - Disse Millie sorrindo - vamos andar por aí e deixar os dois casais namorar em paz? Também precisamos arranjar companhia.

Geri a fitou sem ação e Millie aproveitou para arrastá-la até um sofá. Ela pegou duas taças na bandeja do garçon que passava e entregou uma a Geri, sentando-se ao lado dela.

Geri a fitou com um olhar irônico, recuperando sua calma.

-Você age com uma rapidez fulminante, Millie.Nem deu tempo de eu trocar meia dúzia de palavras com as pessoas a quem fui apresentada.

Millie sorriu com astúcia.

-Não sou boba, querida. Depois que percebi como olhou para Chelsea, a melhor coisa a fazer era afastá-la dali o mais depressa possível. Você só iria perder seu tempo e arranjar confusão. Chelsea e Mathew são noivos e se amam. Vão se casar dentro de dois meses, só estão esperando o filme que Mathew está fazendo terminar, para terem uma lua-de-mel sem problemas.

Geri já conhecia Mathew Diamond por revistas. Era um novo ator que despontava em Hollywood. Ainda estava começando sua carreira, mas Geri sentiu inveja dele por ter o amor de Chelsea.
Mas como tinha que disfarçar o seu interesse, Geri contestou:


-Você está enganada. Chelsea é muito bonita e chamou minha atenção. Mas só isso.

Millie sorriu, fitando-a nos olhos sem esconder seu desejo.

-Você me atrai muito, Geri. Desejo-a desde que a vi numa festa na casa de Lori. Mas você estava acompanhada e não pude aproximar-me.

-É mesmo? Em qual festa? Lori adora receber e dá muitas festas.

-A festa de aniversário da namorada dela, há três meses atrás. Você estava com uma atriz do seriado ER.

-Ah, lembrei! - Riu Geri - Já terminei com ela há mais de um mês! Nosso "affair" durou dois meses, entre brigas e reconciliações!Ela era muito ciumenta!

-Você é uma conquistadora, Geri. Deve ter dado muita dor de cabeça à ela.

Geri a fitou com cinismo proposital. Millie a estava irritando.Queria ficar só, para poder admirar Chelsea mesmo de longe. Millie não a atraía nem um pouco, sua mente se fixara em desejar Chelsea.

-Sou, e não gosto de me prender a ninguém.

-Oh... então, as mulheres em sua vida são só para se divertir?

-Não é melhor assim? Não engano ninguém com falsas promessas. Quando a paixão acaba, ninguém se machuca. É só dizer adeus e partir para outra experiência.

-Você é um perigo, Geri! - Riu Millie - Mas se topar, eu me arrisco a ter uma aventura com você. Quero ter você de qualquer jeito, nem que seja por uma noite.

-Por que quer ter-me, Millie?

-Por que me disseram que você é o máximo numa cama. Quero provar isso.
Geri bebeu o champanhe e pousou a taça na mesinha ao lado.Olhou para Millie sorrindo e se ergueu.


-Preciso ir ao banheiro. Mais tarde voltarei a falar com você. Também quero conversar com uns amigos que chegaram. Até mais tarde, Millie.

-Está bem. Pouco antes de meia noite nos encontraremos para comemorar o ano novo. E se depois quiser ir terminar a noite em minha casa, o convite está feito.

-Ok - Disse Geri sorrindo e se afastando. Entar o ano novo com Millie Parson? Nem pensar! Seu olhar circulou pelo salão, à procura de Chelsea. Lá estava ela com os amigos e o noivo, também olhando em volta como que procurando alguém. Ela a viu e o olhar se paralizou no seu, parando a busca.

Geri emocionou-se. Será que Chelsea estava sentindo o mesmo que ela? Aquela ansiedade de vê-la, ouvir sua voz, estar perto?

O noivo de Chelsea a abraçou pela cintura e a puxou contra ele, dizendo algo no ouvido dela. Chelsea riu, desviando o olhar para ele. Geri virou o rosto, não querendo ver mais a cena, com um ciúme absurdo de ver Chelsea abraçada ao ator. Saiu do salão, dirigindo-se para o banheiro discretamente atrás da escadaria que levava ao segundo pavimento. Entrou e olhou-se no espelho. Seu olhar parecia de alguém que estava angustiada.

-Diabos!- Resmungou - Estou louca por Chelsea!Uma mulher comprometida!
Geri lavou as mãos e saiu, procurando não ficar perto de Millie ou do grupo onde Chelsea estava. Encontrou um grupo de amigos e começou a conversar, ouvindo-os falar de suas atividades. Em Hollywood só se fala em dinheiro para produções, renda de bilheteria e da vida das celebridades. Isso enfastiou Geri, mas não podia evitar ouvir.


Perto de meia-noite, as pessoas se reuniram para comemorar. Começou a contagem regressiva e a banda que tocava parou, só gritando os segundos:

-Sete!Seis!Cinco!Quatro!Três!Dois!Feliz ano novo!!!!

Uma explosão de gritos, fogos de artifício, da banda tocando, pessoas se abraçando e beijando, numa alegria barulhenta, começou.

O olhar de Geri procurou por Chelsea, sem poder conter-se. E a viu fitando-a, por cima do ombro do noivo, que a abraçava. Seus olhares se encontraram por um instante, mas logo foi interrompido quando o noivo de Chelsea pegou o rosto dela entre as mãos e a beijou. Geri virou o rosto, sem querer ver mais a cena. E quando viu Millie se aproximando dela com os braços estendidos para abraçá-la, em um impulso incontido se voltou e se afastou, se dirigindo para a saída. Na gritaria da comemoração, ninguém prestou atenção em sua saída intempestiva. Pegou seu carro no jardim da mansão e foi embora para casa.

Somente quando chegou em casa pensou no que havia feito. Que idiota! Havia ficado transtornada de ciúme e estragara seu final de ano por causa de uma mulher que não era sua e nem seria!
E ainda ofendera a dona da festa, saindo sem se despedir e a cumprimentar, recusara uma mulher bonita como Millie para ter um final de noite excitante, a troco de nada!


Com raiva de si mesma, tomou um porre de uísque e acabou dormindo no sofá do living, onde estava.

No dia seguinte, acordou depois das duas da tarde. Olhou em volta com ar sonolento e foi tomar um copo de leite para acalmar seu estômago e depois um banho de ducha, para acabar de despertar. Depois do banho, pensou no que fazer. Tinha um convite para almoçar na casa de um amigo gay, que estava oferecendo um almoço aos amigos, mas não estava com a mínima vontade de ir.

O telefone tocou. Olhou-o indecisa se atendia ou não. A curiosidade venceu e atendeu com voz desanimada:

-Alô.

-Gostaria de falar com Geri Gleese - uma voz feminina falou.

-Sou eu. Com quem estou falando?

-Chelsea Plate, lembra-se de mim? Fomos apresentadas ontem, na festa de Whitney.

Geri sentiu seu coração começar a bater mais forte. Chelsea! À custo dominou sua exaltação e respondeu com voz controlada:

-Lembro, sim. Você é uma loura, noiva de Matew Diamond.

-Ex noiva, Geri, permita-me tratá-la assim.Eu e Matew terminamos o nosso noivado.

A surpresa de Geri aumentou.

-Mas...vocês estavam tão bem na festa! Aconteceu algo?

-É uma longa estória, Geri...

-Desculpe-me, não quis ser indiscreta. Você mal conhece-me. Como conseguiu meu telefone?
Whitney deu-me, eu pedi. Queria muito falar com você. Sou diretora de uma empresa de publicidade, e sei que você é uma excelente fotógrafa, que trabalha freelancer. Eu queria saber se você poderia fotografar uma campanha de lançamento de um perfume.


Geri achou aquilo estranho. Toda agência de publicidade possuía seus próprios fotógrafos contratados e ela não era especializada em campanhas publicitárias. Mas se Chelsea estava oferecendo essa oportunidade de se verem, ia agarrar essa chance com unhas e dentes.

-Podemos falar sobre isso pessoalmente, Chelsea. Tem compromisso para hoje?

-Nenhum, estou livre.

-Quer então almoçar comigo? Poderemos falar sobre sua proposta.

-Sim, onde?

-No Spago, às três horas, está bem?

-Perfeito! Quem chegar antes, espera a outra.

-Ok. Até lá então, Chelsea.

-Até lá. Não demore.

Geri desligou e deu um soco no ar, gritando:

-Hohoooooooo!!!!

Correu para o closet e começou a escolher a roupa que vestiria, tremendo de excitação. Ia encontrar-se com Chelsea! Ela havia telefonado! E havia terminado com o noivo! Que maravilhoso início de ano!
Geri vestiu-se com apuro e foi ansiosa ao encontro. Ao chegar, deu seu nome ao maitre, que a conduziu à uma mesa em um canto discreto, onde Chelsea a esperava. Aproximou-se olhando-a fascinada. Chelsea estava mais linda ainda com uma blusa de seda estampada e os cabelos soltos. Usava apenas baton como maquiagem, o que a tornava com aparência bem mais jovem.


Ela sorriu vendo-a aproximar-se e quando Geri parou diante da mesa, mal pôde falar:

-Olá, Chelsea.

-Olá...você é pontual. Sente-se, Geri...

Um garçon veio e puxou a cadeira para Geri, que sentou olhando para Geri nos olhos.

-Bem, aqui estou - disse sorrindo- Acho que somos as únicas pessoas em Hollywood que depois de um final de ano, estão se encontrando para falar de negócios.

Chelsea enrubesceu e sorriu, meio embaraçada.

-Podemos falar de outras coisas, se quiser. Vai beber o que?

Geri olhou para o garçon, que esperava.

-Uma água Evian, por favor.

Chelsea a fitou sorrindo.

-Água mineral? Não prefere um champanhe?

-Não, hoje não. Bebi muito a noite que passou.

Ela a fitou surpresa.

-Bebeu muito? Mas demorou tão pouco na festa! Saiu logo depois da meia-noite, como Cinderela!

Geri a fitou sorrindo.

-Reparou a hora que saí? Estava prestando atenção em mim?
Chelsea a fitou com um olhar indeciso. Demorou uns instantes para responder,mas a resposta foi surpreendente e emocionante:


-Desde que eu a vi na festa, não parei de prestar atenção em você. Mesmo não demonstrando.

Geri sentiu o coração disparar. Seus olhos se fixaram em Chelsea com uma chama de paixão.

-Chelsea...eu também não deixei de prestar atenção em você, desde que a vi. E isso deixou-me transtornada.

O garçon chegou com a água mineral e a serviu. Encheu a taça de Chelsea novamente com champanhe, e se retirou, deixando os cardápios sobre a mesa. Chelsea ergueu a taça, brindando:

-À nós, Geri.

Geri ergueu seu copo, fitando-a nos olhos.

-À nós. Um novo ano está iniciando. Espero que esse seja o primeiro de muitos anos que brindaremos juntas.

Chelsea sorriu e bebeu um gole de champanhe. Fitou Geri, cismativa.

-É surpreendente o que está acontecendo comigo. Até ontem, achava que amava Matew e estava com o firme propósito de casar-me com ele. Então, de repente, tudo mudou.

-O que aconteceu exatamente, Chelsea? Brigaram?
-Sim, brigamos. E sabe por que? Porque eu vi na festa uma pessoa que revolucionou meus sentimentos. Uma pessoa que fascinou-me tanto que eu preferia estar com ela, que com meu noivo. Eu sentí-me irritada, porque tinha que ficar com meu noivo, ao invés de estar conversando com essa pessoa, ouvindo sua voz, olhando para os olhos que me atraíam como se estivesse sob um encanto. Cheguei a sentir raiva de Mathew, por impedir-me de estar com quem queria. E sabe quem era essa pessoa? Você.


Parecia tão natural, ouvindo-a declarar aquilo tudo. Seus olhos não se desviavam e Geri estendeu a mão e a pousou sobre a de Chelsea, apertando-a suavemente.

-Oh, Chelsea...não foi somente você quem sentiu isso...eu fiquei procurando-a com o olhar, fascinada, encantada.Mas cada vez que a olhava, seu noivo estava agarrado à você. E eu sentia tanto ciúme com isso, que quando vi vocês se beijando comemorando o ano novo, não suportei mais e fui embora para casa. Estraguei minha noite de fim de ano, mas não conseguiria divertir-me vendo você sendo abraçada por seu noivo.

Chelsea sorriu.

-Não é uma coisa louca? Mal fomos apresentadas, e ficamos assim... Mathew notou minha transformação e começou a questionar-me. Eu me irritei e quis ir embora. Ele puxou-me pelo braço, dizendo que eu não podia fazer isso com ele, que eu pertencia à ele. Então, eu tirei o anel de noivado do dedo e o devolvi à ele, dizendo que nosso compromisso estava desfeito. Ele nem reagiu, estupefato. Vê o que você fez-me fazer? Você enlouqueceu-me, Geri.
Geri apertou a mão de Chelsea, emocionada.


Chelsea...você acredita em amor à primeira vista?

-Eu não acreditava... até ontem.

-Eu sempre fui muito racional, Chelsea. Se tivessem me perguntado o que perguntei à você agora uns dois dias atrás, iria rir. Mas agora...sou forçada a rever meus conceitos. Eu posso dizer que estou muito apaixonada por você, Chelsea.

-Eu estou muito insegura, Geri... soube de sua fama de conquistadora. Conversei com Whitney muito sobre você, ontem.

-Whitney disse isso de mim? Que boa amiga tenho!

-Whitney gosta muito de mim, eu a conheço há anos. Quando contei à ela que havia terminado com Mathew e pedi seu telefone, ela fez-me uma série de advertências. Disse que sou louca, por terminar com Mathew para ir atrás de uma aventura. Pois que seja uma aventura, Geri. Mesmo assim, eu a quero, porque não posso controlar o que estou sentindo - Declarou, fitando Geri apaixonadamente.

-Chelsea, Whitney não mentiu, eu sou mesmo uma conquistadora. Eu usava as mulheres para meu prazer, até enjoar delas. Mas eu nunca senti por alguém o que sinto por você. E posso afirmar que com você será diferente. Porque eu estou amando, e isso nunca antes senti por qualquer pessoa. Parece loucura, mas olhando para você, tenho certeza que é o grande amor que eu esperava acontecer em minha vida.
Chelsea olhou em volta. Um casal as olhava curiosos. Enrubesceu e fitou Geri com um sorriso envergonhado.


-Acho que estamos dando um show. Vamos embora? Não estou com muita fome para jantar.

-Vamos. Quer ir para minha casa? Lá conversaremos sem platéia e depois poderemos jantar. Tenho bastante comida pronta no freezer, é só esquentar no microondas.

-Aceito esse convite irrecusável - sorriu Chelsea.

Geri chamou o garçon e pagou a conta, saindo em seguida com Chelsea. Elas duas tinham vindo de carro e tiveram que ir para a casa de Geri separadas, cada uma em seu carro, com Chelsea acompanhando o carro de Geri.

Quinze minutos depois estacionaram diante da mansão de Geri, saltaram e se olharam embevecidas. Geri a tomou pela mão e a conduziu direto para seu quarto. Chelsea olhou em volta, sorrindo divertida.

-Você é sempre direta assim?

Geri a fitou sem entender.

-Direta, como?

-Sempre traz as suas conquistas direto para seu quarto?

Geri enrubesceu, percebendo a pretensão da sua atitude.

-Oh! Desculpe-me, Chelsea! Eu não devia ter feito isso, é o hábito... isto é...

Chelsea riu de seu embaraço.

-Não precisa ficar embaraçada, Geri! Eu entendo...você não gosta de perder tempo.
-Sei que achou que agi pelo hábito, mas não entendeu que para mim, você é completamente diferente das outras. Dessa vez, eu agi pela ansiedade de estar com você sem ninguém por perto, para poder dizer o quanto estou apaixonada sem testemunhas.


Chelsea jogou-se em seus braços, abraçando-a. E suas bocas se encontraram em um beijo ardente, profundo, cheio de emoção. Ficaram assim vários minutos, abraçadas, trocando carinhos, os beijos cada vez mais quentes. E as mãos de Geri começaram a despí-la com ansiedade, mas cheias de carícias.

Chelsea nua! Que visão linda! O corpo perfeito, alto, de curvas harmoniosas. Geri beijou-o todo, arrancando gemidos dos lábios sensuais da loura, e quando também se despiu e juntou seu corpo ao dela, tudo pareceu parar, a não ser o ato que fazia seus corações pulsarem apaixonados.

Os gestos de Chelsea, seu rosto com a expressão do prazer, os movimentos do corpo, o cheiro, as frases ardentes, tudo ficou em sua mente para sempre, alimentando aquele amor intenso, maravilhoso!



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Geri abriu os olhos. Oh, como era triste a realidade! Sua vida sem Chelsea era tão vazia!Deus, até quando sofreria pela perda da mulher que amara tanto e que também a havia amado com total entrega?
-Corta!


A voz do diretor encerrou a cena final do comercial da calça Levis. Jade suspirou e olhou para o homem alto e magro, que se ergueu da cadeira e sorriu para ela. Havia repetido a cena mais de dez vezes. Mas agora Jade sabia que isso era normal na filmagem de um comercial. Cada cena era repetida exaustivamente, até o diretor se dar por satisfeito. Geralmente, um comercial de quinze segundos na tv gastava em sua feitura semanas, desde a criação, o storyboard, a filmagem e a edição.

Bill Fendine, o diretor, falou se espreguiçando:

-Finalmente a filmagem acabou. Parabéns, Jade. Esteve perfeita!Está liberada.

Jade suspirou e pegou a garrafa de água que sua assistente lhe deu e tomou vários goles.Jennie a avisou:

-Lorraine Meltson deixou recado para você passar na sala dela, quando fosse liberada.

Jade sorriu para a assistente.

-Primeiro vou tomar um banho rápido e trocar de roupa.

-Precisa de ajuda, Jade? - Perguntou a moça.

-Não, Jennie, pode ir, obrigada.

Jennie se despediu e se foi.

Jade foi para o camarin. Estava cansada, mas feliz. Havia tido muita sorte. A marca de roupa famosa a havia contratado com exclusividade para a campanha do lançamento da nova coleção de calças jeans. A campanha incluía três comerciais para tv, três outdoors e cinco anúncios em revistas . A campanha pagava tão bem que já fizera sua independência financeira. Comprara um bom apartamento, um carro e estava com uma boa conta bancária para poder ficar uns cinco anos sem trabalhar. O público jovem agora a conhecia como "a garota da calça Jeans", resultado da excelente repercussão do comercial que já havia sido lançado na mídia.
Jade tomou um banho rápido no banheiro do camarin e vestiu suas próprias roupas. Agora, pelo contrato com a marca que tinha contrato, tinha que andar com a calça que promovia em aparições públicas, com excessão em festas onde o traje fosse formal, claro. Ela se sentia bem nos jeans confortáveis e não ligava para a imposição. Sempre os usava com camisetas curtas e justas no corpo, mostrando a cintura e parte do abdômen bem delineado. Seu corpo curvilíneo era valorizado nessa roupa.


Olhou-se no espelho, gostando do que via. Era agora o protótipo da garota moderna. Seu cabelo estava cortado em mechas desfiadas e uma franja, fazendo-a parecer bem mais jovem que era . Eles estavam um pouco mais claros, bem de acordo com seus olhos verdes. Usava uma maquiagem bem leve, apenas um brilho nos lábios e um realce nos olhos com delineador.

Satisfeita com sua imagem, pegou sua bolsa Vuitton e foi ao encontro de Lori. Elas além da ligação profissional, haviam se tornado boas amigas. Lori era uma mulher de bom coração e achava Jade uma pessoa desprotegida, com um duro passado. Dizia brincando que a adotara como sua segunda filha.

Segunda porque tinha uma filha. Havia se casado bem jovem com um colega de faculdade porque ficara grávida. O casamento durou até se apaixonar por uma colega e descobrir que era gay.

Jade saiu do estúdio e foi para o escritório de Lori. Chegou lá e a recepcionista lhe sorriu polidamente. Agora ela era uma amiga de Lori também, e tinha seus previlégios.
-Boa tarde, Lillian - Disse Jade, passando por ela e abrindo a porta. Entrou e viu Lori vendo tv, recostada na sua cadeira diretor. O gabinete de Lori tinha todos os confortos para uma executiva. Bem decorado, uma bela vista da cidade, frigobar, tv de plasma, banheiro com ducha, e um enorme sofá para ela descansar.


Lori voltou o rosto ao vê-la entrar e sorriu, com um copo uísque na mão.

-Olá, garota, já soube que terminou a filmagem do comercial! Parabéns, Bill disse que as imagens estão fantásticas!

-Não foi ver com Bill?

-Vou ver amanhã. Estou cansada de trabalho, por hoje. E quero convidar você para jantar lá em casa.

-Hummm...alguma comemoração especial?

-Jill chegou hoje de Paris e disse que quer conhecê-la. Ela viu seu comercial na tv e achou você o máximo. Já lhe falei, minha filha segue os mesmos gostos sexuais que eu.

-Jill chegou? - Sorriu Jade - Finalmente então vou conhecer sua filha? Ela terminou o curso que fazia lá em Paris?

-Sim. Ela estagiou na Vogue um ano e agora quer seguir a carreira de editora de moda. E então, pode ir, ou tem compromisso?

Jade a fitou deixando de sorrir.

-Você sabe que eu não tenho compromisso nenhum, Lori. Sou uma mulher só
Lori a fitou consternada.


-Jade, ainda está com Geri na cabeça?! Por Deus, Jade! Você é masoquista! Já lhe falei que Geri ama um fantasma! Pare de perder seu tempo esperando por ela lembrar que você existe!

Jade a encarou com tristeza.

-Você tem razão, Lori. O melhor que faço é esquecer que Geri existe. Eu vou esquecer essa paixão idiota. Vou começar a desfrutar a vida.

-Muito bem, acordou para a vida! Eu adoro Geri, é uma das minhas melhores amigas, mas eu não aconselho ninguém a se interessar por ela. Então, vai lá em casa hoje?

-Vai receber muitas pessoas?

-Não, só vai ter eu, Jill e duas amigas dela.

-Ok, Lori, vou ao seu jantar. Que hora devo chegar?

-Às oito.

-Então, vou para casa me preparar para esse jantar. Até mais tarde, Lori.

-Até lá, não vou descer agora porque estou esperando Bill. Tenho instruções para a equipe dele filmar amanhã. Um comercial de perfume.

-Ok. Bye- Disse Jade, saindo e fechando a porta. Passou por Lillian se despedindo e foi pegar o elevador.

Conhecia a filha de Lori por fotos. Era uma loura alta, de vivos olhos azuis. Estava curiosa para conhecê-la. Quem sabe ela a distrairia de sua fixação por Geri?
A casa de Lori ficava em Santa Monica, com uma vista espetacular para a praia. Jade estacionou seu Porsche vermelho perto do jardim e se dirigiu para a porta principal, onde a governanta a aguardava. Ela a conduziu até o luxuoso living onde estava Lori com mais três mulheres.


Lori veio ao seu encontro com a filha Jill. Jade notou que o olhar da moça se fixou gulosamente em suas pernas que o vestido curto de linho branco deixava à mostra. Jill estava toda vestida de negro, com blusa de seda e calça comprida de corte reto. Ela era um tipo atraente, alta, magra, de cabelos curtos e louros como os da mãe, e vivos olhos azuis.

-Jade, finalmente chegou! - Disse Lori, sorrindo - Apresento-lhe minha filha Jill. Ela estava ansiosa para conhecê-la, desde que a viu no comercial.

-Olá, Jill, muito prazer- disse Jade, estendendo a mão.

Jill pegou sua mão entre as suas, fitando-a com ar de conquistadora.

-Devo dizer que você é muito melhor pessoalmente que no comercial, Jade - disse ela,

fitando-a nos olhos.

-Obrigada, Jill - Disse Jade, enrubescendo com o elogio - Você também pessoalmente é bem melhor que nas fotos que vi.

-Venha, Jade, quero lhe apresentar minhas amigas - disse Lori, puxando-a pelo braço.

Jade se aproximou das duas mulheres, uma ruiva e uma morena que lhe sorriam com simpatia. Foi apresentadas à elas, Brenda e Karen e Jade se juntou à conversa com um copo de vinho branco na mão.
Durante o jantar, Jill olhava para Jade tão acintosamente, que ela já estava constrangida, mas também envaidecida pela atraente mulher se mostrar tão interessada por ela. Depois de sua desilusão com Geri, fazia bem para seu ego ser alvo de tanto interesse. Se Lori estava notando o interesse da filha, não parecia, entretida em conversar com as amigas sobre negócios.


Após o jantar, foram para o terraço, que mostrava uma vista da praia e onde havia confortáveis cadeiras de vime e mesas, onde as convidadas se sentaram tomando um drink e conversando.

Jill se aproximou de Jade, que estava debruçada na mureta do terraço, olhando a vista da praia, iluminada pela lua.

-Vamos até a praia? A noite está quente e lá é muito agradável - Convidou Jill.

-Não é deselegante, nós sairmos da companhia das outras?

-Não. Venha, vamos tomar um pouco de ar marinho! - Disse Jill, pegando-a pela mão atrevidamente e a puxando.

Jade riu, seguindo-a. Desceram as escadas do terraço e foram caminhando entre as palmeiras que margeavam um caminho calçado de pedras que descia para a praia.

-Tire as sandálias - Disse Jill, tirando seus sapatos de salto - senão vai ter apuro em caminhar na areia.

Jade obedeceu e tirou as sandálias prateadas, sorrindo maliciosamente.

-Para saber que estou de sandálias, esteve me observando muito abaixo de meu rosto, Jill.

Jill não pareceu se envergonhar com o comentário e riu.

-Eu seria muito boba se não olhasse para as belas pernas que tem, Jade.
Jade a fitou sorrindo. Gostou do modo direto de Jill, que não disfarçava o que sentia.


-Já vi que você é uma pessoa muito...franca, Jill - Disse, caminhando ao lado dela.

-Não gosto de perder tempo, Jade. Os joguinhos para conquistar são pura perda de tempo. Se uma pessoa está interessada em outra, por que vai disfarçar? Nunca me dei mal dizendo o que sinto.

-Você está certa. Odeio pessoas dissimuladas, que não assumem o que sentem.

Jill parou e a pegou pelos ombros, fitando-a nos olhos.

-Eu não sou dissimulada. Estou bastante atraída por você, Jade. E quero saber se sou correspondida no que sinto. Se não for, tudo bem.

-Bem...eu também me sinto atraída por você, Jill. Sabe que é uma mulher atraente.

Jill sorriu e desceu a cabeça, beijando-a na boca. À princípio, um beijo suave, de lábios apenas se tocando. Mas logo, ao sentir Jade correspondendo, ela avançou mais, abrindo os lábios de Jade com sua língua e o beijo se aprofundando, com suas línguas se tocando, se sugando. Jill a abraçou e apertou o corpo de Jade contra o seu, passando as mãos em seu corpo.

Foi Jade quem se afastou, empurrando-a.

-Calma, Jill...devagar...

Jill a fitou com desejo.

-Por que parar? Não tem ninguém nos vendo...

-Mas eu não quero agora... mal a conheci.

-Jade, por que esperar? Eu estou morrendo de desejo de você!

-Calma...vamos nos conhecer melhor.
-Você gosta de outra mulher, Jade?


Jade a fitou franzindo o cenho.

-Gostava. Não sei se gosto mais.

-É Geri, ainda?

Jade a fitou surpresa.

-Geri? Como sabe o nome dela?

-Ah, bem que minha mãe me avisou! Eu disse a minha mãe que estava ansiosa para conhecer você pessoalmente, desde que a vi no comercial. Minha mãe alertou-me que você provavelmente não iria se interessar por mim, porque é apaixonada por Geri!Que diabo! Nunca gostei de Geri! Ela já me passou para trás em duas mulheres que eu estava interessada!

Jade a fitou surpresa. Não gostara de saber que Lori havia comentado sobre sua vida íntima com Jill, mas estava mais surpresa em saber que Jill não gostava de Geri.

-Como assim, Geri a passou para trás?

-Ela sabia que eu estava interessada numa garota, numa festa. Então ela foi dançar com a garota e saiu da festa com ela, me deixando com cara de idiota. Ela fez isso duas vezes! Minha mãe ainda dá razão à ela, dizendo que ela não teve culpa das garotas terem preferido ela!

-Quando aconteceu isso?

-Antes dela conhecer Chelsea. Deus é justo, ela foi castigada com a morte de Chelsea!

-Jill! Que horror, você parece ter gostado da morte da mulher dela!

Jill a fitou erguendo as sobrancelhas.

-Quer mesmo saber? Gostei, sim! Geri teve o castigo que merecia!Agora, você também vai preferir ela à mim
Jade a fitou, deixando toda mágoa que sentia de Geri vir à tona :




-Eu não gosto mais de Geri! Por mim, ela pode fazer um altar para Chelsea e ficar dia e noite adorando a mulher que morreu! Eu quero que ela se dane! Jill, eu nunca tive nada com Geri, e nunca vou ter! Estou interessada em você, é só você ser um pouco paciente, para iniciarmos um relacionamento.



Jill sorriu aliviada.



-Ah, vejo que bom saber que sua paixão por Geri é água passada debaixo da ponte! Nós vamos nos dar muito bem, Jade!



Ela tornou a puxá-la contra o corpo e Jade não resistiu. Se beijaram ardentemente, seus corpos se espremendo com desejo.



Jade se separou quando Jill apertou seu seio.



-Aqui, não...



-Quer ir para meu quarto?



Jade a fitou assustada.



-E Lori ver que eu mal a conheci e fui dormir em seu quarto, na cara dela e das amigas? Não! Depois nem saberia como encará-la! Eu respeito muito Lori, Jill.

-Está bem, está bem! Mas amanhã você receber-me em sua casa, não? Ou podemos ir a um hotel maravilhoso que conheço e passar horas deliciosas lá. O que acha?

-Hummm...não sei. Veremos. Ligue-me amanhã. Peça o telefone à Lori. Não vim com meus cartões na bolsa, e você não vai conseguir guardar o número.
Se sentaram na areia da praia, vendo as ondas se quebrando. Jill começou a falar em sua vida e Jade percebeu que ali estava uma mulher que se sentia o centro do mundo, se sentindo o máximo por ser filha de Lori e por ter estagiado na Vogue de Paris. Teve vontade de voltar atrás de sua promessa de encontrar com ela, mas pensou que não precisava ser tão radical. Não queria que Lori achasse que ela havia rejeitado sua filha, nem que Jill se sentisse magoada por ser recusada. Teria um affair passageiro com ela. Afinal, Jill era uma mulher atraente e desde que havia vindo para Los Angeles, não havia ido para a cama com alguém pelo simples prazer de desfrutar do ato sexual. Já estava carente e para isso, Jill serviria muito bem.


Se beijaram algumas vezes e teve o prazer de perceber que Jill estava cheia de desejo por ela. Tão diferente de Geri! Era bom se sentir desejada.

Levantou-se quando viu que Jill queria muito mais além de beijos e abraços, quando tentou deitar sobre Jade.

-Vamos... o pessoal deve estar imaginando coisa, por nossa ausência.

Jill sorriu.

-O que tem demais isso? Não devemos nada à elas.


-Jill! Eu respeito muito sua mãe, e depois não vou ter cara para olhá-la, vamos embora!

-Está bem, Jade... mas amanhã vou descontar tudo isso... você não vai ter mais desculpa... - disse Jill, se erguendo e sacudindo a areia da roupa.
Ao entrarem na sala, viram que as amigas de Lori estavam dançando ao som de uma música lenta e Lori abrira uma garrafa de champanhe, observando-as. Lori desviou o olhar para elas e Jill colocou a mão na cintura de Jade possessivamente.




-E aí, Jade, gostou de refrescar-se na praia? - Perguntou Lori, com ar divertido.



-É mesmo muito agradável caminhar na praia à noite - Disse Jade, enrubescendo.



-Jade é uma pessoa maravilhosa, mãe! - Disse Jill, apertando-a contra o corpo - Estou completamente encantada com ela.



Lori ergueu as sobrancelhas, sorrindo.



-Hummm, sinto amor no ar... Jill, eu acho que você vai curar Jade de uma paixonite que ela tem...



-Ah, com certeza, mãe! Espere e verá!

Jade olhou para Lori com um sorriso forçado. Ela estimulava o complexo de superioridade da filha. Não era à toa que Jill era tão arrogante.

-Vamos dançar, Jade? - Perguntou Jill.

-Sinto muito, mas amanhã tenho que levantar cedo para ir fotografar para um outdoor. Você sabe, uma modelo tem que dormir cedo para não amanhecer com olheiras.
-Ora, hoje em dia o Photoshop tira todas as imperfeições! - Protestou Jill.
-Mas eu gosto de estar bem. Já pensou se uma pessoa me reconhece na rua? Vai comentar que pessoalmente sou um lixo!
-Você está longe de ser considerada um lixo, Jade. Mas, está bem. Amanhã eu desconto.
Jade se despediu de Lori e das amigas dela e se retirou. Jill a levou até seu carro e a abraçou, olhando-a nos olhos.




-Até amanhã, Jade...vou esperar pela noite ansiosamente.



Ela a beijou ardentemente, espremendo o corpo contra o seu. Jade retribuiu, mas logo se desvencilhou do abraço e entrou no carro, antes que Jill avançasse mais.



-Até amanhã, Jill. Ligue-me.



Jill se afastou e ela deu partida no carro, saindo com habilidade pela alameda e alcançando a rua.



Jade foi para casa pensativa. Será que Jill conseguiria apagar de seu coração aquela paixão recolhida, aquele desejo de estar com Geri? Quantas vezes pegara no telefone para ligar para ela, mas desistira com medo de mais uma vez ser desprezada por Geri.A única mulher que verdadeiramente havia conquistado seu coração, vivia cultuando uma mulher morta! Por que a vida tinha de ser assim? Jill era uma mulher inegavelmente bonita, atraente, elegante, mas não sentia por ela um décimo do que sentia por Geri, que só em olhá-la, já a deixava de pernas bambas, sentindo um frio percorrer sua espinha.



Suspirou. Assim era a vida. Não se podia ter tudo que se desejava. Estava cansada de ser só. Precisava de alguém em sua vida, para ter com quem conversar, com quem ter sexo e pequenas alegrias, como jantar juntas, saírem para dançar...Jill podia preencher esse vazio? Iria tentar.
No dia seguinte, saiu cedo para a seção de fotos do outdoor. Ela fez as fotos e voltou para o camarin para trocar de roupa, e o achou coberto de vários bouquet de rosas vermelhas. Abriu o cartão de um deles e leu:




"Estou com o coração apaixonado e essas rosas expressam essa paixão. J. "



Jade sorriu. Jill sabia agradar à uma mulher, apesar de tudo. Abriu outro cartão.



"Ligue para mim, por favor!!!!!!" Abaixo, o número. Resolveu ligar. Pegou seu celular e discou o número. Jill atendeu o segundo toque.



-Alô, Jill falando.



-Olá, Jill, sou eu, Jade. Adorei as rosas, mas você não acha que exagerou? Meu camarin está lotado de rosas!



-Não exagerei. Você merece mais. Caramba, Jade! Não paro de pensar em você! Isso nunca aconteceu comigo! Diga que vai encontrar comigo hoje à noite!



-Bem, depois de todas essas rosas, não posso recusar... - Sorriu Jade - Tem meu endereço?

-Sim, minha mãe me deu, depois de eu insistir muito. Ela não queria, dizendo que você quem deveria dar e não queria fazer algo errado.

-Lori é muito correta, eu devia ter dado à você, desculpe-me. Então, passe lá em casa às oito, estarei esperando-a.

-Oito em ponto estarei lá! Um beijo, minha linda!

-Um beijo, Jill.
Jade desligou e pegou um dos bouquet e saiu do camarin. Ia sair direto quando a secretária de Lori veio ao seu encontro no corredor.




-A senhora Meltson quer falar com você.



-Agora?



-Sim, ela está aguardando-a no gabinete.



-Ok - Disse Jade, seguindo a secretária, dando uma olhada em seu relógio de pulso. Eram cinco da tarde, tinha bastante tempo para ir para casa aprontar-se.

Entrou no gabinete e Lori ergueu os olhos, fitando-a sorrindo.



-Olá, acabou cedo as fotos, Jade. Já soube que ficaram excelentes!



-Ótimo! Quer falar comigo sobre elas, Lori?- Perguntou, sentando-se na poltrona diante dela.



Lori deixou de sorrir, entrelaçando os dedos e pousando as mãos sobre a mesa, se inclinando para a frente fitando jade nos olhos.



-Não, a conversa é sobre você e Jill.



-O que há? Não aprova ela se envolver comigo?



-Não é isso, Jade. Por isso a chamei aqui. Eu quero deixar minha posição clara sobre isso. Você não precisa ter medo que eu vou ficar aborrecida com você, se recusar as investidas de Jill. Eu vou ficar neutra nesse caso. Dando certo ou não a relação de vocês, eu não vou tomar partido nem criticar você. Mas tem duas coisas que gostaria que você deixasse pensasse, antes de se envolver com Jill.
-E o que seria? - Perguntou Jade, curiosa.




-Jade, você já esqueceu Geri? Pense bem nisso. Não é bom começar uma relação com o coração ainda ocupado por outra pessoa.



-Eu penso nela cada vez com mais raiva e menos paixão, Lori. Eu preciso ter alguém para esquecê-la. E Jill vai ajudar-me nisso.



-Jade, Jill é a pessoa menos indicada para você curar sua paixão.



-Por que?



-Eu amo minha filha, mas reconheço que Jill é uma pessoa mimada, culpa minha, eu sei, possessiva, ciumenta e não muito preocupada com os problemas alheios. Se você pensa que Jill vai ser compreensiva com sua paixão por Geri, tire isso da cabeça.



-Eu não espero que Jill seja uma muleta para mim, se é isso que quer saber, Lori. Ela pode ter seus defeitos, mas ela é uma mulher atraente e sabe agradar uma mulher muito mais que Geri. Ela hoje encheu meu camarin de rosas, este bouquet é um dos que ela enviou - Completou, mostrando o bouquet.



Lori suspirou.



-Espero que você não se arrependa, Jade. De minha parte, vou ficar neutra. Não vou incentivar nada, nem impedir. Se vocês não derem certo, eu vou continuar sendo sua amiga.



Jade sorriu, reconfortada.



-Obrigada, Lori. É bom saber que qualquer problema entre eu e Jill não vai interferir em nossa relação de amizade. Bem, agora vou indo. Jill vai apanhar-me às oito.



-Boa sorte, Jade. Divirtam-se.
Quando Jill chegou à sua casa, faltavam cinco minutos para as oito. Jill estava elegantíssima de terninho azul escuro e a fitou com um sorriso de admiração, quando abriu a porta.




-Jade, está linda!



Jade sorriu com prazer. Há quanto tempo não a elogiavam com tanto calor? Ela estava com um vestido verde esmeralda, combinando com os brincos de esmeralda que comprara. Afastou-se para ela entrar.



-Obrigada, Jill. Você também está muito linda nesse terninho.



-Não tanto quanto você, Jade. Verde é definitivamente sua cor. Seus olhos são verdes, seu nome é a cor da pedra jade, que também é verde.



Jade riu.



-Acho que meus pais me colocaram esse nome devido aos meus olhos verdes.



-Provavelmente, e combinou muito.



Jill a abraçou e a beijou ardentemente nos lábios. Jade retribuiu, mas afastou-se logo, empurrando-a com as mãos, rindo.



-Ei, se continuarmos assim, vamos acabar ficando em casa, e não tenho nada para você jantar. Vamos sair logo!

Jill sorriu, pegando-a pela mão.

-Está bem, doçura. Vamos indo, reservei a melhor mesa no melhor restaurante de Los Angeles e não quero ficar com fome.

-Um momento, vou retocar meu baton e você precisa limpar seus lábios, que ficaram manchados.

Foram até o banheiro. Jade retocou seu baton e limpou a boca de Jill. Elas se olharam sorrindo e saíram para a noite quente de Los Angeles.
Jill levou-a ao Pierre, um restaurante francês frequentado por celebridades. Um fotógrafo estava lá fotografando celebridades como Demi Moore com seu marido Ashton Kutcher, Harrison Ford com sua noiva Callista, e Ellen de Generes com sua nova "girlfriend". Jill foi cumprimentar Ellen, que era uma velha conhecida, levando Jade pela mão. Ellen abraçou Jill quando a viu, foi apresentada à Jade e a olhou com um sorriso simpático, elogiando:




-Meus parabéns, Jill, está bem acompanhada!



Jill rodeou os ombros de Jade possessivamente, sorrindo com orgulho.



-Eu tenho bom gosto, Ellen.



Nesse momento, um paparazzi tirou uma foto do grupo. Jill olhou para o fotógrafo e

fez um gesto obsceno, mostrando o dedo mediano e encolhendo os outros. Ellen riu sem graça e Jade puxou Jill pela mão, falando:



-É melhor irmos para a nossa mesa, Jill.



Jill acenou para Ellen, se despedindo:



-Até outro dia, vou ligar para você ir lá em casa jantar e jogar poker, qualquer noite dessas!

Ellen acenou com a cabeça e elas foram para a mesa reservada.

-Odeio paparazzis! - Disse Jill, irritada - Eles só falam mal das pessoas que fotografam, vivem farejando escândalos!

-Concordo com você, mas não pode perder a cabeça, Jill. Eles tiraram uma foto sua fazendo o gesto obceno.

-Que se danem! Mas vamos aproveitar a noite, doçura. Não vamos deixar esses idiotas estragar nosso encontro.
Jill pediu champanhe e elas brindaram ao seu conhecimento. O incidente foi esquecido e Jade viu que Jill podia se tornar encantadora quando queria. Ela contou fatos divertidos vividos em Paris, sua experiência estagiando na Vogue francesa, os lugares interessantes que havia ido. Ela era uma boa narradora, sabendo falar sobre as coisas com detalhes interessantes, sem ser cansativa. Ela era uma boa conhecedora de arte e descreveu as belas obras do Louvre e do museu Pompidou com vivacidade e talento.


O jantar foi servido. Lagosta ao Thermidor com maionese. Jade adorou comer o crustáceo, que felizmente já veio com a deliciosa carne exposta, pronta para ser extraída com o garfo.

Dali esticaram até um clube noturno fechado, onde dançaram ao som de Britney Spears e Amy Winehouse e outros. Jill dançava bem, mas Jade tinha o dom de dançar. Ela deu um show, o corpo estremecendo sensualmente ao som do baixo e da batida da música, que ressoava alto, os quadris se movendo de forma erótica, as mãos fazendo gestos com os braços erguidos, ressaltando os seios eretos como duas frutas à espera de quem as colhesse com as mãos.

Jill não aguentou olhar mais e a beijou ardentemente, as mãos passando pelo seu corpo provocadoras. Jade retribuiu com ardor, incentivada já pela bebida consumida.

Jill se afastou e a fitou com desejo nos olhos.

-Vamos embora, Jade...quero você, não posso esperar muito mais.

-Sim, vamos... - Disse Jade, sentindo o desejo a dominar também.
Jill ia levar Jade para sua casa, mas Jade não aceitou, dizendo que ficaria muito constrangida em acordar no dia seguinte e topar com Lori, além de não se sentir à vontade ter sexo com Jill onde poderiam ouvir algo. Jill se convenceu com os argumentos de Jade e a levou para um discreto e confortável hotel, que não exigia documentos , mas cobrava por uma noite quinhentos dólares .




Jill pegou a chave do quarto e subiu o elevador já beijando Jade no pescoço, na boca, no rosto. Jade ria, já alta pelas bebidas que ingerira.



Logo que entraram, Jill fechou a porta e agarrou Jade entre os braços, beijando-a faminta, as mãos começando a desnudar Jade, descendo as alças do vestido. Jade também começou a despir Jill de suas roupas, sem deixar de beijá-la.



E já completamente nuas, caíram na cama agarradas, Jill por cima de Jade. A boca de Jill veio para seus seios e começou a sugar um, enquanto apertava o outro com a mão, burilava o bico, a outra mão descendo entra as coxas de Jade e apertando o sexo.



-Abra as pernas, Jade... - pediu ela, deslizando para baixo, a cabeça se colocando entre suas coxas.



Jade fez o que ela pediu, já bastante excitada. E ela quase gritou quando sentiu a boca quente de Jill sugando-a, a língua passando ao longo de sua vulva, brincando na abertura, para depois subir para seu clit e começar a sugar.



Jade cruzou as pernas sobre as costas de Jill, movendo o corpo contra aquela boca faminta, que a deixava louca. Jamais havia pensado que uma mulher pudesse dar tanto prazer à outra apenas com sua boca.
Jill enfiou dois dedos em sua vagina e começou a movê-los em um entra-e-sai ritmado, fazendo Jade ir às alturas do desejo. Ela começou a gemer, empurrando-se contra eles, sentindo o desejo crescer. Jill começou a lamber seu sexo todo, falando entre a respiração ofegante:




-Isso...abra-se toda para mim...empurre-se contra minha boca... puta gostosa...



Jade sentiu sua excitação crescer. Seu prazer aumentou e seu corpo começou a tremer, com a aproximação do orgasmo. Jill enfiou mais um dedo e começou a empurrá-los com força, falando frases esparsas:



-Delícia...puta gostosa...goze nos meus dedos... molhe minha boca com seu gozo...



O corpo de Jade se contraiu em um orgasmo intenso e ela gritou, pegando a cabeça de Jill e a empurrando contra seu sexo. As coxas apertaram a cabeça de Jill e depois a soltaram, quando caiu para trás respirando entrecortadamente.



Jill continuou lambendo seu sexo, e Jade a puxou pelos cabelos, afastando-a.



-Chega...já gozei...



Jill retirou seus dedos devagar e subiu com o corpo, fitando-a com desejo.



-Mas eu não, Jade...vire-se de bruços...



Jade se voltou, deitando de bruços. Estava acostumada a obedecer, em sua anterior atividade como garota de programa.



Jill montou sobre sua bunda e começou a esfregar o sexo loucamente, deitando-se sobre ela. Jade sentia o clitóris dela duro em sua nádega, até que ela gozou dando um grito, apertando o corpo palpitante.
Jill deitou ao lado, respirando entrecortadamente. Jade se voltou, fitando-a. Jill a olhou, sorrindo.




-Você é uma delícia, Jade...deixa eu me recuperar, e vamos continuar nossa festa...



Você gostou de minha performance? Diga, diga que sou melhor que as mulheres que você já trepou.



-Jill, não posso comparar. Você é a primeira mulher com quem deitei por prazer.



Ela a fitou descrente.



-Eu fui a primeira por prazer, e qual foi a outra?



-Madame Lilith, a dona do bordel, para ver como eu me comportaria.



Jill a fitou com os olhos arregalados.



-Dona do bordel?! Você era uma prostituta?!



-Não bem uma prostituta, que pega homem na rua. Mas sim uma garota de programa. Pensei que soubesse.



-Por que pensou? Minha mãe sabe disso?



-Sim, eu contei à ela. Ela não lhe disse, pelo que vejo... está arrependida de ter saído comigo? Está com medo de pegar alguma doença? Eu sou saudável. Eu tomava certos cuidados e quando parei essa atividade, fiz exames completos que provam que não tenho nenhuma doença venérea ou Aids.



Jill riu.



-Eu acredito em você, garota...e acho até mais excitante...você então sabe como dar muito prazer à uma pessoa. E eu quero muiiiiito mais prazer, ainda...
-Vamos tomar um banho? Estou morrendo de calor - Disse Jade.


-Claro, Jade... o que quiser...

O banho logo se tornou algo muito mais erótico. Começaram a se beijar e logo elas estavam atracadas em um beijo ardente, sob a ducha. Dessa vez, Jill empurrou Jade para baixo, falando cheia de desejo:

-Quero que me sugue, Jade... me dê prazer... anda...

Jade se ajoelhou diante dela e olhou para o sexo de Jill. Ela se aparava quase totalmente, mal tinha uma fileira de cabelos curtos e louros nos grandes lábios. Lembrando o que ela lhe fizera, Jade tomou o sexo de Jill na boca, passando a ponta da língua de cima à baixo, abrindo-o com os polegares.

Jill ficou louca. A loura se empurrava contra a boca de Jade, gemendo, dando pequenos gritos e falando com voz exaltada, empurrando a cabeça de Jade contra seu sexo:

-Ai, tesão...me chupa com força...morde, morde! Ai...ai...aaaaaiiiiiiii!!!!

Jade teve vontade de rir, mas controlou-se. Como Jill era escandalosa! Sugou-a, mordiscou o clit duro, com Jill dando gritos que teve receio dos empregados do hotel virem ver o que estava acontecendo.

Mas ela logo atingiu o êxtase, gemendo e puxando os cabelos de Jade, no paroxismo do prazer.Ela escorregou para o chão, gemendo:

-Porra, estou com as pernas bambas...

Jade a amparou nos braços e ela deu um beijo em seu rosto.

-Agora cansei. Vamos para a cama.
Jill se arrastou para a cama com passos trôpegos e se jogou nela, mesmo molhada. Em menos de um minuto adormeceu.




Jade a chamou por uns instantes, preocupada. Mas logo lembrou da quantidade de bebida que haviam tomado e entendeu que Jill havia sido vencida pelo alcool. Cobriu-a com um lençol e foi se enxugar. Depois nua mesmo se deitou ao lado de Jill, que ressonava.



Ela se cobriu até os seios e pensou na sua primeira vez com Jill. Ela não era má numa cama, era uma mulher fogosa, com um belo corpo, sabia dar prazer...mas...aquele não havia sido um ato com amor. Havia sido um ato de puro desejo, uma satisfazendo a outra, nada mais. Não haviam trocado uma palavra de amor, não haviam se fitado com a inigualável emoção que só um grande amor traz. Jade reconheceu que aquela noite seria apenas lembrada como a primeira vez que havia ido para a cama com uma mulher para ter prazer, e não para ganhar dinheiro.



Com Geri seria tão diferente... seria uma noite inesquecível.



Duas lágrimas cairam de seus olhos.



-Geri... -Disse baixinho - Onde estará agora? Dormindo sozinha? Ou acordada, venerando a memória de Chelsea?
Geri levantou como sempre cedo, às sete da manhã. Foi para sua sala de ginástica e durante uma hora se exercitou nos mais diversos aparelhos seu corpo esguio, com musculatura levemente definida, sem deixar de ser feminina. seu corpo era todo esculpido como de uma guerreira grega. Largos ombros, braços definidos, abdômen musculoso, mas não excessivamente, como muitas mulheres que deturpam sua feminilidade em um arremedo dos músculos masculinos, parecendo ser do outro sexo. Geri era mulher e gostava de ser mulher. As coxas fortes, as nádegas firmes, eram inegavelmente femininas.




Suada, ela foi tomar uma ducha e vestiu-se para o dia, com calças jeans desbotadas, camiseta de algodão branca, sem mangas. Quando não esperava ninguém, gostava de se vestir com roupas que a relaxassem.



Sentou na mesa que Chiquita havia arrumado e serviu-se de café, para acompanhar as torradas com ovos mexidos. Viu o jornal Paparazzi e o pegou para ler, enquanto tomava o café. Era um jornal sensacionalista, mostrando as celebridades nos bastidores, e isso a divertia. A tirava de seu modo sério.



E seus olhos se paralizaram logo na manchete em destaque:



"ELLEN DE GENERES COM SUA NOVA NAMORADA E JILL MELTSON COM SUA NOVA CONQUISTA, A GAROTA DA CALÇA JEANS.



Abaixo da manchete, a foto de Ellen sorrindo, Jill Meltson com o braço rodeando possessivamente os ombros de Jade, com um olhar de orgulho .
Geri leu a manchete três vezes, até se convencer que havia lido direito. Estava chocada. Jade e Jill. Juntas. E conhecendo Jill como conhecia, já havia ido para a cama com Jade. A garota que pensava estar ainda sozinha, que com um simples telefonema a teria de volta em sua casa, disposta a fazer o que quisesse para ter prazer.


Sabia do sucesso de Jade. Estava feliz que havia contribuído para isso. Mas achava que Jade ainda estava apaixonada por ela e esperaria apenas uma palavra sua para procurá-la. Mas ela, que havia lhe declarado que estava apaixonada, já estava com outra mulher! E justamente Jill, uma conquistadora barata!

E ela passara esse tempo todo pensando em Jade, pensando se não seria uma traição à memória de Chelsea ter um novo relacionamento!Havia passado noites insones pensando o que fazer, se entregar à paixão que sentia por Jade, ou continuar evitando-a, não se envolver com outra mulher para não sofrer nova perda, e viver apenas de recordações de Chelsea.

Que idiota! - Pensou, com a ira fazendo seus olhos brilharem perigosamente - Ela se martirizando e Jade se entregando à aquela conquistadora mimada, que não gostava de ninguém a não ser dela própria, que se sentia o máximo! Como Jade pudera se interessar por aquela mulher ridícula?

Tinha profunda amizade por Lori, mas ela e Jill nunca se deram bem. Jill queria concorrer com ela em questão de conquistar mulheres, mas Geri sempre a vencera nas disputas, e Jill não a perdoava por isso. E agora, ela havia fisgado Jade só para provocá-la! Mas isso não ficaria assim!
Ela pensou como agir. Tinha que agir com muita calma, tinha que refrear a sua raiva para poder ganhar essa parada de Jill. Como ela se atrevia em ter uma mulher que era sua?


A verdade a pegou como um soco no estômago: Jade não era sua, nunca havia sido. Ela era uma garota de programa, que se dava por dinheiro. Ela a havia tido em sua casa, disposta a fazer tudo que quisesse, apenas por dinheiro. Aquela declaração de Jade que estava apaixonada por ela era mentira!

Geri andou pela sala como uma leoa enjaulada, dando chute nas cadeiras, tentando extravasar sua frustração e raiva. Não adiantou. Parou impotente, os punhos cerrados, xingando entredentes:

-Putas! Cadelas! Vadias! Eu vou mostrar à Jill quem é a melhor! Eu não me chamarei mais Geri Gleese, se não conseguir Jade para mim!

Geri não queria admitir que o que sentia não era simples amor próprio ferido ou orgulho, mas sim um inacreditável e doloroso ciúme de Jade.

Ela se jogou em um sofá e ficou ali imóvel, pensando o que fazer. Ela aos poucos foi se acalmando e um sorriso brotou em seus lábios. Jill iria ver seu poder de conquistar. Iria tirar Jade dela. Só para mostrar à aquela conquistadora barata quem tinha mais poder. Jill iria ter uma bela lição de não a provocar!
Jade acordou e olhou em volta, estranhando o ambiente que estava. O quarto luxuoso, os móveis e cortinas, tudo era estranho. Sentou lentamente na cama, sentindo sua cabeça explodindo de dor. Um enjoo no estômago cresceu intenso e ela se levantou precipitadamente, sabendo que estava à ponto de vomitar. Procurou desesperadamente onde era a porta do banheiro, mas não teve mais tempo. Ela vomitou ali mesmo, no centro do quarto, sem poder se conter.


-Com mil demônios! O que está acontecendo? - Gemeu Jill - que ruídos são esses? Que odor horrível!

Jade finalmente viu a porta do banheiro e correu para lá, com a mão na boca. Mal teve tempo de se ajoelhar e levantar a tampa do vaso, para continuar vomitando o produto de uma noite bebendo.

-Maldição! Jade, você vomitou no tapete do quarto! -Jade ouviu Jill gritar - Que nojo!

Jade finalmente parou e apertou seu estômago, sentindo-se fraca. Ela se ergueu lentamente e se apoiou no lavatório. Se curvou, abrindo a torneira e echendo a mão de água, levando-a à boca várias vezes, bochechando e cuspindo.

Jill entrou no banheiro e a fitou com o cenho franzido, com ar aborrecido.

-O quarto está irrespirável! Temos que sair daqui bem depressa!

Jade a fitou timidamente.

-Desculpe-me, Jill. Não pude controlar-me.

-Tudo bem, o mal já está feito, não? É melhor irmos logo embora.

-Não vai tomar um banho?

-Não, vou tomar em casa. Por Deus, Jade, dê descarga no vaso! Não aguento esse cheiro de vômito!

-Ok, desculpe! - Disse Jade, baixando a tampa e dando descarga.
Jade saiu do banheiro e foi até o frigobar. Ela pegou uma garrafa de água mineral e tomou vários e longos goles, sentindo a água gelada acalmar seu estômago rebelado. Sentiu-se magoada com as palavras de Jill, ela nem lhe perguntara como estava se sentindo ou oferecera qualquer ajuda, apenas reclamara dela ter vomitado, como se ela tivesse feito isso de propósito.


Vestiu suas roupas e foi para a sala, esperar Jill.

Ela veio pouco depois, já vestida, com a mão no nariz.

-Vamos!- Disse, abrindo a porta e saindo na frente. Jade a seguiu em silêncio. Jill pagou a conta e se retiraram. O manoberiro trouxe o carro de Jill até a saída do hotel e elas entraram, seguindo caladas. Somente quando Jill parou diante da casa de Jade, ela respirou fundo e voltou-se para a lourinha, pegando na mão dela.

-Ok, ok, sei que fui uma bruxa, quando acordei...mas eu tenho trauma de pessoas vomitando, Jade. Tive uma mulher que fazia isso cada vez que bebia e uma vez chegou a vomitar na cama onde eu dormia! Acordei toda molhada com o vômito dela, já imaginou como isso é pouco romãntico?

-Então, você não devia sair com quem bebe, nem estimular sua companhia a beber, como fez comigo, Jill. Você quem pediu e deu-me todas as bebidas que bebi.

-Eu sei, eu sei... eu sempre me esqueço que eu posso beber muito e não passar mal. Desculpe-me, Jade...na verdade, a nossa noite foi maravilhosa e quero repetí-la muitas vezes. Você me perdoa minha irritação? - Disse, pegando a maõ de Jade e beijando, olhando-a com olhar arrependido.

-Está bem, está perdoada...-Sorriu Jade- Agora, tenho que ir. Bye, Jill.

-Bye. Eu ligo para você depois.
Jade estava decepcionada com o comportamento de Jill, mas achou que ela havia se arrependido e não agiria mais desse jeito com ela. Ela havia se exaltado, mas havia se arrependido. Pelo menos, ela era uma mulher muito mais atenciosa que Geri, que a desprezara completamente!


E como que para se desculpar completamente, Jill enviou para sua casa horas depois um belo buquet de rosas e uma caixa de bombons finos, com um cartão anexo. Ela o abriu e leu:

"Jade, você é como essas rosas, linda e delicada. Obrigada pela melhor noite de minha vida. Acho que estou apaixonada. Jill"

Ela colocou o cartão de lado, pensativa. Mas logo sorriu. Nunca alguém lhe mandara flores, Jill era a primeira. Com um pouco de compreensão, ela devia perdoar e esquecer o comportamento de Jill ao acordar.



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Lori ouviu seu celular tocar e atendeu. Viu no display o número e sorriu, reconhecendo o número de Geri.

-E aí, Geri, lembrou da amiga?

-Eu nunca a esqueço, Lori - riu Geri - você sabe que é a minha melhor amiga.

-Eu sei, Geri, e você é a minha melhor amiga também. O que conta de novo?

-Lembrei que o dia de Halloween está chegando, e queria saber se você vai fazer uma festa, como todo ano.

-Claro que vou, e você já sabe que está convidada! Todo ano você vem e não aceito desculpas para faltar!
-Mas é claro que vou, Lori! Até já comprei minha fantasia!


-É mesmo? E qual vai ser? Eu vou usar uma de Maria Antonieta! Adoro fantasiar-me de figuras da nobreza francesa!

-A minha é segredo. Só vou me revelar no final, quando todos tiram as máscaras!

-Hummmm...já sei que vai machucar corações. No ano passado, você se fantasiou de uma guerreira grega e todo mundo a achou idêntica à heroína. Como era mesmo o nome dela?

-Xena, a princesa guerreira. Modéstia à parte, também achei que fiquei bem parecida.

-Geri...não sei se sabe, mas Jill está tendo um caso com Jade. Tem algum problema com isso? Elas vão estar na festa também.

-É mesmo? Não, não sabia! Mas, por que eu teria algum problema com isso? Eu nunca tive nada com Jade, ela foi apenas uma mulher de programa que eu quis ajudar, sem interesse. Você sabe que eu não quero saber de mais ninguém, depois de Chelsea.

-Ufff, que alívio, pensei que você tinha interesse por ela. Jill parece estar gostando muito de Jade, ontem saíram e dormiram juntas.

Geri sentiu como se tivessem jogado um balde de água fria sobre ela. Mas reagiu, não querendo que Lori suspeitasse de seu interesse, rindo.

-É mesmo? Mais uma para a coleção de Jill!

-Espero que dessa vez seja sério. Jill precisa se estabilizar, levar a vida mais sério.
Então, você ainda vai ter que esperar muitos anos, porque Jill tem uma cabeça de adolescente, apesar de já ter 29 anos.


-Geri, eu gostaria tanto que você e Jill se dessem bem! Eu não entendo essa disputa infantil de vocês por uma mesma mulher!

-Você tem que entender é sua filha, que se julga o centro do universo! Ela quem quer conquistar todas as mulheres que chutei!

-Você chutou Jade, Geri?

-Eu nunca tive nada com Jade, Lori. Ela foi apenas uma mulher que eu quis ajudar e pedi à você que desse uma chance à ela.

-Então, não vai haver problema em você a ver com Jill na festa, não?

-Claro que não, Lori! Sabe que não quero envolver-me com ninguém!

-Ótimo, agora estou tranquila. Um beijo amiga, tenho que trabalhar!

-Outro, Lori.

Geri desligou e sorriu . Jill iria levar uma lição!



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Jade estava em casa descansando depois de um dia de trabalho, quando a campainha soou. Ergueu-se e olhou pela câmera do sistema de segurança e viu Jill em pé diante do portão eletrônico .

Jade respirou fundo, aborrecida. Jill devia ter ligado perguntando se deveria vir. Estava cansada e tudo que queria era ficar vendo tv e comendo os sanduíches que fizera, com coca-cola.

Mas tinha que atender. Apertou o botão, abrindo o portão, e foi abrir a porta. Jill avançou pela calçada que cortava o gramado, fitando-a sorridente.

CONTINUAÇÃO - 17.04.11

-Jade, meu anjo! Senti saudades de você e vim vê-la! - Disse Jill, passando pela porta e entrando. Jade fechou a porta e se viu nos braços de Jill, que a beijou ardentemente na boca e se afastou, fitando-a.


-Vamos para a cama? - Perguntou, fitando as coxas de Jade expostas pelo curto short.

-Estou vendo um filme - Disse Jade, indicando a tv - Quer assistí-lo comigo?

Jill se jogou no sofá, olhando a garrafa de coca-cola na mesinha e a tijela de pipoca.

-Jade, meu anjo, que programinha classe média!Tv, pipoca e coca-cola! Você precisa aprender comigo a viver em grande estilo! Vamos então para um bom restaurante degustar um bom vinho e uma comida decente!

Jade a fitou com as mãos na cintura, desafiante.

-Jill, caso ainda não notou, sou da classe média! Tenho uma boa casa, um bom carro, algum dinheiro no banco, mas só! Preciso trabalhar muito ainda para ser rica como sua mãe!

-Ei, acha errado eu querer desfrutar a vida? Se eu posso ter uma garrafa de champanhe, por que vou me contentar com uma coca-cola?

-Nada de errado, mas isso só mostra que você não é a pessoa certa para mim, Jill. Eu gosto de coisas simples, não fui criada com luxo, como você. Posso apreciar um bom champanhe, mas se não puder, uma coca-cola é o bastante para mim.

Jill a fitou franzindo o cenho.

-Esta querendo dizer que não dá certo nossa relação?

-Não disse isso.

-Quase disse. Está querendo se livrar de mim? 
 
Jade revirou os olhos, irritada. Jill era ótima numa cama, mas só isso! Que mulher complicada!


-Não, Jill, não estou querendo me livrar de você! Mas não estou com nenhuma vontade de me produzir para sair! Por que não vê o filme comigo?

-Humm...está bem! Mas não tem algo melhor que refrigerante para beber? Um uísque? Um Martini?

-Vou ver, acho que tenho uma garrafa de Martini no bar.

Jade foi até o barzinho no canto da sala e pegou a garrafa de Martini e uma taça.

-Quer com gelo?- Perguntou.

-É Martini doce ou seco?

-Branco doce.

-Então quero com gelo e uma cereja.

Jade colocou a bebida na taça e pegou gelo no balde térmico. Veio até Jill, estendendo a bebida. Jill olhou a taça franzindo o cenho.

-Esqueceu de colocar a cereja.

-Não tenho cereja em casa, Jill - disse, sentando-se no sofá e ativando o play com o controle remoto. A cena voltou à tela.

-Jade, vou ensinar à você algumas coisinhas de como receber bem - Disse Jill - Uma anfitriã de classe tem de saber receber as visitas bem. Por exemplo, servir um Martini doce sem a cereja é bem...esquisito.

Jade teve vontade de mandar Jill enfiar os conselhos dela em um lugar bem escondido. Mas dominou-se e falou:

-Vamos ver o filme?

-Está bem... - Disse Jill, tomando um gole de Martini e fazendo uma careta. 
 
Não passou mais de dez minutos e Jill a agarrou e começou a beijá-la, dizendo entre um beijo e outro:


-Chega de ver esse filme chato...vamos aproveitar melhor o tempo...

-Jill...o filme é bom...

-Pode ser, mas o que é melhor que fazer amor?

Enquanto falava, Jill foi despindo Jade, e quando puxou o short dela abaixo pelas pernas junto com a calcinha e começou a burilar o seu sexo, Jade capitulou. Afinal, tinha sangue nas veias. Se entregaram à uma orgia sexual até ficarem exaustas.

Jade finalmente deitou ao lado de Jill na cama, depois de tomar um banho rápido para tirar o martini do corpo. Jill havia derramado a bebida entre seus seios, aparando-a com a boca na barriga e depois entre as coxas, lambendo entre gemidos de prazer.

Finalmente no sexo, jogando a bebida e fazendo Jade ter um intenso orgasmo.

Jade fitou Jill adormecida, deitada de bruços. Ela era inegavelmente uma bela mulher, muito boa numa cama, mas cada vez se convencia que Jill não era a mulher certa para ela. Essa noite havia sido mais uma demonstração que para Jill a sua vontade é que devia prevalecer, Jade tinha que ceder ao que ela queria.

Jill não havia telefonado para perguntar se podia vir em sua casa, ela viera porque tivera vontade e mudara totalmente seus planos de passar uma noite relaxando do trabalho vendo um bom filme. Jill era egocêntrica e esnobe. Mas talvez ela mudasse.

Contava com isso.Iria mostrar a Jill o lado simples da vida. 
 
Em sua casa, Geri estava deitada, mas sem sono. Estava com raiva de si mesma, por não parar de pensar em Jade. Imaginava-a sendo beijada e possuída por jill e seu sangue fervia de ciúmes.


Como era possível se sentir assim, se ainda amava Chelsea? Ela que havia sido o grande amor de sua vida!Uma mulher perfeita, que também a havia amado profundamente. Mas para sua frustração,agora era Jade quem tomava conta de seu pensamento. Jade, uma ex-garota de programa! Uma mulher que havia sido conquistada pela idiota da Jill!

Ergueu-se, sabendo que não conseguiria dormir tão cedo. E como muitas vezes fizera desde que reunira as coisas de Chelsea naquele quarto, foi para lá. Abriu a porta com a chave e entrou, fechando novamente com chave. Em seu pijama de seda branco, se sentou na poltrona diante do enorme poster de Chelsea e falou envergonhada:

-Chelsea...perdoe-me... eu sei que estou traindo a promessa de amar somente você por toda minha vida, mas eu sou mais fraca que pensei...estou enfeitiçada por Jade...e eu tentei tanto não sentir nada por ela...eu a desprezei, quando declarou a paixão que sentia por mim...fiz isso por sua causa, Chelsea...eu controlei meus sentimentos, minha vontade de a ter para mim...e a afastei de mim, depois de a ajudar a sair da vida que estava levando. Tentei convencer-me que só sentia pena dela... mas agora...estou confusa, com medo do que sinto...só sei que não estou suportando saber que ela está com outra mulher... 
Chegou o dia do Halloween, uma festa de origem celta, que nessa antiga cultura marcava o fim oficial do verão e o início do ano-novo. Celebrava também o final da terceira e última colheita do ano, o início do armazenamento de provisões para o inverno, o início do período de retorno dos rebanhos do pasto e a renovação de suas leis.


Mas hoje em dia, significa apenas o Dia das Bruxas na cultura americana, onde as pessoas se fantasiam e se divertem e as crianças vão de casa em casa pedir doces.

A mansão de Lori regorgitava de gente, quando Jade chegou acompanhada de Jill. Ela optara por se vestir de Gabrielle, com seu top de camurça cor de vinho, cinturão de couro, saiote transpassado no lado, botas de cano longo e as duas adagas embainhadas na cintura. Jade sempre apreciara a série de Xena e se identificava com Gabby. Agora tinha a chance de homenageá-la.

Jill se vestira de Callisto e Jade pensou, quando a viu, que Jill havia escolhido uma pessoa bem de acordo com ela: Jill era alta e magra, loura, de temperamento mordaz e convencida de ser a melhor, como Callisto. Restava saber se ela sabia lutar como a outra loura.

Jill estava de mau humor. Havia tentado sem sucesso convencer sua mãe a não convidar Geri para a festa. Lori não admitira fazer essa desconsideração com sua melhor amiga por causa das inseguranças de Jill. E ela viera desde a casa de Jade, onde havia ido buscar a moça, reclamando que sua mãe não se importava com ela. 
Jade estava cheia de ouvir Jill reclamar, e deu graças a Deus quando entraram pelos portões da casa. Jill estacionou e desceu do carro, rodeando-o e pegando Jade pela mão, fitando-a com olhar especulativo.


-Hummm...você está uma tentação com esses peitos quase saindo do top, e essas pernas deliciosas à mostra... vou ter que tomar muito cuidado com você hoje, principalmente sabendo que Geri vai estar aqui.

Jade a fitou contrariada.

-Eu já lhe disse que nunca tive nada com Geri Gleese. Eu só fui uma mulher que ela pagou para se distrair. Geri ama uma mulher morta.

-Mas você se apaixonou por ela. Se ela a quisesse, você teria ficado amante dela. Você tem uma paixão recolhida por ela, confesse!

-Jill, já disse que minha paixão por ela acabou! Não estou com você? Você está comigo e devia saber que eu não estou mais apaixonada por Geri!

Jill parou, a segurando pelos braços e a fitando cheia de suspeitas.

-Estamos juntas, mas não sei o que sente realmente por mim. Sinto que você não me ama. Entrega-se á mim, mas nunca diz uma palavra de carinho.

-Jill, e não lhe basta isso, estarmos juntas? Não a traio com ninguém, vou do trabalho para casa, você vai me ver quando quer, o que deseja mais?

-Quero que você diga que me ama, que morreria se eu te deixasse. 
Jade desviou o olhar. Falou quase com raiva:


-Amor é uma ilusão, Jill! E paixão é algo que dá e passa. Não espere de mim algo que não acredito! Eu acredito é no desejo! E eu não tenho satisfeito os seus desejos? Não reclame de barriga cheia!

-Você sentiu paixão por Geri! Por que não sente o mesmo por mim? Eu acho que você a ama!Por isso, não consegue amar mais ninguém, tem o coração já ocupado!

-Chega, Jill! Que inferno! Estou farta de suas insinuações! Eu já lhe disse que não quero mais ouvir você tocar no nome dessa mulher! Foi a condição para continuarmos juntas!

Jill a pegou pelos braços e os apertou, fitando-a com um olhar sinistro.

-Preste bem atenção, Jade...eu não admito ser passada para trás! Ainda mais por uma ex garota de programa! Se você fizer isso comigo, vai pagar caro!

Jade a fitou chocada.

-Nunca esperei você dizer isso para mim, Jill! Então, é isso que sou para você? Uma ex garota de programa?

-Eu estou avisando! - Disse Jill, ignorando a pergunta de Jade - Bem, vamos entrar! Essa discussão me deu vontade de encher a cara! Ainda bem que bebida aqui não falta!

E dizendo isso, Jill a arrastou para a entrada da mansão. 
Lori estava perto da porta e as olhou chegar com um olhar preocupado. Estava fantasiada de Maria Antonieta, com uma peruca de cabelos platinados em um elaborado penteado e uma maquilagem pesada, parecendo uma figura saída de um filme de Fellini. Ela viu Jill se afastar de Jade e ir cumprimentar uma amiga com um abraço exagerado, levantando a moça do chão, e a beijando em cheio nos lábios.


Lori de aproximou de Jade, que olhou a cena com indiferença aparente.

-Olá, minha querida! - Disse, abraçando Jade pelos ombros e sussurrando em seu ouvido: - Não ligue, Donna é uma amiga de infância dela. Jill deve estar fazendo isso apenas para meter ciúmes em você.

Jade a fitou, com um leve sorriso.

-Olá, Lori. Estou pensando se não seria melhor eu voltar para casa. Jill parece disposta hoje a me provocar.

-Não faça isso! A festa vai ser ótima! Cher vai dar uma canja, cantando seus sucessos!

-Não sei... algo me diz que vou aborrecer-me nessa festa.

-Que nada! Não seja pessimista, Jade! Aproveite a festa! Tenho certeza que vai gostar! Jill vai cair em si e ver que está agindo como uma tola. Desde cedo ela estava me pedindo para não convidar Geri para a festa, ela está cheia de ciúmes! Mas isso vai passar!

-Espero que esteja certa, Lori... mas tenho minhas dúvidas.

-Não ligue para o que Jill diz... ela vai ver que não tinha motivos para ter ciúmes de geri e vai acabar pedindo desculpas à você. 
-Tem razão, Lori. Eu vim à festa para divertir-me, e vou fazer isso mesmo se Jill tiver um ataque de nervos! - disse Jade, irritada com a criancice de Jill. Engraçado, não sentia um pingo de ciúme, só sentia raiva por ela querer estragar sua noite e a fazer de idiota perante as pessoas. Afastou-se e foi se servir de uma taça de champanhe.


O salão e o deck da piscina estavam decorados com temas da festa. No salão, do lustre que ficava no centro do teto, partia uma enorme imitação de teia de aranha, tecida com fios prateados, abrangendo todo o teto. Abóboras espalhadas estratégicamente pelos cantos do salão com suas bocas e olhos recortados, sorriam iluminadas internamente por luzes. Silhuetas de bruxas, morcegos e gatos decoravam as paredes cobertas por um tecido roxo, que a luz negra dava um efeito fantasmagórico, e a música eletrônica que tocava completava o clima surreal.

Jade procurou um lugar mais tranquilo para ficar, bebericando a champanhe, esperando acalmar sua raiva para depois ir dançar. Estava nervosa, esperando com receio a chegada de Geri. O que sentiria, vendo-a novamente, depois de tanto tempo? A sua paixão recolhida iria se inflamar? Geri viria falar com ela? ou a ignoraria?

-A guerreira loura sonha... com quem será?

Jade ouviu aquela voz aveludada e voltou-se surpresa. Uma mulher alta estava ali atrás dela, recostada na parede, com os braços cruzados. A fantasia de mulher-gato se moldava ao seu corpo como uma luva. O corpo escultural vestido em pvc negro, moldando cada curva, a capa preta, a máscara que só deixava ver os olhos e a boca e queixo. Era uma visão sexy e provocante, como um sonho erótico. 
Jade sorriu para ela. Seu coração disparou. Jamais confundiria aquela voz com a de outra pessoa. Jamais deixaria de reconhecer aqueles olhos entre mil. Aquela mulher era Geri, vestida de mulher-gato! Algo dentro dela a fez decidir que a melhor estratégia seria fingir que não a havia reconhecido. Queria ver o que Geri diria, achando que não havia sido reconhecida. Quem sabe ela seria mais descontraída e mais aberta, se sentindo protegida por sua fantasia?


Assim, a fitou com um olhar divertido, erguendo a taça.

-Brindo à você, mulher-gato, tão misteriosa e poderosa, parecendo mesmo uma figura do Halloween, sempre surgindo das sombras da noite para desafiar as pessoas comuns como eu.

Ela se aproximou e fez uma leve mesura, se inclinando e a mão traçando um floreio no ar.

-Comum? Você não é comum, Gabrielle! Uma guerreira que domou uma mulher como Xena jamais seria comum!

Jade riu, por ver que ela tinha o senso de humor de fazer o jogo das personagens que elas representavam. Era bem mais fácil lidar com essa Geri-Mulher Gato. o seu ressentimento se diluiu vendo aquele sorriso fascinante, de dentes perfeitos.

-Então, Mulher-gato, já que somos ambas heroínas, vamos nos unir para aproveitar a festa!

-Boa idéia, Gabrielle. E tenho uma proposta: Que tal fazermos nossa festinha particular? 
E onde seria essa festa? - perguntou Jade, fitando-a erguendo as sobrancelhas.


-Perto daqui. Na praia.

-Na praia? O que tem lá de especial?

A mulher-gato pegou sua mão e a apertou suavemente. Ela usava luvas de couro, mas Jade sentiu o calor daquela mão através do couro e estremeceu. Maldição, Geri continuava conseguindo agitar suas emoções com apenas um toque na sua mão! E não era apenas emoção de desejo, era muito mais.

Ela mergulhou os olhos nos seus e disse ronroneando como uma gata:

-Tem eu. O mar. O ruído das ondas, o cheiro do mar impregnando nossos sentidos.

-Já tem o bastante. Vamos.

A mulher-gato fitou Jade surpresa. Ela não esperava que Jade concordasse tão fácil.

-Aceita mesmo? - Ainda perguntou.

-Sim. Adoro praia à noite.

-Então, venha! - Disse a mulher-gato, puxando Jade pela mão.

Elas saíram para o jardim e desceram o caminho de pedras para a praia. A mulher-gato caminhou para perto de umas pedras e Jade ficou surpresa ao encontrar uma toalha de banho forrando o chão, e ao lado dela, uma garrafa de champanhe e duas taças dentro de um balde de gelo.

-Oh! Você havia planejado ficar aqui e preparou o lugar? - Perguntou Jade.

-Mais ou menos. Eu sou amiga da dona da casa e já conhecia essa parte da praia. Eu planejei passar o final da noite aqui, quando a festa acabasse. 
Jade sorriu com ironia.


-E já havia planejado não passar a noite sozinha. As duas taças comprovam isso.

A mulher-gato deu dois passos, se postando diante dela. As mãos pousaram nos ombros de Jade.

-Não vou negar. Eu sabia que você estava na festa, e preparei esse recanto para nós nos conhecermos melhor.

-Preparou? E Lori sabe disso?

-Sim. Eu falei que iria amanhecer aqui, diante do mar. E ela deu-me a idéia de preparar nesse lugar um pequeno arranjo para duas pessoas. Mas eu preparei esse lugar apenas pensando em você. Jade... eu não sei como expressar as coisas que sinto... se o faço, eu inevitavelmente magoo as pessoas. Mas eu quero consertar isso. Eu quero que saiba que você é uma mulher especial. E eu a desejo muito.

E puxando Jade contra o corpo, ela a beijou ardentemente na boca, seus lábios se esmagando na explosão da paixão tanto tempo contida. Jade rodeou o pescoço de Geri e a beijou como se fosse o último beijo de sua vida, o corpo tremendo de emoção, ao sentir-se nos braços de Geri. Era a realização de um sonho. Suas línguas se sugavam, roçavam, as mãos de Jade apertando o rosto de Geri no beijo voraz, enlouquecedor, delicioso!

Então, um pensamento fez Jade esfriar como se tivesse tomado um banho de gelo: Ela a estava usando. Usando como se fosse um objeto. 
Jade afastou o rosto, fitando o rosto da mulher gato com súbita frieza.


-Já conseguiu o que desejava?

Geri a fitou hesitante. Sorriu.

-Não, ainda não... eu quero ainda muitos beijos como esse que trocamos...

Jade a empurrou com as mãos. Olhou-a nos olhos e disse com sarcasmo:

-Para quem não queria nem tocar-me, você mudou muito, Geri Gleese!

Geri a fitou espantada, imóvel.

-Você sabe quem sou! Como descobriu?

-Como descobri? Geri, ao contrário do que pensa, sou uma garota esperta! Eu fui uma garota de programa, mas nunca fui idiota, apesar de ser loura! Eu reconheceria sua voz e esses olhos em qualquer lugar! Diga, Geri, era isso que queria? Usar-me por trás dessa fantasia, escondida sob uma máscara, para poder fazer o que quisesse e depois voltar incógnita para sua querida Chelsea?

-Jade! Eu ia me revelar para você! Eu primeiro queria que você falasse comigo sem nenhuma prevenção, eu queria...

-Ia se revelar nada! Você queria era usar-me e depois, cheia de remorso, ir chorar para sua querida Chelsea e dizer que ela não se preocupasse, porque eu não a havia reconhecido e você estava livre!

-Não, Jade! Eu não ia fazer isso!

-Não?! Então diga, o que iria dizer para mim?! 
-Eu não tinha nada planejado, Jade. Mas ia dizer quem sou, ia conversar com você para acertar coisas que ficaram pendentes em nossa relação...




-Nossa relação? Coisas pendentes? Geri, nossa relação foi apenas...comercial. Eu era a mercadoria que você pagava para usar. E nem isso quis. Quanto à coisas pendentes, não acho que temos nada pendente entre nós. Tudo ficou muito claro. Você deu-me uma ajuda, um empurrão inicial para eu mudar de vida, pelo que sou agradecida, mas nada mais. Você nem sequer me ligou para dar-me parabéns por eu ter conseguido ser aprovada por Lori. Nunca quis contato comigo.



-Jade... eu sei que fui muito radical...eu achei que era melhor não estreitarmos relação...mas quando vi a foto de você e Jill juntas, algo me tocou... e eu...



-Ora, ora! O que temos aqui? Uma reunião inusitada! A mulher gato e Gabrielle? Não combina!



Geri e Jade olharam assustadas para onde veio a voz. E se depararam com Jill, com as mãos na cintura e as fitando com um sorriso feroz.

Geri a fitou sem nenhum receio, dizendo com voz calma:

-Saia daqui, Jill. O assunto é entre eu e Jade.

-Acha? Acaso esqueceu que Jade é minha namorada, e você a trouxe para a praia para tentar seduzí-la? Estou vendo que nem esqueceu de trazer uma toalha e a bebida, que apanhou na casa de minha mãe!

-Eu não apanhei escondido! Sua mãe quem me deu!- Retrucou Geri, com voz indignada.

-Ah, mas aposto que você não disse à ela que tudo isso era para seduzir minha mulher!
Jade, que até então apenas observava o duelo verbal de Geri e Jill, Interveio com um grito:




-Um momento, vocês duas!



Geri e Jill fitaram Jade, que tremia de indignação. Ela falou com entredentes, olhando para Jill com desdém:



-Eu não sou propriedade sua e nunca serei, Jill! Você não sabe tratar uma mulher com consideração e respeito! Você é uma mulher imatura, mimada, que acha que o mundo gira à sua volta! Cansei! Procure uma mulher que possa aturá-la!



Ela então voltou-se para Geri, falando no mesmo tom que falara com Jill, mas seus olhos se enchendo de lágrimas:

-E você, Geri, pensa que ainda sou aquela mulher que bastava você ligar, para ir correndo como uma cachorrinha à espera de um gesto seu, e apenas recebia desprezo? Que foi humilhada, desprezada por causa de uma fantasma? E agora, como disse, viu minha foto com Jill e decidiu procurar-me? Lori me contou as disputas de vocês duas por mulheres! E você não podia deixar de querer entrar na disputa com Jill por mim, apenas para depois se vangloriar que venceu mais uma vez! Pois saiba que não estou nesse joguinho de vocês! Tenham uma boa noite, as duas!

E dizendo isso, se afastou de volta para a casa, sem olhar para trás, quase correndo.

Jill fitou Geri com raiva.

-Viu o que fez, sua cadela? Você jogou Jade contra mim!

-Não seja ridícula, Jill! Você quem a perdeu por ser uma idiota, esnobe e mimada!

-Cadela! A culpa foi sua! -Gritou Jill, avançando para agredir Geri.
Lori estava conversando com uma amiga, quando ouviu gritos e vozes excitadas vindo da praia. Ela estava no deck da piscina e foi até a mureta que se debruçava para a praia olhar o que estava acontecendo. Ela viu uma pequena multidão que gritava excitada, fazendo uma roda em volta de duas pessoas que estavam fazendo algo. O que estariam fazendo, dançando? Na areia?




Karen, uma de suas amigas, entrou correndo no deck e veio até Lori, afobada.

-Lori! Sua filha e Geri estão lutando lá na praia! Venha!



Lori a fitou boquiaberta. Geri e Jill, lutando?! Acaso haviam enlouquecido?



-Karen... tem certeza que são elas? Eu sei que elas não se entendem bem, mas estarem lutando?!



-Sim, e acho melhor você ir desapatar a briga, antes que se machuquem sério! As mulheres estão incentivando a luta, apostando nas duas!



-Oh, meu Deus! Que loucura! - Gemeu Lori, e saiu correndo para a praia.



Ela chegou lá rapidamente e foi afastando com empurrões as pessoas que rodeavam as lutadoras, gritando palavras de incentivo.
- dÁ nela, Geri! Eu apostei em você!

-Jill, reaja! Ataque! Ataque!

-Isso, Geri! Muito bem! Dá outro!

Lori conseguiu passar pelas expectadoras e parou, assustada com o que via. Jill e Geri se embolavam no chão, trocando socos. Geri montou sobre Jill e com uma mão a pegou pelos cabelos, imobilizando o rosto dela, e com a outra mão, deu três bofetadas no rosto de Jill, que gritou esperneando.
Jill encheu a mão de areia e jogou no rosto de Geri. Ela soltou Jill, colocando as mãos no rosto e Jill aproveitou, empurrando-a para trás com as mãos e girando o corpo, fazendo Geri cair de lado, libertando-a. Jill se ergueu rapidamente e deu um violento chute em Geri, atingindo-a nas costelas. Geri gritou de dor e rolou para longe, fora do alcance dos chutes de Jill. Mas a loura a seguiu, e quando deu outro chute, dessa vez Geri pegou seu pé com as mãos e o torceu. Ela deu um berro de dor e caiu no chão.


Lori saiu do seu estupor e correu, se postando entre as duas, gritando:



-Parem! Parem com isso! Enlouqueceram? Parecem duas selvagens!



Jill tentou se levantar, mas gritou de dor quando tentou se firmar no pé, com a dor aguda que sentiu no tornozelo. Ela caiu sentada na areia, falando com raiva impotente:



-Essa cadela quebrou meu tornozelo!Não posso me levantar! Ela aleijou-me!



-Cale a boca,Jill! Pare de drama e me explique a razão dessa cena deprimente!-Disse Lori, furiosa.



-Foi ela quem começou! - Disse Jill, apontando para Geri, que se levantava lentamente, fazendo uma expressão de dor, com as mão nas costelas esquerdas.



Lori se voltou para Geri, que estava agora sem a máscara da mulher-gato, que havia sido arrancada por Jill, e a fantasia rasgada na gola, que abrira um rasgão no decote que mostrava grande parte do colo de pele perfeita.



-Ela está mentindo, Lori - Disse Geri, com expressão de dor - Ela quem começou, me agredindo covardemente por trás.
-Como foi isso? - perguntou Lori, sabendo que Geri não fantasiaria a verdade, como Jill.


-Eu... estava conversando com Jade aqui e Jill chegou. Começamos a discutir e Jade foi embora. Jill começou a ofender-me, mas quando notou que eu não lhe dei atenção e já me havia voltado de costas para retirar-me, ela me deu um chute nas costas, fazendo eu cair no chão. Então ela montou sobre mim e começou a atacar-me.

-Essa cadela está mentindo! - Gritou Jill, com voz esganiçada - ela estava aqui tentando seduzir minha mulher! Ela mereceu o chute que dei!

-Jade não é propriedade sua! - Geri disse, entredentes.

Lori as interrompeu, batendo palmas para chamar a atenção das pessoas que assistiam curiosas a troca de acusações das duas mulheres.

-Pessoal, vamos sair daqui! A festa é lá em cima, no deck da piscina e no salão! Chega de confusão!

As pessoas começaram a se retirar, fazendo comentários entre elas. Lori esperou o local se esvaziar e olhou para as duas mulheres. Ambas estavam com as fantasias rasgadas, sujas de sangue e machucadas.

-Bem, vou chamar um médico para atender vocês- Disse Lori - Discretamente, é claro. Já chega o espetáculo que deram. Eu apelo para o bom senso de vocês, para acabarem com essa briga ridícula.

-Mande-a embora, Mãe! - Pediu Jill, apontando para Geri com olhar cheio de ódio.

-Cale a boca, Jill! -Disse Lori, perdendo a paciência - Já fez besteira demais hoje, para ainda querer ser atendida em suas vontades!
Lori chamou dois empregados, que carregaram Jill para dentro da casa, pois ela não podia andar. O tornozelo havia inchado e ela nem podia encostar o pé no chão. Geri foi andando amparada por Lori. As suas costas e as costelas doíam a cada movimento mínimo, quase a fazendo gemer pela dor aguda e forte que sentia. Estava desconfiada que havia quebrado alguma costela com o chute que recebera de Jill.




O médico chegou meia hora depois e após um rápido exame nas duas, deu o veredito:

-Vão precisar ir na clínica bater chapas de raio X. Não posso afirmar se quebraram algum osso ou não, sem as radiografias dos ossos do tornozelo da senhorita Jill e das costelas da senhorita Geri.



Elas foram levadas para a clínica na ambulância que trouxe o médico. Geri foi atendida primeiro, pois o quadro dela era mais complicado. Ela teve a ajuda de uma enfermeira para despir a fantasia, e a enfermeira olhou para o corpo perfeito de Geri, só na tanga de cetim negro, com evidente admiração. os seios de tamanho médio, alvos, com os bicos rosados eretos, os ombros largos se afinando na cintura, o abdômen com a musculatura definida, as coxas fortes e as pernas longas. As únicas máculas naquele corpo belo eram as marcas roxas nas costelas e nas costas, dos chutes de Jill.



-Que corpo lindo... meus parabéns - Disse a técnica que tirou as chapas.



Geri sorriu forçadamente. Mal podia respirar com a dor e o elogio não a alegrou em nada.
Geri tirou as radiografias e ficou esperando o resultado em uma sala, deitada numa cama. O médico veio minutos depois e deu o diagnóstico




-Felizmente você não quebrou nenhum osso.



-Mas doutor, e essa dor insuportável? Mal posso respirar



-O golpe que recebeu atingiu nervos e músculos, que estão lesionados. Essa dor vai passar quando o hematoma desinchar. Isso vai levar uns dias. Durante esse período, deve evitar se movimentar muito, deve repousar. Vou passar um anti-inflamatório para diminuir a dor e acelerar o processo de recuperação dos tecidos.



-Não vai engessar meu tronco?



-Não, é uma área que não pode ser ingessada devido ao movimento da respiração. Mas você pode usar um colete ortopédico para ajudar a proteger a área.



-Ah, não, doutor! Colete não! Eu vou ter cuidado, vou repousar, mas não me faça usar colete!



Ele riu, achando graça da expressão de pânico de Geri.



-Tudo bem, se prefere assim. Então vou mandar a enfermeira pelo menos enfaixar o local, para proteger sua ida para casa. Eu vou ver agora o resultado das radiografias da outra moça. Com licença.



O médico saiu e veio a enfermeira, com um pacote com a bandagem elástica e larga, para para ser colocada em seu tórax. Ela a fitou sorrindo.



-Vamos lá, senhorita Gleese. Pronta para ser envelopada? -brincou a mulher.

Geri suspirou. Pronta ou não, tinha que aceitar a bandagem. Maldita Jill!
Jade estava já deitada, tentando dormir. Mas não conseguia. Seu pensamento estava tomado por Geri. Maldição! - Pensou, se voltando na cama - Por que não parava de pensar nela? Geri a enfeitiçara, só podia ser! Também, quem não ficaria enfeitiçada, vendo aquele mulherão vestida de mulher-gato? Aqueles olhos azuis realçados pela máscara negra, aquela boca sensual, aquele queixo forte, que dava vontade de mordiscar...aquele corpo provocante, que o pvc colante da fantasia moldava...




Estava ficando excitada só em pensar nesses detalhes da anatomia de Geri. E aquele beijo? Quase havia desmaiado de emoção!Ah, que beijo! O melhor beijo que recebera na vida! Aquela boca deliciosa sugando a sua...



O telefone celular sobre a mesinha de cabeceira tocoualto, quase fazendo ela dar um pulo pelo susto. Olhou para o despertador digital. Quem era a pessoa que ligava para ela à uma da madrugada?!



Pegou o telefone, o abriu e viu o número, reconhecendo de quem era. Jill! Aquela maluca! Pensou em não atender, mas a curiosidade falou mais alto.



-Alô, Jill! Isso é hora de telefonar?! - Reclamou.



-Eu preciso falar com você, Jade! Acabei de chegar de uma clínica, estou com o pé quebrado e toda machucada! - Disse Jill, com voz lamentosa - E você sabe bem quem fez isso em mim!



-Eu?! Nem imagino! - Disse Jade, revirando os olhos, irritada.



-Não se faça de inocente! Você sabe muito bem que foi Geri quem fez isso! Aquela louca, marginal! Ela atacou-me e me agrediu covardemente!
Jade ouviu uma voz ao fundo pedindo o telefone a Jill, a moça berrando que não, e instantes depois, a voz ofegante de Lori falou, nítida:




-Oi, Jade! Dê um desconto no que Jill falou! Em primeiro lugar, ela não está com o pé quebrado, apenas seu pé foi torcido e está com o tornozelo com os ligamentos luxados! E isso porque deu um chute em Geri e ela se defendeu pegando o pé dela e torcendo. Jill é minha filha, mas sou justa e gosto da verdade. Jill quem começou tudo.

Jade sentou na cama, espantada e com o coração aos saltos.



-O quê?! Como foi isso?!



-Jade, quando você saiu, as duas se pegaram na praia! Pelo que me contaram, Jill deu um chute nas costas de Geri, jogando-a no chão. E então se embolaram numa luta feroz. Foram me chamar e as encontrei emboladas no chão como cães raivosos! Fiz com que parassem, mas as duas já haviam se machucado bastante. Tiveram que ir para uma clínica fazer exames.



-Como Geri está, Lori?



Jade não pôde disfarçar a preocupação em sua voz.



-Bem, ela levou um chute de Jill nas costelas e mal pode se movimentar, de tanta dor. Jill a atingiu nas costas e nas costelas abaixo do seio esquerdo. Ela vai ter que ficar em repouso pelo menos dez dias.



-Oh! Isso tudo aconteceu por minha causa, Lori! Sinto muito! - Disse Jade, arrasada.

-Não se desculpe pela loucura alheia, Jade! Jill e Geri é que deviam ter pensado antes de se comportarem como animais lutando pela posse da fêmea!
-Mas eu fui o motivo disso, Lori. Estou sentindo-me mal com o que aconteceu.


-Não se culpe e vá dormir, Jade. Eu vou tomar um drinque e cair na cama. A festa acabou e o melhor é não pensar mais nisso. Jade, desde o começo falei que iria ser neutra na relação de você e Jill. E mantenho o que disse. Eu sei muito bem como Jill é difícil de ser aturada, com esse egocentrismo dela. E a culpa é minha, que a mimei além da conta. Abri os olhos tarde demais.

-Bem, Lori, vou tentar dormir. Boa noite.

-Boa noite, Jade.

Jade desligou e ficou pensativa, fitando um ponto ignoto. Geri estava machucada. Por causa dela. Sentia -se culpada, mesmo depois das palavras de Lori.

Ela só conseguiu dormir quando o dia começava a amanhecer. Passara horas pensando no que havia acontecido, sem abandonar a sensação que era sua culpa. Não devia ter saído daquela forma, deixando-as irritadas. Se tivesse sido mais diplomata, levando Jill para dentro de casa, a briga não teria acontecido. E Geri não estaria agora com dor, machucada numa cama.

Pensou então que por nenhum instante havia pensado em como Jill estaria. Isso era uma indicação que não podia ignorar. Ela apenas se preocupava com Geri, porque ainda estava apaixonada por ela. Jill não significara em sua vida nada mais que uma táboa de salvação, uma tentativa de esquecer Geri. Uma tentativa que não dera certo.
Deitada no sofá da sala, Geri estava de péssimo humor. Havia passado uma noite de cão, cada vez que se movia apenas para tocar de posição na cama, sentia uma dor lancinante nas costelas. O médico havia explicado que a dor era dos músculos lesionados, que se moviam com a respiração. Estava tomando anti-inflamatório para a inchação e dor, mas ainda assim doía bastante.




Geri pensou que aquilo era castigo por ter pensado em trair a memória de Chelsea. E o modo de Jade, depois que a beijara, a havia decepcionado. Ela achava que iria usá-la, que estava apenas disputando-a com Jill para ter o prazer de a vencer! Não acreditava em suas intenções!



Mas caiu em si, dando razão à Jade. Quais eram suas intenções com Jade? Nem ela sabia! Havia agido pelo impulso, pelo ciúme que havia sentido de pensar em Jade se entregando para Jill.



-Sua idiota- Murmurou - Encare a realidade! Você está com ciúmes de Jade! Você a deseja para você! Não se engane mais, querendo arranjar uma desculpa para o que sente!Você apenas está tentando manter sua promessa a Chelsea que nunca colocaria alguém no lugar dela. Só isso.



Chiquita entrou na sala, interrompendo seus pensamentos.



-Senhorita Gleese, a senhorita Jade Norton está aí e quer falar com você. Posso mandá-la entrar?



Geri sentiu seu coração dar um salto. Jade, ali!
-Faça ela entrar, Chiquita - Disse, com voz contida.




Chiquita saiu para atender sua ordem e Geri se sentou lentamente, fazendo uma careta de dor. Será que estava apresentável? Não havia penteado os cabelos, estava apenas de pijama leve, blusa e short de algodão azul.



Jade entrou, olhando-a hesitante. Estava linda! Cabelos curtos bem cuidados, vestida com discreta elegância com calça branca, blusa preta sem mangas e sandálias.



-Olá, Geri - disse ela, com voz receosa - Estou incomodando?



Geri recostou na almofada, colocando os pés sobre um puf de couro marron.



-Olá, Jade, sente-se - Disse, indicando a poltrona em frente - E não está incomodando.



Jade se aproximou, não podendo deixar de reparar nas coxas fortes de Geri e nas pernas compridas. Maldição, Jade! - Pensou - Controle sua libido!Mas essa mulher é uma tentação! Que pernas!



Ela sentou e estendeu um pacote de papel celofane prateado.



-Trouxe bombons para você - Disse - Gosta? São de chocolate suiço, recheados com amêndoas.



Geri sorriu, sentindo seu mal humor se esvair. Pegou o pacote e colocou sobre a mesinha ao lado.



-Adoro chocolate, mas não precisava se incomodar. Quando a minha empregada a anunciou, eu pensei que tinha vindo brigar comigo porque bati na sua mulher.

Jade enrubesceu vivavente e retrucou:



-Geri! Como pensa mal de mim! Então, achou que eu vim tripudiar sobre uma pessoa que está machucada e indefesa?
-Bem... o que eu deveria ter pensado? Que você veio aqui porque está solidária comigo, contra sua mulher?




-Geri, Jill não é minha mulher!Nunca foi! E ontem, minha paciência com ela acabou. Você viu o que eu disse à ela. E não vou voltar atrás.



-Acabou mesmo? Então, você já fez uma boa coisa. Porque Jill não serve para ninguém que tenha um pouco de amor próprio e bom senso.



Jade a fitou nos olhos e suspirou.



-Eu sei... logo que a conheci percebi que era uma garota mimada e se achando o centro do universo, mas não achei que fosse tão egocêntrica e agressiva. Lamento o que houve, Geri. Sinto-me culpada por você estar aí machucada. Eu não devia ter saído e deixado vocês duas sozinhas. Mas eu estava magoada e com raiva de você. Perdoe-me, Geri.



Geri sentiu seu coração derreter, com as palavras de Jade.



-Hei... não há nada a perdoar... você tinha toda razão de pensar que eu estava disputando você com Jill só para vencê-la. Eu já ofendi você tantas vezes... como poderia ainda acreditar em mim?



-Eu queria tanto saber o que pensa, Geri... eu vim aqui para isso. Quero dizer, para ver como está e para saber por que fez aquela cena comigo, escondendo quem era, me cantando... qual era seu objetivo, Geri? Eu gostaria de saber o que pensa queria comigo.
Geri a encarou nos olhos. Jade viu sinceridade neles e angústia.




-Jade...eu gostaria de ser objetiva com você e poder respoder suas perguntas sem hesitação, dando à você uma idéia clara do que sinto e pretendo com você. Mas não sei essas respostas. Tudo que sei é que senti ciúmes de você com Jill. Fiquei arrasada quando vi sua foto no tablóide com ela. Eu não sei o que se passa comigo. O que posso dizer é que amei muito Chelsea, e no leito de morte dela, ela me fez prometer que ninguém ocuparia o lugar dela no meu coração. Eu passei anos cumprindo essa promessa. Mas desde que eu conheci você, eu tenho fraquejado. Eu pensava muito em você e fiquei com medo do que sentia. E por isso a afastei de minha vida.



-Oh, Geri! Não faça isso com você mesma, se dê a chance de ser novamente feliz! - disse Jade, comovida - Se você me quiser, eu farei tudo que puder para você ser feliz!



Geri desviou o olhar.



-Não é tão simples assim, Jade.



-Por que não? Você se sente atraída por mim, eu por você, por que não tentamos?



Geri falou sem fitá-la:



-Jade...você até dois meses atrás era uma garota de programa. Eu... não posso arriscar-me a ter sexo com uma pessoa de risco.



Jade sentiu como se tivesse levado uma bofetada. Se ergueu, olhando para Geri, que não a encarava, de olhos baixos.



-Você tem nojo de mim, não é, Geri? Desculpe ter vindo aqui, sujar seu ambiente tão puro. Acho melhor você jogar esses bombons fora, podem estar contaminados. Adeus

.

-Jade! Espere! - Gritou Geri.



Ela não respondeu. Saiu em passadas apressadas, quase correndo.
Jade chegou em casa e se jogou na cama, chorando copiosamente. Sentia-se humilhada, rebaixada, indigna de poder ter alguém que a amasse. A mulher por quem era apaixonada, a havia considerado uma pessoa de risco para a saúde! Como se fosse um lixo, uma barata!Isso era por causa que ela era uma idiota, sempre desculpando Geri de suas grosserias! mas ela iria ter o troco!


Subitamente sorriu com a idéia que teve.



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No dia seguinte, Jade ligou para o seu genicologista e marcou uma consulta. Foi trabalhar normalmente e Lori a procurou no estúdio, onde tirava fotos para a campanha da marca de roupa. Ela havia terminhado uma sequência de fotos, quando Lori chegou, trazendo um copo de café, sorrindo para ela.

-E aí, garota? Você e Geri se entenderam? - Perguntou baixinho, sentando ao lado dela numa cadeira de lona.

Jade a fitou pegando o copo e tomando um gole.

-Obrigada, Lori. Adivinhou, eu estava louca para um café. E respondendo sua pergunta, não quero nem ouvir falar nela! Geri foi muito grosseira comigo, e fez-me ver que eu tenho que esquecer que ela existe!

-Oh! Sinto muito, Jade. Pensei que vocês iriam finalmente se entender, depois que ficou livre de Jill.
-Eu, entender-me com Geri? Nunca mais, Lori! E Jill, como está? Melhor?


-Reclamando como o diabo, por estar com metade da perna e pé imobilizado, andando com muleta. Mas ela vai ficar boa dentro de 15 dias. Geri que deve estar pior, com as costelas luxadas. Eu liguei para ela hoje e ela disse-me que você esteve ontem na casa dela. E Jade... ela disse que estava muito triste por ter ofendido você sem querer.

Jade sentiu o sangue esquentar seu rosto, de raiva.

-Isso já virou uma mania em Geri: ofender e depois se desculpar. Geri é como um morcego, morde e assopra! Lori, eu agradeceria muito à você se não tocasse mais comigo no nome dela! Eu quero riscar Geri de minha vida! E se você falou com ela hoje, por que me perguntou se eu havia me entendido com ela?! Estava me sondando, para ela?

-Não, Jade!... desculpe-me... eu... - Disse Lori, enrubescendo.

-Deixa para lá - Disse Jade, respirando fundo - Vocês são amigas, e sei que nessas situações, as amigas ajudam a outra a se acalmar, pescando notícias. E você é mãe de uma delas.

-Volto a dizer que estou neutra nisso, Jade. Nossa amizade continua, você ficando ou não com Jill.

-Obrigada, Lori. Você é uma pessoa incrível.

-Chega de fofocar e vamos ao trabalho - disse o diretor sorrindo.
-Lori, só uma pergunta: pode indicar-me um bom genicologista? Quero fazer um exame preventido de mama.


-Ah, eu tenho uma excelente genicologista. Vou lhe dar o telefone, para marcar uma consulta.

-Ela terá uma vaga para hoje?

-Não sei, ela tem muitas clientes. Mas tente, às vezes acontece uma cliente adiar a consulta.

-Vou tentar.

Lori a fitou preocupada.

-Está sentindo alguma coisa?

-Umas pontadas, quero ver se está tudo bem - Mentiu.

-Deve ser os hormônios. Já senti isso e não era nada.

-Espero que sim, mas vou fazer o exame, tem mais de um ano que não faço.

Lori deu o número do telefone e Jade ligou. Deu sorte, uma cliente havia desistido da consulta e ela foi encaixada no lugar.

Ela saiu mais cedo do trabalho, foi em casa, tomou um banho e se vestiu. Dez minutos antes das três da tarde chegou ao consultório luxuoso e a recepcionista fez sua ficha no computador. Ela se sentou na sala de espera e pegou uma revista para se distrair.

Pouco depois a assistente da médica veio chamá-la.

-Senhorita Jade, pode entrar.

Jade entrou na sala e a médica se ergueu, olhando-a sorrindo. Era uma mulher alta e magra, com belos expressivos negros e cabelos curtos castanhos.

-Olá, senhorita Norton, sente-se - Disse ela indicando a cadeira.
Jade se sentou na cadeira, sorrindo para a mulher. Ela era uma morena atraente, e se seu gaydar estava correto, ela devia ser gay.


-Obrigada, doutora Davies.

-O que está errado, senhorita Norton?

-Doutora, eu quero fazer um exame preventivo e um exame de aids.

A doutora a fitou surpresa.

-Um exame de Aids? Por que, teve sexo sem proteção com alguém de grupo de risco? Ou usa drogas injetáveis partilhando a seringa?

-Não, doutora... mas era uma garota de programa alguns meses atrás, e quero ter certeza que estou saudável.

-Oh...tudo bem... quero que tire a roupa e coloque um roupão. Pode se despir ali atrás daquele biombo. Minha assistente a ajudará a se colocar depois na mesa genicológica.

A doutora saiu da sala e Jade foi se despir atrás do biombo. Vestiu o roupão e quando saiu detrás do biombo, a assistente já a esperava. Ela pediu a Jade que deitasse na cama e a instruiu como se posicionar.

Jade subiu na cama e deitou, chegando seus quadris para a borda e colocou os pés nos estribos frios de metal. Ela odiava fazer exame genicológico. A pessoa ficava numa posição vulnerável e suas partes íntimas completamente expostas para uma pessoa estranha, além da expectativa ruim de ser invadida por um objeto.
Mas a doutora veio e foi de uma delicadeza exemplar. Ela se sentiu aliviada, a doutora a examinou rapidamente, e colheu o material com um tanta delicadeza, que Jade quase não sentiu nada. Ela fez exame em seus seios, apalpando-os todos, e Jade a fitou curiosa. Os olhos da doutora encontraram os seus e ela enrubesceu e sorriu, descendo a mão pela sua barriga até o baixo ventre, apertando.


-Doi aqui? - Perguntou ela.

-Não - Respondeu Jade, achando o olhar da doutora meio perturbado. Interessante...

-E aqui? - Perguntou ela, apertando o outro lado.

-Não.

Ela recuou, tirando as mãos.

-Acabei o exame, pode sair da cama e ir vestir-se, senhorita Norton. Mary, retire sangue dela para exame de aids.

Depois de vestir-se e ter seu sangue retirado, Jade voltou à sala. A doutora a olhou sorrindo, fazendo anotações em sua ficha.

-Sente-se, senhorita Norton.

-Jade. Trate-me por Jade- Disse ela, sentando e cruzando as pernas. O olhar da doutora caiu sobre suas pernas por um instante e ela enrubesceu.

-Ok, Jade. Pelos exames que fiz, não parece ter nada errado. Mas vamos esperar o resultado dos exames para ter certeza. Vou marcar sua consulta para vir saber dos resultados para dentro de cinco dias, quando os exames devem estar prontos, ok?

-Tudo bem, doutora Davies.

-Ellen .

-Huh? - Fez Jade, sem entender.

-Trate-me por Ellen. Se vou tratá-la por Jade, o tratamento tem que ser recíproco, não acha?
Jade sorriu, enrubescendo. Era engraçado flertar com uma mulher que já havia conhecido ela totalmente, no físico, em suas partes mais íntimas.


-Tudo bem, Ellen. Então, dentro de cinco dias, já posso ter os resultados? Eu trabalho para Lori, foi ela quem me indicou você. Ela certamente me liberará para vir.

-Trabalha para Lori? - Perguntou a médica, surpresa.

-Sim, e também sou amiga dela.

-Ela é uma boa amiga minha. Bem, Jade, eu a espero aqui dentro de cinco dias.

Ellen sorriu, estendendo a mão.

-Até lá, Jade.

O aperto de mão foi suave e Jade gostou do toque daquela mão quente e macia. Ergueu-se e se despediu:

-Até lá, doutora.

Jade saiu e foi para casa.

A doutora Ellen pegou seu celular e ligou para Lori. Ela atendeu na terceira chamada.

-Ellen! Há quanto tempo, hein? Nem veio à minha festa de Halloween!

-Estava em um congresso, Lori.

-O que conta de novo?

- Lori, que belo pedaço de mulher você mandou consultar comigo! Quase tive um ataque do coração, quando vi aquela mulher linda entrar em minha sala!

Lori riu.

-Está interessada? É contra a ética profissional, ter um romance com paciente.

-Eu sei, mas essa mulher faz qualquer um sair do sério! Ela é livre?

-Completamente, my dear!- Riu Lori.
Cinco dias depois, Jade voltou ao consultório da doutora Ellen e a recepcionista a informou:


-A doutora vai falar à senhorita os resultados dos exames. Aguarde um pouco, ela vai atendê-la após terminar a consulta com a paciente.

Jade sentou, aguardando. Dez minutos depois uma mulher saiu da sala da doutora e sorriu para a recepcionista.

-Até a próxima vez, senhorita Julia.- Ela disse.

-Até lá, senhora Haggar.

A mulher saiu e a recepcionista levantou e abriu a porta para Jade.

-Entre, senhorita.

Jade entrou e viu a doutora Ellen anotando algo numa ficha. Ela ergueu os olhos e sorriu radiosamente.

--Senhorita Norton! Queira sentar-se, por favor. Julia, pegue os resultados dos exames da senhorita Norton, por favor.

A recepcionista saiu para atender o pedido e Jade sentou diante da doutora, que a fitou sorridente, tirando o o´culos que usava e guardando no bolso do jaleco.

-E então, Jade? Tudo bem?

Jade sorriu.

-Isso quem vai confirmar é você, doutora.

-Vamos ver isso agora. Mas pelo que eu percebi, você parece ótima.

Jade enrubesceu.
A recepcionista voltou, com três envelopes na mão. Estendeu para a doutora.


-Aqui está, doutora Ellen.

-Obrigada. pode sair, Julia - disse a doutora, pegando os envelopes.

A moça saiu e fechou a porta. A doutora olhou para Jade.

-Você prefere que eu leia os resultados para você, ou você mesma os vê e apenas me pede esclarecimentos sobre o que não entendeu?

-O que você normalmente faz, doutora Ellen?

-O que a paciente escolher. Muita gente prefere ler elas mesmas, outras preferem que eu fale. Mas depois, eu sempre entre go o resultado à paciente.

-Pode ler, doutora. Estou tranquila que estou bem.

-Bem, vejamos... - disse ela,colocando o óculos e abrindo um envelope. Leu em silêncio e pegou o outro, sem mudança de expressão. Leu o segundo atentamente, depois o colocou de lado e pegou o terceiro. Leu o resultado e o colocou junto com os dois, olhando para Jade e sorrindo abertamente.

-Está tudo bem, Jade. Os exames de Aids e de doenças sexualmente transmissíveis deram negativos, e o de hemograma também deu tudo normal, parabéns.

Jade sorriu feliz.

-Uuuffa, que bom! Eu tinha quase certeza que estava tudo bem, mas é bom esse "quase" ser completamente certa!

-É uma ótimo resultado para mim também, Jade . Porque se você tivesse algum problema, seria errado eu dizer que não posso ser mais sua médica. Mas com tudo bem, eu a dispenso como minha paciente.

-Dispensa? Por que? - Perguntou Jade, erguendo as sobrancelhas surpresa.

-Por que não sendo minha paciente, eu a posso convidar para jantar.
Jade riu, achando engraçado o modo com que a doutora fez o convite.


-Hummmm doutora, está mesmo convidando-me para jantar?

-Exatamente, e eu não sendo sua médica, não estou infringindo a ética que me proíbe me relacionar com meus pacientes. Aceita o convite?

-Aceito com muito prazer, doutora...

-Desde esse momento, para você sou apenas Ellen, e você para mim apenas Jade, uma mulher encantadora e linda.

Jade riu.

-Tudo bem, Ellen... acho que vou gostar muito desse jantar. Quando quer que aconteça?

-Hoje seria possível? Não quero esperar muito. sou muito ansiosa.

-Hoje? Tudo bem...onde?

-Dê-me seu endereço e eu a irei buscar às oito da noite.

-Você tem meu endereço na minha ficha.

-Os endereços dos clientes ficam no computador de minha secretária. Não quero pedir à ela.

-Ok. Meu endereço é Melrose Place, 1.551.

-Estarei lá às oito em ponto - Disse a doutora, anotando em um papel. Ela a fitou com um grande sorriso.

Jade se ergueu, sorrindo.

-Tenho que ir. Preciso ainda tratar de um negócio ainda hoje.

A doutora deu à ela os envelopes com os resultados dos exames e sorriu, abrindo a porta para ela.

Jade saiu dali e foi direto para um serviço de entregas rápidas.
Oito horas em ponto uma Mercedes prateada parou diante da casa de Jade e a doutora Ellen desceu, dirigindo-se para a porta da casa e apertando a campainha.


Jade veio abrir e sorriu ao ver a médica elegante em um terninho cinza, com um buquet de rosas vermelhas para ela.

-Olá, Ellen! Entre um pouco. Essas rosas são para mim? Que lindas! - Disse, verdadeiramente deliciada com o gesto delicado.

-Rosas para uma flor.

Jade pegou as rosas e se afastou para ela entrar. Ellen passou por ela e entrou na sala, olhando em volta. Era uma sala não muito grande, mas decorada com bom gosto e acolhedora. As paredes em tom pastel e os móveis marrons escuro davam um toque de classe.

-Aceita beber algo? - Perguntou Jade, indicando o pequeno bar no canto da sala.

-Não, Jade. Eu reservei mesa e não podemos demorar muito.

-Estou bem para onde vamos? - Perguntou Jade, insegura.

Ellen olhou a vestido preto simples, mas elegante, e assentiu, sorrindo.

-Está linda, Jade, e muito elegante.

-Então, vamos, Ellen. Você também está muito bem.

Saíram e Ellen abriu a porta do carro para ela, como um homem com sua namorada. Jade adorou ser objeto de tanta delicadeza, isso era inédito para ela.
Ellen foi conversando enquanto dirigia. Falou que conhecia Lori desde adolescente, pois Lori havia namorado o irmão mais velho dela. Ficaram amigas e foi com Lori que havia descoberto que era gay.




-Vocês tiveram um relacionamento sério? - Perguntou Jade, curiosa.

Ellen riu.



-Não, é que comecei a acompanhá-la nas boates gays como companhia, e numa dessas vezes, conheci uma mulher e me apaixonei. Ela era bem mais velha que eu e nosso caso não durou muito por causa dos ciúmes dela.



-Você já teve muitas mulheres, Ellen?



Ellen a fitou rapidamente, sorrindo.



-Umas três. Tenho trinta anos e meus relacionamentos duraram em média mais de três anos. Ainda não encontrei a minha cara-metade - Completou, rindo.



-Nem eu... eu pensei que tinha encontrado, mas cada vez me convenço que não.



-Hummmm...percebi uma tristeza nessa afirmação. Não me diga que está sofrendo por amor! Eu sou médica, mas essa doença eu não sei se posso curar!



Jade riu.



-Você é sempre assim, de bom humor, fazendo graça de tudo?



-Tento sempre fazer de um limão uma limonada, Jade. A vida é muito curta para ficar sofrendo. Mas você não respondeu minha pergunta.



-Não sei o que responder. Não foi um amor que tive, foi uma ilusão.
A conversa foi interrompida com a chegada delas ao restaurante. Ellen parou o carro na porta do restaurante e entregou a direção ao manobreiro. O maitre as encaminhou para a mesa reservada, diante de uma janela que tinha uma vista privilegiada da cidade.




Elas se sentaram e Ellen pegou a carta de vinhos, olhando para Jade.



-Aceita tomar um vinho bordeaux, Jade?



-O que você escolher, está bom, Ellen.



-Então, vamos tomar um bom vinho tinto bordeaux - Disse ela, fazendo um sinal para o garçon, que veio pressuroso. Ela fez o pedido e entrelaçou os dedos longos, fitando Jade.



-Estou curiosa para saber algo sobre você, Jade.



-Saber como cheguei a ser uma garota de programa? - Disse Jade, com amargor.

-Isso não é o mais importante para mim, Jade. Só quero conhecê-la melhor.Saber de onde veio, do que gosta, do que odeia...



-Sabe, é a primeira pessoa que se interessa em saber o que sou. Isso me deixa até sem saber o que dizer.



-Não é possível que ninguém se interessou em conhecer você além da aparência, que diga-se de passagem, é excelente.- disse Ellen, a fitando séria.



Jade não pôde evitar rir.



-Hei, eu falei sério! - Protestou Ellen.
-Eu sei, Ellen, desculpe, mas você diz coisas de uma forma engraçada!




Ellen revirou os olhos, fingindo raiva.



-Grrrrr...você vai ver como sou engraçada mais tarde! Mas, me conta, estou ansiosa para conhecer você melhor! Já vi pelo seu sotaque que não é de Los Angeles.

Jade ficou séria.



-Minha história é bem vulgar. Nasci em Arkansas.A terceira de uma família pobre, com um pai beberrão e uma mãe que fugiu com um hippie e deixou os filhos para trás. Meu pai começou a descarregar sua raiva em mim desde cedo, por ser a única filha mulher. Dizia para os meus dois irmãos que eu era como minha mãe, uma piranha que ia se revelar assim que ficasse moça. E por causa disso, levava uma surra diária.



Ellen a fitou boquiaberta, colocando a mão no rosto.



-Meu Deus, Jade! Que coisa horrorosa!Vamos mudar de assunto, eu não quero que fique triste!



Jade a encarou com olhos secos.



-Isso não me afeta mais. Eu fugi de casa quando tinha dezesseis anos. Fui morar com meu namorado no rancho da família dele. Will era um adolescente como eu e quando seus pais descobriram que tinha me levado para lá, me expulsaram como se eu fosse uma praga. Consegui pegar carona em um caminhão e para pagar a passagem, tive que dar para o motorista. Cheguei em San Francisco e fui trabalhar como garçonete no bar do pai dele. E assim foi até que saí dali e fui trabalhar em uma lanchonete.



O garçon trouxe a bebida e ela se calou.
 
O vinho foi servido e ela brindaram. Ellen olhou para Jade pensativamente.


-Sabe, Jade, às vezes eu reclamo da vida, mas vejo, conhecendo você, como tenho sorte.Não precisa contar mais nada, já sei que você foi uma guerreira lutando para sobreviver e agora venceu a batalha da vida. E brindo à você, uma mulher admirável

pela sua força.

-Obrigada, Ellen...mas não pense em mim como uma heroína, que não sou. Eu apenas quero ser feliz. E estou sendo, aqui com você nesse lugar tão agradável, tomando esse vinho delicioso, na sua agradável companhia.

Ellen deu um sorriso sexy.

-Só agradável? Oh, pensei que fosse dizer que minha companhia é excitante, que você está tendo calafrios só com o meu olhar!

Jade deu uma risada.

-Ellen, você é a companhia perfeita! Ninguém fica aborrecido perto de você! Você é tão divertida!

-Humfh! Você vai ver como sou divertida depois!

Jade tornou a rir. Só mesmo Ellen para distraí-la de seus dissabores! Ela era divertida, educada, delicada, atenciosa...e atraente. Talvez com ela, tirasse a maldita Geri da cabeça, de vez.

Jantaram camarões empanados, arroz tailandês e salada Caesar. Jade achou tudo delicioso e aprovou o bom gosto de Ellen na escolha do restaurante. Satisfeitas, elas foram esticar a noite numa boate de mulheres gays, sugerida por Ellen.
Ellen pegou Jade pela mão e entraram no clube, que já estava cheio. Mas Ellen havia previdentemente reservado uma mesa e foram conduzidas à ela pela recepcionista.Jade se sentou e olhou em volta aprovadoramente. O clube tinha uma decoração retrô, com silhuetas de mulheres se abraçando, dançando juntas e quase se beijando, com os rostos bem próximos, sobre um fundo branco que as luzes mudavam de cor a cada mudança da batida da música. Na pista de dança, as pessoas dançavam animadamente. Pessoas? Devia dizer mulheres, ali não se via nenhum homem.


Ellen pegou na mão de Jade e a fitou no rosto, sorrindo.

-Quer beber alguma coisa? - Perguntou à Jade.

-Por enquanto, não. Acabamos de jantar e estou com o estômago cheio. Depois.

-Então, vamos dançar para desgastar a comida! -Disse Ellen, se erguendo e puxando Jade pela mão.

Jade a seguiu e na pista se voltaram uma para a outra. A música era lenta e Ellen a abraçou pela cintura e seus corpos se juntaram.

Jade pousou a mão no ombro da médica e a outra Ellen segurou contra seu peito, fitando-a nos olhos. Deram os primeiros passos, se entregando ao ritmo da música.

-Sabe, desde que a vi, quis estar assim com você - Disse Ellen no ouvido de Jade, baixinho.

Jade sorriu e ergueu a mão que estava no ombro da médica, passando os dedos cariciosamente na nuca dela. Seduzir havia sido sua profissão e ela sabia todas as artimanhas para deixar uma pessoa excitada.
-Não faça isso... - sussurrou Ellen no seu ouvido.


Jade sorriu, sabendo o que estava fazendo na libido da mulher.

-Fazendo o quê? - Perguntou baixinho, fingindo não saber.

-Me provocando com esses dedos em minha nuca...

-Provocando? Você ainda não me viu provocar! - Disse Jade erguendo o rosto e falando no ouvido de Ellen, encostando os lábios neles, enquanto falava. E seu hálito quente ajudava a fazer a mulher alta ter calafrios na espinha.

Ellen a apertou mais pela cintura, fazendo seus corpos se grudarem. Jade não resistiu ao contato, pelo contrário, enfiou uma coxa entre as de Ellen, apertando-se, o corpo se mexendo sensualmente .

Ouviu a respiração de Ellen ficar alterada e se afastou, fitando-a sorrindo.

-O que foi?

Ellen a fitou com um olhar de cachorro sem dono.

-Por favor, Jade... quer me enfartar?

Jade riu.

-Por que diz isso?

-Estou me sentindo como uma panela de pressão, pronta para explodir.

-Então, é só destampar a panela! - Riu Jade.

-Você provoca e ri, não é, seu diabinho? Mas agora vai ter que aliviar a pressão que você causou.

-E como posso fazer isso? - Perguntou Jade sorrindo.

-Dar-me um beijo bem ardente!

-Mas isso vai é aumentar a pressão! - Riu Jade.

-Não, porque vou descarregar parte da energia acumulada nesse beijo.

-Então, vamos cuidar disso..
Elas iam se beijar, quando a música acabou e entrou outra bem rápida, The Hips Don't Lie, com Shakira. Recebendo empurrões das pessoas que dançavam, Ellen a pegou pela mão e voltaram à mesa. Mas Jade ao invés de sentar ao lado de Ellen, sentou no colo dela, abraçando o pescoço da mulher mais alta e a beijando ardentemente na boca. Ellen não perdeu a chance e abraçou Jade pela cintura, retribuindo ao beijo com igual ardor.




Jade estava com necessidade de ter sexo com alguém. Desde que havia beijado Geri lá na praia, na festa de halloween, não tinha sexo com alguém, e ela era uma mulher acostumada a ter sexo todos os dias. Seis dias era o seu limite e além do mais, ela queria desesperadamente se apaixonar por Ellen, para esquecer de vez de Geri. Ellen parecia a mulher ideal para ela: equilibrada, gentil, divertida e atraente. Ela tinha tudo para a fazer feliz. E iria fazer tudo para elas darem certo.



Então, ela não iria se refrear. Iria se jogar nessa relação de cabeça.



E seu beijo se aprofundou, acariciando o rosto de Ellen, os cabelos, enquanto suas línguas se sugavam.



Ellen se afastou e a olhou cos olhos.



-Quer ir para minha casa? Não estou aguentando mais, Jade. Eu a desejo tanto, que tenho medo de perder a cabeça e a possuir aqui mesmo, em cima dessa mesa.

-Vamos então embora, Ellen...também quero ser sua.



Ellen se ergueu e a pegou pela mão, se dirigindo para a saída do clube.
Ellen pegou o carro com o manobeiro, deu uma boa gorgeta e deu partida. Ela respirou fundo quando Jade pousou a mão na sua coxa.




-Estou atrapalhando você de dirigir? - Jade perguntou, receosa.



-Não... pode pegar em mim à vontade!



-Ah, é? - Disse Jade, colocando a mão no meio das pernas de Ellen e dando um apertão. Ellen deu um pulo no assento, quase batendo no carro da frente. Jade retirou a mão rapidamente.



-Deus, Jade! Eu podia ter batido no outro carro! - Gemeu Ellen.



Jade cruzou os braços.



-Você disse que eu a podia tocar à vontade!



-Mas logo ali? Jade, você tocou no foco do incêndio! Foi como jogar gasolina na fogueira!



-Pode deixar, eu vou apagar o seu fogo assim que chegarmos em sua casa.



-Se prepare, garota... vai ter muito trabalho para conseguir isso.



-Porque? Está muito tempo em abstinência?



-Faz três meses que não tenho sexo com alguém. Foi quando terminei com Mirna.



-Ahhh... entendo que teve sexo sozinha...gosta de se masturbar?



-Bem, não é um prazer igual a estar com uma mulher. É um prazer solitário. Mas também satisfaz. Mas nada se compara a ter sexo com outra mulher, ser acariciada, ver o prazer da parceira...



-Hummm... é melhor calar, ou quem vai entrar em combustão sou eu...
vegetação. Ellen estacionou o carro diante da casa e esperou Jade descer, pegando-a pela mão e a levando para dentro da casa. Jade olhou para a linda sala de estar, com uma parede de pedras e uma vasta vidraça descortinando a paisagem.




-Jade, quer beber alguma coisa? - Perguntou Ellen, timidamente.



-Não. Por hoje, chega de bebida.



Ellen sentou no grande sofá de tecido creme, com estampas de folhas de palmeira verdes, combinando com a decoração com plantas tropicais embaixo da escada que subia para o segundo andar. e tirou os sapatos, chutando-os longe.



-Ah, que alívio...odeio sapatos. Meus pés ficam doloridos.



Jade sorriu.



-Sei dar uma massagem neles que faz a pessoa se sentir ótima... quer?



Ellen sorriu sensualmente.



-Hummm...adoro massagens...pode dar...



Jade também chutou seus sapatos fora e se ajoelhou diante de Ellen. Ela pegou o pé direito e começou a passagear a planta do pé com os polegares, apertando. Ellen emitiu um gemido, fechando os olhos e recostando a cabeça no sofá.



-Ohhhhhh...continue...



Jade continuou, logo passando para o pé esquerdo. Olhou para o rosto de Ellen. Ela tinha uma expressão de prazer no rosto.



Agora é que ela vai sentir mesmo prazer - Pensou, colocando o pé dela no chão e subindo com as mãos pelas pernas e coxas, alisando com as pontas dos dedos.
Os olhos de Ellen se abriram e a fitaram em um consentimento tácito. Ela abriu as pernas para facilitar Jade ajoelhada entre elas ter melhor acesso à sua blusa, desabotoando-a com habilidade. Logo ela afastou a blusa, revelando um sutian de seda onde os bicos dos seios apontavam, já duros de excitação. O estômago sem uma grama de gordura, mostrando que Ellen se cuidava, atraiu a atenção de Jade, que o beijou e mordiscou, enquanto seus dedos brincavam nos bicos dos seios da médica, que tornou a fechar os olhos, jogando a cabeça para trás.




Jade rgueu a cabeça e ao ver aquele pescoço exposto, ela o beijou todo, também passando a ponta da língua, enquanto sua mão direita desceu para acariciar o meio das pernas de Ellen provocadoramente.



Ellen gemeu e Jade encostou a boca no seu ouvido, falando com voz sexy:



-Eu vou fazer você gemer de prazer, baby. Quero ouvir você gritar .



-Oh, sim, faça tudo que quiser... - Gemeu Ellen.



Jade gentilmente tirou o sutian de Ellen, expondo os seios grandes, apertando-os nas mãos, dando beijos e sugando.



-Tão bom... - gemeu Ellen - Que delícia...



-Relaxe, baby... e deixe eu manejar esse corpo, ok? - Ronroneou Jade.



-Sim... faça... me pegue... - Ellen disse em rendição, involuntariamente empurrando os quadris para a frente, procurando contato com o corpo de Jade.



Jade pegou o fecho da calça dela e o desceu. Meteu a mão pela abertura e tocou a calcinha de seda encharcada da excitação de Ellen.
para o ventre mordiscando e lambendo com a ponta da língua. Suas mãos pegaram a cintura da calça e a puxou para baixo. Ellen ergueu os quadris para facilitar e logo Jade desceu a çalça pelas pernas longas de Ellen e a jogou para o lado. Jade agora só tinha a calcinha de seda azul como obstáculo para o que queria fazer e a puxou para baixo também, com a total cooperação de Ellen, que agora a fitava com um olhar cheio de desejo.




Jade a fitou, colocando as mãos em seus joelhos.



-Abra-se para mim, Ellen...



Sem hesitar, Ellen abriu as pernas sem pudor, falando com voz rouca pelo desejo:



-Sim, Jade...sugue-me...sugue-me e venha dentro de mim... quero sentir você ...

-Você está tão molhada, baby... vou beber você toda...



-Depressa, Jade... depressa, por favor... - Gemeu Ellen, colocando as mãos no sexo para o abrir mais.



Ela enterrou dois dedos na vagina de Ellen e a mulher estremeceu, empurrando-se contra eles.



-Mais... - pediu ela.



Jade colocou o terceiro.



-Mais... ainda pediu Ellen.



Jade atendeu, admirada, mas achando sexy. Ela começou a movimentar a mão em um entra-e-sai vagaroso, o corpo de Ellen acompanhando o ritmo dela.
Jade então desceu a cabeça, seus lábios rodeando o clit de Ellen, fazendo-a dar um grito de prazer. A mão de Ellen pousou atrás de sua cabeça, empurrando-a contra seu sexo, enquanto se mexia alucinada.




-Fuck! Ahhhhhhhhhh... mais forte, Jade! - Gritou Ellen, ondulando as cadeiras no ritmo dos dedos de Jade.



Sem entender o que Ellen queria mais forte, Jade sugou e meteu os dedos mais forte e logo ela sentiu que a médica estava em um estado de pré-orgasmo.O seu corpo todo tremia e ela se tornou mais vocal, dando gritos e gemidos enlouquecidos, pedindo mais e mais.



Ela então cogelou o corpo numa convulsão, sua mão se enterrando nos cabelos de Jade com força, o corpo se erguendo e ela atingiu o orgasmo.



Jade não parou de sugar o endurecido clit e empurrar seus dedos naquela abertura quente, que se contraía em volta de seus dedos.



Ellen então soltou seus cabelos e desabou no sofá, respirando entrecortadamente.

Jade se ergueu e se despiu completamente, então deitou ao lado dela, olhando-a com um sorriso de orgulho. Ela havia aprendido com Jill como dar prazer à uma mulher. E ao que parecia, se tornara muito boa nisso.



-Deus, mulher, você é uma delícia! - Disse Ellen, respirando cansada.



-Que bom que gostou... - ronroneou Jade - Quer mais?



-Jade, quer me matar? Deixa eu me recuperar...e então, vai ser minha vez...
-Tudo bem... não quero ser responsável pela sua morte... - Riu Jade.




-Que tal um banho na minha Jacuzzi, para refrescar nossos corpos?



-Boa idéia... estamos suadas, e isso nos revigorará...



-Ótimo! Vamos lá, então...



Elas se ergueram do sofá e foram para o luxuoso banheiro, todo em mármore verde e preto, com uma imensa banheira que daria folgado 4 pessoas. Ellen abriu as torneiras e foi até o armario pegar mais toalhas e roupão de banho. Colocou tudo sobre a bancada e pegou Jade pela mão.



-Já está quase cheia, vamos entrar.



Elas entraram e se sentaram. Ellen a pegou pela mão, puxando-a para perto. Jade sorriu sensualmente e montou nas coxas da médica, rodeando os braços no seu pescoço.



-Agora eu quero que me dê prazer, Ellen...



Ellen sorriu e colocou as mãos em seus quadris, olhando para seus seios bem perto do seu rosto.



-Vai ser um prazer imenso meu também, Jade...



E seu rosto desceu para os seios perfeitos de Jade, sugando um mamilo na boca, enquanto burilava o outro com os dedos. Jade fechou os olhos, gemendo baixinho, apertando a cabeça de Ellen contra o seio.



-Hummmmm... que gostoso... sugue mais, Ellen...



Ellen sugou, as mãos descendo pelo corpo de Jade, acariciando a pele macia, provocando arrepios.
Tomaram banho entre beijos e carícias. Ellen enxugou o corpo de Jade com uma toalha macia e Jade retribuiu o favor, enxugando-a também. Ellen a tomou pela mão e a levou de novo para a cama, fazendo-a se deitar. Ela deixou apenas o abajur de cabeceira aceso, com sua luz azulada, e disse no ouvido de Jade, sentando na borda da cama:




-Espere aqui... de olhos fechados...



-Hummm...o que vai fazer? - Perguntou Jade, sorrindo.



-Uma surpresa... feche os olhos.



-Está bem... - Disse Jade, obedecendo sorrindo.



Jade ouviu os passos de Ellen no quarto, ouviu uma gaveta abrir e fechar. Ouviu um ruído que não identificou e momentos depois o peso do corpo de Ellen deitar ao seu lado na cama.



-Pode abrir os olhos, Jade...



Jade abriu e voltou a cabeça, fitando Ellen. Ela parecia tensa.



-O que foi, Ellen?



Ela pegou sua mão e a dirigiu para baixo. Jade sentiu o objeto entre as pernas de Ellen e a olhou com um sorriso malicioso.



-Você gosta de usar isso em uma mulher?



-Muito... mas se você não quiser, tudo bem...



Jade palmeou o objeto, sentindo o tamanho, a textura.



-É de silicone?



-Sim. Comprei em San Francisco, é o mais moderno, a textura é semelhante aos originais.



Jade riu.



-Bem, vamos testar essa novidade tecnológica!
Geri estava olhando a correspondência que havia chegado, fechada em seu escritório. A dor nas suas costelas estava bem melhor, com o antiinflamatório, e o seu repouso forçado de uma semana. Ainda doía um pouco, mas era uma dor bem mais suportável que a no dia inicial. E estava retomando suas atividades profissionais com cuidado.




Nesses dias, havia pensado várias vezes em procurar Jade para se desculpar de suas palavras rudes. Reconhecia que a havia magoado muito e se xingava, por ter falado aquelas coisas mais uma vez por medo de se envolver com alguém e tornar a sofrer.



Por ser uma covarde, por não ter cumprido com sua promessa à Chelsea de não a substituir por outra. Mas tinha receio de Jade não a querer mais, e devolver os insultos.



-Sou uma covarde ... - Suspirou - Bem, é melhor ver a correspondência acumulada...



Um envelope pardo chamou sua atenção. Era maior que as outras correspondências. Pegou-o e olhou. Estava endereçado à ela, mas o remetente estava apenas com iniciais que não reconheceu.



Pegou a espátula e o abriu, pensando ser uma brincadeira de amigos. Retirou de dentro duas folhas timbradas de um laboratório e uma folha com poucas palavras escritas à mão. Leu-a primeiro, curiosa:



"Geri



Esses documentos atestam meu estado físico. Como pode ver, sou saudável e muito mais higiênica do que pensa, talvez mais que você! Sugiro que use o presente que enviei, para poder dar prazer à uma mulher sem ser contaminada."



Jade"
Geri leu e releu o bilhete, chocada. Que brincadeira de mau gosto era aquela? Pegou as folhas timbradas e leu. Eram o resultado de dois exames, em nome de Jade Norton. Um exame de doenças venéreas e um resultado de teste de aids, todos dois negativos.


Geri ficou olhando os papéis, estupefata. Jade! Naqueles exames, ela estava lhe dando um tapa na cara, com aquelas palavras transbordantes de mágoa, ironia e rancor. Nisso ela mostrava que não havia esquecido o quanto fôra desprezada.

Ela havia mencionado um presente. Onde estaria? Então, viu o pacote sobre a mesa.Pegou-o e olhou cuidadosamente. Estava timbrado pelo correio. Seria uma bomba? Armou-se de coragem e o abriu cuidadosamente. Dele retirou uma caixa alongada em papel de presente. Desembrulhou a caixa e a abriu. Havia dentro um pênis de borracha, com uma camisinha e presilhas de couro.

Geri ficou vermelha de raiva, sentindo seu rosto queimar. Aquela garota queria chocá-la, agredí-la e escarnecer de sua sexualidade! Que coisa baixa, grosseira! Filha da puta! Vadia! Cadela!

Pegou os exames, o bilhete e os objetos sexuais e colocou tudo dentro da caixa, fechou e tornou a embrulhar de qualquer modo. Apertou um número no interfone, com o rosto contraído.

A sua governanta atendeu.

-Venha até meu escritório!

Desligou e ficou andando pela sala, como uma fera enjaulada.
A governanta chegou, fitando-a curiosa.




-Deseja alguma coisa, senhorita Gleese?



Geri a fitou, apontando o embrulho.



-Como esse embrulho e esse envelope sem remetente chegaram até aqui?



A governanta a fitou assustada.



-O envelope chegou mesmo pelo correio, e a caixa foi trazida por um garoto que trabalha na agência de modelos de sua amiga Lorraine. Há alguma coisa errada?



Geri entendeu. Jade devia ter dado uma boa quantia ao boy da agência para trazer o pacote.



-Não, só queria saber como chegou. Pode ir -Disse, contendo sua raiva.



A governanta assentiu e saiu. Geri sentou na cadeiraestofada, com a fisionomia fechada. Se Jade achava que iria ficar sem resposta essa baixaria, estava muito enganada! Estava brincando com fogo e iria se queimar!



Queria ter calma para arquitetar um plano para vingar a afronta, mas a raiva era grande demais para isso.Então, havia sido agredida por aquela louca da Jill, havia sofrido durante dias a dor da agressão, e Jade só pensava nas palavras que ela havia dito em um momento de muita dor? Por que não fizera uma afronta à Jill?

Em um impulso, pegou a caixa e saiu, com passadas furiosas. Já no carro, pegou o celular e ligou para a agência de Lori. A secretária dela já a conhecia e falou alegremente:



-Senhorita Gleese!Quer falar com a senhora Lorraine?Infelizmente, ela saiu, foi à uma reunião com um cliente.
-Tudo bem com você, Sandra? -Disse Geri, disfarçando seu estado de espírito - Mas eu preciso falar é com Jade Norton. Ela está aí?


-A senhorita Jade deve estar em sua casa. Ela acabou de fazer os comerciais da campanha da Levis, e hoje está de folga.

-Pode dar-me o endereço dela? É assunto urgente.

-Bem...normalmente não faria isso, mas como a senhorita é amiga da minha chefe...um momento, vou ver na ficha dela.

Sandra deu o endereço e Geri surpreendeu-se por ser tão perto da casa dela. DeAgradeceu e desligou . Arrancou com o carro e em poucos minutos chegou à casa.

Parou diante da bela residência, vendo que Jade estava muito bem financeiramente. E graças à ela, que a havia indicado à Lori. Pegou o embrulho e desceu do carro, dirigindo-se para a porta de entrada. Tocou a campainha e minutos depois uma mulher latina de veio atender.

-Pois não, senhora?

-Quero falar com Jade - Disse, disfarçando sua impaciência.

-Quem devo anunciar?

-Geri Gleese.

A mulher pediu para esperar no hall de entrada e foi falar com Jade, mas Geri perdeu a paciência e a seguiu. A mulher a fitou surpresa, parando.

-Senhora, não pode...

-Posso, e vou! - Disse Geri, alto.

-O que está havendo aqui?!

Geri se voltou, vendo Jade sair de uma porta e as olhar com um olhar surpreso.

-Geri?! O que está fazendo aqui?! - Perguntou ela, surpresa.
Elas se fitaram. Jade, com um olhar entre surpreso e frio, vestida apenas com um roupão de banho branco




-Senhora, eu não tive culpa...ela...



-Pode ir, Mercedes. Eu me entendo com ela - Disse Jade, cruzando os braços com ar insolente.



A empregada se retirou e Jade falou com ironia:



-A grande Geri Gleese em minha humilde casa! A que devo você visitar uma mulher tão inferior como eu?



Geri jogou o embrulho no chão, diante de Jade, falando agressivamente:



-Vim devolver esse lixo que mandou para mim!- Disse, entredentes - Eu julgava você melhor, não pensava que fosse fazer uma baixaria dessas!



Jade colocou as mãos na cintura, com um olhar de leoa prestes a atacar.



-Então, não gostou do presente?! Pois pensei que fosse ficar feliz em ganhar algo que precisa muito!



Geri avançou e a segurou pelos pulsos com força, quando Jade tentou arranhar seu rosto, sacudindo-a com raiva, fitando-a de perto.



-O que pretendeu com isso, sua imbecil? Agredir-me? Ridicularizar-me? Você não sabe com quem está mexendo! - Gritou Geri, irada.



Jade se desvencilhou com um safanão e a encarou com os olhos brilhantes.
-Não sei com quem estou mexendo? Sei, sim! Estou tentando sacudir do marasmo uma mulher morta em vida, que deixou seu coração transformar-se em um pedra de gelo! Uma mulher fria e neurótica, que só sabe se relacionar com as pessoas usando-as como mercadoria!


Geri a encarou magoada e irada.

-Você é uma ingrata, Jade! É assim que é agradecida por eu ter ajudado você a mudar de vida? Eu quem fiz seu book, eu quem pedi a Lori para lhe dar uma chance! E você paga isso com essa baixaria!

-Você ajudou-me apenas para aliviar sua consciência! Você humilhou-me várias vezes, tripudiando sobre meus sentimentos, fazendo eu me sentir como lixo!Eu não sou a mulher suja e doente que você lançou em minha cara!Sou uma mulher igual a você, não inferior, como acredita!

Geri a fitou espantada, a raiva fugindo do seu olhar.

-Jade! Eu nunca achei que você fosse inferior a mim! Nem que fosse suja!

Jade a fitou com os olhos brilhantes de raiva.

-Mentira! Você acha isso de mim! Você, a grande Geri Gleese, que só teve uma mulher que achou valer à pena amar, Chelsea!

-Gente, o que está acontecendo aqui?

Elas se voltaram. Jade, com um sorriso vingativo, Geri, surpresa.

Ellen estava ali, apenas em um roupão de banho azul, os cabelos molhados, se aproximando em passos apressados.

Geri sentiu o sangue fugir de seu rosto. Parecia que a haviam mergulhado em um poço escuro e gelado. Ela olhou imóvel Ellen se aproximar de roupão e chinelos, os cabelos molhados indicando que havia saído do banho, e Jade se refugiar nos braços dela, encostando o rosto no ombro de Ellen, que rodeou os ombros de Jade com o braço.



-Geri!- Disse Ellen, surpresa - O que está fazendo aqui?

-Ela veio fazer uma visita de boa vizinhança, Ellen -Disse Jade, com sarcasmo - Sabia que ela mora bem aqui perto?

-Sim, mas por que vocês estão gritando uma com a outra? Eu estava tomando banho e vim correndo ver o que era!

-Apenas Geri não gostou de um presente que enviei para ela e veio devolver.
Geri fitou Jade com os olhos flamejantes. Estava sem ação, vendo-a nos braços de Ellen. Um sentimento de perda a abrumou e ela teve vontade apenas de sair dali. Mas Ellen se desvencilhou de Jade e se aproximou de Geri, colocando as mãos nos ombros dela.


-Eu sei que estavam brigando, deu para ouvir. Geri, porque não vem se sentar um pouco e relaxar? Tenho certeza que vocês podem ser amigas, é só cada uma esquecer a mágoa.

-Jade me odeia, Ellen... - Murmurou Geri, olhando para a médica. Conhecia Ellen há anos, ela havia sido sua genicologista e depois estreitara conhecimento com ela na casa de Lori, que ela frequentava como amiga. Haviam passado muitas noites jogando bridge ou conversando à beira da piscina na casa de Lori.

-Tenho certeza que não, Geri. Vocês apenas tiveram alguns desentendimentos. Que tal acabarem com isso e ficarem amigas?

-Eu não quero ser amiga de Geri! - Disse Jade, taxativa, com os olhos brilhando - Não há nenhuma condição de eu ser amiga de uma mulher que só vive humilhando-me!

-Jade... esqueça esses desentendimentos e tente ser razoável...

Jade fitou Ellen com revolta.

-Não venha dizer-me o que eu devo fazer, Ellen! Não foi você quem sofreu as humilhações dessa mulher! Eu peço a você que não se meta nessa briga entre eu e Geri!

Ellen ergueu as mãos, em sinal de paz.Ela fitou Jade com olhar ofendido.

-Desculpe-me, Jade. Não vou interferir mais. Podem se atracar, que não me meto!

E dizendo isso, afastou-se e saiu da sala.

Jade olhou para Geri, com as mãos na cintura.

-Viu o que fez? Você, além de não me querer, ainda me atrapalha com quem estou! Primeiro com Jill, agora com Ellen!

Geri a fitou com mágoa e a raiva novamente a tomando de assalto.

-Foi Jill quem começou, agredindo-me primeiro! E eu não teria vindo aqui, se você não me tivesse enviado essa caixa com esse "presente" ridículo !Você esqueceu que foi eu quem a ajudou a mudar de vida!
-Você ajudou-me para aliviar a sua consciência, já disse!Você tripudiou sobre meus sentimentos e desprezou-me com uma frieza inacreditável! Eu enviei meus exames para você ver que sou uma mulher tão saudável como você, e não um lixo humano!Eu só queria o seu amor, Geri!Mas você tem nojo de mim!Quase agrediu-me quando a beijei!


-Eu não tenho nojo de você, Jade!

-Mentirosa! - Gritou Jade, fora de si - Lembra da última vez que nos vimos? Eu fui visitar você cheia de culpa, querendo ajudar você, e o que aconteceu? Mais uma vez você me repudiou, dizendo que eu era do grupo de risco!

-Jade, eu estava cheia de dor, achando que você tinha ido procurar-me para tripudiar sobre meu sofrimento, que você estava solidária com Jill! E mais uma vez a afastei por medo, quando me disse que era apaixonada por mim! Não foi nojo, foi medo!

Jade avançou e começou a esmurrar Geri nos ombros, no peito, mas foi detida pelas fortes mãos de Geri que seguraram seus pulsos com força.

-Mentirosa, mentirosa! - Disse Jade, com a voz se quebrando em um pranto incontido - Eu a odeio, odeio!

-Você não me odeia, Jade! E vou provar isso agora!

E dizendo isso, a puxou pelos pulsos contra seu corpo, e a boca desceu, se esmagando com a de Jade. A moça tentou empurrá-la, mas Geri pegou os braços de Jade e os levou para as costas dela, imobilizando-a. E sua língua penetrou na boca de Jade, sugando, acariciando, bebendo sua saliva como se fosse o mais delicioso néctar. O rosto se movendo para roçar os lábios e provocar mais desejo.

A resistência de Jade foi esmorecendo. A emoção dominou a razão e ela começou a retribuir o beijo, sentindo arrepios pelo corpo, o coração agitado, o sangue correndo nas veias célere, enlouquecido, quente!
Geri sentiu o corpo de Jade relaxar e se apoiar no seu, a boca sugando a sua também, numa entrega. Então, soltou os pulsos dela e a abraçou apertadamente contra o corpo, pousando as mãos na bunda firme e aredondada da loura, puxando-a contra seu corpo, enfiando uma coxa entre as de Jade. Em reação, Jade gemeu e suas mãos se enterraram nos cabelos de Geri, deslisaram pelo rosto e apertaram os ombros, enquanto suas bocas se sorviam no beijo louco.


Elas finalmente se separaram para respirar e Geri fitou Jade nos olhos, a respiração opressa.

-Não podemos continuar agora. Ellen está aí - Disse Geri, com voz rouca de emoção - Eu a espero amanhã em minha casa, à noite.

E voltando-se, ela se retirou, sem olhar para trás.

Jade respirou fundo, colocando a mão nos lábios, sem se mover. Estava em estado de choque. Não podia acreditar que ela e Geri haviam tocado aquele beijo tão arrebatador. Não podia pensar em mais nada além do gosto da boca de Geri, do cheiro dela, da maciez daqueles lábios sensuais, do contato daquele corpo de deusa, daquele olhar cheio de inequívoco desejo. Sim, desejo! Geria a desejava! Não tinha nojo dela, como pensava! Agora tinha certeza disso, porque ninguém beijaria com tanta paixão como Geria a beijara, sem estar muito atraída! Ela a desejava! Isso parecia um sonho!

Mas logo veio o medo. E se ela apenas a quisesse usar, para provar que a conseguira? Para mostrar à Jill que ela conseguia sempre o que desejava? Pois que se danasse seus medos! Ela queria Geri com todas suas forças, e iria tê-la!
Quando Jade voltou ao quarto, teve a surpresa de ver Ellen já totalmente vestida, calçando os sapatos. Ela a olhou entrar e continuou a tarefa, fitando-a séria.




-Por que se vestiu? - Perguntou Jade, desajeitada - Não ia dormir comigo?



-Disse bem, Jade - Disse Ellen, se levantado da cama e pegando sua mochila com seus pertences - Eu ia, mas não vou mais.



-Mas, por que? -Perguntou Jade, mas sabendo bem o motivo.



Ellen a fitou seriamente.



-Jade, não precisa fingir que não aconteceu nada. Não sou boba. Eu vi como você olhou para Geri, eu ouvi a discussão de vocês, e não é preciso ser um gênio para perceber que você é louca por ela, mesmo dizendo o contrário, e tenho certeza que é questão de horas para você ir correndo atrás dela. E não quero estar aqui quando isso acontecer.



Jade baixou os olhos, evitando o olhar de Ellen.



-Você acha isso? E vai aceitar isso passivamente, sem lutar?



Ellen colocou os dedos sob o queixo de Jade, obrigando-a a levantar o rosto e a encarar. Para surpresa de Jade, não havia raiva naquele olhar, apenas tristeza.



-E por que eu iria lutar por uma causa já perdida? Jade, você ainda ama Geri. Você disse que era paixão e tinha acabado, mas eu acho que é mais, é amor. E esse amor que já sobreviveu a tantas desilusões e continua vivo, é um amor forte demais para ser ignorado. Vá atrás de sua felicidade, Jade. E eu vou continuar procurando a minha.



-Ellen...eu queria amar você...você é uma pessoa extraordinária...



-Sei, mas você ama Geri. E uma coisa que não sou é ser masoquista, Jade.



-Podemos ao menos ser amigas?



-Dê-me um tempo, ok? Aí poderemos ser. Eu...estava começando a me apaixonar por você. Agora, tenho que me desapaixonar. É um processo que leva um tempo.
Jade pousou a mão no rosto de Ellen, carinhosamente.




-Eu entendo, Ellen. E acho você uma pessoa maravilhosa. Infelizmente, a gente não escolhe quem amar. Por que se eu pudesse escolher, você seria a pessoa certa para mim.



-Mas não sou, então o melhor é cada uma procurar sua felicidade. Eu vou procurar até encontrar a mulher que será o amor de minha vida. Se não a achar, não será por falta de tentativa. Não digo adeus, porque ambas somos amigas de Lori e poderemos nos encontrar na casa dela.



-Então, até um dia, Ellen. Saiba que sempre terei um grande carinho por você.



- Eu também, Jade. Você merece ser feliz. E eu também. Bye.



E Ellen se foi, com sua mochila na mão, em passos firmes, sem olhar para trás.



Jade passou as mãos pelos cabelos. Mais um caso acabado por causa de Geri. E se Geri não a quisesse? Se mudasse de idéia e quando a procurasse, ela a recebesse com desprezo, como sempre?



Teve medo, mas sabia que teria de arriscar mais uma vez. O prêmio seria ter aquela mulher que atormentava seu pensamento noite e dia. Geri.



Se deitou na cama que havia feito amor com Ellen a noite toda e pensou como o destino era estranho. Nunca esperava que Geri tivesse aquela reação pelo recebimento dos exames e da caixa com o dildo: ela vir procurá-la para tirar satisfação. Mas havia sido muito bom o resultado. No dia seguinte, iria encontrar com Geri, aquela mulher magnífica!
Geri chegou em casa e foi direto para o quarto de Chelsea, e mais uma vez sentou na poltrona diante do quadro dela, olhando-o com um olhar de culpa.


-Chelsea...- disse baixinho, com voz angustiada - Não aguento mais! Há cinco anos eu tinha me guardado, sem tocar em uma mulher, como prometi a você. Há cinco anos, não sei o que é um prazer verdadeiro, eu evitei apaixonar-me , sem acariciar e beijar uma mulher. Mas estou cansada dessa promessa que me fez fazer, Chelsea...por favor... libere-me desse juramento... deixe-me voltar a ser feliz! Dê-me um sinal, Chelsea...qualquer sinal, mesmo em sonhos. Eu agora vejo que prometi mais do que podia...eu me sinto muito só, sem uma pessoa que me ame... e mesmo assim, eu repudiei o amor de Jade várias vezes. E ela me ama, Chelsea!Eu a recusei duas vezes, humilhando-a para que ela desistisse de tentar-me, mas ela continuou me amando. E hoje... eu não resisti mais. Eu a beijei e abracei, provei a doçura daqueles lábios... Chelsea, eu não a esqueci, mas Jade é diabolicamente bela e sexy...eu a vejo e fico em fogo! Não posso continuar assim, sem ter alguém... eu quero ao menos ter o direito de ter sexo com ela, Chelsea...

Caminhou até o retrato e tocou o rosto da imagem, aquele rosto belo, imóvel, sem vida. Recuou revoltada.

-Você não pode mais vibrar com os meus carinhos, Chelsea! Não posso mais abraçá-la, beijá-la, sentir o seu calor, seu corpo junto ao meu! Deixe-me então ter isso com Jade! Eu prometo que será só sexo, que meu amor será sempre você! Estou cansada de sofrer, Chelsea!

Ela se jogou na poltrona e começou a chorar.
Jade mal conseguiu dormir, de tanta ansiedade. Acordou cedo, tomou seu café da manhã e ligou para Lori. Não havia nada em vista para ela e Jade desligou satisfeita, depois de semanas de trabalho, iria ter uns dias de merecida folga. E essa folga hoje era providencial, podia se cuidar e escolher com calma a roupa para ir à casa de Geri.


Estava feliz pela expectativa da tarde com ela, e tinha certeza que se tudo desse certo, pela primeira vez iria fazer amor com a mulher que amava!

Pensou em Ellen e uma pontada de remorso a fisgou. Ellen havia sido uma mulher maravilhosa para ela, e ela a havia trocado por Geri...será que ela estaria sofrendo?

Encolheu os ombros. A vida era assim. Um dia a gente perdia, outro dia ganhava. Ninguém estava livre de se machucar nas relações amorosas. Ela sabia bem disso.

E Ellen era uma mulher incrível, não teria dificuldade em arrumar uma substituta dela.

Começou a se aprontar às duas da tarde, tomando banho, lavando e secando o cabelo, cuidando das unhas, pés e cabelos.

Às três da tarde, já completamente pronta, ligou para Geri.

-Alô, Geri falando.

-Geri, sou eu, Jade. O convite para visita ainda está de pé?

-Sim, pode vir, estou esperando-a - Disse ela, desligando em seguida.

Jade respirou aliviada e se olhou mais uma vez no espelho. Gostou do que viu. A saia branca de linho transpassada, o top colante negro ressaltando os seios, as sandálias de salto alto, seu cabelo. Sorriu e saiu.
Mais uma vez Jade chegou à casa de Geri para um encontro marcado. Só que dessa vez, não como uma garota de programa, mas como uma mulher que era dona de si, que não teria que se submeter simplesmente ao desejo de um cliente. Ela estava mais confiante e feliz. Geri a havia chamado para elas se acertarem.


Apertou a campainha. Minutos depois, Chiquita abriu a porta e a fitou surpresa com sua aparência e falou respeitosamente:

-Entre, a senhorita Geri a espera.

Jade entrou e seguiu a mulher. Ela a levou ao living, onde Geri estava sentada no sofá com uma taça de champanhe na mão. E la estava toda de negro e Jade achou ela linda assim.

Geri se ergueu e sorriu para Jade, estendendo a mão.

-Olá, Jade... está linda... - Disse sinceramente, a fitando com admiração.

O primeiro elogio! Jade enrubesceu como uma mocinha inexperiente no primeiro encontro.

Se controle, Jade!- Pensou, procurando agir sem demonstrar sua emoção.

-Obrigada, Geri. Você também está bem, com essa roupa negra.

-Venha, sente-se... aceita uma taça de champanhe?

-Humm...está bem, mas apenas uma - disse Jade se aproximando e sentando no sofá.

Geri encheu uma taça que estava na bandeja e estendeu para ela, se sentando ao lado, mas não muito próxima, para decepção de Jade.

Jade a pegou e a ergueu em um brinde:

-À nós duas, Geri.
-A nós, Jade...-Repetiu Geri, erguendo a sua - Mas o mais certo deveria ser à você, por estar me dando mais uma chance. Eu a admiro por sua perseverança, Jade. Outra já teria me mandado para o inferno, com o convite que lhe fiz, depois de tantos desentedimentos.


-Nossos desentendimentos... - Começou Jade, mas foi cortada por Geri, que ergueu a mão.

-Por favor, deixe-me falar. Eu quero ser sincera com você e colocar as cartas na mesa. Não vou mais usar de mentiras e subterfúgios para afastá-la, Jade.Vou falar o que sinto. Se você me quiser depois disso, veremos o que faremos depois. Jade, eu a desejo muito. Sempre desejei, desde que a vi. Mas como já sabe, fiz uma promessa à uma mulher em seu leito de morte. E a tinha cumprido até que você apareceu em minha vida e fez-me desejar muito mais que ver uma mulher se despir para eu ver.

-Mas não foi essa impressão que deu - Disse Jade - Você demonstrou ter nojo de mim.

Geri baixou a cabeça. Depois a ergueu e fitou Jade nos olhos.

-Eu sei... e quis dar essa impressão para você se afastar de mim. Mas era tudo o contrário, Jade. Eu a desejei muito! Mas estava e estou ainda ligada à uma promessa. Mas eu estive pensando muito no que prometi, e vi que tenho uma opção que não havia pensado.

-E que opção é essa? - Perguntou Jade, nervosamente.

-Eu prometi à Chelsea que não colocaria outra mulher no lugar dela. Mas não prometi que não podia ter sexo com mais alguém
Mas por que então você não tocava sequer nas mulheres?


-Para não me apaixonar. Eu pensava erradamente que para eu me apaixonar, teria que beijar, tocar, abraçar uma mulher. Guardando distância, eu me preservava de apaixonar-me. Uma imbecilidade, pois eu devia já saber que a paixão e o amor nascem de um simples olhar. E eu olhei para você e me apaixonei, Jade.

-Estranho modo de mostrar sua paixão, repelindo-me, humilhando-me - Disse Jade, com amargura.

-Tudo isso foram tentativas frustradas de afastar você, de negar o que sentia. Por medo, por querer honrar minha promessa, foram tantas negações ao que eu sentia!

Mas eu quero esclarecer tudo que sinto, para você entender o meu dilema.

-E qual é seu dilema, Geri?

-Eu estou apaixonada por você, mas eu quero honrar minha promessa à Chelsea. Então, eu posso ter sexo com você, mas nossa relação não pode passar disso. Eu não posso colocar outra mulher substituindo Chelsea em minha vida. Você aceita isso? Ser apenas minha parceira sexual?

-Isso quer dizer que você quer reduzir nossa relação apenas à sexo? Sem nenhum compromisso?

-Bem... é isso... eu não posso oferecer nada mais, Jade - Declarou Geri, com voz insegura.

Jade pensou, avaliando a situação. E ela sentiu que o melhor era aceitar e esperar que Geri mudasse de idéia, à medida que se envolvesse com ela. Tinha que dar um passo de cada vez para conquistá-la.

-Está bem. Aceito.
Geri a fitou surpresa com sua concordância. Havia esperado muita resistência.


-Está falando sério? Concorda? Entendeu a proposta?

-Entendi. Você quer só uma relação à nivel sexual, não? Sem compromisso. Então, ambas continuamos livres, vai ser uma relação aberta.

-Bem... sim.

-Tudo bem, Geri. Eu quero você de qualquer jeito.

Geri sorriu largamente, sentindo como que tivesse se libertado de uma corrente que a prendia.pousou a taça na mesa e disse sorrindo, estendendo os braços:

-Então, venha aqui... e vamos começar a desfrutar desse pacto!

Jade se aproximou e caiu nos braços de Geri, que a colocou em seu colo e a abraçou fortemente, suas bocas se esmagando em um beijo ardente.

Jade afastou sua boca para pegar o rosto de Geri entre as mãos e o beijar todo, numa empolgação contagiante. De olhos fechados, ela intercalava palavras e beijos cheios de emoção:

-Geri, Geri...Eu a desejo tanto! Beije-me mais... mais...mais...

Geri deslisou a mão direita para os seios de Jade, apertando, acariciando, enquanto sua boca buscava a outra mais uma vez em um beijo sedento. Sentindo o corpo de Jade tremendo, ela desceu a mão para as coxas expostas pela saia que subiu e as alisou, sentindo-as se arrepiarem ao seu toque. Jade abriu um pouco as coxas, para facilitar a mão de Geri tocar seu ponto mais sensível.

Ela grudou a boca no ouvido de Geri, sussurando com voz sexy:

-Me toque toda, Geri...
Geri alisou as coxas de Jade, sentindo uma doce emoção. A voz sussurrante de Jade a fez ficar em fogo. Mas ela se conteve, sabendo que ali estavam expostas aos olhares da governanta e não queria dar um show. Ela afastou Jade suavemente, que a olhou receosa. Ela sorriu.


-Vamos para meu quarto, lá teremos privacidade completa.

Jade sorriu também, se descontraindo com as palavras de Geri. Ela pegou a mão estendida da mulher alta, e se ergueu. Geri a puxou pela mão, conduzindo-a para o segundo pavimento da casa. Chegaram a um corredor com quatro portas, de piso de cerâmica vermelha formando arabescos e quadros de motivos mexicanos nas paredes brancas. Ela abriu uma das portas de mogno maciço e entraram em um quarto lindamente decorado com peças de arte em aço, uma imensa cama com almofadões coloridos, tapete marron de arte asteca e portas francesas que davam para uma varanda. A luz do sol que se filtrava pelas vidraças era amortecido pelas leves cortinas brancas.

Jade olhou para a cama, pensando se Chelsea havia dormido ali. Como que advinhando seu pensamento, Geri disse, fitando-a séria:

-Essa casa foi comprada após a morte de Chelsea, toda mobiliada. Eu só acrescentei os quadros e peças de arte. Ela jamais morou aqui.

-Oh! Eu não queria... - começou Jade. Geri a cortou, colocando dois dedos nos lábios dela, sorrindo.

-Vamos esquecer tudo por algumas horas, Jade. Aqui agora é só eu e você.

Jade sorriu, abraçando a cintura de Geri e erguendo o rosto para Geri.

-Então, faça-me sua, Geri... - sussurrou.
Geri levou as mãos à blusa de Jade, erguendo-a devagar pela bainha da cintura. Jade ergueu os braços para a blusa sair, olhando Geri nos olhos, vendo aqueles olhos azuis fascinantes a olhando cheios de admiração. Os seios só cobertos pelo fino sutian de cetim negro eram uma fonte de tentação, cremosos, redondos e eretos.Geri


colocou as mãos atrás das costas de Jade e com habilidade, desabotoou o fecho do sutian, libertando os seios. Desceu as alças e Jade colaborou acabando de tirar a peça de roupa e a jogando para o lado.

Geri olhou para aqueles seios perfeitos. Já os havia visto quando Jade fizera um strip-tease para ela, mas agora não iria reprimir seu desejo de tocá-los. Ela se sentou na cama, puxando Jade pela mão, a colocando diante dela. Abriu as longas pernas e Jade ficou de pé entre elas, pousando as mãos em seus ombros.

Como Geri era bem mais alta que Jade, seu rosto ficou exatamente da altura dos seios de Jade, e o que teve de fazer foi apenas pousar as mãos na cintura de Jade e inclinar o rosto para aquelas duas frutas deliciosas.

Seus lábios beijaram os seios cariciosamente, esfregado-os nos biquinhos rosados que logo ficaram enrigecidos de desejo, enquanto respirava fundo o cheiro da pele de Jade. Era um aroma delicioso, o aroma próprio de Jade misturado com cheiro de sabonete, de limpeza, de mulher.

Jade enterrou os dedos nos seus cabelos, gemendo excitada.

-Ahhhhhh, amor...
Geri passou a ponta da língua pelos biquinhos, mordiscou, e suas mãos pousaram nas nádegas firmes, apertando-as, sobre a saia. Sentindo o tecido entre suas mãos, ela procurou o laço que amarrava o transpasse da saia ao lado e o desatou. A saia se abriu e caiu no chão, deixando Jade apenas de calcinha negra, tão estreita no fundo, que mal tapava o púbis côncavo e com cabelos bem aparados.


Geri colocou os polegares na cintura da calcinha, beijando o ventre chato daquele corpo de musculatura definida. Afastou-se um pouco e ergueu o olhar, fitando Jade nos olhos, enquanto descia a peça de roupa pelas coxas fortes e deliciosas. O olhar de Jade estava mostrando uma mistura de sentimentos que a atordoaram: amor. Medo. Adoração. Desejo, um desejo louco brilhando naqueles olhos verdes.

-Você é linda, Jade... - Assegurou Geri, com voz rouca de desejo.

Jade sorriu, um sorriso luminoso, o medo desaparecendo daquele olhar. Ela se inclinou e beijou Geri na boca com uma fome que Geri sentiu uma onda de desejo a tomar. Ela deitou para trás, transversalmente na cama, puxando Jade sobre ela. Jade deitou sobre o corpo de Geri, apertando-se com desejo irrefreável. Ela já havia esperado isso muito.

Suas mãos desabotoaram a camisa de Geri com impaciência, e teve uma agradável surpresa: Geri estava sem sutian, os seios pequenos como duas maçãs saborosas à sua espera. Ela não resistiu e tomou um na mão, se inclinando para tocá-lo com os lábios.
Geri rolou na cama, invertendo a posição, ficando por cima de Jade. Ela ergueu-se da cama e arrancou as roupas apressada, sorrindo quando terminou sua tarefa e se voltou para Jade, que deitada de lado, apoiada no cotovelo, a fitava com um olhar devorador. Ela sorriu e deitou ao lado de Jade, pousando a mão no rosto da loura e depois descendo para o seio esquerdo, burilando o biquinho com dedos práticos. Seus olhos se fitando, cheios de desejo.


Jade deu um gemido e montou sobre as coxas de Geri, apoiando as mãos nos ombros fortes dela. As mãos de Geri vieram para os seus seios, apertando-os suavemente, depois a puxando pelos quadris, fazendo Jade deitar sobre ela, os seios em seu rosto. Geri então se deleitou sugando-os, lambendo, mordiscando, dando chupões que deixavam marcas, como que marcando sua posse para que soubessem que aquele corpo era só seu, de mais ninguém.

Jade já estava excitadíssima, e o gotejamento em seu sexo já mostrava isso, se esfregando na coxa de Geri. A morena sentiu que ela iria gozar ali e a empurrou para o lado, sorrindo.

-Ainda não, Jade... mal começamos...

-Oh, Geri... estou louca de tesão...me pegue logo... faça o que quiser... - Gemeu Jade, fora de si.

-Calma, minha delícia...eu quero prolongar isso... saborear cada momento...

-Mas eu não aguento mais...

-Calma, amor... logo chegaremos lá...abra-se para mim...ao máximo...assim...
Jade se abriu toda para o seu amor. E Geri colocou suas pernas em seus ombros e desceu a boca faminta, tomando o sexo de Jade na boca, sugando o pequeno ponto do prazer com abandono. Jade deu um gemido alto, estremecendo toda ao sentir aquela boca quente sugando seu clit, os dedos em seguida a penetrando fundo, depois se movendo no entra-e- sai ritmado. Jade começou a se mover contra aqueles dedos deliciosos, impalando-se neles, gemendo de prazer. Geri estava excitadíssima também, e sentiu que não podia esperar mais. Ela girou na cama e ficou totalmente oposta à Jade. Seu sexo acima do rosto da loura, apenas um palmo de distância.


Jade fizera aquela posição com seu antigo amante apenas uma vez . Com um homem, era bem desconfortável, ele empurrava-se demais em sua boca e o pênis quase chegava à garganta, provocando ânsia de vômito.

Mas com uma mulher, não havia esse problema. Jade apenas puxou uma almofada para colocar sob sua cabeça e rodeou as coxas de Geri com os braços, tomando o sexo dela na boca, na famosa posição 69. Sentiu Geri a sugando e fez o mesmo, deleitando-se com o sabor e aroma do sexo de Geri.

Em pouco tempo, elas alcançaram o auge do prazer, seus corpos estremecendo numa emoção intensa, inenarrável. Ficaram deitadas imóveis, se recuperando do intenso orgasmo, deitadas de lado.

Geri se desprendeu de Jade e deitou a cabeça do lado da dela, na almofada. Beijou-a levemente nos lábios, e se afastou sorrindo.

-Meu cheiro está em sua boca...

-E o meu na sua...hummmm...seu gosto e cheiro é delicioso...
Geri a abraçou e elas deitaram de frente uma para a outra, se fitando. Geri retirou uma mecha de cabelo que caiu sobre os olhos de Jade, que acariciou o rosto dela com os dedos.


-Geri... eu sonhei tanto com isso... estou tão feliz... - Sussurrou.

Geri sorriu, fitando-a nos olhos.

-Eu também sonhei. Mas não queria, então entrei em luta contra os meus desejos.

-Disso que tenho medo. Que você se arrependa do que fez e queira acabar tudo, se separando de mim.

Geri a fitou gravemente.

-Jade, o que combinamos, mantenho de pé. Nós vamos ter uma relação aberta, sem cobranças de parte a parte. Isso vai ser uma relação harmoniosa, porque não haverá possessividade, será uma relação apenas de prazer.

Jade a fitou com os olhos se estreitando.

-Você realmente acha que pode manter uma relação aberta, Geri? Você sabe que isso implica em não poder ter ciúmes. Eu posso sair com outras pessoas, assim como você.

Geri a fitou uns instantes, antes de dizer:

-Eu sei. Eu acho que é um tipo de relação ideal, cada uma tem liberdade para fazer o que quiser.

Jade não estava gostando desse tipo de relação, queria Geri só para ela. Mas sabia que por enquanto era a única forma de ter uma relação com Geri, e tinha de ter paciência e esperança que Geri em breve mudaria essa relação para algo mais sério.

Assim, a beijou suavemente nos lábios, dizendo com emoção:

-Eu aceito isso porque a amo, Geri.
Geri a abraçou, beijando-a no pescoço, depois sussurrando em seu ouvido:


-Chega de conversa, eu quero é fazer amor com você...

-Quando quiser, amor... - Disse Jade, abrindo as pernas para Geri se posicionar entre elas. Mas Geri ergueu a cabeça e a fitou nos olhos.

-Assim não... dessa vez, quero você de outro jeito. Vire-se de costas para mim...

Jade fez o que ela disse sem objetar. Geri a instruiu para erguer os quadris e ficar apoiada nos joelhos. Ela fez isso, se expondo para Geri sem pudor, porque o desejo falava mais alto que qualquer inibição. Geri se ajoelhou atrás dela e começou a dar em Jade um verdadeiro banho de língua, passando por todas partes de seu corpo, provocando em Jade um desejo louco.

-Ahhhh, Geri... - ofegou Jade - Estou ficando louca... me faça gozar logo, por favor!

-Ainda não, doçura... eu quero deixá-la primeiro bem louca...bem molhada...implorando para eu a fazer gozar...

-Mas já estou... por favor, Geri...fuck me!

Geri começou a esfregar seu sexo na nádega de Jade, inclinando-se para a frente e passando o braço pela cintura dela e a mão alcançado o sexo em fogo, penetrando três dedos na vagina molhada de Jade.

Ela deu um grito de prazer e começou a se empurrar contra o sexo de Geri, sentindo-o molhar sua nádega com sua excitação. Ela ficou louca de prazer. Ao empurrar-se para trás, encontrava o sexo de Geri, com seu clit duro em seu traseiro, ao se mover para a frente, encontrava os dedos de Geri a penetrando com força. Não demorou a ter um orgasmo tão intenso que a fez gritar.
No dia seguinte, Jade se despediu com um beijo em Geri e foi trabalhar. Lori havia ligado dizendo que tinha um novo trabalho para ela, pedindo que a procurasse na agência logo cedo. Geri estava profundamente adormecida e Jade não a acordou, com pena da mulher, que havia ido dormir altas horas da madrugada. Havia beijado ela no rosto carinhosament e havia ido embora.


Eram onze horas da manhã quando Geri despertou. Olhou em sua volta, procurando por Jade. Não a viu. Ansiosa, se levantou e foi olhar no banheiro. Nada. Ela parou no meio do quarto perplexa, sem saber o que pensar.

Onde Jade havia ido, sem se despedir dela? Por que não a havia acordado? Ela teria algum motivo para sair escondida? Será... que não havia gostado da noite que tiveram? Não era possível! Ela havia delirado em seus braços! Nunca tivera uma mulher mais quente, sensual, insaciável como Jade! Mas então, se ela havia gostado da noite de amor que tiveram, por que teria saído sem se despedir?

Devia ligar para ela, perguntando? Não... não queria demonstrar que estava preocupada e insegura. Jade a iria achar ridícula.

-Diabos, o que eu faço? Fico esperando Jade resolver ligar para mim? - Ela resmungou, insegura e decepcionada - Não, não vou ficar nessa espera! Eu vou verificar porque ela não me avisou que iria embora cedo!

Foi tomar um necessitado banho com o rosto fechado, preocupada.
Ela acabou o banho e voltou ao quarto. Começou a vestir-se, colocando a calcinha de renda negra, quando o seu celular tocou. Ela o pegou afobada, na mesinha de cabeceira.




-Alô!



-Geri... estou com saudades... - Disse a voz de Jade.



-Jade! - Disse Geri, em tom reprovador - Por que saiu sem acordar-me? Foi fazer o quê? Está agora onde?



Jade riu.



-Hummmm... quantas perguntas! Eu devo achar que sentiu muito minha falta?



-Sim! Isto é... fiquei preocupada... - disse Geri, se ruborizando e pensando que realmente havia sentido a falta de Jade muito.



-Eu fiquei com pena de acordar você. Parecia tão cansada, adormecida! Lori ligou-me e avisou que tinha um trabalho para mim, que eu fosse à agência pela manhã. E vim. A saudade apertou e liguei.



Geri começou a sorrir tontamente, sentindo suas inseguranças se esvaírem.



-Posso ir buscá-la para almoçar?



-Não posso, amor. Dentro de meia hora vou a uma reunião com um patrocinador para acertar um trabalho. Só devo estar liberada à noite. Quer jantar comigo?



-Jantar? Claro... onde devo buscá-la?



-Eu vou cozinhar para você. Venha à minha casa às oito da noite.
-Estarei lá - Disse Geri, sorridente.


-Até a noite, amor.

Geri desligou sorridente e suspirou. Jade a queria ainda! Que alívio!



Geri ficou surpresa como a lembrança da noite de amor havia ficado gravada e sua mente nos mínimos detalhes. Parecia uma obcessão, lembrava de cada beijo, cada gesto, cada expressão de Jade. E aquele rosto com a expressão do orgasmo! Como Jade ficava linda na hora do êxtase! Que expressão sexy!



Geri não suportou a sensação que a dominava e acabou tendo que se masturbar, pensando em Jade.



Ficou com medo do que sentia. Estava tudo saindo diferente do que planejara. Queria apenas uma relação aberta, sem compromisso, para desfrutar de sexo casual com Jade. Mas os seus sentimentos estavam evoluindo para algo mais forte, que não queria. O que podia fazer? Terminar tudo com Jade, antes que se envolvesse mais? Não! Não podia fazer isso! Não podia se privar daquela mulher deliciosa, tinha que tê-la até saciar aquele desejo. Depois... veria o que faria.



-Maldição, Geri! - Disse, baixinho - A quem está querendo enganar, a si mesma? Você estava aí toda preocupada apenas porque Jade foi embora sem se despedir, o que acha que está sentindo? Isso é no mínimo paixão daquelas bem forte como um tornado, que surgem arrasando tudo! E agora era tarde demais para voltar atrás! Ela já havia caído nas garras da paixão! E teria que voltar atrás de suas palavras cheias de arrogância, propondo à Jade uma ligação aberta!



Empalideceu, com medo. Não podia fraquejar! Ela havia prometido à Chelsea!



-Maldição! - Gritou, com raiva de si mesma.
Jade desligou sorrindo, sob o olhar de Lori, que a fitou curiosa.




-Então, o motivo dessa sua expressão de felicidade é Geri? Vocês se acertaram, finalmente?



Jade a fitou sorridente.



-Acho que sim. Estou tão feliz! Tivemos uma noite maravilhosa, Lori.



Lori a fitou cética.



-Ela disse que a amava, Jade? Ela finalmente resolveu esquecer a falecida Chelsea?



O sorriso de Jade foi substituído por uma expressão insegura.



-Bem... ela não disse que me amava, nem prometeu nada...na verdade, ela me propos uma relação aberta, apenas de sexo. Mas sou paciente. Eu entendo que ela precisa de tempo para se desligar de Chelsea.



Lori a fitou com preocupação.



-Jade! Cuidado! Não entre nessa relação assim de cabeça, coloque um pé atrás! Geri já destruiu vários corações, não seja mais uma!Eu gosto muito de você, como se fosse uma filha minha. Não quero que se machuque com Geri.



-Ela não engana ninguém, Lori. Estou ciente do problema dela e vou ser paciente.



-Jade, ela já teve cinco anos para se desligar de Chesea, mas até hoje, continua endeusando aquela piranha!Não vai ser fácil ela esquecer, Jade!



Jade a fitou assombrada.



-Piranha?! Chelsea?! Está certa do que está falando, Lori?
-Claro que estou! Todas as pessoas de nossa relação sabe que Chelsea era uma mulher tarada por sexo com homens e mulheres, ela era uma ninfomaníaca! Só Geri que não sabe, ou não quer acreditar, porque Chelsea a enfeitiçou logo na primeira noite!Chelsea era capaz de conhecer um homem ou uma mulher numa festa e dali já sair para praticar sexo até desmaiar!




Jade a fitou boquiaberta, estupefata por aquela revelação. Esperava tudo, menos ouvir isso! Então, Geri a repudiou tantas vezes porque era uma garota de programa, mas tivera uma mulher vagabunda que idolatrava?!



-Lori...ela sabia que Chelsea era assim? - Mal pôde perguntar.



-Jill falou com ela, quando Geri a apresentou à nós numa festa. Jill havia meses atrás ido para a cama com Chelsea. E sabe onde Jill a conheceu? Em um clube de Sado-masoquismo, onde Chelsea frequentava para ser possuída por homens e mulheres. Ela foi possuída por Jill e pedia para ser estuprada pelo cabo do chicote! E quando Jill contou à Geri onde a havia conhecido e que havia tido sexo com ela, Geri a esbofeteou e falou que ela estava querendo separá-las com uma mentira, que Chelsea era uma mulher de classe e de conduta irrepreensível! Por isso ela e Jill se odeiam!



-Meu Deus... - Disse Jade, abismada com a revelação - E por que você não fala com Geri sobre isso? Ela vai acreditar em você!



-Eu?! Não, Jade. Geri preferiu acreditar em Chelsea, que chorou lágrimas de crocodilo e ela acreditou. Não vou me meter nisso. Geri é minha amiga, mas ela quem deveria investigar com quem andava.
Jade sentiu uma grande ira a tomar. Então Geri havia confiado cegamente naquela mulher e a endeusava até depois da morte, e com ela, Geri não a achava digna de ter um relacionamento sério, só uma relação aberta! Isso não era justo! Ela não era inferior à Chelsea, uma vagabunda que gostava de ser estuprada com um chicote!


Ela fitou Lori com um olhar frio.



-Ninguém tem uma prova do que Chelsea fazia?



-Que eu saiba, não. Ah! O noivo de Chelsea devia saber alguma coisa! Quando Chelsea o deixou por Geri, ele comentou com amigos nossos que não estava ligando para isso, que ele continuaria tendo sexo com ela a hora que quisesse. Que Chelsea apenas queria apenas se vangloriar de ter conquistado uma mulher difícil como Geri.



-Lori! Não acredito que você saiba disso tudo e nunca contou a Geri, deixando-a viver cultuando uma mulher como Chelsea!



-Jade, tenho por princípio não me meter na vida de ninguém. Se Geri preferiu acreditar em Chelsea do que na minha filha, é problema dela.



Jade percebeu no fundo disso um ressentimento de Lori por Geri, e se calou. mas seu temperamento estava em ebulição com a descoberta. Geri idolatrava aquela piranha da Chelsea e não queria nada sério com ela! Geri a considerava inferior à Chelsea! Ela antes se conformava com isso, mas agora que sabia que Chelsea era bem pior que ela, tudo havia mudado. Pois iria ter Geri em suas mãos, ou não se chamava Jade Norton!
Geri estava se aprontando para o jantar com Jade com um ar de satisfação. Não sabia que Jade cozinhava, e o fato dela querer cozinhar para ela demonstrava que a loura estava querendo ter uma noite especial, só delas duas. o seu entusiasmo só era refeado quando pensava em Chelsea. Estaria descumprindo sua promessa? Achava que não, Chelsea havia pedido que não a substituísse em sua vida por outra, ela teria o cuidado de ter uma relação apenas baseada em sexo. Isso não era uma quebra de promessa. Jade teria de entender.


Ela vestiu a blusa de seda pensativa e se olhou no espelho. A quem ela estava tentando enganar? - se perguntou mais uma vez - Todos os seus sintomas era de uma mulher apaixonada! Lembrava de momento a momento da sua noite de amor com Jade, cada detalhe! Estava louca para vê-la novamente! Se isso não era estar apaixonada, não sabia o que era mais.

-Geri, admita! _sussurrou - Você está totalmente apaixonada por Jade, você fracassou em sua promessa à Chelsea! Sua fraca! Sem palavra! Como pôde fazer isso com a mulher que a amou tanto?

O seu celular tocou. Ela atendeu, reconhecendo o número.

-Olá, Jade...

Jade notou na voz de Geri que algo não estava bem.

-O que houve, Geri?

-Nada, estava só pensando.

-Pensando em quê? Em mim?-Brincou.

-Entre outras coisas...sim.
-Entre outras coisas? E o que seria essas outras coisas?


-Se eu disser, você não vai gostar.

-Isso eu vou decidir. Fale, Geri.

-Não é nada que afete você, Jade. Vamos mudar de assunto.

-Tudo bem. Olha, houve uma mudança de planos. Lori vai sair com os patrocinadores do trabalho que vou fazer e pediu-me para ir também. Eles são texanos e não conhecem a cidade, vamos levá-los para jantar no Cesare. Você pode encontrar-me lá para jantar e depois sairemos para um clube noturno.

Geri não gostou nada daquela mudança de planos. Todo seu entusiasmo sofreu uma queda, como água fria em fervura.

-Eu encontrar com você junto com Lori e pessoas que nem conheço? Não foi isso que pensei quando a chamei para jantar.

-Mas depois poderemos sair só nós duas, quando o jantar acabar.

-Está bem. Eu a encontro no restaurante. Que horas estarão lá?

-Às nove da noite.

-Ok, até lá.

E Geri desligou, de mau humor. Não estava gostando nada de ir jantar com estranhos que só falariam de negócios. Mas queria muito ver Jade. Por ela, faria esse sacrifício. teria paciência, porque o final da noite seria só delas duas.
Geri chegou ao restaurante Cesare na limousine e dispensou o motorista. Não sabia como acabaria a noite e não queria dirigir depois de beber, nem ter um motorista a esperando. Elegantíssima em seu terninho de cetim azul escuro, com blusa em tom mais claro e gravata de cetim branca, desceu da limousine e se dirigiu para a porta do restaurante. O porteiro a reconheceu e sorriu abertamente, abrindo a porta e a cumprimentando.


-Boa noite, senhorita Gleese!

-Boa noite, Joe.

Ela entrou e o maitre veio pressuroso ao seu encontro.

-Senhorita Gleese, é uma satisfação vê-la aqui! Suas amigas a esperam, acompanhe-me, por favor...

-Olá, Alfred. Tudo bem? Vamos, então.

O Cesare era um restaurante com uma decoração elegante e acolhedora, com mesas redondas com toalhas de linho branco e vasos de flores, as paredes em tom pastel com quadros de art noveau e suave música tocando, além de servir pratos maravilhosos da cozinha italiana.

Ela foi conduzida à uma mesa discreta no canto, onde Lori estava com dois homens. Ela a viu chegar e sorriu, dizendo:

-Geri! Finalmente! Apresento-lhe meus amigos Hugh Wiseman e Mark Fuller.

Os homens se ergueram e apertaram sua mão, sorridentes. Hugh era louro, alto e magro. Mark tinha cabelos ruivos e um corpo de estatura média, com um sorriso alvar no rosto bronzeado.

Ela se sentou, com a cadeira puxada pelo garçon, e olhou para Lori.

-Onde está Jade? Ainda não chegou?
-Ela foi ao banheiro, mas volta logo. Por que não toma uma taça de champanhe, para relaxar?




-Realmente, Geri, nada como uma boa champanhe para relaxar! - Riu Hugh.



Geri olhou para o homem erguendo as sobrancelhas. Ele mal a conhecia, para tratá-la com tal intimidade. Não gostou. Devia ser um conquistador barato. E Jade ali, entre eles!

Ele chamou o garçon e pediu que servisse uma taça de champanhe para Geri. O garçon trouxe outra taça e serviu a bebida. Nesse momento, Jade voltou. Geri a fitou boquiaberta, Jade estava linda! Nunca a vira antes assim, vestida com tanta elegância! O vestido preto com decote discreto, moldando o corpo curvilíneo, bem maquiada e com brincos em formato de gotas, de esmeralda e ouro.



Ela olhou para Geri e sorriu, sentando-se ao lado de Lori, já que perto de Geri não havia cadeira disponível.



-Olá, Geri, como vai? - Perguntou.



Geri a fitou séria.



-Tudo bem, Jade. E você, divertindo-se muito?



-Um pouco, chegamos há apenas meia hora.
Escolheram os pratos. Hugh se voltou para Jade, com quem conversava baixinho:




-Sugiro fettutine aos frutos do mar, é maravilhoso, Jade.



Ela o fitou sorrindo.



-Vou aceitar a sujestão, já que você tem incrível bom gosto, Hugh.



Geri ouviu a resposta de Jade e sentiu uma pontada de ciúme. Jade estava tratando o homem com muita familiaridade, para quem havia acabado de conhecer! o passado dela veio à sua mente. Descartou-o com dificuldade, vendo Jade sorrindo para o homem e rindo de algo que ele disse.



O jantar arrastou-se para Geri, já que estava de mau humor em ver Jade rindo e conversando com os dois homens com desenvoltura. Lori parecia compartilhar da alegria, rindo e contando fofocas de celebridades.



Hugh, certa hora, olhou para Geri e comentou sorrindo:



-Sorria um pouco, Geri! Uma moça tão bonita, com uma expressão de quem chupou limão!Está aborrecida com algo?



Geri o fitou sem sorrir.



-Não. É meu jeito mesmo.



-Geri é uma mulher muito complexa, Hugh - Disse Lori - Não se preocupe com a expressão dela, Geri é assim mesmo, calada.



Ele se voltou para Jade, sorrindo.



-Você devia imitar Jade, veja que garota adorável! Ela é fabulosa, não é à toa que fez um sucesso fulminante na mídia!



-Hugh, Geri também é uma mulher de sucesso, não precisa copiar ninguém - defendeu Jade, ficando séria.
-Eu sei... mas não faria mal algum ser mais alegre, Geri! Viver a vida com intensidade, sorrir, conversar!




Geri o fitou friamente.



-Sou muito feliz da forma que sou, obrigada.



Lori os interrompeu, vendo que a conversa estava tomando um rumo perigoso:



-Vamos fazer um brinde, então! Um brinde à alegria! Salut!



Todos brindaram, menos Geri, que olhou para Jade com olhar ciumento.Hugh cochichava em seu ouvido e ela ria!



Finalmente o jantar acabou. Chegou a conta. Geri e Lori pegaram suas carteiras, mas Hugh pegou a nota e falou:



-Nada disso, madames, faço questão de pagar. E convido-as para esticarmos em um clube que escolherem!



-Geri e eu já havíamos combinado em ir para um clube que ela conhece - Disse Jade.



-Então, vamos todos! - Disse Hugh, sorridente.



Jade olhou para Geri, que a fitou mordendo os lábios.



-Humm...talvez vocês não gostem...



-Não tenha receio, vamos gostar de estar em qualquer lugar que tenha boa bebida e boa música! - Disse Hugh - E você deve ter bom gosto, Geri!



Geri sorriu. Eles queriam ir com elas, não? Pois iriam ao maior clube de lésbicas e gays de Los Angeles! Se Hugh estava de olho em Jade, iria cair do cavalo!
Eles foram para a Bad Girl, um dos melhores clubs de lésbicas de Los Angeles. Todos de taxi, um com Geri e Jade, outro com Lori, Hugh e Mark.




Jade pegou na mão de Geri, que a puxou, cruzando os braços. Jade a fitou com o cenho franzido.



-O que está havendo, Geri? Desde que chegou ao restaurante, está sendo fria e com mau humor, mal falando...



Geri a fitou com irritação.



-Se eu soubesse que esses homem viriam também para o clube, nem teria vindo!



-Por que, Geri? Eles são pessoas tão legais e divertidas!



-Divertidas para você, para mim são uns chatos! Esse tal de Hugh, então, é insuportável!



-Insuportável?! Que injustiça, Geri! É um cavalheiro, tentou puxar conversa com você e ainda pagou toda a conta! Ele é uma pessoa que está de bem com a vida.



-Jade, não acredito que você não notou que Hugh está de olho em você! E você parece estar adorando isso!



Jade a fitou com expressão ofendida.



-Você acha isso? Então, não acreditou em mim, quando falei que estou apaixonada por você?



-Jade, tem mulheres que podem jurar amor eterno, e no outro dia já estar com outro!

-E você acha que sou uma dessas mulheres? Diga, você acha?!



A voz de Jade soou com tanta indignação, que Geri a fitou arrependida do que havia falado.



-Bem... não disse isso. Mas convenhamos, você parece estar adorando a atenção dele!
Jade a fitou entre decepcionada e com raiva.




-Você não confia mesmo em mim, não é Geri? Você sempre vai achar, pelo meu passado, que vou traí-la com o primeiro homem que aparecer!



-Eu não disse isso...



-Não disse com palavras exatas, mas insinuou que estou interessada em Hugh!Eu sei muito bem, Geri, que a única pessoa em quem você confiou foi sua querida Chelsea! A santa Chelsea!



Geri a fitou com irritação.



-Jade, não meta o nome de Chelsea em nossa discussão!



Jade sorriu com amargura.



-Claro... desculpe por ter pronunciado o nome dela, com minha boca impura!



-Jade, pare com isso! Chelsea não merece esse sarcasmo seu, ela ...



-Tudo bem, Geri! Bem, você se esqueceu que temos uma relação aberta, então nenhuma de nós pode cobrar nada da outra, não é verdade? Então, como nossa relação é baseada apenas em prazer, nesse momento eu quero divertir-me!



-Eu não estou com espírito agora para diversão!



-Não tem problema, Geri...fique sentada, olhando!



E dizendo isso, ela se aproximou de Hugh e falou:



-Vamos dançar, Hugh?



Ele a fitou alegremente.



-Claro, Jade! Vamos lá, arrasar na pista!



Tremendo de raiva e ciúme, Geri viu Jade se dirigir para a pista com Hugh.

Uma música latina estava começando e Jade ergueu os braços, começando a bambolear o corpo no ritmo da música cantada por Glória Stefan:



Salsa!

Salsa es caliente!!!

oye, mi cuerpo pide salsa,

Y con ese ritmo, vamos a bailar!

Oye, mi cuerpo pide salsa,

Y con ese ritmo, no quiero parar!
A batida da música começou, fazendo os corpos se mexerem sensualmente. Hugh passou um braço pela cintura dela e começaram a dançar animadamente, com Jade rodopiando e se inclinado para trás, segura pelo braço de Hugh.




Hey boy, I see you looking

I know you're watching

But you won't make this move

Oye, I know you want me

I'm trying to show you

There's no way you can lose-on baby

C'mon over here and give me what I want

If you don't know how I'll teach you fast

We don't have to worry about tomorrow now

I know that I want you

And I want this night last!



Logo sua dança chamou a atençaõ de todos e abriram espaço para Jade e Hugh dançar. Eles estavam dando um verdadeiro show. Hugh a segurava apenas com um braço na cintura, quando ela curvava o tronco para trá, os braços erguidos fazendo gestos, o corpo dançando em passos precisos e sensuais, balançando os quadris.

Geri olhava mal contendo seu ciúme e raiva. Achou que Jade a estava desprezando publicamente por aquele homem . O sangue ferveu em suas veias, e levantou-se com ar decidido. Foi até a pista e puxou Jade violentamente pelo braço, fazendo-a parar de dançar, e a beijou na boca com força, como que para mostrar a todos que ela era sua.
O pessoal assobiou e aplaudiu, pensando ser uma cena ensaiada de show.


Jade pegou Jade pela mão e a levou para um canto escuro, então se voltou para Jade com um olhar belicoso.

-Como você pôde fazer isso comigo, Jade?

Ela a encarou calma.

-O que fiz demais?

-O que fez?! Simplesmente, me fez de otária, flertando e dançando com esse idiota na minha frente! Foi para isso que chamou-me para sair com vocês? Para minha amiga ver você me fazer de boba? O que pretende, Jade? Mostrar às pessoas que me conquistou, que sou agora sua cachorrinha de brinquedo? Maldita hora que aceitei vir a esse jantar! Estou sobrando aqui, porque você já está bem acompanhada com aquele homem! Vá, vá dançar com ele! Talvez, depois de uma noite de amor, ele lhe dê um presente valioso, que vai valer mais que o mísero dinheiro que eu lhe dava!

A bofetada foi inesperada e fez Geri cambalear. Ela olhou assustada para Jade, colocando a mão no rosto que ardia, vendo a loura com os olhos cheios de lágrimas, algumas já escorrendo pelo rosto. Jade ergueu o dedo indicador, sacudindo-o diante do rosto de Geri.

-Para seu conhecimento: Hugh e Mark são amantes há mais de oito anos! Eles são pessoas alegres, confiam um no outro e não acham nada demais o parceiro se divertir com amigos. Isso, porque confiam um no outro. Mas não é o seu caso, não? Para você, uma vez puta, sempre puta! Só mesmo Chelsea tinha sua total confiança, não é? Ela, o grande amor de sua vida! Continue cultuando a memória dela, Geri! Continue amando a mulher perfeita que teve! Eu estou fora dessa equação! Eu preciso de uma pessoa que me ame, que confie em mim e queira construir um futuro comigo! Adeus, Geri! procure outra idiota que se submeta às suas neuroses! Eu estou cheia!

-Jade! Espere! - Chamou, fracamente. jade não atendeu seu chamado. Sumiu na multidão.
Geri foi até uma cadeira vaga de uma mesa e se sentou, aturdida. Suas pernas estavam trêmulas.


O que havia feito? Havia expulsado Jade de sua vida! Mais uma vez a havia ofendido gravemente! Ficara cega de ciumes, vendo ela dançando com Hugh! Que idiota! Ele era gay!

Olhou em volta. Viu Lori conversando com um homem e se aproximou. Lori parecia aborrecida falando com o homem, que estava de costas. Se aproximou e colocou a maõ no ombro de Lori.

Lori se voltou e a olhou com o cenho franzido.

-Geri, que você disse para Jade, que ela foi embora chorando?

Geri a fitou surpresa e sentindo um grande remorso pelo que havia dito à Jade.

-Ela foi embora chorando? Oh, meu Deus... eu vou atrás dela.

-Não acho uma boa hora de você procurá-la, Geri - Disse Lori, fitando-a com ar aborrecido - Cada vez você só a magoa mais. Por que não se afasta de Jade e a deixa ser feliz com outra pessoa? E se tranca logo em um túmulo com um retrato de Chelsea?

Geri a fitou indignada com as palavras dela.

-Lori, você é minha amiga, mas não lhe dou o direito de se meter na minha vida! Se eu venero Chelsea ou não, não é de sua conta!

-Mas Jade é de minha conta! Eu gosto muito ela e estou mesmo muito decepcionada com o modo com que você a trata! Por que você não esquece que Jade foi uma garota de programa? Por que não percebe que ela é uma mulher doce, carente de afeto, que ama você, mesmo percebendo que você a desvaloriza? Meu Deus, mulher! Enxergue a realidade!Pare de viver na ilusão!

-Eu não vivo na ilusão! Eu apenas dou valor a quem merece! Chelsea nunca fez isso comigo, deixar-me de lado para ficar se divertindo com amigos, mesmo que sejam gays!

-Você é uma idiota, Geri! Está jogando sua felicidade fora! Quando descobrir a verdade, será tarde demais!

-Que verdade?
-Descubra você mesma! Procure Mathew Diamond, ele pode lhe revelar coisas interessantes! Ele conheceu Chelsea bem, foi noivo dela, antes de você conhecê-la!


Geri ficou vermelha de raiva e segurou Lori pelo braço, apertando-o.

-Você está insinuando que Chelsea tinha algum segredo em seu passado, que denegria a sua reputação? Você ouviu as mentiras de sua filha e acreditou?

-Geri, não vou discutir com você. Se quer saber o que todos já sabem, procure Mathew.

E ela se retirou, deixando Geri ali com a sensação que ela estava sendo considerada uma otária por todos. Ela respirou fundo.

-Então, Mathew deve estar falando mal de Chelsea com as pessoas! Será que ninguém percebe que é mágoa de Chelsea o ter desprezado? Esse miserável merece uma lição! Vou falar com ele amanhã mesmo!

Ela se retirou do clube com uma expressão fechada. Que noite! Havia brigado com Jade, a havia ofendido por seu ciúme, que depois descobriu ser sem sentido, pois o homem era gay, havia discutido com sua grande amiga Lori... e agora sabia que Mathew Diamond, o ex noivo de Chelsea, andava falando mal dela!

No dia seguinte, iria procurar Jade para se desculpar. Ela a amava, ela ia perdoar suas palavras motivadas por ciúme e raiva. Mas à noite, porque logo pela manhã, iria procurar Mathew! Ele iria ouvir poucas e boas! Como se atrevia a falar mal de uma mulher como Chelsea! Cachorro!

Ela chegou em casa e se jogou na cama, depois de se despir das roupas. Mil pensamentos passaram por sua mente, até conseguir dormir.

Geri acordou na manhã seguinte e tomou um banho, vestiu-se e depois de tomar um leve café da manhã, consultou sua agenda de endereços e telefones no computador. Felizmente, havia copiado da agenda de Chelsea o telefone e endereço de Mathew, para alguma eventualidade, quando ela viera morar em sua casa. Temia que ele fizesse algo contra Chelsea e achara bom ter onde localizá-lo. E agora, chegara a ocasião.

Ela digitou o número e uma mulher atendeu.
-Residência do sr. Diamond.


-Eu gostaria de falar com Mathew, por favor -Disse, procurando soar impessoal.

-Quem deseja falar com ele?

-Geri Gleese.

-Um momento.

Geri percebeu que a mulher havia tapado o bocal do telefone, pois ouviu vozes abafadas. Depois de alguns momentos, o próprio Mathew atendeu.

-Alô, Geri Gleese. A que devo esse telefonema surpreendente?

A voz dele soou sarcástica. Geri dominou-se e falou tranquilamente:

-Mathew, eu preciso falar com você com urgência. Poderia me receber hoje?

-Posso saber qual é o assunto?

-É sobre Chelsea. Queria esclarecer algumas coisas sobre ela e sei que você pode fazer isso.

Houve um silêncio longo. Ela já ia perguntar se ele ainda estava na linha, quando ela respondeu:

-Ok, Geri. Esteja aqui dentro de meia hora.

E desligou.

Geri pegou as chaves do carro e saiu.

Matew Diamond morava bem, no San Fernando Valley, em meio a vegetação luxuriante e com uma vista espetacular de Hollywood. Geri estacionou o carro diante da bela residência em estilo mediterrâneo e desceu, sendo recebida por um segurança que a recebeu polidamente.

-Senhorita, queira acompanhar-me- Ele disse, indicando o caminho de pedra com um gesto.

-Ok, pode seguir- Ela respondeu. Ele foi andando na frente e ela o seguiu até a porta de entrada. Abriu para ela entrar e ela passou por ele. Uma criada uniformizada a esperava e a conduziu até uma sala luxuosa, dizendo:

-Aguarde aqui, por favor, senhorita. O sr. Diamond já vem dentro de minutos.
Geri assentiu e ela se foi. Geri sentou em uma poltrona e olhou em torno. Um lugar aconchegante para se passar horas. Uma parede cheia de livros, uma tv de plasma de 50 polegadas, vídeo, dvd, som de home theatre, e um bar com várias bebidas. O sofá em forma de L e as poltronas eram de couro branco, sobre um piso imaculado de granito vermelho.


-Bom dia, Geri Gleese.

Geri olhou para o lado. Mathew Diamond havia chegado por uma porta lateral. Parecia ter acabado de tomar banho, pelos cabelos molhados e um roupão de banho branco que vestia.

Ele viu seu olhar e sorriu. Parecia um pouco mais gordo desde que ela o vira pela última vez, anos atrás.

-Desculpe o traje. Estava tomando meu banho de piscina diário. Aceita uma bebida?

-Não, obrigada. O que vim fazer aqui vai tomar pouco tempo - Disse Geri, friamente - Eu só vim aqui para dizer uma coisa a você, cara-a-cara.

Ele ergueu as sobrancelhas, indo até o frigobar e pegando uma garrafa de água Evian e a abrindo, tomando um longo gole. Ele a fitou com um sorriso sarcástico.

-Oh... e o que seria isso?O que quer falar comigo?

-É sobre Chelsea.

-Chelsea? Ela está mais morta do que nunca para mim, Geri. Caso não saiba, estou bem casado com uma mulher maravilhosa e Chelsea para mim é página virada desde que ela se envolveu com uma sapatão como você. Eu apenas a recebi por curiosidade. O que você quer comigo?

Geri enrubesceu. Seus olhos brilharam de raiva.

-Não parece que Chelsea é uma página virada em sua vida! Você anda tentando denegrir a imagem dela, pelo que soube por pessoas amigas.

Ele a encarou e deu uma risada. Ela se ergueu, fitando-o com o cenho franzido.

-Qual é a graça? - Perguntou, friamente.
-Você. Pelo que soube, viveu com Chesea durante cinco anos. E nesse tempo todo, não conheceu a mulher com quem morava? Que falta de percepção, Geri! Eu descobri quem era Chelsea logo!


-Onde quer chegar, Diamond? Fale claro, detesto gente que fica fazendo joguinhos!

-Calma, Geri. Se veio aqui atrás de uma resposta sobre Chelsea, eu posso lhe dar isso.Está cheia de prevenção contra mim. Isso porque não me conhece bem. Sou um homem vivido, de mente aberta.Tenho amigos homens e mulheres gays. Para mim, sexo é prazer sem restrições.

-Chega de jogo de palavras! Se tem algo para dizer, diga logo!

-Geri, quero dizer que não tenho raiva de você. Pelo contrário. É uma bela mulher e se gostasse de homem, eu iria para a cama com você sem problemas.

-Chega, Diamond. Eu vim aqui para dizer a você que pense duas vezes antes de falar o nome de Chelsea. Porque eu o farei pagar por cada mancha que tentar lançar na memória dela. Eu vou embora, já perdi muito meu tempo ouvindo suas baboseiras.

Mathew deu uma risada.

-Está com medo da verdade, Geri? Está com medo de descobrir quem Chelsea realmente era?

Ela o fitou friamente.

-Não tenho medo de verdades, mas de mentiras.

-Então, quero que veja algo muito importante para você.

-O quê? Seja breve, quero ir embora.

-Sente-se! Queria antes prepará-la para o que vai ver, mas você não deixou! Pois então, veja a verdade nua e crua!
Ele dirigiu-se para a estante e pegou uma fita de vídeo, depois de procurar rapidamente.Ligou a tv e colocou a fita no vídeo. Ligou o vídeo. Voltou-se para ela.


-Sente-se, Geri.

-Não preciso...

-Sente-se! Vai ser melhor!

Geri sentou, olhando para a tela de tv com ceticismo. No início, apareceram imagens distorcidas. Depois, a imagem se estabilizou.

-Veja, Geri, o grande amor de sua vida!- Disse Mathew, com voz dramática.

E o rosto de Chelsea apareceu em close na tela.

Ela estava linda. Geri lembrou daquela época com precisão. Aquela era a imagem de Chelsea dias antes de falecer. Sabia disso porque ela estava com os cabelos mais curtos e claros. Ela havia cortado os cabelos na altura dos ombros e os clareara mais, ficando platinados. Geri não havia gostado da cor e uma semana depois ela havia voltado os cabelos à cor natural, louro-cinza.

Ela sorria para alguém, no close. A lente da câmera recuou e a pegou de corpo inteiro.. Chelsea estava de calcinha e sutian, com uma taça de champanhe na mão!

Geri gelou. Não era possível!

-Essa filmagem foi feita por um amigo meu, escondido no meu escritório- Disse Mathew, com voz divertida - Chelsea não percebeu nada. Eu pretendia enviar para você, mas ela morreu e eu cancelei a idéia.

Geri mal o ouviu. A imagem de Chelsea entrava por sua retina atordoando-a, como flexas em seu coração. Ela estava imóvel, sem voz.

Mathew apareceu na tela, sorrindo só de cueca.Tinha também uma taça na mão e sentou no sofá ao lado dela. Chelsea olhou para ele com um sorriso malicioso, de uma vulgaridade que Geri jamais vira nela.

-Ponha logo esse pau para fora, Mathew - Disse ela - Hoje estou cheia de tesão.
A câmera focou nos dois. Mathew sorriu, se recostando no sofá e abrindo as pernas.


-Ponha você. Sei que adora pegá-lo. Não entendo você, Chelsea. Adora um pau e vive com uma mulher!

Ela o encarou erguendo as sobrancelhas.

-Já cansei de explicar isso a você. Sou bissexual. Adoro um pau, mas também adoro uma mulher. Geri é deliciosa, sou louca por ela, Geri é o meu lado romântico. É um sexo mais suave, romântico, que tenho com ela. Mas meu lado puta é com você, Mathew. Você é sacana e me possui como um animal, também gosto disso.

Mathew riu, quando a mão de Chelsea palmeou seu sexo, sobre a cueca.

-Você é louca, Chelsea. Se um dia Geri descobrir que continuou trepando comigo esses anos todos, ela vai odiá-la e terminar com você.

Chelsea o fitou séria.

-Ela só descobrirá se você contar para ela. E se isso acontecer, nunca mais vou querer vê-lo.

Mathew sorriu, tomando um gole de champanhe.

-Eu, contar?! Jamais! Adoro esse jogo. Acho muito excitante e divertido. Geri pensa que a roubou de mim. Mas eu quem sou o vencedor! Ela que é a enganada! Se ela topasse, eu ia para a cama com vocês duas! Comeria Geri com muito prazer!

Chelsea baixou a cueca dele, descobrindo pênis, e deslisou para o tapete, se ajoelhando diante dele e tomando o pênis na mão. Fitou-o com um sorriso malicioso.

-Chega de conversa, Mathew! Quero esse pau bem duro! Oh, como é grande! Adoro isso. Quero ele todo em mim. Você vai meter ele todo em meu traseiro, Mathew, quando eu estiver bem louca.

Ela começou a masturbá-lo com a mão e a boca. Ele a pegou pelos cabelos, gemendo:

-Que boca gostosa, mas vai devagar, ou vou acabar antes da hora.
Geri contemplava as cenas sem reação, como se estivesse em um pesadelo. Aquilo não podia estar acontecendo, era um pesadelo! Chelsea. A mulher que havia amado tanto, que a fizera prometer fidelidade até depois da morte dela, ali estava praticamente em sua frente, falando e se comportando como uma puta reles, ou pior! Uma puta fazia aquilo para ganhar a vida, ela fazia por puro prazer! Como havia sido idiota! Como seus amigos e conhecidos deviam ter rido dela pelas costas, por ser tão crédula das mentiras de Chelsea! A mulher que achava perfeita, que cultuava até depois de morta, não passava de uma piranha da pior espécie! Idiota, idiota, idiota!


Ela se ergueu de um pulo e tapou o rosto com as mãos.

-Pare! Pare essa fita! - Ela gritou, um grito lancinante de dor que explodiu na sala.

Mathew a fitou com um olhar divertido.

-Ora, agora que ia ficar mais interessante! Você sabe, ela tem um talento com aquela língua, inigualável!

Ela avançou para ele dando socos a êsmo, desatando em um choro convulsivo.

-Maldito! Maldito! Eu o odeio, odeio!

Ele a segurou pelos pulsos e a afastou, jogando-a de novo no sofá, gritando:

-Você deveria ser grata por eu lhe mostrar quem Chelsea realmente era! Agora sabe a verdade! Vai poder prosseguir sua vida!

Ela ergueu o rosto, fitando-o entre lágrimas.

-Por que fez isso? Por que não deixou tudo como estava, depois de tanto tempo? Por que essa vingança agora?

-Vingança? Não. Foi Lori quem me pediu que fizesse isso. Para mostrar à você como está errada, anulando-se por Chelsea.

Geri o fitou abismada.

-Lori quem mandou você fazer isso?! Pensei que ela fosse minha amiga!
E ela é. Ela contou-me como você continua apegada à imagem de Chelsea, venerando-a como a uma santa. Ela sabia que minha ligação com Chelsea continuava, quando nos viu entrando em um hotel, mas nunca havia comentado nada. Mas ontem ela me ligou e avisou-me que você iria procurar-me para fazer perguntas sobre Chelsea. E disse para eu falar a verdade, porque se eu não falasse, ela mesma contaria. Eu pensei no caso e resolvi abrir o jogo, para o seu bem.


Geri o fitou revoltada.

-Nem você, nem Lori, estavam com intenções altruístas! Lori apenas quis me mostrar que sua filha Jill havia dito a verdade sobre Chelsea, e você, quis ferir-me por vingança e pela satisfação de mostrar-me que Chelsea me traía com você! Vocês são dois miseráveis, que destruíram a imagem boa que eu tinha de Chelsea! Tudo por vingança! Está satisfeito? Estou com vergonha por ter sido tão enganada, estou com ódio de Chelsea, e estou sofrendo por ter sido miseravelmente enganada por uma puta reles!

Ele encolheu os ombros, com descaso.

-Bem, eu fiz o que tinha de fazer. Como você vai lidar com isso, é problema seu.

Geri ergueu-se e o fitou contendo seu pranto.

-Não quero ficar nessa casa nem mais um minuto!

-Depois de pensar melhor, você vai me agradecer!E se quiser se vingar de Chelsea comigo, será um prazer, Geri! - Disse ele, com ar cafageste.

Geri saiu dali correndo. Pegou o seu carro e saiu em alta velocidade.

Sem perceber como, Geri chegou em casa, depois de dirigir a mais de 120 km por hora, sentindo ódio, profunda decepção, vergonha e tristeza, todos esses sentimentos em ebulição em seu íntimo
Aquela cena de Chelsea fazendo sexo oral em Mathew gravara-se na sua mente. O grande amor de sua vida era uma farsa! A mulher que amara tanto, que considerava sua alma gêmea, por quem se recusara a ter novamente uma vida amorosa normal, que dizia que a amava mais que a própria vida, era uma vagabunda vulgar! O ídolo tinha pés de barro e caíra do pedestal que a colocara.


Que piada cruel, o seu amor! Chelsea era apenas uma mulher devassa, traidora, vagabunda, sob a sua aparência de fina dama!

Ela abriu a porta do quarto de Chelsea e entrou como um tufão, chutando e jogando no chão o que encontrava pela frente. Pegou uma pequena estátua de mármore que Chelsea havia ganhado e a arremessou na redoma de vidro que protegia um vestido dela, espatifando-a em vários pedaços. Pegou o vestido e o rasgou com fúria, gritando:

-Vagabunda! Cadela! Puta reles! Traidora!

Com o vestido em frangalhos, voltou-se para o balcão que mandara fazer para guardar pequenos objetos dela, como perfumes, escovas de cabelo, estojo de maquiagem e álbuns de fotografias. Peou uma cadeira e bateu com ela no balcão de vidro, quebrando tudo com um barulho infernal, batendo vezes seguidas, até cansar.

Olhou então para o retrato dela na parede. Agora aquele sorriso parecia zombar dela.

Puxou-o da parede e o jogou no chão, pisoteando-o com ódio, gritando:

-Isso é pouco para você, sua cadela!Traidora!

O vidro que protegia o retrato partiu-se em centenas de pedaços. Geri olhou em volta e pegou sobre a mesinha se centro uma espátula e com ela rasgou o retrato, cravando a ponta no rosto de Chelsea, chorando convulsivamente. Sua mão cortou-se em um pedaço de vidro e ela parou ofegante, ajoelhada no chão sobre o retrato, o sangue de sua mão caindo sobre ele.
Ela olhou para a parte do rosto de Chelsea que ainda restava rasgar se manchando de sangue e balbuciou:


-Acabou. Você agora realmente morreu para mim, Chelsea. Vou riscar qualquer recordação sua de minha vida. Você não merece ser lembrada. Você tem que arder no inferno!

Ela se ergueu do chão e olhou em volta. Havia destruído tudo. Saiu dali curvada, sentindo-se deprimida e infeliz. Chiquita estava ali, atraída pelo barulho que fizera, e ao ver sua mão sangrando colocou a mão na boca, assustada.

-Senhorita Gleese, está ferida!

-Não é nada - Disse Geri, com voz despida de emoção.

A empregada se aproximou e a pegou seu braço .

-Está sangrando, senhorita, vamos tratar disso. Vou amarrar um pano limpo, enquanto chamo o seu médico.

Geri se deixou levar sem dizer nada. Estava agora como que em estado de choque. Ficou cabisbaixa, enquanto Chiquita a levou ao banheiro e protegeu o ferimento com um pano. Ela em seguida ligou para o medico de Geri.

O médico chegou vinte minutos depois. Ele a fitou criticamente, abrindo a maleta que trouxera. Examinou o ferimento com olhar profissional e começou os procedimentos para limpá-lo e o suturar, lavando o corte com soro fisiológico.

-É um corte feio, senhorita, deu sorte de não ter atingido a veia principal. Como foi que se cortou?

-Com um vidro.

-Com um vidro? Como?

-Doutor, apenas faça o curativo.

Ele a encarou, mas não perguntou mais nada. Sabia que a discrição era a melhor qualidade para poder ter uma clientela de famosos. Meia hora depois, o ferimento estava suturado e protegido com um curativo. Ele lhe deu uma injeção antitetânica e receitou um anti-inflamatório, saindo depois de receber um cheque pelo seu serviço.
Geri tirou a roupa, ajudada por Chiquita, e apenas de calcinha e uma camiseta de malha, se deitou, com as janelas fechadas e as cortinas obscurecendo o ambiente.


Queria esquecer o mundo lá fora. Sentia-se tão fragilizada, tão abatida...e isso por causa de uma mulher que amara tanto, e que a havia traído torpemente. Chelsea era uma tarada sexual. Agora entendia porque ela muitas vezes pedia para ser penetrada com força por um pênis artificial em relação de sexo anal. Geri achava aquele ato muito brutal, mas ela dizia que queria ser possuída por ela de todos os jeitos.



Pensou em Jade. Como a havia ferido com suas palavras! Por ser uma mulher de programa, achava que não devia confiar no que ela dizia sentir, mas agora havia vira que Jade era mais sincera que Chelsea. Ela não tinha nada a esconder, se mostrava como era, não Chelsea, que se escondia atrás de uma pose de mulher fina e culta. Jade havia sido tão humilhada por ela, e nunca havia deixado de a querer. Isso que era amor! E ela não reconhecia isso, porque estava cega!



Mas ela agora não tinha mais coragem de procurar Jade. Mais uma vez a havia ofendido, e ela lhe havia dito que estava cansada de ser ofendida, com toda razão. Ela agora tinha que ficar sozinha, ela não merecia o amor de Jade.



Geri chorou no escuro, sentindo-se uma mulher sem valor, uma idiota que havia sido enganada durante anos, porque amava cegamente, porque acreditara que havia encontrado a mulher de sua vida. Os soluços a sacudiam. Ela adormeceu sem sentir
UM MÊS DEPOIS...


Jade naquele dia chegou de uma filmagem externa ao cair da tarde, na agência de Lori. Tinha que acertar os dias das novas filmagens com o diretor e ia procurá-lo, quando a secretária de Lori veio ao seu encontro.



-Geri, a senhorita Meltson quer vê-la em sua sala.



-Ok, obrigada, Priscila - Sorriu Jade, seguindo a moça pelo corredor. Entrou no gabinete de Lori, que falava ao telefone. Ela fez sinal para sentar e falou mais uns minutos, enquanto Jade se serviu de um copo de café da garrafa térmica que era renovada de hora em hora. Lori era viciada em café e sempre mantinha a garrafa com café fresco.



Lori acabou de falar e desligou o telefone, a fitando.



-E aí, Jade, acabou as filmagens?



-Não, ainda restam duas cenas para acabar. Vou ver os dias e horários com o diretor. Chamou-me aqui para falar sobre as filmagens? Não se preocupe, está tudo indo bem.



-Bem... na verdade, não foi para isso. Ainda está disposta a ir à festa de Valentine comigo?



-Estou, por que? Desistiu?



-Claro que não, nunca falto à essa festa, é sempre ótima, vai tanta gente interessante! Eu queria apenas contar a você uma novidade que ouvi.



Jade sorriu. Lori adorava comentar fofocas que sabia sobre pessoas famosas e conhecidas. Jade já se acostumara com essa faceta da amiga.



-Qual é a última novidade?



-Geri Gleese vai também à festa.
Jade a fitou surpresa.




-Ela vai? Mas, você me disse que Geri estava abalada pela descoberta do que Chelsea fazia pelas costas dela, indo para a cama com o ex noivo! Que havia se descontrolado tanto, que havia se cortado, destruindo o quarto de Chelsea! Pensei que ainda estava recolhida em casa, arrasada!



-Não, ela ligou para mim na noite passada e conversamos por duas horas. Ela contou-me tudo, como Mathew revelou a traição de Chelsea, como ela se sentiu, e como reagiu. Ela realmente ficou abalada, Jade. Ela contou-me que foi a maior decepção de sua vida, seu amor por Chelsea foi uma ilusão, porque só ela o sentia. Ela agora sabe que Chelsea era uma vagabunda e tem até vergonha de ter passado como otária perante as pessoas que sabiam como Chelsea era, a verdade. Ela teve que fazer tratamento com uma psicóloga para recuperar a sua auto-estima e voltar a acrediar que pode ser amada de verdade.



-Ela já se curou da decepção, então? - Perguntou Jade, preocupada e ansiosa.



-Ela ainda está fazendo terapia, mas já está reagindo bem. Colocou à venda sua mansão e vai comprar outra residência, que não tenha nenhuma lembrança de Chelsea. E recomeçou a sair, ver as amigas.



-Eu fico feliz com isso, Lori - Disse Jade, com olhar tristonho.



-Não está parecendo o que diz, Jade. Confesse. Ainda está apaixonada por ela, não?



Jade voltou o rosto para a paisagem através das vidraças, evitando o olhar especulativo de Lori.



-Não sei... ela magoou-me muito, Lori.
Lori a fitou com atenção.


-Jade, minha querida... não adianta você negar... a gente percebe isso em seus olhos, quando toco no nome de Geri. Por que não dá uma chance à ela? A situação agora mudou, Geri não tem mais Chelsea na cabeça.

Jade a fitou. Duas lágrimas desciam pelo seu rosto. Ela tinha uma expressão de tanto sofrimento, que Lori ficou muda, fitando-a.

-Lori... - Disse ela, com voz cheia de dor - Você alguma vez amou alguém com desespero, com paixão, com loucura? Achando que essa pessoa era o que mais queria na vida, que sem ela não podia ser feliz? Foi assim que amei Geri. Um simples olhar daqueles olhos me deixava em êxtase. Eu poderia fazer qualquer coisa para ter ela para mim. Eu morreria por ela. Mas Geri nunca me quis. Ela nunca me amou. Seu amor era todo para Chelsea. Eu não tinha a mínima chance de concorrer com a imagem da mulher e amante perfeita. Eu era apenas um brinquedinho nas mãos de Geri.

-Jade... - Começou Lori, mas ela a interrompeu, erguendo as mãos espalmadas.

-Não defenda o indefensável, Lori. Geri tripudiou sobre meu amor. Para ela, eu sempre não passei de ser uma garota de programa, uma puta que ela não podia confiar seu coração. E agora que ela viu quem era Chelsea, quer consertar as coisas entre nós?

-Jade, ela não disse nada sobre procurar você. Na verdade, ela comentou que nem tem coragem de falar com você, que está envergonhada pela maneira como a tratou.

-Oh, ainda bem que ela sabe que não adianta me pedir desculpas!Lori, vamos mudar de assunto.

-Bem, você é quem sabe.
O Dia de Valentine é equivalente ao Dia dos Namorados no Brasil, e a única diferença é serem em meses e dias diferentes. Quanto ao mais, o Dia de Valentine nos Estados Unidos é também especial para casais homo e heterossexuais, no qual trocam presentes, vão jantar fora juntos ou simplesmente namorarem.




Lori e Jade chegaram à festa de Nancy Hart e olharam em volta, olhando a bela decoração da festa que já era tradicional entre as amigas da excêntrica milionária. Alegorias com cupidos e corações decoravam o salão de festas e o deck da piscina, onde várias mulheres conversavam, bebiam e dançavam.



Jade estava com um vestido azul metálico de Versace e sapatos de salto agulha, muito elegante. Seu cabelo preso lhe dava um ar mais sofisticado e seus olhos brilhavam como pedras preciosas. Estava linda. E se esforçara para isso, porque sabia que Geri iria ali. Queria estar muito linda, para Geri ver o que havia recusado por causa de sua promessa à uma puta disfarçada.



-Lori! Como vai, minha querida? - Disse Nancy, vindo ao encontro da amiga, abraçando-a efusivamente.



Jade as olhou sorrindo. Nancy era uma mulher alta e com corpo bem feito, morena de olhos verdes. Já a conhecia e sabia que Lori era apaixonada pela mulher, mas Nancy somente a via como amiga.



-Tudo bem, Nancy. E então, hoje está acompanhada por uma namorada ou ainda só?

-Estou ainda só, mas não por muito tempo. Estou de olho em uma mulher muito interessante, amiga de Gweneth . Isabelle. Conhece-a?



Lori sorriu forçadamente, decepcionada.



Jade pensou, com pena de Lori:



-Bem-vinda ao clube das desprezadas, Lori.
Um garçon passou com bebidas e Lori e Jade apanharam uma taça cada. Nancy sorriu para Jade, fitando-a com admiração.


-Jade, está arrasando com esse vestido. Está esperando seu love, ou está solteira como eu e Lori?

-Bem... eu estou solteira... mas com esperança que até o final da noite, esteja com alguém.

-Oh! Tem alguém em vista?

-Mais ou menos...

-Não entendi - Disse Nancy, intrigada.

-Nancy, Jade tem uma paixão recolhida por Geri Gleese, mas elas nunca acertaram os ponteiros, entendeu? - Disse Lori, com ciúmes da atenção de Nancy para Jade.

Mas Nancy ficou foi entusiasmada com a notícia.

-Genial! perfeito, Jade! Eu quero chamar a atenção de uma pessoa que não se mostra interessada por mim, e acho que você também quer a mesma coisa! Vamos nos unir para chamar a atenção e até meter ciúmes nessas mulheres que desejamos? Talvez elas acordem e vejam que somos as mulheres certas para elas!

Jade a fitou descrente.

-A última vez que fiz algo assim, só consegui fazer Geri ficar com raiva de mim e insultar-me.

-Ah, mas comigo vai funcionar! Eu sei representar muito bem, querida! Topa experimentar? Por mim e por você!

-Hummmm... veremos. A quem quer fazer ciúmes?

Nancy indicou uma loura alta, de vestido prateado e colante, conversando com uma mulher magra. A loura tinha um corpo espetacular alto e com os braços fortes como os de uma atleta.

-Ok - Disse - Vou ajudá-la.
-Então, que tal começar agora, dançando essa música?




Jade prestou atenção. Havia começado a tocar um velho sucesso, Another Day in Paradise, com Phil Collins. Gostava daquela música. Assentiu e logo se viu nos braços de Nancy, que dançava muito bem.



Foi justamente nessa hora que Geri chegou.



Ela chegou procurando chegar discretamente, mas Geri era uma dessas mulheres que e impossível chegar em um lugar sem ser notada. Ela estava com os cabelos soltos, caindo como seda pelos ombros, discretamente maquiada, apenas com um brilho nos lábios vermelhos e um pouco de sombra nos olhos. O terninho Armani negro caía como uma luva em seu corpo longilíneo, ressaltando sua beleza e charme.

O olhar de Geri circunvagueou pelo salão e caiu sobre Jade e Nancy, que dançavam a música com precisão. Os olhos de Geri brilharam de ciúme, mas ela logo o disfarçou quando Lori veio ao seu encontro sorridente.



-Geri! Que bom ver você aqui! Veio sozinha?



Geri sorriu para a amiga, que a abraçou.



-Sim. Mas logo vou arranjar uma companhia, estou pretendendo ter uma noite agradável.



Lori riu.



-Hummmmm... estou vendo que sua terapia com a psicóloga está fazendo milagres! Já esqueceu de Chelsea mesmo?



Geri rodou os olhos.



-Lori! Vamos falar em gente viva! Chelsea? Quem é Chelsea?



-Muito bem, Geri! Vejo que está ótima!
-Lori, eu estive doente da cabeça durante cinco anos cultuando uma morta, mas agora eu despertei para a vida e quero viver, ter alguem para amar. E vim à essa festa para divertir-me, como não fazia há anos!




-Que ótimo! Fico feliz em reencontrar a antiga Geri, cheia de entusiasmo pela vida e divertida!



-Vamos dançar então essa música?



Lori a pegou pelo braço, falando baixinho no ouvido de Geri:



-Prefiro que você dance com aquela loura alta, a Isabelle. Nancy está de olho nela, e queria que ela desistisse de Isabelle, por motivos que você sabe. Se Nancy a ver com você, vai tirar ela da cabeça.



Geri riu da amiga.



-Entendi. Você a tira de campo, deixando Nancy só para você. Lori, quando vai desistir de esperar que Nancy a veja mais do que como amiga? Sua paixão por ela já dura dois anos!Seja corajosa e diga o que sente para ela!



-Fácil de dizer, Geri, mas difícil de fazer. Eu tenho medo que ela ria na minha cara.



-Bem, então vai ficar assim mais dois anos, porque Nancy não vai advinhar o que você sente! Mas tudo bem, vou tirar a loura para dançar, se isso a ajuda.



-Obrigada, Geri, você é mesmo minha melhor amiga!



_vou esperar uma nova música tocar, para ir tirá-la.



Geri olhou para Jade, disfarçadamente. Ela parecia ignorar sua chegada. Maldição! Só faltava Jade se interessar por Nancy!
Uma nova música começou. Baby Love, com as The Pussycats Dolls. Geri se aproximou da loura e a convidou para dançar. A loura a fitou surpresa da cabeça aos pés e sorriu encantada, aceitando. Geri a tomou nos braços, começando a dançar.




I remember like it was yesterday

first kiss and I knew you changed the game

you had me, exactly, where you wanted

And I'm on it, and I never go let you get away

Holding hands never made me feel this way

So special, boy its your...

your smile, we so in Love

Yeeeah, we so in Love

and I just can't get enough of your

Love ...

yeeah, we so in love, LOVE

I want you to know...



A loura passou a ponta dos dedos cariciosamente no seu pescoço, fitando-a nos olhos.

-Nem acredito que estou dançando uma música com Geri Gleese!

Geri ergueu as sobrancelhas, fitando-a sorrindo.

-Por que isso é tão incrível assim?

-Por que eu sempre a vi nas festas quieta em um canto, apenas bebendo e observando as pessoas com um olhar que parecia estar a kilômetros de distância do lugar.

Geri a fitou subitamente séria.

-Aquela Geri morreu. Agora, no lugar dela, nasceu uma outra pessoa que quer aproveitar a vida.

-Sorte minha, estar por perto, quando decidiu mudar.

-Por que?

-Por que você sempre me interessou.

-Verdade? Então, sorte minha também.
Alguns passos distante, Jade olhava a cena disfarçadamente. E vendo Geri dançando tão agarrada com aquela loura, sentiu que a estava perdendo para sempre. Ela a havia esquecido! Geri nem lembrava que ela existia! Os momentos que tiveram, que achava que eram tão especiais, para ela não significavam nada!


Jade perdeu a vontade de dançar, sua alegria se esvaiu por encanto. Parou e disse a Nancy, que a fitou surpresa:

-Desculpe, mas preciso ir ao banheiro...

E se afastou sem esperar resposta.

Lori, que não tirava os olhos de Jade e Nancy, viu a expressão transtornada de Jade e a seguiu, preocupada. Viu ela entrando no banheiro de hóspedes da casa e entrou atrás. Jade tentou se trancar no reservado, mas Lori a chamou:

-Jade, sou eu, Lori!

Jade se voltou e a olhou com lágrimas escorrendo pelos olhos.

-Oh, Lori! Você viu como Geri está agindo agora? Ela está encantada com aquela loura! nem sequer veio cumprimentar-me!

Lori a fitou surpresa.

-Jade! Não faz nem dois dias, você disse-me que não queria mais nem falar em Geri! Que ela tripudiou sobre sua paixão, que ela...

-Eu sei tudo que eu disse, Lori! Mas foi só da boca para fora! Eu amo aquela mulher! Com todos os defeitos dela!

-Oh, como eu gostaria de ser amada assim por Nancy! Mas ela nunca vai me amar desse jeito, ela só me enxerga como uma amiga! - Comentou Lori, suspirando - somos duas infelizes no amor, Jade!

-Não acho, Lori! - Disse uma voz atrás delas.

Elas se voltaram e viram nancy, que sorria para Lori com os olhos brilhantes.
Lori enrubesceu intensamente e a olhou envergonhada e ansiosa.


-Nancy! Há quanto tempo está aí?



Nancy avançou, parando diante de Lori e a fitando nos olhos, sorridente.



-O tempo suficiente para ouvir uma coisa maravilhosa. Lori, eu também sinto a mesma coisa por você. Mas também tinha medo de revelar-me e acabar perdendo sua amizade, além de você rir de mim.



Lori a fitou boquiaberta.



-Mas... você me disse que estava de olho em Isabelle, que estava interessada nela!

Nancy sorriu, divertida.



-Isso são jogos de amor, Lori. Eu queria alguma reação sua ao que eu dizia sobre mulheres, mas você sempre sorria, parecendo não ligar...e eu ficava insegura de me abrir com você. Precisei ouvir escondida, para saber o que você sentia! Mas agora, vamos tirar o atraso!



E Nancy abraçou Lori pela cintura e a puxou contra o corpo, em um beijo ardente.

Jade olhou a cena e saiu silenciosamente, fechando a porta. Estava feliz por Lori, mas também triste. Por que Geri não fazia uma declaração dessas para ela?



Ela voltou ao salão e viu que Geri estava agora em uma roda de mulheres, conversando e rindo. Ela era o centro das atenções. E como não podia ser, sendo tão linda e carismática, sexy...



-Vamos dançar?



Jade se voltou e olhou para a mulher que a havia convidado. Era uma morena atraente, de belos olhos negros e cabelos curtos.



Sorriu para ela. Pelo menos, alguém queria dançar com ela.



-Com prazer...



Ela pegou Jade pela mão e a levou para o centro do salão, onde outras mulheres dançavam. Pegou-a pela cintura e lhe sorriu.



-Meu nome é Jodie. E o seu?



-Jade.
Geri olhou para Jade dançar. Ela estava linda, parecia uma princesa. Queria se aproximar dela e pedir uma dança, depois a levar para um lugar tranquilo para conversar. Mas tinha medo de ser mal recebida. Sabia que havia magoado Jade demais e ela devia estar querendo era distância dela.


Lori entrou no salão abraçada com Nancy, uma olhando a outra nos olhos, sorridentes. Isso a surpreendeu e a fez aproximar-se delas, sorrindo.

-Será que aconteceu o que estou pensando? - Perguntou ela, parando diante das duas.

Lori a olhou com os olhos brilhando de felicidade.

-Se está pensando que finalmente nos declaramos uma á outra, quase acertou.

Geri ergueu as sobrancelhas, confusa. Lori riu e explicou como tudo aconteceu.

Geri as abraçou, verdadeiramente alegre.

-Finalmente se entenderam! Nancy, há anos que Lori me confidenciou a paixão dela or você!

-Sim, e perdemos tanto tempo por medo! Se eu ou Lori tivéssemos sido mais corajosas, sem medo de fazer um papel ridículo perante a outra, já estaríamos juntas há muito tempo! - Disse Nancy, fitando Lori com um sorriso.

Lori fitou Geri com um olhar pesaroso, vendo como a amiga estava infeliz, por mais que procurasse disfarçar. E ela sabia o motivo.

-Geri... nunca tenha medo de se arriscar para ser feliz. Eu aprendi isso hoje.

Geri a fitou e concordou, assentindo com a cabeça.

-Você está certa, Lori. Não posso continuar negando para mim mesma a felicidade, por medo.

-Geri, venha comigo. Eu tive uma excelente idéia. Se você concordar, a colocaremos em prática - Disse Lori, puxando-a pela mão.
Era quase meia-noite. As convidadas estavam dançando, bebendo e namorando no salão, no deck da piscina e no jardim da mansão, iluminado com luzes estratégicamente colocadas nos galhos das árvores, quando Lori chamou no microfone :




-Pessoal, como sabem, hoje é um dia para se comemorar o amor, para corações apaixonados. Mas sabemos que tem gente que está sozinha porque não encontrou alguém para amar, umas que estão brigadas com o seu amor por diversos motivos, e outras que amam, mas não sabem traduzir esse amor em palavras, com medos que as impedem de falar. Eu me enquadrei nessa última categoria, mas felizmente tudo agora se esclareceu. E por isso, mando esse recado: corram atrás da felicidade, não tenham medo de demonstrar seu amor.



As convidadas, atraías pelas palavras de Lori, que soaram pello salão, jardim e deck da piscina através de caixas de som, foram se juntando diante do pequeno palco montado no canto do salão e aplaudindo as palavras de mulher.



Jade olhava com ar intrigado e triste. Lori estava dizendo lindas palavras, mas não era tão fácil assim. Que adiantava chegar para Geri e dizer que a amava, se ela não iria acreditar?



Geri subiu no palco e se postou ao lado de Lori. A loura sorriu e falou:



-Nossa amiga Geri tem coisas a dizer para alguém muito especial. Vamos ouví-la.

Ela entregou o microfone sem fio a Geri e ela o pegou, olhando fixamente para Jade.
-Eu quero dirigir-me a alguém muito especial. Essa pessoa mostrou-me inúmeras vezes o que é amar intensamente, sem medo, sem orgulho, sem ódio, sem prevenções. E eu, cega por preconceitos, por medo, por uma devoção insana, não soube reconhecer essa jóia rara. Eu várias vezes a afastei de mim com a minha cegueira idiota, sem motivo algum além de minha estupidez. E agora, tendo tirado a minha venda dos olhos, quero dizer à você, Jade, que se ainda quiser essa idiota que sou, estou aqui para dizer que a amo e a quero para sempre em minha vida.




Jade, que estava petrificada ouvindo aquelas palavras, com lágrimas escorrendo de seus olhos, foi suavemente empurrada por Nancy, que disse baixinho em seu ouvido:



-Não fuja da felicidade, Jade...



E ela começou a se aproximar de Geri, lentamente, presa à aqueles olhos magníficos que a fitavam com inequívoco amor. Finalmente à um passo dela, Geri tomou sua mão e a fez subir no palco, abraçando-a contra o peito carinhosamente.



As convidadas começaram a aplaudir e a gritar o nome delas duas, vendo Jade pousar a cabeça no ombro de Geri e começar a chorar de emoção. Geri a abraçou, beijando seus cabelos, sussurrando palavras de amor:



-Eu a amo, Jade. Perdoe-me. Perdoe essa idiota que demorou a perceber a mulher maravilhosa que você é. Mas agora que vejo a realidade, eu quero você por toda minha vida. E prometo que nunca mais vou magoá-la com desconfianças.



-Oh Geri... - sussurrou Jade, envolvendo os braços em seu pescoço - Isso é um sonho... estou com medo de despertar...
Alguém colocou uma música para tocar. FROM THIS MOMENT ON, com Shania Twain. A letra da música soou aos ouvidos de Jade também cantada por Geri, que rodeou sua cintura com um braço e a outra mão pegou a de Jade, segurando-a carinhosamente, começando a dançar:




From this moment life has begun

From this moment you are the one

Right beside you is where I belong

From this moment on …

From this moment I have been blessed

I live only for your happiness

And for your love I´d give my last breath

From this moment on

I give my hand to you with all my heart

Can´t wait to live my life with you, can´t wait to start

You and I will never be apart

My dreams came true because to you

From this moment !As long as I live

I will love you, I promise you this,

There is nothing I wouldn´t give

From this moment on



Jade a fitava nos olhos, vendo-a cantar baixinho, e sentia como seu coração fosse explodir de emoção. Estava sem voz, perdida naqueles olhos azuis, encantada.



You´re the reason I believe in love

And you´re the answer to my prayers from up above

All we need is just the two of us

My dreams came true because of you

From this moment as long as I live

I will love you, I promise you this

There is nothing I wouldn´t give

From this moment

I will love you as long as I live

From this moment on...

A música acabou e Geri a beijou ardentemente , arrancando mais aplausos.
Geri interrompeu o beijo e pegou Jade pela mão, se dirigindo para a saída. As mulheres se afastaram do caminho, continuando a aplaudir e a gritar felicitações ao par.


Jade se sentia como uma noiva em uma cerimônia de casamento, só faltara mesmo o padre, porque os votos Geri havia feito cantando a bela música de Shania Twain.

Finalmente já fora da residência, no jardim, Geri parou e fitou Jade com incerteza.

-Eu gostaria muito que você viesse comigo, Jade. Mas estou hospedada em um hotel, porque coloquei a minha casa à venda e já retirei meus objetos pessoais, que estão guardados em um depósito até eu comprar minha nova casa.

-Por que colocou sua casa à venda, Geri? - Perguntou Jade, querendo a confirmação do que sabia.

-Eu quero começar vida nova, sem lugares que me tragam recordações, Jade.

-Oh. Sábia decisão. Mas tenho uma proposta: quer ir até minha casa? Ela é bem mais modesta que a sua mansão, mas dá para se passar umas horas em relativo conforto.

Geri sorriu, acariciando seu rosto, fitando-a nos olhos.

-Jade, até uma cabana seria agradável de ficar, em sua companhia.

Jade a fitou impressionada, erguendo as sobrancelhas.

-Meu Deus! Essa é a mesma Geri Gleese que conheci?! Você nunca me havia falado coisas assim!

Geri a fitou intensamente, apertando sua mão.

-Você está falando com uma nova Geri, Jade. Uma Geri mais realista, de pés no chão, que agora dá valor a quem merece, não à um sonho desfeito.
-Está com seu carro aqui? Eu vim com Lori, mas agora que Nancy se declarou à ela, sei que perdi a carona - Disse Jade, sorrindo.


Geri a tomou pela mão, puxando-a sorrindo.

-Então, venha no meu carro. É só indicar-me o caminho.

Geri a conduziu até uma Ferrari vermelha e abriu a porta para Jade entrar. Fechou-a depois que Jade sentou no banco de couro branco e deu a volta, sentando ao volante. O possante motor saiu ronroneando como um felino, pela alameda até a estrada.

Jade fitou Geri, mal acreditando que estava no carro dela, indo juntas para sua casa. Parecia um sonho. Será que agora não teria mais um amargo despertar?

Geri ligou o som e rapidamente selecionou uma música do mp3. Uma música romântica começou, na voz suave de Diane Krall, I Get You Under My Skin.

Jade a fitou sorrindo.

-Adoro Diana Krall. Bem escolhida a música, Geri.

Geri a fitou surpresa.

-Gosta de jazz? Não esperava isso. Você parece gostar de músicas mais agitadas.

-Por que acha isso?

-Não conheço ninguém abaixo dos trinta anos que gosta de jazz.

-Bem, então sou uma excessão. E prova que você não me conhece bem.

Geri a fitou rapidamente, com admiração.

-É verdade. E vou procurar suprir essa falta o mais rápido possível. Porque quero saber tudo sobre você.
Não disseram mais nada durante o trajeto, além das direções dadas por Jade. E o câmbio automático do carro permitiu que Geri dirigisse a maior parte do tempo com os dedos da mão direita entrelaçados com os de Jade, que se sentia no sétimo céu. Não havia necessidade de falar nada, porque o mais importante já havia sido dito: elas se amavam e haviam confessado esse amor.


Chegaram em poucos minutos e Geri observou a não muito grande, mas bela residência em meio a um florido jardim e árvores em San Fernando Valley.

Geri estacionou o carro na garagem, ao lado do Porsche negro de Jade, e desceu. Jade a pegou pela mão e a conduziu ao interior da casa, que tinha uma decoração alegre e acolhedora, em tons marron e creme.

Jade fechou a porta e voltou-se insegura para Geri.

-Aceita um café, um drink?

Geri a encarou, pousando as mãos em seus ombros.

-Não, Jade. Mas aceito que dance para mim. Pode ser? Eu quero reviver a primeira vez que nos encontramos. Você vai fazer o mesmo strip-tease, mas eu vou agir diferente, dessa vez. Como eu deveria ter agido.

Jade sorriu, entendendo.

-Não precisa consertar coisas do passado, Geri...

-Eu sei, mas eu quero apagar uma recordação com outra melhor. Por favor?

-Está bem. Você será a única pessoa que ainda poderá ver-me fazendo um atrip-tease. Disso pode ter certeza. Sente-se no sofá. Vou pegar o cd.
Jade colocou o cd na aparelhagem de som e as primeiras notas da música soaram. Geri sentou no sofá, fitando-a atenta, enquanto Jade fez uma pose provocante, com as mãos nos quadris. Ela deu os primeiros passos de dança quando a voz do cantor soou:




Baby take off your coat...

Real slow...

And take off yours shoes...

I'll take yours shoes.

Baby take off your dress

Yes, yes, yes...

You can leave your hat on,

You can leave your hat on,

You can leave your hat on.



Jade passou as mãos pelos seios e desceu até as coxas, bamboleando o corpo sensualmente, com os olhos semi-cerrados. Pegou na barra da saia do vestido, erguendo-a lentamente, com um sorriso sexy, mostrando as coxas e a calcinha negra.



Go on over there,

Turn on the light.

No all the ligths...

Come over here,

Stand on this chair

That's on this chair...

Geri fitou suas coxas com fome no olhar, passando a mão no rosto em um gesto nervoso. Jade Prosseguiu, voltando-se de costas com a saia erguida e movendo os quadris para a frente e para trás.



Raise yours arms up to the air

No shake 'em

You give me reason to live,

You give me reason to live,

You give me reason to live,

You give me reason to live,

Sweet darling.

Please darling!

You can leave your hat on!

You can leave your hat on,

You can leave your hat on, Baby!
Jade pousou a mão no fecho do vestido, descendo-o com prática. Com o fecho aberto, desceu as alças e ele deslisou para o chão. Jade girou, voltando-se de frente para Geri. Ela estava sem sutian, e os belos seios se mostraram, eretos, os biquinhos rosados, se enrigecendo ao olhar de Geri. Jade levantou os braços, enterrando as mãos nos cabelos, se aproximando de Geri dançando, mexendo os quadris. Parou à dois passos dela, movendo os quadris sensualmente, as mãos descendo novamente pelo corpo.




Geri sentia sua garganta seca, o seu sangue se agitando, vendo aquela beleza toda diante de seus olhos. Jade estava mais linda que nunca, com aquela expressão de sedução no rosto.



Geri não aguentou mais. Ergueu-se e tomou Jade nos braços, beijando-a com ardor, encostando o corpo todo naquele corpo quase nu. Jade retribuiu por uns instantes, mas depois a afastou sorrindo sensualmente e fez um gesto, mostrando o corpo de Geri.



Geri sorriu, entendendo. Mas perguntou, para confirmar:



-Quer que eu tire minha roupa e se junte a você?



Ela assentiu, recomeçando a dançar, com as mãos na cintura.



Geri sorriu, entrando no clima. Tirou o casaco do terninho começando também a dar passos de dança. Pegou-o pela gola com o dedo indicador e o girou no ar, depois o arremessando para o lado. Abriu os braços, fitando Jade com um sorriso.



Jade entendeu. desabotoou os botões da blusa de corte masculino de Geri, abrindo-a enquanto dava um beijo molhado em Geri, enfiando sua língua macia e quente. Desceu a blusa pelos ombros e Geri voltou-se de costas, para ela acabar de tirar. A peça foi retirada e Geri voltou-se para Jade em um passo de dança, pegando-a pela cintura.
Elas deram alguns passos abraçadas. Jade se inclinou para trás, passando uma perna na cintura de Geri, que a sustentou com um braço na sua cintura também, inclinando-se para a frente e beijando o colo de Jade entre os seios.


Jade endireitou o corpo e girou fora dos braços de Geri, dançando.



Please darling!

You can leave your hat on!

You can leave your hat on,

You can leave your hat on, Baby!



Geri desabotoou sua calça, movendo os quadris sensualmente, e a desceu pelas pernas longas e esculturais. Livrou os pés e deu um chute na roupa, ficando agora só de calcinha, como Jade. Ela chamou a loura com movimentos do dedo indicador, sorrindo com malícia.



Jade se aproximou dançando e se abraçaram. Como se fosse combinado, cada uma colocou os polegares dos lados da calcinha uma da outra e as desceram, ambas se ajoelhando para acabar de tirá-las. Se fitaram e suas bocas se juntaram em um beijo cheio de paixão.



Geri se ergueu lentamente, puxando Jade com ela pela cintura, sem interromper o beijo. Em pé, Geri passou um braço pelas costas de Jade e outro por baixo dos joelhos, erguendo a outra do chão. Jade enlaçou seu pescoço e a fitou com amor.



-Vamos acabar essa dança em meu quarto... - sussurrou.



-Me dê a direção - Sussurrou Geri.



-Suba as escadas à direita. Primeira porta do corredor, à esquerda.
Geri fez como Jade indicou e em poucos instantes, estava depositando a loura na espaçosa cama do bem decorado quarto. Jade não soltou seu pescoço, pelo contrário, o puxou para baixo, fazendo suas bocas se encontrarem em um beijo faminto. Elas estavam loucas para sua primeira noite de amor e ali não cabia jogos de sedução, mas sim uma entrega e posse sem reservas.




Geri deitou sobre ela, apoiando-se nas mãos, beijando-a ardentemente, o corpo se movendo sensualmente. Jade ergueu as pernas, cruzando-as na cintura de Geri, apertando seu sexo em fogo contra o de Geri. Rolaram na cama beijando-se e Jade acabou ficando por cima, sentada nas coxas de Geri. Ela se curvou para a frente, oferecendo os seios para a boca de Geri, falando com sensualidade:



-Me coma toda, Geri... sugue meus seios, amor... agora...



Geri tomou um dos seios na mão e o levou à sua boca, fitando Jade nos olhos com um olhar de desejo louco. Ela sugou o seio, mordiscando o biquinho endurecido de desejo, descendo a mão livre pelo corpo de Jade, acariciando, apertando. A loura dava gemidos sensuais, movendo o corpo, respirando apressada.



-Quero sentir você dentro de mim, Geri... - gemeu - por favor... não aguento mais...



Geri deslisou dois dedos dentro de Jade, sentindo os músculos vaginais dela apertando-os em contrações. Ela começou a movê-los e Jade se enterrava mais ainda

contra eles. Ela pegou seu pulso e o segurou com força, movendo-se desesperadamente contra aqueles dedos que lhe davam prazer, dizendo frases ardentes que mais excitavam Geri.
O êxtase submergiu Jade em uma onda de prazer tão intenso, que a fez perder a noção de tudo, mergulhando em um mundo de prazer. O corpo foi aos poucos se acalmando, mas sua mente continuaou em meio a nuvens douradas, cor de rosa, azuis... tudo causado pela felicidade inigualável de ter feito amor com quem amava.


Ela abriu os olhos e viu diante de si o rosto de Geri. E comoveu-se ao ver naqueles olhos azuis uma expressão de amor e ternura, que nunca havia visto em ninguém que a fitasse. Ela sorriu, acariciando seu rosto com o polegar.



-Você é tão linda, Jade... e eu a amo - Geri disse, suavemente.



Jade sorriu, feliz., os olhos se enchendo de lágrimas.



-Eu a amo também, muito... estou tão feliz... finalmente concretizei meu sonho... de fazer amor com você.



Geri sorriu mais, mostrando os dentes branquíssimos e perfeitos.



-E eu, estou me sentindo em um sonho...



-Mas eu ainda não me sinto completamente realizada...- Disse Jade, se sentando na cama - Eu quero ter você, Geri. Quero ver você ter prazer em meus braços, atingir a mesma emoção que eu tive. Posso... dar prazer a você?



-Jade, querida...agora somos um casal. E eu quero dividir tudo com você, principalmente prazer. Não precisa pedir para dar-me prazer também.

Jade sorriu, feliz.



-Ah! Então, meu amor, se prepare para ser minha totalmente!



E dizendo isso, beijou Geri e rolou na cama, ficando por cima dela.
Geri relaxou o corpo, erguendo os braços ao nível de sua cabeça, deixando Jade percorrer seu corpo com a boca faminta. Jade desceu pelos seios, estômago, ventre, coxas, dando beijos e mordiscando com cuidado, passando a ponta da língua, procurando excitar o seu amor ao máximo.




De olhos fechados, Geri sentia a boca de Jade despertando seu desejo e os abriu surpresa, quando Jade a puxou pelas coxas, colocando-a atravessada na cama, com as pernas pendentes. Jade abraçou suas coxas, colocando-as em seus ombros, e tomou em sua boca o sexo de Geri, passando a língua de cima à baixo, sentindo o aroma erótico a excitando mais ainda.



-Jade! - Gemeu Geri, alto - Que delícia, amor...



Jade subiu com a boca até o pequeno clitóris, sugando-o com entusiasmo, vendo o corpo de Geri se arquear ao encontro de sua boca, espremendo o sexo em fogo contra seus lábios.



-Dentro, Jade... vá dentro... - Gemeu Geri, movendo o corpo com sensualidade.

Jade a penetrou com cuidado, sentindo a maciez e quentura do interior de Geri em volta dos seus dedos. Moveu-os enquanto sugava o pequeno ponto de prazer, sentindo uma grande emoção a tomar.



-Jade... oh, meu amor... eu a amo... amo...



Sem poder falar, Jade continuou, até Geri estremecer violentamente, atingindo o orgasmo, gritando seu nome, as mãos agarrando a colcha da cama, no delírio do prazer.



-Jade! Estou gozando, amor! Ahhhhhhhhhh... - Gritou, em uma poderosa contração do corpo. Ela caiu para trás e Jade pousou o rosto na coxa dela, inebriada de felicidade.
Venha aqui, para meus braços... - Pediu Geri, puxando Jade pela mão.




Não precisou repetir, Jade se ergueu do chão e deitou ao lado dela de bruços, dando um beijo suave em seus lábios. Geri abraçou sua cintura e a fez deitar com a cabeça em seu ombro, beijando seus cabelos louros.



-Hummmmm, que gostoso, ter você assim comigo... - Suspirou Geri - O que eu estava perdendo...



-Não foi por minha culpa...Geri, você falou sério, quando disse que agora somos um casal?



Geri afastou-se um pouco, para fitá-la nos olhos.



-Ainda tem dúvidas? Oh...não a recrimino... nossa relação até hoje tem sido tão tumultuada, eu lhe disse tantas coisas que a feriram... como quero que acredite em mim?



A voz de Geri estava cheia de tristeza e arrependimento. Jade acariciou o rosto dela, fitando-a com tanto amor, que Geri ficou muda.



-Geri, estamos começando da estaca zero. Tudo de ruim ficou para trás. Pelo menos, espero isso. Acredito que esta´realmente arrependida. Quanto à mim, nunca escondi que me apaixonei por você desde as primeiras vezes que a vi. E agora, eu quero viver esse amor que abafei tanto, intensamente.



-Jade, meu anjo...sinto que você é a mulher de minha vida. Eu estava cega, mas agora vejo tudo claramente. Amor é o seu, que resistiu a tanta coisa ruim que eu disse. Se fosse outra pessoa, nunca mais iria querer sequer ouvir minha voz. Mas você me ama e resistiu a tudo. E eu também a amo. Eu havia me apaixonado por você, mas não queria ver essa realidade. Porque era uma idiota mergulhada em uma ilusão e em um mar de culpa. Felizmente, agora me libertei de uma promessa infame, que só mesmo uma mulher como aquela podia ter feito alguém fazer.
Jade sorriu carinhosamente e a beijou na boca, suavemente. Agora era um beijo de puro amor, o desejo tendo sido aplacado.




Geri correspondeu e depois afastou os lábios, para fitar Jade nos olhos.



-Eu gostaria que você fosse comigo olhar uma casa que marquei de ver com um corretor. Sua opinião vai ser importante, pois sabe que pretendo que vá morar comigo.



Jade a fitou peocupada.



-Geri, tem certeza que é isso que quer mesmo? Eu ir morar com você?



Geri ergueu as sobrancelhas.



-Claro que tenho certeza, Jade... eu não quero mais perder tempo, já perdi demais. Eu perdi anos de minha vida sozinha, sofrendo. Quero recomeçar minha vida com a mulher que amo, que é você.



Jade se sentou na cama, fitando-a nos olhos.



-Geri, eu a amo. Sou louca por você. Mas eu acho que nós já pensarmos em morar juntas, é algo muito precipitado. Foi nessa noite que finalmente nos entendemos. Eu e você temos um monte de coisas a descobrir uma da outra. Começarmos nossa relação já dividindo a mesma casa é algo que deve ser decidido quando nos conhecermos melhor.



Geri a fitou com decepção no olhar.



-Eu a amo e não tenho nenhuma dúvida que a quero para sempre. Se você não sente o mesmo, é porque não me ama.



Jade se inclinou para ela, acariciando seu rosto e dizendo:



-Não pense isso nem por um segundo, Geri. Eu a amo sem dúvida alguma. A minha incerteza é se você tomando essa decisão não vai se arrepender. Até um mês atrás, você achava que Chelsea era o grande amor de sua vida.
Geri a fitou com tristeza.




-Você nunca vai me perdoar por isso, não? Eu sei que estive errada, Jade. Eu sei que você tem razão para ter medo de dar um passo desses, morar comigo. Mas eu quero ter essa chance com você.



-Geri, não é questão de falta de amor ou confiança. É medo de estragar tudo com uma decisão precipitada. Vamos nos conhecer melhor. Vamos dar tempo para nossa relação amadurecer. Será como um noivado, até o casamento, concorda?



Geri a fitou com um sorriso súbito.



-Ah... nesse caso, vamos ficar noivas! Vou comprar as alianças logo! Vamos nos conhecer melhor, até juntarmos nossas vidas definitivamente. Mas insisto que me acompanhe e ajude-me a escolher a nossa futura casa.



-Está bem, amor. Se minha opinião é tão importante, vou ajudá-la.



-Eu marquei com o agente imobiliário ir amanhã ver uma casa em Santa Mônica. Você poderá ir comigo? Vai ser pela manhã.



-Acredito que sim. Vou consultar minha agenda, mas acho que amanhã estou livre.



Geri a abraçou pela cintura e a puxou para seu corpo.



-Agora, vamos continuar o que começamos a fazer horas atrás...



-Você é insaciável! - Riu Jade, beijando-a no pescoço.



-Sou sim, mas você não fica muito atrás... - Disse Geri, girando-a na cama e deitando sobre ela.



Suas bocas se juntaram e o mundo lá fora perdeu o significado.
Amanheceu. O dia iluminou-se com os raios de sol, que foram acordar Jade nos braços de Geri. Ela sentiu a claridade em seus olhos e os abriu lentamente, voltando o rosto para o outro lado. Seu olhar caiu sobre Geri adormecida.




Olhou-a embevecida, reparando cada detalhe do corpo nu.



Geri estava deitada de costas, um braço jogado para cima, meio dobrado sobre a cabeça, o outro pousado meio dobrado, com a mão pousada no estômago. As coxas forte ligeiramente separadas, com uma perna encolhida e a outra esticada. Em profundo sono, os lábios entreabertos davam para entrever os dentes brancos e perfeitos como um colar de pérolas. Os longos cabelos negros espalhados no travesseiro.



O olhar de Jade desceu por aquele corpo de deusa, admirando o tom da pele, a sua aparência acetinada, as curvas harmoniosas formando aquele conjunto de beleza estonteante. Ela era linda...



Passou a ponta dos dedos reverentemente pelo corpo dela, suspirando de felicidade.

Geri se mexeu, espreguiçando-se. Abriu os olhos e o luminoso azul deles brilhou ao vê-la e ela sorriu.



-Oh, meu amor... já acordada e não me acordou também? - Disse Geri, puxando-a pela cintura contra seu corpo.



-Estava fitando-a... - Disse Jade, dando um beijinho na ponta do nariz de Geri - Você é tão linda... sou uma mulher de sorte...



-Acha mesmo? Engraçado, eu acho isso também... você é linda, gostosa, carinhosa e uma pessoa admirável, Jade...



-Hummm... está tão inspirada...



-É você quem me inspira...venha cá...



-Geri, temos que levantar...você tem um compromisso, esqueceu?
Geri a soltou e fez cara feia.


-Está bem, está bem! Primeiro as obrigações, o prazer depois! Vamos levantar!Mas você vai passar o dia todo comigo, não?

-Vou, Geri! -Disse Jade se levantando nua, rindo - Mas vamos agir, eu vou tomar banho primeiro!

Geri se sentou na cama, apoiando-se na mãos, olhando para Jade com um sorriso sedutor.

-Meu Deus, você é mesmo uma mulher diabólica, Jade! Fica aí nua na minha frente, e quer que eu me levante e ignore que estou com a mulher que amo nua na minha frente!

-Não seja por isso, até logo!

E Jade saiu dando passos de dança, sacudindo aquele traseiro perfeito, olhando sobre o ombro com ar provocante.

Geri sacudiu a cabeça, depois que ela saiu, sorrindo.

-Isso vai ter volta, Jade... - Sussurrou - À noite, você vai me pagar...

Levantou da cama e se espreguiçou sensualmente. Vestiu o robe e foi para a a cozinha da casa, fazer um café. Não era boa cozinheira, mas fazia um café da manhã direito.



Quando Jade saiu do banho com um roupão de banho, encontrou o quarto vazio. Surpresa, seguiu o delicioso cheiro que vinha da cozinha, descendo para o primeiro piso, e achou Geri diante do fogão, com um avental sobre o corpo coberto apenas por uma calcinha e sutian.

_Epa! Será que ainda estou sonhando? - Disse Jade, parando na porta - Uma deusa está na minha cozinha semi-nua, fazendo meu café da manhã?

Geri enrubesceu, voltando-se e a fitando sorrindo.

-Sua deusa está suada e com cheiro de ovo!

Jade se aproximou, a abraçando pela cintura e a beijando no ombro, ao mesmo tempo que respirava fundo.
-Hummmm... meu amor, você tem um cheiro tão bom, que mesmo suada e cozinhando, tem um cheiro maravilhoso! O que está fazendo?


-Um omelete de queijo e cogumelos. Tomei a liberdade de pegar os ingredientes na sua geladeira.

-Meu amor, a casa é sua. Use ela e a dona como quiser.

Geri voltou o rosto, sorridente.

-Vou cobrar essas palavras depois, Jade...

-Pode cobrar, meu amor... - Disse Jade, se afastando e sentando numa cadeira - Mas só depois de voltarmos de seu compromisso.

Geri apagou o fogo e colocou o omelete em uma travessa com habilidade, colocando-a na mesa já posta para duas pessoas. Pegou a jarra de café na cafeteira e se sentou à mesa, servindo o café para Jade e ela. Jade cortou uma fatia do omelete e colocou no seu prato.

-Não sabia que você sabia cozinhar, Geri...

-Aprendi com minha mãe. Ela era chef de um restaurante de luxo.

-Hummm... sou mesmo sortuda... arranjei uma mulher boa de cama e mesa...- Riu Jade.

-Não se alegre muito, porque vou para a cozinha raramente. Só em ocasiões especiais.

-E essa é uma ocasião especial?

-Claro, meu anjo...é a manhã seguinte da primeira noite que dormimos juntas.

-Você é mesmo um amor, Geri... e eu a amo.
Elas terminaram o café da manhã e Geri foi tomar banho. Ela vestiu uma calcinha cedida por Jade e as roupas que usava no dia anterior, que felizmente não estavam amarrotadas. Dormir fora de sua casa tinha essa inconveniência, ter que usar as mesmas roupas no dia seguinte. O ideal era Jade ir morar com ela, que aí seria tudo mais fácil. Mas tinha de ser paciente. Jade tinha toda razão em ficar com um pé atrás, por sua culpa.


As duas já prontas, se olharam sorrindo. Jade se aproximou e a abraçou, beijando-a no pescoço e inalando seu cheiro.

-Hummmm... adoro seu cheiro, Geri. É tão gostoso...

-Eu também adoro o seu... principalmente quando estou fazendo amor com você e minha boca e narinas deslisam pelo seu corpo todo, à procura da sua fonte de prazer... aquela fonte que me embriaga quando você abre o acesso dela para eu beber seu néctar do prazer...

Jade ergueu o rosto a fitando sorridente.

-Você é romântica, Geri...essas palavras estão cheias de poesia... onde leu isso?

Geri a fitou nos olhos, acariciando seu rosto.

-Não li em lugar algum, é você quem me faz dizer coisas que nunca disse antes.

-Nunca disse coisas assim... nem à...

Geri cortou as palavras dela, colocando um dedo em seus lábios. Ela a fitou séria.

-Nem à ela. Jade, por favor, vamos esquecer esse fantasma do passado. Meu objetivo agora é ser feliz com você.

Jade baixou os olhos, embaraçada.

-Eu também desejo isso, Geri... desculpe-me... prometo que não vou mais tocar no nome dela.

Geri pousou dois dedos sob seu queixo, erguendo-o. Seus olhos se encontraram.

-Ei...tudo bem, amor ... agora, vamos indo, o corretor ja está a minha espera.
Jade olhou impressionada , quando chegaram a Santa Mônica e o carro parou diante de uma bela mansão em estilo mediterrâneo, com suas paredes brancas, largas vidraças de vidro espelhado e um terraço debruçado para a praia. A entrada era ladeada por palmeiras e plantas tropicais, com um extenso gramado cortado por uma alameda para os carros .


Elas desceram do carro e enquanto Jade olhava em volta, maravilhada, Geri se dirigiu para o corretor, que a esperava diante da entrada.

-Bom dia! Você deve ser Glenn Hartman, não?

O homem apertou a mão estendida de Geri, sorrindo. Ele era alto e magro, com o cabelo louro rareando na cabeça. Devia ter uns cinquenta anos.

-Exato, senhorita Gleese. É um prazer conhecê-la.

-Bem, aqui estou, para ver a casa. Se gostar, eu fecho negócio amanhã.

Ela voltou-se para Jade, que olhava para a praia.

-Jade, venha! Vamos ver a casa!

Jade se aproximou sorrindo. Mas ao fitar o homem, seu sorriso morreu e ela empalideceu. Ela lembrava daquele homem. Ela havia estado com ele uma vez, quando trabalhava para madame Lilith. Ele a recebera em uma casa luxuosa. E a havia mandado se despir e ficar fazendo poses nua, enquanto ele se masturbava, a fitando e falando obcenidades.

Geri a fitou curiosa, vendo que Jade parecia bastante perturbada.

-O que foi, Jade? Está se sentindo mal?

Jade a fitou com um sorriso forçado.

-Não, não é nada... só tive uma tontura, mas passou...
-Deve ser o sol quente na cabeça - Disse Geri, pegando-a pela mão e a puxando para perto - Vamos entrar, sair do sol. Jade, apresento-lhe o sr. Glenn Hartman. Ele vai nos mostrar a casa.


Ele estendeu a mão para Jade, com um sorriso polido.

-Prazer em conhecê-la, senhorita.

Jade relutantemente apertou a mão dele, sentindo vontade de sair dali correndo. O seu passado havia retornado na forma daquele homem.

-Igualmente, senhor.

Ele abriu a porta e afastou-se para elas entrarem. Geri e Jade passaram por ele e entraram no hall luxuoso de entrada, com um belo quadro abstrato a parede em tons vermelhos e cinza, e uma estátua de uma deusa grega em mármore.

-Vejam, o hall tem um quadro de Pollock e a estátua é autêntica, originária de uma villa romana que foi destruída.

Geri os olhou, apreciativamente.

-Vamos prosseguir.

Chegaram à sala de estar. As vidraças descortinavam a praia à duzentos metros, numa vista espetacular. A decoração era moderna e luxuosa, com três ambientes.

Geri voltou-se para Jade.

-Gostou, Jade?

Jade sentiu-se incapaz de encarar Geri. Estava à beira de um ataque de pânico.

-É bonita...

-Bonita? Eu achei espetacular! O que há, Jade? Continua se sentindo mal?



Jade estava tremendo, de tanto nervosismo. Sentia que se continuasse ali, iria se descontrolar e começar a chorar histericamente. Ela olhou para Geri e disse, com voz trêmula:

-Eu...eu não estou me sentindo bem... eu vou embora...

Geri a fitou preocupada, segurando sua mão.

-Jade! Você está tremendo, sua mão está fria! O que está sentindo?

-Eu quero sair daqui! - Gritou Jade, se soltando da mão de Geri e saindo correndo.

Geri a olhou sair estupefata. Olhou para o corretor, que tinha um sorriso estranho nos lábios.

-Eu vou atrás dela. Depois eu ligo para você.
-Tudo bem, senhorita.


Ela saiu correndo, nervosa, quase em pânico. O que estava acontecendo com Jade? Encontrou-a encostada no seu carro, chorando convulsivamente. Abraçou-a e Jade se apertou contra ela, ainda chorando.

-O que está havendo, meu anjo? - Perguntou Geri, ternamente - Por que ficou tão perturbada? Está se sentindo mal?

-Oh, Geri! Vamos sair daqui, por favor! Por favor, eu quero ir embora!

-Está bem, meu anjo, vamos agora...

Abriu a porta do carro e esperou Jade se acomodar. Fechou a porta, deu a volta e se sentou na direção, dando partida ao carro e saindo velozmente.

Jade foi parando de chorar aos poucos, aliviada de ter saído de perto daquele homem. Pegou um lenço na bolsa e enxugou os olhos, assoou o nariz, ficando depois olhando a paisagem que passava pela janela.



Geri dirigiu o carro em silêncio, deixando Jade se recuperar. Aos poucos, Jade foi parando de chorar, aliviada de ter se afastado daquele homem que lhe trazia tão más recordações.



Geri dirigiu até a auto-estrada que margeia o litoral e parou em um promontório de onde se podia descortinar o mar beijando a areia morena, o azul do céu se encontrando com o verde do mar, como os olhos delas. Geri desceu, deu a volta e pegou Jade pela mão, dizendo com doçura:



-Venha, Jade... não chore mais, veja onde estamos...

Jade desceu do carro e olhou para a paisagem ensolarada, o céu azul, o mar, e se sentiu purificada em respirar a brisa marinha, depois de ter respirado o mesmo ar daquele homem.



Geri a abraçou por trás, beijando seus cabelos, e Jade fechou os olhos, respirando fundo, sentindo uma paz enorme, ali, ela, Geri e a natureza agreste. Ela falou, pousando suas mãos sobre as de Geri em sua cintura:



-Obrigada, Geri... obrigada por sua paciência, por me dar um tempo para recuperar-me, por me trazer aqui. Eu precisava disso, do contato com a natureza.
-Eu percebi que algo a transtornou muito, Jade. Só não sei o quê. Eu gostaria que você me contasse.


Jade hesitou. Geri entenderia o que sentia? Ou acharia sua reação despropositada e ridícula?

-Se não quiser falar-me, eu vou entender, Jade. A melhor base para uma relação é a confiança, e eu agora confio em você. Se acha que não deve dizer-me, eu vou entender e respeitar seu silêncio.



Essas palavras fizeram Jade decidir-se. Ela se voltou entre os braços de Geri, fitando aquele rosto amado, aqueles olhos azuis cheios de amor e sentiu que não podia esconder nada de Geri. Elas agora estavam juntas para enfrentar as dificuldades juntas. E falou com decisão:

-Não quero esconder nada de você, Geri. Como você mesma disse, estamos começndo da estaca zero. E também acho que a confiança e sinceridade é fundamental para que nossa relação seja forte. Eu fiquei muito transtornada quando vi aquele corretor. Por que ele me trouxe de volta o meu passado.

Geri a fitou gravemente, nos olhos. Um vinco entre suas sobrancelhas evidenciava sua tensão.

-Por que, Jade? Ele acaso... foi um de seus clientes?

Jade baixou os olhos, envergonhada.

-Sim, Geri... eu o encontrei só uma vez.

-Uma vez ?E o lembra tão bem, que o reconheceu? O que ele tinha de especial... que o fez ser lembrado?

O ciúme vibrou na voz de Geri, sem ela poder conter-se. Jade a olhou magoada.

-Geri, ele não tinha nada de especial, além de sua tara! Por isso que eu o lembrei.

-Oh! Perdoe-me, Jade... eu não quis ofender você... - Disse Geri, olhando-a arrependida de seu deslize motivado por ciúme - Então, você o viu e começou a passar mal?

-Sim. Quando o vi, parecia que eu estava revivendo as horas que passei com ele. E comecei a sentir-me mal, dominada por asco e medo dele comentar algo. E o pânico foi tomando conta de mim.
-Oh, Jade... imagino como deve ter sido horrível para você... - Disse Geri, apertando-a nos braços e a beijando na testa, nos olhos, no rosto. Ela pegou seu rosto entre as mãos e a olhou com tanto amor, que Jade se sentiu transportada a um mundo que só havia elas. A sua ansiedade acabou, sendo substituída pela certeza que agora tinha ao seu lado uma mulher que sempre estaria a apoiando e entendendo suas angústias, seus medos, fosse o que fosse. E ela, como se advinhando seus pensamentos, falou docemente:


-Não tenha mais medo, Jade. Vou confessar à você, eu sou ciumenta demais. Sempre fui, e você vai ter que conviver com isso. Mas eu peço que não me leve a mal, não pense que estou duvidando de você, mas sim entenda que é um defeito meu, que vou procurar dominar, porque sei que você me ama. Se não amasse, eu não teria mais nenhuma chance com você, porque eu já a ofendi muito com minhas desconfianças. Mas agora é diferente, eu confio em você. Só não confio nos outros que a cercam.

Jade riu, achando graça da forma como Geri assumiu seu ciúme.

-Hummmm... eu só vou acreditar no que diz, porque eu também tenho ciúmes de você. Dizem que ciúme é desconfiança na pessoa amada, mas eu discordo. Ciúme é medo de perder a pessoa amada. E eu tenho medo de perder você.

Geri a fitou surpresa.

-Tem medo de perder-me?! Jade, ninguém conseguirá tirar-me de você!

-E se aparecesse uma mulher melhor que eu? Mais inteligente, mais fina, sem um passado como o meu?

-Meu amor, poderia aparecer a mulher mais inteligente, fina e linda do mundo, mas não me envolveria, porque a mulher por quem eu sou louca é você, só você! Com todos seus defeitos e qualidades, com seu passado negro, roxo ou cinza, é você quem eu amo! Nunca duvide disso!

-Oh, meu amor! - Disse Jade, com voz embargada de emoção.

Elas se beijaram, a brisa marinha soprando em seus cabelos, o céu azul e o mar como cenários de seu amor.
Geri levou Jade até o hotel onde estava hospedada, pois queria trocar a roupa .Era o Hilton, com uma bela vista da cidade e com todo o luxo que uma pessoa poderia desejar. Jade olhou em volta, sorrindo, vendo a tv de plasma, a bela decoração do living e a vista .


- Escolheu bem onde ficar, Geri.

Geri a pegou pela mão, levando-a aos lábios e beijando, fitando-a nos olhos.

-Não gosto de hotéis. São impessoais, e só de pensar que várias pessoas estranhas usaram o mesmo lugar, isso me deixa pouco à vontade. Mas espero sair daqui breve para a nossa nova casa.

Jade a fitou surpresa.

-Sabe que penso a mesma coisa? Eu deito numa cama de hotel e não me sinto tão relaxada como em minha casa. Fico pensando quem dormiu no mesmo lugar, e o que aconteceu ali.

Geri a beijou rapidamente no rosto.

-Bem acompanhada como estou, é outra coisa. Não tenho tempo para pensar nessas coisas.

-Geri... você vai comprar aquela casa? - Perguntou Jade, timidamente.

Geri a fitou atenta. Puxou-a para o sofá e a sentou em seu regaço, envolvendo a cintura com os braços. Jade circulou o pescoço dela com os braços, sentindo as coxas quentes de Geri sob as suas.

-Jade, diga-me apenas uma coisa: Se você fosse morar lá comigo, você iria ficar lembrando que aquele homem esteve lá?

Jade baixou os olhos.

-Sim. Não posso negar isso.

-Então, assunto encerrado. Não vou comprar aquela casa.

Jade ergueu o olhar, surpresa.

-Geri! Você gostou da casa! Disse-me que era espetacular!

-Isso antes de eu saber quem era aquele homem. Não vou comprar uma casa que traga lembranças ruins a você. Assunto encerrado.Não vou comprar aquela casa.

Jade ergueu o olhar, surpresa.

-Geri! Você gostou da casa! Disse-me que era espetacular!

-Isso antes de eu saber quem era aquele homem. Não vou comprar uma casa que traga lembranças ruins a você. Assunto encerrado.

Jade beijou Geri muitas vezes, fazendo-a rir, dizendo entre beijos:

-Você... é... maravilhosa...e eu... a amo...demais!
Geri a apertou nos braços e a beijou profundamente, as mãos segurando o rosto de Jade com carinho. Jade correspondeu entusiasmada, rodeando o pescoço de Geri.


Separaram as bocas para respirarem e se olharam com carinho. Geri sorriu, dizendo com voz sexy:



-Que tal fazermos uma festinha só nossa, para você ser compensada das horas angustiantes que você passou, hum? Para esquecer um momento ruim, nada melhor que viver um momento bom.



-Hummmmm... uma proposta dessa, é irrecusável...



-Então, apenas relaxe, que vou encomendar coisas para nossa festinha... por que não vai se trocar, colocar uma roupa mais confortável? Enquanto isso, eu ligo para fazer os pedidos.



Jade sorriu, encantada com a idéia de Geri.



-Está bem... vou para o quarto trocar-me...



Jade saiu e Geri ligou para a copa do hotel. Fez as encomendas e fechou as cortinas, amenizando a claridade, ligou o aparelho de som, sintonizando em uma estação exclusiva de jazz suave.



Jade veio para a sala e Geri a fitou encantada. Ela havia colocado uma camisola de cetim prateada, decotada, caindo até os pés, moldando cada curva de seu corpo curvilíneo. Os cabelos louros, que haviam crescido até os ombros, estavam escovados e brilhavam, emoldurando o belo rosto, onde brilhava um sorriso de felicidade.



-Você está linda, meu amor... - Disse Geri, pegando-a pela mão e a levando aos lábios.



-Não mais que você, Geri...você parece uma deusa morena. E esses olhos azuis me deixam sem respiração.



Geri sorriu, passando o braço por sua cintura.



-Você que é a minha deusa. Vamos dançar essa música. Eu adoro dançar com você, anjo.



Jade a enlaçou também e começaram a dançar a música suave cantada por Diana Krall
Night and day


you are the one,

Only you beneath the moon and under the sun

Whether near to me or far

It's no matter, darling, where you are

I think of you,

night and day.

Night and day, why is it so

That this longing for you follows wherever I go?

In the roaring traffic's boom,

In the silence of my lonely room,

I think of you, night and day.

Day and night under the hide of me

There's an, oh, such a hungry yearning burning inside of me

And its torment won't be through

Till you let me spend my life making love to you

Night and day…



Elas dançaram em perfeito sincronismo, olhos nos olhos, o amor transbordando em seus olhares. A música acabou com elas unindo as bocas em um beijo.



A campainha da porta tocou, interrompendo o doce momento.



Jade saiu da sala e Geri foi abrir. Era um empregado do hotel com um carrinho com seus pedidos. Geri mandou ele entrar e colocar o carrinho ao lado da mesa e despediu o rapaz com uma boa gorgeta.



-Pode vir, anjo...o empregado já foi.
Jade voltou, olhando para o carrinho curiosa.


-Humm, o que tem aí?

Geri pegou a garrafa de champanhe no balde e tirou a rolha com habilidade. Despejou o líquido dourado nas duas flutes e entregou uma a Jade, brindando:

-Que o nosso amor ultrapasse todos os obstáculos e nos una para sempre. Salut!

Bateram as taças levemente e Jade tomou um gole.

-Deliciosa. Don Perignon? - Perguntou, sentindo o líquido espumante e gelado descer pela sua garganta.

-Naturalmente, para você, sempre o melhor. Também temos morangos mergulhados em chocolate, canapés e croquetes.

-Hummmm...adoro morangos com champanhe. Lori serviu isso na festa dela.

Geri a abraçou, sorrindo.

-Mas aposto que você nunca tomou champanhe do jeito que vou dar à você, veja.

E Geri tomou um gole de champanhe e colou os lábios nos de Jade, passando o líquido no beijo. Jade a fitou impressionada.

-Assim, vou beber até me embebedar! Delicioso!

Geri riu e a puxou pela mão.

-Venha. Vou ensinar à você mais outros modos de beber o champanhe, e cada um mais delicioso que o outro.

-Hummmmm...mal posso esperar
Geri afastou-se suada e cansada, deitando ao lado de Jade, duas horas depois. Elas haviam se esgotado fazendo amor de diversas formas, numa orgia a duas. O champanhe havia sido um coadjuvante dessa orgia, sendo bebido entre os seios de Jade, derramado por Geri, fazendo Jade rir à princípio, com o líquido gelado em sua pele. mas quando a boca quente de Geria colhia o líquido que derramava entre seus seios e escorria pelo ventre, coxas e sexo, o riso foi substiuído por gemidos de prazer.


Agora, ela descansava deitada de costas em uma pose largada e Geri ao seu lado de bruços, ainda acariciando seu corpo com a mão, vagarosamente.

-Uffff, Geri... -Disse, com voz fraca - Estou morta, não aguento nem beijar você... que boca maravilhosa, essa sua... perdi a conta de meus orgasmos...

Geri sorriu, dando uma ligeira lambida em seu ombro.

-Hummmmmm... Jade sabor champanhe... é minha sobremesa preferida... então, gostou do banho que levou?

-Se gostei? Fiquei viciada...mas da próxima vez, eu quem vou dar em você... não é justo apenas eu ficar recebendo e não dando nada em troca...

Geri sorriu com malícia.

-Quem disse que não tive nada em troca? Então, ver você tendo vários orgasmos não é um prazer delicioso? Você me deixa louca, Jade... não precisa fazer muito, para eu ficar excitada, basta ficar nua na minha frente.

-É mesmo? Então, vou dançar para você. E quando a música acabar, eu quero ver você tendo um orgasmo, só de olhar.

-Você fazendo isso, não vou conseguir chegar ao final.Pode começar.

-Calma, amor... deixe eu recuperar minhas energias... dê-me um tempinho, ok?

-Todo o tempo que precisar, amor...
Geri adormeceu. Ela ouviu muito ao longe uma voz a chamando:


-Acorde, amor... estou pronta para você...

Ela tentou abrir os olhos, mas o sono a dominava. Quem a estava chamando?

Os olhos azuis de Chelsea brilhavam em meio a uma névoa, ela completamente nua, ela fazendo gestos chamando-a.

-Venha... eu sei que você ainda me quer... você me ama, é louca por mim...

Geri a olhou com raiva, tentando empurrá-la. Chelsea riu.

-Não finja! Você vai querer convencer-me que aquela mulher é melhor que eu numa cama? Eu me dava toda para você! Eu fazia loucuras! Ela não sabe dar à você um prazer como eu lhe dava!

-Nããããooooo! Suma da minha vida, sua vadia! Eu a odeio! - Geri gritou, empurrando Chelsea. Ela riu, sua gargalhada ecoando no espaço.

-Sua traidora! Deixe-me em paz! Saia daqui! Saia!

-Geri! Geri! Pare! Pare! Acorde!

Geri sentiu que a sacudiam e ela abriu os olhos, confusa. Deparou com Jade a fitando preocupada, vestida com uma calça negra colante, uma blusa branca e um chapéu de abas curtas na cabeça.

Geri sentou na cama, fitando-a confusa.

-Por que você está vestida assim?

-Geri, você estava tendo um pesadelo?

-Eu? Não sei... acho que sim...

-Quem você chamava de vadia e mandava embora?

Geri passou as mãos pelo rosto, gemendo.

-Maldição, era Chelsea! Eu estava sonhando com ela!

Jade rodou os olhos,aborrecida com a resposta.
-Chelsea! Só podia ser o espírito malígno dela, para deixar você tão nervosa e aflita! Mas que inferno, essa alma penada!E eu me aprontei toda para fazer o strip para você!


Geri a fitou desajeitada e baixou a cabeça.

-Eu estraguei tudo, não? Nossa linda noite de amor acabar com um pesadelo meu!

Jade ergueu seu rosto com a ponta dos dedos.

-Ah, mas não acabou mesmo! Geri, não vamos deixar essa alma penada estragar nossa felicidade! Pois vamos continuar nossa festinha, nem que eu amarre você nessa cama!

Geri a fitou surpresa.

-Você teria coragem?

-Coragem para quê?

-Fazer o que disse... amarrar-me na cama.

Jade olhou aqueles olhos azuis e viu lá no fundo uma indisfarçável chama de luxúria. Ela sorriu maliciosamente.

-Geri, meu anjo, não sabia que você era uma adepta do S&M...

Geri sorriu.

-E não sou... mas... uma brincadeira com você seria...estimulante.

Jade empurrou Geri para trás e deitou em cima dela, fitando-a nos olhos, segurando seu rosto entre as mãos.

-Então... você quer? Você gostaria de ser amarrada na cama por mim? E eu aproveitar-me de você? - Ela perguntou, com a boca bem próxima da de Geri.

-Meu Deus, Jade! Só de você falar isso, você já me acendeu! Sim, eu gostaria...

-Então, prepare-se, Geri! - Disse Jade, com voz sexy - Você vai sofrer nas minhas mãos, querida...

Geri sorriu, confiante que Jade não faria nada que a machucasse.

-Eu sou sua, Jade... estou em suas mãos...

Jade se ergueu.

-Espere aí. Não se mexa!

Geri esperou, ansiosa. Momentos depois Jade voltou com uma echarpe de Geri e a mostrou, fazendo uma pose sexy, sorrindo.
-Aqui está. Agora, vai ficar nas minhas mãos.


Ela avançou e sem cerimônia, montou nas coxas de Geri e ordenou:

-Coloque as mãos na guarda da cama.

Geri ergueu os braços e segurou nas barras da cama. Jade com habilidade passou a echarpe pelos seus pulsos e amarrou na guarda da cama, prendendo as mãos de Geri. Ela se ergueu, sorrindo.

-Pronto, está à minha mercê, Geri... agora, a música...

Ela foi até a tv e ligou-a, procurando os canais de música. Achou o canal de músicas de cinema e coincidentemente, estava iniciando o filme Chicago e Catherine Zeta-Jones começava a cantar a música de abertura.

Jade sorriu abertamente.

-All that jazz! Adoro essa música e já fiz strip com ela!

Jade aumentou mais um pouco o volume da tv e começou a sua apresentação para Geri, sem dúvida muito mais sexy que a da bela Catherine, porque ela começou a se despir.



Come on babe,

Why don't we paint the town...

And all that jazz...



Jade fez uma pose provocante, com as mãos na cintura.



I'm gonna rouge my knees,

And roll my stockings down...

And all that jazz...



Jade deu passos de dança, começando a erguer a blusa lentamente.



Start the car,

I know a whoopty spot,

Where the gin is cold,

But the piano's hot,

It's just a noisy hall,

Where there's a nightly brawl

And all...that...jazz



Ela tirou a blusa, pegando-a e a girando no ar, jogando sobre Geri.
Slick your hair,


And wear your buckle shoes,

And all that jazz...

I hear that Father Doop

Is gonna blow the blues

And all that jazz...



Pegou o chapéu e o recolocou na cabeça, fazendo uma pose, com as mãos nos seios nus e piscando o olho para Geri, rebolando os quadris sensualmente.



Hold on hun,

We're gonna bunny hug,

I bought some aspirin,

Gun that united drug,

In case you shake apart

And wanna brand new start...

To do...that... JAZZ!!



Jade foi deslizando as mãos pelo corpo, parando nas coxas, alisando-as, olhando para Geri.



Find a flask,

We're playin fast and loose,

And all that jazz...



Jade voltou-se de costas e levou os polegares à cintura da calça, começando a descê-la lentamente.



Right up here,

Is where I store the juice,

And all that jazz...

Come on babe,

We're gonna brush the sky,

I bet your lucky limbs,

They never flew so high,

Cuz in the stratosphere,

I'll bet he lend an ear...

To all...that...jazz...!!!!



O belíssimo traseiro surgiu, fazendo Geri sentir uma quentura entre as pernas.

Jade foi descendo a calça até que a tirou totalmente, e chutando-a para o lado. jade então dançou o resto da música totalmente nua, apenas com o chapéu, com o qual usava para várias poses provocantes, colocando-o diante do sexo, enquanto girava os quadris sensualmente, diante dos seios e traseiro, olhando para Geri com um olhar travesso e sensual.
A música acabou com Jade se colocando de lado e com uma mão na cintura, piscando o olho para Ger, e a outra se erguendo com o chapéu .


Geri estava desesperada para sentir aquele corpo no seu e pediu:

-Venha cá...

Jade se aproximou lentamente, fitando-a com um sorriso provocante.

-O que foi?

-Não vai deitar aqui comigo?

-Hummmm... vamos ver... se você for boazinha, eu a deixo tocar-me...

Jade passou a mão sinuosa pelo seio de Geri, fitando-a nos olhos.

-Você quer que eu o chupe gostoso?

-Sim! - Disse Geri, ansiosa.

Jade inclinou-se e passou a ponta da língua no bico do seio de Geri, depois o sugou levemente, mas se afastou quando Geri ergueu o tórax, querendo forçar seu seio na boca de Jade.

-Ah, não... você está muito apressada, Geri...

Geri a fitou com frustração no olhar.

-Só mais um pouco!

Jade sorriu, fitando-a nos olhos.

-Está muito excitada?

Geri a encarou.

-O que acha, depois de eu ver seu strip-tease e você dançando nua?Estou em fogo, Jade!

-É mesmo?Mas vai ter que ser uma boa menina e esperar, amor...porque sou eu quem estou comandando o show, e eu quero que demore a terminar. Mas eu vou ser boazinha e deixar você provar de meu seio...

Dizendo isso, ela pegou o próprio seio na mão e o ofereceu à boca de Geri.

-Tome... sugue bem devagar...
Bem que Geri tentou, mas quando aquele seio delicioso tocou seus lábios, ela abriu a boca para tomá-lo o mais que pudesse na boca, dominada pelo desejo. Jade se afastou imediatamente e deu um leve tapa na coxa de Geri.


-Você não me obedeceu, Geri... e vai ser castigada por isso.

-Jade, eu não posso esperar muito...

-Fique quieta, Geri. Não diga nada, ou eu deixo você aí e não faço mais nada.

Geri calou a boca, fitando-a ansiosa. Jade se ajoelhou na cama, com o corpo de Geri entre ela, e começou a acariciar-se nos seios, descendo pelo ventre, depois coxas, fitando-a com um sorriso sensual. levou a mão direita ao sexo e começou a tocar-se, fitando-a nos olhos.

-Veja... estou toda molhada, Geri... você quem me faz ficar assim...

Geri deu um gemido de impotência. Jade sorriu.

-Tenha paciência... apenas olhe... está vendo onde meus dedos estão brincando? É muito bom, Geri...

Geri olhou para a mão de Jade, como que hipnotizada. Ela olhava o sexo da loura sendo masturbado e sentia seu corpo em fogo. O desejo fazia seu corpo tremer, com os arrepios que percorria seu corpo.

Jade, vendo o olhar de Geri, se aproximou ajoelhada, o sexo bem diante do rosto de Geri, sem parar de mover seus dedos no pequeno clit rosado, em movimentos circulares.

-Você quer sentir meu sexo em sua boca, Geri? Quer?

-Sim! Sim! Jade, solte-me! Eu quero você!
Jade debruçou-se e a beijou ardentemente na boca. Geri correspondeu com loucura, sentindo que estava quase atingindo um orgasmo enlouquecedor. E quando Jade se afastou e desceu pelo seu corpo em beijos famintos, Geri gemeu. Jade envolveu suas coxas com os braços e as abriu, descendo a boca até o sexo em fogo de Geri. Ela o sugou faminta, passando a língua de cima à baixo, seus dedos penetrando no sexo molhado de Geri, excitando-se com o erótico cheiro musk, que a inebriou.


Geri gritou alto, atingindo o orgasmo em pouco tempo, apertando a cabeça de Jade entre as coxas, depois as soltando, mergulhada em nuvens de prazer.

Jade desatou os pulsos de Geri e a beijou carinhosamente pelo rosto. Geri abriu os olhos e se debruçou para Jade, pegando seu rosto entre as mãos e a beijando ardentemente, as mãos apertando os seios, burilando os biquinhos que ficaram duros.



Jade então se virou para o lado dela e pediu que ela a fizesse gozar. Geri não se fez de rogada e deitou sobre ela, seus sexos se encaixando, movendo os corpos alucinadas, até que ambas atingiram o êxtase ao mesmo tempo, as bocas coladas em um beijo apaixonado.

Já era mais de uma hora da tarde , quando elas saíram do hotel. Geri havia encerrado a conta por insistência de Jade, que achava um desperdício de dinheiro Geri pagar um hotel caro, podendo se hospedar em sua casa, que tinha duas suites confortáveis com banheiro, sala de estar, cozinha, dependências de empregada e nos fundos uma piscina e churrasqueira.




Geri concordou em ficar lá depois que Jade aceitou que ela buscasse Chiquita, que estava na casa do filho esperando a compra da nova casa de Geri para voltar para o trabalho.



Assim, elas iriam começar a viverem juntas, uma experiência que Jade queria e ao mesmo tempo, temia. Será que o temperamento de Geri se daria bem com o dela, morando juntas? Será que a paixão permaneceria acesa, convivendo sob o mesmo teto? Ela tinha certeza que amava Geri, mas tinha medo de não dar certo essa convivência estreita. Nunca havia morado com alguém com quem tivesse uma relação amorosa, ainda mais uma mulher complexa como Geri.



O motorista acabou de transportar as quatro malas de Geri para o quarto e recebeu sorridente a recompensa prometida de cem dólares além da corrida, se despedindo com um aceno.



Jade fechou a porta e olhou para Geri, sorridente, abrindo os braços.

-Bem-vinda à nossa casa, meu amor.



Geri a abraçou e trocaram um beijo carinhoso. Ela se afastou e fitou Jade nos olhos.

-Sua casa, Jade. A que vou comprar é que será nossa, pois você vai morar comigo.

EPÍLOGO




Jade vendeu sua casa e com o dinheiro, fez questão de o empregar na compra da nova casa com Geri. Elas compraram uma bela casa na praia de Malibu, onde vivem com dois cães labradores e dois gatos siameses, e três empregados. Elas convivem em um clima de amor e muita paixão, uma paixão sempre renovada pela criatividade de Jade, que chega a espantar Geri. Recebem os amigos para jantares e churrascos à beira da piscina, numa vida social intensa e agradável.



Jade às vezes pensa em sua vida como garota de programa e parece que foi a vida de outra pessoa, tão distante e diferente de sua vida atual, uma espécie de pesadelo. Mas sabe que nunca deve lamentar esse tempo, pois foi isso que a permitiu conhecer Geri, o amor de sua vida.



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FIM