Inevitavel

Boa noite!




Já que estou na fase “Debbi” lá vai mais um conto dela, aproveitem.. Eu adorei.



Ada pelo amor de Deus espero que ainda não tenha lido.



Boa leitura a todas



Bjs



Capitulo 1 – Trabalho dobrado

Mariana.



Eram 7 horas da noite e eu estava ainda no trabalho, completando um dos milhões de relatórios que eu tinha que fazer e, caso não os completasse até o dia seguinte, minha chefe megera comeria meu fígado. Sabe... Essa vida não anda nada fácil, viu? Estou nas minhas primeiras semanas de trabalho e me sinto como se estivesse em anos. Me formei a pouquíssimo tempo na faculdade de jornalismo e agora me encontro trabalhando em uma das revistas mais vendidas do Rio de Janeiro e do Brasil. Não que eu esteja reclamando do emprego, é uma oportunidade única na minha vida, e anos de estudos, que resultaram em novas magníficas na faculdade, me trouxeram a essa realidade: Logo de cara consegui uma vaga na revista ‘’Pense grande’’, que é uma revista de grande conteúdo, contendo noticias do mundo todo e artigos muito interessantes também. Era o emprego perfeito! Pagaria o aluguel do meu apartamentinho sem problemas e ainda sobrava. Magnífico! Mas é claro, como Los Hermanos disseram: Todo carnaval tem seu fim. Minha chefa, além de ser uma megera, já começou me enchendo de trabalhos, relatórios, nos quais faço sem reclamar e muito atentamente para errar o mínimo possível. Eu não poderia reclamar, porque esse trabalho era mais do que ótimo para mim, era brilhante. Sabia que assim aos poucos iria conquistando ela. Aos poucos...

- Mariana, vem cá! – ela gritou da sua sala –

Larguei os relatórios e levantei exausta, procurei não demonstrar isso para ela, mas era meio impossível. Trabalhar das 7 da manhã às 7 da noite é exaustivo para qualquer um, mas não to reclamando não, ok?

Minha chefa era uma mulher admirável para a idade dela. A quantidade de plásticas e botox disfarçava os 50 anos dela em quase uns 35. Seus cabelos eram vivos, loiros bem pintados... A pele sempre bronzeada – bronzeamento artificial sem dúvidas, por que era inverno e o bronze dela não saia de jeito algum – e um corpo muito bem cuidado. Fazia sucesso com todos os homens da empresa e tinha muitos admiradores.

- Me chamou, senhora Aline?

‘’Me libera daqui, por favor!’’

- Você está cansada, não está? – perguntou me olhando de cima para baixo –

‘’Sim!’’

- Nenhum pouco, senhora. – menti –

Preferi não reclamar e ficar na minha. Afinal, reclamar para quem paga seu salário nem sempre é um bom negócio né? Ainda mais eu que mal comecei a trabalhar.

- Não é o que me parece. – me analisou de cima a baixo – Ando fazendo você trabalhar bastante... – pareceu estar falando mais consigo mesma do que comigo – Pode ir e tire o dia de folga amanhã. Sexta-feira você reaparece aqui e eu preciso conversar com você.

- Folga? Como assim? Não precisa, eu...

Fui interrompida. Fiquei insegura com essa folga dela e depois uma conversa... Será que eu estava fazendo algo de errado?

- Precisa sim. Você está exausta... Dá para ver, por mais que tente disfarçar. Vai aceitar a folga ou não?

- Eu...

Parei para pensar.

- Com todo respeito, senhora Aline, mas prefiro trabalhar amanhã. Ainda não terminei os relatórios e preciso também checar as reportagens sobre a possível morte do Bin Laden. Não quero acumular as coisas para sexta.

Ela sorriu, acho que gostou da minha atitude de recusar uma folga e essa foi exatamente minha intenção. Queria agrada-la de alguma forma que ela parasse de pegar no meu pé.

- Boa escolha, menina. Vejo que não me arrependerei da conversa que terei com você... Aliás, irei conversar com você amanhã, já que irá vir, ok?

- Ok.

- Bom... Está liberada. Pode ir para casa. E amanhã chegue aqui às 10 da manhã para você descansar um pouco mesmo que não queira e já venha direto para minha sala.

- Tudo bem. Licença, senhora. – disse antes de sair –

‘’O que será que ela quer falar comigo?’’

Fui para a minha mesa radiante por finalmente ter sido liberada, recolhi minhas coisas e fui embora quase correndo. Aquela empresa parecia uma prisão para mim, sério! Quando desci o elevador, já liguei para a minha melhor amiga, Adriana – que eu prefiro chamar de Dri -.

- Amiga, fui liberada! Vamos tomar um chopp? – falei feliz –



- Vamos agora! Vou chamar o Edu.

- Oba! Vamos para o Baixo Botafogo, que tal?

- Perfeito. Quando eu estiver saindo de casa, te ligo.

- Ok então, beijos!

Dri e Edu eram meus melhores amigos. Drica era loira que nem eu, e além da cor parecida, os cabelos também tinham o mesmo comprimento longo. Muitos nos perguntavam se éramos irmãs, por que ambas éramos loiras. Mas essa era a nossa única característica em comum. Eu tinha uma pele absurda de clara, pouquinhas sardinhas no rosto e olhos muito azuis. Muito gringa né? Nasci na Suécia e meus pais – minha mãe, sueca e meu pai, brasileiro -, que moravam lá durante 10 anos, se mudaram para o Brasil 2 meses depois do meu parto por causa dos negócios do meu pai. Sempre recebi muitas piadinhas por ter essa aparência gringa, mas nunca liguei. O mais engraçado é quando alguns bobinhos no carnaval ficam falando palavrões em português comigo como se eu não fosse entender, extremamente cômico! E Dri, apesar de loirinha, era tipicamente brasileira. Olhos castanhos, bundão, pele clara, porém, bem menos do que a minha e traços do rosto completamente diferentes do meu. Nos conhecemos desde a 8ª série do colegial, somos inseparáveis.

E Eduardo, mas conhecido como Edu... Bem, Edu era um verdadeiro ‘’pedaço de mau caminho’’. Moreno com todo aquele porte de homem, ombros largos e corpinho definido. Sorriso branco, largo e... Extremamente gay. Nos conhecemos na faculdade e não nos desgrudamos desde então.

Resumindo, eu, Edu e Dri éramos um trio de amigos muito próximos e felizes!

Chegando no bar, encontrei com o Edu esperando na mesa. Logo quando o vi, dei um abraço forte...

- Oi lindinha! – me deu um beijo na bochecha – Tá viva?

- Não, to morta! – falei me sentando –

- A megera tá te cobrando muito no trabalho?

- Nem fala! Acredita que ela me ofereceu folga?

- E você aceitou, claro.

- Negativo. Recusei.

- Você é louca?

- Para pra pensar comigo, bichinha: Antes ganhar a simpatia dela e mostrar que eu sou uma boa trabalhadora e não me canso fácil, do que mostrar que eu sou fraca. Quero que ela goste de mim, para assim, parar de pegar no meu pé.

- Você é tão inteligente, Mariana! Nunca pensaria nisso... – parou para pensar – Eu iria aceitar essa folga na hora.

- Pois é... To aprendendo jogar com ela e ganhar a confiança dela.

- Que bom. Sabe quem eu vi na rua esses dias?

- Quem? – perguntei curiosa –

- A filha dela.

- Ela tem filha?

- Tem! Nossa Mari, tem que ver... A menina é linda! Mas é uma típica patricinha da Puc, que só anda de carro e bolsa Louis Vitton. E tava do lado de um bofe super lindo. Devia ser namorado dela ou coisa assim.

‘’Com o dinheiro que a mãe dela tem, eu também só andaria de carro!’’

- Estranho... Ela nunca falou de nenhuma filha.

‘’E porque o Léo ta falando da filha da megera do nada?’’



No mesmo instante, a Dri aparece na porta com uma expressão de quem ia contar uma novidade.

- Já pode contar. – Edu falou o que eu também pensava –

- Ei. – falou enquanto cumprimentava a gente com um abraço – Como vocês sabiam que eu tenho uma novidade?

- Dá para ver na sua carinha. – falei –

- Ok... – ela se sentou – Tá pronta, Mari?

‘’Lá vem.’’

- Fala logo.

- Vi o Ricardo na rua esses dias.

Ricardo é o meu ex-namorado... Bem, acho que eu nunca o superei 100%. Terminamos um namoro de 3 anos a uns 5 meses atrás por que eu descobri a quantidade de chifres que eu levava dele com uma vadiazinha da faculdade. E querem o pior? Eu ainda ficava meio mexida quando falavam dele, era inevitável. Mas procurei disfarçar...

- Hm, eaí?

- Ele tava com a fedelha da faculdade. De mãos dadas...

Eu não falei muita coisa, ela que ia contando sempre parar... Aquela noticia acabou com a minha noite. Eles perceberam e tentaram me animar, mas foi impossível. Edu fez a gentileza de me dar uma carona até em casa e cheguei em casa triste mais uma vez por causa do Ricardo e procurei dormir logo.

‘’Pelo menos a única coisa boa é que amanhã não vou ter que estar 7 horas na empresa!’’

No dia seguinte, lá estava eu, 10 horas em ponto, na porta da chefona. Ela me recebeu com um sorriso muito simpático – estranho vindo dela -.

- Sente-se. – mandou –

Me sentei a olhando com desconfiança... Que conversa ela queria ter tanto comigo?

- Sabe, ontem você passou pelo meu ultimo teste. Mostrou que além de uma menina inteligente, esforçada e educada, é uma menina esperta e prendada. Por isso, eu queria te pedir um favor, que será mais como um 2° emprego, que irá fazer diferenças positivas no seu salário também.

- Obrigada pelos elogios mas... Que favor?

- Minha filha vai começar a estagiar agora e há tempos estou a procura da pessoa perfeita para auxilia-la, já que não terei tempo para isso. Não pensei em ninguém melhor que você, e realmente não tem. Queria que você realiza-se esse trabalho para mim, seria muito bom.

Ela estendeu um contrato que prontamente passei a ler. Meu salário seria quase o dobro só para auxiliar a patricinha? Mas também entendi que não seria algo fácil... A menina era filha da diretora geral da empresa, eu teria que executar tudo impecavelmente e prepara-la para ser uma futura diretora geral.

‘’Putz, logo eu que acabei de sair da faculdade? Essa mulher tem noção do que tá fazendo?’’

Deixei meus pensamentos para lá e assinei o contrato. Ela sorriu.

- Ótimo, amanhã vocês começam. Pode começar a trabalhar.

- Ok. Licença, senhora... – estava quase saindo quando ela me chamou – Sim?

- Logo aviso que lidar com a minha filha não será uma tarefa... – pensou ao falar – Fácil.

‘’Ótimo.’’ Pensei ironicamente.

Mas, depois, parei para pensar melhor.

‘’A fedelha não deve ser tão ruim assim... To ganhando quase o dobro do meu salário e não irei ter que fazer mais esse bando de relatório em troca de auxiliar uma menina. Não tem como ser um mau negócio!’’

Conversamos mais um pouco de como seria o esquema de ‘’auxiliar’’ sua filha e após isso voltei a trabalhar feito louca como sempre. Detalhe: Recebi, curiosamente, uma ligação do Ricardo na qual fiz questão de não atender.

O dia seguinte chegou e eu estava ansiosa para conhecer a filha da chefinha. O tempo não passava e, depois de um atraso de 45 min – sim, 45 min! – eu avisto uma linda menina com os cabelos castanhos bem claros, quase loiros, olhos cor de mel e pele bronzeada. Fiquei impressionada com a beleza dela e senti um arrepio estranho no meu corpo.

‘’Deve ser o ar condicionado.’’

Ela entrou direto na sala da mãe sem dar bom dia para ninguém.

‘’Simpática a menina.’’

Alguns minutos na sala da mãe, comecei a ouvir gritos vindo de lá, e todos vindo da parte dela... Depois de alguns outros minutos de gritaria, ela saiu da sala de cara amarrada.

- Quem é Mariana?! – falou percorrendo os olhos ao redor irritadíssima, e todos a olhando assustada –

‘’Ferrou para mim!’’

- Eu. – respondi aparentando tranquilidade –

‘’A ultima coisa que eu estou é tranquila! Essa menina é um pesadelo.’’



- Vamos logo para a sala ao lado começar com esse inferno logo. Agora!

Fiquei parada a olhando surpresa.

- Tá esperando o quê? Vamos! – me apressou –

Ela observava meus movimentos sem muita paciência. Peguei minhas coisas sem a mínima pressa para provoca-la um pouco porque eu estava bem irritada com essa pirralhinha metida e mal educada. Caminhamos até a sala ao lado da mãe dela, que parecia ter sido feita especialmente para ela.

E diante dessa confusão toda, finalmente parei para pensar...

‘’Não vai ser fácil!’’

Capitulo 2 – De festa não é só a vida

Manuela.



- Filha, amanhã você tem que chegar na empresa às duas da tarde, tá?

- Mas eu já vou começar a estagiar, mãe? – falei tentando convencê-la, pela ultima vez, que ainda era cedo para isso –

Minha mãe cismou que eu tinha que começar a estagiar aos 19 anos, no meu primeiro ano de faculdade. Ela estava louca, insana. Ás vezes pensava que a minha mãe era tão consumada pelo trabalho que a fazia querer que eu seguisse o mesmo caminho.

Eu tenho apenas 19 anos. Quero ir para praia, shopping, namorar, sair e não trabalhar. Essa vida séria não era para mim! Mas eu sabia que com a minha mãe não se discutia. Ela era a única pessoa na qual eu não abria o bico por que, quando ela queria, ela era, incrivelmente, bem mais autoritária do que eu, mas um dia eu seria igual ou melhor do que ela nesse aspecto. Espero.

- Vai e sabe que não tem mais discussão. Ainda mais que eu achei a pessoa perfeita para auxilia-la.

- Ah... Então vai ter alguém me auxiliando? – torci o nariz não gostando da ideia –

A verdade é que nos meus planos iniciais, eu não planejava fazer nada, só marcar presença. Uma pessoa me auxiliando e contando o que eu faço ou deixo de fazer para minha mãe estragava tudo.

‘‘Logo logo coloco esse auxiliador no lugar dele.’’

- Vai. E a menina é perfeita para isso, filha... Nunca vi uma menina tão prendada e inteligente como ela! Extremamente talentosa. Parece que quando fecho os olhos, vejo você futuramente no topo da empresa e ela como sua maior e mais prestativa sócia e...

A interrompi.

- Peraí, mãe. Vamos com calma... Eu só tenho 19 anos, quero viver um pouco também, posso?!

A conversa não adiantou de nada e ficamos nesse blablabla.

No dia seguinte, cheguei na faculdade com um péssimo humor. Única coisa que me melhorou meu humor foi olhar o lindo do meu namorado, Bernardo – que eu carinhosamente chamo de Bê -, vir me abraçar.

Bê era o típico do garoto que tirava fôlego de qualquer garota. Corpo definido, cabelos curtinhos em um tom castanho claro, barba mal feita e alto. Ele era meio burrinho mas... Era prestativo, carinhoso e um arraso na cama. Estávamos a 4 meses juntos e minha vida sexual nunca foi tão boa! Ele estava em um período a mais do que eu, o que nos fazia, infelizmente, não ser da mesma turma. Mas eu não reclamo disso... É melhor que assim eu não fico 90% do meu tempo com ele e dou um pouquinho mais de atenção para as minhas amigas.

Nunca fui de ter muitas amigas, apesar de ter plena noção que eu era bem popular na faculdade por causa da minha beleza. Aliás, acho que por isso mesmo que o meu ciclo de amizades sempre foi fechado, porque é difícil saber quem estaria do meu lado mesmo se um dia eu me tornar feia e pobre e, Juliana – Ju – e Bárbara – Babi -, eu tenho certeza que estariam do meu lado em qualquer momento.



Babi é minha amiga de infância, nos conhecemos desde aos 7 anos e desde então não nos separamos. Baixinha, cabelos castanhos, pele morena de praia e cabelos lisos.Nossos gostos sempre foram os mesmos, sempre tivemos inúmeras coisas e comum. Somos aquela típicas ‘’irmãs separadas na maternidade.’’. Nunca abrimos nosso ciclo social de amizades, apenas para uma exceção, na 6ª série do colégio, a Ju. Cabelos castanhos também, olhos castanhos, pele bem clarinha e um rosto angelical. Não sei como lhes explicar como nós duas ficamos tão amigas dela, mas sabe quando a energia bate? Então, me parece a única explicação... Simplesmente aconteceu. E, modéstia a parte, éramos um trio de amigas bem bonito, haha.

Eu e o Bê estávamos trocando abraços e selinhos enquanto conversávamos quando as meninas apareceram.

- Bom dia, trabalhadora! – Ju falou me zoando do meu mais novo estágio –

- Hoje está um dia lindo, que tal uma prainha de tarde? – Babi completou a zoação, sabendo que eu ia trabalhar de tarde –

Fechei a cara.

- Idiotas. A hora de vocês vai chegar!

Elas continuaram rindo da minha cara e me zoando... O que eu podia fazer? Nada... A situação era péssima. Única coisa boa foi que combinei de sair de noite com o Bernardo e as meninas para um barzinho pela zona sul e, secretamente, eu e as meninas planejamos uma night escondida do Bernardo para irmos quando ele fosse embora. Não que eu fosse uma namorada muito infiel, mas ficar 4 meses sem pular a cerca estava complicado para mim.

A aula passou rápido, pois as meninas sempre tinham o talento de me animar. No fim dela, almocei na rua e fui direto para o trabalho – argh -. Cheguei na empresa de cara amarrada, queria mostrar para todos os empregados da minha mãe que eu estava muito insatisfeita de estar lá. Entrei direto na sala da minha mãe sem dar bom dia para ninguém.

- Oi, filha! Demorou para chegar.

- Tava almoçando. – fui curta –

Ela percebeu que eu estava de mal humor.

- Não vejo motivos para estar de mal humor.

Ela estava brincando, né?

- Que nada. Só que eu tenho apenas 19 anos, queria estar na praia e não trabalhando.

Ela me olhou séria.

- Tem pessoas que morreriam para estar no seu lugar.

- Não sou uma delas! – alterei o tom de voz – Por que não me deixa sair daqui?

- Por que não! Você tem muito o que aprender dessa vida, Manuela!

- Eu não quero aprender, que saco. – cruzei os braços emburradas –

- Mas sob as minhas ordens, irá! – ela falou séria, quando minha mãe falava assim me dava medo – Você vai ser alguém na vida e vai trabalhar, por bem ou por mal. Agora procure a Mariana e comece a trabalhar.

- Mariana? Que maldições é Mariana? – perguntei antes de sair -

- A pessoa que irá te auxiliar.

Bufei e saí da sala vermelha de raiva, olhei envolta e anunciei o nome da infeliz.

- Quem é Mariana? – falei com os olhos brilhando de raiva, querendo descontar toda a raiva na infeliz que iria ser responsável pelos meus momentos de tristeza durante esses anos –

- Eu.

Direcionei o olhar para onde vinha essa voz, e avistei uma loira de olhos claros, que parecia ser quase da minha idade e não se parecia nem um pouco com o restante dos empregados daquela empresa. Elogios à parte, me irritei muito com a tranquilidade dela e senti um arzinho irônico na sua fala, como se estivesse achando graça de me ver naquele estado.

- Vamos logo para a sala ao lado começar com esse inferno logo. Agora! – falei quase gritando –

Ela hesitou.

- Tá esperando o quê? Vamos!

Ela demorou uns segundos para começar a arrumar as coisas numa calma que com certeza foi para me provocar.

‘’Abusada.’’

Depois que ela terminou de arrumar as suas coisas, entramos na sala que a minha mãe havia feito para mim... Fechei a porta já ligando o ar e observei a sala. Minha mãe havia caprichado, era do jeito que eu gostava! Muito luxuosa, com duas mesas de vidro, a maior que provavelmente seria minha, e uma menor que seria da Mariana. Os móveis eram todos de cor brancos e vinhos, e o piso era branquinho também. Ela não pareceu ter se impressionado muito com a sala, já que a da minha mãe era infinitamente mais bonita e luxuosa.

- E então, vamos trabalhar? – ela falou –

- Agora não... – falei já sentando no meu móvel, pronta para mexer no meu facebook -

- Uma hora ou outra você vai ter que trabalhar. – ela falou me olhando nos olhos –

‘’Que garota abusada, quem ela pensa que é para manter os olhos na altura dos meus e falar assim como?’’

- Quem manda aqui, eu ou você?

Ela pareceu ter ficado sem resposta, do jeito que eu gostava. Pude ver uma certa raivinha nos seus olhos. Sorri em saber que aquele arzinho de tranquilidade e ironia dela havia sumido.

- Olha, vou ser clara: Eu também não queria estar aqui auxiliando você, preferia muito mais estar fazendo relatórios. Mas a sua mãe me escolheu e comeria o meu e o seu fígado se eu não te auxiliasse em nada e...

A interrompi.

- Por que ela comeria meu fígado? – perguntei ironicamente –

‘’Ela não entende que eu sou a neta do dono e filha da diretora geral dessa empresa? Pensa que tá falando com um colega de trabalho...’’

- Porque ela já me alertou sobre o gêniozinho difícil que você tem. E como ela sabe que eu sou uma boa empregada, ela saberia que o único empecilho de progredirmos nesse trabalho seria você. A mamãe não ficaria nada contente em saber que a filha não tem capacidade de herdar uma empresa... – falou dando uma risada no final –

Fiquei sem palavras. As palavras dela vieram como uma bofetada na minha cara. Quem ela pensava que era pra falar comigo assim?

Aliás, quantas vezes eu usei o termo ‘’Quem ela pensa que...’’?

Eu não tinha argumentos... Já estava pronta para apelar e xinga-la de todos os nomes, quando minha mãe abre a porta.

- Vocês não estão trabalhando? – minha mãe nos analisou –

Minha mãe quando queria ser autoritária, era até pior do que eu. Antes que eu pudesse tentar explicar a situação, Mariana foi mais rápida que eu.

- Estava conversando um pouco com ela sobre como as coisas funcionam aqui, alertando algumas coisas importantes e como ela ficou muito atenta a cada palavra, o assunto foi fluindo. Brevemente iremos trabalhar. – falou com uma segurança impressionante –

Fiquei impressionada com a atitude dela e como ela foi convincente.

‘’Muito legal ela não ter reclamado de mim e nos livrar da reta!’’

Minha mãe sorriu satisfeita.

- Ótimo então. Bom trabalho para vocês!

Ela saiu da sala e podemos respirar.

- Obrigada. – falei –

Ela me olhou sem entender, portanto, continuei.

- Por não reclamar de mim.

- Ah tá, não foi nada. Eu não ganharia nada com isso mesmo... – ela se sentou na mesa – Então, vamos começar?

Respirei fundo.

- Vamos.

Resolvi aliviar um pouco para ela, afinal, a atitude dela havia sido muito legal. Ela poderia me complicar com a minha mãe e evitou. Portanto, resolvi declarar uma paz temporária, porque ainda estava indignada pela forma que ela havia falado comigo anteriormente: Tão calma e irônica que chegava a um ponto insuportável de irritante.

Capitulo 3 – Sensações

Mariana.



No que antes estava parecendo que ia ser algo insuportável, me enganei totalmente. Trabalhar com a patricinha foi uma atividade extremamente agradável. No começo, ela foi rude, grossa e irritantemente arrogante. Depois acabou amolecendo e se mostrando, surpreendentemente, esperta e efetiva. Entendia rápido os processos e não questionava muito, só quando eram um pouquinho mais complicados, na qual tive total paciência de explicar.

O dia passou rápido, tão rápido que quando menos percebemos, já estava escuro.

- Nossa, já são 8 horas! – ela falou olhando espantada para o relógio – O tempo voou.

- Voou... - concordei -

No mesmo instante, meu celular tocou. Era o Igor, um menino que eu havia ficado umas vezes e sempre insistia em sair mais comigo... Não sei porque - aliás, sei sim: Ricardo! - fiquei com vontade de sair com ele hoje, por isso atendi.

- Ei.

- Oi Mari, como vai?

- Ótima e você?

- Tá fazendo alguma coisa?

- Não... To quase saindo do trabalho, porque?

- Pensei da gente ir num cineminha e depois pegar uma night, tá afim não?

''Night? Mas eu... Ah, mas eu nada! Preciso tirar o Ricardo da cabeça e me divertir um pouco com o Igor!''

- Eu adoraria. - respondi com um tom sensual na voz, percebi que a Manuela me olhou de um jeito estranho, mas ignorei -

- Ok então lindinha, me liga quando sair daí que eu te busco.

- Pode vir então, porque eu já estou saindo.

- Tá bom, te ligo quando estiver chegando, beijos.

- Beijo.

Desliguei o telefone com um sorriso nos lábios, percebi que a Manuela continuou me olhando do mesmo jeito estranho e eu continuei a ignorar esse olhar.

''Eu ein!''

- Então, acho que terminamos por aqui, não é? - falei para sair logo dali, aquele olhar tava me incomodando -

- Provavelmente. - ela falou com um tom seco que me era familiar -

''Voltou a ficar arrogante.''

- Então eu vou indo.

- À vontade.

Saí de lá correndo, quase fugindo... Sem antes dizer um:

- Tchau.

Ela apenas acenou a cabeça e continuou a mexer no celular. Fui a sala da minha chefa me despedir dela e...

- Espera, Mariana!

- Sim...?

''Meu Deus, quero sair desse lugar!''

- Como foi?

Parei para pensar.

- Sua filha é uma menina muito competente. - me limitei a dizer isso -

- Ótimo. - sorriu satisfeita - Pode ir, está liberada.

Saí de lá quase pulando e gritando ''Liberdade!'', mas me conti... Mas para quem trabalha, sabe como é finalmente sair do trabalho em uma sexta-feira à noite: Maravilhosa! Fiquei esperando o Igor chegar e não demorou muito e ele estava lá. Super charmoso, com óculos de grau, os cabelos sempre curtos desde o dia que o conheci e a barba bem feita... Nos comprimentamos com um abraço e eu já fui entrando no carro.

Fomos para o shopping mais próximo, comemos algo em meio de conversas sobre dia-dia. Igor era advogado, tinha 27 anos. Tinha cabelos castanhos escuros e olhos negros muito profundos, corpo atlético... Mas o que mais chamava atenção nele era o sorriso. Ele era um verdadeiro galã. Entramos no cinema e mal assistimos o filme... Trocamos muitos beijos, ora quentes, ora carinhosos... Foi um momento agradavel. Já deviam ser umas 11:30h quando resolvemos ir na boate mais próxima. Mas antes, passamos no meu apartamento para eu tomar um banho e trocar de roupa... Ele me esperou na sala enquanto via tv. Chamei o Edu e a Dri, que toparam prontamente... Não que o Edu gostasse muito de ir em boate hetero, mas ele ia para nos acompanhar e ás vezes arranjava um bofe para ele se divertir.

Entramos na boate e eu achei muito bonita... Não sou muito de ir em boates, primeiramente foi por falta de dinheiro, depois acabei perdendo a vontade mesmo e mergulhando a cabeça nos estudos. Sempre tive uma infancia dificil, complicada... Minha família faliu - por um golpe de um empresário europeu, que roubou todo nosso dinheiro e dignidade financeira - quando eu tinha apenas 6 anos e a partir daí, sempre tive que me virar na maioria das vezes. Não tinha empregada para arrumar minha cama, nem para cozinhar para mim enquanto minha mãe trabalhava... Desde criança, cresci ''independente''... Claro, nunca foi fácil. Era muito ruim ver crianças da minha idade com bonecas novas, impecáveis e eu... nada. E na adolescencia? Todos indo para boates e matinês caríssimas, e eu em casa, querendo e sonhando em ter uma vida melhor. Isso me incentivou a estudar como nunca... Estudar para ter um futuro melhor, para dar uma condição de vida melhor à minha família e nunca depender de ninguém, de nenhuma pessoa que me desse um golpe como deram ao meu pai. Quando fiz 18 anos, a situação financeira da minha família melhorou o bastante para me sustentarem até eu fazer uns 25 anos, mas não quis. Havia conseguido uma bolsa de uma das melhores faculdades de jornalismo do estado e arranjei um emprego, juntei dinheiro enquanto morava com meus pais e, quando consegui a quantia necessária, aluguei um apartamento, comprei móveis e me mudei definitivamente de casa 20 dias depois do meu aniversário de 21 anos. Sempre quis morar sozinha, trabalhar e ter meu próprio dinheiro... Ajudar meus pais financeiramente quando preciso... Resumindo, meu objetivo principal é me esforçar o máximo possível para ser alguém na vida.

Putz, viajei muito né? No meio de uma boate, pensando sobre minha vida... Meu pensamento sobre minha adolescencia nada pouco badalada foi interrompido pelo Igor, que apontou para algum canto.

- Ali, seus amigos!

Abri um largo sorriso ao ver a Drica e o Edu com mais outros colegas nossos da faculdade na área de fumantes. Fomos até lá e cumprimentei todos de forma amigavel, apresentei o Igor para eles - menos para Drica e o Edu, que já o conheciam -.

- Vamos no bar beber alguma coisa? - Igor perguntou com as mãos na minha cintura -

- Vamos...

Entramos lá de novo e, já que o bar do primeiro andar tava muito cheio, resolvi ir para o segundo no qual, eu tive uma imensa surpresa. Olhei de novo para ver se não estava cega e logo percebi a Manu, suada de tanto dançar, com um vestidinho preto colado no corpo, dançando com as amigas de um jeito provocante e com um sorriso safado, de quem sabia que estava sendo observada por todas pessoas do andar, inclusive Igor e eu. Ela era uma menina absurdamente bonita, com um corpo muito bem feito e que marcava presença. Não sei quanto tempo fiquei a olhando dançar, mas o bastante para finalmente me tocar e desviar os olhos dela.

- Vamos embora? - falei pertubada -



- Ãn? Oi? - ele falou se despertando do transe em qual a Manuela havia causado em nós dois -

''Em mim?''

- Vamos descer!

- Mas a gente não vai pegar as bebidas, Mari?

Tarde demais, fui olhar de volta para a Manuela e ela me percebeu. Não sorriu, não cumprimentou, não fez nada. Eu não consegui definir seu olhar... Mas seus olhos cor de mel me fitavam de uma forma tão profunda que... eu me arrepiei.

Comecei a ficar meio nervosa e por isso puxei o Igor depois de falar:

- Mas eu quero voltar lá para baixo, vamos logo!

Saí quase correndo e não sei porque, senti os olhos da menina me acompanhando...

''Porque to me importando tanto com essa menina?''

Quando descemos, dei de cara com a Drica.

- Cadê o Edu?

- Tá conversando lá com o pessoal... Que que houve?

- Que que houve o quê?

Interrompendendo a nossa conversa, o Igor falou que ia logo pegar as malditas bebidas e saiu. Assim, Drica continuou...

- Você parece... - demorou um pouco pra definir - Estranha.

- Como assim estranha?

- Preocupada, confusa...

- Tá louca?!

Era dificil esconder algo da Drica, ela sempre sabia de tudo... Mas dessa vez, resolvi negar, porque nem eu mesma soube decifrar aqueles 5 minutinhos olhando para a filha da minha chefe lá em cima.

- Pode ter sido impressão minha. - ela falou não muito convencida -

- Com certeza foi...

O Igor chegou, me entregou a bebida e bebi tudo em uma golada só. Senti tudo queimar por dentro, mas ainda sim, não deixei de pensar no olhar que a Manuela me lançou...

''Será que foi de reprovação? Além do mais, ela não deve ter gostado nada do fato de que uma pessoa do trabalho dela está no mesmo ambiente em que ela quer se divertir... Deve ser isso... ''

O resto da noite, passei de casal com o Igor... Mas olhando para a Manuela, quando ela estava presente,a noite toda... E sendo correspondida!

''Meu Deus... Ou eu estou muito bebada ou... Ou... Nós...Não, não é possível... Não pense em besteiras, Mariana! Beba mais e pense menos.''

Resolvi ir embora logo com o Igor e acabei indo para casa dele... Fizemos sexo até o amanhecer e dormimos abraçadinhos.

Passei o resto do fim de semana com ele para esquecer um pouco dos acontecimentos da vida. Domingo fui jantar na casa dos meus pais, mas fui embora cedo, pois no dia seguinte eu teria uma patricinha para auxiliar.

Capitulo 4 – Turn up the music

Manu



O trabalho ocorreu tranquilamente. Pelo contrário do que parecia, era interessante trabalhar com a Mariana. Ela era inteligente, sabia explicar bem cada processo, tão bem que eu chegava a quase admirar. Quase...

''Para ganhar a minha admiração, precisa muito mais disso.''

Foi tão bom que o dia passou rápido.

''Ótimo!''

No exato momento em que recebi uma mensagem da Babi perguntando que horas eu iria sair do trabalho para irmos para o bar, ela recebeu uma ligação... Devia ser de um namorado, porque o jeito que ela falava era... sensual.

''Eu achando a Mariana sensual? Devo estar muito cansada mesmo!''

Respondi a mensagem da Mari, quase não dando atenção à Mariana quando ela foi embora... Já estava cansada da cara dela por hoje. Depois de uns 15 minutos em que a Mariana foi embora, me despedi da minha mãe e fui direto para casa, colocar uma roupinha mais apresentável e ir para o bar. Cheguei lá e estava a Babi e a Ju me esperando... Estranhei a ausencia do Bernardo.



- O Bê ainda não chegou?

- Ele disse que não estava conseguindo falar com você, então mandou nos avisar que ele tá passando mal e não irá vir.

- Ótimo. Mais fácil da gente pular a cerca... - falei rindo maliciosamente -

Elas riram também. Ficamos conversando, bebendo bastante... Tanto que em torno de uma hora, eu já estava alta... Alta o suficiente de bater com o ultimo copo na mesa e:

- Vamos dançar em alguma boate!

Elas concordaram imediatamente. Bebemos mais um pouco e eu fiquei bastante bêbada... Nem andar em linha reta eu estava conseguindo direito, como resultado, dancei muito! Eu e as meninas chamamos muita atenção, dançavamos sensualmente... Eu sorria atoa, sabendo que estava provocando os outros... Muitos homens me abordaram, mas dispensei todos... Não por fidelidade - haha! - ao Bernardo, mas sim porque não estava muito afim. Não sei quanto tempo fiquei lá dançando, até que tocou uma das minhas musicas preferidas: Turn up the music - Chris Brown. Nem preciso dizer que dei um show, né? Mas uma hora eu avistei sem querer uma loira muito bonita e... Peraí! Parei, olhei de novo...

As luzes da boate piscavam, fazendo aquele efeito de camera lenta... O ritmo eletronico da música contemplava...

Era ela mesmo a Mariana que trabalhou comigo a poucas horas atrás? Aquela menina simples - simples até demais, argh! - que não usava nenhuma maquiagem no trabalho?

''Meu Deus, é a Mariana mesmo! Ela tá tão gos...''

Interrompi meu pensamento... E depois...

''O que eu estava pensando, meu Deus? Eu, achando a Mariana gos... Ai! Meu Deus! Eu to muito bebada mesmo.''

Ela me olhou também... Os olhos azuis dela fortalecidos com o lapis preto, os cabelos loiros jogados para trás, o vestido azul que combinava perfeitamente com o seu corpo... Comecei a me assustar de novo com esses pensamentos, e foi ali que eu percebi que ainda estava a olhando, mas eu não conseguia parar. Porém, para me aliviar um pouco, percebi que eu não era a única a olhando.

Ela virou o rosto e saiu praticamente correndo dali, acompanhada de um homem que eu nem enxerguei direito. As meninas perceberam minha tensão.



- Que que houve, Manu? - Babi -

- A minha auxiliadora tava ali com o namorado. Não to muito confortavel com isso.

- Aquela loira de olho claro que acabou de descer? Ela é linda! To boba. E que corpão, ein. - Ju -

Não falei nada porque, estava tão bebada que eu estava concordando em genero, numero, e grau.

''Que porra tá acontecendo comigo?''

Continuamos dançando, mas eu estava meio avoada... Decidimos descer e lá estava ela agarrada com o tal cara, que era um gatinho também. Depois de 15 minutos, passamos a trocar olhares estranhos. Não sei porque ela sempre me olhava e eu correspondia, a encarando discaradamente. Depois de muito tempo em troca de olhares, ela fugiu de novo com o carinha. Quando ela foi embora consegui me desligar totalmente de qualquer índicio dela e fiquei dançando até o amanhecer.

Meus olhos ardiam por causa do sol que batia na janela, abri os olhos com sacrificio... Me ergui um pouco na cama e me senti minha cabeça doer e latejar: Ressaca. Olhei e a Babi e a Ju estavam também deitadas na minha cama de casal, Babi no meio e Ju no outro canto. Olhei para o meu estado e eu ainda estava de roupa, lamentável...

Para clarear as idéias e relembrar de tudo que aconteceu, lá fui eu tomar banho, por que já estava me sentindo nojenta com aquele cheiro de perfume e aspecto de fim de balada. No banho, relembrei tudo... Como chegamos na boate, que dançamos a noite toda... Curiosamente, veio a Mariana na minha cabeça. Não pude evitar meu primeiro pensamento:

''Então ela tem alguma vida além do trabalho...'' - Pensei rindo.

''Aliás, que gato que ela estava acompanhada ontem!'' - Não pude evitar esse pensamento também.

Saí do banho e me troquei no quarto... As meninas acordaram um tempo depois, tomaram banho, logo depois tomamos café e fomos dar uma volta na praia para aliviar a ressaca. Quando, finalmente, olhei meu celular e vi 3 mensagens. Todas do Bernardo.

''Aonde você tá?''

''To preocupado com você''

''Quando acordar, me liga.''

E assim, surgiu um rápido - bem rápido - sentimento de culpa... O Bernardo era um menino direito, que quando se envolvia com alguém, respeitava o relacionamento. Eu era totalmente o oposto... Sempre tive muitos namorados e nunca conseguia ficar muito tempo com eles. Com o Bernardo está durando, porque realmente sinto que gosto dele e, apesar de eu não ser aquela pessoa 100% fidelidade, ainda não o traí. Mas isso não me impede de deixar de sair com as meninas para night, encher a cara e virar a noite. Não gostava de rotinas, ficar em casa, assistir filme, beijar, transar e só. Gostava de agitação, festa, dança... Cair na rotina era algo impensável no meu estilo de vida social altamente frenético.

Respondi as mensagens do Bernardo e o assunto da mesa virou a Mariana.

- Muito linda a sua auxiliadora, Manu! - Ju falou com um brilho nos olhos de admiração que quase vomitei -

- Não é pra tanto... - insisti em negar -

- Eu achei ela linda. Apesar da beleza padrão, tem um corpo muito bonito e um sorriso mais ainda... - Babi -

- Ai gente, que papo lésbico. - tentei cortar, inutilmente -

- Não podemos admirar o que é bonito? - Ju falou -

- Pois é Manu. Aliás, que dupla vocês são ein! O homem que aparecer na sala de vocês não vai querer sair... - Babi -

Não pude deixar de rir.

- Bobas!

Ficamos o resto da tarde conversando e depois combinei com o Bernardo de sairmos para algum lugar e resolvemos jantar fora. Foi legal, ficamos conversando bastante, namoramos um pouco, programa light de um sábado a noite. No domingo teve um churrasco de um menino da minha turma e todos foram, também não aconteceu nada excepcional.

Segunda-feira a aula foi um tédio, discuti com o Bernardo na entrada porque ele ficou bagunçando meu cabelo. Se eu penteio o cabelo para ir no colégio, não quero ninguém bagunçando, né? E a pessoa ainda insiste... Não tenho paciência para isso. Sei que o motivo foi idiota, mas o bastante para me irritar.

Depois da aula almocei com as meninas do trabalho e fui direto para o escritório... Acabei chegando um pouco mais cedo - apenas 15 min de atraso -. Não dei bom dia a ninguém além da minha mãe e entrei na sala direto. A Mariana estava sentada na minha cadeira, no meu computador...

''Mas que ousadia!''

- Porque tá sentada na minha mesa? - falei irritada -

- To ajeitando os relatórios que você precisa fazer hoje.

- Fazer relatórios? - torci os lábios -

- É. Depois de fazer, você vai me mostrar, aí vou apontar os erros. Ah, e se tiver dúvida, é só me pedir. - foi curta e objetiva -

- Ok. Dá pra sair da minha cadeira então?

Ela levantou uma sobrancelha e sorriu ironicamente, provavelmente me reprovando.

- À vontade. - falou ironicamente antes de se levantar -

''Ironica, grossa, estúpida.'' Pensei enquanto sentava.

Não estava acostumada às pessoas falarem do jeito que ela falava comigo. Ela me irritava profundamente! Aliás, não só a forma que ela fala comigo me irrita, como o sorrisinho ironico dela, que dava vontade de mata-la.

Coloquei os óculos de grau - infelizmente eu tinha que usar - e fui fazendo os relatórios com facilidade... Percebi que ela só me passou tarefas faceis e deixou as dificeis para ela.

Comecei a me sentir desconfortável com a blusa social que eu era obrigada a usar e abri um pouco os botões. Nada muito indecente. Só tinha ela na sala, que mal podia ter?

Voltei a fazer os relatórios e percebi que ela me olhava muito. Provavelmente, para querer ver se eu tinha alguma dúvida ou não, mas chegou uma hora que esses olhares começaram a me incomodar e, como eu sou ''meio'' impulsiva...

- Tá olhando o que? Perdeu alguma coisa? - falei seca -

Ela arregalhou os olhos, como se tivesse sido pega num flagra.

- Olhando para o quê menina? Tá maluca?

- Para mim. Acha que não percebi?



Capitulo 5 – Não vá dizer...

Mari.



Manu apareceu na empresa atrasada de novo, mal havia chegado e transpirava mal humor, ainda mais ao dizer:

- Porque tá sentada na minha mesa?

- To ajeitando os relatórios que você precisa fazer hoje. - expliquei -

- Relatórios? - falou fazendo cara feia -

''Cara feia pra mim é fome!''

- É. Depois de fazer, você vai me mostrar, aí vou apontar os erros. Ah, e se tiver dúvida, é só me pedir.

- Ok. Dá pra sair da minha cadeira então?

Me impressionei com a grosseria dela e, ao invés de me irritar, acabei rindo. Ela era tão desaforada que chegava a ser engraçado... Não pude evitar o sorriso:

- À vontade.

Ela se sentou sem falar nada e começou a trabalhar. Trabalhei também e a sala ficou em um silêncio total. Fui dar uma olhadinha para ela para ver se estava ocorrendo tudo bem e... Putz! Ela havia abrido a blusa social, deixando um decote generoso à mostra, ficando totalmente... sexy. Infelizmente, tinha que admitir que aquela menina era muito bonita. Não consegui parar de encara-la.

''Ela é muito bonita, estou apenas admirando a beleza dela!''

Infelizmente, admirando tempo o bastante para ela perceber e...

- Tá olhando o que? Perdeu alguma coisa?

Arregalhei os olhos. A menina era astuta. Falou de uma forma que eu não tive outra reação ao não ser...

- Olhando para o quê menina? Tá maluca?

- Para mim. Acha que eu não percebi?

Rapidamente me recuperei do susto tomado e a respondi direito:

- To olhando sim, pra ver se você tá indo bem.

- Ok, então para! Por que tá incomodando.

- Como se olhar matasse.

Ela levantou sem dizer mais nada, apenas avisou:

- Vou tomar uma água.

Não pude evitar o comentário:

- Ué, se te incomoda tanto que te olhem, porquê tá saindo com essa blusa aberta? - falei ironicamente - Você gosta de chamar atenção, Manuela...

Estava estranhando em ataca-la - ou seria me defender? - dessa forma...

''Não conheço essa menina nem a 4 dias e ela já está me tirando do sério.''

Ela ficou vermelha de raiva, e enquanto fechava os botões da blusa, falou:

- Pelo menos eu não fico me agarrando com os outros na boate. - disse ironica -

Ela nem me deixou responder e saiu da sala... Dessa vez eu havia conseguido me irritar de verdade. Como é que uma pessoa não consegue conviver em paz com as outras, comentando o mínimo de coisas possíveis e falando sobre assuntos profissionais? Porque com ela sempre tem que ser na base da grosseria, da briga?

Aliás, uma coisa que eu não sou mesmo de fazer, é brigar. E olha o que eu consegui: Em menos de 4 dias conhecendo uma menina, já discutimos 2 vezes, por motivos que até hoje eu desconheço.

Ela ficou muito tempo lá fora, tempo demais para quem ia beber apenas uma águinha... Depois voltou sem dizer muita coisa, mas parecia estar mais calma, apesar de que o olhar irritado e insatisfeito parecia o mesmo.

A partir daí foi um caos, ela começou a errar muitas coisas no relatório, coisas bobas, nas quais tive que corrigir muitas vezes. O trabalho dessa vez não foi muito produtivo e percebi que ela não estava muito concentrada, mas preferi não comentar muito. Quanto menos falasse com ela, melhor.

Deu 7 horas da noite e terminamos o que devíamos fazer... Fui embora antes dela, que estava organizando algumas coisas na sua bolsa... Me despedi da chefa, dos empregados que restavam e fui para casa.



Quando eu estava ainda na calçada do prédio da empresa, eu sinto uma mão me puxar... Olho para trás e vejo a Manuela me olhando de forma tão profunda que, inevitavelmente me arrepiei.

''É o frio...''

- Mariana!

- Fala. - falei sem muita paciência, afinal, ainda estava muito irritada com ela -

- Eu... Er... Bem... Eu queria te pedir... Er... Desculpas...

- Desculpas? - levantei a sobrancelha -

''Tem algo nisso aí.''

- É, por ter sido rude com você e tudo mais.

A olhei estranhando.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não. Só fiquei arrependida do modo que te tratei hoje... Não fui justa sabe.

Ela falou de um jeito tão manso que até então eu não conhecia que acabei amolecendo. Suspirei antes de falar:

- Tudo bem.

- Que bom... - sorriu largamente e eu prestei atenção nesse gesto - Bom, vou indo, minha mãe tá me esperando. Até amanhã.

- Até!

Ela olhou para a sua mão que ainda estava no meu braço e tirou devagar... Logo após isso, me olhou... Correspondi o olhar... Ficamos uns segundos nos olhando, até que eu cortei o silêncio:

- Er... Tchau, Manu.

- Tchau, Mari.

Saiu andando e resolvi ir logo para o ponto de ônibus, pensando no sorriso dela...

Capitulo 6 – Males que vem para o bem.

Manu



- Ué, se te incomoda tanto que te olhem, porquê tá saindo com essa blusa aberta?Você gosta de chamar atenção, Manuela...

A raiva que me subiu ao corpo era tanta, mas tanta, que quase parti para cima dela. Mas me segurei e não saí do salto. Retruquei algo que nem eu mesma lembro direito e fui direto para a sala da minha mãe.

- Não quero mais trabalhar com a Mariana! - falei revoltada -

- Porquê meu amor? O que houve? - ela me olhou preocupada -

- Eu não aguento mais, mãe! Não precisa desce-la de cargo de novo, só tira ela de perto de mim por favor.

Ela ficou em silêncio... Parou para pensar...

- O que você fez, Manuela Avelar? - falou séria -

- Como assim ''o que eu fiz''?

- Para irritar a Mariana.

Fiquei em choque... Ela estava realmente pensando em defender a menina?

- Eu não fiz nada, mãe! Ela que tá fazendo... Ela é insuportável! Promove ela, faz qualquer coisa, só a deixe longe de mim.

Bom... Ninguém poderia dizer que minha atitude de falar com a minha mãe era anti-ética. Eu estava pedindo para ela promover a Mariana, e não demiti-la. Não queria que ela fosse demitida nem que ela descesse de cargo, apenas a queria longe de mim.

- Você ainda não me respondeu o que fez com ela, Manuela.

- Por que você acha que eu fiz essa coisa? E... Que adoração é essa que você tanto tem por ela? - falei revoltada, não conseguia entender de fato a minha mãe gostar tanto dela -

- Porque eu conheço a filha que eu tenho e sei que você deve ter feito alguma coisa que prejudique a relação de vocês. A Mari é uma menina educada, efetiva e completamente calma... Nunca lhe daria motivos para qualquer tipo de briga!

- Eu não quero mais ela trabalhando comigo! - elevei o tom de voz -

- Mas você terá! - ela se levantou da mesa e elevou o tom de voz também - E mais... Você vai pedir desculpas a ela por causa do seu comportamento.

Tive que rir.

- Você tá brincando, só pode. Isso é impensável!

- Ou pede desculpas a ela, ou você não terá mais carro.

Congelei... Colocar meu carro na brincadeira foi injusto, até porque a coisa que eu mais queria nesse mundo era ele. Já que, aos 18 anos, minha mãe disse que eu era ''muito imatura para dirigir''. Imagina que péssimo: Todos meus amigos dirigindo e eu sobrevivendo de taxi...

Suspirei - de raiva! - e acabei saindo da sala sem nem falar mais com ela.

Primeiramente porque eu não entendia o motivo da minha mãe gostar tanto da Mariana. Ela era ironica, estupida, grosseira e arrogante. Me tirava do sério com aquele sorrisinho irônico tão fácil que até eu chegava a me impressionar.

''Como que uma pessoa que eu conheço a tão curto tempo me irrita tanto assim?!''

Voltei para a sala disfarçando minha raiva, o que pareceu impossível.

O resto do dia foi péssimo. Tentei de várias maneiras pedir desculpas a ela, mas travava. Primeiro, porque eu não era acostumada a pedir desculpas a ninguém e, segundo, que eu ainda estava com muita raiva dela. Como resultado, errei muito no trabalho e acabamos tendo que nos falar, mas apenas assuntos profissionais e não comentamos mais nada sobre a discussão anterior. O dia passou lento e tediante... Quando menos percebi, ela já havia ido embora e eu não havia pedido desculpas ainda.

''Oh God... Vou perder meu carro!''

Sem pensar duas vezes, pedi para minha mãe me esperar na garagem do prédio e saí correndo atrás dela... Por sorte, quando eu havia descido, ela ainda estava na calçada do prédio... Fui em direção a ela e a segurei pelo braço.

- Mariana!

O contato das nossas peles me trouxe uma sensação estranha. Procurei disfarçar.

- Fala. - ela disse impaciente -

- Eu... Er... Bem...

Era dificil ter que pedir desculpas de forma forçada, sem querer pedir. Pareci uma tonta falando, mas acho que isso contribuiu para um perfeito teatrinho: Ela deveria pensar que eu estava sem graça ou algo do tipo. E eu não estava... Né? É... Não estava... Era apenas teatro, isso aí.

- Eu queria te pedir... Er... Desculpas...

- Desculpas? - falou desconfiada -

- É, por ter sido rude com você e tudo mais.

- Aconteceu alguma coisa?

Segurei a vontade de dar um fora nela...

- Não. Só fiquei arrependida do modo que te tratei hoje... Não fui justa sabe.

Minha voz soou espontaneamente de uma forma mansa, de uma forma que nem eu conhecia. Parecia que eu realmente havia me arrependido do modo que tratei ela.

Ela suspirou antes de falar:

- Tudo bem.

- Que bom... - sorri e percebi que ela prestou atenção nesse gesto - Bom, vou indo, minha mãe tá me esperando. Até amanhã.

- Até!

E só nessa hora percebi que ainda estava segurando o braço dela. Soltei devagar e, não sei porque, meus olhos percorreram os dela... Nossos olhares se encontraram durante segundos, me fazendo sentir de novo aquela sensação estranha que eu havia sentido anteriormente...

''Que diabos está acontecendo?''

- Er... Tchau, Manu. - ela disse aparentemente sem graça -

- Tchau, Mari. - falei me recompondo -

Ela saiu andando e eu fiquei ali, parada, pensando no que havia acabado de acontecer.

''Apenas uma boa atuação sua, Manuela... Apenas uma boa atuação...''

Repetia isso na minha mente diversas vezes até em convencer enfim dessa idéia.

Cheguei em casa e tomei um banho... Estava muito cansada e precisava muito conversar com alguém.

''Não sei como vou conseguir suportar a Mariana! Ela é tão... Seilá...''

Troquei de roupa...

''Será que ela me desculpou de verdade? Como que vai ser nosso trabalho daqui pra frente?...... Argh! To pensando demais nela.''

Resolvi ligar para as meninas e me distrair um pouco, conversamos até umas 10 da noite e fomos dormir. Não estava acostumada a dormir cedo, mas o trabalho estava realmente me cansando...

Acabei faltando a aula da faculdade pra ficar dormindo. Realmente precisava de um descanso. Acordei com algumas mensagens do Bernardo, na qual prontamente respondi e o desculpei da nossa briga boba do dia anterior. Tomei um banho calmamente, almocei calmamente também e fui ao trabalho... Cheguei e estranhei a ausência da Mariana na minha sala, fui perguntar a minha mãe o ocorrido.

- O que houve, mãe?

Falei com esperanças dela ter tirado a Mariana da minha sala de vez.

- A Mariana foi lá embaixo falar com o motorista. Hoje ela vai te ensinar a se contactar com outras empresas!

Bufei.

- Como que ela vai me ensinar? Ela mal começou a trabalhar...

- Sei que ela vai fazer do jeito certo. - se limitou a dizer isso -

Me poupei de reclamar, sabia que não tinha jeito... Ainda mais que hoje eu teria que passar o dia inteiro com ela hoje, indo para diversas empresas patrocinadoras fazer não sei o que. Parecia que a minha mãe tava arranjando desculpa para nos aproximar...

Pouco depois de 10 minutos, estava eu e Mariana sentadas no carro, em silêncio. O silêncio não durou muito, porque ela o quebrou, falando:

- Hoje o trabalho vai ser muito leve. Provavelmente estaremos liberadas mais cedo.

Não pude disfarçar o sorriso com essa informação.

- Ótimo!

Primeiro, fomos a uma empresa, onde um cara muito chato não parava de dar em cima de nós duas... Como não dar em cima era o bastante, ele ainda mandava cantadas muito péssimas! Eu e a Mariana entreolhavamos, querendo rir muito da cara dele e quando saímos, foi a primeira coisa que fizemos:

- Você... - eu disse não conseguindo parar de rir - Ouviu quando ele... falou... que...

Não consegui nem completar a fala, ainda estava rindo muito... Ela estava vermelha de tanto rir...

- Precisamos... sair... daqui... - disse enquanto ria -

- Pre...cisamos! - concordei rindo ainda -



No caminho para outra empresa, conversamos muito em meio de risadas. Ela começou a contar de várias cantadas que ela levou parecidas com essa... E eu não parava de rir! Mari parecia outra pessoa... Mais divertida, comunicativa... Sem aquele sorriso ironico...

Acabamos contando sobre outras coisas da vida, situações engraçadas, deixamos um assunto fluir naturalmente...

Estávamos nos divertindo muito no carro ainda com essa situação e paramos na outra empresa. Lá foi mais sério, uma mulher nos atendeu, ela e a Mariana ficaram conversando várias coisas que eu nem prestei atenção e depois de alguns minutos saímos. No carro, não evitei a pergunta:

- Tem alguma utilidade profissional da gente estar passeando pela cidade e conversando com os empresários dos patrocinadores?

Mas ela evitou a resposta e acabamos rindo juntas. Porque sabíamos que a resposta era ''não''.

- Acho que a minha mãe quer nos aproximar mesmo... - acabei pensando alto -

Ela ficou quieta de novo, provavelmente porque sabia que se comentasse alguma coisa poderia comprometer o emprego dela. Não pude deixar de completar:

- E tá dando certo.

Ela me olhou e trocamos aquele olhar profundo, o mesmo que trocamos naquele dia... Mas esse durou por mais tempo... Meu coração começou a acelerar, comecei a sentir sensações desconhecidas.. Queria poder ler o olhar dela, entendê-la ou tentar entender o que se passava naquele momento. Só nos despertamos desse olhar quando havíamos chegado na outra empresa. Saí do carro confusa com as sensações que senti com um simples - simples? -olhar...

Nessa empresa, o processo foi o mesmo da anterior... Ela ficou conversando umas coisas da revista com a mulher, da onde iriam colocar o patrocínio. Se não havia prestado atenção da outra vez, dessa eu não prestei mesmo... Estava muito confusa pensando sobre as coisas que senti há minutos atrás...

Visitamos mais duas empresas e o processo foi o mesmo, ela conversando e eu pensando sobre o ocorrido. Quando saímos da ultima...

- Por hoje, é só! - ela falou aliviada enquanto se ajeitava no carro -

- Estamos liberadas?

- Isso é a sua mãe que vai determinar... Vamos ter que dar uma passadinha lá antes...

- Ah não! Vamos continuar por aqui... Não quero voltar pra empresa...

- Mas já visitamos todas as empresas, não temos mais o que fazer.

Eu estava arranjando qualquer modo de não voltar para a empresa.

- Vamos tomar um sorvete. - dei a idéia -

''Bom que a gente enrola e não trabalha mais!''

Ela parou para pensar, parecia cansada também de ficar rodando a cidade.

- Boa idéia!

Ela pediu para o motorista ir numa sorveteria... Quando chegamos lá e já estávamos comendo, o Bernardo me ligou.

- Tá aonde, amor? - ele falou meloso -

- Oi bebê... - falei mais ainda - To aqui trabalhando ainda. Por quê?

- Pensei em sairmos...

- Hoje não... To cansada, rodei a cidade toda... Melhor deixarmos para o fds.

- To com saudade...

- Eu também, mas amanhã a gente se vê.

- Tá bom então... Beijos, te amo!

- Beijos!



Desliguei o telefone e a Mari me olhava e, de novo, sensações estranhas... Parecia que era só ela pousar aqueles olhos azuis e penetrantes em mim que eu me sentia assim... E o que eu mais queria saber era o porquê.

- Seu namorado? - perguntou curiosa -

- É...

Aproveitei a pergunta dela:

- Aquele homem que estava com você sexta-feira era seu namorado também?

- Não... Apenas ficamos, nada sério.

Os assuntos foram fluindo, fluindo... Conversamos sobre a vida... Percebi que a Mariana era bem reservada quanto a isso, não comentava muito... Era um verdadeiro mistério... Mas ao mesmo tempo, era cativante... Ela era engraçada, inteligente...

''Eu achando a Mari cativante? 2012!''

Quando mal percebemos, já havíamos ultrapassado 1 hora do horário da saída... Resolvi pegar um taxi direto para casa, porque provavelmente minha mãe já havia saído da empresa.

- Bom, vou indo...

- É... - só isso que ela conseguiu dizer -

- Er... Tchau.

- Tchau.

Saí andando em direção ao ponto de taxi e, não sei porque, algo em mim me fez voltar e dar um beijo na bochecha dela.

- Obrigada pelo dia de hoje. - falei sorrindo -

O contato dos meus lábios com a pele dela me fez sentir um arrepio muito forte, diferente de todos os outros... Percebi que ela se arrepiou também.

''O que tá acontecendo comigo, meu Deus?!''

Ela ficou me olhando me encarando com os olhos arregalhados e não disse nada. Aproveitei o seu silêncio e saí andando de novo...

Há um dia atrás, eu iria considerar a idéia de passar o dia todo com a Mariana quase um suicidio, um cenário de brigas intermináveis mas, ao contrário disso tudo eu estava apenas... Feliz.

Capitulo 7 – E a razão?

Mari.

14:50 e a Manuela não havia chegado... Comecei a ficar preocupada e, quando fui levantar e me direcionar a porta para verificar se ela estava na sala da mãe, dou de cara com ela...

- O q...

Antes que eu pudesse falar, ela me segurou pelos dois braços e me encostou na porta, consequentemente a fechando. Aproximou tanto o corpo do meu que eu pude sentir o seu hálito quente no meu rosto... Seus olhos cor de mel, profundos, alternavam-se entre meus olhos e minha boca...

Íamos nos beijar quando ''fomos'' atrapalhadas pelo meu despertador, que me fez acordar desse sonho louco. Levantei da cama com as mãos na cabeça, completamente confusa.

''Que sonho foi esse?!''

Eu estava atordoada e confusa. O comportamento da Manu comigo no dia anterior - atenciosa, carinhosa, divertida e engraçada - havia mexido comigo de uma forma na qual nunca senti antes...

''Estou pegando uma simpatia maior com ela, apenas isso!''

E esse sonho? Como explicar?

''Foi só um sonho... Sonho são coisas sem sentido, que nunca acontecerão... Esse então, que loucura!''

Preferi pensar isso do que qualquer coisa.

Fui para o trabalho com a cabeça em outro mundo... Senti isso na hora de fazer meus deveres... Errava muita coisa que normalmente não erro... Minha chefa acabou percebendo:

- Ocorreu algo de errado, Mariana?

- Não dona Aline, eu só...

Bem, o que eu poderia dizer?

''Eu só to confusa porque ando pensando demais na sua filha e sonhei que estava prestes a beijar ela. Só isso.''

Suspirei e concluí:

- ...Nada. Vou prestar mais atenção.

Ela me olhou desconfiada e nada disse... A partir daí, respirei fundo, me concentrei e consegui voltar ao meu estado normal. Virei uma máquina de trabalho durante três horas inteiras até a hora do almoço... Depois de almoçar em um restaurante perto, voltei e a Manuela já estava lá... Estranhei muito, porque eram 14h em ponto...

''Ela chegando na hora? Tem algo estranho...''

- Boa tarde. - falei somente por educação -

- Boa. - disse jogando sua bolsa na mesa - O que tem pra mim hoje?

- Relatórios... Já preparei tudo no seu computador, agora é com você.

- Ok. - disse sem rodeios olhando o que eu havia preparado para ela no computador -

Tortura. Isso define às duas horas de silêncio que se passou entre a gente. Nós sabíamos que aquilo não era um silêncio normal... Nós não queríamos nos falar, como o que tivesse acontecido com nós duas no dia anterior fosse algo errado... Os olhares profundos que trocamos várias vezes...

''E porque seria algo errado? É normal ficar olhando uma pessoa daquele jeito... Né?''

Até que, para minha surpresa, ela o quebra.

- O que tá acontecendo, Mariana?

Arregalhei os olhos surpresa. Manu sempre me surpreendia, impressionante!

- Como assim?

- Não se faz de desentendida... O que tá acontecendo entre a gente? - ela se virou para mim, pude perceber em seu olhar certa confusão -

Tentei ser o mais calma possível... Não podia deixar a situação sair do controle.

- O que você quer dizer com isso, Manuela? Não está acontecendo nada.

- Você quer que eu pense que ontem foi um dia completamente normal?

Eu suspirei.

- Não que tenha sido normal... Mas estamos pegando um afeto... Uma boa amizade...

- É, deve ser isso mesmo. - se sentou na cadeira -

- Porque? Você havia pensado em outra coisa?

- Claro que não... - ela riu forçadamente, deu para perceber - Eu só... - suspirou - Deixa.

Então eu não era a única confusa naquela sala. Logo de cara percebi isso.

Para minha sorte, eu sabia controlar minhas emoções bem melhor do que a Manuela... Cresci guardando sofrimento, já estava acostumada.

- Tudo bem, vamos voltar a trabalhar.

O clima ficou mais pesado ainda. Depois de alguns minutos, quem quebrou o silêncio fui eu.

- Preciso tomar um ar. - levantei -

- Porquê? - ela perguntou estranhando -

- Acho que to passando mal... - menti -

- Vou também.

Não achei boa idéia, mas falei nada... Ela só veio comigo... Subimos o elevador e fomos até o terraço do prédio... Ás vezes eu ou algum dos empregados íamos para lá tomar um ar... Sempre era bom... Nessa hora, estava vazio...

- Nossa! - ela disse olhando pra vista - Lindo...

- Não é? - concordei - Aqui é bom para se desligar um pouco da vida.

- E do que você precisa se desligar?

- Problemas da vida...

- É, quando eu tiver problemas, o primeiro lugar que eu for, vai ser aqui.

- Você não tem problemas, Manu...

- É aí que você se engana.

Me olhou de uma forma que inevitavelmente me arrepiei.

- Para com isso... - falei virando o rosto e evitando o nosso contato visual -

- Parar com o quê?

- Isso que você tá fazendo.

''Me confundindo...''

- Eu não to fazendo nada.

Quando fui olhar para ela, ela estava bem próxima... Um pouquinho menos de como eu havia sonhado. Senti vontade de... beija-la. Exatamente como no sonho. E dessa vez, pareceu muito mais claro para mim o que eu estava sentindo por ela.

- O que tá acontecendo entre a gente, Manuela? - foi a minha vez de perguntar -

Eu precisava entender...

- Nenhuma de nós duas sabe a resposta.

Tarde demais. Estávamos próximas... Dava para sentir o hálito dela, gelado graças à bala de menta que mastigava, se misturando com o meu... Eu já estava entregue... Ela poderia fazer comigo o que quisesse...

- Tem alguém aí? - ouvimos uma voz estranha -

Nos afastamos na hora e, depois de uns 10 segundos, a faxineira apareceu.

- Ai Mariana, mas que susto que você me dá! Eu olho essa porta aberta fora de horário de almoço e logo penso que tem alguém nos assaltando... - a faxineira disse colocando as mãos no peito, em um sinal de alivio -

Eu ri forçadamente, ainda muito nervosa e tremendo por causa das sensações que eu senti há pouco tempo atrás.

- A gente só estava tomando um ar. Vamos descer agora mesmo pra você trabalhar...

- Que nada, podem ficar aí.

- Não, a gente quer descer mesmo. - Manu disse quase fugindo dali -

- Tchau. - falei com a faxineira enquanto ia atrás da Manuela -

Descemos e voltamos a nossa sala em um silêncio total... Eu não podia nem explicar o que eu sentia naquele momento.

''Meu Deus... Eu ia beijar a filha da minha chefe! A situação fugiu do controle...''

Não estava acostumada a perder o controle daquele jeito... Me senti mal. Se eu estava confusa antes - aliás, quantas vezes citei a palavra ''confusa''?, multiplica essa confusão por 10. Não, 10 não, 20! É... Era assim que eu estava.

Pela graça de Deus e o bem de toda nação, a Manuela disse que estava passando mal e foi embora, sem nem dar tchau direito. Sabia que ela não estava passando mal, ela apenas foi fazer o mesmo que eu queria fazer: Fugir... Pensar... Refletir sobre tudo que aconteceu. Isso foi bom também porque não aguentaria ficar muito tempo naquela sala com ela ali.

Capitulo 7 – Crazy

Louca... Era isso que eu estava ficando! Não basta apenas no dia anterior a Mariana ter me feito sentir coisas inexplicaveis, hoje mais do que nunca eu percebi o porquê quando quase nos beijamos: Estava atraída por ela. Como explicar isso? Primeiro, que eu nunca gostei de mulheres... Segundo, como me sentir atraída por uma pessoa que eu conheço a tão pouco tempo? Se eu estivesse falando de uma atração normal, tudo bem... Mas é diferente. Os arrepios constantes que eu sinto em apenas olhar para ela diz que é além de atração... É loucura! To ficando doida!

E hoje, bem, foi a maior prova que eu esteja fora de mim. Quase a beijei, como se estivesse hipnotizada com a presença dela... E pior, não aguentei ficar perto dela tanto tempo! Inventei que estava passando mal e fui embora.

''Com a minha mãe lido depois!'' - Pensei pelo fato de nem te-la avisado que fui embora.

Isso tudo era insano, fora do comum! Porque eu estaria me atraindo por uma mulher? E logo a Mariana, uma empregada da minha mãe? Ok... A Mariana é linda, completamente misteriosa, séria e... Ok, não importa. Não tinha justificativa para isso!

''Isso é só uma fase... Talvez eu esteja querendo experimentar ficar com mulheres e a Mariana é apenas um exemplar...''

Essa foi a máxima conclusão que eu pude chegar.

Pensando nisso, chamei as meninas para irem lá em casa, alegando que era uma situação urgente. Em pouco menos de meia hora elas apareceram, preocupadas...

- Que que houve? - Ju -

- Espero que seja muito grave pra me tirar da minha caminha! - Babi -

- Gente, eu to pirando! - falei -

- Por que menina? O que houve? - Babi -

- To surtando!

- Fala logo o que houve, mala! - Ju disse impaciente -

- Então gente... Sabe a Mariana?

- Sei... - elas duas falaram juntas -

- Então... Er... Eu e ela quase nos beijamos hoje.

Elas arregalharam o olho.

- Sério? Mas você não odiava ela? - Babi -

- Ainda odeio... - parei para pensar - Não sei... Eu to muito confusa... - enfiei a cabeça no travesseiro -

- Não sabia que você tinha pé no arco-iris, amiga. - Ju -

- Eu não tenho!

- Ah... E quase beijou uma mulher porque? - Babi - Acorda pra jesus né Manuela, estamos no século 21. Você deve está curiosa para ficar com uma mulher, saber se gosta da fruta... E já que passa horas com a gata da Mariana do seu lado, despertou curiosidade.

- Hm... - parei para pensar - Talvez seja só isso mesmo. Talvez eu tenha ficado com homens demais e tenha apenas me enjoado, né?!

- É! - Ju - Completamente normal isso.

- Já ficaram com alguma menina? - perguntei curiosa -

- Eu já. - Babi -

- Eu nunca.

- Jura Babi? Quando? - curiosidade aumentando -

- Num churrasco do meu primo ano passado... Eu e a minha prima ficamos muito bêbadas e até dormimos juntas esse dia! - riu se lembrando - Foi uma experiência engraçada.

- E aí, foi bom? - continuei com o interrogatório -

- Tá curiosa ein, bicha. - Ju -

- Fica quieta e deixa ela falar! - ri -

- Foi muito bom! Mas a gente é prima né? Nem rolava de acontecer outra vez... Foi bom também porque eu matei minha curiosidade.

- Entendi... - fiquei pensativa - Será que é bom mesmo?

- Pelo menos eu gostei.

- Ué, Manu, se tá tão curiosa assim, mata a curiosidade com a Mariana, oras! Ela gosta do babado? - Ju -

- Não sei... E... Não quero matar a curiosidade com ela.

- Porque não? - elas duas falaram juntas e arregalharam os olhos -

- Não quero mais olhar para a cara dela... To me sentindo estranha demais perto dela e isso não é bom. Muita confusão e sensações estranhas... E eu conheço ela há pouquissimo tempo!

- Vamos fazer o seguinte: Vamos numa balada gls depois de amanhã! - Ju deu a idéia -

- Ótima idéia... Topa, Manu?

- Ai... Não sei... - hesitei -



- Não tem nada demais, se não curtir nenhuma mulher de lá, a gente fica dançando. E ás vezes sempre rola de pegar um homem hetero. - Babi -

- Tá experiente nessa vida ein. - Ju -

- Pois é... Também percebi isso! - falei rindo -

- Século 21 gente... Século 21... - Babi -

- Bom... Pensando pelo lado bom, devemos ir sim. Quem sabe eu não me interesso por alguém e mato de vez essa confusão na minha cabeça.

''Não tenho nada a perder... Se eu ficar com algum homem, mais um... E se eu ficar com uma mulher, vou matar essa pequena curiosidade e esquecer essa história com a Mariana... Perfeito!''

Dito e feito: Combinamos sobre sexta-feira à noite tudo direitinho e umas 11 horas da noite elas foram embora. Quinta e o dia de sexta-feira foram chatos... Resolvi trabalhar na sala da minha mãe nesses dois dias, alegando uma desculpa que o meu computador estava com defeito. Não estava pronta para passar tanto tempo do lado da Mariana... Mal nos falávamos, nem para dar bom dia.

''Estranho pensar que é uma pessoa que eu quase beijei há dias atrás e agora não olha nem para minha cara...''

Bernardo de manhã percebeu meu comportamento diferente e isso deu em briga. Insisti em afirmar que estava a mesma, e ele insistia em negar... Resultado: Ficamos a manhã toda sem se falar.

Impressionante, há 1 semana eu estava gostando bastante dele, e agora eu só queria me livrar o mais rápido possível. Parecia que eu tinha enjoado do que ele poderia me fornecer. O beijo dele não me contentava, nem o corpo dele. Eu queria... mais. E esse querer me deixou mais ansiosa ainda para a noite.

As horas passaram devagar e eu tentei afastar qualquer pensamento que me fizesse lembrar da Mariana. As meninas foram se arrumar lá em casa e nos arrumamos em meio de brincadeiras e fofocas... Acabei contando do Bernardo...

- Se enjoou dele. - Babi -

- Sabia que tava durando demais para você não se enjoar dele... - Ju - É sempre assim, você enjoa tão fácil das pessoas.

- Mas eu jurava que com ele ia ser diferente...

- Não foi. - Babi -

Terminamos de nos arrumar e 0:30h saímos de casa. Confesso que caprichei bastante no visual, colocando uma maquiagem bem forte, um vestido branco colado no corpo, bem curtinho e uma sapatilha rosa - não estava nenhum pouco afim de usar salto -. Chegamos na boate e o ambiente era impressionante... Tinha duas pistas, uma eletronica e outra pop. Na pista de pop, havia uma área aberta, que tinha uma mini cachoerazinha... Fiquei abobada com o lugar!

A boate ainda não estava muito cheia e eu estava analisando já as pessoas... Tinha muita gente bonita, e os homens nem davam tanta pinta de gays assim. Eram bem fortes, bonitos... Muito atraentes mesmo. Não tinha muita mulher no momento... No momento.

Depois de umas 2 e meia da manhã, a boate começou a encher de verdade... Havia muita gente bonita, tanto homem, quanto mulher. Percebia alguns olhares para mim e para as meninas, mas não estávamos ligando... Queriamos dançar!

Claro que, eu dava umas olhadinhas, com a esperança de achar alguém interessante... Sim, haviam algumas mulheres bonitas... Até cheguei a trocar olhares com algumas pessoas... Um flerte de olhares descarado, que não fazia mal a ninguém mas... Nada que me incentivasse a ficar com alguém.

''Não me reconheço!''

Dancei, dancei, dancei... Até que uma morena me segurou pelo braço, me fazendo a encarar.

- Posso falar com você um minuto?

- Agora? To dançando com umas amigas... - fiz aquele charme básico -

- Eu gostaria que fosse agora, se você não se incomodar...

- Tudo bem, um segundo então.

Fomos até um canto e eu reparei direito nela... Era uma morena linda, de parar o transito... Coxão, bundão, cabelos lisos...

- Qual é o seu nome? - me perguntou -

- Manuela e o seu?

- Daniela. Prazer. - estendeu a mão -

- Prazer. - apertei -

Conversamos bastante enquanto íamos bebendo, e comecei a acha-la uma pessoa muito interessante, engraçada... Eu já estava ficando alta - bem alta! - por causa da bebida e isso me ajudou a conversar mais com ela e até me atirar mais um pouco... Ela puxou bastante assunto antes de chegar no ponto principal. Eu até preferia assim... Melhor do que aquelas pessoas que já chegam agarrando, não?

- Então, Manuela, eu to com muita vontade de fazer uma coisa...

- O quê?

- Eu...

A partir desse momento, eu não ouvi mais nada... Atrás da Daniela, avistei uma loira que... Não, não podia ser...

''Oh God, é a Mariana!''

Parei para olhar direito e eu não estava enganada. Era a Mariana mesmo! Com um short jeans, uma blusa de seda preta aberta nas costas e salto alto. Ela estava maravilhosa!

- Manuela, você ouviu o que eu falei? - Daniela disse já bem próxima a mim -

Eu não conseguia parar de olhar para a Mariana, que conversava animadamente com um homem moreno e uma mulher loira... Ela não pareceu perceber minha presença até aquele momento. Quando nossos olhares se cruzaram, pareceu como um choque... Um momento que durou 2 segundos no máximo, pareceu ter durado 5 minutos...

Me lembrei que a Daniela estava na minha frente, esperando uma resposta.

- Eu... Eu...

Daniela se aproximou mais de mim, colocando as mãos na minha cintura e falando no meu ouvido:

- Eu quero muito te dar um beijo.

Continuei olhando para a Mariana, que dessa vez, depositou seu olhar fixamente em mim e na Daniela... Não sei o que o olhar dela quis dizer, afinal, desvendar a Mariana era quase impossível de tão misteriosa que ela era.

- Você não quer, Manuela? - Daniela insistiu -

''E agora... Ficar ou não ficar?''

Retornei ao olhar para a Mariana e ela havia virado a cara... Demonstrando claramente que não se importava. E pior, ainda estava sorrindo, conversando...

''Porque to me importando tanto com a reação dela? Quer saber... Foda-se!''

Numa reação imediata, puxei a morena linda que tava doida pra ficar comigo pelo rosto e a dei um beijão... Daniela ficou surpresa, mas gostou, porque apertou meu corpo contra o dela.

Ficar com mulher era diferente. Diferente, mas bom. Daniela beijava bem, tocava bem... Era uma experiência nova. Continuei a beijando com empolgação, afinal, tinha que aproveitar!

Mariana apertava a minha cintura com força, pressionando mais seu corpo contra o meu... A beijei com mais vontade...

''Peraí, Mariana?...''

Separei do beijo como um susto.

- O que houve? - Daniela perguntou curiosa -

- Eu... Eu... Preciso ir.

Saí dali disparada, puxei as meninas e elas vieram comigo...

''Eu to ficando maluca! Como que eu me imagino beijando a Mariana? Não era isso que eu queria, ficar com uma mulher, matar a curiosidade e por um fim nisso? Porque isso não acaba, meu Deus?''

- Que beijão ein, amiga! - Ju -

- E aí, gostou?

- Não! - falei por impulso -

- Ãn? - elas não entenderam -

- Quer dizer... Gostei... Mas...

- Achou tão pior do que homem? - Babi -

- Não... É que... - suspirei - Aconteceu algo estranho.



- Ela fez coisas estranhas? - Ju -

- Não! - eu ri - É que...

''Como explicar?''

- Fala logo.

- Por um momento, pensei que estava beijando a Mariana.

Elas se entreolharam, como se já estivessem situadas.

- Você tá afim dela. - Ju -

- Óbvio que não!

- Óbvio que sim... Acha que a gente não percebeu que você ficou olhando para ela enquanto a Daniela chegou em você? Fala sério, Manu... Te conhecemos melhor que você mesma. - Babi -

- Eu não to afim dela. - falei convicta - Não faz o mínimo sentido. Ela é mulher, minha auxiliadora... Não tem nexo.

- Se engana mas não engana a gente, ok? - Babi -

- Eu não quero ficar com ela! - elevei o tom de voz -

Como um pesadelo, a Mariana apareceu no banheiro... Não sei se ela ouviu a conversa, esperava que não. Seus olhos azuis logo foram na minha direção...

''Que merda! Por que olho tanto para ela?''

Como sempre, ela desviou o olhar e foi lavar as mãos... Ficou um clima pesado no banheiro. O assunto estava na nossa frente e não falávamos nada... Apenas a esperamos sair, mas, antes de sair...

- Oi, né, Manuela. Fala mais com as pessoas não?

Falou de um jeito brincalhão, tentando demonstrar uma indiferença insuportável da situação, como se nada atingisse ela.

''Só vou sair perdendo nessa brincadeira...''



- Oi, Mariana. - disse sorrindo falsamente -

Ela deu um sorriso forçado e saiu dali.

- Ela age como se nada tivesse acontecido. - falei por impulso e me arrependi -

- Ela também é afim de você! - Ju falou - O olhar que vocês trocaram mostrou claramente isso. Ela só quis se fazer de desentendida da situação... Muito espertinha ela.

- Vocês estão viajando... Parem de por coisa na minha cabeça.

- Não estamos pondo nada na sua cabeça, só estamos te fazendo enxergar o óbvio.

Fiquei refletindo o que elas disseram, inutilmente, porque eu não sabia muito o que se passava pela minha cabeça. Saímos do banheiro e como compensação dessa confusão toda, bebi muito para esquecer os problemas.

- Amiga, manera na bebida, vamos dormir na sua casa.

- Ih, relaxa! - falei rindo àtoa -

Bebi mais e mais... Estar bebada não era o suficiente, eu queria esquecer quem eu era, esquecer meus problemas... Bebi tanto que até extrapolei minhas vontades...

- Manu, você não tá bem... - Ju falou preocupada -

- Óbvio que to beem... Cadê a Mariana?

- Ali ó. - apontou -

- Odeio elaaa... - falei com raiva -

As meninas riram.

- Bebado apaixonado é uma merda. - Ju -

- O quê? - gritei - Repete o que vocêê falou? - falei totalmente agressiva - Você disse que eu to apaixonadaa? Tá loucaa?

Elas ficaram assustadas.

- Não está mais aqui quem falou. - Babi disse levantando as mãos em sinal de inocencia - Que horas são, Ju?

- 15 para as 6h... Melhor irmos, porque se ela beber mais, passa mal.

- É melhor mesmo! - Ju concordou -

- Nãoo... Eu quero ficar aqui... Dançaar mais... Beijar e...

Elas me puxaram pelo braço enquanto eu falava muitas coisas sem nexo. Saímos da boate e estava quase amanhecendo...

- É melhor você comprar uma água para ela antes de irmos embora. Ela não pode chegar em casa assim... - Ju falou pra Mari -

- Vou lá.

Me sentei num banquinho que havia fora da boate e abaixei a cabeça... Estava tudo rodando, me sentia péssima... Ficamos lá alguns minutos, a Babi estava demorando bastante para quem apenas estava comprando uma água... Quando do nada, ouvi uma voz conhecida...

- Ela tá bem?

É, era ela!

- Não muito... Bebeu demais.

Levantei a cabeça e encarei a Mariana, me olhando com... preocupação?

Não me importei, estava com muita raiva da indiferença que ela lidava com tudo aquilo.

- Sai... daqui! - a falei olhando com raiva -

Ela ignorou isso, aumentando meu ódio.

- Vou pegar uma água pra ela e...

Ju a interrompeu.

- Nossa amiga já foi fazer isso. Só que tá demorando demais. Você pode cuidar dela aqui enquanto vou ver se a outra tá viva?

- Pode ir sim, eu fico aqui com ela.

E a Ju foi embora, me deixando sozinha naquele estado com a Mariana.

''Filha de uma vaca, fez isso de propósito.''

Ficamos em um silêncio absoluto... Eu abaixei a cabeça para ver se melhorava um pouco... O silêncio prosseguiu e eu, a bebada inconsequente, não suportei...

- Pode sair... Se quiser... - minha voz estava muito embreagada, eu estava realmente muito mal! - Não precisa mais... fingir... que se importa...

Ela levantou minha cabeça pelo queixo delicadamente e me olhou de forma doce, diferente do olhar sempre cheio de mistérios da Mariana.

- Eu me importo com você, Manu... - falou suavemente -

Puta merda. Eu já estava bêbada, e a Mari mandava essa?

Nos olhamos intensamente... Não por muito tempo, porque voltei a ficar tonta e abaixei a cabeça.

- Você vai voltar pra casa assim? - perguntou -

- Sim... Minha mãe vai... me matar.

- Não pode dormir na casa de nenhuma amiga?

- A mãe delas... Vai... Mata-las... Se uma bebada aparecer.

Ela ficou em silêncio.

- Você não pode voltar pra casa nesse estado... - falou pensativa -

- Nãão posso... - concordei -

As meninas voltaram com uma garrafa de água e um sanduíche. Devorei tudo aquilo em questões de segundos... Elas começaram a falar algo com a Mariana que eu não entendi direito, só sei que no final, as meninas foram embora e...

- Você vai dormir lá em casa. - disse convicta -

''Como?!''

Capitulo 8 – Play With Fire

Mari.

- Vocês tem certeza que querem sair para night hoje? - disse terminando de me arrumar, enquanto Edu e Dri se arrumavam também -

- Absoluta, darling! Faz tempo que eu não fico com um bofe e vocês ainda me arrastaram para night hetero semana passada. - Edu fez cara de nojo -

- Seu heterofóbico! - Dri falou brincando -

Terminei de me trocar rapidamente e fomos. Não me produzi muito, até porque, como vocês sabem, balada não é muito a minha praia... Ainda mais alguma GLS. Eu gostava do lugar porque eu poderia dançar sem ser incomodada e nem abordada, e além do mais, servia para agradar o Edu um pouquinho, já que ele sempre acompanhava a gente para nossas poucas noites heteros.

E, pensando por um lado, seria bom que eu me distrairia um pouquinho de uns problemas - Manuela -.

Não sei nem que horas eram, só sei que fomos para lá e já estava bem cheio, porém agradavel. As pessoas dançavam animadamente e o Edu já foi encontrando seus amigos - todos gays - de balada e nos apresentando a eles... Fui simpática, conversei com todos animadamente e andamos um pouco pelo lugar... Quando eu a vejo. Sim, avisto a Manuela, maravilhosa, toda produzida e chamando muita atenção - todos pareciam olhar para ela -. Não pude controlar a reação do meu corpo ao vê-la.

É, não pude também controlar a vontade de querer mata-la quando percebi que ela estava conversando um papo íntimo com uma mulher maravilhosa. Estavam prestes a ficar, era tão óbvio...

''Porque to pensando tão negativamente sobre isso? Deixa a menina ficar com quem ela quiser, ué.''

Nossos olhares se encontraram por um momento. Apenas por um momento, porque ela voltou a conversar com a mulher... Decidi não ficar olhando, até porque estava descarado demais.

- Amiga, aquela não é a filha da sua chefe? - Dri -

- Sim...

- Uau! Que fedelha linda ein. E ainda é do babado!

- É... - concordei -

Não me sentia muito confortável com o assunto. Voltei a conversar com o pessoal, tentava rir, mas sabia que por dentro, eu estava me sentindo muito mal e nem ao menos sabia porquê. Depois de algum tempo, olhei para aonde a Manuela estava e avistei ela aos beijos com a morena. Meu corpo todo ferveu ao vê-las se beijando com toda empolgação, foi uma sensação péssima, completamente desconhecida. Aliás, já imaginava o que poderia ser...

''Não posso estar com ciume dela, não posso! Isso não está certo!''

Retornei o olhar a elas e continuavam se beijando... Não aguentei olhar. Sem dizer nenhuma palavra, puxei a Dri comigo - já que o Edu já estava ocupado - para a outra pista de dança.

- Ei, amiga, o que houve?

- Eu... - suspirei - Não sei.

Eu queria desabafar, juro. Mas uma night não era o lugar certo para isso.

Eu queria desabafar, juro. Mas uma night não era o lugar certo para isso.

- Tem algo te incomodando?

- Vamos lá fora conversar? - falei -

- Vamos sim. - concordou -

Fomos até lá fora e contei tudo que estava acontecendo... Do nosso quase beijo, do fato de eu estar pensando demais nela ultimamente...

- Que droga, Mari. - ela falou pensativa - Sabe que isso é uma loucura, não?

- Sei... E por isso mesmo não estou entendendo nada! Ela é filha da minha chefe... É uma menina nova, mimada, com certeza deve ser o tipo que fica beijando mulheres e homens em todas as muitas nights que vai e ainda por cima é mulher! Você vê algum nexo para isso? - continuei desabafando -

- Você precisa controlar esse... - parou para pensar na palavra - desejo por ela. É algo momentâneo, você vai ver. Ela é uma menina muito bonita, charmosa, chama atenção...

- Espero que seja. - suspirei -

Resolvi não negar mais que estava atraída por ela. Era mais que certo isso e eu não queria ficar lutando contra o óbvio.

- Se afasta um pouco dela e...

A interrompi.

- É impossível. Nós trabalhamos juntas!

- Só fale de assuntos profissionais, oras.

- Eu tento, mas ela vem e...

Foi a hora da Dri me interromper.

- Mari, ela é quase uma adolescente. Só tem 19 anos, não tem controle direito das vontades que ela têm e consequentemente não tem responsabilidade para as atitudes dela. Você sabe que é você que tem que por um ponto final nessa história. - falou séria -



- Você tem razão... Vou ao banheiro, você vem comigo?

- Vou fumar um pouco aqui. Vai lá que daqui eu não saio.

- Ok.

Fui até o banheiro e, antes de entrar, ouço uma voz familiar gritando:

- Eu não quero ficar com ela!

Entrei no banheiro na hora e encarei a Manuela, com duas amigas muito bonitas. Senti certa raiva ao vê-la... A cena dela ficando com aquela mulher não saía da minha cabeça.

Desviei o olhar e lavei as mãos, parei para respirar um pouco - impossível perto delas -.

''Se eu não falar com ela, ela vai entender que eu estou brava por que ela ficou com outra mulher... Seria melhor eu fingir que nada aconteceu, não?''

- Oi, né, Manuela. Fala mais com as pessoas não? - falei com uma falsa simpatia -

- Oi, Mariana. - disse grossa, mas sorrindo de um jeito tão falso que eu quase ri -

Sorri forçadamente e saí - fugi - do banheiro. Fui em direção a Dri e...

- Acredita que ela estava no banheiro? - comentei -

- Que merda. Esquece um pouco ela, amiga...

Tentei passar o resto da noite sem pensar nela e fugindo dela, mas foi dificil. Toda vez que eu a via, fugia sem ela nem notar minha presença. A noite passou muito lenta e, quando já estava quase amanhecendo, convenci a Dri e o Edu a irem embora.

Saímos da boate e avistei a Manuela sentada em um banquinho, nitidamente passando mal.

''Com certeza por causa de bebida.''

Não pude evitar, a preocupação falou mais alto que eu. Quando menos percebi, estava perguntando a amiga dela se ela estava bem... Conversamos um pouco, ela contou sobre o estado da Manu e eu não pude deixar de pensar o quanto ela era nova e irresponsável ainda... Porque beber tanto assim sabendo que ia dormir em casa?

''Que furada to me metendo!''

A Manu mostrou estar claramente com raiva de mim e eu mal sabia porquê. Preferia pensar que a bebida a deixava agressiva... Pensei sériamente em larga-la ali, mas não deu. Eu estava preocupadissima com ela. Não queria que ela passasse mal ou entrasse em problemas. E ela estava realmente muito mal!

A amiga dela disse que ia procurar a outra e nos deixou sozinhas. Ficamos num silêncio absoluto até ela quebrar...

- Pode sair se quiser. Não precisa fingir que se importa... - sua fala era totalmente embolada -



Agi por puro impulso na hora em que levantei sua cabeça pelo queixo suavemente e encarei aqueles olhos cor de mel - os mais lindos que eu já havia visto! e disse:

- Eu me importo com você, Manu...

De novo, troca de olhares intensos... Daquele que fez meu estomago embrulhar... Sensação única.

Mas a magia foi interrompida pelas amigas delas que voltaram com um lanche para ela, no qual ela devorou. Conversei um pouco com elas e elas pareciam totalmente perdidas, não sabiam o que fazer com ela nesse estado, já que, de acordo com a Manuela, elas não poderia aparecer com a Manuela naquele estado em nenhum lugar.

De duas opções, uma: Ou eu deixava elas virarem na rua até a Manuela melhorar e elas irem para casa dela, ou eu mesma cuidava da Manuela e problema resolvido!

Infelizmente, a minha preocupação com o estado dela foi tão grande que me fez escolher a segunda.

''É só me segurar.''

As meninas foram embora e a Manu olhou sem entender.

- Você vai dormir lá em casa. - expliquei -

Ela arregalhou os olhos, ia tentar falar alguma coisa, mas não conseguiu... Fomos de taxi e ela não parava de me encarar. Fingi que não era comigo, mas...

- Você é uma ridicula, sabia?

- Como? - a olhei espantada -

''Ela vai começar a me xingar?''

- É... Ridicula! Porque é tão indiferente comigo, ein?! - falou mais agressiva ainda -

Manuela bebada era no mínimo engraçada, mas totalmente agressiva e... sincera. Quando a olhei nos olhos, pude perceber certa mágoa neles.

- Não sou indiferente a você. - respondi virando a cabeça para janela, não queria encara-la, não podia! -

- Sei... - disse ironica -

Não falei mais nada. Chegamos lá em casa e, ela mal andava em linha reta, mas pelo menos me poupou de segura-la enquanto entravamos no prédio. Quando entramos no apartamento, a levei até meu quarto e...

Bom, fazia tempo que eu não cuidava de gente bêbada. Sabia que açucar melhorava, água e, principalmente, banho.

- Você precisa de um banho.

- É... Preciso... - concordou se deitando na cama - Puta merda, ta tudo rodando... Aonde eu to mesmo?

- Na minha casa.

- Ah sim... - começou a rir - Quero tomar banho! Quem vai me dar banho... Você?

- Consegue ficar em pé? - perguntei -

- Acho que sim... - falou se levantando toda torta - Mais ou menos...

- Então consegue tomar um banho sozinha. - falei refletindo isso -



- Ok... Só preciso de ajuda ao tirar minhas roupas... - disse andando toda torta em minha direção - Me ajuda?

- O-ok. - falei nervosa -

Ela deu um sorriso malicioso e levantou os braços... Tirei seu vestido rapidamente, queria me esquivar de qualquer contato com ela e não olhar muito para o corpo dela mas... Era inevitável. Ela tinha um corpo lindo, barriga lisinha, curvas lindas... Quase faleci ao ver. Tão nervosa fiquei, que nem percebi que fiquei paralisada...

- Mari? - Manu -

- O-oi... Er... Tava pensando em qual shampoo você vai usar.

''Que desculpa mais idiota!''

- Espero que seja de marca, né!

Ela começou a falar das marcas que queria para o shampoo dela enquanto eu a ajudava a ir para o banheiro. A coloquei debaixo do chuveiro e ela mesma tirou as partes íntimas toda torta... Acompanhei os movimentos paralisadas. Que corpo perfeito! Que curvas! Que menina linda!

Meu Deus... Que vontade de...

''Foco, Mariana! Foco! Desde quando você pensa essas safadezas?''

Confusa e atordoada, liguei o chuveiro sem nem olhar para ela e praticamente fugi dali. Precisava respirar!

Eu não podia cair nessa tentação de me aproveitar dela bebada... Mas... Só de olhar o corpo dela por mais de uma vez eu saberia que eu iria ficar fora de sério. Portanto, respirei fundo várias vezes e resolvi fazer um café para ela e um lanche... Não demorou muito e ela desligou o chuveiro, saindo de toalha amarrada, já parecia estar um pouco melhor... Um pouco...

- Mari? Cadê você?

- Aqui. - eu tava na cara dela, juro! -

- Ótimo... Preciso de roupas.

- Ok, vou pegar algo pra você.

Resolvi pegar um short preto de malha e uma blusa branca larga para ela dormir... Seria confortável e não a incomodaria muito.

- Consegue se trocar sozinha? - disse torcendo para uma resposta positiva -

- Consigo... Eu acho.

- Ok então.

Fui até a cozinha terminar de preparar o lanche dela e quando já voltei pro quarto, ela estava terminando de colocar a blusa, engoli em seco...

''Para de olhar pro corpo dela, pára, pára!''

- Te-tem lanche pra você na cozinha.

Ela fechou a cara.

- Por que você iria fazer lanche para mim? Aliás, porquê você tá cuidando de mim? - a voz dela ainda estava embreagada, mostrando que ela não havia melhorando tanto assim - Eu te odeio! - a raiva no olhar voltou -

- Você precisa comer... - ignorei tudo que ela falou, não queria discutir com ela e falar mais do que deveria -

- Você não ouve nada que eu falo, caralho?! - gritou -

A olhei espantada.

- Ouço sim, mas tem um lanche esperando você.

Ela pareceu se conformar e foi lanchar... Fiquei assistindo para ver se ela não fazia muita besteira e, ás vezes ela se embolava um pouco, mas conseguiu comer tranquilamente e beber o café inteiro. Ficou um tempo sentada, de cabeça baixa... Me preocupei.

- O que houve?

- Porque tá fazendo isso comigo?

- Isso o quê? - coloquei seus cabelos que estavam insistindo em cair no seu rosto por trás da sua orelha, ela acompanhou o movimento com o olhar -

- Isso...

Me afastei dela.

- Não sei do que você tá falando...

Estava ficando cada vez mais dificil resistir.

- Você sabe muito bem Mariana.

Ela se levantou e foi se aproximando de mim... Me olhando com uma intensidade fora do comum. De todos os olhares que trocamos, esse foi sem dúvida o seu mais intenso, que parecia dizer tanta coisa...

Fui me afastando para trás e ela se aproximando.

- Você sabe que isso é errado, Manu... - minhas ultimas tentativas de resistencia -

Quando percebi, minhas costas se encostaram na parede... Merda...

Quando percebi, minhas costas se encostaram na parede... Merda...

Ela já estava muito próxima de mim... Mordeu os lábios inferiores com sensualidade me olhou como um animal prestes a capturar sua presa...

- Não importa.

Disse antes de colar os lábios nos meus, que, completamente vencida, correspondi seu beijo, apertando seu corpo contra o meu...



Não, não correspondi porque estava sendo pressionada. Correspondi porque estava realmente com muita vontade, e essa vontade pareceu duplicar - ou melhor, triplicar! - quando a vi nua, exibindo aquele corpo perfeito...

Ela me beijava com a mesma vontade, aquela vontade que nós duas havíamos guardado faz tempo! Suas mãos apertavam meu corpo contra si, querendo nos fundir quase... Nossas bocas não se descolavam em nenhum momento. Sua boca era macia, doce e seu beijo sensível e quente...

Nos beijamos por minutos... Queria muito parar esse momento, esquecer o lá fora e ficar assim por tempo indeterminado, só eu e ela.

Me separei do beijo incontrolávelmente ao lembrar da palavra ''Lá fora.''

''Meu Deus... Beijei a filha da minha chefe!''

Um certo pânico surgiu.

- Que que houve? - perguntou como se tudo aquilo fosse certo -

- O que houve? - fiquei chocada com a pergunta dela - Isso é loucura! Você tá bebada, é filha da minha chefe, eu nem te conheço direito e...

- E isso não te impediu de me agarrar. - completou irônica -

- Oi?

- É... Isso não impediu que você se aproveitasse de mim bebada, me levasse pra sua casa e me agarrasse.

- Você tá brincando, né?

- Não. - deu um sorriso sarcastico -

''Já to começando a me lembrar o porquê que eu detestava essa garota...''

- Você pensa que é quem? A Megan Fox? - falei incrédula -

- Não sei, né... - ficou falando com aquela vozinha irônica que estava me tirando do sério - Mas pode admitir que você estava louca para me agarrar, vai.

Fiquei p* da vida e mandei toda a minha calma para os infernos e falei com um tom elevado de voz:

- Isso daqui foi um erro, tá bom? Algo de impulso, carência que eu fiz sem nem ter pensado em quem eu estava beijando! Para mim, isso não significou nada! - fui andando até o meu quarto e peguei umas roupas que eu não usava muito, voltei para a cozinha e joguei nela - Toma! Acho que você já não está tão bebada o suficiente e já pode voltar para casa, porque aqui você não vai mais ficar!

- Não queria ficar aqui mesmo... - deu de ombros - Cadê meu vestido que eu usei? Não quero vestir... - olhou para as minhas roupas com cara de desdém - Isso.

Bufei e fui até o quarto pegar o vestido dela. Ela segurou e...

- Licença, posso me trocar ou vai ficar me tarando também?

Arregalhei os olhos.

- Pirralha estupida! - disse totalmente furiosa e fui andando até o meu quarto -



Deixei ela se trocar na cozinha mesmo e ela foi embora sem ao menos se despedir. Ótimo! Não estava afim de olha-la mesmo... Tamanho ódio que eu estava sentindo por essa menina! Como que ela pode me beijar daquele jeito, dizer aquelas coisas e... Argh! Não importa!

''Isso que dá perder o controle da situação, Mariana...''



Capitulo 9 – Lose my mind

Manu

Acordei em casa com a cabeça explodindo... Olhei para o relógio e eram 6 da tarde.

''Ótimo, troquei o dia pela noite.''

Olhei envolta e eu estava... sozinha? Onde as meninas estavam? O que eu havia feito? Olhei no meu celular e haviam várias mensagens das meninas perguntando se eu tava bem, se a Mariana foi legal comigo e... Minha cabeça começou a doer insuportávelmente com a vinda de muitas lembranças. Mariana me levando para casa, eu a xingando de tudo quanto é nome, ela incansavelmente cuidando de mim e... Nosso beijo. Não consigo me lembrar como aconteceu, mas consigo me lembrar que ela se separou do beijo e, antes que ela começasse a dizer que aquilo era errado, eu morrendo de raiva e já quase sóbria graças aquele beijo perfeito, a provoquei, queria ver sangue nas veias dela e consegui... Ela ficou furiosa, irritada e confusa. Não sei porque eu fiz aquilo, mas talvez queria deixa-la confusa que nem eu, frustrada que nem eu... A indiferença dela simplesmente me matava.

Ao lembrar do nosso beijo de novo, inevitavelmente sorri... Coloquei as mãos nos lábios e parecia que eu ainda estava com o gosto dela... Doce e único. Naquele instante, queria que o mundo parasse por um momento para eu podê-la aproveitar mais... Porque sabia que não haveria e não poderia haver mais aquilo. A situação era trágica... Convivíamos quase todos os dias juntas e eu nem sabia mais como tudo iria ser. Ela fingindo que nada aconteceu, provavelmente. Nem se importando e nem ligando para isso, como ela sempre faz... Aí sim minha raiva subiu dela e eu me lembrei do que eu realmente sentia por ela: Eu simplesmente a odiava.

Mas mesmo assim, uma pergunta surgiu na minha cabeça: Porque ela havia cuidado de mim se ela não ligava para mim? Provavelmente para ganhar créditos comigo e consequentemente com a minha mãe, quem sabe... Não dava para saber o que a Mariana pensava... Simplesmente não dava e isso me irritava tanto mas tanto que me fazia odia-la mais e mais. Aliás, quantas vezes já disse que a odeio?

Resolvi levantar... Fui andando até a cozinha e, quando passei pelo escritório, dei de cara com a minha mãe, que havia deixado a porta aberta.

- As meninas não iam dormir aqui ontem, filha?

- Iam mãe... Mas acabaram indo para casa. - falei sem me explicar muito -

- Ah sim.

Fui até a cozinha e nem sei se tomaria café, almoçava ou jantava... Preferi fazer um lanchinho mesmo... Liguei para as meninas e fiz uma conferência: Bem mais prático!

- Antes que me perguntem: To viva!

- Não respondeu nossas mensagens porque? - Ju - Ficamos preocupadas, sabia?

- Trepou muito? - Babi foi direta ao ponto -

Nós três rimos.

- Não...

- Como assim, não rolou nada? - Ju -

- Err.... Nos beijamos...

Silêncio total na linha. Ju foi a primeira a quebrar gritando, seguida da Babi que gritou também.

- E aí? Como foi? - Ju -

- É! Como foi? Não rolou mais nada? Você já foi melhor ein, amiga. - Babi -

- Não rolou mais nada.

- Foi bom?

- Não lembro direito gente, eu tava muito bebada.

Preferi mandar essa desculpa para não ficar detalhando. Sempre detalhei tudo para as meninas mas, dessa vez, não estava muito afim.

- E como que não rolou mais nada? Nenhuma teve iniciativa? - Ju -

- Não, a gente brigou.

- Porque? - Babi -

- Porque a gente se odeia. - fui curta - Agora me contem como que foi ontem porque tá dificil de lembrar, ein.

Aí sim, as meninas começaram a me contar que eu havia ficado com uma mulher na pista de dança... A Daniela! Uma morena linda, com maior corpão que eu havia parado de beijar por causa da Mariana...

''O que essa mulher tá fazendo comigo?''

E além disso, eu não havia feito mais nada demais. Ufa.

Conversamos mais um pouco e depois eu desliguei o telefone, estava exausta... Bernardo me ligou logo em seguida e eu até havia esquecido que tinha namorado com todos esses problemas.

- Oi, Bê.

- Aonde você tava esse fim de semana, Manuela? Você sumiu e não me avisou nada!

- Eu fui dormir na casa da Babi, ela estava com uns problemas e demos força para ela... Voltei para casa só agora. - menti - Vem pra cá?

Eu queria ver o Bernardo, beijá-lo, sentir aqueles arrepios que ele me fazia sentir e esquecer de vez a Mariana.

- Agora? - disse meio sem vontade -

- É... Agora! To morrendo de saudade de você e quero me desculpar melhor. - falei maliciosa -

- Ok, daqui a pouco vou sair de casa, beijos.

Ri com a reação imediata dele. Desliguei o telefone e fui tomar um novo banho... Precisava me preparar para ele e esquecer a Mariana de vez. Não via a hora!



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Me arrumei toda me querendo e esperei ele chegar... Ele chegou arrumadinho, cheiroso, do jeito que eu gostava... Nos beijamos com entusiasmo... Quer dizer, ele me beijou com entusiasmo... Eu não senti nada e comecei a estranhar isso.

- Vamos lá para o quarto. - o chamei mecanicamente -

- Vamos... - sorriu maliciosamente -

Ele falou com a minha mãe, a comprimentou todo educadinho e fomos correndo para o quarto... Ele me beijava apressadamente, querendo tirar minha roupa, completamente excitado e eu... Nada. Tudo que ele estava fazendo, que antes eu amava, não me fazia sentir nada...

''To realmente ficando louca!''

Quando ele percebeu que eu estava estranha, parou.

- Tem algo de errado, Manu? - perguntou preocupado -

- Não to me sentindo muito bem... - menti - Podemos parar?

- Vai me deixar assim? - disse olhando para o seu membro já ereto -

Fiquei com peninha dele e resolvi mudar um pouco a situação.

- Não né... Bobinho. - fui me ajoelhando em frente a ele e abaixando a sua cueca - Eu disse que ia me desculpar, não disse?

- Um dia você me mata, Manu... - disse sorrindo, empurrando minha cabeça em direção ao seu penis -

Ok, 15 minutos de tortura psicologica até o Bernardo gozar. Isso não era brincadeira! Eu não estava sentindo n-a-d-a. Nenhuma excitação ao ouvir seus gemidos, nada. Eu não me reconhecia mais...



- Dorme aqui? - pedi - Preciso de você do meu lado...

- Não precisa pedir duas vezes, lindinha. Sei que você tá triste, mas vou respeitar seu tempo até você me contar.

Isso me fez sentir maravilhosamente bem... Bernardo não me pressionava, era atencioso e carinhoso. Deitamos na cama e ficamos namorando, vendo filmes... Foi um momento bom, muito bom. Mas faltava... algo.

''Preciso tirar a Mariana da minha cabeça, já!''

Tínhamos aula no dia seguinte então dormimos cedo... Tive um forte pesadelo que não me lembrei qual e fiquei me debatendo na cama... Fui acordada pelo Bernardo, que ficou ainda mais preocupado.

- Manuela, o que tá acontecendo? - disse sério -

- Eu... Eu... - eu realmente não sabia explicar - Não sei.

- Tudo bem... - ficou fazendo carinho no meu cabelo - Foi só um pesadelo. Vamos voltar a dormir...

- Sim...

Me deu um beijo carinhoso e eu caí no sono deitada em seu peitoral.

Acordamos e o dia na faculdade foi a mesma chatisse de sempre. As meninas ficaram me fazendo questionamento sobre a Mariana e eu não estava nenhum pouco afim de falar dela... Me sentia super incomoda e também ainda não estava preparada para vê-la hoje. Bernardo almoçou comigo... Diante dessa minha confusão toda, resolvi me aproximar um pouco mais dele, queria provrar para mim mesma de que é dele quem eu realmente gosto e quero ficar.

Eram quase 3 horas e eu cheguei no trabalho... Resolvi levar o Bernardo junto para mostrar para a Mariana que eu não ligava pros acontecimentos da última noite e que se ela quisesse bancar a indiferente, eu também iria bancar. Dei um beijo na minha mãe e entrei na minha sala.

- Essa é a minha sala, Bê.

- Bonita... - ele olhou para a Mariana e foi bancar o educado - Essa é a sua auxiliadora?

Mariana, que até então não havia nem olhado para a minha cara, levantou o olhar e o encarou.

- É. - fechei a cara -

- Prazer, Bernardo. - foi até a mesa dela apertar a mão dela -

- Prazer, Mariana. - sorriu -

Percebi uma certa falsidade no seu sorriso, mas não comentei.

Sentei na minha mesa e ele ficou do meu lado... Percebi que ele não queria ficar muito ali, mas queria estar presente e junto comigo...

A presença da Mariana me incomodava, e a sua diferença típica mais ainda. Ela nem ousava em olhar para minha cara e, desde que descobriu o grande esquema de preparar meus trabalhos no computador, quase não falava comigo mais, nem sobre assuntos profissionais, só quando eu tinha dúvida.

''Vou fazer logo esses relatórios e ficar um pouco junto com o Bernardo, que é quem realmente merece minha atenção e preocupação!''

Quando abri o que ela havia preparado para mim, fiquei indignada! Ela havia me atolado de trabalhos, era uma quantidade absurda, praticamente impossivel de ser feita um dia.

- Mariana... - primeira vez que eu a chamo -

- Fala.

- Acho que você colocou as tarefas de outra pessoa no meu computador.

- Não... São suas mesmo.

- Como assim? - falei indignada - Você tá brincando, né?

- Nem tem tanto trabalho para fazer aí, menina... Deixa de ser preguiçosa. - falou de uma forma grossa que me irritou -

- Quem você pensa que é? - levantei da cadeira e o Bernardo me segurou -

- Amor, calma... - ele disse -

Respirei fundo.

- Bê, tem como você ir embora? O clima tá meio pesado e eu preciso conversar com a Mari. - falei o mais gentil possível -

Sabia que ele não ia ficar chateado com isso, já que ele não queria mesmo ficar, só estava esperando eu expulsa-lo.

- Tem certeza que quer que eu saia? - falou por educação -

- Absoluta. - o dei um selinho -

Ele se despediu de mim, da Mariana e foi embora. Quando a porta se fechou, encarei a Mariana quase a fuzilando.

''Quem ela pensa que é pra me encher de relatórios desse jeito? É raivinha do modo que eu a tratei?''

- Me explica essas tarefas que você me passou. - falei tentando parecer o mais calma possível -

- Não tem o que explicar, Manuela. Tá na hora de você dar um passo no seu trabalho... Eu estava pegando leve demais com você... Essa hora ia chegar um dia ou outro.

- Fala sério, Mariana... Você acha que eu sou burra? É óbvio que você me atolou de relatórios por raiva de mim.

- Por que eu estaria com raiva de você?

Ela me olhou e, quando aqueles olhos azuis se alojaram sobre mim, inevitavelmente me arrepiei e até me embolei um pouco com as falas.

- Por que... Por que... Por que... Ah, você sabe!

- Não! Não sei. - disse mais séria - Você é tão irresponsável e criança, Manuela! Não pode fazer uma listinha de relatórios?

- Quem você pensa que é pra falar assim de mim? Pelo menos eu não fico me aproveitando de pessoas bêbadas e...

Ela me interrompeu.

- Ora, quem te vê falando assim, nem percebe que é aquela menina que ficou se jogando para cima de mim esses dias. - sorriu ironica, justamente daquele jeito que eu detesto -

Arregalhei os olhos, surpresa.

- Eu... Eu me jogando pra cima de você? - ri - Eu tenho namorado, minha querida! Não o viu não?

- Que dá muita conta do recado, pelo visto. - falou mais ironica ainda -

Fiquei vermelha de ódio! Fui andando em direção a ela, pronta para calar a boca dela com palavras duras...

- Que que você vai fazer, Manuela? Me bater? - o sorriso ironico não saía - Tanta raiva por causa de simples relatórios? - parecia se divertir com a minha irritação -

- Você é uma idiota. Fez isso porque tá com raiva de mim, pelo que aconteceu sábado.

- O que aconteceu sábado não significou nada para mim, e nem para você. Foi um deslize, um ato de carência.



Nossos corpos estavam próximos, seus lábios estavam entreabertos... Não consegui me conter...

- A culpa toda dessa loucura é sua, Mariana.

- Que loucura? - se fez de desentendida -

- Dessa... - falei antes de colar meus lábios nos seus -

Ela não hesitou... Me beijou com vontade. Eu que havia pensado que o beijo dela não poderia ser melhor, me enganei... Conseguiu ser mais perfeito ainda que o outro. Suas se perdiam no meu cabelo, ás vezes o puxando, me causando arrepios e sensações que eu nunca havia sentido antes...

Ela foi me levando até a mesa sem desgrudar do nosso beijo e eu me sentei nela, a enfiando no meio das minhas pernas... Suas mãos começaram a ousar e passar pelas minhas pernas, arranhando levemente, me causando constantes arrepios... Deslizei minhas mãos por baixo da sua blusa, arranhando levemente suas costas e foi a vez dela se arrepiar e apertar meu corpo contra o dela, mordi seu lábio com força para conter o tesão e ela deu um gemido baixinho de dor misturado com prazer... Só nos separamos desse beijo alucinante por falta de ar...

Fiquei mordendo seus lábios levemente, enquanto puxava seus cabelos com uma mão e arranhava suas costas com a outra... Percebi arrepios constantes vindos de seu corpo...

- Isso... - a beijei - tudo é culpa... - beijei de novo, encerrando o beijo com várias mordidinhas em seus lábios, que a deixaram alucinada - sua.

- E porque é? - sua voz era lotada de sensualidade -

- Porque sim.

Falei antes de beija-la com mais intensidade ainda... Ela correspondeu... Era a primeira vez que eu via a Mariana totalmente entregue, louca de desejo... Extremamente deliciosa.

Quando eu ia ousar mais ainda meus toques, ouvimos batidas na porta.

- Filha! Trouxe lanche pra você! - mamãe -

Capitulo 10 - A little piece of hell

Mari.

Vocês não deviam fazer a mínima idéia do tamanho da raiva que eu estava da Manuela pelas coisas que ela me falou lá em casa, né?! Fiquei o domingo todo remoendo os pensamentos, e por mais que tentasse me distrair saindo com o Edu e com a Dri, vi que não seria muito útil.

- Essa menina tá deixando você descontralada. - Edu - Te levou pro arco-íris, deixa você estressada assim...

- Pois é! Ela não sabe com quem tá se metendo... - falei brava - Vou me vingar.

- Pra que isso? - Dri - Ela tá querendo é isso, te provocar... Você tá caindo na corda dela.

- Não importa! - falei com raiva -

A segunda-feira chegou lenta... Cheguei no trabalho um pouquinho mais cedo e preparei uma lista de relatórios pesadissima para a Manuela... Saberia que ela não iria esperar tanto isso.

Aliás, sabia que eu estava agindo que nem uma criança... E por isso mesmo eu não estava me reconhecendo... Manu me deixava sem controle!

Quando ela chegou, ainda teve coragem de trazer o namoradinho dela. Um menino muito bonito, diga-se de passagem... Mas quem disse que me importei com isso na hora? Quando eles trocaram um selinho na minha frente, engoli seco. Só não fiquei com tanta raiva ao ver aquela cena porque já havia visto pior no sábado.

O menino foi educado e falou comigo, enquanto ela nem olhou para a minha cara... Ele pareceu perceber o clima ruim, mas não comentou e nem deixou muito na cara seu desconforto. Quando a Manuela foi ligar o computador, já estava me deliciando sozinha em imaginar a sua reação... E foi melhor do que eu pensava. Ficou revoltada, me xingou, expulsou o namorado da sala, brigou comigo, gritou e... Me beijou. E a idiota aqui correspondeu. É, podem me matar... Mas não consigo explicar o que acontece. Parece que eu perco todo o fio de razão que eu tenho quando estou perto dela...

Nosso beijo foi sem controle... Ela me provocava, fazia carícias que me faziam esquecer o mundo ao redor... Só nos separamos daquele paraíso - ou seria inferno? - momentâneo quando ouvimos a voz da sua mãe:

- Filha! Trouxe lanche pra você!

Gelei. Era minha chefe! Me separei dela rapidamente, e ela pulou da mesa com pressa... Ajeitamos nossas roupas, nossos cabelos com uma rapidez impressionante e ela foi abrir a porta.

- Manuela! Você tá de batom borrado... - falei antes dela abrir -

- Ih é! Merda... E agora?

- Vai no banheiro que eu enrolo sua mãe. - falei a primeira coisa que eu pensei -

Ela foi no banheiro que tinha na salinha e eu abri a porta para sua mãe.

- Oi, Mariana... - disse gentil - Trouxe lanche pra vocês duas. Cadê a Manuela?

Aline estava me tratando muito melhor desde que comecei a trabalhar com a sua filha e isso me agradava muito!

- Tá no banheiro... - falei o máximo gentil possível e disfarcei meu nervosismo - Eu entrego pra ela. - peguei os lanches -

- Ok... Bom trabalho.

Ela saiu e eu fechei a porta... Manuela entrou e:

- O que ela queria?

Apontei com o olho para os lanches na minha mão como resposta.

- Ah sim...

Ficamos em um silêncio absoluto... Eu estava mais uma vez perdida e confusa. Voltei a me sentar na mesa e mexer no computador, porque confusa ou não, eu tinha que terminar milhões de relatórios e ela também. O problema é que eu estava tão abatida com o acontecimento anterior que fiquei mexendo no mouse mecanicamente.



Manuela me olhou indignada.

- Você é uma imbecil mesmo! - me xingou -

''Meu Deus, porque ela ama tanto me xingar?''

''Meu Deus, porque ela ama tanto me xingar?''

A olhei sem entender.

- Me passa um bilhão de relatórios, me agarra em um ambiente de trabalho e depois senta na mesa, como se nada tivesse acontecido! - falou revoltada - Qual é o seu problema?

Não aguentei... Ela era muito engraçada revoltada. Manu sem dúvidas era uma menina muito estourada.

- Qual o meu - frizei o ''meu'' - problema? Não sou eu que estou com problemas aqui.

- Acha divertido ficar me agarrando e fingindo que nada aconteceu?

Fiquei séria. Ela querendo se fingir de vítima me irritava.

- Você acha que eu to curtindo tudo isso? Se toca, menina!

- Eu não sou lésbica... - falou num fio de voz -

- E você acha que eu sou? - me virei a ela - Você não entende que isso tudo que tá acontecendo é algo completamente sem nexo?

Ela respirou fundo.

- Vou pedir pra mudar de sala. Não aguento mais ficar perto de você...

Não sei porque, fiquei mal em pensar em não te-la mais do meu lado todos os dias, mas... Sabia que era o melhor a se fazer.

- Faça como quiser. - respondi -



Ela já ia sair da sala, provavelmente para conversar com a mãe dela, mas...

- Você tem relatórios para fazer e o prazo não passa de hoje. Não se esquece. - falei -

Ela me fitou com ódio.

- Idiota!

Saiu da sala e eu fiquei ali pensando naquela loucura toda...

Eu, que sempre fui controlada, perdendo a razão e discutindo com uma criança. Sim, uma criança! Manuela não pode ser considerada uma adulta... Ela era irresponsável, completamente infantil e fora de controle... Como explicar tudo isso que está acontecendo? Impossível...

Depois de uns trinta minutos, ela voltou para sala. O clima era o pior possível, tanto que ela nem tirou dúvidas comigo...

Fiz tudo que eu precisava correndo e saí dali correndo também. Fui direto para a casa do Edu, que era a casa mais perto e eu precisava de alguém para conversar...

- Menina! Que cara é essa? - me olhou preocupado -

Inevitavelmente, meu olhar começou a se encher de lágrimas...

- Ai, meu amor! - falou com voz melosa - Não fica assim... - veio me abraçar - Vem, entra... - abriu mais a porta -

Entramos no apartamento... Me joguei em seu sofá..

- Não aguento mais, Du! - falei abraçando a almofada -

- Que que ela fez dessa vez?

- Tudo! Nos beijamos demais... Mas dessa vez muito mais intenso, muito mais vivo... Ela sóbria... - suspirei - Não aguento mais isso.

- É amiga... Que furada. Você precisa se afastar dela...

- E perder meu emprego?

- Não é isso... Mas passe a trata-la com indiferença.

- Eu tento, juro que tento... - suspirei - Mas não dá. Ela vem com aquele charme hipnotizante dela e...

Percebi que estava me empolgando e parei.

- É fofinha, você tá apaixonada.

- Como? - me levantei - É óbvio que não... Eu só... - parei para pensar - Estou perdendo o controle das coisas.

- Perder controle é pouco meu amor, isso tá virando bagunça. Sim, deve ser dificil resistir... Até eu que sou bicha louca sei que as curvas daquela menina são uma caminho da perdição, mas mesmo assim você tem que se controlar. Começa a evitar as investidas dela, evitar discutir com ela... Isso tá virando doentio, mi amore.

- Eu sei que tá... Mas... - meus olhos se encheram de novo - Eu não aguento mais isso...

- Own amiga, vem cá... - me abraçou de novo - Desabafa tudo...

Pronto, comecei a chorar que nem bebê no colo dele. Aquilo não era exagero... Eu estava em uma situação na qual eu não estava conseguindo ter mais controle nenhum, muito menos das minhas ações... Me sentia uma criancinha, uma criança perdida.



Resolvi dormir na casa do Edu... Só passei em casa para buscar minhas roupas e depois voltei para lá. Eu realmente precisava de alguns conselhos...

Ironico, geralmente sou sempre eu que dou conselho ao Edu e a Dri, para eles se controlare, e agora os papéis inverteram...

- Relaxa, mi amore... Você vai esquecer essa fedelhinha mais rápido que você pensa... É só uma atraçãozinha que vai passar...

Torci para que as palavras dele fossem verdade e dormi recebendo cafuné. Desejei que o dia seguinte demorasse para chegar... Assim eu não iria encarar a Manuela.

Mas, como nem todo desejo dá certo, terça-feira chegou cedo. Saí da casa do Edu com o coração na mão e fui direto para o trabalho... Recebi uma ligação do Igor, na qual não respondi... Do Ricardo também, na qual não respondi... Não estava nenhum pouco afim de falar com nenhum deles. E, uma boa notícia, foi que eu não senti nada ao ver a ligação do Ricardo...

''Sinais de que o esqueci!'' Pensei feliz.

Mas logo a felicidade do pensamento se desfez ao eu relacionar os meus acontecimentos recentes com o fato de esquece-lo. Provavelmente o esqueci porque perdi muito tempo pensando na.... Argh! Em ninguém.



Pensando nela, adivinhem em quem chega pontual? Isso, ela mesma. Acompanhada de novo com o namorado e toda sorridente... Foi só ela me ver que o sorriso morreu. Dessa vez, o menino não ficou para vê-la trabalhando... Apenas me cumprimentou, se despediram com um beijo que pareceu ter durado séculos para mim... Fiquei incomodada ao ver aquela cena. Quando ele foi embora, ela se sentou na cadeira e...

- Não me atolou de trabalho hoje não, né?

''Não, mas queria!''

- Não. - só respondi isso -

- Ah bem...

Tentei me segurar, mas foi mais forte que eu... E de novo, joguei para o alto os conselhos do Edu.

- Ambiente de trabalho não é lugar para trazer namorados, Manuela. - tentei ser o mais séria possível -

Capitulo 10 - Are we human, or are we dancers?

Manu



Depois do nosso beijo, que havia sido o melhor da minha vida, eu e a Mariana discutimos de novo... Eu que puxei a discussão, de novo também. Mas eu não conseguia suportar! Ela não demonstrava nenhuma reação sobre aquilo tudo, parecia que realmente não importava. Me dava um beijo daqueles e fingia que nada aconteceu? Não podia... Comigo a banda não tocava assim.

Após a discussão, saí em direção a sala da minha mãe, pronta para pedir de novo para que ela tirasse a Mariana da minha sala, mas minha mãe não estava. Respirei fundo e deixei essa idéia para lá... Fiquei um pouco na sala dela, pensando nos acontecimentos e me acalmando. Dessa eu vez eu precisava me controlar... Não podia mais mostrar que me importava tanto. Estava me expondo demais para uma pessoa que não dava a mínima...

Pensar nisso me deixou mal. Eu estava me importando demais com a Mariana e ela nem aí para mim, sempre indiferente... Respirei fundo e pensei em por um ponto final nisso. E tinha que ser para já!

Voltei para a sala como se nada tivesse acontecido e fiz os milhões de relatórios que essa filha de uma vaca deixou para mim. Foram tantos que eu fui uma das últimas a sair daquela empresa e até minha mãe teve que ficar me esperando para irmos. Que situação! Xinguei a Mariana mentalmente a cada relatório que eu completava...

Fui embora cansadérrima e não queria falar com ninguém, estava abalada emocionalmente e confusa... Precisa ficar sozinha. Cheguei em casa, vi TV por uma hora para tentar me distrair e, depois de muito tempo rolando na cama por causa das lembranças do meu beijo com a Mariana, peguei no sono.

A aula no dia seguinte foi uma tortura para mim... Eu não parava de ficar pensando na Mariana e isso me fez não prestar atenção em nada da aula.

''Isso tá ficando doentio!''

As meninas repararam meu comportamento, mas não comentaram nada e nem pegaram muito no meu pé. Elas realmente me conheciam bem e sabiam que eu não estava para conversa.

Não entendia o porque de pensar tanto na Mariana... Medo dela contar um dia para minha mãe, talvez. Não sabia o certo... Mas o nome dela estava tão frenquente nos meus pensamentos que eu desisti de parar de ficar pensando nela. Depois da aula, almocei com o Bernardo...

Com esses acontecimentos todos, resolvi voltar a me reaproximar dele. Eu precisava... Quer dizer, eu gostava dele, então queria o máximo de tempo possível com ele. E é claro, ele não me decepcionou... Sempre atencioso, gentil... Um perfeito am... Namorado.



Cheguei no trabalho e ele não iria ficar mais ali dessa vez. Coitado, deve ter se traumatizado da outra vez, haha. Cumprimentou a Mariana e me deu um beijo rápido antes de sair. Quando ele foi embora, me diverti com a cara de bunda que a Mariana fez... Não sei se o motivo foi o meu beijo com o Bernardo - acho dificil -, mas foi o bastante para eu irrita-la um pouco:

- Não me atolou de trabalho hoje não, né? - disse me sentando na cadeira -

- Não. - foi bem grossa -

- Ah bem... - sorri satisfeita -

Já estava ligando o computador, quando a Manuela solta a frase que tanto me surpreendeu e quase me fez soltar gargalhadas:

- Ambiente de trabalho não é lugar para trazer namorados, Manuela. - fingiu seriedade -

A olhei e ela desviou o olhar, virando-se para o computador.

- Isso é uma brincadeira, não é? - falei ainda segurando as gargalhadas -

- Não. - grossa de novo -

Não me segurei e ri...

- Qual é a graça? - perguntou sem entender -

- Você.

Ela revirou os olhos e não falou nada... Mas eu tinha que dar o troco para o comentário abusado dela.

- Bernardo não é qualquer namorado, é um menino direito e super querido por mim e pela minha mãe, e já que é a minha mãe que manda aqui e não você.......

Dei uma risada no final. Ela ficou sem palavras, percebi isso... E continuou em silêncio, como não se importasse. Mas sim, percebi que ela digitava no teclado com muita força!

''Será que ela ficou com ciúme de mim ou do Bernardo?''

Já ia lançar outra provocação, mas resolvi ficar na minha quando me toquei que eu poderia fazer coisas sem pensar, de novo.



Consegui me segurar o dia todo, e o restante da semana também... Eu e a Mariana mal nos falavamos e o jeito que ela lidava como se nada tivesse acontecido me irritava.

- Vaca! - resmunguei baixinho sem que ela ouvisse, enquanto fazíamos nossos trabalhos na quinta -

A sexta-feira chegou linda e maravilhosa... Passei o dia todo ignorando a Mariana e fiquei feliz com o meu desempenho. Se ela queria ser indiferente, eu seria também, oras! Minha alegria durou pouco quando...

- Filha, amanhã temos uma festa de empresa para mim!

- Temos? É só você que vai nessas festas, mãe.

- Não mais agora que você trabalha comigo.

- Hm... E quem vai?

- Alguns sócios... - falou sem muita importância -

''Eba! Ela não vai...''

- Ah, chamei a Mariana também. - completou -

Broxei da minha alegria.

''Merda.''

Nem contestei minha mãe... Estava chegando o dia de eu ganhar meu carrinho lindo e eu não queria vacilar.

- Posso levar o Bernardo?

- O número de pessoas é contada, mon amour. Deixa para a próxima.

Ótimo. Eu estava na merda. Passei a semana toda evitando a Mariana, lutando contra minha vontade de xinga-la e ainda teria mais uma noite e madrugada inteira de sábado pela frente.

Fomos para a casa e eu chamei as meninas para lá, para ficarmos bebendo vinho e conversando. Minha mãe era bem liberal quanto a isso e, já que nosso apartamento era bem grande e meu quarto ficava distante do dela, ela liberava as minhas sociais com as meninas sem problemas.

Elas chegaram umas 10 horas e ficamos lá no quarto, falando sobre algumas bobagens e bebendo... Eu não queria falar da Mariana, precisava me distrair e as meninas se encarregaram disso. Acabei ficando alegrinha o bastante para querer falar:

- Peguei a Mariana de novo, gente...

- Quando? - elas falaram juntas e espantadas -

- Segunda.

- Oh My... - Babi -

- E sábado minha mãe quer me arrastar para uma festa da empresa e ela vai estar lá.

- Vai dar ruim.. - Ju -

- Não vai! To cansada de ficar me expondo demais para uma pessoa que não liga para mim, que não se importa, que não dá a minima e...

Percebi que estava falando demais e elas me observavam atentamente, provavelmente querendo que eu soltasse mais do que devia.

- ... E nada. - continuei - Vamos beber e esquecer isso.

Elas não tocaram mais no assunto e bebemos bastante até pegarmos no sono que o vinho nos proporcionou.

O sábado chegou, eu e as meninas acordamos 14hrs e fomos no shopping comprar meu vestido para a festinha de noite. Elas sempre me ajudavam e dessa vez não ia ser diferente. Rodeamos o shopping todo... Eu era bem exigente e todos os vestidos que me agradavam, eu já os tinha. Achei meu vestido ideal pela volta das 18hrs e cada uma foi para sua respectiva casa. Quando eu cheguei, minha mãe já fez interrogatório?

- Comprou o vestido, filha?

- Sim! Você vai amar...

- Qual é a cor dessa vez?

- Vermelho.

- Não tá curto que nem os que você usa para ir para boate, né? É uma festa de sócios, filha...

- Relaxa mãe, o cumprimento tá ideal. - limitei a falar isso -

Fui andando até o quarto e olhei para o meu celular... 2 chamadas do Bernardo. O liguei no mesmo momento.

- Oi, Bê. Me ligou?

- Liguei sim Manu, tava querendo te ver hoje.

''Putz! Não o avisei...''

Esse lance de namorada atenciosa não estava dando muito certo comigo. Mas eu tentava, juro!

- Putz, esqueci de te contar...

- O quê?

- Minha mãe me avisou ontem que tenho uma festa da empresa. Tentei até pedir para você ir, mas a lista é contada.

Ele suspirou.

- Tudo bem, né.... Sabe quem eu vi na rua hoje? - mudou o assunto -

- Quem?

- Mariana.

''Incrivel, essa mulher me persegue em todo lugar... Até da boca do meu namorado tá saindo.''

- Ah é? Aonde? - perguntei disfarçando a curiosidade -



- Na rua com um cara. Não a cumprimentei porque ela estava muito longe. E também poderia estar interrompendendo alguma coisa né. - riu -

Meu sangue ferveu.

''Cara? Que cara? Será que era aquele homem que ela ficou se agarrando da outra vez? Argh... Ela é uma vaca mesmo!''

- Que cara? - fui mais curiosa que o normal e nem sei se disfarcei a raiva na minha voz -

- Não sei, não conheço.

- Hm... Olha só, vou desligar. Mais tarde te ligo, beijo.

- Mas...

Desliguei na cara dele e joguei o telefone para a cama.

''Quem será esse sujeitinho? O namoradinho dela? Será que ela namora? Sei tão pouco dela e fico assim pensando nela... Quer saber? Foda-se, melhor eu me preocupar como eu vou hoje do que com ela.''

A maior questão era: Será que eu iria aguentar a minha tentação de querer esgana-la durante uma noite inteira?

Capitulo 11 - Hard to resist

Mari

Os dias se passaram e eu e a Manuela não nos falávamos. Isso foi ótimo para mim, porque eu poderia ter um espaço para pensar e me controlaria melhor fingindo que a presença dela não me afetava. É, fingindo...

Sábado teria a grande festa organizada pelos sócios da empresa que a minha chefa estava me insistindo para ir. Na verdade, não estava nenhum pouco afim, mas resolvi ir para agrada-la. Afinal, não queria que ela mudasse o jeito que estava me tratando... Eu estava adorando! E se bem que ir para uma festa com os sócios da empresa não seria nada mal... Poderia conhecer muita gente importante e começar a ampliar meu número de contatos... Era uma oportunidade única, eu sabia disso.

À tarde fui comprar com o Edu o vestido que eu ia usar e...

- Olha aquele gato ali, Mari! - ele falou se abanando -

Parei para observar e era o namorado da Manu.

- Ah, é o namorado da Manuela... - falei indiferente - Muito bonito mesmo.

- Bonito? Esse menino é um pedaço de mal caminho! - o olhou descaradamente - Essa menina pode tudo, ein.

Revirei os olhos.

- Deve poder...

Compramos o meu vestido e eu fui para minha casa... Fiquei vendo TV, vendo uns relatórios que eu iria deixar para a fedelhinha na segunda-feira e esperei o tempo passar para começar a me arrumar. Me arrumei sem pressa, mas também não lerdei muito... Havia combinado um horário certo com a chefinha e eu tinha que estar pontual. Coloquei o meu vestido preto, nada muito chamativo mas elegante... Passei uma maquiagem leve, só me empolguei na hora de passar o lapis... Gostava de realçar bastante os meus olhos azuis que são a unica parte do meu corpo que realmente me agradam.

Umas 11:30h da noite saí de casa e fui para o lugar onde seria a festa.

Quando saí do casa, quase faleci com o local! Meu Deus, como eu era pobre... Se tratava de um casarão, mega luxuoso e que quase parecia um castelo... Entrei meio tímida, por que não conhecia muita gente... Avistei homens de terno, a maioria mais velhos e mulheres que aparentavam ter uns 30 anos, o que me tornava meio nova para o ambiente. Era tudo muito elegante... A música que tocava não era aquelas de boates, e sim apenas uma musiquinha de fundo, não tão altas e nem tão baixas, possíveis de se escutar mas permitiam as pessoas de conversarem.

''Nossa... Quanto luxo!''

Era a única coisa que eu pensava.

Fiquei andando pelo local para conhecer durante uns 5 minutos, quando sinto uma mão no meu ombro.

- Que bom que veio, Mariana!

Me virei e era a minha chefe.

- Oi, dona Aline... - falei simpática - Te prometi que ia vir, não é?

- Sempre competente. - falou orgulhosa - Espera que eu vou chamar a Manuela para você não ficar sozinha nessa festa de velhos...

''Oi?''

Ela saiu para buscar a filha e, antes que eu pensasse em fugir dali, ela apareceu em menos de 5 segundos com a Manuela.

Nossa! Sabe aquele momento que você parece que não acredita no que está vendo? Ela estava simplesmente... Sem palavras. Com um vestido vermelho, com as costas abertas, deixando à mostra sua costela e uma tatuagem, que não sei se consegui ler direito, mas parecia ser um poema escrito em letras pequenas na sua costela... Parecia um pouco com a tatuagem da Megan Fox, mas em letras menores. Usava um batom vermelho também, seus cabelos estavam jogados para trás... Nunca havia visto essa menina tão... Avassaladora desse jeito!

Não sei em quanto tempo fiquei nesse transe, mas o bastante para perceber que nossa chefe havia nos deixado lá sozinhas.



- Parece que agora só sou eu e você. - falei sem graça -

- Pois é... - falou meio sem graça também - Que merda. - cochichou -

- Oi? - eu não havia ouvido direito -

- Nada não. - sorriu - Só tem velho nessa festa... - falou observando -

- Pois é... Somos as únicas jovens daqui.

Estranho... Eu e ela conversando como pessoas normais e não brigando. Algo estava errado. Mas resolvi me deixar levar.

- Vou pegar algo pra beber, quer?

- Um vinho tá bom.

- Tudo bem...

Fui lá pegar as nossas bebidas e ela ficou parada no mesmo lugar. Até entendia porque... Não tinha para onde ela ir mesmo. Éramos nossas únicas salvações.

Resolvemos sentar numa mesa e estávamos até que conversando normalmente bastante tempo, quando meu telefone toca... Era o Edu.

- Fala, meu amor!

- Oi minha linda! - falou todo animado - Já tá na festa dos riquenhos?

- To sim... Me ligou pra quê? Passou o dia todo comigo e já tá com saudade?

- Nada... Só quero que você tome juízo, ein. Vou desligar porque to saindo de casa também, Drica mandou um beijo e agora vai o meu: Beijo!

- Beijos! - desliguei rindo -

Edu era sempre assim... Preocupado, atencioso... Dri idem. Amigos perfeitos que eu tinha, né?

Quando olhei para a Manuela, ela estava com a cara mais puta da vida do universo.

- Que que houve?

- Vou sair daqui. - disse séria, pegando a bolsa e se levantando -

A olhei sem entender. Ela foi até o banheiro rapidamente, em passos duros.

Resolvi não segui-la... Ainda restava um pouquinho de conciencia dentro da minha mente completamente insana e seduzida por aquela menina. Ela voltou e foi até lá fora, sem nem olhar para minha cara.

''Gente, essa menina é maluca...''

Fiquei lá pela festa e por sorte minha, minha chefa me encontrou e começou a me apresentar bando de homens... Grandes empresários, que inicialmente, pareciam querer mais me devorar com o olhar do que conversar sobre trabalho... Mas depois os assuntos foram fluindo e conversamos bastante. Gastamos bastante tempo falando sobre a promoção das revistas, competição, etc, quando eu avisto a Manuela entrando no salão de novo e me olhando com cara de pouquissimos amigos... Ela foi no bar pedir algo para beber e não me aguentei:

- Vocês me dão licença, rapidinho? - falei sorrindo -

- Claro...

Fui andando até a direção da Manuela e falei por trás dela.

- Não devia estar bebendo tanto assim.

Ela tomou um susto por causa da minha aparição repentina...

- O que eu faço ou deixo de fazer, não te interessa.

Começou a voltar a pontinha de ódio que eu sentia por aquela menina. Pedi uma menina e fiquei do seu lado, falando discretamente, roçando o lábio inferior no copo e olhando o movimento da festa:

- Não vai querer ficar bebada por aí para alguém cuidar de você de novo, não é?

Ela ignorou o que eu disse, falando:

- Parece que aqueles caras gostaram de você. - falou fingindo estar sorrindo e olhando ao redor -

- Não fazem meu tipo.

- Ah é? E qual é o seu tipo? Seu namorado não dá conta do recado?

''Namorado?''

- Não tenho tipo. Porque a curiosidade? - ignorei a última pergunta propositalmente -

- Nada... Uma mulher com pretendentes tão interessantes deveria ser no mínimo exigente... - a ironia da sua voz não saía por um minuto -

- Que pretendentes? - entrei no joguinho -

- Esses velhos caquéticos... As pessoas envolta... Está cheio deles, Mariana.

Finalmente a olhei e me arrependi de ter feito isso porque, dessa vez, me descontrolei totalmente. Perdi a noção ao olhar aquela menina completamente sedutora e linda do meu lado... Sua costas nuas, sua tatuagem na costela também nua...

- E você é um deles? - parecia que eu sentia faísca saindo dos meus olhos -



Ela me olhou, parecendo sem resposta... Não teve tempo de responder, porque sua mãe nos abordou.

- Estão se divertindo, meninas?

Me despertei do transe em que havia acabado de entrar. Eu iria responder que ''sim'', mas Manuela me interferiu:

- Não, mãe... Essa festa está um saco. Bando de velhos... Nunca mais me traga aqui.

- Todos acharam vocês lindas. - ignorou o protesto da filha -

Manuela deu os ombros, como se já estivesse acostumadas com elogios... Metida demais! Avisou que ia lá fora ligar para o Bernardo - provavelmente seria o namorado - e assim foi.

- Agradece a eles. - falei simpatica -

- Agradecerei... Vem que eu vou te apresentar para outros empresários!

Conheci uns 5 empresários de diferentes empresas de publicdade... Conversei com eles por bastante tempo também e estes não me olharam de forma indiscreta. Eram bem simpáticos por sinal... E tinham cara de mais novos e era realmente tão simpaticos que o assunto fluiu muito mais do que com os outros. Uma hora eu avistava a Manuela conversando com alguém indiferente... Nossos olhares sempre se cruzavam, mas ela insistia em desviar... Não entendia até agora o motivo da raiva dela por mim.

Depois de um momento, pedi para ir no banheiro... Para arrumar o cabelo, me olhar um pouco... Enfim, coisas de mulher!

Entrei no lá e fiquei arrumando meu cabelo... Resolvi prendê-los em um coque frouxo feito a mão, por que lá fora estava um tanto quanto calor... Ouvi um barulho da porta se fechar e nem liguei, deduzi que era culpa do vento... Quando que, como num reflexo, eu vejo a Manuela parada e encostada na parede, me olhando no reflexo do espelho.

Me virei para ela automaticamente.

- Manue...

- Cala a boca! - interrompeu minha fala me encostando na pia e me beijando de forma louca -

Capitulo 12 - Campo magnético

Manu



Ver a Mariana tão linda e simpática daquele jeito conseguiu derrubar 90% das barreiras que eu havia construído contra ela... Eu não tinha muitas explicações para isso, simplesmente acontecia. Quase faleci ao vê-la naquele vestido preto, marcando bem as curvas do seu corpo... Aqueles seus olhos azuis fortalecidos pelo lápis preto...

''Preciso de um ar!''

Conversávamos bastante e, quando eu ouvi ela falar carinhosamente no telefone com alguém, me senti profundamente incomodada... Meu rosto parecia queimar de raiva... Não aguentei ficar lá... Precisava de um ar, se não iria esgana-la ali mesmo!



Tentei evita-la, ser forte, mas não deu... Olhá-la conversar toda hora com um bando de homem me deu uma raiva súbita.

''Ela é tão manipuladora! Manipula todo ao redor dela... É esperta, misteriosa... Não posso cair nesse joguinho dela, não posso!''

Fui procurar algo para beber e...

- Não devia estar bebendo tanto assim.

Ouvi aquela voz linda, rouca atrás de mim me fez arrepiar... Me assustei com isso.

Mas levei esses pensamentos de lado ao lembrar dela falando no telefone com o suposto namoradinho e ela conversando com aqueles caras.

- O que eu faço ou deixo de fazer, não te interessa.

Ela pediu uma bebida também e ficou do meu lado, conversávamos olhando para as pessoas, disfarçando aquele clima tenso entre nós.

- Não vai querer ficar bebada por aí para alguém cuidar de você de novo, não é?

- Parece que aqueles caras gostaram de você. - falei impulsiva -

Não consegui me aguentar... Eu tinha que falar sobre isso!

- Não fazem meu tipo. - falou com descaso -

- Ah é? E qual é o seu tipo? Seu namorado não dá conta do recado?

Joguei um verde para saber se ela tinha namorado ou não, mas ela pareceu entender que aquilo foi um verde, tanto que ignorou isso.

- Não tenho tipo. Porque a curiosidade?



- Nada... Uma mulher com pretendentes tão interessantes deveria ser no mínimo exigente... - falei ironica -

- Que pretendentes?

- Esses velhos caquéticos... As pessoas envolta... Está cheio deles, Mariana. - tentei disfarçar a raiva na voz -

Ela se virou para mim com um olhar quase indecente... Senti um calor no meu corpo e eu sabia que não era da temperatura do ambiente.

- E você é um deles?

Meu Deus! Ela queria me deixar louca... E conseguiu. Sabe aqueles 10% da barreira que restavam? Então, ela havia os destruído nesse exato momento. Fiquei sem palavras, sem ar... Só sentia... Calor.



Eu estava prestes a fazer algo muito imprudente quando minha mãe nos atrapalhou.

''Santa mãe!''

Aproveitei isso como motivo para eu sair dali... Fugir daquela mulher! Eu não podia ficar mais de 5 minutos perto dela sem sentir coisas estranhas... Não sei se eram boas ou ruins, apenas estranhas.

Depois de um tempo, ela reaparece... Conversando com uns 5 caras que pareciam querer come-la com os olhos. É sério! Ela estava sendo muito cobiçada e mal sabia disso... E o pior de tudo é que eu não poderia provoca-la, porque todos sabiam quem era a minha mãe e não se atraveriam em me olhar da forma que olhavam para ela.

''Abusados! Idiotas! Horrorosos! Velhos! E ela dando corda... É uma idiota mesmo!''

Se olhar matasse, acho que caíria um raiozinho repentino naquele grupinho. Sério, nem eu me reconhecia por tamanho ódio... A vontade era de arranca-la dali e...

''Meu Deus! Da onde eu to tirando meus pensamentos?''

Vi a Mariana indo em direção ao banheiro e não me aguentei... Eu apenas seguia meus instintos, que estavam totalmente aflorados e descontrolados!

Quando cheguei no banheiro, um pouquinho depois dela, tranquei a porta... Eu não pensava, apenas agia...

Ela me olhou pelo reflexo do espelho e se virou para mim.

- Manu...

A interrompi.

- Cala a boca!

Não aguentei... A beijei. Não sou muito de guardar desejos e vontades... Se eu quero, eu faço! E era o que eu mais queria na hora... Aliás, eu mal sabia o que eu queria! Só sabia da vontade que eu tinha dela naquele momento...

Ela correspondeu por alguns segundos, mas depois se separou.

- A gente não pode continuar com isso...

- Vai me dizer que você não quer? - a olhei demonstrando toda a vontade e o tesão que havia dentro de mim -

- E-eu...

Mariana indefesa e me olhando com desejo... Cena inédita até. Parecia que a menininha dessa vez era dela...

Pressionei seu corpo na pia, fazendo nossos seios se expremerem.

- Você...? - mordi meus lábios, sorrindo maliciosamente -

Senti seu corpo inteiro se arrepiar.

- Ai, quer saber? Foda-se! - disse antes de me puxar pela nuca e colar os lábios nos meus com desejo -



Fiquei surpresa com a atitude dela e ri maliciosamente entre o beijo... Nos beijávamos de forma quente, ela apertando meu corpo contra o dela... Me deixando completamente louca! Uma de suas mãos apertavam minha cintura, e outra puxava meu cabelo...

Parecia que estávamos pegando fogo! Nossos corpos estavam absurdamentes quentes! Senti um calor absurdo entre as pernas... Um tesão de tê-la assim...

Ela se desencostou da pia e foi me levando até a parede mais próxima, sem desgrudar os lábios do meu... Se fosse por mim, não desgrudava do beijo dela nunca! O beijo dela era o melhor, mais gostoso e envolvente que eu havia experimentado... Me encostou na parede e pressionou o corpo com força no meu, pressionando suas coxas entre as minhas pernas, gemi baixinho com o cantato...

- Delícia... - susurrei entre o beijo -

Foi a vez dela dar um riso malicioso... Separou os lábios dos meus e mordeu meu queixo, passando a mão pelos meus seios, os apertando... Desceu os lábios até o meu pescoço e mordia, enquanto uma mão acariciava o meu seio e com a outra puxava o meu cabelo... Deu uma mordidinha leve na minha orelha e susurrou, com uma voz que quase me fez gemer de novo...

- O que será que a mamãe vai pensar quando souber que a filha dela tá se agarrando pra empregada?

Ri maliciosamente da pergunta dela... Puxei seu rosto e susurrei com os lábios colados no dela...

- O mesmo que ela pensaria se soubesse que a empregada preferida fica doida quando a filhinha da chefe faz isso... - pressionei minha coxa entre as suas pernas e foi a vez dela gemer baixinho - Agora cala a boca e vem cá...

A beijei de novo...

Levantei seu vestido com as mãos até a altura da sua cintura... Passei as mãos pelas suas coxas duras, torneadas... Apartei sua bunda com força, colando seu corpo no meu... Ela incravou as unhas no meu ombro para aliviar o tesão e depois abaixou as alças do meu vestido devagar... Se separou do beijo e olhou para os meus seios com tesão. Seu olhar me despertou idéias...

Peguei suas mãos e coloquei nos meus seios de novo.

- Todos seus. - falei entre o beijo -

Ela sorriu com tesão... Foi descendo os beijos de novo... Beijando e mordendo meu queixo, ombros, colo... Colocou a boca nos meus seios e eu tive que controlar o gemido alto que estava por vir, mas não consegui... Bagunçava seus cabelos enquanto ela chupava, mordia, lambia meus seios com vontade... Ela acariciava minhas coxas e apertava minha bunda de leve enquanto fazia isso...

''Mas que delícia!''

Resolvi inverter um pouco a situação... Levantei a sua cabeça e a beijei, trocando de posição na parede...

- Nossa, ágil você... - falou com aquele sorriso que derrubava qualquer um -

- Você tá me deixando louca. - falei entre beijos e mordidas nos seus lábios -

- To, é? - falou com voz sexy -

- É...

Minha vez de beijar o pescoço dela... Prendi seus braços na parede, os erguendo para cima, para ter total controle da situação... A pele dela era tão cheirosa, tão gostosa, que nem sei quanto tempo fiquei ali me deliciando... Ela ofegava, se arrepiava... Soltei seus braços e comecei a passar as unhas pelas suas pernas e ia levantando seu vestido lentamente... Ela deu um gemido baixinho que me despertou mais idéias... fui me abaixando e levantando ainda mais seu vestido, o levantei um pouco abaixo dos seios, que foi até onde consegui, já que o vestido era tomara-que-caia e a parte dos seios era bem apertada.

Coloquei minhas mãos na sua cintura, arranhando de leve e dei beijos leves e molhados pela sua barriga... Ela ergueu a cabeça para cima e ofegava, gemia baixinho ás vezes... Me perdi naquela barriga bem feita e fui descendo para suas coxas... A fiz abrir as pernas e ela não protestou... Ia me agachando cada vez mais, até o ponto que acabei ficando ajoelhada em sua frente... Fui subindo os beijos pela sua coxa... Subindo e subindo... Ficando cada vez mais perto do seu sexo... Ela colocou uma das pernas nos meus ombros, me dando uma visão totalmente privilegiada daquele sexo molhado por baixo da calcinha na minha frente...

Fui subindo os beijos para sua virilha, a provocando... Seus gemidos eram mais altos agora...

- Para de... ficar provocando, Manuela... - falou ofegante -

Quando pensei em afastar sua calcinha, ouvimos batidas fortes na porta...

- Tá tudo bem aí? - ouvimos uma voz de uma mulher - Queremos usar o banheiro!

Com o susto, tirei suas pernas do meu ombro rapidamente e me ajeitei da melhor forma que eu pude.

- Peraí! - ela gritou - To passando mal... - fingiu -

Me olhei no espelho e... Impossivel! Estava com o batom todo borrado, suada e descabelada... Olhei para a Mariana e seu estado tava um pouco menos pior que o meu. Nos arrumamos rápido, tive que emprestar meu batom para ela, porque ela estava borrada também...

Preciso falar que ela ficou perfeitamente sedutora de batom vermelho? Quase a agarrei de novo... Mas agora eu estava com um pouco de noção do mundo...

- Vou pro reservado e você conversa com elas. - avisou -



Assenti e ela foi para o reservado... Abri a porta forçando uma cara de doente.

- Oh! É a filha da Aline... Tá tudo bem? - falou a mulher que eu mal sabia que era -

- To... sim. Só senti um enjoo... - falei disfarçando ainda que estava ofegante -

Saí correndo dali e fui lá para fora.

Meu Deus! O que havia acabado de acontecer? O ar que ainda faltava no meu pulmão me provava claramente que eu ainda não havia me recuperado...

Eu e a Mariana íriamos transar ali mesmo se ninguém nos interrompesse!

Estava cada vez mais dificil resisti-la... Ela era linda, tinha um corpo maravilhoso, beijava e pegava muito bem. É... Muito dificil!

Sem pensar levei as mãos até meus lábios e sorri, sentindo o gosto da boca da Mariana em mim... Único. O que eu realmente queria estar fazendo é estar naquele banheiro com ela, terminando o que íriamos fazer...

Imediatamente me assustei com os pensamentos e forcei a afasta-los...

''Essa mulher vai me enlouquecer!''

Manu (Continuação)



Não consegui mais ficar naquela festa... Não ia conseguir mais ficar perto da Mariana depois daquilo. Aliás, nem sabia como olhar para cara dela...

Parecia que éramos pessoas completamente diferentes quando estavamos entregues uma a outra.

Deuses! Eu tinha que parar de pensar nela.

Inventei que tava passando mal para minha mãe e peguei um taxi para casa. Me senti uma covarde fugindo assim da Mariana, em qualquer situação eu fingiria que nada teria acontecido, mas nesse caso era algo muito dificil. Eu estava expondo cada vez mais como eu me sentia em relação a tudo que estava acontecendo e a Mariana como sempre, estava controlada, segura... Sim, tinha umas recaídas, mas sempre em pé. Ja eu? Pffff... Prefiro nem comentar.



Cheguei em casa desesperada pela minha cama... Eram umas quatro horas da manhã e eu sabia que minha mãe iria chegar só de manhã. Essas festas - se é se pode chamar aquilo de festa - chatas duravam bastante, não sei como... Me senti sozinha, precisava desabafar.

A essa hora, as meninas ou deveriam estar numa boate, ou dormindo... Então nem pensei em ligar.

Olhei para o meu violão em um canto do quarto... Bom, eu tocava violão e cantava desde pequenininha, mas de uns tempos pra cá o abandonei e só tocava nele em situações muito peculiares, para extravasar emoções, etc.

''Talvez esteja na hora de tirar ele da poeira!''

O peguei e respirei fundo... Tocar o violão me deixava extremamente mal e o motivo eu não gostava muito de lembrar, se não passava horas chorando que nem criança. Por isso mesmo eu só sentia a necessitade dele ás vezes, quando eu aceitava para mim mesma que a única coisa que me entenderia nesse momento era a música... Esse era o caso.

Passei meus dedos de leve sobre as cordas... Fechei os olhos e respirei fundo. Nem sabia que música tocar... Sempre quando eu tocava em meu violão, era um momento único. É como se eu e ele tivéssemos um caso secreto e só pudessemos nos encontrar pouquissimas vezes.

Fui o tocando naturalmente... Parecia que eu nunca desaprendia... Sorri ao sentir aquelas notas no meu ouvido, me invadindo... Parecia que tocando, fazendo a coisa que eu amo, eu não ligava mais para nada... Não ligava mais para roupas, para maquiagem, vestidos... Apenas eu e a música. Era mágico!

- Olhos fechados.... Pra te encontrar... Não estou ao seu lado, mas posso sonhar... - respirei fundo - Aonde quer que eu vá levo você no olhar.... Aonde quer que eu vá... Aonde quer que eu vá... -

Enquanto cantava, lembranças da Mariana vieram na minha mente... O que eu estava sentindo por ela? Nem eu mesma sabia responder...

Só sei que eu me sentia indefesa e ela sabia disso... Jogava aquele charme para cima de mim, com a total intenção de derrubar minhas barreiras...

- Não sei bem certo se é só ilusão... Se é você já perto, se é intuição... - respirei fundo de novo - E aonde quer que eu vá levo você... No olhar... Aonde quer que eu vá, aonde quer que eu vá...

Aumentei a intensidade das minhas notas...

- Longe daqui, longe de tudo... Os sonhos vão te buscar... Volta para mim, vem pro meu mundo... Eu sempre vou te esperar...

Continuei tocando... Intensifiquei as notas do violão ao lembrar da Mariana de novo e não aguentei, parei de tocar e taquei meu violão para o outro lado da cama...

Coloquei as mãos no meu rosto... Abaixei minha cabeça...

Será que havia uma saída para isso tudo?

Capitulo 13 - Dark Side Of The Moon

Mari

Como explicar todos esses momentos com a Manu? Bom... Não havia explicações, eu simplesmente não consegui mais resistir a aquela menina maravilhosa, sedutora, charmosa, que conseguia me derrubar apenas com um olhar. Quase transamos no banheiro e, graças a Deus, nos interromperam... Eu sabia que ia acontecer. Cada beijo e toque dela me levavam a um extremo que eu nunca havia sentido antes... A menina me deixava de um jeito que ela não havia noção!

Eu, novamente, havia perdido o controle sobre tudo... E dessa vez ainda era pior. Eu teria que suportar meus pensamentos sozinhas enquanto teria que escutar, provavelmente, Manuela dizendo na segunda-feira que eu a agarrei para satisfazer meus desejos.

Eu estava me sentindo fraca e fragil... Como a muito tempo não me sentia. Continuar naquela festa foi uma tortura, mas para meu alivio, ela havia ido embora. Conversei mecanicamente com as pessoas e só fui embora de manhã para agradar a chefinha.

Cheguei em casa com o coração na mão... Eu estava cansada, mas não de sono. Era uma cansaço maior do que isso... Bem maior. Meus olhos estavam pesados, mas não era de novo. Me deitei na cama e coloquei as mãos no rosto, pensando naquela confusão toda...

''Como fui me deixar envolver tanto assim?''

Sem perceber, senti lágrimas escorrendo pelo meu rosto... Não as evitei... Apenas as deixei rolarem naturalmente, me mergulhando em um choro profundo, quase igual o de uma criança.

Desisti de ficar negando para mim mesma que estava tendo uma paixão inadequada pela aquela menina... Eu parecia uma adolescente! Não parava de pensar nela, não resistia aos seus encantos...

Ela só é uma menina! Uma patricinha! Burguesinha! Daquelas que frequentam boates, chamam atenção em qualquer lugar da onde passam e só querem saber de beijar na boca... Sejam homens ou mulheres. Mimada, extremamente fútil, teimosa... Já que tem tudo, não se importa com a consequencia dos seus atos e esse era o principal problema. Eu tinha um emprego em jogo, uma vida profissional toda para desenvolver... E ela, o que tinha a perder? Eu sou mais uma da lista de desejos dela... Apenas mais uma.

Manuela tinha todas as características para eu abomina-la e odia-la para o resto de minha vida mas, pelo contrário, me apaixonei. Uma paixão totalmente sem sentido, diga-se de passagem.

Só fui dormir umas oito da manhã, quando minhas lágrimas já estavam secas e eu havia sido vencida pelo sono.

Acordei com o meu celular tocando... Não fazia a mínima idéia de que horas eram, mas provavelmente cedo não era.

- Alô.

- Fala dorminhoca. - Dri -

- Ei... - falei desanimada -

- Que animo, ein. Festa deve ter sido legal... - falou ironica -

- Não sabe o quanto. - falei ironica também -

- Vamos dar uma caminhada no aterro?

- Caminhada? Que horas são?

- Três da tarde... Mas se você quiser dormir mais, tudo bem.

- Não, não... Ultrapassei o horário até! Vou caminhar com você sim... Deixa eu só tomar um banho e eu vou.

- Ok então... Beijocas.

- Beijos.

Fiz o processo que falei no telefone e fui encontra-la no aterro. Ela me olhou com uma cara de quem sabia de algo.

- Você e a fedelha ficaram.

Arregalhei os olhos.

- Uau! Lê mente?

- Não... Mas te conheço. Essa sua expressãozinha é de quem fez besteira e veio me contar.

Suspirei e começamos a caminhar.

- Quase transei com ela, Dri.

Foi a vez dela se assustar.

- Olha a proporção que isso tá levando! - exclamou -

- Eu sei... - suspirei - Não tem como fugir. Ela é irresistivel...

- É o seu emprego que tá em jogo por causa de uma patricinha que só quer curtir a vida. - falou séria -

- Eu sei disso... Preciso me recompor para poder encara-la. Mas o problema é que a presença dela me persegue! Todo lugar que eu to, ela tá também.

- Isso é coincidencia, uma hora acaba... Você precisa dar um gelo total nela.

- Eu sei que preciso, mas...

- Sem ''mais'' nem ''menos''. - continuou séria - Essa menina só quer se aproveitar de você... Tem apenas 19 anos, dinheiro para enriquecer as próximas 5 gerações da familia dela e todo ser humano aos pés dela. - suspirou - To preocupada com você, Mari... Lutou tanto por esse emprego.

''Ela tem razão!''

- Eu sei. Agora está definitivamente certo: Não caio mais nos encantos da Manuela!

- É assim que se fala! - falou satisfeita -

Mari (continuação)



Caminhamos até umas 6 horas da tarde e eu cheguei em casa completamente exausta... Fiquei um tempinho vendo TV e depois apaguei num sono profundo.

Infelizmente, o dia seguinte havia chegado. Eu teria que encarar Manuela depois de tudo que havia acontecido...

O que será que ia acontecer dessa vez? Ela iria começar a falar que eu abusei dela sexualmente, ou me ignorar por completo?

Se você pensou na 2ª opção... Acertou! Nunca vi a menina tão fria na minha vida. Não falava comigo nem para pedir dúvidas.

Inevitavelmente, fiquei mal com isso... Não estava acostumada com a Manuela assim, tão fria, sem ligar para nada e sem disfarçar suas emoções. Ela estava passando a mulher madura e eu a criancinha, cheia de medos e inseguranças.

Dessa vez, eu não aguentei. Joguei, pela milésima vez, os conselhos dos meus amigos no lixo e arrumei um pretexto pra falar com ela:

- Tá com duvida em alguma coisa?



- Não. - foi seca -

- Parece...

- Já disse que não, Mariana. - me olhou de forma fria - Já falei que não. - repetiu -

''Pirralha grossa! Também não falo mais.''

- Ok então. - falei disfarçando a raiva da maneira que ela me tratou -

Oras... O que eu havia feito para ela, para ela me tratar desse jeito? Comecei a pensar que realmente eu era apenas um passa tempo com ela. Aliás, eu já pensava muito nessa possibilidade antes, mas me custava acreditar... Porque eu queria que não fosse assim, talvez.



''Mariana, sua idiota! Pare com esses pensamentos... Você mesmo pensa que deve esperar algo dessa menina?''

Suspirei ao pensar nesses pensamentos... Mas acho que havia suspirado até alto demais e a menina percebeu. Mas não falou nada... É, realmente Manuela estava irreconhecível. Em um dia normal, ela iria fazer algum comentário de mal gosto... Mas parece que a cada dia que passa, as coisas ficam cada vez mais estranhas para a gente.

O dia se passou lento... Fiquei o dia inteiro tentando não olha-la, não manter contato, mas foi dificil... Ela de blusa social branca e óculos de grau era a coisa mais sexy do universo. Dava um ar mais maduro e misterioso para aquela menina maravilhosa. Cheguei até a diminuir a temperatura do ar condicionado devido ao calor que eu estava sentindo ao vê-la assim... Ainda bem que pelo menos ela não associou os fatos, apenas acreditou que eu estava com calor.



Estava no final do dia, quando a mãe dela aparece na nossa sala...

- Meninas! Só venho aqui para avisar que quero que vocês estejam no churrasco da empresa nesse fim de semana.

- Churrasco, mãe? - Manuela resmungou - Vocês já não deram uma ''festa'' - fez aspas com a mão - esse fim de semana? Não cansam de ''festejar'' - fez aspas de novo - não? - disse ironica -

- Você sabe que sempre quando fazemos festas da empresa, na semana seguinte fazemos churrasco também filha. É uma tradição. - explicou pacientemente para a fedelha à sua frente - Exigo a presença de vocês duas. - ela estava quase fechando a porta - E à propósito Mariana, os sócios adoraram você! - piscou e saiu -



Um silêncio se estabeleceu na hora... Minha bochecha corou totalmente com aquele comentário. Não sei se foi malicioso, mas pareceu, viu?

Pela primeira vez no dia, a Manuela fala comigo por vontade própria:

- Você vai? - perguntou -

- Terei que ir, né. - respondi mais para mim mesma do que para ela -

- Pois é, seus queridos velhos caquéticos não vão aguentar ficar muito tempo sem sua presença... - falou ironica -

- Gosto de homens mais velhos. - falei séria, mas para provocar -



Ela arregalhou os olhos.

- Eles são o dobro da sua idade!

- E daí? São mais atenciosos... - continuei falando para provocar -

É óbvio que eu não curtia homens mais velhos. Mas queria ver a reação dela... Eu, que sempre fui calminha, achei um prazer inexplicável em fazer a Manuela ficar irritada sem muito esforço.

- Você só pode estar brincando!

- Não estou... Achei todos eles muito legais e estou muito motivada para vê-los.

- Eles têm a idade para serem seu pai! - falou ainda mais indignada -



- E daí?

- Impossível você preferir um velho caindo aos pedaços como eles do que uma pessoa mais nova! - alterou o tom de voz -

Senti vontade de rir, mas consegui segurar...

''Será que ela está se referindo a si mesma?''

- Mas é claro que prefiro. Homens mais velhos são experientes... Pessoas mais novas parecem que não sabem o que estão fazendo, sabe?

- Não, não sei! - já estava bem irritada -

Resolvi dar a cartada final:

- E se eu pudesse voltar ao tempo, nunca teria ficado com alguém mais novo do que eu.

A reação dela foi melhor do que eu pensava!

- Sua...

Ela nem conseguiu terminar a frase de tanta raiva. Seu rosto ficou vermelho, seus olhos brilharam de raiva... Ela se levantou da cadeira e veio na minha direção, completamente descontrolada... A segurei pelos braços e me levantei da cadeira para poder segura-la.

- Me larga! - disse se debatendo - Eu te odeio! - ela tentava me dar tapas enquanto eu a segurava -



Acabei me irritando também com a sessão de tapas que ela me deu, tanto que a segurei com força e falei, com um tom de voz alto.

- Pára com isso, Manuela! - ela me olhou assustada - Você acha que é o que? O centro do mundo? Que tudo isso tá sendo legal para mim?! Existem meninas muito mais lindas e mais legais do que você! - falei com ódio na voz -

Eu estava com tanta raiva que não tinha nem noção do que estava sentindo. Ela pensa o quê? Que pode partir para cima de alguém por qualquer motivo?

A soltei bruscamente.

Idiota... - falou me olhando com ódio - Você é uma idiota, isso sim! Eu te odeio mais que tudo na minha vida!

Quando ela ia vir na minha direção, provavelmente para querer me matar, eu fui mais rápida... A segurei com força e colei nossos corpos praticamente... Uma atitude que foi na intenção de imobiliza-la, acabou piorando nossa situação. Estávamos tão próximas que podíamos sentir nossos halitos quente se misturando... Ela entreabriu seus lábios e olhou diretamente para os meus...

- Eu te odeio mais... - disse antes de beija-la -

Ela tentou resistir inicialmente, mas se entregou... Me beijou com raiva, de forma louca mesmo! Não separamos nossos lábios em nenhum minuto! Foi me levando até a parede e me encostou nela de forma brusca, parecia que estava com total intenção de me machucar... Gemi de dor e de prazer entre o beijo... Pressionou seu corpo com força no meu e prendeu meus braços na parede, os erguendo para cima... Aquele beijo estava sendo o mais louco, irracional e o mais gostoso que eu havia dado na minha vida! Nossos corpos estavam pegando fogo... Já estávamos suando diante das sensações que estavamos causando uma na outra e estávamos longe de parar, quando ouvimos batida na porta.

- Filha! Vamos embora! - dona Aline -

Capitulo 14 - Hesitate

Manu



- Filha, vamos embora! - mamãe -

Me afastei da Mariana bruscamente, ainda com as pernas bambas diante da excitação do beijo fenomenal que haviamos trocado a segundos atrás.

Eu ainda estava com raiva dela e a forma que ela me beijou, me deixando sem controle de novo, só servia para alimentar essa raiva... Como ela ousava jogar indiretas que prefiria ficar com aqueles velhos nojentos do que com uma menina como eu?

- To indo, mãe! - falei com a voz ofegante - To terminando... uns relatórios.

- Ok, não demora!

Ficamos sem palavras novamente. Parecia que eu estava quase me acostumando com essa situação... Da gente se beijar, ser interrompida e fingir que nada aconteceu. Mas, muito ao contrário de eu ficar acostumada, mais eu ficava aflita. Eu queria dizer e fazer muitas coisas, começando por esgana-la e joga-la num rio junto com aqueles velhos.

''Que pensamentos mais violentos...''

Mariana me olhou com aqueles olhos azuis penetrantes e hipnotizantes, parecendo querer dizer alguma coisa... Mas como sempre, recuou. Abaixou a cabeça, como que se estivesse afastando todos seus pensamentos e foi para sua mesa fingir que nada aconteceu outra vez.

''Ela sempre faz isso mesmo.''

Respirei fundo, peguei minha bolsa e fui embora sem nem olhar para ela.

''É assim então... Sem ressentimentos, sem culpa... Do jeito que você quer, Mariana.'' Pensei com ódio.

No caminho para casa, eu estava sentada no banco da frente, com os pés para cima e pensando em tudo aquilo...

Precisa desabafar com alguém, precisava das meninas! Mandei uma mensagem para elas, para elas marcarem de encontrar comigo em algum lugar, qualquer que seja... Enquanto eu escrevia as mensagens, começou a tocar no carro ''Aonde quer que eu vá - Paralamas'', que me lembrava muito a Mariana. Por impulso, desliguei o rádio.

- Porque fez isso? - minha mãe perguntou estranhando - Deixa essa musica, eu gosto!

- Não! Põe outra música então... - mexi no rádio e mudei a faixa - To enjoada dessa musica.

- Mas até ontem você amav...

A interrompi.

- Amava mãe... Amava... Passado.

Ela me olhou.

- Você está estranha, filha.

- Impressão sua... - respirei fundo - As meninas vão lá para casa agora, pode ser?

- Pode, ué. Mas porque chamou elas em uma segunda feira?

- Precisamos por as fofocas em dia.

Minha mãe me olhou de novo.

- É filha, você está mesmo estranha!

Chegando em casa, tive que esperar mais ou menos meia hora para as meninas chegarem... Quando elas chegaram, já fui direto ao ponto.

- Estou ficando louca!

- Por que? - Ju -

- Por que a Mariana tá me enlouquecendo! Ela simplesmente não sabe o que quer da vida e me usa para satisfazer os desejos dela! Joga o charme dela pra cima de mim, me provoca e depois finge que nada aconteceu! E só não basta isso, também o fato de que...

Babi me interrompeu.

- Calma, Manu, respira. - falou assustada, eu realmente estava falando muito rápido - Você tá surtada.

- É mesmo? - fui ironica -

- Mas está! - Ju - Essa mulher não tá te fazendo bem.

- Você jura também? - fui ironica de novo - Ela não está me fazendo nenhum pouco bem! Tá fazendo eu trair meu namorado atoa, confundindo minha cabeça... - suspirei - Odeio tanto ela.

- Não, não... Você tá é apaixonada. - Ju -

- Não começa com isso! Eu gosto do Bê, vocês sabem disso...

- E desde quando o ''Bê'' - fez aspas com a mão - te faz sentir desse jeito? - Ju continuou - É óbvio isso, Manuela. Essa mulher mexe com você de forma inexplicável e o romance de vocês é totalmente inadequado. Sua mãe te mata se souber que você tá se envolvendo com a empregada favorita dela!

Eu respirei fundo.

- Eu sei disso. Mas... Geralmente quando estamos apaixonadas, gostamos de ficar com a pessoa, nos sentimos bem com ela e... A Mariana só me faz sentir mal, só me deixa irritada e com vontade de mata-la. Eu simplesmente a odeio! - concluí -

- Mas você não pode deixar isso se prolongar... Porque ela é mais velha, você tem 19 anos e ela 23... Pode não parecer, mas faz muita diferença! Ela tem mais experiencia e vai saber controlar as emoções muito melhor que você. - Babi -

- Como que eu faço para me afastar dela então? Já tentei de tudo... Ignorei ela hoje o dia todo para no fim cair em tentação.

- Tentação? - Ju - Tentação de quê? Se ela te faz tanto mal, não é tentação nenhuma beija-la.

Fiquei sem resposta.

- Não enfia coisa na cabeça dela, Juliana! - Babi falou séria -

- Vai dizer que você não acha que ela também tá apaixonada?

Eu esperava que a Babi fosse me defender, mas...

- Bem... Er... - ela ficou sem resposta -

- Então pronto. - Ju - É melhor você assumir isso pra você mesma quanto antes, porque assim fica até mais fácil de você controlar suas emoções, porque vai saber o porque de você estar fazendo o que você faz com ela.



Ju era a mais cabeça de nós 3 e sempre quando ela falava algo assim, ficava na minha cabeça. E dessa vez não foi diferente...

''Eu não estou apaixonada pela Mariana! Não posso estar... Isso é algo tão... tão... Sem sentido! Eu amo o Bê e é com ele que eu vou ficar''

As meninas foram embora cedo, porque teríamos aula no dia seguinte... Olhei no meu celular 3 chamadas não atendidas no Bernardo e resolvi ligar para ela.

- Oi, Bê.

- Oi amor, sumiu a noite toda... Tava fazendo o que?

- As meninas estavam aqui, aí nem ouvir o celular tocar.

- Ah bem... Não quer dar uma passada amanhã de tarde aqui não?

- Não vai dar, eu trabalho, esqueceu?

''Como o Bernardo é lento. Eu to trabalhando ha um tempão e ele ainda me chama pra sair em dia de semana de tarde.''

- Ih é, eu esqueci... Passa aqui de noite então.

- Passo sim. Vai amanhã na aula?

- Acho que não, to meio doente, por isso que eu quero que você venha... Quero que minha bebê cuide de mim. - falou dengoso -

Aquilo serviu para me amolecer um pouco.

- Pois eu vou sim então!

Ficamos conversando uns 30 minutos no telefone e confesso que Bernardo me confortou de forma inexplicável.

''Definitivamente, o Bê é um bom ami... namorado! Não posso terminar com ele sem motivos.''

Essa noite foi péssima para dormir, porque toda hora as lembranças da Mariana vinham na minha cabeça... Seu olhar, seu jeito de falar, seu sorriso, seu beijo alucinante... As lembranças eram tão vivas que me deixavam em um estado quase elétrico, virando na cama sem parar. Só fui dormir umas 3:30 da manhã por conta disso...



Acordei totalmente indisposta. Terça-feira era o dia mais chato da faculdade e eu ainda teria que olhar para a cara da Mariana depois de tudo que passamos. Olhar para ela encontrava-se cada vez mais dificil. Fiz todo aquele processo de tomar banho, tomar café, escovar os dentes, etc etc. Fui para a faculdade e descobri que tinha prova... Ótimo! Estava com a cabeça tão avoada esses dias que esqueci até que estudo para ser alguém na vida. Por sorte, sou uma menina inteligente e consegui ir bem na prova, mesmo não tendo estudado nada.

No final da aula, sinto uma mão no meu ombro... Quase pulei de susto.

- Ei, calma amor! Sou eu. - me deu um selinho -

- Ah... - respirei aliviada - Você quase me matou de susto.

Ele riu.

- Vamos almoçar juntos? Eu te levo pro trabalho...

- Tudo bem.

Ele me levou para um restaurante japonês e eu fiz a festa... Comida japonesa era uma das minhas paixões! Conversamos sobre o dia, sobre algumas coisas, sempre com ele fazendo carinho na minha mão, sendo extremamente atencioso... Gostei disso.

- Sabe amor, preciso falar uma coisa.

- Fale. - estranhei -

- Já que sábado faremos cinco meses juntos, eu queria te dizer hoje que eu to muito feliz ao seu lado e to muito apaixonado por você... E... - ele estava meio sem graça - Eu comprei uma coisa, que a gente poderia usar para firmar um pouco esse compromisso.

- O quê? - perguntei curiosa -

Ele abriu a mochila dele e tirou uma caixa que tinha duas alianças.

- Bernardo! -falei surpresa -

- Que foi? Não gostou?

Odiava essa idéia de aliança, mas senti pena da decepção dele. Ele havia feito com boas intenções e, por mais brega que eu achasse, eu deveria levar em consideração.

- Não é isso, é que... Bem... Não tá meio cedo?

- É só uma aliança para as pessoas saberem que estamos comprometidos, meu amor. Comprei pensando que ia te agradar... Fiz errado? - mais decepcionado ainda -

- Ain, claro que não. - falei me erguendo na mesa e dando um selinho demorado nele - Tá esperando o que pra por essa aliança em mim?



Ele ficou todo felizinho achando que me agradou com as alianças. Bom, as alianças eu havia detestado, mas gostei da atitude dele... Ele era uma boa pessoa e tive mais do que certeza que não pude escolher namorado melhor. Esse almoço foi muito bom consegui tirar a Mariana da cabeça.

Fui para o trabalho feliz da vida... Meu humor havia melhorado bastante! Entrei na sala de trabalho e a Mariana, como sempre, estava mexendo no computador concentradíssima. Sabe o meu humor que estava ótimo? Então, voltou a piorar... Parecia que só de olha-la eu me irritava já. Impressionante! Inevitavelmente, olhei para o decote que a sua blusa social um pouco aberta deixava e senti um calor subir pelo meu corpo...

Imediatamente afastei esses pensamentos obscenos na minha mente, eu precisava de um auto-controle!



Me sentei na minha mesa sem nem dar boa tarde para ela. Eu queria ignora-la, faze-la se sentir indiferente como ela me faz sentir. Queria me vingar das sensações que ela me traz!

''Como se vingar de uma pessoa que nem se importa comigo?''

Tentei ligar meu computador um bilhão de vezes para iniciar meu trabalho, mas parecia que aquela porcaria tava pifada.

- Máquina de merda!

- O que que houve? - perguntou -

Ela veio andando até a minha mesa... Desviei o meu olhar para ela.

- A-acho que pifou. - falei meio desconfortável com a proximidade dela -

- Deixa eu ver...

Ela se agachou para mexer no computador e bem... Imaginem a situação. Eu sentada na cadeira, exatamente em frente à maquina e ela pértissima de mim... Pude sentir o seu perfume me invadindo, o cheiro que só ela tinha...

- É, quebrou mesmo. - disse me despertando do transe que eu estava - Vou tentar ligar pela última vez, se não ligar, vamos avisar pra sua mãe, ok?

- Oi? - falei me despertando do transe -

- Tá me ouvindo, Manuela?

- To sim... Tá, avisamos pra minha mãe.

Ela ficou tentando mexer no computador sem sucesso e eu acabei uns arranhões em seu braço, que estavam bem feios... Logo percebi que eu mesmo havia feito no dia anterior, quando quase parti para cima dela.

''Haha, bem feito!''

Evitei olhar para ela o máximo possível... Sempre ficava olhando para minhas unhas, pro teto, qualquer lugar que não fosse ela... Nem sei quanto tempo passou, mas ela impressionantemente conseguiu ligar o computador.

- Como você conseguiu? - perguntei incrédula -

- Eu...

Ela ia terminar a fala, mas travou do nada... Estranhei, pensava que ela estava passando mal, mas percebi que o olhar dela estava fixo na minha mão, que tinha a aliança.

- Mariana?

Ela se levantou rapidamente.

- Vou tomar um ar.

Ela saiu dali tão rápido que eu nem sabia o que falar... Estranhei muito a atitude dela...

''Porque será que ela agiu dessa forma? Será que ela ficou incomodada com a minha aliança? Meu Deus, porque ela faz isso comigo?''

Esperei ela voltar, mas ela não voltou... Mais 15 minutos, ela não voltou... Impulsivamente saí da minha sala, peguei o elevador e fui até o terraço, onde eu havia certeza da onde ia encontra-la... E encontrei... Olhando fixamente para a vista com um olhar... triste?

- Você tá se sentindo bem? - disse... preocupada?... por vê-la daquele jeito -

Ela respirou fundo e deu um sorriso, muito forçado por sinal.

- To bem sim. Só estou passando mal. Vamos voltar a trabalhar... - falou já saindo dali -

Antes que ela saísse.

- Mariana...

Ela se virou.

- Sim? - ela me olhou de uma forma tão profunda que me arrepiei toda -

- Eu...

Eu não sabia o que dizer. Meu coração acelerou... Haviam tantas coisas... Queria perguntar se ela estava assim pela aliança, queria extravasar todas as minhas dúvidas e confusões mas... Resolvi seguir o conselho das meninas e pela primeira vez na vida não ser aquela menina impulsiva que sempre fui.

- Nada.

Ela balançou a cabeça negativamente e saiu dalí...

Não fui junto, agora quem precisava de ar era eu. Olhei para a minha aliança...

- Será que você foi o motivo dessa situação toda? - falei sozinha com a aliança -

''Que cena patética, uma menina de 19 anos conversando com um anel!''

Capitulo 16 - Por que tem que ser assim?

Mari



Saí do terraço praticamente correndo, porque não queria chorar na frente dela... Não poderia dar esse gosto!

Olha que situação: Você está completamente apaixonada por uma menina - 1° erro - que tem 19 anos - 2° erro -, conquista todos ao seu redor e joga com eles - 3° erro - e, por fim, é filha da sua chefe. - 4° e maior erro de todos -. E, não bastasse isso, sente uma sensação péssima quando vê em sua mão uma aliançazinha de compromisso...

Fui para o banheiro e me olhei no espelho. Eu mesma não reconhecia aquele meu olhar perdido, de insegurança e outros sentimentos negativos misturados.

''Fraca... Mariana! Você é uma fraca!''

Engoli o choro. Não seria nada adequado chorar no banheiro da empresa, até porque, do jeito que a Manuela era, provavelmente iria me procurar e tirar satisfações do por quê de eu ter agido estranhamente com ela.

Respirei fundo e saí dali... Não foi preciso nem meio passo além da porta do banheiro e eu dei de cara com a Manuela.

Eu disse que ela ia me seguir, não disse?

- Mariana, te achei! - falou parecendo aliviada -

- Quer alguma coisa? - levantei a sobrancelha -

- Entra no banheiro.

Não deu para ler suas expressões com que intenções ela estava dizendo aquilo... Aliás, entender Manu era dificil, por mais que ela fosse uma menina muito impulsiva.

- Porque? A gente tem que voltar a trabalhar. - hesitei -

- É rápido, eu juro... - disse de um jeito quase meigo -

Esse tom de voz dela serviu para me amolecer um pouco... Lembrou naquele primeiro dia que saímos juntas para visitar outras empresas... Ela estava tão diferente... E eu também. Acho que foi a partir daquele dia que, mesmo sem saber, me apaixonei por ela.

Dei meia volta e entrei no banheiro, com ela me seguindo... Ela me trancou as portas e eu desconfiei das intenções dela.

- Manue...

- Calma! - me interrompeu - Antes que você pense, não to aqui pra te agarrar.



- Ah tá. - suspirei aliviada -

- Eu... Eu... Queria saber porque você agiu daquele jeito comigo.

Quase ri pelo fato de eu ter previsto direitinho o que ela fez. Não era uma coisa muito comum, mas em relação às atitudes impulsivas dela, eu conhecia muito bem.

- Agi porque tudo o que tá acontecendo é uma loucura! - falei por um impulso e me arrependi por um segundo, mas depois continuei - Você não percebe que isso é completamente inadequado? Você é uma menina ainda, namora, é filha da minha chefe... E eu já passei dessa fase de fazer coisas erradas! - parecia que eu falava mais comigo mesma do que com ela - Lamento muito Manuela, mas não posso mais prosseguir essas brincadeirinhas. Isso tem que acabar.

Quando terminei de falar, parecia que eu tinha tirado um caminhão das minhas costas... Ficar nessa de esconder sentimento me deixava com um peso muito grande.

Ela não tinha dito nada... Ficou olhando para mim, analisando meus gestos... Confesso que fiquei meio sem graça, porque ela não tirou os olhos de mim em nenhum momento.

- Tudo bem. - disse com uma voz forçada - Você que sabe.

Arregalhei os olhos incrédula.

''É só isso que essa pirralha vai dizer?'' Pensei indignada.

Eu esperava tudo da Mariana... Um escandalo por eu ter lhe dado ''um fora'', ela partir pra cima de mim, qualquer coisa, menos isso... Uma resposta com tanta indiferença.

''É, acho que to levando o troco...''

Fiquei tão, mas tão revoltada que saí do banheiro sem dizer nada. Nem vi o jeito que ela interpretou esse gesto, não queria saber!

Os dias se passaram e eu e a Manuela mal nos falávamos... Era uma situação estranha... Uma hora eu e ela estávamos nos beijando e outra fingíamos que não nos conhecemos. Mas eu sabia que isso era melhor para mim... Eu iria sofrer muito mais se eu deixasse aquilo prolongar. Eu tinha que agir que nem uma pessoa madura, que nem a Mariana que eu conheço!

Sábado chegou e tinha o maldito churrasco... Chamei a Dri para ir comigo e ela não pôde, porque ia sair com um cara que ela conheceu no trabalho, então, convenci a dona Aline de eu levar o Edu, já que um dos empregados não poderia ir. Ela deixou sem problemas e eu fiquei aliviada do fato de que eu não ter que ficar sozinha de novo com a Manuela como aconteceu da outra vez.

Cheguei no churrasco pontualmente... Edu estava lindo, charmoso e chamando a atenção de toda a mulherada do churrasco.

- Ei bicha, acho que a mulherada gostou de você! - falei cutucando ele -

- Cruz credo! Mulher longe de mim! - disse de um jeito engraçado -

Sentamos numa mesa com alguns empregados e a bixa do Edu já estava flertando com um deles... E, pasmem, sendo correspondido! Acho que eu fui a única a perceber o climinha entre os dois, mas não falei nada... Ficamos conversando, rindo e comendo quando aparece no sítio a dupla avassaladora... Dona Aline e sua querida filha, que foi onde eu inevitavelmente mais olhei, Manu.

Manu estava linda... Com um vestido branco larguinho, simples e aberto das costas. Sem nenhuma maquiagem no rosto e óculos escuros... Nem parecia ela.

- Quer um babador, minha filha? - Edu falou baixinho no meu ouvido -

Acabei rindo.

- Você fica lindo calado, sabia?

Ele riu também.

- Mas olha, te dou toda razão de babar... A menina é um arraso! Se eu não fosse tão gay viraria hetero por ela.

Coloquei a mão na boca dele para que parasse de falar.

- Você realmente fica mais bonito calado! - falei balançando a cabeça negativamente -

Elas duas vieram caminhando em nossa direção... Elas duas? Haviam realmente duas? Porque eu só olhava para uma... Parecia que ela estava andando em camera lenta, jogando os cabelos para trás...

Me despertei desse transe quando elas realmente estavam perto de nós.

- Mariana! - Dona Aline -

- Ei, dona Aline! - me levantei para cumprimenta-la - Oi, Manuela. - cumprimentei secamente-

- Mariana. - só disse isso -

Olhei para o Edu e ele fez uma cara de quem sabia que o clima não tava legal. Pude ouvir a Manu bufar... Era óbvio que ela só estava ali me cumprimentando para não contrariar a mãe. Conversei com a mãe dela por uns momentos até que ela soltou:

- E quem é esse rapaz bonito do seu lado? Seu namorado?

Fiquei surpresa com a pergunta e ri...

- Claro que n...

Edu me interrompou, se levando.

- Sou o namorado dela sim. - disse com... pasmem!... voz de homem e simpatico - Eduardo, prazer senhora. - ergueu a mão -



- Prazer Eduardo... - apertaram as mãos - Conhece minha filha, Manuela?

- Prazer! - falou para ela, erguendo a mão também -

Ela levantou o óculos, olhou para as mãos dele com o olhar mais arrogante jamais visto nessa vida e, apenas disse, sem apertar sua mão:

- Prazer.

Edu recolheu a mão e prendeu o riso... A mãe dela pareceu ter detestado a atitude da filha, mas não comentou nada. Conversamos uns 5 minutos e depois elas saíram dali... Me levantei da cadeira.

- Essa fedelha é uma figura! - falou o Edu finalmente rindo -

- Ela é uma antipatica, isso sim! O que eu vi nessa menina? - perguntei mais para mim mesma do que para ele -

- Hm... Vamos analisar... - virou a cabeça em direção a ela, que estava ha uns metros de distancia - Pernas grossas, bunda definida, barriga lisinha, cabelo bonito, seios grandes, rosto bonito... É amiga, acho que você viu muita coisa, ein?! - disse com um tom bem humorado -

Dei um tapinha nele de leve.

- Você não presta, bicha! - balancei a cabeça negativamente -

O churrasco passou lentamente, mas poderia ser pior sem meu fiel amigo... Ele me animou em todos os momentos e conseguiu me distrair em muitos momentos que eu estava prestes a me perder olhando fixamente para a Manu. Porém, como nem tudo é um mar de flores...

- Amiga... Acho que vou chegar nesse bofe.

- Sério? - perguntei não acreditando -

''Como que eu vou ficar sozinha em um mesmo lugar que essa menina, alguém me diz?''

- To muito afim dele e acho que ele também me quer! Pode me esperar uns 15 minutos?

- 15 minutos, sei?

- Te juro, só isso!

- Não precisa dar uma rapidinha só por causa de mim não. Pode ficar lá quanto tempo quiser.

- Jura?

- Juro, bobão! Vai lá que eu me viro aqui...

- Ok então... Já volto. Não faça nada imprudente. - disse se referindo a Manu -

- Pode deixar.

Ele foi-se para o bnaheiro masculino onde o bofe dele estava e eu ali, sozinha.

Resolvi me afastar dali... Tomar um ar puro pelo sítio e relaxar um pouco... Fui andando até um lago que havia ali perto... Sentei na grama e coloquei os pés na água gelada... Ótima sensação! Fechei os olhos e surgiu na minha memória a figura da Manu... Ela de óculos escuros, esbanjando aquele charme que só ela tem... Mexendo nos cabelos... Completamente linda! E... detestavel!

Abri os olhos e, por um momento, pensava que era minha imaginação ver o rosto da Manuela no reflexo da água, mas pisquei o olho duas vezes e percebi que não era. Me levantei como um susto e me virei em sua direção.

- Que que você tá fazendo aqui?

- Então você realmente namora? - falou com os braços cruzados - Não acredito! Uma mulher tão séria como você...

- E o que isso te interessa? - antes que ela respondesse, a interrompi - E o que você tá fazendo aqui? - ela ia responder de novo, mas eu a interrompi, de novo também - Aliás, não importa... Chega disso! Você não ouviu o que eu disse da outra vez? Se não, eu repito: Acabou a brincadeira! - disse dura e séria - Passar bem...

Ia sair dali, mas ela puxou meu braço com força e colou meu corpo no dela...

Eu estava perdendo as forças...

- A brincadeira só acaba quando EU quiser!

E me beijou... Eu já estava completamente sem forças... Correspondi...



Capitulo 17 - Give Your Heart a Break

Manu



Beijar a Manuela era perfeito... Sempre perfeito. O beijo dela tinha tanta vontade, encaixava tão bem com o meu que eu poderia ficar o tempo todo ali beijando-a...

Que imbecil. Eu, aqui, parecendo uma menininha de 14 anos que se apaixona por uma pessoa mais velha e, provavelmente comprometida... Isso sem falar que eu mesma sou comprometida e cometo essas idiotisses?

Me separei dela com um pingo de razão na mente. Ela me olhou puta da vida, iria falar alguma coisa, mas eu a interrompi.

- Precisamos voltar.

Disse antes de sair andando, mas ela segurou meu braço com força.

- Você nunca mais vai me tocar esse jeito, Manuela! Nunca mais! - disse vermelha de raiva, apontando o dedo na minha cara -

- Eu...

Eu estava sem palavras e percebi que realmente havia perdido o controle. Afinal, se havíamos combinado acabar com aquela palhaçada, por que propósito a beijei? Não sei o que deu em mim, mas quando eu vi o namorado dela, me deu uma vontade súbita de enforcar a Mariana e sempre quando eu tenho essa vontade, eu e ela nos beijamos.

Nossa relação se resumo entre ódio e... E nada. Ódio, puramente ódio.

- Você não tem argumento, é óbvio! - falou debochada - Eu não posso mais ficar brincando desse joguinho! Pelo amor de Deus, me deixa em paz! - se virou de costas e saiu -

''Vai voltar para o namoradinho.''

Ao pensar isso, a raiva que eu tava anteriormente tomou conta de mim. Na verdade, o motivo era bem óbvio... Eu estava com ciúme da Mariana. Mas porque? Eu e ela não temos nada, só discutimos, nos odiamos e eu não paro de pensar nela em nenhum momento. Nenhum. Desde que Mariana apareceu na minha vida, nada foi tão mais simples... Pareceu que ela fez tudo virar de cabeça pra baixo... E, por mais que eu não quisesse confessar, estava dificil de esconder o fato de que ela me faz sentir tantas coisas estranhas e novas.

Quando eu estava com ela, a beijando, tudo parecia maravilhoso... Mas depois disso, éramos outras pessoas, completamente diferentes e, ela sempre me tratava com uma indiferença que me fazia absurdamente mal. Primeiro, que eu nunca fui acostumada ser tratada com indiferença por ninguém e, logo sou tratada pela pessoa de quem eu menos queria indiferença.

Me sentei na grama em frente ao lago e fiquei com os olhos fixos na água... Não queria prosseguir com esses pensamentos, mas eles estavam mais fortes do que eu.

Será que eu realmente havia me apaixonado pela Mariana? Era a única explicação plausível de tudo aquilo que eu estava sentindo... Não parava de pensar nela nenhum minuto, sinto coisas com ela como nunca senti com ninguém...

Não! Eu não poderia estar me apaixonando por ela! Ela me irrita, namora, é empregada da minha mãe e... É linda.

Suspirei e abaixei a cabeça, abraçando os joelhos e me encolhendo, parecendo uma criança indefesa. Mas era assim que eu me sentia... Indefesa... Em um beco sem saída. Eu estava tendo um sentimento inadequado por uma pessoa que não é nem aí para mim...

Para a Mariana, eu sou apenas uma criança que deve satisfazer os desejos dela. Provavelmente ela não resiste quando eu a beijo porque eu sou bonita e ela pode ser carne fraca. Única justifcação plausível... Aliás, já estou acostumada com isso... A maioria das pessoas só se aproximam de mim pela minha beleza e pelo meu dinheiro, por isso é tão dificil eu confiar em alguém como confio na Babi e na Ju. E a Mariana não vai ser diferente dos outros... Já que agora ela vai lá, voltar com o namoradinho.

Quando mais fraca fui me sentindo pensando nessas coisas, o nó na minha garganta foi se aumentando... Tentei evitar, mas as lágrimas desceram... Teimosas, contra a minha vontade, mas desceram...

Primeira vez que eu chorava por alguém. Humilhante, mas inevitável...

''Meu Deus, que situação eu to!''

Como um pesadelo, eu ouço a voz da Mariana.

- Manuela, a sua mãe tá te chamando!

''Meu Deus, o que eu faço? Não posso deixar ela me ver desse jeito, chorando, fraca...''

- Já vou. - tentei falar o mínimo possivel para ela não perceber minha voz de choro -

- Você tá bem? - sua voz parecia... preocupada -



- To.

- Olha para mim Manuela... Aconteceu alguma coisa? - sua voz tava próxima -

- Não.

Um silêncio se estabeleceu no local...

- Não vou sair daqui até você me dizer o que aconteceu.

Sua voz estava bem mais próxima. Queria levantar o rosto para ver onde ela tava, mas aí ela ia ver meu rosto inchado e isso não seria bom.

- Para que você quer saber, Mariana? Você não se importa, não liga, não é? Então sai daqui.

- Eu me imp...

A interrompi.

- Não mente! Volta pro seu namorado, vai.

Me arrependi na hora de ter falado aquilo, não vi a reação dela na hora. Shit.

- Manuela, levanta a cabeça, por favor...

- Não! - falei mais agressiva - Sai daqui, que saco!

- Não. - falou de uma forma irritante - Por que você tá chorando? Você sabe que pode conversar comig...

A interrompi. Parecia que eu queria

- Conversar com você? - levantei a cabeça em um impulso e a olhei com ódio - Você tá de sacanagem? Não viu o que aconteceu com a gente agora não? - me levantei - Eu não quero mais sua presença perto de mim, não tá entendendo? Vai lá com o seu namo...

Ela me beijou. É, do nada, me beijou! Correspondi por uns segundos mas me separei...

- Não posso mais fazer isso. - suspirei -

Ela segurou meu rosto com as duas mãos e me olhou nos olhos. Percebi que ela ia falar alguma coisa, mas não foi preciso... Nossos olhares diziam tudo.



Ela foi se aproximando lentamente de mim e encostou seus lábios devagar nos meus... Os entreabi já sem forças, dando permissão para ela me beijar e assim, nos beijamos. Se fosse que nem o beijo que havíamos dado há mais ou menos meia hora atrás, eu teria resistido... Mas foi carinhoso, lento, terno e envolvente. Parecia que estávamos nos beijando de verdade pela primeira vez... Meu coração acelerou com um simples beijo! Toquei sua cintura levemente...

Ela foi me deitando na grama... Ainda não havíamos nos separado do beijo e, este que começou carinhoso, passou a esquentar... Seus toques já não eram tão suaves... Uma de suas mãos apertavam minha cintura e a outra levantava meu vestido lentamente.

Do nada ela interrompeu o beijo.

- Alguém pode chegar e...

- E aí você vai embora e fingir que nada aconteceu, como sempre. - falei revirando os olhos e me levantando - Olha, Mariana eu...



Ela me interrompeu.

- E aí a gente vai embora, você me leva pro lugar que você quiser e passamos o restante dos dias juntas.

- Juntas?

- É, juntas. - sorriu -

Não tive muito tempo para raciocinar se aquilo estava certo ou errada, fiquei tão hipnotizada por aquele sorriso que não tive outra escolha ao não ser concordar.

A ajudei a se levantar.

- Preciso falar com a minha mãe.

- E eu com o Eduardo. Vamos nos encontrar daqui a cinco minutos na saída do sítio, ok?

- Ok.

Fomos cada uma para o seu canto e inventar motivo para minha mãe que eu precisava ir embora não foi dificil. Mas ela ficou interrogando, insistindo para eu ficar, mas por fim consegui convence-la de que eu realmente tinha que ir. Fui até a porta da saída do sítio, onde a Mariana estava me esperando.

- Pensava que você não vinha.

- Minha mãe é meio insistente.

Saímos andando do sítio, sem rumo nenhum.

- Então, pra onde vamos?

''Minha cama!''

Ri com esse pensamento, mas ela não percebeu, pois olhava a vista do local.

- Não faço a mínima idéia.

- Tenha um pouquinho de imaginação!

- Hm... - pensei, pensei, pensei - Realmente não tenho idéia.

- Isso significa que eu posso escolher o lugar?

- Desde que não seja uma biblioteca ou nada intelectual, tudo bem.

Ela riu e me deu um tapinha leve.

- Boba, não é.

Ela chamou um taxi e logo entramos. Me distraí por um momento e acabei não ouvindo o nome do lugar quando ela disse ao moço. Ele deu a partida e eu fiquei curiosa.

- Não ouvi para aonde a gente vai, me fala!

Ela riu.

- Azar seu! Vai ser surpresa agora.

- Para de ser má, Mariana! Fala logo...

- Não!

- Se eu adivinhar e acertar, você diz?

- Pode ser... - sorriu má -

- Praia?

- Não.

- Cinema?

- Não.

- Restaurante?

- Não.

- Ok, desisto. Mas a idéia da biblioteca tá batendo sériamente na minha cabeça.

- Ha-ha! Não sou tão nerdzona assim.

Foi minha vez de rir.

- Imagina! - disse irônica -

Fomos conversando o caminho todo... Diversas vezes tentei descobrir o nome do local, mas não dava. Quando chegamos, paramos em frente a um parque de diversões, o Terra Encantada. É o principal parque de diversões do Rio de Janeiro... Mas últimamente, poucos brinquedos funcionam, porque já ocorreram muitos acidentes nele.

- Me trouxe para um parque de diversões? - perguntei - Logo você, que é toda séria? - falei debochando -

- Surpresa?

- Muito!

Saímos do taxi e entramos.

- Não vamos entrar nos brinquedos, né? - falei receosa -

- Não... Aqui não é muito seguro para isso.

Entramos e, por incrivel que pareça, estava bem movimentado devido á umas apresentações e aniversários. Percebi que ela parecia uma criança feliz dentro de um parque de diversões... Parecia ser seu lugar preferido, o motivo eu não sabia, mas ver a Mariana desse jeito me encantou. Não parecia mais aquela mulher insegura de antes.

Fomos naquelas barracas de tiro ao alvo.

- Vou ganhar! Sou ótima nisso! - falei -

- Exibida.

- Quer competir comigo?

- Quero!

- Ok. Vamos apostar aquele ursão lá... - apontei -

- Mas precisa de 10.000 pontos para conseguí-lo!

Nessa hora, um homem esbarrou em mim e eu quase caí, se ela não tivesse me segurado. Ficamos muito próximas... Nos olhamos, aproximamos nossos rostos inevitavelmente e...

- Querem alguma coisa, senhoritas?

Nos separamos na hora. O menino do brinquedo nos olhava curioso.

- Queremos jogar tira ao alvo para ganhar o ursão lá.

- Tudo bem. - deu as arminhas - É só conseguirem o ponto exigido... Tem outros brinquedos também, o tamanho vai aumentando conforme os pontos aumentam, ok?

- Ok!

Jogamos o jogo parecendo duas crianças felizes... Eu tentava esbarrar nela para ela errar o alvo e ela idem. Acabou que ela conseguiu ganhar o ursinho grandão e eu não consegui ganhar nada devido ao fato dela ficar me atrapalhando na hora do tiro.

- Injusto! Você me atrapalhou! - fiz biquinho - Queria um ursinho.



O moço deu o urso para ela, de tamanho médio. Uma gracinha. Ela olhou para o urso, depois olhou para mim...

- Toma.

- Sério? Não precisa...

- Fica com ele! - insistiu e eu acabei pegando o ursinho, não resisti, ele era muito lindo! -

- Obrigada. - falei abraçando o ursinho com uma tensa impressão que estava a abraçando, acabei sorrindo com isso -

Andamos pelo parque e pedimos algodão doce, vimos apresentações, tiramos diversas fotos fazendo careta em uma cabine...

Mariana estava radiante! E eu também... Estava incrivelmente feliz!



Já estava de noite e íriamos ver a apresentação final. Aliás, a apresentação já havia começado e a pegamos no começo...

A história era linda. Era de um casal que se apaixonava, mas os pais não apoiavam e eles fogem... Meio romeu e julieta e clichê, mas eu gostei. Eu e a Mariana estávamos uma do lado da outra, assistindo atentamente... Me distraí por alguns momentos a olhando fascinada pela peça, por tudo... Com um sorriso feliz nos lábios... Fiquei boba com isso.

Olhei para a sua mão... Segui um impulso e encostei minha mão levemente na dela... Ela virou a cabeça na minha direção e eu desviei o olhar, fingindo que estava vendo a peça... Quando eu sinto ela segurar a minha mão e entrelaçar nossos dedos. Sim, entrelaçar, como se fosse um casal!

''Oh, My!''

Ficamos a peça toda de mãos dadas... Quando a peça acabou, soltaram fogos coloridos... O céu estava lindo! As crianças e seus pais observiam a queima dos fogos admirados, eu e a Mariana também... O momento era mágico...

Nos olhamos e sorrimos... Completamente felizes! Ela apertou mais a minha mão e observamos aquele espetaculo que durou minutos.

''Melhor dia da minha vida!''

Depois da apresentação, resolvemos ir embora porque a movimentação do parque já estava começando a diminuir

Detalhe: Não soltávamos nossas mãos por nada!

Entramos no primeiro taxi que vimos.

- Porque me levou para um parque de diversões? - perguntei curiosa -

- Esse parque marcou bastante a minha infância. É com certeza meu lugar favorito.

- Pena que ele esteja falindo, né.

- É... É uma pena.

Conversamos um pouco mais o caminho todo... Deitei minha cabeça em seu ombro e ela ficou fazendo carinho no meu cabelo... Estava tudo perfeito!

Paramos primeiro na casa dela, já que era antes da minha. Me deu uma sensação péssima de ter que me separar dela.

- Bom, tenho que ir. - falou suspirando -

Levantei minha cabeça do ombro dela.

- Tudo bem. - não a encarei -

- T-tchau...

- Tchau.

Era óbvio que queríamos nos beijar, mas não nos beijamos por causa do taxista. Ela saiu dali e eu fiquei a olhando caminhar até a portaria do seu prédio, e estranhei ela ter dado meia volta e vir andando em direção ao taxi... Já comecei a ver pelo carro se ela havia esquecido de algo, até que ela fala:

- Você... Quer subir?

Manu (continuação)



- Você... Quer subir?

A pergunta havia me pego de surpresa... Meu Deus, e agora?

Fiquei sem resposta por um momento, mas... Bom... Não preciso nem falar que aceitei né? Aquele dia com a Mariana não estava me permitindo usar a razão por nenhum momento, portanto me deixei levar...

Pareceu que mal pisquei os olhos, e já estávamos no corredor escuro do seu prédio aos beijos... Não aguentei chegar até a sua casa, precisava dela e tinha que ser pra já! Ela não hesitou, me abraçou e correspondeu o beijo da forma que só ela conseguia fazer... Envolvente, único! Fomos andando provavelmente até a porta do seu ap, sem nos desgrudarmos do beijo...

- Preciso abrir a porta... - falou entre os beijos -

Nos beijamos mais uma vez e ela virou de costas para abrir a porta... Estávamos coladas ainda e não esperei ela abrir a porta, coloquei seu cabelo para trás e a abracei pela cintura, puxando seu corpo mais para perto do meu - se isso ainda era possível! - e colei meus lábios no seu pescoço, mordendo de leve, causando arrepios fortes no seu corpo, o que causou dificuldade dela conseguir destrancar a porta.

- Manuela... Eu... Preciso... - mordi sua orelha e ela ofegou, ri com isso - Abrir a...

Ela não terminou a fala, conseguiu destrancar a porta e se virou de frente para mim, me puxando pela nuca e roubando outro beijo alucinante... Nem eu mesma conhecia essa minha vontade de beijar tanto! Mas a Mariana me fazia lembrar de como um beijo é bom... Ela foi me puxando para entrarmos no seu apartamento e eu fechei a porta com o pé. Nos separamos finalmente do beijo por falta de ar.

Manuela, eu...

- Shii. - coloquei o dedo indicador na sua boca, em sinal para ela não falar mais nada - Não atrapalha esse momento...

A beijei para ela não protestar e ela nem hesitou... Agora estávamos completamente entregues. Fomos andando sem desgrudar aos beijos até o seu quarto... Os beijos, que estavam lentos, profundos, passaram a esquentar, a ficarem mais urgentes... Ela puxou meu cabelo com uma das mãos, enquanto com a outra ia levantando o meu vestido e passando as unhas nas minhas costas, provocando fortes arrepios.

Fiquei profundamente excitada com essas carícias da Mariana que estavam me levando aos céus e a ajudei a tirar por completo o seu vestido... Ela olhou para o meu corpo quase babando... Tirei sua blusa enquanto beijava o seu pescoço, mordia, lambia, causando dessa vez os arrepios que ela havia causado em mim antes... Suas mãos desceram para minha bunda e ela a apertou forte, colando o meu corpo no dela e colando nossos lábios de novo... Fomos caminhando até a cama, na qual ela me deitou lentamente, se colocando no meio das minhas pernas... Minhas mãos arranhando suas costas, desci para o seu short e resolvi ousar um pouco... Passei a mão entre as suas pernas por cima do jeans e ela gemeu baixinho, sorri com o que estava provocando nela e desabotoei seu short e o tirei, com sua ajuda.

- Uau. - falei ao contemplar o seu corpo seminu -

''Gente, que gostosa!''

Ela sorriu maliciosamente e voltou a se encaixar entre as minhas pernas... Mordeu o meu lábio inferior e falou entre beijos.

- Gosta do que vê? - falou enquanto mordia meu lábio inferior e passava as mãos pelas minhas coxas, dando leves apertões e arranhões, que me levaram em outra dimensão -

- A-aham... - falei completamente alucinada com os carinhos dela -

''Ela tem noção do que faz comigo?''

Ela deu outro sorriso malicioso e começou a beijar meu pescoço, enquanto passava a mão pelos meus seios por cima do sutiã... O desabotoou sem nenhuma pressa e o tirou... Olhou para os meus seios com desejo e não esperou nenhum minuto para desfrutar deles... Os beijou, chupou, mordeu, lambeu, fez o que quis e eu adorei... Meu corpo se arrepiava a cada toque que ela dava, sua boca em meus seios estavam me levando a um estado de excitação quase insuportável...

Meus gemidos aumentou quando senti um dedo seu me penetrando levemente, enquanto ela ainda chupava meus seios... Sua boca desceu para minha barriga, na qual ela dava mordida leves e marcava caminho com a sua lingua quente... Ela fazia tudo isso enquanto continuava me penetrando com o dedo...

Deuses! Eu estava na terra ou no paraíso?

Sua boca desceu para minhas coxas e ela penetrou outro dedo, me fazendo gemer alto...

- Vai Mariana, faz o que você quiser comigo, vai...

Ela me penetrava com dois dedos enquanto rastreava um caminho delicioso com a sua boca nas minhas coxas... Ameacei gozar várias vezes e quando isso acontecia, ela parava de me penetrar e depois voltava...

- Me faz gozar logo, por favor! - quase implorei -

A olhei e ela deu um sorriso maravilhoso, enquanto me olhava com aqueles olhos azuis que estavam até escuros de tesão.

- Pede de novo.

- Me come, Mariana... - pedi gemendo logo em seguida -

Ela voltou a beijar as minhas pernas, enquanto voltou a me penetrar, mas dessa vez só com um dedo... Passou a beijar a minha virilha lentamente, nitidamente me provocando... Não aguentei a provocação e empurrei logo sua cabeça para meu sexo... Ela deu uma risada super gostosa antes de começar a me chupar e lamber, me levando em outra dimensão. Soltei um grito de prazer ao sentir aquela língua perfeita na minha... Ela fazia movimentos com a língua que me faziam delirar! Dessa vez, ela sabia que eu não ia aguentar e ia gozar... Voltou a penetrar os dedos enquanto me chupava com maestria... Meu corpo começou a tremer como nunca, meus olhos a revirar... Explodi em um orgasmo intenso.



Eu quase não respirava... Me faltava ar... Meu corpo ainda tremia... Ela me lambeu mais um pouco e depois se deitou do meu lado, fazendo carinhos no meu cabelo enquanto eu recuperava a respiração...

- Já... Transou... Com uma mulher antes?

Perguntei curiosa. Afinal, impossível eu ter sido a primeira mulher que ela transou depois de tudo que ela me fez sentir!

Ela riu da pergunta.

- Não... Você foi a primeira, porque?

- Nada...

Já recuperada, me montei em cima dela e joguei meus cabelos para trás...

- ...Mas agora é minha vez.

- Vem então. - disse com uma voz completamente sensual e mordendo os lábios -

A beijei intensamente, percebi que o beijo a fez se arrepiar... Me separei do beijo mordendo seu lábio inferior com força...

- Vou fazer você gozar na minha boca... - falei com os lábios colados no seu, enquanto desabotoava seu sutiã -

- Você vai tentar. - disse provocativa -

Minha resposta foi imediata, pressionei minha coxa com força no seu sexo... Ela mordeu os lábios com força e deu um gemido baixinho...

- Delícia... - disse em um sussurro -

Tirei seu sutiã por completo... Quase babei por aqueles seios lindos... Minha boca águava por eles... Mas eu precisava provoca-la, fazer ela sentir como eu me senti a momentos atrás...

Eu beijava e chupava seu pescoço com vontade, lambia com a pontinha da língua causando arrepios cada vez mais fortes em seu corpo... Passava as mãos pelos seus seios, os apertava... Comecei a susurrar indecencias no seu ouvido, deixando ela completamente excitada, apertando o meu corpo e gemendo cada vez mais alto...

- Hoje você vai dar só pra mim, só pra sua criança... Não é, Mari? Diz que sim... - puxei seu cabelo - Vai, diz...

- Vo-ou... - sua voz estava tremula de tesão -

Sorri maliciosamente e desci meus beijos finalmente para seus seios... Me deliciei neles, fiz o que quis e seus gemidos aumentavam cada vez mais... Aquela sensação de causar esse prazer a outro alguém, ainda mais na Mariana, era mágico! Pressionei meu dedo indicar no seu clitóris e ela deu um gemido mais alto de prazer... Fiquei fazendo movimentos circulares com meu dedo em seu clitóris enquanto ainda beijava seus seios... Pareciam imãs! Não conseguia desgrudar deles! Com muito esforço de largar daqueles seios maravilhosos e deliciosos, desci os beijos para sua perna, ainda fazendo os movimentos em seu sexo... Ela revirava os olhos, tremia... Já estava dando indicios que ia gozar rapidamente, então resolvi tirar a mão entre as suas pernas...

- Ainda não. - susurrei -



Abri as suas pernas com as mãos e fui beijando sua perna devagarzinho... Começando pelo peito do pé, e subindo, subindo, até estar bem próxima do seu sexo, ainda coberto pela calcinha... Resolvi fazer mais um charminho e tirei sua calcinha com a boca... Encarei aquele sexo molhado na minha frente e quase perdi o controle... Mas eu tinha que provoca-la mais... Voltei aos beijos molhados pela sua perna, passei a língua pela sua virilha... Mariana tremia, gemia, falava coisas sem sentido... Cansei de provocar e mergulhei minha boca naquele sexo quente e molhado... Ela gemeu alto, puxando os meus cabelos e empurrando minha cabeça contra seu sexo... Seu gosto era delicioso! A sensação de tê-la sob meu domínio era única! Pressionava sua língua em seu sexo e, percebendo que ela não ia demorar a gozar, penetrei dois dedos com força... Ela gemia, seu corpo começou a tremer ainda mais e por fim, gozou chamando o meu nome... Melhor coisa!

Ela respirava com muita dificuldade... Seus rostos estavam corados... Seus olhos estavam escuros ainda de tanto tesão...

Fiquei dando beijinhos no seu rosto enquanto ela recuperava a respiração... Ela tentou falar alguma coisa, mas não conseguiu por causa de sua respiração pesada... Só conseguiu reformular a frase depois de uns segundos:

- E você... Já fez isso... antes?

- O quê? Transar com uma mulher?

Ela fez balançou a cabeça positivamente, ainda ofegante.

- Não. - admiti - Porque?

- Nada também.

Voltei a ficar em cima dela...

- Já tá cansada? Pensei que fosse mais forte, ein Mariana... - disse voltando a beijar o pescoço dela -



Ela riu, abrindo as pernas e eu me posicionei entre elas...

- Vamos ver quem aguenta.

Disse antes de me beijar... Nossas peles estavam suadas, fervendo... O beijo era quente... Ela apertou minha bunda com força, fazendo meu sexo entrar encostar no dela e fazer ela gemer entre o beijo...

- Rebola em mim... - disse com uma voz rouca, irresistivel -

Não precisei nem responder, né? A deitei na cama e comecei a beijar seu pescoço, enquanto encaixava meu sexo no seu... Ela apertou minha bunda de novo, aumentando o atrito entre nossos sexos e eu comecei a rebolar lentamente... Ela foi acompanhando meu ritmo... Aquele atrito estava maravilhoso! Aumentamos os ritmos dos nossos movimentos, nos esfregavamos, nos beijavamos, nos arranhavamos... Senti meu corpo tremer de novo intensamente e, depois de alguns minutos, gozei intensamente e logo depois ela gozou também...

Nos jogamos na cama, ofegantes, uma do lado para a outra, de barriga para cima e recuperando a respiração.

- Quer... comer? - ela disse interrompendo o silêncio -

- Calma... Daqui a pouco... - falei ainda ofegante -

Ela riu.

- To falando de comida.

Acabei rindo.

- Ah... - acabei rindo também - Pode ser.

- Ok, vou lá preparar alguma coisa.

Ela foi andando até a cozinha enrolada no lençol... Fiquei abobada olhando as curvas do seu corpo visiveis por baixo do seu tecido... Ela foi até a cozinha e depois de uns minutos eu já estava com a respiração totalmente recuperada e fui para a cozinha nua e cheia de segundas intenções...

Me encostei na porta da cozinha dela e ela estava de costas, preparando dois sanduíches... Fui andando em sua direção em silêncio e a abracei por trás, colando minha boca no seu pescoço...

- Sabia que você ia vir...

- Lê pensamento? - disse descendo o seu lençol e já tocando o seu sexo, enquanto empinava a bunda para mim -

Ela não respondeu, apenas apoiou as duas mãos na mesa da cozinha, me permitindo fazer o que quisesse com ela de costas para mim...

- Levanta a perna...

Ela virou a cabeça um pouquinho de lado e sorriu maliciosamente... Levantou a perna e eu deslizei meus dedos por aquele sexo molhado... Já penetrei dois dedos por trás e ela gemeu alto, se apoiando na mesa e mordendo os lábios com força... Aumentei o ritmo enquanto mordia sua orelha e susurrava safadezas no seu ouvido... Não demorou muito e ela gozou nos meus dedos...

- Gostosa... - disse mordendo a sua orelha -

Ela sorriu e se virou de frente, me beijando e entrelaçando os lábios no meu pescoço.

- Safada! Não esperou nem eu terminar de preparar o nosso lanche!

Rimos e nos beijamos de novo...

Depois dela retribuir o orgasmo que eu havia feito nela, me colocando em cima da mesa e me chupando demoradamente, fomos finalmente lanchar em seu quarto. Lanchamos enquanto conversávamos um pouco sobre algumas coisas, falávamos de umas coisas engraçadas do trabalho e, depois do lanche, transamos mais uma vez e dormimos, exaustas e abraçadas, de conchinha!

''Com certeza, melhor dia da minha vida!'' Pensei isso mais uma vez, antes de adormecer nos seus braços.

Capitulo 18 - E agora?

Mari

Lembranças de um sonho agrádavel com a Manu atormentavam minha mente... Um dia em que havíamos nos entregado uma para outra sem medos, sem hesitações. Abri os olhos lentamente e despertei desse meu sonho... Ao reparar meu corpo nu na cama, constatei que não foi um sonho. Foi realidade... Eu e a Manuela realmente havíamos passado momentos mágicos no dia anterior! Olhei para o lado para ver se ela, e só avistei um bilhete na cabiceira... Peguei curiosa e li: ''Hora de voltar para a realidade...''

Apenas isso estava escrito, de forma direta e curta. Respirei fundo e, apesar de inicialmente ter me batido uma tristeza dela ter ido embora, ativei meu lado maduro - se é que ainda me restava depois dessas aventuras adolescentes - e parei para pensar que foi até melhor assim... Minha cabeça estava confusa demais e, se eu acordasse com ela do meu lado, não teria meu tempo para pensar, apesar de que se eu pudesse, repetiria infinitas vezes aquela noite, esquecendo os problemas lá fora.

É, o ''lá fora'' apareceu. E isso me despertou um pânico.

''Meu Deus! Eu dormí com a Manuela! Uma menina de 19 anos... Filha da minha chefe! Aonde eu to querendo chegar com essa loucura toda?! To arriscando meu trabalho, ferindo meus sentimentos pelo o quê? Nada...''



Pensei, repensei... Sabia que tudo era errado, inclusive o fato de eu estar apaixonada por ela. Era incoerente, sem o menor sentido... E pior, essa noite que passamos juntas só serviu para confundir mais a minha cabeça. Era dificil ter que admitir que uma menina de 19 anos me fazia sentir coisas que nenhum homem até mais velho já me fez sentir. E agora, eu sabia que isso servia para todos os sentidos... Tanto na cama quanto fora dela.

''Como me deixei dominar assim?''

Coloquei uma roupa e me levantei da cama, totalmente indisposta para tudo... No meu celular, haviam 5 chamadas não atendidas do Edu e 2 chamadas da Dri. Não retornei porque não tinha muito o que falar... Eu já sabia que os dois desaprovavam totalmente - e com razão! - meu relacionamento - se é que se pode chamar de relacionamento - com a Manuela e eu estava fraca e confusa para ouvir sermões de amigos. Queria pensar um pouco sozinha dessa vez, depois eu contava tudo pra eles.



O dia foi chato, cansativo... Durante ele todo me surgiam as lembranças de mim e da Manuela... Lembranças ora dos nossos momentos no parque, ora de nós duas aqui, na minha cama... Lembranças que me pertubavam, esquentavam meu corpo, me deixavam aflita... Parecia que eu estava doente.

''Doente de amor? Espero que não!''

Amor... Melhor evitar essa palavra, não é? Forte demais... Né? Isso aí.

Resolvi ir para a casa dos meus pais e jantar com eles para ver se me distraía um pouco... Fiquei conversando com eles na mesa e me perguntei o que eles imaginariam que a filha de 23 anos está apaixonada por uma menina de 19. Preferi nem pensar mais nisso, era melhor.

Fui embora cedo para casa e adormeci rapidamente, desejando força para encarar a Manuela no dia seguinte.



......2 horas se passaram do horário normal que a Manuela chega, e nada nela. Tentei evitar ficar ansiosa, mas era impossível... Roía as unhas, esquecia de fazer os relatórios, até que ela apareceu... Linda! Com os cabelos em um tom um pouco mais claro - provavelmente deve ter pintado e foi a justificativa do atraso - e falando no telefone. Inevitavelmente, ouvi.

- Não, Bernardo... Eu fui no salão pintar o cabelo... Tá... - falava sem paciencia -... Tudo bem, a gente almoça amanhã... Agora tenho que trabalhar... Beijos.

Ela desligou o telefone e sentou-se na mesa... Não nos falamos... Aliás, eu tava meio sem graça. Não sabia o que falar depois disso tudo... Resolvi entrar no jogo dela e fingir que nada aconteceu, né? Melhor que eu não me machucava...

''Será que ela não gostou e não quer mais falar comigo depois que conseguiu o que quis?''

Nem terminei direito meu pensamento, e ela quebrou o silêncio.

- Oi, né, Mariana.

- Oi... - respondi ainda sem graça -

Meu Deus! Eu tava parecendo uma adolescente!

- Como foi seu fim de semana?

- Muito ótimo, e o seu?

- Sim... Passei na casa de uma colega de trabalho.

- Jura? E aí? - entrei na brincadeira -

- Eu e ela fizemos coisas...

- Coisas?

- É... Transamos.

Me fingi de assustada.

- E aí? Como foi?

- Regular... - disse ironica - Não sei a opinião dela sobre isso.

- Acho que ela também achou regular... Bem pro médio, sabe. - fui ironica também -

Ela deu um riso sem graça e ficou um silêncio...

- Eu fui embora antes porque eu tinha que pensar um pouco, Mari.

- Tudo bem...

Tive curiosidade de perguntar sobre o que ela pensou, mas não quis ficar muito em cima.

- É só isso que você fala? Tudo bem? - falou indignada -

- É...

Eu não sabia da onde vinha a vontade de ser fria com ela, mas eu não queria me humilhar nem nada, ainda mais porque ela nitidamente não se importava muito.

- Bom, sendo assim melhor esquecermos do que aconteceu sábado. - disse convicta -

Meu coração parou na hora...

''Ela realmente quer esquecer?''

- Tudo bem. - respondi automaticamente -

- Bom... Eu... Vou na sala da minha mãe... Por que esse computador ainda tá ruim. - se levantou - Até mais.

- Até.

Mari (continuação)



Ela ia sair, mas meu impulso falou mais alto do que eu... Me levantei da cadeira e fui até a sua direção, segurando seu braço antes que ela abrisse a porta.

- Espera... Precisamos realmente conversar.

Ela me encarou.

- Só converso se você parar de ser babaca.

- Como assim, babaca? - cruzei os braços -

- Nada... - respirou fundo - Pode falar.

- Er... Então... Sobre o que pensou no fim de semana? - perguntei logo de uma vez -

- Quer saber mesmo? - levantou a sobrancelha -

- Quero.



- Não sei exatamente... To muito confusa, Mariana. Nós duas somos mulheres, eu tenho namorado... Você é mais velha, independente...

- Esqueceu de falar que você é filha da minha chefe. - apontei o ponto mais importante -

- É, tem isso também... - falou despreocupada -

Ela pareceu falar sem se importar muito com esse fato, afinal, quem seria demitida era eu, e não ela, não é mesmo? Comecei a me lembrar da gravidade da situação.

- ''Tem isso também''? É o fato mais importante, Manuela! - falei indignada e abaixei o tom de voz - Se a sua mãe descobre que nós...

- ...Transamos... - me completou impaciente -

- ...Ela me manda pro olho da rua!

- E porquê você não pensou nisso antes de tudo acontecer?! Você passa o dia todo comigo, me convida para subir para sua casa, para chegar hoje e você me tratar como se eu fosse um nada, um objeto sexual! - falou revoltada, parecia um desabafo - E só depois de finalmente dormir comigo, se lembra que eu sou filha da sua chefe e começa a fingir que nada aconteceu. Mas é meio óbvio, não é? Já conseguiu o que queria de mim...

Fiquei indignada com essas palavras.

- Você tá achando que a minha intenção com você era transar e cair fora?! - perguntei quase explodindo de raiva -

- Acho sim, e aí?

- E aí que você tá enganada, tá legal? Eu não preciso me aproveitar da filha da minha chefe para satisfazer algum desejo sexual não! To longe disso! E aliás, não parece que sou eu que quero me aproveitar da situação, né? - comecei a desabafar também - Você tá super acomodada com isso! Nada disso te prejudica, nada isso te afeta...

- Para de querer reverter a situação! Quem fica fingindo que nada aconteceu, como sempre, é você! - elevou o tom de voz -

A conversa estava começando a ser levada para outro rumo...

- Mas é óbvio! Eu tenho um emprego e dignidade! Tenho 23 anos na cara, não posso brincar de ser criança com uma menina de 19 anos que não quer saber de nada além de curtir a vida. E você também é muito boa nessa arte de fingir que nada aconteceu...



- Quem olha você falando assim, parece até que é a vitima...

- Ninguém aqui é vitima, Manuela! - falei séria - O que estamos fazendo é errado... Inconsequente! Quer dizer, tem consequencia sim, e vai acabar com a minha carreira profissional enquanto a sua vida vai continuar perfeita... Não tem como a gente continuar com isso! Cansei de bancar a irresponsável.

- Muito bem, Mariana... - falou irônica enquanto se aproximava de mim - Escuta só: Eu sei bem o que você é, e sei bem o que você esconde dentro dessa máscara de mulher fria e responsável... Você pode enganar todo mundo, mas não me engana. - nós estávamos bem próximas, já dava para sentir seu halito quente bater no seu rosto -

- E-Eu não quero continuar com isso... - falei num susurro, já quase sem forças -

- Não quer mesmo? - ela se aproximou mais, praticamente me deixando sem saídas -

- Não... - quem eu queria enganar? -

Ela se aproximou mais... Eu já estava fechando os olhos e me entregando até quando ela põe o dedo indicador na minha boca.

- Então não vamos continuar. - se afastou de mim e se dirigiu à porta - Afinal, você cansou de ser irresponsável... - falou ironicamente e saiu dali, me deixando atonica -

Humilhada. Isso que eu havia sido... Aquela situação havia confirmado para mim mesma o poder que aquela menina exerce sobre mim... Era só ela ficar um passo de distancia de mim que eu perco o ar e me entrego totalmente.

Não poderia ser assim... Eu precisava me controlar e cada vez se tornava mais irresistivel... Cada lembrança minha e dela juntas tornava isso cada vez mais forte...

Eu sabia que não valia a pena eu por meu trabalho e meu futuro em risco por causa dessa menina... Eu sabia que ela não sentia o mesmo por mim, era quase que certo. Eu tinha um emprego, um futuro todo à frente que poderia ser derrubado se a mãe dela soubesse do nosso envolvimento.

Isso já estava se tornando cansativo. Lutei muito na minha vida para chegar onde eu estou e não posso por tudo a perder por causa de uma menina que sempre teve tudo que quis. Não posso mesmo! Ela não tem nada a perder... Eu tenho tudo!

Resolvi voltar a trabalhar, e foi exatamente isso que eu fiz...

Eu e Manuela não nos falamos o restante da semana... Ela me evitava ao máximo, e, apesar de eu estranhar a mudança repetina dela, tive que me conformar que aquilo era o melhor. Alimentar aquela loucura seria inutil.

Apesar de eu ter sofrido bastante com a distância entre nós duas, consegui disfarçar bem, eu acho. Horas e outras eu me pegava olhando para o seu corpo perfeito, ou admirando a sua beleza sem ao mesmo ela perceber... A solução? Jogar uma água fria no rosto e recuperar as emoções...

Sexta-feira, ocorreu uma forte chuva... Todos do trabalho haviam embora, menos eu e ela, que estávamos completando uma série de relatórios. Confesso que ficar sozinha com ela me despertou umas idéias maliciosas, mas preferi não comentar sobre...

A chuva não parava, e ficava cada vez mais forte... Tão mais forte, que ocorreu falta de luz.

- Puta merda! - falou revoltada - Acho que perdi todo o trabalho...

- Calma, a luz vai voltar ja já e eu vou recupera-lo.

Primeira palavra que dirigiamos uma a outra em 4 dias.

Esperamos uns 15 minutos da luz voltar, e nada voltou...

- Acho melhor irmos embora. - comentei -

- Vamos ter que ir de escada, né?

- É... Tem a chave do portão das escadas aí?

- Não! Por que, tem alguma chave para as escadas? - ela falou como se já soubesse o que aquilo significada -

Coloquei as mãos na cabeça.

- Tem! E provavelmente tá com o empregado...

- Estamos presas aqui até a luz voltar, é isso?

Olhei para a janela e a rua estava toda alagada.

- E até a rua esvaziar também.

- Ótimo! - falou irônica - Vamos esperar então...

Esperamos em silêncio a luz voltar, mas não deu indicios...

- Acho que hoje de noite não volta.

- Não acredito que vou ter que dormir aqui! Sem passar hidrante, sem por meu pijama... E sem nenhuma cama!

- Calma! - ri do desespero dela - Acho que tem um colchão de emergencia aqui, porque isso já havia ocorrido uma vez com a sua mãe.

- É... Eu lembro. - parou para pensar - Só um colchão? - levantou a sobrancelha, desconfiada -

- É... Acho que só um colchão...

''Jesus do céu...''



Fomos até o armario dos empregados com dificuldade, já que tudo estava escuro e a única iluminação que tinha era dos postes da rua... Conseguimos chegar lá e, como previsto, só tinha um colchão.

- E agora? - perguntou -

- Eu durmo no chão, não tem problema...

- Não precisa. A gente divide...

- Tem certeza? - minha vez de levantar a sobrancelha -

- Tenho... É melhor do que acordar com dor nas costas, não? - falou divertida -

- É melhor mesmo... - sorri -

Acabei achando uma lanterna no armário, e o colchão, por sorte da Manuela que é fresca, estava limpinho, novinho em folha e até com plastico por cima.

- Vamos dormir aonde? - perguntou -

- Melhor na nossa sala, né... Vai ser nada legal a gente acordando com o barulho dos empregados vindo para a empresa.

- É verdade.

Fomos até a nossa sala e preparamos o colchão... Tirei a minha blusa social, que estava me incomodando profundamente e fiquei só de regatinha, que eu sempre coloco por baixo para não marcar muito o meu corpo.

- Então, o que vamos fazer? - se sentou no colchão - Dormir?

- To sem muito sono... Mas não tem muito o que fazer.

- Logo hoje que eu tava pensando em tocar... - pareceu ter falado sozinha -

- Tocar? Tocar o quê?

- Violão...

- Você toca?

- Só em ocasiões especiais. - suspirou -

- Como assim? Por quê?

- Não me traz boas lembranças tocá-lo... - ela suspirou e sua voz mudou até o tom ao falar - Me lembra o meu pai, que faleceu quando eu tinha 14 anos.

Fiquei sem palavras... Nunca tinha visto a Manuela, daquele jeito... Triste por motivos tão sinceros... Não imagino o tamanho do sofrimento dela.

- Eu sinto muito... - falei fazendo carinho no seu cabelo para conforta-la -

- Não precisa sentir. Eu só evito falar nesse assunto porque... - respirou fundo - Deixa para lá. Você não quer ouvir...

- Quero sim. É óbvio que eu quero...

- Sério? - me olhou, não podíamos nos ver direito por causa da escuridão -

- Sério... - sorri meigamente -

- Ele morreu em um acidente de carro. Eu e a minha mãe recebemos a notícia às 5 horas da tarde... - deu uma pausa, percebi que ela respirava fundo - Desde então eu só toco violão quando é uma forma de pedir ajuda a ele ou querer me comunicar com ele... Dizer que eu estou com saudades dele... - sua voz passou a ficar mais chorosa - E eu sinto tanta falta dele...

Meu coração quebrou em mil pedaços ao ver aquela cena... Não aguentei e a abracei... Ela mergulhou em um profundo choro em meus ombros, de uma forma que me surpreendeu... Manuela estava fraca, frágil... Como se eu a tocasse, pudesse quebrar em mil pedaços. Me matava vê-la desse jeito... Nunca esperei ver a Manuela assim, deixando seus sentimentos expostos, mostrando que há muito além nela do que uma patricinha mimada...

- Shiii... - falei a confortando - Você precisa ser forte, Manu...



- Eu só queria ele aqui... - falou entre susurros -

Não tive mais o que falar, apenas a abracei, que era a única coisa que eu poderia fazer... Seu choro foi se acalmando aos poucos, até que ela parou de chorar e ficamos ali, abraçadas... Meu corpo passava por uma energia que eu desconhecia até então... Eu sabia que era além de tesão o que eu sentia por aquela menina, e agora estava mais comprovado do que nunca. Ao vê-la daquele jeito, não tinha como eu pensar com a razão... Meus sentimentos falavam mais alto do que eu.

- Obrigada... - falou com a voz próxima do meu ouvido, o que me causou um certo arrepio - Você é a primeira pessoa com quem eu converso sobre isso...

- Sério? - falei surpresa, e meu coração acelerou bastante, não sei se ela percebeu -

Ela virou o meu rosto em direção ao dela gentilmente com as mãos, enquanto o acariciava com o dedo polegar... O escuro não me permitia perceber sobre o que se passava em seu olhar, mas o que estava prestes acontecer era óbvio... Ela balançou a cabeça positivamente, respondendo a pergunta anterior que nessa altura do campeonato em nem lembrava e aproximou o rosto lentamente do meu... Encostamos nossos lábios devagar, e, nos perdemos a um beijo lento, terno e cheio de saudade...

Capitulo 19 - Anjo...

Manu



Sexta-feira foi um dia que começou triste... Havia sonhado com meu pai e isso me deixava sempre triste, muito triste. Planejei até de tocar algumas músicas para ele... Bom, pode parecer bobeira, mas sempre quando eu toco no violão, o que é raro, eu sempre imagino que eu to tocando para ele, que foi quem me ensinou a tocar... Bobo, eu sei, mas é a minha forma de me sentir perto dele.

Um dia que começou triste, terminou de uma forma que eu mal podia imaginar... Desabafei toda a minha mágoa de anos nos braços de quem? Sim, Mariana... Que foi extremamente atenciosa, carinhosa e todas as qualidades perfeitas que ela conseguiu. Acho que ela não teve noção do bem que me fez sentir naquele momento.

Não resisti e a beijei com saudade... Sim, saudade daquele beijo que só ela tinha! Nem uma semana com o Bernardo me fazia sentir o que eu sentia em 2 segundos com ela... Era impressionante... Era uma questão sem resposta que eu não queria procurar o sentido nela, apenas deixar acontecer...

Nos beijamos por minutos, ainda carinhosamente... Até que o meu celular toca, não liguei e continuei a beijando...

- É melhor... - falou entre os beijos - Você atender...

- Quero não... - falei sorrindo e a puxando de novo -

Nos beijamos rapidamente e a merda do telefone insistiu em tocar de novo... Me separei do beijo irritada e atendi.

- Alô! - falei p* da vida -

- Filha! Você tá aonde? Tá demorando pra chegar em casa...

- Então mãe, além da rua aqui estar toda alagada, a luz daqui do prédio da empresa faltou... Só tem eu e a Mariana aqui e pensamos em dormir aqui.

- Melhor então! Mas vocês vão dormir no chão, sem nada pra comer?

- A gente se vira... - falei logo querendo desligar -

- Ok então. Aproveitem e quando acordarem vão para casa, é melhor vocês tirarem o dia de folga por terem dormido na empresa!

''Oba!''

- Tudo bem então! Olha mãe, vou desligar... Porque minha bateria já tá meio fraca e meu celular precisa durar a noite toda...

- Ok filha. Beijos e se cuidem! Caso a chuva diminua e a luz volte, volta para casa...

''Ultima coisa que eu quero que aconteça!''

- Tá bom. Beijos!

Desliguei.

- Amanhã eu e você não trabalhamos. - avisei -

- Sério? Mas eu preciso completar bando de relatórios...

- Deixa de ser nerd! - falei enquanto voltava a me aproximar dela, estávamos ambas sentadas no colchão -

- Mas eu não posso faltar o trabalho, eu preci...

- Xiiii... - falei entrelaçando um braço em seu pescoço e colocando o dedo indicador da outra mão em sua boca - Fica calma... - a dei um selinho e percebi seus musculos relaxarem - Não tem coisas mais importantes pra se preocupar agora do que com os relatórios de amanhã? - falei sorrindo maliciosamente com os lábios colados no dela -

Ela sorriu também...

- Prefiro pensar nos relatórios... - disse ironica -

- Idiota! - disse brincando antes de beija-la -

O beijo foi quente, com intenções totalmente diferentes do primeiro... Minhas mãos já estavam tirando a sua blusa... Aliás, maldita blusinha, viu? Anteriormente, quando ela tirou a blusa social e deixou a mostra essa regatinha colada, quase perdi o ar de tanto tesão... E eu tinha que descontar todo esse meu tesão nela, é óbvio! Ela me ajudou a tirar sua blusa e mordeu meu lábio inferior...

- Você é tão safada, menina... - disse mordendo meu lábio inferior e com os lábios colados no meu, enquanto abria a minha blusa social - Acha que eu não sabia as suas intenções quando disse para a gente dividir os colchões?

Quando ela tirou a minha blusa, a jogou longe... Não a respondi por causa da minha necessidade enorme de tirar a sua roupa e me mergulhar naquele corpo maravilhoso... Tiramos as nossas roupas por completo, ficando ambas de calcinha e sutiã... A deitei no colchão suavemente, jogando os meus cabelos para trás e a beijando cada pedacinho daquele pescoço cheiroso, enquanto apertava suas coxas e deslizava a minha mão no elastico da sua calcinha...

Ela ofegava e puxava meu cabelo levemente, enquanto arranhava as minhas costas, me causando leves arrepios... Desci minha boca para os seus seios e dei pequenos selinhos por cima do sutiã e, quando finalmente o tirei por completo, mergulhei minha boca neles e ela soltou o seu primeiro gemido possível de se escutar...

Até a provocaria, mas eu queria tomar aquele corpo para mim naquele exato momento, sem mais esperas! A penetrei com força com dois dedos e ouvi um gemido alto... Ela encravou as unhas nas minhas costas e rebolava de uma força deliciosa nos meus dedos... Gemia e eu aumentava o ritmo das estocadas dentro dela, ainda beijando seus seios... Desci meus lábios para sua barriga, onde brinquei por alguns momentos até eu sentir o seu orgasmo próximo devido as minhas carícias e penetrações... Logo, quando percebi que ela não ia resistir muito, mergulhei de boca em sua intimidade e e ela deu um gemido mais alto... A chupava intensamente enquanto a penetrava da mesma forma... A olhei para ver suas reações e vi seus olhos revirando, senti seu corpo tremendo e não demorou muito para ela gozar na minha boca...

Ela recuperava a sua respiração, que estava deveras pesada... E eu fiquei acariciando seu cabelo e a olhando... Mariana era linda, tinha o poder um charme que me puxavam para ela sem nenhum esforço... Ela abriu os olhos e me olhou com um olhar profundo... Me puxou pela nuca me beijando intensamente... Correspondi o beijo da mesma forma... Nos separamos para ela diz uma frase que me surpreendeu:

- Senti saudade...

''Ela disse que sentiu saudade de mim?''

Me afastei um pouco e a olhei surpresa.

- Que foi?

- Você disse que senti saudade de mim?

Ela sorriu se aproximou mais...

- Aham, senti... - disse antes de me beijar -

Meu corpo todo se derreteu e meu coração acelerou, não tive outra escolha a não ser corresponder... Será que ela realmente sentiu saudade? Será que ela realmente se importava?

''Isso é um sonho...''

Essa foi a vez dela me deitar na cama... Ela poderia fazer o que quiser comigo, eu não ia ligar...

O beijo que começou carinhoso, passou a esquentar, e as suas mãos já estavam nos meus seios, quando ela me levantou com AQUELA pegada e me fez sentar no seu colo... Tirou o meu sutiã com rapidez e desceu a boca para os meus seios... Fez tudo o que quis ali, me causando sensações inexplicáveis... Gemi sem controle nenhum... Ela apertava minha bunda, colando nossos corpos e causando um atrito em nosso sexo delicioso... Eu rebolava em seu colo enquanto ela se perdia em meus seios... Não demorou muito e eu a excitei o suficiente para ela me penetrar, incialmente de força leve, depois com força e com um ritmo acelerado, que me fez me perder em gemidos altos, tão altos que mal eu podia controlar... Não demorou muito e eu tive um orgasmo intenso e a abracei com força enquanto recuperava minha respiração... Parecia que meu coração estava pulando da minha boca!

- Também... Senti... saudade... - disse com a respiração falha -

Ela me abraçou com mais força e eu queria ficar naquele momento para sempre...

Naquela hora, mais do que nunca, eu não tinha dúvidas que estava apaixonada pela Mariana... Perdidamente apaixonada... Como nunca mesmo me senti por alguém... Não que eu fosse ingenua nesse assunto, mas nunca havia me apaixonado. Sempre via pessoas falando que se apaixonar era sentir sensações inexplicáveis com uma pessoa, e a paixão veio para mim em forma de amor... Em forma de uma mulher absurdamente linda, séria e sedutora... Não correspondia as minhas expectativas, mas as ultrapassava! Eu estava totalmente encantada pela Mariana. E naquele momento, não queria saber se era bom ou ruim... Apenas queria aproveitar.

Puxei seu rosto em direção ao meu, para que ela me olhasse nos olhos... Não dava para ler muito seu olhar, devido ao escuro... Mas eu estava explosiva de emoções, e acabei sendo mais impulsiva do que eu mesma pensaria...

- Te amo. - soltei sem perceber -

Manu (continuação)



- Te amo. - soltei sem perceber -

Putz! Foi muito sem querer... Eu não planejava e nem queria falar para ela tudo que eu sentia, porque eu era muito orgulhosa, mas eu sou muito impulsiva... Será que foi o melhor momento?

A reação dela não conseguia me dizer... Ela ficou quieta, me olhando, como se eu fosse algum ser de outro planeta...

Resolvi que era melhor ela não falar nada e a beijei... Ela correspondeu, apertando meu corpo com força contra o dela, como se quisesse nos unir... Saí do colo dela e fui a deitando no colchão...

Bom, não vou detalhar, mas gozamos mais 5 vezes nessa noite!! Contando com as vezes anteriores, tivemos 7 orgasmos em uma noite... Impressionante!

''Essa mulher vai me matar um dia...''

Ela estava deitada de bruços no colchão, e eu já me coloquei em cima dela, beijando as costas... Ela deu uma risada super gostosa...

- Não cansa não? - falou rindo ainda -

- Não... - disse passando a pontinha da língua nas suas costas bem definidas, senti seus pelinhos de arrepiarem - Você que é fraquinha...

- Sou é? Perdi até a conta de quantas vezes gozamos... Duvido que tenha batido esse recorde com alguém...

- Sete vezes... - disse mordendo seu pescoço e ignorei sua ultima afirmação de propósito -

- E você aqui quer mais?

- Querer eu quero... Mas eu to tão cansada quanto você... - saí de cima dela e me deitei na cama -

- Você ainda não me respondeu se já bateu esse recorde... - insistiu -

Ri do jeitinho que ela falou...

- Vai ficar no mistério. - falei provocativa -



Ela deu uma risada e ficamos em silêncio por alguns segundos... Até que ela mesma o quebra.

- Acho que a gente precisa conversar, Manu...

- Hum... - falei para ela prosseguir -

- Depois dessa noite, acho que não tem como a gente ficar se evitando, né?

Sabia que esse momento ia demorar... Ela ia começar a falar que tinha que ser responsável, que não queria que nada aquilo acontecesse, e ia fugir, como sempre.

- Vai querer terminar tudo logo de novo? - adiantei logo -



Sabia que esse momento ia demorar... Ela ia começar a falar que tinha que ser responsável, que não queria que nada aquilo acontecesse, e ia fugir, como sempre.

- Vai querer terminar tudo logo de novo? - adiantei logo -

Ela ficou em silêncio por uns segundos...

- Você quer?

- Perguntei primeiro.

Silêncio de novo... Eu não sabia muito o que dizer, então sorte minha de ter perguntado primeiro.

- Não tem como fingir que nada aconteceu depois de tudo isso...

- Isso significa que?

- Não sei Manuela, não me confude! - falou olhando para o teto -

Silêncio de novo...

- Eu gosto de ficar com você. - admitiu -

- E...?

- Isso significa que eu não quero que tudo acabe.

Me virei de frente a ela e direcionei seu rosto para mim, para que me olhasse.

- Eu to gostando de verdade você, Mariana... Não quero ser um brinquedinho sexual.

- Você não é... - fez carinho no meu rosto -

Sorri com o seu carinho e beijei a sua mão... Ela sorriu também...

- Significa que estamos tendo algo? - disse se aproximando -

- Significa que estamos tendo algo? - disse se aproximando -

- Quem sabe... - falei ironica -

Ela deu outra risada super gostosa... Amava quando ela ria daquele jeito, dava vontade de apertar ela!

- Significa sim... - enfim respondi -

Ela deu o sorriso mais lindo que eu havia visto na minha vida e nos beijamos apaixonadamente por minutos que pareciam ter sido segundos...

- Agora vamos colocar nossas roupas por quê amanhã alguém pode chegar mais cedo do que o normal e vê a gente assim...

- É, é verdade...

Colocamos nossas devidas roupas e deitamos na cama... A abracei por trás e ela me deu um beijinho no rosto...

- Ah, tem outro ponto da conversa também. - falou quando estávamos quase dormindo -

- Hm...

- Não preciso nem falar que ninguém pode saber, né?



- Claro, né! Acha que eu ia fazer o quê, atualizar meu status do facebook?

Ela riu.

- Não sei, né... É melhor deixar claro.

- Relaxa, não vou contar para ninguém... É coisa nossa.

- Melhor então... - sorriu - Boa noite.

- Boa noite.

E dormimos assim, abraçadinhas... E sempre quando eu me afastava, ela me abraçava, me apertava, puxava meu corpo de encontro ao dela e me dava vários beijinhos... Foi assim a noite toda, maravilhoso, né?

No dia seguinte, acordamos um pouco mais cedo que o normal... Eu não ia pra faculdade porque estava exausta de uma longa noite ativa, haha!

- Vai pra casa? - perguntei -

- Aham... Quer ir pra lá?

- Vai lá pra casa!

- Com a sua mãe? Olha, não é uma boa idé...

A interrompi.

- Minha mãe vai estar no trabalho e só volta às 8 horas da noite. A gente toma café na rua, gasta tempo suficiente até ela ter saído de casa e vamos para lá!

- Não sei...

- Vamos! Vamos!

- Ok... - disse vencida - Mas preciso passar na minha casa antes pra tomar um banho e trocar de roupa.

- Tudo bem...

Arrumamos as coisas e saímos da empresa, quando já haviam algumas pessoas chegando... Minha sorte é que eu tinha um óculos escuros na bolsa, porque minha cara de cansaço estava lamentável. Fomos para sua casa e ela foi tomar banho...

- Não quer uma ajuda não? - falei na porta do banheiro -

- Pensava que tava cansada... - disse ironica, enquanto ia se despindo sem nenhuma vergonha na minha frente -

- E estou... Mas só quero te ajudar no banho.

- Ah, é mesmo? - disse ironica -

- Juro. - levantei minhas mãos em sinal de inocencia -

- Ok... Vem então! - tacou uma blusa em mim e virou de costas, entrando no box e exibindo aquele corpo perfeito que me fez ter idéias muito pecaminosas - Não vai vir? A água tá uma delícia... - falou com uma voz totalmente sensual -



Não resisti, me despi com uma velocidade impressionante e entrei no box, logo a encoxando na parede... Ela gemeu baixinho com o ato inesperado... Beijei sua nuca, enquanto puxava seu cabelo de leve... Não tive nem o trabalho de impedir, ela mesma já havia levantado a perna, permitindo que eu a penetrasse com força por trás... Ela gemeu alto, enquanto rebolava nos meus dedos e consequentemente roçava sua bunda no meu sexo molhado... Aumentei o ritmo das minhas estocadas quando senti seu corpo tremer e não demorou muito para ela gozar na minha mão...

Depois de uns minutos recuperando a respiração, ela retribuiu a gentileza, e me fez gozar nos seus dedos exatamente na mesma posição que eu havia a possuído antes...

Após a sessão de sexo, tomamos nosso banho com direito a brincadeira e alguns beijinhos, mas ficamos por isso... Realmente estávamos cansadas do dia seguinte.

Capitulo 20 - Inteiramente.

Mari

Depois de mais sexo no banho - a menina não cansava! -, tomamos um café e fomos para sua casa devido a insistência dela...

Bom, eu estava me entregando totalmente... Resolvi abaixar a barreira que estava me bloqueando com essa menina... Eu tinha que viver esse sentimento... Estava me fazendo tão bem, o que poderia vir de errado para mim se ninguém souber? Eu estava me sentindo uma adolescente... Porém, uma adolescente feliz.

Entramos em seu prédio umas 9 e meia da manhã... Quando estávamos no elevador...

- Tem certeza, Manu?!

- Relaxa. Não tem ninguém além da empregada...

- Empregada? Ela vai contar para sua mãe!

- Não vai! Ela é de confiança. Além do mais, ela só aparece e sabe da minha presença quando eu a chamo...

- Hm... - falei desconfiada -

Chegamos na cobertura do prédio e, bem... Tinha um corredorzinho com duas portas, as duas com o mesmo número de apartamento, logo deduzi que o andar todo era dela. Se já fiquei espantada com isso, imaginem quando eu entrei na casa dela... Putz! Eu sou muito pobre mesmo... Tentei disfarçar o meu desconforto em estar em um lugar tão... chique!

- Que foi? - perguntou estranhando -

- Nada...

- Tudo bem, vem que eu vou te apresentar a minha casa!

Fiquei abobada com o local... Ela mostrou todos os 4 quartos do andar de baixo, que eram enormes... Um tratava-se de um escritório, o outro de uma sala de TV, e o último era o quarto de hospedes... Todos branquinhos, novinhos e muito bem decorados... Aliás, o apartamento todo tinha um tom branco, claro... Trazia uma boa harmonia.

Subimos para o segundo andar da cobertura e ela mostrou o quarto da mãe dela, que desconfio que seja do tamanho do meu apartamento... E, por fim, mostrou o seu quarto... Um pouco menor que o da mãe dela, mas gigante também... O quarto alternava entre rosa e branco, e tinha uns móveis muito bem decorados... Havia uma parede com milhares de quadros e fotografias, todas bem organizadas... Fiquei observando todas...

- Gostou?

- Aham... Muito bonito...

- Eu que desenhei... - disse exibida -

- Hm, então significa que é desenhista? - falei brincando -

- Quase uma.

Eu ainda não consegui me acostumar com o lugar... Estava me sentindo em outro mundo, sério!

Por fim, ela mostrou o último andar - sim, tinha outro! - que era o terraço... Tinha uma parte coberta, com mesa de ping pong e churrasqueira... E outra parte livre, com cadeiras de pegar sol, uma mesa com guarda-sol e uma piscina limpa... Tudo em tons claros também e móveis bem decorados... Acabamos encontrando sua empregada limpando a piscina.

- Bom dia, senhorita Manuela!

- Não me chama de senhorita, Arnette... Já falei isso mil vezes! - falou impaciente - Essa daqui é a Mariana, minha amiga e empregada da minha mãe... - me apresentou -

- Olá, senhorita Mariana. - disse simpática -

- Olá! Pode me chamar só de Mariana também, por favor.

- Tudo bem... Vai almoçar aqui, sen... Manuela?

- Vou sim. Eu e a Mariana vamos... Bom, vamos fazer uns projetos, então nos interfone quando o almoço tiver pronto, está bem?

- Sim, senhorita. - Manuela fez cara de brava - Manuela. - se corrigiu -

Ela sorriu.

- Melhor... Até mais.

Descemos de volta para o seu quarto e ela já fechou a porta, me olhando maliciosamente...

- Que que você tá pensando? - perguntei fazendo charminho -

- Em nada, porque eu realmente to cansada de ontem e do banho de hoje... Mas quero dormir com você, na minha cama. - apontou -

- Dormir? - levantei a sobrancelha -



- É, ué. Acha que eu só penso em sexo?

Levantei a sobrancelha de novo como resposta. Ela se aproximou de mim e me deu um tapinha de leve.

- Boba... - me deu um selinho e entrelaçou os braços no meu pescoço - Dorme comigo ou não?

- Acho que vou preferir dormir num colchão sozinha... - falei ironica -

- Não tem colchão, mas tem o chão... Serve? - falou ironica também -

- Muito... - dei um selinho nela - Vamos deitar logo porque eu to morrendo de sono.

Nos deitamos e trocamos alguns beijos... Mas como estávamos exaustas devido a nossa noite e manhã agitada, não demorou muito e dormimos abraçadas... Bom, eu tinha uma mania de dormir sempre abraçada com qualquer coisa, e isso me ajudou mais do que nunca a não desgrudar da Manuela em nenhum segundo... Não só isso, como o bem que ficar abraçadinha com ela me causava.



''Nunca senti isso com ninguém...''

Quando ela se mexia, eu apertava mais ela, dava beijinhos, ela ria de um jeito tão bonitinho que era de encantar... E voltávamos a dormir...

Essa situação toda durou até umas 3 horas...

- Mari, acorda... - disse me enchendo de beijinhos -

- Boa tarde... - falei me espreguiçando e sorrindo pelos beijos -

Ela me abraçou e começou a me apertar, me enchendo de beijos...

- Aiii, para de me apertar... - falei fazendo charme -

- Não, vou te apertar mais e mais... - me beijou, mas foi rápido - Tá com fome?



- Um pouco... Mas não queria sair daqui... Tá tão bom...

- Tem razão... Vou pedir pra Arnette trazer aqui.

- Ok.

Ela interfonou para empregada e pediu para que trouxesse... Não se passou nem 15 minutos, e ela trouxe a comida, toda enrolada, tadinha... Fiz questão de ajuda-la. Manuela não se moveu... Mas acho que não foi com intenção, é porque ela realmente ela não sabia muito o que fazer...

Comemos enquanto conversávamos...

- Mesmo que você não tenha me cobrado nada, acho que vou terminar com o Bernardo...

- Acha? - torci os lábios -

- É, acho... Além do mais, e você e o seu namoradinho, o Edu? - fez cara de nojo -

Putz, havia me esquecido do detalhe que ela acha que eu e o Edu namorávamos... Comecei a rir sem perceber.

- Qual é a graça? - ficou séria -

- Você.

Ela fez cara de interrogação...

- Ainda não entendo.

Ri de novo...

- O Edu não é meu namorado. Ele é meu melhor amigo e é viado.

- O Edu não é meu namorado. Ele é meu melhor amigo e é viado.

- Oi?

Nossa, vocês tinham que ver a cara dela... Foi a melhor coisa do universo... Comecei a rir sem perceber...

- É, isso mesmo que você ouviu...

Não deu nem meio segundo, senti uma travesseirada na minha cara.

- Por que mentiu para mim?!

- Eu não menti! Quem mentiu foi ele, para ver sua reação! Que aliás, foi muito engraçada também!

- Não vejo graça... - falou colocando o prato em um móvel e eu aproveitei e coloquei o meu junto - Não vejo mesmo. - se encostou na cama e cruzou os braços, fazendo biquinho -

- Aww... - minha vez de ir até a sua direção e aperta-la e enche-la de beijinhos, ela ficou se esquivando, fazendo charme - Não gostou da informação? Se quiser ligo pro Edu e peço ele em namoro de novo...

- Boba. - disse me dando um selinho - Ele é gay mesmo? Não parecia...

- Muito, uma bicha irrustida. Aliás, só para concretizar a informação, quando estávamos juntas no churrasco, ele tava com outro homem...

Ela riu, já havia melhorado o seu humor... Humor da Manuela era bem instável.

- E eu jurando que você namorava mesmo ele... Quando você ligava pra ele e eu ficava morr... - parou de falar, e depois continuou - Er... Eu realmente acreditava.

- Pois é... Viu? Eu não namoro ninguém.

- E aquele cara que você tava na boate?

- Que boate?

- Da primeira vez que eu te vi numa boate... Você estava com um cara alto, de óculos...

- Ah, o Igor... Eu não tenho nada com ele...

- Poxa, pensando que você ia dizer que ele é gay também... Ia ser até melhor. - torceu os lábios -

- Ele não é... E a gente sai de vez enquando, mas só.

- Você quis dizer: Saía...

- Hm, tá cobrando muito pra quem namora. - falei em tom de brincadeira -

Ela veio se aproximando de mim.

- Não se preocupa, em breve não estarei namorando mais...

- Sério? - logo olhei para aquela maldita aliança dela, ela levantou a minha cabeça em sua direção -

- Sério... - me beijou -

Nos beijamos por demorados minutos e passamos a tarde abraçadinhas, vendo TV e trocando beijos... Não avançamos o sinal por causa do cansaço... Aliás, nem precisaríamos ter pressa mais... Afinal, estávamos começando a ter algo, não?!

''Espero que sim...''

''Espero que sim...''

Ela se separou do beijo, do nada.

- Mas ainda sim não entendi essa história de você não ter namorado... Me explica! - falou cruzando os braços -

Eu comecei a rir.

- Ué, eu não tenho o que explicar! Ele só fez isso pra te sacanear...

- Vocês combinaram? - levantou a sobrancelha -

- Eu não! Nunca havia pensado nisso...

- Sei...

- Vai ficar cismada com isso, vai? - voltei a me aproximar - Vai querer estragar nossa tarde brigando?

- Não to brincando... - fez charminho e se deitou de bruço, aquela posição dela me deu idéias - Mas ainda não to acreditando... Eu realmente tinha acreditado naquilo... - ficou pensativa -

Fui me deitando por cima dela, colocando o seu corpo entre as minhas pernas e beijando a suas costas de leve, levantando a sua blusa...

- Mas agora que já sabe a verdade, não é melhor esquecer?

- Vai ter que fazer melhor do que isso para eu esquecer... - falou provocativa, não dava para ver seu rosto porque ela tava de bruços -

Não respondi... Continuei beijando as suas costas, lambendo com a pontinha da língua cada pedacinho da tatuagem linda que ela tinha na costela... Sério, aquilo era puro tesão! Fui terminando de tirar sua blusa e ela levantou os braços e se desencostou um pouco da cama, para facilitar, depois voltou a deitar...

Desci os beijos e beijei as duas covinhas que ela tinha em cima das nádegas, enquanto tirava o seu short... Sua pele já estava quente, e ela já estava toda e completamente arrepiada... Olha-la naquela posição, de bruços, era deveras excitante...



Subi os beijos para o seu pescoço, afastei o seu cabelo e beijei sua nuca, enquanto alisava suas unhas...

- Pensava que você tava cansada... - falou com a voz baixa de excitação -

- Descansei... - falei enquanto descia os beijos pelas suas costas nuas, fui tirando sua calcinha com a boca e ouvi o seu primeiro gemido - Quero você de quatro, Manu...

Ela virou a cabeça para trás, e seus olhos cor de mel estavam até mais escuros devido a excitação... Ela deu um sorriso malicioso, mordendo os lábios inferiores e se levantou... Impinando a bunda, me olhando e fazendo cara de safada...

''Uau...''

Tê-la naquela posição me deixou tão excitada que é impossível descrever... Comecei primeiro beijando seu pescoço e puxando seu cabelo, enquanto com a outra mão já acariciava seu critóris rigido, ouvindo seus gemidos baixos...

Amava o gemido da Manu, era rouco, gostoso... Uma delícia de se ouvir...

Fui descendo minha boca para suas costas, e, mais uma vez, me aproveitei ao máximo da área da sua tatuagem, que era uma das coisas que mais me deixava louca no corpo perfeito daquela menina...

Acariciei seus seios, ainda por cima do sutiã... Aproveitei que ela estava de costas e tirei seu sutiã logo, acariciando seus seios com a outra mão enquanto a minha continuava em seu clitóris... Susurrávamos safadezas uma para a outra, entre risos maliciosos e palavras eróticas...

- E se eu fizer assim... - pressionei meu dedo no seu clitóris, seu gemido foi mais alto - Que que você vai fazer?

- Vou pedir pra você por logo... - falava ofegante -

- Ah é?

- Aham... - mordeu os lábios -

- Então pede...

- Enfia, vai Mari... - falou com a voz mais sexy que eu já ouvi na vida -



Sorri maliciosamente e já enfiei dois dedos com força entre suas pernas... Ela gemeu alto, rebolava nos meus dedos, enquanto eu beijava seu pescoço e continuava susurrando coisas no seu ouvido para excita-la... Ela só pedia pra eu enfiar mais forte e mais forte... Fui de acordo com os seus pedidos e acelerando o ritmo das estocadas, até que senti seu corpo tremer e ela gemer alto... Havia gozado... Ela mal havia recuperado a respiração e eu já enfiei a minha boca entre as pernas dela, ela deu um grito, junto com uma risada maliciosa por eu não ter nem esperado... Ela gemia mais e mais, chamava o meu nome não demorou muito para gozar de novo...

Ela desabou na cama, completamente sem forças...

- Uau! - falou -

- Gostou? - disse enchendo ela de beijos -

- Amei... Nunca tive 2 orgasmos em um prazo tão curto de tempo...

- Sabe que eu nunca tive também...

- Nunca? - já disse se colocando sobre mim -

- Nunquinha...

- Pra tudo tem a primeira vez, né?

.............................................

- Uau! - foi a minha vez de dizer -

- Gostou?

- Adorei! - falei sorridente -

- Que bom...

Nos beijamos de novo... Será que aquela tarde tinha que acabar mesmo?

- Que horas são? - perguntei -

- Cinco...

- Daqui a pouco vou ter que ir... Sua mãe já vai estar prestes a chegar.

- Poxa. - fez beicinho - Queria você aqui, na minha caminha, o tempo todo...

- Safada! Só pensa em sexo? - falei rindo -

- Não só pra transar... Também pra te apertar... - veio me abraçando - Te encher de beijinhos... - falou no meu ouvido e beijou minha bochecha -

- Assim eu até acredito...

- Acredita então...

Fui beijar ela e ela virou a cara, rindo...

- Não, não... Só te procuro pra sexo, tá dispensada! - falou brincando -

- Ah é? Vem cá então...

Subi em cima dela e a enchi de cosquinhas... Ela ficou rindo, e conseguiu revidar, invertendo nossas posições e quase me matando de tanto rir... Passamos o resto da tarde brincando e depois eu tive - infelizmente - que ir embora, porque a mãe dela tá chegando a qualquer momento... Quando eu estava na porta do seu quarto...

- Amei o dia. - quebrei meu orgulho e admiti -

Ela sorriu lindamente.

- Também amei! - disse envolvendo os braços no meu pescoço - Posso te pedir uma coisa?

- O quê?

- Não finge de novo que nada aconteceu...



''Awwww.''

- Mas é claro que não. A gente tá tendo algo, não estamos? Não tem como eu fingir mais nada depois da noite e do dia de hoje...

Ela sorriu lindamente de novo. Meu Deus, eu estava me viciando no sorriso dela! Não resisti e a beijei...

- Até amanhã... - falei -

- Até.

Saí daquela porta morrendo de vontade de voltar, mas eu sabia que não podia... Me despedi educadamente da empregada dela e fui embora...

Incrivel... A 5 dias atrás, eu achava que era um erro me apaixonar pela Manuela e agora, estou, além de apaixonada, encantada... Vi uma pessoa naquela menina que eu nunca imaginei ter visto antes...

Nada poderia estragar meu dia!



Capitulo 21 - You just get me, like a niver been gotten before...


Manu



- Então, pode falar.

Respirei fundo... Bernardo estava na minha frente, esperando eu falar alguma coisa. Eu não era muito boa em terminar relacionamentos... Preferia quando o garoto descobria alguma traição ou algo que eu fiz e terminasse... Mas algo me dizia que eu não deveria terminar com o Bernardo...

''Você ama a Mariana, vai querer ficar enganando quem, Manuela?''

- Eu... Bem...

- Amor, tá tudo bem? Você tá meio branca... - alisou meu rosto -

- Não, tá tudo bem... - me esquivei suavemente -

- Ok então... Tá pronta pra falar? Se quiser te pago uma água pra você melhorar...

''Ele é tão atencioso...''

- Não, não precisa. - respirei fundo - Olha, te liguei pra vir pra cá porque precisamos ter uma conversa séria sobre... - parei pra pensar - Nossa relação.

- Hm... Esse ''conversa séria'' nunca dá em bom algo... O que que houve? - seu tom de voz estava mais sério -

- Olha, eu gosto muito de você, te acho um menino muito fofo, atencioso... O menino perfeito para mim, mas...

Ele me interrompeu antes de eu completar.

- Você quer terminar, é isso?

Concordei com a cabeça e respondi ao mesmo tempo.

- Quero sim.

Ele abaixou a cabeça... Eu não conseguia dizer muita coisa... Eu adorava o Bernado, mas... Não era a mesma coisa com a Mariana... Com ela, era amor, paixão... Com ele, amizade...

Ele ficou uns segundos de cabeça abaixada, em silêncio...

- Por que isso? - ainda de cabeça baixa -

O garçom trouxe o refrigerante que ele havia pedido e o mate que eu bebi... Esperei o garçom ir embora para eu responder...

- Eu to passando por muitas coisas na minha vida... Coisas novas... Ela anda fica muito intensa e conturbada ao mesmo tempo e... Eu acho que não tem vaga pra você mais... - respirei fundo - Não posso ficar enganando você...

- Enganar porquê? Você não gosta de mim?

- Gosto, mas...

- Gosto, mas...

Me interrompeu.

- Então, o que tem de errado?! - levantou a cabeça e me olhou com os olhos brilhando, me partiu o coração -

- Eu que to errada...

- Não manda essa desculpa, Manu... Você acha que eu não sabia das nights que você ia escondida? Das sua saídas com as meninas? Do seu histórico com os garotos? Eu sempre soube... Mas sempre ignorei porque sou apaixonado por você. Eu aceito se você continuar saindo, eu não vou te prender...

- Não é isso, Bernardo... Eu não quero ir pra farra...

- Então o que é? Tá gostando de alguém? Impossivel você ter cansado de mim em tão pouco tempo, sem explicação...

- To gostando de alguém sim...

- Então significa que você não gosta mais de mim? E quem é essa pessoa? - ele elevou o tom de voz -

Pude sentir as pessoas nos olhando, e uma mulher mais velha comentando:

- Olha que disperdício, dois jovens tão bonitos brigando átoa...

Balancei a cabeça negativamente com o comentário e voltei a minha atenção para o Bernardo.

- Eu gosto de você sim, Bernardo... Sempre gostei... Mas como amigo. Você sabe que eu nunca te iludi e nunca disse o contrário...

- Eu gosto de você sim, Bernardo... Sempre gostei... Mas como amigo. Você sabe que eu nunca te iludi e nunca disse o contrário...

- A gente combina tanto, Manu... Como que você pôde desistir do nada? Nos damos bem fora e dentro da cama... Somos o casal perfeito, você sabe disso! Porque querer acabar? Por causa de uma pessoa qualquer?

- Não é qualquer... - defendi a Mariana por impulso -

- Ah é? E quem é a pessoa, posso saber?

- Acho melhor não falar, por enquanto.

- Por quê?

- Por que não é a hora... Quando for a hora, as pessoas vão saber...

Ele abaixou a cabeça, inconformado...

- Você já me traiu?

Eu hesistei...

- Esquece, não precisa nem responder... Eu sabia mesmo... - forçou uma risada, dava para ver que ele estava triste - Sabia que eu nunca te traí? Sabia que você nunca vai encontrar namorado melhor do que eu? - se apoiou na mesa - Que merda! O que essa pessoa tem que eu não tenho?

''Vagina.''

Quase ri com o meu pensamento, mas tive que me manter...

''Vagina.''

Quase ri com o meu pensamento, mas tive que me manter...

- A gente não escolhe das pessoas que não gostamos... Eu realmente não queria que você gostasse de mim... Eu não presto.

- Mas eu te amo, droga! Faço tudo pra ficar com você! Comigo é tudo mais fácil! Se você tá escondendo algo com essa pessoa, é porque ha algo de errado... E comigo não tem nada errado! Suas amigas me amam, sua familia me ama... Desiste dessa idéia Manuela, por favor! - respirou fundo - Eu to te pedindo por favor... - falou com um tom mais baixo -

Percebi que ele estava começando a se desesperar e que eu tinha que acabar com aquilo logo...

- Olha, desculpa... Mas eu não posso continuar com esse relacionamento. Você logo logo vai superar e perceber que eu não presto e que seu maior alívio vai ser não gostar de mim mais... - passei as mãos no rosto dele - Você é um menino lindo, vai encontrar a menina ideal... - levantei da cadeira e deixei um dinheiro na mesa - Acho que isso paga a minha parte...

- Você vai embora? Não vai... - segurou meu braço -

- Bernardo, por favor... - o olhei nos olhos e depois olhei as pessoas ao redor, todos estavam olhando - Me solta. - completei -



Ele esperou alguns segundos, mas soltou meus braços aos poucos e voltou a se sentar, abaixando a cabeça e nem me olhando...

Respirei fundo e fui embora sem olhar para trás...

Putz... Eu estava me sentindo um lixo... Não sei se fiz o certo, mas tava me doendo muito... Eu gostava muito do Bernardo e esperava me acertar com ele um dia e firmar uma amizade, talvez...

''Do jeito que ele está agora, amizade só vai ser algo futuro...''

Saí de fui direto achar algum lugar para comer... No mesmo instante, recebi uma ligação da Mariana... Até me acalmei.

- E aí, como foi?

- Estranho... Ele não aceitou muito bem... - comentei meio triste -

- E você, como se sente?

- Não sei... To me sentindo meio mal...

- Hm...

- ...Por que eu gosto da amizade dele. - completei -

- Ah sim... Já tá vindo pro trabalho?

- Vou almoçar em algum lugar primeiro, quer vir comigo?

- Vou almoçar em algum lugar primeiro, quer vir comigo?

- Pensava que não ia chamar! - rimos - Vamos nos encontrar naquele restaurante que ficar na esquina.

- Ok então... Já to indo pra lá, beijos.

Resolvi chamar um taxi, porque realmente estava com preguiça de ir andando para lá... Cheguei e não esperei nem meio segundo, e a Mariana apareceu... De blusa social branca, cabelo preso em um coque feito a mão, com aquele ar de mistério que só ela tinha, sabe? Quase babei...

- Esperou muito?

- Não... Cheguei agora.

Ela sorriu... Pedimos as mesas e almoçamos conversando... Contei sobre o Bernardo, e conversamos mais algumas besteiras... Incrivel como ela me fez animar rápido... Era um dos poderes dela sobre mim... Trocávamos carinho por de baixo da mesa, mas ficamos só por isso... Quando terminamos o almoço, fomos andando - argh - para a empresa...

- Amei você com essa blusa... - comentei -

- Sério? Achei que ela ficou meio apertada... - analisou com a maior inocencia -

- Por isso mesmo. - sorri maliciosamente -

Ela me deu um tapinha no ombro e riu, sem graça...

- Safada.

Manu (continuação)



- Safada.

Fomos andando até a empresa... Mal chegamos na sala e nos beijamos com intensidade... Aliás, todos os meus beijos com a Mariana eram intensos...

- Chega de beijar, vamos trabalhar... - se afastou -

- Tá brincando, né?!

- Claro que não... Você precisa completar uns relatórios que a sua mãe pediu pra eu te passar...

- É sério isso? - fui até a minha cadeira e sentei emburrada - Eu to aqui, doida pra te beijar, e você vai trabalhar?

- Precisamos... - disse séria -

- Nerd. - resmunguei -

Ela riu e trabalhamos, por opção dela, óbvio. Fiz os relatórios correndo pra ter tempo com a Mariana, mas ela demorou a fazer o dela e não tivemos tempo nenhuma para nos aproveitar... Bom, eu tinha que ficar na vontade, né? Argh, que horror... Eu tava parecendo uma safada, querendo só saber de sexo toda hora... Parecia que eu estava descobrindo o sexo! Bom, ao menos descobri que sexo com amor é muito melhor do que sexo por sexo...

Deu 16h horas e eu estava entediada... Mariana não desgrudava daquela porcaria do computador... Fui até em sua direção e fiz uma massagem nos ombros, enquanto ela estava sentada...

- Manuela, Manuela...

- Chega de trabalho por hoje, né? - falei dando beijinhos no seu pescoço -

- Acho que chega...

Continuei com os beijos...

- Não é muito melhor eu te encher de beijos do que você ficar grudada nesse computador?

- É... - ela sorriu e fechou os olhos -

Ela levantou a cabeça e nos beijamos demoradamente, quando ouvimos um barulho e nos separamos... Dois segundos depois, minha mãe aparece...

- Filha, vamos indo... To cansada... - ela parecia mal humorada -

- Mas já? Tá muito cedo!

- É, mas eu quero ir embora... Vamos, você tá aí um tempo sem fazer nada...

''Legal, minha mãe me chama logo quando tenho tempo com a Mariana...''

- Ok então. Vamos... - acenei para a Mariana e ela correspondeu -

Éramos assim na frente da minha mãe, nos tratavamos que nem robô. Quando eu saí e estava no carro da minha mãe, sentada no banco da frente, logo recebi uma ligação da Ju...

- Alô.

- Ô sua vadia, chega de namorar com mulher e vem fazer alguma coisa com a gente!

Na hora que ela falou isso, tampei o telefone... Vai que a minha mãe ouve...

- Sua vaca! - falei brava - To no carro voltando pra casa... Com a minha mãe... - enfatizei a frase final para ela se tocar -

- Ops, sorry. Vem pra minha casa de noite?

- Pode ser... Preciso contar pra você que terminei o meu namoro.

- Com a Mariana ou com o Bernardo?

- Juliana! - falei brava, minha mãe poderia ouvir, oras! -

- Hehe, mal... Ok, sei que foi com o Bernardo... Chega em casa, toma banho e vem aqui pra casa! Falei com a Babi já...

- Ok, vou sim... Beijinhos.

- Beijos.

Desliguei o telefone.

- Terminou o namoro? - mamãe -

- Terminei...

- Outro, Manuela? - falou revirando os olhos - Quando vai sossegar? O Bernardo era tão bom menino...

- Ele é um bom menino mãe, não estamos falando de uma pessoa morta...

- Que seja. Mas porque terminaram?

- Por que não estava dando certo... Enjoei, seilá...

Minha mãe riu.

- É, você não muda... Pelo menos sabe se você vai se casar no futuro ou terá que pedir um divórcio depois de 2 meses? - falou divertida -

- Acho que vou optar pelo divórcio... - falei brincando -

Tinha que entrar na pilha da minha mãe já que o meu romance era secreto, então, só ia concordando...

- Não tem outra pessoa na jogada não, filha? - perguntou naturalmente.. bem, pelo menos pareceu -

- Como assim, mãe? Claro que não!

- É que eu pensava que você realmente gostava de alguém, mãe...

- Desde quando eu gosto de verdade de alguém, mãe? - fui convincente -

- Tem razão...

Chegamos na garagem e logo saí do carro... Precisava evitar essas conversas com a minha mãe! Quando cheguei, tomei um banho, troquei de roupa e recebi uma mensagem da Mari...

''Desculpa não ter te dado atenção hoje!! Mas em ambiente de trabalho fica dificil...''

''Tudo bem, a gente dá um jeito nisso...''

''Ok, vai fazer algo de noite?''

''Vou pra casa da Ju, e você?''

''Ju?''

Ri dessa mensagem dela...

''Uma das minhas melhores amigas...''

''Ah bem. Vou pra casa do Edu...''

''Ah sim. Avisa pra ele que preciso ter uma conversinha com ele...'' Escrevi brincando.

''Não vou falar, se não ele vai ficar morrendo de medo...'' Retrucou a brincadeira.

''Boba... Vou me trocar, beijos!''

''Beijos!''

Impressionante, depois que eu disse que amava a Mariana naquele dia, nunca mais consegui dizer de novo... Nem para me despedir... Acho que talvez porque ela não tenha retribuído, ou talvez porque só consigo dizer quando o momento convém... Aliás, ''Te amo'' é algo muito grande pra ser dito em vão... E mesmo assim, a Mari nunca me falou... Será que é porque ela não me amava ou ela estava esperando o momento certo?

Ai, que agonia um ''te amo'' traz...

Me troquei e fui para a casa da Ju... A Babi ainda não havia chegado.

- Ê sapata dos infernos, finalmente chegou! - falou me abraçando -

- Não me abraça assim se não a sapata dos infernos vai dar em cima de você...

Rimos e logo depois, a Babi chegou... Ficamos conversando besteiras, até o assunto virar o meu término com o Bernardo...

- Você acha que a Mariana gosta mesmo de você? Seilá, você mesma disse que ela nunca disse um ''te amo''...

- Ela só não demonstra muito os sentimentos... Mas ela é muito linda, gente! Atenciosa, carinhosa... Ela não precisa falar que me ama pra eu sentir isso... - falei suspirando -

- Manuela apaixonada, jesus apaga a luz!

Rimos.

- Gente, babado! Sabem a minha prima, Flavia? - Babi -

- Flavia? - perguntei tentando me lembrar -

- É... Uma que foi na minha festa de 14 anos... Se lembra?

Na minha imagem, veio uma menina de olhos claros, muito magra, muito branca, cabelos longos dividido ao meio e jogados na cara.

- A Samara do Chamado? - Ju -

Rimos com a comparação...

- É, ela mesma! - Babi -



- O que é que tem? - perguntei -

- Ela vai estudar na nossa faculdade... Mesmo curso que você, Manu.

- Hm, caloura! Adoro um trote... - falei rindo - Ela ainda tá estranha?

- Não sei... Ela ficou morando um tempão em Minas, faz tempo que não vejo ela... Mas deve estar.

- Hm... - Ju -

- Não sejam más com ela, gente! Ela é gente fina... E minha mãe mata se souber que as minhas amigas estão bullynizando a menina por ela ser estranha.

- Relaxa, ninguém vai ficar sacaneando a menina, a gente não tem mais 10 anos... Nos apresenta quando ela for para aula então, aí a gente tem chance de conhece-la melhor.

- É, verdade... Nos apresenta. - Ju -

Conversamos mais e que ficamos tanto tempo ali que acabamos dormindo lá mesmo... Eu tinha já roupa de reserva na casa dela nessas ocasiões, então não teve problema... Recebi uma mensagem da Mariana de boa noite e nem pude falar que aquilo me amoleceu mais do que eu já estava, né? Dormi pensando nela... Impressionante, tudo que ela falava, eu achava lindo.

No dia seguinte, fomos para a faculdade quase dormindo de tanto sono, porque havíamos virado a noite conversando, praticamente... Quando do nada, a Babi vai falar com uma menina que não sabíamos quem era... Ela veio na nossa direção...

- Será que é a prima dela? - Ju -

- Impossivel...

Quando a Babi chegou...

- Gente, essa é a minha prima, Flavia!

''What?''

- Oi gente. - a menina sorriu simpática -

Eu e a Ju ficamos boquiabertas... A menina que era o clone da Samara do Chamado havia mudado, e demais! Manteu a cor do cabelo, mas agora longos e jogados para trás... Estava com corpo desenvolvido, cheio de curvas... Havia tirado o aparelho, estava com um sorriso bonito... Enfim, ela havia mudado absurdamente! Para melhor, é claro...

- Uau! - Ju -

A Babi nos olhou pedindo pelo olhar para disfarçarmos a surpresa de como a menina havia mudado, óbvio que entendemos.

- Prazer, Flavia... Sou Juliana.

- E eu Manuela.

Manu (continuação)



Eu ainda estava boba... Como uma menina pôde ficar tão bonita? Digo, muito bonita mesmo! Claro que a Mariana era muito mais, mas ela estava absurda...

- Prazer. - sorriu - Eu to meio perdida nessa faculdade, não sei onde chegar nas salas... Alguém faz o mesmo curso e período que eu?

- Faz jornalismo né? - perguntei -

- Sim...

- Então sou eu. - olhei no meu relógio de pulso - Melhor irmos para a aula porque já tá na aula... Tchau meninas. - me despedi -

Ela se despediu também e fomos andando... Eu não era muito simpatica com pessoas, então não consegui puxar assunto... Ela resolveu quebrar o silêncio:

- Tudo isso é muito estranho...

- O que é estranho?

- A cidade, faculdade... To demorando pra me acostumar...

- Aonde você morava era tão diferente assim?

- Minas é muito difrente do Rio de Janeiro...

- No quê, por exemplo?

- Primeiro lugar, praia...

Rimos.

- É, meio óbvio... Mais o quê?

- Ah, o esquema de faculdade é diferente... Tudo é meio diferente...

- Entendo... - chegamos na sala - Bom, é aqui. - entrei -

- Você tem muitos amigos por aqui? - percebeu que todos me olharam -

- Não...

''Simpatia realmente não é meu forte...''

- Por que te olham tanto?

- Não sei... Mas não sou de fazer amizades muito fácil. - fui direta - O que te fez mudar de Minas? - mudei o assunto -

- Emprego do meu pai... Ele achou que aqui estaríamos melhor...



- E estão... Particulamente, amo minha cidade! - falei orgulhosa -

- É, eu to gostando também... As pessoas são legais e mais bonitas.

- Jura? Já me falaram que em Minas haviam muitas pessoas bonitas...

- Tinham, mas não como você, por exemplo...

Minha bochecha ficou vermelha com o elogio espontâneo... Bom, eu estava acostumada a ser elogiada, mas não sei porque, com ela foi estranho.

Interrompendendo o momento, o professor chegou, e o silêncio estabeleceu... Bom, eu odiava prestar atenção nas aulas, portanto dormi praticamente a aula toda e copiei uns resumos que ele passou... As aulas se passaram lentas e chatas, intediantes mesmo... Aliás, já falei que não odiava o curso que fazia? Meu sonho era largar tudo isso e fazer música... Loucura, não? Mas eu tinha que continuar com a fortuna da mamãe, então não me queixei.

Flávia, ao contrário de mim, parecia muito interessada...

Saindo da aula...

- Foi engraçado você toda atenta na aula. - comentei -

- Sério? - riu - Por quê?

- Não sei, acho que é porque não consigo me interessar...

- Estranho...

- É, estranho...

Encontramos as meninas.

- E aí, gostou da aula? - Babi disse para a Flavia -

- Se ela gostou? Ela amou... Era a mais atenta dali! - comentei rindo -

- Deixa de ser boba, Manuela! E prima, gostei sim!



- Deixa de ser boba, Manuela! E prima, gostei sim!

Conversamos um pouco e todas simpatizaram muito com a Flavia... Ela era carismática, gente boa... E bem, essa simpatia pareceu a mesma simpatia que eu e a Babi tivemos pela Ju quando a conhecemos, ha muito tempo atrás...

''Mais uma amizade, será?''

- Bom gente, tenho que ir almoçar pro trabalho...

- Vai almoçar aonde? - Flávia -

- Não sei, mas provavelmente devo ir em algum restaurante por aqui.

- Quer compania? Também preciso almoçar fora...

- Tudo bem. Vamos lá então...

Nos despedimos das meninas e eu não me aguentei e liguei para a Mariana... Queria vê-la! Ela atendeu...

- Vem almoçar comigo, vem... - falei -

- Agora não sei se posso...

- Por quê?

- To terminando o trabalho, Manu.

- Deixa um pouco e vem, poxa!



- Vou terminar e depois vou, pode ser?

- Pode, né... - bufei -

- Beijos!

- Beijo...

Desliguei o celular...

- Uma amiga?

- Colega de trabalho... - não me empolguei nas discrições, afinal, tinha que ser discreta -

- Ah sim...

Chegamos no restaurante e a todo momento eu esperei a Mariana... Nada dela vir... Resolvi tentar não ligar e ficar conversando com a Flávia, que me distraiu bastante... Passou uma hora, e nada da Mariana vir...

''Será que ela vai ficar mesmo trabalhando?''

Depois de 15 minutos, a Mariana apareceu... Eu tava um pouco revoltada com a demora dela.

- Oi... Demorei muito? - falou e percebeu a presença da Flávia, sorriu simpática e estendeu a mão - Prazer, Mariana...

- Flávia... - ela respondeu simpática -

- Só uma hora e meia. - falei quase a fuzilando com os olhos -

Ela percebeu minha raiva, mas fingiu que não havia... Odiava quando ela fazia aquilo.

- Perdão... Os relatórios realmente estavam muito pesados.

- Tudo bem, não vai comer não? - fui curta -

Flávia nos olhava estranhando... Ignorei esse olhar dela...

Nossa, como a Mariana havia me irritado com o atraso dela!



Mariana não disse nada e foi lá fazer o prato dela...

- Tá tudo bem entre vocês? - Flávia -

- Claro, por que não?

- Por nada...

Não demorou nem 30 segundos e a Mariana voltou... Ela almoçava enquanto conversávamos... Quer dizer, Flavia conversava comigo e com ela, porque eu e a Mariana não nos falávamos diretamente...

Ela sabia que estava errada! Custava fazer o trabalho depois do almoço?

Depois que acabamos, nos despedimos da Flávia, que, na hora de nos despedirmos, sem querer virou o rosto e o beijo pegou na travezinha... Putz, fiquei muito sem graça... Ainda mais que foi na frente da Mariana e... Nada a ver, né? Foi um acidente! Fingimos que nada aconteceu e subimos...

Eu e a Mariana? Clima pior impossível.

Chegamos na sala e....

- Costuma dar beijos na trave com suas amigas? - perguntou disfarçando o tom de raiva, mas logo o percebi -

- Foi sem querer... E não fui eu que virei a cara. - falei séria - Custava deixar um pouquinho o trabalho para vir almoçar comigo?

- Eu queria adiantar coisas...

- Adiantar? - fiquei revoltada - Então significa que você poderia ir e.... - suspirei - Deixa pra lá. - sentei na minha cadeira -

Ela riu da minha revolta e se aproximou de mim, achando graça...

- Desculpa, não me atraso mais... - passou a mão no meu rosto, eu ainda estava emburrada - Não vai estragar nosso momento juntas por bobeira, né? - me deu um selinho -

- Você é muito psicótica por trabalho...

- Eu preciso ser... É o que paga as minhas contas, não entende?

Resolvi parar para pensar e eu estava sendo meio injusta com ela mesmo... Aliás, o trabalho dela era a vida dela, e o meu era apenas uma obrigação da minha mãe...

- Tem razão... - devolvi o selinho - Me dá um beijo? - fiz biquinho -

Ela deu um riso gostoso...

- Claro, né!



Ela me beijou de uma forma carinhosa e eu percebi que estava desacostumada a me relacionar de verdade com alguém...

''Preciso melhorar nisso...''

Resolvi parar de pensar nisso e correspondi o beijo com intensidade... Nos beijamos por minutos e depois nos separamos por falta de ar...

- Que namorada exigente eu tenho... - ela falou sorrindo com os lábios encostados nos meus e me dando um selinho no meu -

- Namorada? - me afastei para poder olha-la nos olhos -

- É... Não somos?

- Não sei, você não pediu...

- Preciso?

- Com um pedido, quem sabe talvez eu seja...

Ela riu.

- Tá bom então... - sorriu e respirou fundo, meu coração estava acelerado - Quer namorar comigo, Manuela?

Dei um largo sorriso... Meu coração batia muito acelerado...

A Mariana não tinha noção do que fazia em mim...

Entrelacei seu pescoço com meus braços e a roubei um beijo intenso... Ela correspondeu na mesma intensidade... Esse beijo foi mais demorado que o outro até... E mais gostoso ainda!

''Primeiro beijo como namoradas...''

- Isso é um sim?

- Lógico! - a beijei de novo -

Capitulo 22 - R U Mine

Mari

Impressionante explicar tudo que eu estava sentindo por aquela garota... Me fazia me sentir mais leve, mais feliz, à ponto de achar todo ataque de piti dela uma graça e cada mania dela que eu normalmente detestaria maravilhosa...

Possível explicar algo desse jeito?

Depois do pedido do namoro, nossa relação ficou bem mais forte... Nos beijávamos e fazíamos amor quase todo dia, da mesma forma intensa e apaixonada... Passei a conhecer suas amigas, ela passou a conhecer os meus... Mas entre eles, a única que não sabia de nós era a sua amiga Flávia, na qual vou dizer um segredinho: Tem alguma coisa naquela menina que não me agrada...

''O fato dela ser bonita demais e ter sido amiga da Manuela tão rápido, talvez? É, pode ser isso...''

Ela era simpática, gente boa, mas não sei... Ás vezes eu sentia algo ruim vindo dela... Mas preferi não falar com ninguém, afinal, não poderia julgar a menina atoa...

Eu também tinha medo da minha chefa... Ela estava cada vez mais gostando de mim, e não seria bom ela saber que a empregada dela era apaixonada pela filha dela, não? Aliás, o medo dela descobrir algo entre eu e a Manuela era enorme.

Passamos 2 meses nessa situação... Sempre juntinhas... Não brigávamos quase nunca, e sempre quando discutiamos por motivos bobos, as conciliações eram fenomenais... Mas, ah, outras vezes, eu achava que ela ficava magoada quando eu não retribuía o ''Te amo'' dela... Bom, ela sabia que eu a amava, mas queria ouvir... Não sei porque, ainda não consegui falar... Alguma barreira me fazia impedir... Talvez porque, pode ser meio ''piegas'', mas um ''Eu te amo'' para mim tem significados infinitos e responsabilidades infinitas também... Bom, eu não deveria planejar falar isso para ela, e sim deixar acontecer...

Estávamos na sua casa, de tarde, trocando beijos na cama, ambas de sutiã e calcinha após uma manhã muito agitada de longas horas de sexo... Era fim de semana, mas sua mãe foi viajar para negócios e sua casa ficou vazia...

Trocávamos selinhos e abraços, enquanto fazíamos carinho em nossos pés com eles próprios debaixo do edredom.

- Mari...

- Hm...

Me deu um beijo na testa.

- Vamos para uma night esse fim de semana?

- Night? - torci o nariz -

- É... Night... - riu da minha cara - Deixa de ser velha...

Ainda fiz cara de quem não curtia muito...

- Vamos chamar as meninas... Também a Adriana e o Eduardo... - continuou -

''Será que a Flavia tá incluída?''

- Que meninas? - perguntei disfarçando minha real intenção -

- As de sempre... Juliana, Babi... - ufa! - Ah, e agora a Flávia... - merda -.

- Ah sim...

- Então, vamos, vamos?

- Aiii... Sabe que eu não gosto... - abracei o travesseiro -

- Como que eu tenho que te convencer? - falou se aproximando de mim e mordendo meu lábio com sensualidade, meu tesão já estava aflorando de novo - Será que vou ter que apelar para outro lado?



- Sabe que isso é covardia...

Ela passeou as mãos pelo meu corpo, de forma leve, suave, passando a sua unha de forma muito leve, me deixando toda arrepiada...

- Gosto de jogar sujo... - sorriu de forma cafajeste -

Aquela menina ainda conseguia me matar de tesão um dia! Ela não tinha pudor nenhum e confesso que nunca fui na cama com alguém melhor do que ela... Ela era de matar qualquer um... A carinha de safada, o olhar sensual...

- Covarde... - susurrei sem forças -

Ela continuou deslizando as mãos pelo meu corpo, beijou meu pescoço, enquanto puxava meu cabelo de leve com a outra mão, fazendo eu me arrepiar... Mordeu a minha orelha e falou com uma voz baixa, lotada de sensualidade...

- Ainda não quer ir?

- N-não... - falei só para ela continuar -

- Você não me resta opções se não...

Falou deslizando a pontinha dos dedos pelo meu ombro, a olhei esperando ela completar a frase e ela apenas sorriu, daquele jeito de antes, cafajeste, malicioso, capaz de matar qualquer um de tesão... Ela se colocou em cima de mim, deixando meu corpo entre as pernas dela, e me deu um beijo alucinante, enquanto apertava as minhas coxas de forma deliciosa... Separou do beijo mordendo meu lábio inferior com tesão e desceu os beijos para o meu queixo, meu pescoço, e se perdeu por minutos nos meus seios... Enquanto ela os chupava deliciosamente, suas mãos já acariciava meu sexo molhado de desejo... Ela desceu os beijos para minha barriga, beijava e me olhava, dando aquele sorriso de safada sempre quando me percebia a olhando, aquele olhar cor de mel, cheio de malícia...

Desceu minha calcinha com os dentes, de forma lenta, torturante... Quando a tirou por completo, beijou e mordeu minhas coxas de forma lenta também... Eu já estava doida de tesão, empurrava sua cabeça para meu sexo, mas ela ria e apenas balançava a cabeça negativamente...

Quando do nada, ela sai da cama... Se ajoelha em frente da onde eu estava, e me puxou pelas pernas para a borda da cama...

- Não quero que desperdice seu gozo na cama... - mordeu os lábios e encarou meu sexo latejando de desejo - Quando você pode derrama-lo na minha boca... - sorriu maliciosa -

Não aguentei, empurrei a cabeça dela para o meu sexo e ela não hesitou... O lambeu de forma intensa, enquanto penetrava dois dedos, me levando a loucura! Gemia alto, sem nenhum pudor...

- Sua doida, minha empregada pode ouvir! - falou e depois continuou com o que ela estava fazendo -

Tentei fazer de tudo para abafar os gemidos... Mordi minha mão, coloquei travesseiro no rosto, mas era impossível... O jeito que ela me chupava me dava vontade de gritar... Quando eu estava me sentindo no ápice e estava começando a revirar os olhos, enfiei o travesseiro no rosto de novo e gritei, explodindo em um gozo intenso...

- Mariana! - era o Igor -

''Meu Deus, esse homem some da minha vida faz meses e quer saber de aparecer logo agora?''

- Fala, Igor...

Olhei para a Manuela e ela fez uma cara de como quisesse saber quem era ele.

- Quanto tempo a gente não se fala, não é?

- É...

- Não quer fazer nada hoje não?

- Não posso...

- Porque, gatinha? To morrendo de saudade de você...

- Não posso, Igor...

- Por que? Se for o trabalho, eu te busco...

- Eu já tenho compromisso.

- Poxa, gata... Não tem como a gente marcar outro dia não?

Resolvi cortar a insistência dele.

- Eu to namorando, Igor...

Manuela balançou a cabeça negativamente... E depois sorriu maliciosamente...

- Como assim? Você nunca falou nada...

- Por que a gente nunca teve nada sério...

Manu começou a beijar meu pescoço e eu ofeguei na linha...

- Como assim a gente nunca teve algo sério? Eu sempre fui afinzão de você...



Me esquivei de leve da Manu e fiz um sinal de que estava no telefone, ela ignorou e passou a chupar meus seios com vontade e intensidade... Segurei o gemido na linha enquanto tentava me esquivar da Manu, que ria mais ainda com a minha atitude desesperada de tentar falar no telefone diante daquela tortura toda...

- O que você diss... - ia gemer, mas me aguentei - Disse, Igor?

- Que eu sempre fui afim de você...

Ela desceu os beijos para minha barriga, começou a beijar enquanto já me penetrava dois dedos... Puta merda, não segurei o gemido...

- Que que houve, Mariana?

- Eu... - ofeguei de novo, ela havia voltado a beijar meus seios e eu desisti de tentar tira-la dali - ...Caí...

Manu me penetrou com outro dedo e eu gemi alto de novo... Começou a acelerar os movimentos...

- Você tá bem? - Igor perguntou estranhando -

- To... Sim... - olhei para Manuela e ela riu de novo, fazendo cara de sapeca, olhou para a minha intimidade com desejo, fiz sinal para que ela não fizesse aquilo, enquanto Igor falava coisas que eu não conseguia raciocinar -

Ela riu sapeca de novo e apenas disse, baixinho, para que o Igor não ouvisse:

- Ops, acho que eu vou fazer...

- Nã...

Não pude, ela mergulhou de boca no meu sexo e eu segurei o grito que ia vir, mordendo minha mão com força... Quando do nada, me lembro que estava no telefone de novo...

- Desculpa Igor, não te ouv... - mordi a boca de novo para não gemer, Manuela me chupava com intensidade e não me dava direito de raciocinar -

- Mariana, tudo bem com você? - falou com tom de voz alto - O que tá havendo?

Quando Manuela introduziu a língua com mais força, não aguentei e desliguei o telefone na hora, gemendo alto... Ela riu da situação e continuou... Eu empurrava sua cabeça contra meu sexo, completamente enlouquecida com o que havia acontecido naquele momento... Era muito excitante!

- Você... é louca... - falei em um momento de lucidez - Como você fez isso e... - parei de falar e comecei a revirar os olhos, já havia perdido a razão de novo com o orgasmo que estava prestes a vir, ela percebeu isso e aumentou o ritmo das estocadas, me fazendo explodir em um orgasmo intenso.

Ela continuou um pouco ali, mas depois subiu meu corpo com beijos e a puxei para beija-la com intensidade... Eu ainda estava ofegante, mas era impressionane o jeito que aquela menina me deixava!

- Acho que ele nunca mais vai te ligar... - falou rindo, se separando do beijo -

- Sua louca! Como você faz isso? Que vergonha... Transamos no telefone com ele...

- Diz que não foi gostoso... - disse com os lábios pertos do meu e apertando minhas pernas -

- Lógico que foi gostoso... Você é uma safada! - a beijei rapidamente -

- Sua safada! - enfatizou o ''sua''.

Mari (continuação)



A beijei mais uma vez e depois disso, acabei concordando em irmos para a boate no fim de semana... Ela ficou toda animada, feliz, fazendo mil planejamentos... Bom, eu odiava boates e afins, mas não podia mudar a natureza da menina, então fingi que estava afim de ir só para não chatea-la.

O sábado chegou, e estávamos no meu apartamento nos arrumando... Bom, eu já estava devidamente pronta e maquiada, enquanto esperava a Manuela, que ainda estava de calcinha e sutiã, se maqueando.

- Você demora demais, sabia? - falei com as mãos na cintura -

Ela me olhou pelo reflexo do espelho e sorriu, se virando pra mim.

- Você tá linda... - me deu um selinho - Fico pronta em 5 minutinhos, você vai ver.

''Sei...''

Esses 5 minutinhos, acabaram virando 45 minutos... Todo esse tempo para a menina apenas se maquear e colocar uma roupa. Meu Deus!

Optamos por uma boate alternativa, que tinham gays e heteros... A melhor notícia: Flávia não pode ir!

''Uhul!''

A boate era um ambiente legal até, bem diferente. As amigas da Manuela estavam eufóricas, Edu e a Dri também... Bastante animados, e eu e a Manuela ficamos de casal um bom tempo... Até que as amigas da Manu a chamaram e ela aparece falando:

- Posso passar um tempo com as meninas? To deixando elas sozinhas...

- Não tem problema! A gente se encontra daqui a pouco...

- Ok. - me deu um selinho -

E assim ela sumiu.

- Deixou ela dar um perdido? - Dri -

- Verdade, mulher! Você é louca?! - Edu -

- Gente, eu confio nela... Ela só quer curtir um pouco com as amigas, que mal tem?

Eu realmente estava despreocupada... Ir para balada para só namorar não faz muito sentido... Se for para namorar, namora em casa, né?! Confio na Manuela e ela confia em mim, assim que tem que ser.

Fiquei dançando com os meninos, até que uma menina vai conversar com a Dri... Pensei em todas as coisas do mundo, menos a que a Dri veio me dizer:

- Aquela menina quer ficar com você. Já falei um milhão de vezes que você tem namorada, mas ela tá me enchendo o saco...

- Eu não vou ficar com ela, Dri... Fala com ela.

- Já falei!

Quando a menina aparece... Era bonita até, e parecia ser menor de idade...

- Oi. - ela disse sorrindo -

- Oi... Olha, minha amiga falou comigo... Eu realmente te achei bonita, mas eu tenho namorada e to gostando muito dela, então não vai rolar...

- Por que não? Ela nem tá aqui, não precisa saber...

Eu queria dar um passa-fora logo na garota, mas não conseguia... Dava pena, não sei. Eu simplesmente não conseguia.

- Não é assim que funciona... Eu não vou ficar com você, desculpa mesmo...

- Só um beijo, por favor.

Ri da insistência dela.

- Não vai dar...

A menina estava bem próxima de mim e eu estava encostada na parede, mas com a cabeça virada no lado para ela não beijar. Quem olhasse a cena, não iria pensar que eu não queria ficar com ela... Mas meu Deus, eu realmente não queria! Só não conseguia ser antipatica com as pessoas... E a menina ainda era insistente!

Ela continuou tentando insistir, me beijar de todas as formas, e eu me desviando, negando, rindo da situação e quando fui olhar e menos perceber, a Manuela cutucou ela.

- Ela tem namorada, tá legal?! - falou com uma expressão de raiva e me olhou com a mesma expressão - Se parar de ficar dando bola para pessoas aleatórias, ela ainda terá! - falou e saiu -

Não tive outra reação a não ser correr atrás dela e puxar o braço dela.

- Manuela, pera aí! Que que houve?

- Me larga! - ela saiu -

Me deparei com as amigas dela.

- Que que eu fiz de errado, meu Deus?! - falei P da vida -

- Você ficou dando bola pra menina, Mariana... - Juliana -

- Pois é, a Manuela não curte muito isso. - Bárbara -

- Eu não dei bola nenhuma pra ela, eu já tinha dito que não queria ficar com ela, a menina que era insistente! - coloquei as mãos na cabeça - Vou procura-la...

Procurei a Manuela pela boate toda, e não achei... Preferi mandar uma mensagem para ela, ela não respondeu... Comecei a ficar preocupada...

''É melhor eu aprender a cortar melhor as pessoas.'' Pensei.

Quando do nada, a encontro com o Edu...

- Finalmente achei você! - Edu me entregou a Manuela - Manda essa menina parar de beber, pelo amor de Deus... - colocou as mãos na testa - Se resolvam, bitocas. - saiu -

- Você tá bebada?

- Não! - falou parecendo estar realmente sóbria - Mas queria estar. - ela se afastava de mim a todo custo -

- E porquê?

- Pra não ter que ver aquela cena que eu vi agora!

- A garota era insistente!

- Poderia ter dado um corte nela! Quando as pessoas ficaram chegando em mim, eu não ficava dando bola... E se ela te beijasse?! - aumentou o tom de voz -

- Mas...

- Ah! Você gostaria de ver eu dando bola para alguém? Acho que não, né! Iria ficar bem mais orgulhosa se eu despachasse... Do mesmo jeito que eu gostaria que você fizesse.

- Mas... - é, eu não tinha argumentos -

- Mas... - é, eu não tinha argumentos -

- Mas, nada!

Respirei fundo. A levei para a área de fumantes que pelo menos era ar livre. Sim, ar livre, porque de puro não tinha nada.

- Vai ficar brigada comigo a noite toda?

- Melhor você ficar com os seus amigos por enquanto, depois a gente conversa, quando eu estiver mais calma.

- Eu só vim aqui por causa de você, eu acho melhor eu ir embora.

- Ir embora? Por que?

- Por que eu vou fazer o que aqui sozinha, Manuela? Já vi que vacilei, você não quer falar comigo, então...

Ela suspirou.

- Não quero que você vá embora. Mas to com raiva de você...

- Eu não consigo ser antipática com as pessoas...

- Ás vezes você consegue ser tão fria, Mariana! Por que não usa a sua frieza nas horas certas? - ela falava mais calma já -

Eu estava me sentindo a ''pirralha'' do relacionamento naquele momento. Só naquele momento...



- Não vou mais fazer isso...

- Espero que não.

- Então a gente tá bem?

Ela respondeu a pergunta me beijando carinhosamente... O beijo foi rápido, por que ela separou falando entre selinhos...

- Você... - selinho -... Me... - selinho - ...Irrita... - selinho - ...Mais... - selinho - Que ninguém!

- Você que é muito irritadinha...

- Sou nada. - fez biquinho e sorriu, mordendo meu lábio - Conheceu o banheiro daqui?

- Não, porque? - perguntei inocentemente -

- Me falaram que lá é bem legal, confortável, espaçoso... Muito bom pra levar a namorada... - me olhou com olhar de quem queria aprontar -

Ri maliciosamente.

- Vamos conhecer então?

............

Entramos na cabine do banheiro já aos beijos, ela me encostou com força na parede, já levantando a minha saia e eu desabotoando seu short... Nos beijávamos com urgência, já com as peles fervendo devendo a excitação da situação... Ela desceu a boca pro meu pescoço, e já acariciava meu sexo com uma mão.

- Nunca transei numa boate, sabia? - falou mordendo a minha orelha -

- Tudo tem uma primeira vez...

A beijei de novo e ela me penetrou um dedo... Gemi entre o beijo e resolvi a penetrar um dedo também... Nos penetravamos juntas, em um mesmo ritmo, entre gemidos e beijos quentíssimos... A penetrei um segundo dedo e ela gemeu alto, e logo após fez o mesmo... Aumentamos os ritmos das estocadas... Nossa respiração estava mais que ofegante, gemíamos, mordíamos, rebolávamos, até explodirmos em um orgasmo intenso...

Ainda estávamos recuperando a respiração, quando começam a bater a porta do banheiro.

- Tem alguém aí?

Saímos do banheiro todas descabeladas e desarrumadas... Por íncrivel que pareça, a menina era a mesma que havia chegado em mim... A Manuela sorriu debodachamente para ela e saímos dalí...



Capitulo 23 - As pessoas não mudam tão fácil assim..

Manu

A noite foi maravilhosa... Apesar do iniciozinho estrassente. Vê se pode, flagrei uma menina chegando na Mariana e ela super dando bola para a garota... Quase esganei as duas alí! Mas como sempre, a Mariana veio com aquele jeito dengosinho e eu não consegui resistir... Nossa reconciliação no banheiro foi fenomenal, e eu ainda tive o prazer de encarar a menina que estava chegando nela quando saímos do banheiro... Não deixei de dar um sorriso irônico para ela, cheio de deboche... A cara da menina foi ótima!

Fiquei com a Mari o resto da noite, e as meninas não vieram pedir para eu andar com elas mais... Isso era bom, porque eu não queria desgrudar da minha namorada linda em nenhum segundo.



Ficamos até 6 horas da manhã dançando, curtindo em casalzinho e depois fomos para a casa dela... Não rolou nada, porque ambas estávamos exaustas... Mas dormimos de conchinha.

Acordei recebendo beijos no rosto, pontinha do nariz, lábios...

- Bom dia! - sorri ainda de olhos fechados -

- Boa tarde, dorminhoca!

- Que horas são?

- 4 da tarde.

- Wow! - abri os olhos e encarei aqueles olhos azuis lindos, eram tão profundos! - Dormi... demais... - falei meio desconcertada, era impressionante como aquele olhar da Mariana mexia comigo -

- Dormiu sim. Mas eu preparei seu café... - apontou para uma cesta cheia de coisas deliciosas do lado da cama -

- Que linda! - levantei e a abracei, a enchendo de beijos - Adoro que me bajulem... - falei pegando a bandeja e já comendo, estava morrendo de fome! -

- A Julinana e a Bárbara te ligaram... - falou com naturalidade, e depois mudou o tom de voz - E Flávia te ligou umas 4 vezes... - comentou me dando o celular -

- Sério?! - peguei o celular e vi - Deve ter acontecido alguma coisa. - falei preocupada -

- Liga para ela, ué.

- Vou ligar...

Disquei os números e a liguei, ela atendeu agora.

- Manuela! Tá viva?!

- To!

- Tá aonde?

- Na casa de uma amiga... Ligou por que?

- To pensando em fazermos alguma coisa. Ia chamar você e as meninas para a praia, mas como vocês não acordaram cedo, desisti.

- Podemos ir pro shopping.

- Pode ser... Cineminha tá bom?

- Tá ótimo.

- Ok então... - olhei para a Mariana e a cara dela não era uma das melhores, estranhei - Preciso desligar agora, me manda uma mensagem com o horário da sessão. Beijos!

- Pode deixar, beijos...

Desliguei o telefone e logo perguntei:

- Que que houve?

- Nada, só tava esperando você terminar de falar... - pegou um biscoito da cesta - Vai pro cinema com ela? - perguntou parecendo natural -

- E com as meninas...

- Ah sim.

Mariana estava estranha.

- Que que houve?! - perguntei de novo -

- Nada...

- Tá com ciume da Flavia, é isso? - fui bem direta -

Por mais que a Mariana quisesse e amasse disfarçar qualquer tipo de ciúmes, eu não era tão burra assim... Sabia que a Mariana não gostava que eu andasse muito com a Flávia porque, além dela ser muito bonita, eu e ela pegamos uma amizade imediata.

- Lógico que não! - as bochechas dela ficaram vermelhas, achei fofo isso -

- Tá sim... - fui abraçar ela e consequentemente acabei a deitando na cama e ficando em cima, a enchi de selinhos - Boba!

- Boba é você...

A beijei carinhosamente.

- Ela é só minha amiga... Eu amo você e não ela. - falei a olhando nos olhos -

Ela ficou sem dizer nada, apenas me olhando nos olhos... Percebi que ela respirou fundo, antes de dizer:

- Eu também...

- Também o quê?

Ela sorriu antes de completar as 2 palavrinhas que fizeram meu coração acelerar de forma absurda:

- Amo você.



Fiquei boquiaberta, ela sentiu meu coração acelerado pelo fato de nossos corpo estarem colados...

- O que você disse?

- Que eu te amo! - me deu um selinho - Te amo! - deu outro - E te amo! - deu outro -

Sorri enquanto ela me dava selinhos, me sentindo a menina mais feliz do mundo... E eu era! Estava perdidamente apaixonada e era correspondida... Quer sensação melhor?

A beijei apaixonadamente, ela correspondeu da mesma forma... O beijo foi intenso, demorado... Só nos separamos quando meu telefone tocou, era a Flávia...

- Vai atender? - falou levantando a sobrancelha -

Não queria estragar aquele momento perfeito, então deixei o celular tocando no outro lado da cama e a beijei de novo... Tomamos banho juntas, ficamos trocando carinho e nos beijando até umas seis horas, que foi quando minha mãe me ligou pedindo satisfação...

Voltei para casa feliz da vida, e vi uma mensagem da Flávia falando o horário da sessão. Não faltava muito, então resolvi me trocar e encontrar com ela e as meninas no shopping. Chegando lá, só tinha a Flavia, estranhei...

- Cadê as meninas?

- Não vieram... Estão mortas. Vamos lá?! Já comprei os ingressos, depois você me paga...

''Ótimo, Mariana vai me matar.''



Manu (continuação)...



''Ótimo, Mariana vai me matar.''

- Er... Ok então.

Resolvi pedir uma pipoca e depois fomos direto ver o filme, porque eu havia chegado um pouco atrasada, como sempre, hihi. Sentamos lá atrás e a sala de cinema não estava muito cheia.

- Já viu esse filme? - falou baixo, quase no meu ouvido -

- Não, é legal?

- Eu gosto. - continuando susurrando perto do meu ouvido -

Inevitavelmente, me arrepiei... Não por ser a Flávia, mas sim porque qualquer contato perto da minha orelha, me causa arrepios... Já sentiram isso? Então, é um dos meus maiores ponto fracos...

Me esquivei por causa do meu arrepio de leve, de uma forma que ela não percebesse que eu queria me afastar.

- Vou ver então pra ver se gosto também. - me afastei um pouco, fingindo me apoiar no braço da cadeira ao lado -

- Acho que você vai gostar...

- Espero.

O filme começou... Os primeiros trinta minutos de filme foram normais, até que:

- To com um pouco de sono e aqui tá meio desconfortável... Posso deitar em você? - pediu me olhando nos olhos -

Desviei o olhar...

''Será que a Flávia tá me dando mole?! Ela não pode estar fazendo isso... Nunca traíria a Mariana... Preciso conversar com ela... Mas... Eu deito no colo das minhas amigas também, oras! Ela pode estar com boas intenções e eu aqui pensando em lésbiquisse... Melhor eu ter comprovações antes de falar alguma coisa com ela...''

- Po-pode sim...

Ela sorriu e se deitou em mim, colocando meu braço envolta dela, já que eu não tinha lugar para por os braços.

Ok, aquela posição seria perfeita, se fosse com a Mariana... Respirei fundo e procurei imaginar que realmente ali estava apenas uma amiga, que não estava com nenhuma má intenção comigo, e que ela apenas ia dormir no meu colo...

E não foi o que aconteceu? Ela literalmente apagou o filme todo... Dormiu feito bebê... Isso me fez relaxar um pouco e aproveitar para ver o filme...

''Realmente, ela só queria um lugar para dormir... Melhor eu parar de pensar besteiras...''

Quando o filme acabou, fiquei com pena de acorda-la... O sono dela tava parecendo tão profundo... Mas eu tinha que sair dalí de alguma forma, né. Cutuquei ela suavemente e ela se remexeu, abrindo os olhos...

- Vamos lá, o filme acabou.

Ela se levantou...

- Nossa, apaguei mesmo. - coçou os olhos - Estava muito cansada...

- É, eu percebi. Vamos comer alguma coisa que eu to morrendo de fome.

Fomos para a praça de alimentação e entramos em um restaurante japonês... Recebi uma ligação da Mariana e atendi, morrendo de saudade da voz dela...

- Oi, bebê!

''Primeira vez que ela me chama de bebê!''

- Oi... - falei sorrindo, Flavia levantou a sobrancelha -

- Ainda tá no cinema com as meninas?

- Saímos da sessão já... To comendo aqui com a Flávia.

Silêncio na linha por um momento.

- Ah sim.

- Queria você aqui... - falei por impulso, logo me arrependi porque a Flavia não sabia de mim e da Mariana -

- Também queria você aqui... To morrendo de saudade...

- Eu também.... - Flávia levantou a sobrancelha de novo, percebi que eu tava dando pinta - Vou desligar agora, depois te ligo... Beijos!

- Beijos!

Desliguei ainda sorrindo como boba... Era assim que a Mariana me deixava com apenas um telefonema.

- Namorado? - Flávia -



Fiquei meio sem resposta...

- Apenas um lance. - tentei ser convincente -

- Não parecia do jeito que você falou...

- Impressão sua.

- Ah sim... Sempre achei estranho você nunca aparecer com nenhum ficante ou namorado...

- Como assim? Por quê?

- Por que você é linda, não deve faltar gente... - falou com naturalidade -

- Entendi... - procurei não falar muita coisa -

- Você não se interessa por ninguém não? Tipo... É muito raro?

- Depende...

Ela riu.

- Dá pra ver que você não fica muito a vontade falando sobre isso... Somos amigas, qual o mal?

- É... Não me sinto mesmo... - resolvi mudar o assunto - E você? Nunca falou de nenhuma relacionamento amoroso...

- Não sou de ficar com qualquer um... Só quando a pessoa realmente me interessa. - me lançou um olhar estranho -

- Sa...quei.

Um silêncio ficou... Ela me olhava de um jeito estranho, parecia querer provocar... Fiquei a olhando por alguns instantes, mas quando vi o azul dos seus olhos, logo me lembrei da Mariana e desviei o olhar...

- Vamos embora? - falei atordoada -

- Já? Nem acabei o lanche.

- Acaba logo então.

A esperei impaciente e depois fui correndo praticamente para casa, ligando para a Mari, para me sentir melhor.

- Oi, Mari...

- Vê a Lua... - falou assim, do nada -

- Ãn?

- Vê a lua na janela, Manuela!

Fui até a janela e olhei para a lua, estava linda...

- Tá linda. - falei suspirando -

- Tava olhando para ela pensando em você...

''AAAAAAAAAAwn.''

- Linda! O céu também tá estrelado... Tudo tá muito lindo...

- É, eu sei...

- To tão apaixonada por você...

- E eu por você...

Ouvir isso da Mariana era tão diferente... Mas tão bom... Sorri inevitavelmente. Ficamos um tempo em silêncio na linha, depois conversamos umas coisas sem muita importância e dormi mais feliz só de ter falado com ela.

Capitulo 24 - And now?

Mari

Cheguei no trabalho mais cedo do que o normal, porque o transito estava leve... Manuela estava na aula, então eu não tinha nada que me impedisse de trabalhar... Trabalhei feito louca até meio-dia, quando minha chefe entrou na sala.

- Boa tarde Mariana, nem te vi...

- Boa tarde, dona Aline. Perdão, é que eu to muito atolada de serviços...

- Hm, entendo... Sabe se a Manuela saiu da aula?

- Não sei, porquê?

- Não sei... Vocês são tão próximas...

- Que nada, somos apenas boas colegas de trabalho.

- Não é o que parece...

Comecei a gelar...

''Será que ela tá desconfiando?''

- Co-como assim?

- Parece que vocês são mais amigas... Sabe... Mais do que eu penso...

Putz, devo ter ficado branca feito cera... Sorte que ela não estava falando olhando para mim, e sim olhando para os quadros na parede da sala que ela mesma decorou.

- Sim, tenho um enorme carinho pela sua filha, é uma excelente pessoa...

Ela se virou para mim e sorriu.

- Sim, ela é uma excelente pessoa.

Um silêncio ficou na sala... Céus! Eu estava muito tensa...

- Sabe se a Manuela anda namorando, Mariana? Faz tempo que ela não me conta nada sobre a vida pessoal dela...

- Não sei não, senhora... Nós não conversamos muito sobre coisas pessoais...

''Meu Deus! Ela sabe! Perdi meu emprego! Vou morar na rua!''

- Tem certeza? Você passa tanto tempo com ela...

- Absoluta... Minha vida não é muito parecida com a da sua filha... - falei para discontrair -

Ela riu.

- É, não tem muito a ver... Mas eu acho que ela parece estar mais quieta, saindo menos para baladas, sabe?



Eu ainda estava branca... Meu Deus, como fugir daquele assunto?

Fiquei em silêncio e ela continuou...

- Parece que ela tá apaixonada.

- Não sei, dona Aline... Não sei mesmo... Se quiser, converso com ela.

- Não precisa, Mariana... - olhei para mim com um olhar muito estranho, e não era para o lado bom não, viu? - Eu vou descobrir sozinha. - disse abrindo a porta da sala - Tenha uma boa tarde. - fechou -

Putz, quando ela saiu, eu pude respirar... E logo depois, fiquei desesperada e parece que o anjinho no meu ombro voltou a me lembrar que eu estava me envolvendo com nada mais e nada menos com a filha de 19 anos da minha chefe. Seria mais fácil pensar nessa situação, se ambas não estivessemos apaixonadas uma pela outra e nos encontrassemos em uma relação perfeita...

Depois de 30 minutos pensando numa solução para isso tudo, a Manuela aparece sorridente... Logo ao ver meu estado, o sorriso se desfez.

- Que que houve? - se aproximou de mim -

- Acho que sua mãe sabe sobre a gente...

Ela ficou mais séria ainda.

- Como assim? É impossível.

- Ela veio conversar comigo, perguntou bando de coisas, falou que éramos mais amigas do que parecia... - coloquei as mãos na cabeça - Você sabe que esse meu emprego é a minha única sobrevivência, não sabe?

Eu estava em um estado de desespero deplorável.

- Claro que sei. - se sentou perto de mim - A gente vai solucionar isso, é só a gente...

A cortei.

- Manuela, não tem como resolver tudo assim! - me levantei e comecei a andar de um lado para o outro - A sua mãe não é burra... Estamos dando muita pinta... - parei para pensar - Será que foi a empregada?

- Não, ela é de confiança.

- Então sua mãe está começando a desconfiar de verdade... - parei na frente dela, respirei fundo - Isso tá indo longe demais...

- Isso o quê, Mariana? Por favor, não diz o que eu to pensando.

Me coloquei na frente dela.

- Olha só, Manuela, eu amo você, como nunca amei ninguém... Mas não posso amar você dormindo debaixo da ponte, não entende isso?

- Você tá terminando comigo? - elevou um pouco o tom de voz -

- Xiii! Fala baixo... Sua mãe pode ouvir.

- Tá bom... - falou mais baixo - Você tá terminando comigo, Mariana?! - agora ela parecia desesperada também -

- Eu... - respirei fundo - Preciso pensar em tudo isso.

- Não quero que você ponha seu emprego em risco por minha causa... Mas... Conforme seja, a gente foge pra algum lugar, monta um negócio, não sei...



- Não teria como montarmos um negócio, você só tem 19 anos e eu não sou tão experiente... - respirei fundo - Olha, eu preciso pensar... Não posso deixar o amor que eu sinto por você cegar a razão que eu tenho. Passei a minha vida toda sonhando por uma oportunidade como essa e... - não completei, não conseguia falar muito bem - ...Preciso pensar, apenas. - repeti -

- Eu posso conversar com a minha mãe...

- Não! Não conversa com ela... Não tem solução para isso... Eu preciso pensar muito em tudo isso, apenas... Quando eu vejo meu futuro com você, me imagino morando de baixo da ponte, desempregada e você terminando comigo por não poder te dar o que você quer... - suspirei, eu queria chorar, mas não conseguia -

- Eu nunca vou terminar com você, sua idiota! Eu te amo, caralho, que parte disso você não entende? - bufou - Pense o tempo que você quiser, por que além de você querer terminar comigo por um motivo que você não tem nem certeza, você tá duvindo dos sentimentos que eu tenho por você, quando tinha que duvidar dos seus por mim! - falou com raiva - Pense bastante e não tome nenhuma decisão que se arrependa!

Ela pegou a bolsa e saiu correndo dali, praticamente... Me sentei na cadeira, com a cabeça baixa... Merda, porque tudo era tão dificil? Porque a Manuela era filha da minha chefe?

Inevitavelmente as lágrimas saíram dos meus olhos... De desespero, decisão, tristeza... Complicada aquela situação toda... O que eu deveria escolher, um sonho que eu tive a vida inteira ou um amor que eu nunca tive?!

Capitulo 25 - In Too Deep

Manu

Saí do trabalho correndo para não mostrar a Mariana as lágrimas que saíam incontrolavelmente do meu rosto... Não expliquei para minha mãe o por que eu fui embora, eu só queria ir para casa e ficar sozinha, apenas!

Cheguei em casa e fiquei algumas horas chorando, refletindo tudo que havia acontecido... Nossa, que cena inédita, eu que nunca havia chorado por amor, estava na minha cama durante umas duas horas chorando por isso mesmo... Eu não tinha noção do quanto doía, mas realmente doía.

Eu tinha quase certeza que a Mariana iria terminar comigo... Pessimista eu, né?! Mas era meio óbvio... Ela não ia me trocar pelo emprego dela e não iria arriscar de achar uma solução... Aliás, não tiro o direito dela de não me trocar por um emprego pois, se ela já pensou logo de primeiro na possibilidade de terminar comigo, significa que ela não goste de mim tanto quanto eu gosto dela, não?!

''Será?''

Essas reflexões doeram bastante... E além de estar magoada com isso, eu estava magoada com as palavras dela para mim...

'' -... Quando eu vejo meu futuro com você, me imagino morando de baixo da ponte, desempregada e você terminando comigo por não poder te dar o que você quer...''

Ela, realmente, não tinha noção de como eu gostava dela! Aliás, gostar não, amar mesmo. Eu a amava, tinha certeza disso.

Meu choro acalmou, fiquei um tempo pensando sobre essas coisas, até que meu telefone toca... Eram a Ju... Não tive opção a não ser pedir para ela vir me dar um ombro amigo e chamar a Babi também. Precisava delas mais do que tudo!

Elas, como ótimas amigas, chegaram depois de 15 minutos da ligação, preocupadíssimas.

- Credo! - Babi disse olhando minha cara inchada -

- Amor... - respondi -

- Tadinha! Abraça a gente, vem... - Ju -

Abracei as duas e eu chorei no abraço... Elas me confortaram com palavras positivas e esperaram eu acalmar o choro...

- Para de chorar um pouco para gente conversar... - Babi -

- Não consigo... - solucei -

- Avisa pra sua mãe que a gente pode tirar água daqui e por na piscina lá do terraço! - Ju -

Não aguentei e soltei um riso entre o choro...

- Idiota!

Fui acalmando o choro aos poucos...

- Então, explica pra gente o que aconteceu.

- A Mariana me pediu um tempo, porque acha que a minha mãe descobriu o nosso namoro e tá com medo de ser demitida.

Elas ficaram sem saber o que dizer durante um tempo...

- E aí, o que vocês acham? - incentivei -

- É uma decisão complicada, né, amiga... Emprego e namorada... Não me leve a mal, mas você sabe que por mais que vocês se amem, vocês ainda não estão namorando tanto tempo para provar para ela que vale a pena largar um emprego por causa de você... - Ju -

- Ela tem medo que eu a abandone caso ela fique desempregada no futuro. Duvidou dos meus sentimentos por ela.

- Com o seu passado, que pessoa normal não desconfiaria? - Babi -

- Nossa, obrigada...

- Poxa, amiga, não quis ofender... Nem to dizendo que ela tá certa, por que ela realmente não tá, pelo fato de você gostar bastante dela, mas... É complicado. Ela é uma pessoa independente, não tem dinheiro da mãe pra viver sabe... Você já tem a vida ganha, ela não... - Babi continuou -



- Você largaria a sua vida por ela? - Ju -

- Eu... - fiquei sem resposta - Como assim largar a vida?

- É, Manuela, largar a vida... Largar sua casa de luxo para viver mais simples... Sabe, virar uma pessoa simples.

- Mais que pergunta idiota! É claro que... - travei e parei pra pensar - Não sei...

- Pois é... Para pra pensar isso...

- Ai, mas o que eu faço, não quero terminar com ela! Mas to muito chateada com ela... Da forma que ela falou comigo... - abracei o travesseiro - Me desacustumei da Mariana assim...

- Aw amiga, eu sei que você tá apaixonada... Mas seilá, tenta se aproximar dela de alguma forma... - Ju-

- A gente trabalha juntas, durd. - revirei os olhos com a proposta ridicula -

- Não nesse sentido... Mas seilá, joga um charminho, pouquinho de ciúme, pra mostrar pra ela o quanto ela gosta de você.

- Gostei da idéia! - sorri -

Babi foi até o meu armário e pegou uma blusa social preta... Que ficava bem justa no meu corpo...

- Você nunca usou essa blusa para o trabalho, amiga? - Babi - Acho que deveria...

- Mas ela fica muito justa em mim, não sei se... - parei pra pensar e entendi a brincadeira - Aliás, acho que eu deveria usa-la mesmo...

- Também acho! - Ju - Aliás, pensou em voltar a usar aquele óculos de grau sexy pro trabalho?! Sua vista deve estar um pouco cansada...

- E que tal ir na praia amanhã pegar um bronze? To me sentindo meio branca! - afastei meu sutiã olhando minha marquinha de biquini - Não é?

- Branquelissima! - Babi completou rindo - Me dera ser branquela como você...

Rimos e colocamos o plano em prática pra eu ficar atraente - mas não vulgar - para o meu amorzinho. Isso até me fez ficar um pouco melhor, porque, aliás, meu lema realmente não era ficar chorando o leite derramado... Se ainda há chances, porque não tentar?! Determinação em primeiro lugar, muito obrigada.



Separamos minha roupa de trabalho no dia seguinte e decidimos matar aula na faculdade para ir na praia... E assim fizemos! Fomos para a praia e, para minha sorte, estava um solzão, que me deixou bem bronzeada... Cheguei em casa, tomei banho com calma, passei o perfume mais sensual que tinha e me arrumei da forma que as meninas disseram... Coloquei uma blusa social preta mais justa, um pouco aberta na frente - só um pouco, se não ficaria vulgar -, óculos de grau e cabelos presos em um nó no cabelo feito a mão...

Cheguei no trabalho toda a sorrisos, nem parecia que meu namoro estava indefinido... Percebi os empregados da minha mãe me babando da cabeça aos pés... Entrei na minha sala e a Mariana estava no telefone, logo quando me viu, começou a tossir sem parar...

- O-olha... - tosse - Depois eu... - tosse e olhou para mim, tossindo de novo - Te ligo... Beijos.

Ela desligou e me olhou, engolindo seco.

- Atrapalhei alguma coisa na ligação? - sorri -

- N-não... - senti seu olhar me despindo -

- Que bom. - fui até a minha mesa e me sentei, cruzando as pernas nitidamente para provocar -

- E-eu tenho relatórios pra você.

- Ah é! Verdade... Esqueci completamente de fazer os de ontem... Tem como você me mandar por e-mail?

- Tem... - ela procurou não me olhar -

- Então, quais são os meus de hoje?

Ela voltou a me olhar obrigatóriamente, aproveitei para soltar meu cabelo enquanto ela falava... Ela chegou até a gaguejar, uma gracinha! Nunca tinha a visto assim... Parecia até que era fácil provoca-la...

Na hora de fazer os relatórios, toda hora eu perguntava dúvidas, pedia para ela vir até a minha mesa apontar os erros - que eu errava de propósito -... Mordia a caneta quando ela se aproximava, jogava os cabelos... Me aproximava dela... Ela estava disfarçando melhor as sensações dessa vez, mas pude sentir muitas vezes seus olhares em mim...

No final do trabalho, eu fui perguntar outra dúvida e...

- Olha, chega de trabalho por hoje!

- Já? - tirei os óculos levantando a sobrancelha, estranhando -

- É... Eu to cansada e... Termino o seu relatório em casa.

- Tem certeza?



- Absoluta. - respirou fundo e passou a arrumar as suas coisas -

- Tudo bem... - peguei a minha bolsa e me levantei - Até amanhã, Mari...

- Até. - disse visivelmente pertubada -



Capitulo 26 - Não resisto a nós.

Mari

Já seria dificil pensar sobre minha situação, mas ainda quando a Manuela entra naquela sala mais sensual do que nunca... Aliás, nunca havia visto aquela menina assim! Os cabelos estavam mais clareados e a pele mais bronzeada por causa do Sol, estava usando óculos de grau, que a deixava um charme, e uma blusa justa, marcando as curvas do seu corpo impecávelmente bem feito... O dia todo me senti provocada, e não conseguia disfarçar os meus olhares para ela... Talvez por causa da minha fraqueza no momento, não sei, mas fui uma perfeita idiota.

Fui para casa pertubadissima. Cheguei e não queria falar com ninguém... Mas não consegui... Liguei para os meus dois e mais fiéis amigos e fizemos uma conferencia.

- Não sei o que fazer! Ela hoje me provocou mais do que a vida! - falei desesperada -

Os dois riram demoradamente na linha.

- Essa piralha é um arraso! - Edu - Ela não vai aceitar um término tão fácil...

- Não sei se quero terminar com ela... - parei para pensar -

- Pode custar seu emprego... - Dri alertou -

Dri nunca foi com a cara da Manuela, era visivel.

- Ai Dri, não seja tão mal com a pequenininha! Ela ama a Mari... - Edu -

- Será que ama o suficiente? Só importo com a felicidade da minha amiga, oras.

- Gente! - interrompi - O relacionamento a ser discutido é a Dri e a minha namorada ou o futuro do meu namoro?



Eles riram...

- Amiga, isso é uma coisa que você deve pensar... Você tem que pensar se vocês se amam tanto pra você por seu emprego em risco... - Edu -

- Aliás, você é exemplar... Duvido que seja só a revista da Aline que te queira... - Dri -

Conversamos mais um pouco e não adiantou de nada, eu ainda estava confusa... E também não parava de pensar na Manuela com aqueles trajes hoje... Ri ao pensar que era uma atitude típica dela...

Dormí desejando que eu seja mais resistente no dia seguinte.

A manhã de trabalho foi chata, lenta... Deu 13 horas e eu saí para almoçar, quando avistei a Manuela na rua com a Flávia... Meu sangue ferveu na hora... E Manuela estava linda, de novo! Dessa vez com uma blusa social branca e manteu os óculos de grau e os cabelos presos...

''Resistencia Mari... Resistencia...''

Não sei quanto tempo fiquei as encarando conversando, o sangue fervendo... Quase tive vontade de separa-las, mas percebi que não tinha direito, já que eu que havia pedido o tempo... Respirei fundo e fui almoçar...

Cheguei na minha sala e lá estava a Mariana... Com a Flavia! Sim! Tentei disfarçar o meu descontentamento com a cena, cumprimentei as duas e sentei na minha mesa...

Foi o saco o dia... Manuela não trabalhou quase nada, até porque não passei muito relatórios para ela devido a minha falta de atenção para tudo, e a Flavia e ela não paravam de conversar... Falavam coisas aleatórias mesmo... Risinhos cumplices... Tudo me deixava vermelha de raiva... E o pior é que agora que eu havia pedido um tempo, Manuela podia fazer qualquer coisa que eu não poderia comentar nada, né?!

''Que situação...''

Não reconhecia tamanho ciúme... Nunca fui disso... Mas... Acontece quando se ama, não?

O dia de trabalho foi nada produtivo para mim, porque eu prestava mais atenção nas conversas dela do que no meu trabalho... Foi impressionante mesmo... A tarde toda foi assim, até a Flávia ir embora, o que foi uma graça de Deus, porque mais um pouco eu iria surtar. Elas se despediram e a Manuela foi no banheiro, que ficava na mesma sala... Pensei, pensei... Bom, não resisti... Fui andando - tropeçando - até o banheiro e entrei sem nem bater na porta, ela me olhou assustada e iria falar alguma coisa, mas a calei com um beijo... Um beijo urgente, de quem estava tempos com vontade... Não tinha dúvidas, eu não conseguiria me perdoar se perdesse aquela menina.

Nos beijamos intensamente, a encostei na parede com força e ela gemia entre o beijo, me apertando contra o seu corpo... Soltei o seu cabelo com as mãos e ela mordeu meu lábio com força...

- Senti saudades... - sorriu -

- Também senti, muitas! - a beijei de novo -

O beijo foi esquentando, nossas mãos ousando... Quando menos percebi, já estamos apenas de roupas íntimas... A peguei no colo e a fiz se sentar na pia, enquanto mordia seu pescoço, chupava, matava saudade daquela pele cheirosa e macia... Desci meus beijos para seus seios e ela gemia baixinho, para sua mãe não ouvir... Sem muita demora e com muita fome do seu corpo, mergulhei em seu sexo molhado e pulsando de desejo... Ela ia gemer alto, mas colocou a mão na boca e apertou meus cabelos, enquanto rebolava na minha boca... Que saudade estava dos gemidos dela! Mesmo que baixos, eu amava... Eram lindos!

Percebi que ela estava começando a descontrolar os gemidos e subi os beijos e a beijei, enquanto a penetrava com força com os dois dedos... A beijava para abafar seus gemidos, mas o seu último gemido de gozo foi impossível... Ela se jogou nos meus braços e me abraçou com força...

Ficamos abraçadas por alguns minutos... Sentia tanta falta dela... Puxei seu rosto com as duas mãos...

- Me escuta... - falei a olhando nos olhos - Eu te amo e nunca vou te abandonar, tá bom?

Ela deu um sorriso mais largo ainda, foi um dos mais lindos que já havia visto, se não o mais lindo...

- Eu também te amo e nunca vou te abandonar! - me abraçou de novo - Nunca mais duvida dos meus sentimentos por você...

- E nem você dos meus... - beijei seu queixo, depois os lábios - Te amo. - repeti sorrindo -



Break 1 - Flávia



Flávia nasceu em 1991, no interior de Minas Gerais. Dona de uma beleza invejável que desde pequena causava inveja e admiração de muitas pessoas. Cresceu, e sua beleza e inteligência evoluíram. Sempre foi uma menina inteligente, com notas máximas, e também sempre foi a querida da família. Era simpática, sorridente, conquistava qualquer um ao seu redor com um simples sorriso. Sempre cresceu com as pessoas a cercando, a admirando... Os adultos, a vendo como uma promessa. As crianças de sua idade, como um ícone. Seja pela beleza, pela simpatia, pela inteligência... Flávia conquistava todos ao seu redor.

Em 2006, aos 15 anos, sua família resolveu se mudar para Belo Horizonte, pois seu pai havia conseguido um emprego melhor e que lhe pagava quase o dobro de seu antigo salário.



Flávia ficou apreensiva ao chegar em um local com tanta gente, tanto barulho... Em estudar numa escola com tantas pessoas também. Sentia falta do interior, da natureza... Das pessoas que conhecia... Por um momento, sentiu-se infeliz por se mudar.

Porém, como óbvio, Flávia não demorou para ficar famosa em seu colégio. Todos os meninos queriam sair com ela, todas as meninas queriam ser como ela... Não foi fácil se inturmar em seu novo colégio.

Sua primeira amiga foi Carla... Ah, Carla! O nome suava doce como mel, cor de seus olhos. Seus cabelos castanhos claros davam um charme ao rosto angelical da menina.

Era simplesmente a pessoa mais linda que havia visto na vida.

Inicialmente, Flávia estranhou quando se sentia tensa com a presença da nova melhor amiga... Ou quando sempre sentia uma necessidade de ficar perto dela, tal necessidade que era correspondida. Mas nunca parou para pensar o que poderia ser aquilo... Afinal, o que poderia ser? Excesso de afeto? Talvez, quem sabe...

A resposta demorou para chegar, pois foi só com 1 ano de amizade, aos 16 anos, que ela finalmente chegou.

As duas estavam no quarto, conversando besteiras e tendo crise de risos graças a uma piada contada por Carla... Quando de repente, ela fica séria.

- Que que houve? - Flávia estranhou -

- Senta aqui... Na minha frente. - bateu na cama -

A situação era estranha... Flávia costumava ver Carla animada, feliz... Raramente falava sério... Pelo menos, sério com aquele tom que ela fez.

Porém, Flávia não contestou e sentou... A proximidade das duas causou uma arrepio em seu corpo forte, mas Flávia já havia se acostumado com tais sensações... Julgava normal até.

- Você tá me deixando preocupada, Carla... Fala logo! - falou impaciente -

Carla sorriu e tirou os cabelos pretos de Flávia de seu rosto, os colocando para trás, para que pudesse enxergar melhor seus olhos intensamente azuis.

- Você já ficou com mulheres, amiga?

Flávia gelou!

- Não! Claro que não! Você já? - perguntou incrédula -

- Não... Mas eu tenho curiosidade, sabe... - afastou os cabelos de Flávia de novo, que se esquivou um pouco -

- E tá pretendendo matar sua curiosidade comigo?

Flávia era bem direta... Não gostava de enrolações ou qualquer coisa do tipo. Ainda mais naquela situação.

E o pior de tudo: Estava longe de não estar gostando da idéia... Parecia que a resposta do por quê das sensações perto de Carla estavam sendo respondidas naquele momento.

- Se você topar, é claro.



Flávia sorriu e não pensou duas vezes... Deu um beijo delicioso em sua amiga, que só faltou ver estrelas. O beijo foi demorado, e causou um choque de sensações nas duas que ambas nunca sentiram... Era um sentimento inexplicável, como se ambas quisessem aquele momento desde que se conheceram e só descobriram ali, naquele momento.

A partir desse beijo, elas passaram a ter um romance secreto...

Se encontravam todo dia em suas casas e se beijavam escondidas... Porém, ficar só em casa já não passou a ser suficiente... Começaram a ficar no banheiro da escola, nas excurssões do colégio, no cinema... Elas pareciam que haviam aprendido a beijar naquele momento!

Depois de 6 meses se beijaram, resolveram se adiantar e evoluírem a relação... Cada uma tirou a virgindade da outra no quarto de Carla, quando sua mãe estava viajando... Isso intensificou mais ainda a paixão louca e insana que uma sentia pela outra.

Flávia estava fascinada por Carla... Nunca pôde imaginar que sua melhor amiga iria se tornar uma paixão, uma parceria sexual. Além disso, não via sua vida sem Carla... Seria algo vazio, sem explicação.

Estava completamente apaixonada por ela e era correspondida.

Já estavam 2 ano e meio juntas quando um dia, por um descuido, esqueceram de trancar a porta do quarto de Flávia e foram flagradas por sua irmã mais nova. Esta não hesitou e contou para seus pais logo de cara... Queria dar o troco em Flávia... Flávia sempre foi a mais bela, a mais inteligente, a mais querida... Queria ver sua irmã ser uma vergonha, como ela mesma foi durante toda a sua existência ao lado da irmã mais velha.

A reação dos pais de Flávia foram pior do que pensava... Sua mãe a deu um tapa na cara, lhe disse coisas horríveis e seu pai, apesar de calado e calmo, era bastante religioso e homossexualidade era uma coisa inadimissível nesta casa.

- Ou você vira hetero, ou sai dessa casa. - disse numa calma que assustava -

Flávia foi embora... Não voltou nunca mais. O coração partido pelas lembranças das palavras de sua mãe e decisão de seu pai, mas decidiu nunca mais pensar neles como duas pessoas amorosas e sim como dois monstros que apenas a queriam como um fantoche, assim podendo a controlar e ter seu projeto de filha certa. Flávia não era perfeita, não queria ser.

Passou na casa de Carla para se despedir dela... E esta chorou, ofereceu sua casa... Boa oferta...

Flávia ficou 2 semanas na casa de Carla, porém, como grande azar e ironia do destino, a mãe de Carla foi alertada pela mãe de Flávia e não deixou a menina mais pisar em seu lar, isso, claro, sem humilhar Flávia e Carla com palavras mais pesadas do que sua mãe.

Flávia não tinha rumo... Não tinha lar... Portanto tentou apelar para uma de suas tias, a quem tinha um afeto grande. Por sorte, sua tia a aceitou de braços abertos, e assim ela voltou a morar no interior... Não por muito tempo, pois sua tia estava aparentando sinais graves de uma doença na qual até hoje. Flávia a apoiou em todo momento, mas sua tia não resistiu... Faleceu, deixando sua sobrinha triste e, de novo, sem lar.

Flávia não teve outra opção a não ser morar com uma de suas tias do Rio de Janeiro... Felizmente, foi aceita por esta também! Prestou vestibular no Rio de Janeiro e passou com uma facilidade invejável... Não demorou muito e se mudou para o Rio, desejando que sua vida fosse um pouco mais fácil desde então.

Chegou no Rio de Janeiro e se sentiu encantada com a cidade... Não só com a cidade, mas com o amor que foi recebida pela sua família carioca. Todos a aceitavam, inclusive e principalmente sua prima Bárbara, do jeito que ela é.

Bárbara, com pena da prima e dos acontecimentos ocorridos em sua vida, a apresentou para suas melhores amigas, Juliana e Manuela...

Flávia espantou-se com tamanha semelhança de Manuela com Carla! A voz, o sorriso, o jeito... Tudo era parecido...

Inicialmente, buscava ficar perto da Manuela para sentir Carla junto a ela, mas depois percebeu que seus desejos estavam mudando... Manuela estava passando a atrai-la, e ela sabia que isso era errado. Tinha quase certeza que a menina tinha um caso com a sua colega de trabalho - Mariana - e não queria interromper... Precisava por seus pensamentos em ordem... Mas em vão... Carla não atendia seus telefonemas, e mandou uma mensagem para ela dizendo claramente que não pretendia largar sua família para ficar com ela... Flávia chorou por dias e dias sua desilusão amorosa... E a pessoa que lhe animou, mesmo sem querer, foi Manuela...

Manuela, apesar de no ínicio ter sido fechada, se mostrou uma pessoa encantadora aos olhos de Flávia... Atenciosa, sorridente, charmosa, sexy... Sem falar na beleza rara... Era uma menina que definitivamente a atraía, além disso, estava começando a despertar sentimentos verdadeiros por ela, muito parecidos pelo os que sentiu com Carla.

Porém, preferia se manter quieta... Não queria estragar o relacionamento de Manuela, não gostava de confusão, muito menos de armações. Iria guardar para si seus sentimentos por Manuela e iria procurar esquece-la... Não queria sofrer de novo como sofreu por Carla... Estava cansada de desilusões e sentimentos não correspondidos... Estava simplesmente cansada de sofrimento.

Portanto, o jeito era deixar acontecer... Conhecer novas pessoas e, no máximo do possível, afastar seus sentimentos incontroláveis pela linda menina de olhos cor de mel...

Capitulo 27 - You and me.

Mari



Não esperamos mais tempo, fomos praticamente correndo para minha casa... Falamos para sua mãe que iríamos visitar a empresa vizinha... Foi até fácil engana-la. Tão fácil que ela deixou Manuela dirigir seu carro!

Enquanto estávamos no caminho...

- Nossa, como eu to feliz que a minha mãe me deixou dirigir! Acho que isso significa que o meu carrinho tá chegando.

- Espero que chegue logo... - dei um beijo na sua bochecha e logo visualizei os trajes que ela estava vestindo de novo e comecei a ter idéias - Amor, encosta o carro... - falei com uma voz sensual -

- Por quê? Eu quero dirigir...

- Tá bom então. - dei de ombros -

O sinal parou, era o momento perfeito... Desci do meu banco e me ajeitei entre as suas pernas debaixo do seu banco...

- Mariana, o que você tá fazendo?! - riu mordendo o lábio inferior -

- Falei pra você encostar o carro... Agora quero ver você dirigir assim... - abri suas pernas e olhei para sua calcinha com desejo -

Ela acelerou o carro e obrigatóriamente teve que encostar, porque eu não estava apenas entre as suas pernas, como havia arrancado sua calcinha fora e mergulhado a minha boca naquele sexo maravilhoso!

Bom, sorte nossa que os vidros eram bem escuros, se não todos iriam presenciar aquele momento de loucura... Ela gemia alto e sem nenhuma noção de que poderiam ouvir, até que por um momento de sanidade, ligou o rádio e colocou no volume máximo para não ouvirem seus gemidos...

A lambia com intensidade ao som de R U Mine - Arctic Monkeys... Ela puxava meus cabelos, gemia enlouquecidamente... Não demorou muito e senti seu corpo todo tremer, até ela gozar intensamente na minha boca.

....

Estávamos ajeitadas no carro de novo, eu com um sorriso satisfeito no banco do lado e ela dirigindo, ainda com as pernas bambas...

- Você anda muito tarada, sabia? - falou de um jeito sério, mas com um tom que deu pra ver que ela gostou - Poderia ter esperado chegarmos em casa?

- Não dá... Eu não resisto... - a olhei com fome - Você é uma delícia... - susurrei no seu ouvido e mordi sua orelha, na hora ela freou o carro errado -

- Para com isso! - disse ofegante - Se não vamos sofrer um acidente...

- Ok, vou parar... - levantei minhas mãos no sinal de inocencia -

Ela riu e voltou a dirigir...

Chegamos na minha casa já aos beijos... Ela foi me levando até o sofá com pressa, já me despindo inteira...

- O que... - falava entre beijos - Você fez no carro... - mordeu meu lábio inferior com força e eu gemi - ...Não vai ficar barato.

Ela se afastou dando um sorriso malicioso... Tentei a beijar de novo, sem sucesso.

- Me espera aqui... - disse indo até o meu quarto - Eu já volto.



Não me deu tempo nem de responder e ela trancou a porta...

''O que será que ela vai aprontar?''

Ela demorou tanto que eu quase cochilei no sofá... Mas quando ela apareceu, me acendeu de novo. Putz! Ela estava usando uma lengirie minha vermelha, que ela já havia usado uma vez e sabia que eu amava... Os cabelos soltos, a pele com um pouquinho de olho deixava um brilho especial em seu corpo com a luz do por do sol que se fazia na sala...

Ela veio andando em minha direção lentamente, rebolando... Com um olhar tão intenso e malicioso que me arrepiou toda... Me levantei para beija-la, e ela me empurrou de volta pro sofá...

- Não toca...

- Por quê?! - não entendi -

- Você só vai olhar... - sorriu mais maliciosa ainda -

- E você vai fazer o quê?

Ela não respondeu, apenas continuou com aquele sorriso cafajeste que me levava a um estado de excitação enlouquecedor... Foi em direção ao som e colocou um CD que ela havia gravado para mim, e começou a tocar a música In The Dark - Jojo. (http://www.youtube.com/watch?v=NgjF4u1KK5E&ob=av3e)

Ficou na minha frente, enquanto eu a observava no sofá... Ela rebolava lentamente, no ritmo da batida enlouquecedora e sensual da música... Passava a mão no seu corpo, descia até o chão rebolando lentamente, mexendo os quadris com maestria... Eu estava suando frio olhando aquilo... Era sensualidade demais para uma menina só!

Se aproximou de mim lentamente, sentando no meu colo... Louca de desejo, tentei tocá-la e ela bateu no meu ombro.

- Não estraga a brincadeira, Mari.

Ela rebolava no meu colo, dizia safadezas no meu ouvido...

- Sabe o que eu vou fazer com você hoje? - disse passando a mão em mim toda -

- O que? - disse sem ar nos pulmões -

- Vou lamber você inteirinha...

- Eu também vou.

- Só se eu deixar... - deu uma risada safada no meu ouvido - Sabe o que eu vou fazer mais também?

- Fala, Manu... - minha voz quase não saía -

- Fazer você implorar pra eu parar... - mordeu meu lábio inferior e saiu do meu colo -

A música havia mudado... Virou Birthday Sex - Jeremith (http://www.youtube.com/watch?v=vYMxOzxKYYo&ob=av2e)... E assim, ela voltou a dançar, enquanto finalmente tirava sua ''roupa'' com uma sensualidade absurda... Ameaçava tirar peças, sorria de forma cafajeste, rebolava...

Finalmente ela tirou a sua roupa e ficou nua na minha frente... Não resisti, levantei e a agarrei com força, e ela não hesitou... Nos beijamos com fome e desespero e deitamos no tapete da sala, ela tirava minhas roupas íntimas com pressa, querendo devorar cada pedacinho do meu corpo...

Do nada, parou...

- Calma, tive uma idéia! -foi correndo até o meu quarto -

Esperei ela voltar, até quando ela volta com um óleo nas mãos...

- Vira de costas... Vou te fazer uma massagem.

- Hm... Gosto disso... - comentei me virando -

Ela deu um tapinha de leve na minha bunda que me fez dar um riso... Ela estava espalhando o olho em sua mão e não demorou muito para massagear meu corpo... Pernas, bunda, lateral do corpo, seios, nuca, ombros... Seu toque era suave, agradavel... Não demorou muito e eles começaram a ousar, fazendo praticamente um massagem erótica, acariciando minhas costas, minha bunda, meus seios... Quando eu estava em braza, ela virou o meu corpo e começou a beijar minha pele, passar suas mãos habilidosas por ela toda... Chupava meus seios enquanto já estava com um dedo dentro de mim, me fazendo gemer sem pudor... Desceu o beijo para minha barriga, onde ficou um bom tempo, enquanto continuava me penetrando com um dedo... Quando ela sentia que eu estava tremendo além do normal, ela diminuia o ritmo das estocadas, me deixando irritada...



- Não vou deixar você gozar agora... - disse enquanto voltava a beijar meus seios -

E a tortura voltou... Ela penetrou o segundo dedo, enquanto se perdia nos meus seios e no meu pescoço, enquanto dizia mais safadezas no meu ouvido... Eu ameacei gozar diversas vezes, só não gozei por que ela não deixou... Finalmente, vendo a minha situação, ela mergulhou sua boca entre suas pernas enquanto me penetrava com dois dedos... Gemi alto, puxei seus cabelos e finalmente tive um orgasmo intenso... Meu coração batia sem controle, minhas pernas tremiam...

Ela subiu os beijos pelo meu corpo e me deu um selinho.

- Gostou, my love? - disse me dando vários selinhos -

- A...mei! - a dei outro beijo - Mas sabe que não acabou ainda, né?

- Óbvio que sei!

Nos beijamos de novo.

......

Havíamos pegado no sono depois de ter gozado cinco vezes... Sim, cinco! Impressionante, não paravamos... Ficar dois dias longe uma da outra nos causou uma abstinência enorme. Acordamos com o celular da Manuela tocando...

- Alô... Oi Flávia... Ahhh, sim, sim... Lembro!... Vou sair do trabalho e ir pra casa me arrumar, ok?

Revirei os olhos...

''Flávia...''

Ela falou mais algumas coisas e desligou.

- Vou ter que ir, amor... Esqueci que tinha combinado de ir com a Flávia fazer um trabalho da faculdade...

- Tudo bem... - suspirei, não queria brigar por ciúmes - Queria que você ficasse aqui...

- Também queria. - me abraçou de novo e me beijou - A noite foi ótima. - me olhou receosa - A gente ainda tá junta, né?

- É claro que sim! - a beijei demoradamente -

- Que bom! - sorriu e se levantou da cama, andando nua pela casa, fiquei admirando aquele corpo lindo -

- Se você continuar andando sem roupa, não respondo por mim... - falei a olhando intensamente -



Capitulo 28 - Perigosa atração...

Manu

Saí da casa da Mariana não parando de sorrir... Estava mais feliz que nunca! A dúvida sobre os sentimentos dela por mim estavam me matando, e ter a certeza que ela me amava era a melhor notícia que eu poderia ter.

Cheguei na casa da Flávia atrasadérrima... Ela me atendeu com uma cara de quem não aprovou muito meu atraso.

- Sempre na hora, Manuzinha... - falou ironicamente, abrindo passagem pra eu entrar -

- Minha mãe me prendeu lá no trabalho, tinha que ver! Não bastou isso, e a Mariana me encheu de relatórios... - menti -

- Ah sim... Tudo bem então. - não pareceu muito convencida -

Ás vezes eu desconfiava que a Flávia sabia de mim e da Mariana por algumas caras que ela fazia, algumas expressões... Eu tentava fazer de tudo para disfarçar, mas a cada dia que se passava, ela parecia mais desconfiada...

''Tomara que seja só impressão minha...''

Fomos até o seu quarto e eu sentei em sua cama... Finalmente a olhei direito e percebi como estava bonita... Aliás, Flávia já era linda, mas estava mais... Estava trajando uma roupa simples, um short que, apesar de não muito curto, deixava aparente suas coxas bem definidas e uma blusinha regata branca coladinha no corpo, que valorizava suas curvas bem feitas... O cabelo preso em um nó feito a mão devido ao calor do ambiente, que deixava seus olhos azuis mais aparententes...

''Que pensamentos são esses?''

- Então, vamos fazer o trabalho? - sorriu -

- Er... Va-vamos...

Começamos a fazer o trabalho e acabamos fazendo mais rápido do que o possível, porque nossas idéias se batiam e nossos pensamentos também...

- Meu Deus, já acabamos! - falei surpresa - Não fizemos nem em uma hora.

- Pois é... - disse guardando o trabalho em uma pasta e colocando na bolsa - E agora, o que faremos?

- Não sei, quer fazer alguma coisa? Eu ligo pras meninas...

- Pode ser.

- Vou ligar então.

Liguei para Babi, ela não atendia... Liguei para Ju, não atendia também... Legal, eu ia estar sozinha com a Flávia de novo e a Mariana vai surtar comigo...

- Não estão atendendo... - guardei o celular na bolsa -

- Poxa... - fez biquinho, achei uma graça - Faz o seguinte então, vou tomar um banho porque tá um calor desgraçado, aí a gente vai tomar um chopp por aí. Pode ser?

- Até que não é uma má idéia... - parei pra pensar - Vai lá que eu te espero aqui.

- Ok, fica à vontade... - veio se aproximando de mim e eu estranhei, não sei porque, fiquei nervosa - Tá aqui o controle da TV pra você assistir alguma coisa.

- Ah... O-ok.

Flávia foi tomar banho e eu fiquei deveras pertubada... Ok, ela era uma menina bonita, mas eu não podia olhar para ela com esses olhos... Eu amava a Mariana e não podia fazer isso com ela... Se fosse qualquer outra pessoa, eu estaria pouco me importando, mas Mariana não é qualquer uma. Eu precisava me controlar.

Fiquei assistindo TV enquanto ela tomava banho... Estranhei a sua demora... Até quando, finalmente, ela sai do banheiro... De toalha.

Foi inevitável olhar... Deuses, ela era muito bonita! Fiquei fixando o olho na TV direto...

- Esqueci a porcaria do hidratante... - se justificou antes de voltar ao banheiro -



Quando ela fechou a porta do banheiro, pude respirar fundo. Pensei em caveirinhas, carneirinhos, qualquer coisa para desviar minha cabeça dessas tentações...

Ela saiu do banheiro com o rosto ainda úmido e com cheirinho de banho... Os cabelos molhados... Respirei fundo:

- Vamos logo pro bar? - falei querendo evitar ficar naquele quarto com ela -

- Espera... - abriu o armário e passou um perfume muito bom - Vamos!

Descemos até o bar e eu estava deveras confortável com a presença dela... Em todos os momentos o nome da Mariana vinha na minha cabeça e eu conseguia controlar meus pensamentos mais...

Não sei da onde começou tudo isso, não sei mesmo... Eu e Flávia já somos amigas há meses e eu nunca a vi com esses olhos... Talvez, foi o apoio dela implacavel quando a Mariana terminou comigo, que mostrou-se ser uma amiga verdadeira...

''Talvez eu esteja tendo um afeto maior por ela, só isso...''



Fomos andando pela rua sem muito rumo até que achamos um barzinho agradável que estava tocando música... Nos sentamos uma em frente da outra e logo pedimos os chopps... Conversamos animadamente diversos assuntos e eu sempre ficava olhando o celular, pra ver se tinha alguma ligação da Mariana, mas ela não havia ligado... Depois de um tempo checando o celular, resolvi desistir e deixar os assuntos com a Flávia fluírem melhor...

- Por quê você veio pro Rio? - perguntei curiosa - Não quis estudar em Minas?

- Não é bem isso...

- Me conta... Se quiser, é claro.

- É uma longa história...

- Pode resumir se quiser.

- Ok então... - respirou fundo - Eu namorava uma menina, e a meus pais não aceitaram e me expulsam de casa... Fui morar com a minha tia de Minas, e ela faleceu devido uma doença... Fiquei sem saídas e tive que buscar a minha família no Rio para ter algum lar...

Arregalhei os olhos com a história... E também impressionada com o modo como ela foi direta, como se tivesse certeza que eu não iria me preocupar com o fato dela ser lésbica... Aí sim, comecei a ter mais certeza que ela sabia de mim e da Mariana.

- Meu Deus! - comentei surpresa -

Eu estava esperando alguma história de ''Vim no Rio porque é melhor para curtir'' ou qualquer coisa do tipo... Fiquei realmente surpresa com tudo isso.

- História complicada, não? - comentou -

- Nossa... Sinto muito, de verdade... - falei com sinceridade -

- Não precisa... A Carla não quer mais nada comigo e eu to bem aqui no Rio... Acho que já superei todos os acontecimentos. - falava com uma naturalidade impressionante -

- Carla era a menina que você namorava?

- Sim.

- Ah tá... - fiquei pensativa -

''Então significa que ela tinha uma namorada?''

- Surpresa?

- Pelo o quê?

- Por saber que eu gosto de mulheres... - me lançou um olhar intenso enquanto dava o gole no seu chopp -

- Não muito... - respirei fundo disfarçadamente - To mais surpresa pela história. Esperava uma explicação mais bobinha... - mudei o rumo do assunto -

- Ah sim. - não pareceu muito convencida -



Mudei o assunto e ficamos conversando coisas aleatórias o resto do dia... Ela parecia estar totalmente alheia do desconforto que estava me causando, então acho que disfarcei bem... Deu 1 hora da manhã e fomos para casa, já que tínhamos aula no dia seguinte - que eu com certeza iria faltar, haha -... Nos despedimos com uma abraço e quando ela foi me dar um beijo na bochecha, acabei desviando e pegou na trave... De novo!

- Até amanhã... - sorriu -

- A-até...

Fui embora praticamente correndo pra casa para por o pensamento em ordem... Que confusão, meu Deus! Pensei em ligar para a Mariana, mas já estava tarde, e estranhei também ela não ter me ligado...

Demorei bastante para dormir até que finalmente peguei no sono...

Acordei no dia seguinte cheia de dores e eram meio dia e meia... Olhei meu celular pra ver se tinha algo da Mariana e nada... Liguei para ela, ela não atendeu...

''Estranho...''

Tomei meu banho, fiz todo o processo... Fui para cozinha e a minha empregada veio encher o saco.

- Não foi na aula de novo, Manuela?

- Estava cansada... - expliquei sem paciência -

Fui pro meu quarto e fiquei vendo TV até dar o horário de eu me trocar pra ir pro trabalho... Fiz o processo até mais rápido porque estava preocupada com a Mariana...

Chegando lá, entrei e ela estava no móvel, com as duas mãos na cabeça...

- Oi amor! Por que não me ligou ontem? - coloquei a bolsa na mesa e ela não respondeu- Amor?



- Sua mãe sabe da gente, Manuela... - me olhou com os olhos marejados - Ela realmente sabe...

''Começou tudo de novo...''

- Deixa de ser paranóica, amor... Ela não sabe nada...

- Eu ouvi ela falando que tá investigando nós duas, porque está estranhando o seu comportamento ultimamente...

A interrompi.

- Mas isso não significa que ela vá te demitir... Minha mãe é legal, não vai te demitir...

- Ah é? Pois eu também ouvi ela falando no telefone que não queria que estivessemos tendo um caso, porque ela iria odiar despedir uma das melhores empregadas.

Fiquei em silêncio... A fala da Mariana estava dura... Comecei a me desesperar com a quase certeza de que ela ia terminar comigo...

- E isso significa que...? - o nó na minha garganta estava enorme -

- Que eu vou terminar com você. - disse séria -

- Não precisa disso, Mari...

- Eu não posso perder meu emprego, Manu... - abaixou a cabeça para baixo - Não posso me deixar levar por uma paixão louca e inconsequente... Tudo que a gente faz é errado... Sabe disso, não sabe?

- Não é errado... Eu amo você, você me ama... Não tem nada de errado nisso! - as lágrimas queriam descer, mas por orgulho não as deixei - Você tem noção do que tá fazendo comigo?!

- Tenho... Isso tá doendo muito em mim... Mas não posso jogar tudo que construí durante a minha vida toda... Tenho medo de você me decepcionar, não sei...



- Eu nunca vou te decepcionar! Você não se toca que eu sou louca por você? - o desespero bateu de verdade nessa hora - Já sei! A gente pode fugir!

- Não seja ridicula...

- Sério! A gente pega dinheiro da minha poupança, vamos para o Nordeste, abrimos o nosso negócio...

Ela balançou a cabeça negativamente.

- Não vou ficar dependendo do seu dinheiro, Manuela... - levantou da mesa e secou as lágrimas - Eu já tomei a minha decisão...

Me aproximei dela com desespero e a abracei... Ela me abraçou também...

- Não termina comigo... Eu te amo... - segurei seus rosto com as duas mãos para que ela me olhasse - Não vê o quanto é verdadeiro?

- Eu também te amo... Mas não posso... - suspirou - Preciso ser responsável uma vez na vida... Também não quero que você brigue com a sua mãe, perca seu futuro por causa de mim...



- Que se dane o mundo, Mariana! Eu quero você, não entende?

- Eu...

A interrompi com um beijo... Ela correspondeu intensamente... O beijo foi desesperado, dava pra sentir o gosto de suas lágrimas... Até que ela separou...

- Eu... - suspirou - ...Não posso mais... Sinto muito, Manuela... - se afastou de mim e saiu pela porta rapidamente -

Coloquei as mãos na cabeça e puxei meus cabelos, enquanto ia andando de costas sem rumo até chegar na parede, na qual eu deslizei até cair no chão e começar a chorar alto, como criança... Era a pior dor que eu havia sentido na vida...

Capitulo 29 - ''Te ver e não te querer, é improvavel, é impossivel...''

Mari



Não havia caído a ficha ainda que eu tinha terminado com a Manuela... Estava no banheiro da empresa, segurando as minhas lágrimas... Agora mais do que nunca eu tinha que ser forte...

Apesar de amar ela como nunca amei ninguém, tive que priorizar meu futuro... Já ouvi muitas histórias de pessoas que fogem com as outras e depois são abandonadas, e esse era o meu maior medo: Manuela me abandonar... Apesar de não termos muito diferença de idade no sentido literal, a idade mental dela era muito inferior da minha... Muitas coisas que eu passei na vida, ela nem sequer tem noção de como deve ser...

Não sei quantos minutos fiquei lá, até quando resolvi voltar para sala e encarar Manuela de novo... Quando estava andando em direção a sala, minha chefe me chamou:

- Mariana!

Respirei fundo e virei em direção a ela...

- Sim, senhora Aline.

- Venha na minha sala, por favor...

Respirei fundo de novo... Meu Deus, estava muito nervosa!

Imagina se ela me demite?

''Sem emprego, sem namorada... Muito bem, Mariana!''

Entrei na sua sala morrendo de medo.

- Sente-se. - apontou para a cadeira -

- Algo importante? - tentei parecer o mais natural possível -

- Sim... - estendeu um papel -

De primeira, pensei que fosse algum papel de demissão... Mas ao olhar direito, parecia um contrato.

- Não sei se você lembra do Antônio Klauss, um dos empresários que você conversou em nossas festas...

- Sim, lembro... - comecei a olhar o contrato enquanto ela falava -

- Ele gerencia uma das melhores empresas de São Paulo, e implorou que eu pudesse disponilizar um projeto para você na empresa dele.

Continuei lendo o contrato.

- E esse projeto duraria em cerca de 5 meses? - perguntei sobre o que eu li no papel -

- Sim... Como está aí, você teria direito a um apartamento alugado e bem estruturado... Refeições em dia e um salário temporário que é praticamente o dobro do seu.

Continuei lendo o contrato... Era uma oportunidade incrivel... Mas como de burra eu não tinha nada, eu sabia que no fundo ela só estava fazendo isso para me afastar da filha dela. Por mais que o meu orgulho disesse para eu não aceitar aquele contrato, era impossível... Era uma oportunidade de chance.

''Ai... Vou ficar 5 meses afastada da Manuela... Que coisa mais estranha! E se ela esquecer de mim? Bom, isso seria até melhor, porque talvez até eu possa esquecer dela nessa viagem... E é uma oportunidade única na minha vida, não posso recusar...''

Tive que pensar rápido.

- Quando eu viajo?

Ela sorriu satisfeita.

- Primeiro, assine os papéis...

Fiz o que ela pediu, relendo o contrato... Quase desisti de assinar e pedi um tempo pra pensar, mas logo pensei que ao terminar com a Manuela, nada mais me impedia de fazer essa viagem.

- Bom... - sorriu quando eu terminei de assinar - Você viaja esse sábado... E só volta no final do ano...

Parei pra pensar.

- Justo. - concordei - Mas eu não vou ter nenhum contato com ele?

- Vai ter sim... Ele vai te ligar hoje de noite para vocês planejarem a viagem e o projeto de forma bem sucedida.

- Tudo bem...

Saí da sala refletindo tudo que iria acontecer... Meu Deus! Que coisa mais estranha...

Ficar 5 meses longe dessa loucura toda que eu ando vivendo... Seria até melhor, não?!

- Dispensada. - disse -

Saí da sala dela e entrei direto na minha... Na qual a Manuela estava sentada abraçando o joelho chão e de cabeça baixa... Nossa, partiu meu coração ver a cena... Inevitavelmente e seguindo mais o coração que a razão, me ajoelhei na sua frente e levantei a sua cabeça...

- Ei... Não fica assim... - acariciei seu rosto -

Ela se esquivou de forma brusca e tentou disfarçar o rosto inchado.

- Eu vou ficar 5 meses fora. - falei aguardando sua reação - Vai ser melhor pra nós duas...

- Eu preferia ficar com você. - me olhou nos olhos de forma profunda -



Quase amoleci, mas me desviei daquele contato...

- Não posso, Manuela... - respirei fundo - É uma oportunidade única da minha vida.

Ela segurou meu rosto com as duas mãos.

- Você me quer, eu sei que me quer... Eu reconheço seu olhar quando quer me beijar, quando quer ficar comigo... Porque você tá fazendo isso comigo?! Não tá vendo que eu to me humilhando praticamente pra você? Eu nunca fiz isso por ninguém!

- Eu... - estava sem palavras -

- Se sabia que o seu emprego era a sua prioridade, porque aceitou começar esse romance? Porque me pediu em namoro?

- Eu fui deixando me levar... Sendo irresponsável...

- Ah, então você me considera uma irresponsabilidade, é isso?

- Não, é...

Me interrompeu.

- É o que então?

Fiquei sem resposta... Ela me olhou com raiva.

- Boa viagem, Mariana! Até o final do ano. - sua voz ficou chorosa -

Ela saiu correndo da sala e eu abaixei a cabeça de novo, tentando refletir tudo que havia passado...



Ela saiu correndo da sala e eu abaixei a cabeça de novo, tentando refletir tudo que havia passado...

A semana foi lenta, triste... Chorei todos os dias praticamente por causa da Manuela... Tentei pegar notícia dela com as amigas... As duas aparentemente estavam com raiva de mim pelas dores das amigas, e depois me noticiaram dizendo que estavam preocupadas com a Manuela... Que ela não saía de casa, não falava com quase ninguém, mal comia... Estava irreconhecível.

Pensei sériamente em visita-la, mas saberia que não iria adiantar nada... Aguardei o fim de semana chegar para viajar logo e assim fui...

1° mês....

Eu estava vivendo bem confortável em São Paulo, ganhando um salário inacreditável mas... infeliz. No ínicio, chorava pela Manuela praticamente o dia todo e pegava notícia dela com as amigas, que diziam que ela continuava na mesma... Fiquei preocupada, falava para elas tentarem animar mas elas diziam que já tentaram de tudo. Depois de 2 semanas, os choros foram substituídos por insonias e pesadelos constantes, que quase me atrapalhavam no trabalho...



2° mês...

Resolvi enfiar a cara no trabalho, literalmente. Queria esquecer a Manuela de qualquer forma para assim sofrer menos com a sua ausência... Mas as insonias e os pesadelos constantes continuavam... Havia até me acostumado em dormir pouco... Muitos homens do trabalho me deram corda, mas eu não estava com energias para me envolver com ninguém... Não no momento...

3° mês...

Todo o mês recebia ligações do Edu e da Dri, loucos para saberem como eu estava na minha viagem... Bom, além de desanimada e triste, no lado financeiro poderia dizer que eu estava confortável e ganhando bem.

Em relação a Manuela, poderia dizer até que melhorei... Além de pensar nela 24 horas por dia, eu pensava apenas 23h... Grande progresso, né?! Tsctsc...

O meu chefe provisório disse que eu tinha que passar no Rio no fim de semana para ver um projeto que optaram por fazer lá e não em São Paulo...

''Porque será que eu acho isso uma péssima idéia?''

Capitulo 30 - Black & White

Manu

Nunca tive noção de como era estar em um estado de profunda depressão, mas foi exatamente assim como eu fiquei... Não queria fazer nada, não saía de casa, quase não me comunicava com os outros... Eu simplesmente não estava me reconhecendo... As meninas e até mesmo a Flávia - que nem sabia o motivo de eu estar daquele jeito - tentaram me animar de qualquer jeito, mas não conseguiram... O primeiro mês foi afetado por uma grande depressão...

No meio do segundo mês, recebi a visita da Flávia lá em casa...

- Entra... - falei dando espaço pra ela entrar no meu quarto -

- Meu Deus, Manuela! Olha como você tá...

Ela estava falando da minha aparência deprimente... Olheiras imensas de tanto chorar, cabelo bagunçado... Algo horrível mesmo...

- Horrorosa, eu sei... - me sentei na cama -

- Impossível isso... Mas, tá na hora de animar, mocinha! - abriu as janelas do meu quarto -

- Por quê fez isso? - coloquei as mãos no rosto graças ao desconforto que aquela luz forte causava nos meus olhos -

- Pra você ver como o dia tá bonito! - sorriu - E talvez experimentar um pouco...

- Não to muito afim... - suspirei -

Ela se aproximou de mim.

- Você não pode ficar assim pra sempre... - parou pra pensar - Quer fazer uma loucura?

A olhei com uma cara bem irônica que dizia ''não''.

- Não quer... Mas vai fazer! - me puxou - Vai te deixar bem melhor, você vai ver...

- Não sei se quero sair de casa... - respirei fundo -

- Mas você vai... - abriu meu armário e separou roupas na cama - Vai tomar um banho que eu te espero aqui.

A olhei carinhosamente por estar conseguindo me animar - mesmo que pouco - em um momento muito dificil pra mim. Mas preferi não comentar nada... Fui pro banheiro tomar banho, me sentindo um posto mais disposta e convencida...

E, ainda, antes de entrar no banheiro, a ouvi falando com a Babi...

''- Sim, Babi! Consegui tirar ela do quarto... Finalmente, né! Vou pensar em alguma coisa pra fazer com ela... Sim, ok...''

Sorri com isso... Eu, definitivamente, tinha amigas maravilhosas que se preocupavam comigo...

Tomei banho demoradamente, como se eu quisesse limpar de mim todo o sofrimento que passei nesses últimos tempos...

''Como eu sinto falta da Mariana...'' Não pude deixar de pensar.

Saí do banho já um pouco mais tristinha por pensar na Mari... Saí no quarto de toalha e esqueci completamente da presença da Flávia lá... Ela se levantou da cama num pulo.

- Eu vou pra sala pra você se trocar... - disse isso muito rápido e aparentemente nervosa -

Ignorei essa situação e comecei a me trocar... Não sei se demorei ou não - provavelmente sim, sempre demoro - e me arrumei o melhor que podia... Me sentia feia, acabada... Minha auto-estima estava bem lá embaixo... Ainda mais de ter sido trocada por um emprego...

''Será que vou pensar nisso pro resto da vida?''

Suspirei triste e saí do quarto, caminhando até a sala...

- Já to desanimando em sair... - falei para Flávia -

- Você tá linda! - falou se levantando - Já voou de asa-delta?

- Não! - arregalhei os olhos - Não é perigoso?

- Não! Nenhum pouquinho... É muito legal. Hoje você vai ver como é... - sorriu e estendeu a mão para eu segurar - Acho que você não vai querer passar pela porta da sala sozinha.

Sorri com a atitude carinhosa dela e segurei seu braço.

- É, acho que vou precisar de uma ajudinha...

Sorrimos clumplices e saímos pela porta...

Flávia não tinha noção do quanto estava me ajudando!



- É assim que se fala!

Chegamos em um local que eu mal sabia onde era... Só sabia que a vista era linda. Flávia cumprimentou um amigo...

- É ele que vai pular com a gente.

O cumprimentei simpática e ele explicou os passos para a gente voar... Eu fiquei empolgada com a discrição... Mas com um certo receio também... Mas, não hesitei em pular... Voamos eu, Flávia e o homem...

Nossa! Foi um sensação de liberdade maior que o mundo... Algo mágico, sério! Olhar o mundo de tão cima... Voar com tanta intensidade... Eu nem ouvia direito o que o cara dizia, só olhava a vista, me sentindo extasiada... Ás vezes fechava os olhos, sentindo o vendo voando nos meus cabelos... Era uma sensação única...

Senti uma mão apertar a minha e percebi que era a da Flávia... Nos olhamos e sorri...

- Obrigada! - falei -

- Pelo o quê?

- Por me fazer sentir feliz depois de um momento muito dificil!

Nos olhamos e sorrimos de novo... Agora de uma maneira diferente...

Desviei o olhar do dela para a vista... Ainda estava encantada... Fechei os olhos de novo... Me sentia livre, como um passáro...

Fiquei até triste quando aterrissamos... Queria voltar para aqueles momentos mágicos de novo...

Quando estávamos voltando para a cidade, no taxi...

- Gostou? - Flávia -

- Se gostei? Amei! - falei encantada com a experiencia - Me fez ter vontade de viver de novo... - suspirei de alegria - Pareceu que você soube exatamente do que eu precisava...



Ela deu um largo sorriso.

- Que bom! - concluiu animada -

Só de pensar em voltar pra casa, fiquei mal... Com certeza eu iria deitar na cama e pensar na Mariana de novo...

Rapidamente, tentei afastar o nome dela da minha cabeça...

''Não pense em quem não liga pra você, Manuela...''

- Que tal fazermos alguma coisa no terraço lá de casa? Chama as meninas...

Ela sorriu satisfeita.

- Sim! Chama as meninas...

- Ok.

Liguei para as meninas e todas elas toparam... Chegamos na minha casa e minha mãe até estranhou meu estado repentino, mas não comentou nada... Fiquei um tempo conversando com a Flávia diversos assuntos, nos quais todos ela conseguiu me fazer rir... Incrivel esse poder que ela tinha! Tínhamos pensamentos tão iguais! Depois de uma hora conversando e rindo, as meninas chegaram... Resolvemos mergulhar na piscina aquecida e comer, enquanto conversávamos besteiras... Foi uma noite agradavel, sem dúvidas! Como nunca tinha sido a tanto tempo...

Quando as meninas foram embora, tomei um banho relembrando o dia todo com um sorriso no rosto... Quando deitei na cama, pensei durante meu dia todo...

''Impressionante como fiquei feliz! Foi muito legal voar... E a Flávia tá sendo tão atenciosa comigo... Ela realmente é um anjo! Eu quase não pensei na Mar... Merda! Já to pensando...''

Não deu outra, os pensamentos pela Mariana voltaram a ficar intensos e acabei chorando de novo de saudade dela - novidade -. O que antes pra mim era absurdo, chorar por ela já se tornou quase costume... Como se a dor já fosse parte de mim...

Os dias foram se passando, e eu melhorava, aos poucos... Mas mesmo assim chorava toda noite com saudade da Mariana, era uma rotina e eu simplesmente a seguia. As meninas e especialmente Flávia me apoiaram de maneira incansável... E, aquela atraçãozinha que eu estava tendo inicialmente pela Flávia, parecia aumentar a cada dia que se passava... Mas toda vez que eu pensava em fazer algo, eu me desanimava... Eu não estava curada das ferias que a Mariana havia me causado...



Os olhares que trocávamos eram ora intensos, ora provocantes... Ela tinha um ar sapeca lindo, e um jeitinho maravilhoso também... Eu não sabia muito bem o que estava sentindo por ela... Parecia um misto de atração, com carinho de amiga... E também sabia que não era forte o bastante para me fazer esquecer a Mariana pelo menos uma noite. Por grande sorte minha, Flávia era bastante tímida e fingia que nossos olhares e os climinhas que tínhamos não haviam acontecido e eu fiz igual... Não estava pronta para me envolver ou ficar com ninguém de novo.

Eu estava em casa com a Babi e a Ju me arrumando para ir para um evento bem importante das revistas brasileiras e, é claro, a da minha mãe estava incluída... A Flávia iria, mas não sei porque motivo, resolveu se arrumar em casa...

As meninas me ajudaram com o vestido e a maquiagem, e eu gostei bastante do resultado... Todas elas ficaram lindas para ir...

Não sei porque, estava ansiosa para ir nesse evento...

Me olhei no espelho de novo... Vestido branco, soltinho e aberto nas costas - amava roupa abertas na costas, deixavam a mostra minha tatuagem -, cabelos soltos, maquiagem leve... Sorri satisfeita e saímos de casa...

Capitulo 31 - Seria esse ''fim'' uma virgula ou um ponto final?

Mari

Peguei um vôo para o Rio de Janeiro... Cheguei para minha linda casinha... Que saudades dela! Tomei um banho de banheira e acabei cochilando...

Acordei e eram 8 da noite...

''Meu Deus! O evento!''

Me levantei rapidamente e comecei a me trocar... Não fiz questão de me arrumar muito, então fui do jeito que dava... Um vestido preto, cabelos soltos, maquiagem leve, olhar triste...

Suspirei.

Terminei de me arrumar e saí de casa... A festa seria a mesma coisa de sempre... Eu conversando com empresários, fingindo estar feliz... Bom, pelo menos meu lado financeiro crescia fortemente...

''Vou aumentando minha carreira e esquecer a Manuela... Ela já faz parte do passado, preciso aprender a viver sem ela já que fui feita pra isso...''

Cheguei no evento e era mais despojado do que eu pensava... Imaginei uma festa com homens de terno, mulheres cheias de brincos de ouro... Mas não estava muito assim... Apesar de ser um grande evento, os homens se limitavam a blusa sociais e às mulheres a vestidos elegantes, porém não exagerados... O ambiente luxuoso eu já havia me acostumado...

Não demorou muito para eu ser cercada por grandes empresários... Conversar com eles era interessante porque, diferente da imagem que eu tinha, eram pessoas extremamente inteligentes e nada arrogantes... Tinham idéias e pensamentos fortes...

O assunto estava fluindo, e percebi que iria ser praticamente assim a noite toda, pelo menos até a hora que eu iria trabalhar entrevistando os selecionados... Mas isso, com certeza, demoraria muito. Afinal, quem gosta de ser entrevistado em um evento?

Comecei a ficar meio entediada... Mas disfarçava muito bem... Até que um deles comentou:

- Olha a filha da Aline, dona da ''Pense Grande''... Cresceu tanto! Nem parece mais aquela criacinha que vimos anos atrás. Está uma mulher linda!

Arregalhei os olhos no mesmo instante...Meu coração bateu descompensado... Gelei...

''Meu Deus, ela tá aqui!''

- Aonde? - um deles perguntou -

Eu ouvia a voz em tom baixo já... Minha pressão havia abaixado pela surpresa...

''Eu deveria ter adivinhado que a Manuela iria... Que tolice minha! Ela é filha da dona de uma das revistas mais importantes, é claro que iria... E eu nem me preparei direito para isso...''

A solução era jogar uma água fria no rosto...

- Licença, rapazes... - falei educadamente e fui praticamente correndo até o banheiro, torcendo não esbarrar com a Manuela -

Quando cheguei, me apoiei na pia, para não cair... Já que as minhas pernas estavam bambas. Um misto de emoções tomou conta de mim...

Como que eu conseguiria encarar a Manuela depois de tudo? Impossível...

Pensei em arrumar desculpa para ir embora, mas isso também era fora de cogitação... Eu estava a trabalho e tinha que apresentar entrevistas prontas...

Olhei para o teto, como se pedisse alguma luz, e parece que entenderam o meu pedido de forma totalmente errada, quando um barulho na porta me faz cair na real e eu olhar para a Flávia.

- Flávia?! - perguntei incrédula -

''A Manuela trouxe ela aqui?!''

- Mariana? - sorriu e veio me cumprimentar simpática - Tudo bom com você?

- Tudo sim... - tentei ser simpática - Você por aqui...

- Manuela insistiu que eu viesse! As outras meninas também estão aqui... Quer vir falar com elas?

- E-eu... Eu vou depois... Estou entrevistando um pessoal aqui... Preciso me... concentrar.

- Ah, tudo bem então... Perdão te atrapalhar. - se olhou no espelho rapidamente e arrumou os cabelos - Vou lá... Tchau, muito bom te ver!

- Tchau!

Ela foi embora e eu refleti que realmente a menina era um doce... Mas os ciúmes que eu sentia dela me cegavam desta razão...

''Talvez eu tenha tanta implicancia por saber que ela é muito melhor para a Manu do que eu...''



Respirei fundo e saí... Não havia avistado a Manuela ainda, o que foi o alívio... Mas isso não durou muito... Depois de 15 minutos conversando com os homens, eu a avistei... Linda... Extremamente e sempre linda! Meu coração bateu muito acelerado e um misto de saudade e emoção tomaram conta de mim... Ela parecia mais magra... Mais branca...

Me doeu imaginar o quanto ela deve ter sofrido - se não estaria sofrendo ainda - com o término...

Respirei fundo e fiz de tudo para ficar fora da sua visão... Se o evento durasse apenas mais duas horas, eu teria conseguido... Porém, depois de duas horas me escondendo de pessoas - cena patética, confesso - para ela não me ver, ela finalmente conseguiu me encontrar.

Estava conversando com um funcionário no lado de fora, onde ele estava fumando, quando ela apareceu com as suas amigas e eu não tinha onde me esconder... Sua reação ao me olhar não teve nenhum disfarce... Ela simplesmente paralisou e me encarou como se não acreditasse no que visse... Nossos olhares se cruzaram, em uma mistura de saudade, paixão... Também vi muita mágoa em seu olhar... Mas acima de tudo, saudades...

Depois de um tempo nos olhando, trocando entre olhares uma sequencia de emoções, ela pareceu ter caído em si e balançado a cabeça negativamente, saindo dali e sendo seguida por Flávia... As amigas dela foram em direção à Mariana, quase como se quisessem mata-la...

- O que você tá fazendo aqui? - Ju -

- É, o que você tá fazendo aqui? Você não disse que ia procurar se afastar da Manu? - se referiu a uma das conversas que tive com elas quando procurava noticias da Manu - Ela não te esqueceu ainda não, sabia?! - Babi disse revoltada com a minha presença ali -

Achei graça da forma que elas defendiam a Manuela... Mas me limitei a dizer:

- Eu to a trabalho... Queriam que eu fizesse o quê?

- Ela estava indo bem... Estava conseguindo te esquecer e esquecer a burrada que você fez... Mas agora ela vai sofrer de novo... - Ju balançou a cabeça negativamente - Vou lá ver como ela tá. - e saiu -

Sobrou Babi para ouvir minha revolta.

- Vocês acham que eu to bem com isso?! Eu to mal com isso também, tá? Não consegui esquecer ela ainda, se é isso que vocês querem saber...

- A gente pode até saber que não... Mas o fato de você ter aceitado iniciar um compromisso com ela sabendo que não podia cumprir nos revolta até hoje. - balançou a cabeça negativamente - Não vou me meter na relação de vocês, mas por favor, para de fazer a minha melhor amiga sofrer! - falou séria e saiu também -

Fiquei pertubada com as informações... Elas me viam como se eu fosse uma vilã...

Ok, eu havia errado... Mas elas não entendiam que a minha paixão pela Manuela cegou qualquer tipo de razão?



Respirei fundo e fui para o banheiro de novo, mas é claro, checando se a Manuela ou as amigas pudessem estar lá... Quando entrei no banheiro, não vi a presença de ninguém e entrei... Me apoiei na pia de novo, exatamente como havia feito antes... Respirei fundo várias vezes... Eu queria ir embora...

Não tive muito tempo de pensar, quando levantei a cabeça e olhei para o espelho , estava Manuela, me olhando com raiva, mágoa, saudade e enfim, malícia...

- O que voc...

- Cala a boca! - me interrompeu e me beijou com fúria -

Mari (continuação)

Eu até tentei resistir, mas aquela boca era gostosa demais, macia demais... Me venceu com uma facilidade humilhante... Nos beijamos por minutos... Foi um beijo feroz, urgente, louco... Cheio de saudade, cheio de vontade reprimida... Mas o seu beijo estava diferente do que eu estava acostumada... Tinha raiva, fúria nele...

Fui me sentando na pia e ela foi se colocando na minha frente, já levantando o meu vestido e passando as mãos pela minha coxa... Apertando, arranhando, de um jeito que ela só sabia fazer...

Após morder meu lábio inferior com força, beijou meu pescoço e mordeu com força também, me provocando arrepios...

Ela estava diferente... Estava mais selvagem, pude sentir fúria em todos os seus toques...

Subi o vestido dela e reclamei por não ter conseguido, ela deu um sorriso malicioso antes de falar...

- Pera, eu tiro...

Tirou a roupa na minha frente, ficando só de lingerie... Deliciosa... Linda!

Se enfiou entre as minhas pernas de novo e terminou de tirar meu vestido por completo, abocanhando meus seios com vontade... Os sugando, chupando, enquanto arranhava minhas costas... Gemi para ela, a entrelacei nas minhas pernas... Depois de um tempo se deliciando nos meus seios, ela desceu seus lábios para minha barriga, mordendo, lambendo... Afastando minhas pernas e logo em seguida beijando e chupando minhas coxas, já deixando explicito sobre o que estava prestes a fazer...

Cega de excitação, empurrei sua cabeça para minha intimidade para que ela acabasse com aquela tortura logo... Ela não hesitou e começou a me chupar deliciosamente, do jeito que ela só sabia fazer... Gemi alto ao sentir sua lingua quente dentro de mim... Seus movimentos eram intensos... Ela começou a me penetrar com os dedos com muita força, me levando a um estado de excitação quase insuportável... Quando eu estava prestes a gozar, ela penetrou mais um dedo, me fazendo explodir em um orgasmo intenso...

Fiquei um tempo recuperando a respiração, olhando para o teto... Mas foi apenas olha-la com aquela lingerie vermelha que minha excitação voltou... Desci da pia e a agarrei pelos cabelos com força, a beijando intensamente... Ela correspondeu... Fui andando com ela até a parede do banheiro, na qual a encostei com força... Ela gemeu com o contato... Comecei a beijar cada pedacinho do seu corpo com saudade, vontade... Seus seios, barriga, pescoço... Já acariciava rapidamente seu clitórios rigido enquanto brincava com seus seios... Ela gemia alto...

''Senti tanta falta dos gemidos dela...''



Diferente dela, não provoquei... Minha vontade dela passava disso... Me ajoelhei na sua frente, ela automaticamente colocou uma de suas pernas em meu ombro, me dando uma visão privilegiada de seu sexo encharcado... Mergulhei a boca nele e ela gritou sem pudor, rebolando para mim e gemendo alto, enquanto puxava meu cabelo com força... A penetrei com os dedos logo em seguida e não demorou muito para ela gozar, chamando o meu nome...

Escalei seu corpo com beijos até os seus lábios, na qual nos beijamos com a mesma intensidade de antes... Ela entrelaçou meu pescoço com os braços, enquanto eu agarrava pela cintura...

Até que, por um momento de sanidade, me lembrei que estava em um evento famoso e se alguém nos visse, iria contar para a mãe de Manuela com certeza...

Me separei do beijo imediatamente ao pensar nisso.

Ela não insistiu em beijar de novo, muito pelo ao contrário, perguntou quase gritando, e com a voz carregada de ódio:

- O que você tá fazendo aqui?! Veio infernizar a minha vida?! - falou alto -



Olhei para os cantos para ver se não tinha ninguém olhando e fui até a porta trancar... Ela riu da atitude.

- Tá com medo que ouçam, não? - falou balançando a cabeça negativamente - Se eu soubesse que você tinha tanta vergonha assim do nosso relacionamento eu...

A interrompi.

- Manuela, escuta bem: acabou! - falei alto - Nós duas... Não existe mais! Não entende isso?

Deu para ver no seu olhar que o modo que eu falei a feriu muito... Fiquei com certo receio... Mas eu já estava vacilando demais, no mínimo eu tinha que me afastar dela e dar oportunidade de esquecê-la.

- Esqueceu de mim tão fácil?!

- Não... Eu ainda te amo... Penso em você todo dia... Mas... - hesitei -

- Mas...?

- Minha vida não tem espaço pra você.



A cara que ela me fez me machucou muito, muito mesmo... Quase larguei tudo e me joguei nos braços dela...

''Pena que não é bem assim que funciona...''

Ela respirou fundo, me olhou com mais raiva e mágoa ainda.

- Você tem noção do que fez comigo? Você termina comigo, vai para São Paulo, volta, transa comigo e depois diz que acabou?

- Eu... - fiquei sem o que falar - Foi uma recaída, eu...

- Não fala nada... Já me humilhei demais por você, coisa que eu nunca fiz e nunca faço com ninguém a troco de nada. Quer saber? Esquece que eu existo... Muito sucesso na sua carreira, espero que seja um ótimo complemento para a sua vida pessoal vazia! - completou ironicamente e saiu do banheiro, batendo a porta forte -

No mesmo instante que ela saiu, senti uma vontade enorme de gritar...

Confesso que muitas vezes pensava em largar tudo para ficar com ela, mas sabia que não era bem assim... Já havia visto muitos casais que fugiam juntos e depois de 2 ou 3 anos terminavam... Apesar de nos amarmos loucamente, só havíamos namorado 3 meses e não nos conhecíamos completamente... Sempre fui de pensar mais com a razão do que com o coração, e dessa vez não ia ser diferente...

Capitulo 32 - Você esteve aqui o tempo todo e só eu não vi...

Manu

Saí do banheiro com uma mágoa profunda... Já estava chorando por mais que segurasse as lágrimas...

Era incrível como a Mariana havia mudado... Parecia outra pessoa... Mais fria, indiferente... Deixando claro que não pretendia e não queria ficar comigo.

Prometi para mim mesma que essa noite, era a última que eu chorava por ela.

Estava saindo da festa sem pensar em mais nada, quando eu esbarro com a Flávia...

- Que que houve, Manu? - me olhou preocupada - Tá tudo bem?!



- Me leva pra casa amiga, por favor... - falei abaixando o rosto por causa das lágrimas e ela me abraçou imediatamente -

- Levo sim... Vou mandar uma SMS para as meninas avisando...

- Ok... - respirei fundo -

Ela ficou mexendo no celular por alguns minutos...

- Pronto, falei com ela... Agora vamos e você me conta o que aconteceu, tá bom?

- Tá bom... - respirei fundo -



No caminho todo para casa, ela ficava perguntando se tava tudo bem... Me abraçando quando via lágrimas nos meus olhos... Foi um grande conforto... Chegamos na minha casa eu troquei de roupa no quarto enquanto ela trocava no banheiro... Ela colocou um pijama meu e se sentou na cama...

- Então... Conta o que houve.

- Tá pronta para uma longa história?



- Prontíssima.

- Bom, vou tentar resumir o máximo possível... Sabe a Mariana, a minha colega de trabalho? - ela fez que ''sim'' com a cabeça - Então... Eu e ela temos um caso desde o ínicio do ano, começamos a namorar um tempinho depois... - parei para ver sua reação, ela parecia bem tranquila - Ela terminou comigo porque a minha mãe, que é chefe dela, andou desconfiando de nós duas e disse que iria demiti-la se soubesse que a gente estava tendo um caso e... Foi isso... - as lágrimas voltaram - Ela terminou comigo, foi para São Paulo, provavelmente para se afastar de mim... Ficou 2 meses lá e voltou a pessoa mais fria do universo... E o ruim é que somos tão apaixonadas uma pela outra... - meu choro ficou mais forte - Pelo menos eu sou apaixonada por ela... Não sei mais o que ela sente por mim...

- Ai, Manu... Não faz aqui, vem cá... - me abraçou -

A abracei com força e chorei minutos no colo dela... Ela me confortava com palavras doces, fazia cafuné enquanto eu fui parando de chorar aos poucos...

- Eu sempre soube disso... - disse calma -

Me levantei automaticamente do colo dela e a olhei assustada.

''Será que deixamos muito na cara?''

- Como assim?

- Eu sou do mesmo time, né, Manuela... Não é dificil perceber. Mas, vamos deixar isso pra lá... - desconversou - Então foi por ela que você ficou meses presa no quarto?

- Sim... - respondi de cabeça baixa, achando isso humilhante -

- Ei... - levantou meu rosto levemente, acariciando meu queixo - Não precisa ter vergonha... Todas nós já sofremos por amor...

Acabei sorrindo com o comentário dela.

- Pois é... A minha hora chegou... - balancei a cabeça negativamente -

- Até hoje sofro um pouco pela Carla... - agora era ela que estava de cabeça baixa -

- Deve ter doído bastante, não?

- Sim... Mas passa... Um dia tem que passar, né?

- Você acha que um dia vai esquece-la? Tenho medo de ficar assim para sempre pela Mariana.

- Claro que acho! Tudo passa! Aliás, meu sentimento por ela diminuiu muito comparado a antes...

- Algum motivo especial ou foi pelo tempo?

- Digamos que os dois.



- Qual é o motivo especial? - perguntei curiosa -

- Deixa pra lá... É bobeira... - deu um riso sem graça - Vamos dormir, to morrendo de sono! - falou desconversando -

Por um momento, parei para pensar que a pessoa que mais me ajudava a esquecer da Mariana muitas vezes era a Flávia...

O carinho que eu sentia por ela era imensuravel...

''Será que eu também ajudo ela a esquecer a ex?''

Estremeci em pensar nisso...

- Dorme comigo? - perguntei -

- Oi? - levantou a sobrancelha - Olha, Manu, eu não acho uma boa id...

A interrompi.

- Não é isso que você tá falando! - falei - Preciso de um colo amigo e... você me faz bem.



Eu realmente havia falado a verdade... Eu estava fraca... Precisava de um abraço amigo.

Ela deu um sorriso lindo.

- Vamos dormir então...

Apagamos as luzes e me deitei na cama, ela se deitou do meu lado e eu deitei a cabeça no peito dela...

Pensei de novo nos acontecimentos com a Mariana e prendi o choro... Lembram-se que eu havia prometido que não choraria mais por ela?

Ela percebeu minha tensão e falou baixinho...

- Xiii... Não chora... Eu to aqui... - começou a fazer carinho na minha cabeça - Se acalma...

Depois dela falar um milhão de vezes do mesmo jeitinho suave para eu me acalmar, consegui me acalmar e dormir confortavelmente bem com os seus carinhos e mimos...



Manu (continuação)

Acordei muito confortável... Nem parecia que eu havia sofrido tanto na noite anterior... Ia levantar a cabeça, mas percebi que estava deitada em Flávia... Suspirei e fiquei deitada ali de novo...

''Incrivel como ela consegue me fazer bem...''

Aspirei o cheiro do corpo dela... Só não era melhor do que o da...

Pronto, voltei a me lembrar dela... A tristeza voltou. Acho que me movimentei tão bruscamente que acordei a Flávia.

- Outro pesadelo? - ela falou preocupada -

- Pesadelo? - perguntei sem entender -

- É... Você não dormiu muito bem essa noite... Teve vários pesadelos.

- Poxa! Desculpa! Devo ter te acordado várias vezes, não?

- Não muitas...

- Nossa, desculpa mesmo. - falei arrependida - To te dando muito trabalho, né?

- Claro que não, Manu... Que isso! - falou se deitando de novo - Vamos voltar a dormir?

- Vamos sim...

Pegamos no sono de novo, na mesma posição e só acordamos ás 15h da tarde...

- Tive muito pesadelo? - perguntei -

- Dessa vez não... Não que eu tenha acordado...

- Flávia... - a olhei nos olhos - Muito obrigada mesmo. Você não sabe o bem que tá me fazendo.

Ela me olhou de uma forma tão profunda que me fez me arrepiar... Mas novamente, me lembrei da Mariana olhando aqueles olhos azuis. Me senti mal com isso.

- De nada. - sorriu e me deu um beijo na bochecha - Vamos fazer alguma coisa?



- Sinceramente, não to muito disposta a sair de casa... - falei abraçando o travesseiro - Vamos ficar aqui vendo filme.

- Tudo bem... Vamos alugar então.

- Não to muito disposta... - suspirei -

- Poxa, Manu... Vai ficar na fossa de novo? - falou de forma meiga - Não vou permitir isso... Se troca logo e vamos alugar filmes.

Depois de muito tempo me convencendo, fomos à maldita locadora, que era praticamente 10 passos da minha casa... Ao ver os filmes, ela começava a comentar...

- Nossa, a Scarlett tá um arraso nesse...

- Ai... A Megan Fox tá linda nesse!

- Quem dera que eu fosse o Brad Pitty pra ficar com a Jolie nesse filme.

- Casava com a Penelope Cruz!

Não sei porque, esses comentarios me irritaram muito, até o ponto de eu dizer, impulsivamente:

- Sou mais eu!



Ela me olhou, quase rindo:

- O que você disse?

- Isso mesmo que você ouviu. - disse emburrada e peguei os DVD's - Vamos alugar esses então?

Olhei para o que tinha a Megan Fox na capa e resolvi deixar na platileira... Ninguém merecia a Flávia falando da Megan Fox o dia todo, não?!

''É... Isso aí...''

Alugamos os filmes - nada de Megan Fox, Scarlett, Jolie ou Penelope Cruz - e fomos para minha casa... Ela preparou um brigadeiro - delicioso! - e fez pipoca também... Fiz questão de pegar muito sorvete para afogar as minhas mágoas... Por um impulso, deitei no seu colo para assitir o filme e senti seu corpo se arrepiar... Mas isso não a impediu de fazer carinho em meus cabelos enquanto o filme rolava.

Quando do nada e muito sem querer, eu derrubo sorvete na blusa dela...

- Putz! - me levantei - Desculpa!

- Tudo bem... - ela se levantou - Só preciso de uma nova blusa...

- Ok... - fui até o meu armário e abri, jogando uma regatinha preta colada para ela - Acho que essa vai caber em você.

- Deve caber sim... - disse enquanto tirava a blusa e eu não pude perceber o quanto fiquei pertubada com isso -



- N-não é melhor você se trocar no banheiro? - falei por um impulso -

Ela colocou a blusa rapidamente.

- Não precisa mais... - sorriu - Vamos ver o filme?

Voltamos a ver o filme, na mesma posição de antes... Mas eu estava pertubada... Ao mesmo tempo que lembranças da Mariana vinham na minha cabeça, confusões em relação a Flavia também vinham... Quase como se eu estivesse dividida... Até que ela interrompe.

- Manu... - disse suavemente -

- O quê? - me levantei para olhá-la -

- Me desculpa por isso...

- Pelo o quê?

- Isso... - disse antes de segurar meu rosto com as duas mãos e me beijar -



Manuela, continuação



Voltamos a ver o filme, na mesma posição de antes... Mas eu estava pertubada... Ao mesmo tempo que lembranças da Mariana vinham na minha cabeça, confusões em relação a Flavia também vinham... Quase como se eu estivesse dividida... Até que ela interrompe.

- Manu... - disse suavemente -

- O quê? - me levantei para olhá-la -

- Me desculpa por isso...

- Pelo o quê?

- Isso... - disse antes de segurar meu rosto com as duas mãos e me beijar -

Fiquei sem reações... Não que eu não esperasse isso... No fundo, do fundo... Eu saberia que aquilo iria acabar acontecendo... Mas não sei o que deu, o meu corpo foi amolecendo aos poucos e eu correspondi o beijo de acordo com o que o meu corpo queria, sem pensar na razão... Foi um beijo longo, carinhoso e intenso... A intensidade acho que ficou por minha conta.

''Muito desejo reprimido, talvez...''

Minhas mãos entrelaçaram seu pescoço, continuava a beijar com carinho e intensidade...

''Nossa! Nunca havia experimentado um beijo tão bom desde a Mar........ Merda!''

Me separei do beijo ao pensar nisso.

- Flávia, eu...

- Não precisa falar... - ela se separou, constrangida - Você ama ela.

- Sim... E também to muito confusa em relação ao que eu sinto com você e... - coloquei as mãos na cabeça - Bem, não sei o que eu sinto mas... É o suficiente pra eu não querer ser uma babaca com você e iludir os seus sentimentos...

Ela sorriu.

- Eu também to confusa com o que to sentimento em relação a você.

- Por causa da Carla, né?!

- É...

- Engraçado... - falei enquanto ela voltava a fazer carinho nos meus cabelos - Nós duas amamos outras mulheres, mas sentimos alguma coisa pela outra.

- Só nos basta descobrir o quê...

- É... - falei pensativa - Mas eu sei que não é só amizade. - fui direta - Há tempos eu sei disso, mas não queria admitir a mim mesma...

- Eu também...

Ficou um silêncio... Ambas pensativas sobre o momento que havia acabado de acontecer.

- É melhor deixarmos acontecer naturalmente, né? - ela quebrou o silêncio -

- Sim... Acho melhor... Eu ainda to muito magoada com a Mariana e por mais que ela esteja sendo babaca comigo, eu ainda amo ela...

- Digo o mesmo da Carla...

Conversamos mais um pouco e nos abrimos totalmente uma para a outra... Era incrivel o bem que a Flávia me fazia. Torci mentalmente para poder ama-la um dia que nem eu amo a Mariana e ser correspondida...

''Eu sofreria bem menos...''

Ela acabou dormindo lá em casa e dormimos abraçadinhas...

Capitulo 33 - ''Que eu arque com as consequencias...''

Mari



Acordei no dia seguinte da festa com um péssimo estar. Havia brigado com a Manuela e senti que definitivamente ela havia desistido de mim.

Uma parte me dizia que aquilo era bom, já outra me dava uma sensação de mal estar... Eu não queria que ela me odiasse, embora fosse preciso.

''Eu que escolhi isso...'' Pensei pela milésima vez.

E querem o pior? Eu ainda teria que trabalhar do lado dela todo dia depois da viagem... É, isso mesmo!

O domingo passou conturbado... Dri e Edu tentaram me ligar bilhão de vezes, e apesar de estar com saudades deles, não atendi... Queria ficar sozinha, guardando minhas emoções e me preparando mentalmente para encarar Manuela no dia seguinte.

O dia seguinte chegou... Eu teria que ir na empresa pegar uns papéis e um misto de ansiedade igual ao de uma adolescente apaixonada surgiu... Eu estava tão ansiosa que a hora passava lento... O que para mim era 1 hora, para o relógio eram apenas 15 minutos...

Depois de inúmeras horas esperando o documento, ela surge um pouco mais cedo... Linda, com um sorriso diferente nos lábios, parecia mais feliz... Foi quando me deu uma pontada, quase um choque quando a vi entrando na sala de mãos dadas com a Flávia.

- E aí Mariana, tudo bom? - Flávia disse educada -

- Tudo sim... E com você? - a voz não conseguia sair direito -

- Tudo ótimo...

Manuela puxou seu rosto para que ela desse atenção para ela.

- Obrigada por me trazer aqui... - falou baixo, mas eu ouvi, tá? -

- Nada... Qualquer coisa, me liga.

- Ok, tchau!

Elas se abraçaram e a Flávia foi embora, me deixando sentada na cadeira morta de raiva.

Sim, sabia que estava sendo injusta, que não podia cobrar nada mas... Logo a Flávia?

''Mariana, deixa de ser louca... Elas são amigas só!''

Tentei repetir isso no meu pensamento, mas foi inevitável... Eu ia falar alguma coisa muito imprudrente, mas a mãe dela me chamou para sala dela pelo telefonezinho da empresa.

''O que será que é?''

Fui para sala dela apreensiva...

- Sente-se. - disse -

Me sentei na cadeira na frente dela... E no mesmo momento, ela me estendeu uma coisa... Em um momento de panico, pensei que fosse uma carta de demissão... Mas logo percebi que não...

- Tá esperando o quê? Leia!

Li o contrato com bastante atenção...

- Você tá querendo me promover, é isso?

- Exatamente... Mas você sabe que, além de triplicar seu salário, vai também triplicar seu trabalho...

- Então eu não terei mais que trabalhar com a Manuela, né? - perguntei me sentindo aliviada -

- Sim... Isso lhe incomoda? - perguntou desconfiada -

- Nenhum pouco, senhora... Prossiga.

- Você tem um talento incontestável, Mariana... Não seria nada mais que justo eu te promover. Você está merecendo faz tempo... - me entregou a caneta - Vai assinar?

Fiquei feliz com a proposta... Mas achei que foi com intenções erradas. Ela não queria me promover pelo trabalho, e sim para me afastar de sua filha...

Respirei fundo... Bom, eu já havia perdido a Manuela mesmo, não havia mais nada a perder... Assinei o contrato atentamente e ela sorriu satisfeita.

- Muito bem!

Conversamos mais um pouco, planejando algumas coisas e depois voltei para a minha futura ex sala... Dei de cara com a Manuela, de cabeça baixa...

- Tá tudo bem? - perguntei por impulso, mas logo depois me arrependi -

Ela levantou a cabeça. Parecia abatida...

- Tá. - disse fria -

- Não vou mais trabalhar com você... - falei -

- Se demitiu? - pude vez certa esperança no seu comentário -

- Não, fui promovida.

- Ah... - abaixou o tom de voz - Parabéns. - disse sem empolgação -

- Manuela, eu...

Me interrompeu.

- Não fala nada. Não quero ouvir nada seu, de verdade! - se levantou da cadeira - Não temos mais nada pra conversar... Boa viagem pra você.

Ela ia sair da sala, mas a segurei pelo braço...

- Você tá com a Flávia? - outro impulso -

''Desde quando fui tão impulsiva assim?''

- Tá maluca?



Se limitou a dizer isso, se esquivando no meu braço e saindo da sala, me deixando pensativa e frustrada.

''Você que terminou com ela, Mariana... Nada mais justo do que deixa-la livre...''

Respirei fundo...

No dia seguinte, voltei para São Paulo e passei mais dois meses fora... Evitei pensar de qualquer jeito na Manuela, me distraí trabalhando muito...

Eu ia começar a ganhar um salário parcialmente alto... Meus ganhos financeiros com esse projeto de São Paulo foram muito bons... Minha carreira nunca esteve tão boa...

Então porque eu me sentia infeliz? Justamente por amar uma adolescente e não poder ficar com ela?

Não havia muita explicação...

O tempo passou rápido, e a saudade parecia só aumentar... Passei mal vários dias e chorei várias noites com saudades dela, mas o que me confortava era pensar que um dia, mesmo que distante, eu iria esquece-la...

O dia da volta do Rio chegou, e minha vontade de tudo era mínima... O vôo foi rápido e eu teria que ir direto para a empresa...

Cheguei com um mal pressentimento, uma sensação horrível... Fui para minha antiga sala pegar as minhas coisas e me mudar para a minha nova, e, como de costume, não bati a porta antes de entrar...

Bom, eu deveria ter batido, porque assim me pouparia da visão que foi um choque para mim...

A Manuela e a Flávia, se beijando... Logo se separaram quando ouviram o barulho da porta. Manuela me olhou surpresa, Flávia sem graça...

- Eu... Eu... - as lágrimas iam sair, por isso decidi sair - Desculpa interromper... - saí dali correndo -



Capitulo 34 - 2 hearts... one love...

Manu



Depois que Mariana voltou para São Paulo, passei todos os dias sendo apoiada pelas meninas e me sentia me recuperando aos poucos...

Porém, mesmo que inevitavel, eu ouvia notícias da Mariana por minha mãe... Do quanto ela estava se dando bem no trabalho, de quanto estava se saindo bem...

Impressionante! Havia feito uns 4 meses que eu e a Mariana terminamos, e eu continuava mal quando ouvia o seu nome...

Isso então seria o amor? Uma doença infame, forte e incurável? Uma coma permanente? Um vazio? Não conseguia entender porque as pessoas tanto falam que o amor é bom... Provavelmente, nenhuma delas se decepcionou como eu.

Porém, houve o lado bom desse tempo... Flávia. Eu e ela não mudamos o jeito uma com a outra após o nosso beijo e sempre tínhamos climinhas, momentos carinhosos, que me faziam um bem inexplicavel e me faziam esquecer a Mariana por um momento... Só por um momento. O único problema é que eu e ela éramos presas ainda aos sentimentos doentios que tínhamos por nossas respectivas ex-namoradas... E diante dessas condições, prefiríamos não ficar juntas.



Estava almoçando com as meninas... Juliana e Babi de um lado, eu e Flávia do outro... Flávia e eu fazendo carinho uma na outra - habito que havíamos adquirido -, enquanto ouvíamos atentamente Juliana falar mal do professor.

- Esse filho de uma vaca me deixou com 4 na média! 4! Como que vou explicar pra minha mãe que vou reprovar?

- Relaxa... - Flávia largou da minha mão por um momento, não gostei - Você não vai reprovar... Eu te ajudo à estudar!

- Jura? - Juliana falou toda feliz -

- Juro!

''Ela é tão perfeita, né?''

Conversamos mais e mais e eu acabei ficando calada, admirando a Flávia hoje mais do que o normal, enquanto a mesma voltou a acariciar a minha mão...

Seus cabelos estavam presos, deixando a mostra o seu rosto perfeito... Seus lábios bem desenhados... O jeito que ela ria quando falava, os gestos dela...

Eu cansei de entender o que eu sentia pela Flávia... Sabia que era além de atração, mas também sabia que era abaixo do amor... Porque, infelizmente, eu nunca senti perto dela metade das sensações que eu sinto com a Marian... Merda! Lembrei dela de novo... Viu como tá a minha situação? Nem em 4 meses consigo esquecer.

- Que foi? - ela viu a minha cara -

- Nada não... - falei disfarçando - Tava distraída pensando.

- Hm... Tá bom então. - voltou a conversar com as meninas -

Respirei fundo, mandei a Mariana mentalmente para a puta que pariu - única forma que me fazia parar de pensar nela durante um certo tempo - e voltei a conversar com as meninas...

Depois do almoço, Flávia foi me deixar no trabalho, como sempre...

Entramos na minha sala vazia já - eu ainda não havia acostumado com isso - e nos despedimos com um abraço, como sempre... Só que o problema é que tropecei, e teria caído, se ela não tivesse me segurado de uma forma que fez a gente ficar simplesmente 1 milimetro de distância uma da outra.

Nos encaramos por um momento... Encarei seus lábios, ela os meus...

Era óbvio o que ia acontecer, mas ela fez menção de se afastar...

- Eu... - a interrompi antes que ela fosse evitar o que era óbvio -

- Não Flávia... - a puxei e a encarei - Dessa vez, não! - segurei seu rosto com as duas mãos e a beijei -



Ela não tentou resistir, muito pelo contrário... Correspondeu com intensidade, muita intensidade... Todo aquele desejo que estava maior ainda reprimido durante os dois meses do nosso primeiro beijo...

Toquei sua cintura, enquanto ela puxou meu corpo mais próximo ao seu...

As coisas começaram a esquentar... Quando eu ia pensar em ousar um pouco mais, ouvimos a porta escancarar e damos de cara com a... Mariana.

- Eu... Eu... Desculpa interromper...

E saiu correndo.

Fiquei paralisa, em choque de ínicio... Uma onda de saudade e outras sensações percorriam meu corpo só de olhar e ouvir a voz da Mariana...

- Manu, é melhor eu ir embora... - ela disse constrangida -



- Não vai...

- É sério. Se resolve com ela... E me liga depois. - falou tão rápido que nem me deixou protestar - Beijo! - e saiu praticamente correndo -

''Eu não tenho o que resolver com a Mariana...''

Era verdade! Eu estava com tanta mágoa dela que não queria nem conversar...

Fiquei na sala, pensando no que havia acabado de acontecer... Eu queria ir lá, correr atrás dela... Mas meu orgulho falava muito mais alto.

Portanto, resolvi ficar... Me sentei na mesa, tentei trabalhar... Tentei, porque eu ainda estava preocupada com a Mariana...

Para o fim da minha tortura, pouco mais de alguns minutos ela apareceu... Não consegui me conter:

- Aonde você tava? - a preocupação falou mais alto -

- Não importa... - disse de forma curta, grossa -

- Você sumiu por quase uma hora!



- Não pareceu estar tão entediada quando eu não estava aqui, né?

- Não seja ridicula, Mariana... Vai me tratar mal porque me flagrou beijando outra pessoa? Quem terminou comigo foi você, se lembra? - soltei toda a fúria dentro de mim -

- Diz pra mim Manuela... - ela foi se aproximando de mim, a situação já estava começando a ficar perigosa - Diz pra mim quem é que faz o seu coração acelerar... Quem faz o seu corpo se arrepiar... - estávamos centimetros de distancia, dava pra sentir seu hálito quente - Não é essa garota...

- Eu... - estava perdendo as forças -

- Xii... Não fala nada...

Ela ia se aproximar para me beijar... Meu corpo tremeu de saudade daqueles lábios... Daquele olhar... Daquele corpo... Do cheiro... Tudo nela era um imã para mim...

Eu a queria desesperadamente...



Daí, me veio um choque de razão.

''Que diabos eu to fazendo? To quase beijando a mulher por qual eu sofri durante meses e quero esquecer mais que tudo! Não pode ser assim...''

Me afastei bruscamente.

- Você tem noção do que tá fazendo comigo? Você termina, diz que não quer mais nada e depois diz isso? Olha... - falei séria, frustrada, tudo junto - Eu to com a Flávia, tá legal?

- Vocês estão namorando? - falou com uma dor visivel -

- Não, mas não vou ficar com você tanto por amor a mim e por respeito a ela. E... se eu estivesse namorando, que problema teria? - um silêncio se estabeleceu, ela sabia que estava totalmente errada - Isso tudo foi culpa sua, Mariana! Tudo... - falei antes de sair daquela sala, deixando ela plantada ali -

Senti que as lágrimas iam sair, mas prendi...

Lembram-se que prometi que não ia mais chorar por ela?

Eu não me reconhecia mais... Há uns 8 meses atrás, eu era a pessoa menos sentimental e menos amorosa do universo. O que importava para mim era sexo e roupas, nada além. Agora, minha vida se tornou um grande drama amoroso... Eu tinha duas pessoas na minha vida... Uma que eu queria me livrar - Mariana - e a outra que eu queria manter... Porém, o ironico era o problema de eu querer me livrar justamente de uma pessoa que eu amava de forma doentia.

O que eu fiz depois que fui embora?

Óbvio, liguei para a Flávia...



Capitulo 35 - Três...

Mari

Cheguei em casa arrasada... Passei a noite toda chorando lembrando da cena da Manu - minha Manu! - aos beijos com a Flávia...

Pela primeira vez, estava começando a me arrepender de ter escolhido o emprego ao invés dela...

Eu estava começando a crescer na carreira e ao invés de felicidade eu sentia... nada. Aliás, além de nada, eu sentia tristeza e mágoa...

Fiquei um tempo deitada, quando ouvi minha companhia tocar... Estranhei...

''Deve ser ou a Dri ou o Edu preocupados comigo...''

Abri a porta sem nem perguntar quem era e dei de cara com...

Nossa, sabe quando você fica sem reação?

- Posso entrar? - disse envergonhada -

- É... Claro, pode sim. - abri espaço para que a Flávia passasse -

Minha primeira reação foi pensar em pular em cima dela... Mas tive que pensar que nada é culpa dela... E sim minha.

Ela entrou constrangida... Fechei a porta...

- Sei que a última pessoa que me esperava fosse eu... Mas eu quero muito falar com você.

- Confesso que realmente to surpresa... Mas to curiosa pra saber o que traz você aqui... - a analisei com certa raiva, não conseguia apagar a cena da minha memória - E como conseguiu meu endereço?

- Tenho contatos... - sorriu sem graça - Vou ser bem direta, Mariana... Vim aqui falar da Manuela.

- To ouvindo. - me interessei mais, inevitavelmente -

- Ela ainda gosta de você... Gosta muito...

- Mas ela tá com você agora. - suspirei - E eu não posso fazer nada... Por que eu mesma quis assim.

- Eu to me sentindo confusa... To começando a me envolver mais do que devia... E eu sei que ela ama você. Você pretende largar esse emprego pra ficar com ela?

- Eu parei pra pensar isso hoje, mas... Do jeito que a Manuela é orgulhosa, ela não voltaria comigo. E se isso te serve de consolo, ela parece estar gostando de você...

Ela sorriu de uma forma incrível... Como se recebesse a melhor notícia do dia.

Me senti mal com isso...

- Mas tem um problema nisso tudo, Mariana... - disse enquanto olhava a janela -

- Qual?

- Ela nunca vai olhar pra mim do jeito que olha pra você. - abaixou a cabeça -

Fiquei pensativa por uns segundos...

- Mas quem tem ela é você, não sou eu. Então aproveite isso...

Ela estava pensativa...

- Você sabe que isso tudo foi uma burrice, não?

- Como?

- Você largar ela... Pelo trabalho... Como se você não tivesse chance em nenhuma outra empresa.

''Que menina abusada!''

Fiquei quieta remoendo o que ela disse...

- Bom, vou indo... - ela falou - Eu vim aqui por um impulso, um ato de loucura... Preciso acertar toda essa confusão na minha cabeça...

- Você não é a única confusa... Tem eu...

- ...E a Manuela. - completou - Exatamente como um triângulo amoroso... - refletiu - Vou indo, Mariana... - disse indo até a porta - Me desculpa o incomodo.

- Imagina... - abri a porta para ela e antes dela sair - Flávia!

- Oi?

- Cuida bem dela, por favor.

Ela sorriu.

- Pode deixar... - virou-se eu fechei a porta -

''O que foi isso, meu Deus?''

Éramos três confusas... Três apaixonadas... Manuela apaixonada por mim e pela Flávia... Eu e Flávia apaixonadas pela Manuela...

Que triângulo, viu?

Fui deitar na minha cama e peguei no sono...

Dia seguinte, Dri me ligou e marcamos de dar uma volta no aterro...

- E aí, como foi a volta de viagem?

- Péssima, flagrei a Manuela aos beijos com a Flávia.

- Já esperava isso da fedelha... - Dri -

- Você nunca foi com a cara dela, né?!



- Não muito... Sabe que eu não curto muito essas patricinhas por aí. Ainda mais quando fazem mal a uma amiga minha.

- Ela não me faz mal... - suspirei -

- Minha energia não bate com a dela. - falou séria -

Nos sentamos em um banquinho em frente à praia, e pedimos duas águas de coco... Conversávamos enquanto olhavámos a vista.

- Sinto muita falta dela... - desabafei -

Um silêncio estabeleceu...

- Ei, não é ela ali andando com as amigas?! - falou -

Quando me virei, não acreditei... Tava lá, Manuela, Babi e Ju andando na orla...

Ela estava linda! Sempre chamando a atenção pela beleza, charme, elegancia...

- Não acredito! - falei -

- Pensa pelo lado bom, a namoradinha dela não tá com ela.

Elas pararam num lugar muito perto da gente... E, por um instante, achei que ela havia me notado - ela estava de óculos escuros, não dava muito pra perceber -...

Me virei rapidamente para disfarçar as emoções.



Mari (continuação)

Me virei rapidamente para disfarçar as emoções.

Respirei fundo... Contei até 10 e quando me virei, dei de cara com a Manu, que estava pedindo uma água com as amigas ao lado. Dessa vez foi inevitável ela me notar:

- Mariana?! - falou surpresa e levantando o óculos, acho que se arrependeu um pouco da reação de surpresa que teve -

- Mariana! - Barbara falou para tentar conter o clima talvez - Como vai?

- Bem, e vocês?

- Ótimas... - Juliana - Tá fazendo o que por aqui?

- Dando uma volta com a Dri...

- Querem vir? - Dri convidou e eu quase a fuzilei com o olhar -

- Sabe o que é, a gente tá indo mais pra lá... - Manu falou, claramente não querendo ficar perto de mim -



- A gente também. - Dri se levantou - Vamos?

- Mas... - eu e a Manu falamos juntas -

- Vamos lá galera. Faz um tempo que não saímos nem conversamos... Seria bom darmos uma volta para conversarmos um pouco, que tal? - Babi -

- É? - Dessa vez eu, Manu e Ju juntas estranhando o comportamento dela -

- É.

Senti que Babi e Dri estavam... Tramando?

''Impossível... A Dri odeia a Manu!''

Como ficamos sem muito argumento, começamos a andar... As meninas conversavam animadamente... Por um lado, Dri não gostava da Manu, mas adorava as amigas dela... Um fruto bom do meu namoro com a Manu foi esse: Todos nossos amigos ficaram amigos.

- Tá frio, né... - falei numa tentativa péssima de puxar assunto com a Manuela -

- É, muito. - falou olhando pra vista -

- Muito porque você tá sem casaco. - a olhei e ela estava parecendo estar com frio - Quer o meu casaco?

- Não precisa... Eu to bem...



- Deixa de ser boba... - tirei o meu casaco e coloquei no seu corpo, nossa aproximação me causou um bem estar impressionante - Garanto que tá bem mais quietinha.

- Um pouco... - sorriu -

Não foi muito um sorriso que me encorajasse, mas me deixou boba, viu?

- Tem o seu cheiro o casaco... - comentou -

Ri do comentário dela.

- É bom, pelo menos?

- Eu gosto... - cheirou o casaco de novo -

A Dri nos interrompeu.

- Ei, a gente vai lá alugar umas bicicletas... Vocês vêem?

- To meio cansada... Eu vou ficar aqui... - Manu -



- Eu também! - aproveitei a oportunidade pra ficar mais perto dela -

Dri nos olhos desconfiada. As meninas não estavam diferente.

- Ok então. Ligo pra alguma de vocês quando acabarmos... - Ju -

Elas foram lá e sobrou eu e a Manuela.

- Não precisa ficar aqui, Mariana... Eu to bem. - ela só olhava para a vista, não me olhava de jeito nenhum -

- Eu quero ficar aqui com você, não posso? - falei puxando seu rosto para ela me olhar, seu olhar estava confuso -

- Não começa... - se esquivou - Eu...

A interrompi.

- Xii... Vamos agir que nem duas pessoas normais... Sem discutir, sem brigar.

- Como amigas?

- É... Amigas.

- Justo. - voltou a olhar a vista -

- Adoro vir pra cá... - mudei o rumo do assunto -

- Por quê? Não é um dos meus lugares preferidos não...

- Venho pra cá desde criança... Eu brincava ali ó... - apontei -

- Eu também brincava ali quando criança. - falou sorrindo, como se tivesse boas lembranças - Com o meu pai... - seu olhar pareceu triste ao lembrar do pai, mas logo ela se recompôs - Acho que é por isso que eu não gosto muito de vir pra cá. Só vim porque as meninas insistiram...

- Posso te mostrar uma coisa? - tive uma idéia -

- O quê?

- Surpresa.

- Ai meu Deus... - revirou os olhos, mas acabou sorrindo - Nada intelectual, né Mariana?

- Te juro!

- Ok então...

Levantei e segurei sua mão automaticamente... Ela não soltou...

Andamos um pouco além do aterro... Bastante até, mas o caminho pareceu rápido comigo segurando a mão dela... Chegamos em um prédio que parecia abandonado, meio velho...

- Não acredito que me trouxe até aqui. - disse com olhar de nojo para o local -

- Deixa de ser fresca... Vem! - falei entrando -

- Não tem porteiro nisso?

- Não... É abandonado... - falei enquanto a segurei pela mão de novo a guiando para a escada -

Subimos uns três andares e pude ouví-la reclamando bastante...

- Tá chegando? Tá chegando? - perguntava rabugenta -

Chegamos na cobertura do local e a puxei... Ela logo parou de reclamar quando viu a vista... Era o aterro praticamente todo... O por do sol completou a cena perfeita...

- Meu Deus Mariana, é lindo! - ela disse - Você sempre arranja esses lugares incríveis...

- Antes desse prédio ser abandonado, meu tio morava aqui... Ficávamos brincando nesse terraço abandonado... - olhei para a vista - Num surto de adolescência, aos 16 anos, vim para cá ficar sozinha e foi a melhor coisa que eu já fiz... Depois sempre vim pra pensar na minha vida... Sobre tudo...

- Porque me trouxe aqui?

A olhei... Ela olhava para a vista... Logo quando percebeu que eu estava a olhando, me olhou também, esperando uma resposta.



- Você sabe o porque, não preciso te responder...

Não queria ir muito em cima... Não queria confundi-la mais... Mas eu estava tendo uma necessidade enorme de falar para ela que eu a amava...

Mas e depois? O que iria acontecer?

Eu não sabia o que queria da vida...

Ela me olhou profundamente antes de virar o rosto para a vista.

- Sabia que isso de ''amigas'' foi só um pretexto... - falou abusada -

Ri do comentário dela.

- Virou vidente?

Mari (continuação)



- Virou vidente?

Ela riu primeiramente, mas depois tornou a ficar séria. A interrompi quando ela ia falar...

- Não vou estragar o momento com as minhas confusões...... - disse olhando para a vista - É uma vista muito bonita pra ser desperdiçada com discussões.

- É... Você tem razão. Vamos ficar em silêncio...

Alguns minutos de silêncio vendo o Sol se por... Fiquei a observando... Linda, tão linda que chegava a doer! Olhando a vista com admiração... Um olhar confuso, perdido em pensamentos... Logo comecei a me sentir injusta por estar fazendo aquilo com ela... Éramos duas confusas.

- Manu... - quebrei o silêncio -

- Hun. - me olhou com aqueles olhos cor de mel, agora iluminados pelos poucos raios de Sol que restavam -

- Eu... Eu... - fiquei abobada com a beleza dela, muito linda mesmo! -

- Você...? - me encorajou -

- Nada. - suspirei, eu realmente não tinha nada a dizer que ela não sabia - Fico feliz de estar aqui com você.

- Você tá me deixando confusa... - foi direta, como só ela conseguia ser -

- Eu também to confusa.

- Pensava que havia se decidido...

- Eu também pensava. - me virei para ela e a fiz que voltasse a me olhar, já estava praticamente escuro - Eu pensava que alguma hora iria te esquecer e ser feliz, mas pensei o contrário...



- E acha que valeu a pena terminar comigo?

- Por enquanto não... E nem tenho certeza se um dia valerá. - suspirei - O tempo que a gente esteve juntas foram os mais felizes da minha vida. - fui metralhando tudo que eu estava sentindo, quase como um desabafo -

Ela abaixou a cabeça e tapou os ouvidos.

- Para com isso!

- Com o quê?

- De me confundir! - se afastou -

Me aproximei dela de novo.

- Não estou te confundindo... Eu só queria nos entender...

- Não tem o que entender! - disse agora com os olhos lotados de mágoa - Você - frizou o ''você'' - terminou! Você escolheu isso!



Eu não sabia o que falar... Eu estava me contradizendo com as minhas atitudes... A deixando confusa...

Sendo uma perfeita imbecil.

- Me desculpa. - falei sendo sincera - Eu nunca quis te magoar. - fui me aproximando sem que notasse - Eu te amo ainda... Sempre te amei... Mas... - nossos rostos estavam colados, percebi que ela estava frágil -

- Sem ''mas'', Mariana. - falou seca, aparentemente cansada das nossas discussões -

Tentou se afastar, mas foi tarde.

- É, sem ''mais''... - a puxei pela cintura e capturei seus lábios com paixão -



Ela inicialmente hesitou, mas depois o seu corpo amoleceu automaticamente... Dava pra sentir seus batimentos cardíacos acelerados acompanharem os meus... Ela entrelaçou meu pescoço com as mãos, aprofundando mais o beijo intenso, cheio de saudades.

O beijo durou minutos e não perdeu a intensidade em nenhum momento... Só nos separamos realmente por falta de ar...

Quando nos separamos ela caiu na real.

- Preciso ir embora. - disse se afastando bruscamente de mim -

- Não, fica aqui e...

- ''E'' o quê? - Disse com a testa franzida, furiosa, sabendo que aquilo não levaria a nada -

Suspirei sem resposta...

- Foi o que eu pensei. - falou saindo logo em seguida, me deixando plantada -

- Porcaria de vida! - gritei sozinha olhando para o céu e com as mãos na cabeça -

''Por que tudo tem que ser tão confuso, Deus?!''

Capitulo 36 - My girl...

Manu

Cheguei em casa em um estado deplorável... Querendo segurar as lágrimas de qualquer jeito - e consegui! afinal, se lembram da promessa? -...

Me sentindo culpada por beijar a Mariana de novo estando com a Flávia...

Me sentindo confusa com as atitudes dela... Afinal, qual era a dela? Terminava comigo, dizia que não me queria... Depois aparecia toda fofa, linda, dizendo coisas que não teria como eu resistir... Mas eu tenho que resistir. Por questão de orgulho... Não posso mais deixa-la me usar!

Liguei para a Flávia no mesmo instante.

- Oi Manu.

- Flávia, vem pra cá?

- Aconteceu algo?! - falou preocupada -

- Só vem pra cá...

- Ok. To indo! Beijos

- Beijo.

Em menos de meia hora, ouço alguém bater na porta do meu quarto.

- Pode entrar...

Quando ela entrou, corri em sua direção e a abracei forte.

- Manu, assim você me preocupa... O que houve?

- Fiquei com a Mariana.

Ela arregalhou os olhos.

- Eu sei que eu não deveria ter feito isso, que eu to com você e...

Ela me interrompeu com um selinho, para minha surpresa.

- Relaxa. Eu sei que você ama ela... Não precisa esse desespero todo para me contar que ficou com ela.

- Não?! - a olhei estranhando -

- Não... - disse já se deitando na cama enquanto tirava os tênis - Agora é a hora que você deita aqui do meu lado, desabafa sobre a Mariana e a gente passa o resto da noite namorando até você dormir calminha.

''Muito perfeita, né?!''

Manu (continuação)

''Muito perfeita, né?!''

Sorri com essa atitude dela.

- Você é linda... - falei espontaneamente -

Ela corou com o elogio espontâneo.

- Vem pra cá, vem... - desconversou e disse batendo com a mão na cama -

O jeitinho tímido dela me encantava tanto... Nossa, eu era completamente encantada por ela! Me apaixonar não seria dificil se não fosse... A Mariana.

Afastei esses pensamentos rapidamente e me deitei e me joguei praticamente pra cima dela, a beijando carinhosamente... Ela correspondeu, deslizando as mãos pelas minhas costas... O beijo foi rápido, porque ela - como sempre - interrompeu.

Do nada, ela começou a rir...



- Que foi?

- Sua cara de bravinha, tá muito engraçada. - me deu um selinho -

- Você sempre interrompe... Parece que não gosta de me beijar.

- É lógico que eu gosto! Mas não vou ficar com você enquanto você tá magoada pela Mari.

Coloquei os cabelos dela pra trás e disse a olhando nos olhos:

- Eu havia esquecido dela completamente quando te beijei...

Ela sorriu.

- Você tá muito romântica hoje.

Subi em cima dela e a abracei de novo, a apertando, enchendo de beijos...

- ...E eu to adorando. - não pôde deixar de completar, antes de me beijar de novo -



...........

Estávamos ambas deitadas na cama... Eu com a cabeça apoiada no seu peito, e ela fazendo carinho em mim... Desabafei sobre a Mariana maior parte do tempo e fui atenciosamente ouvida e aconselhada...

- Parece que ela tá começando a se tocar.

- Ela tá sendo uma idiota. - falei furiosa - Tá me confundindo mais do que tudo... Não esperava isso dela.

- Não acho que ela esteja fazendo isso de próposito... Ela também tá confusa. Tudo bem, não é justo ficar te confundindo também... Mas vocês duas se amam e esse sentimento é o bastante pra confundir a cabecinha de vocês.

- Eu não vou te deixar pra ficar com ela... - me virei para ela - Eu sei que eu amo ela, mas...

Me interrompeu.

- Você é tão orgulhosa! Você tem que fazer o que você acha que for melhor pra você... Não tem que se preocupar comigo.



Nossa... Eu tinha a menina perfeita do meu lado! Atenciosa, linda, gentil...

Pensando nisso, me aproximei mais dela, olhando diretamente pros lábios dela...

''Quero ver ela fugir agora...''

- Flávia...

- Hun...

- Se você fugir, eu te mato.

Ela apenas riu, enquanto eu já estava a beijando, tornando o beijo ainda mais gostoso... O beijo iniciou lento, carinho, como todos os outros... Mas a partir do momento que eu fiquei em cima dela na cama, passou a esquentar... Minhas mãos começaram a ousar, enquanto ela continuava travada...

''Assim não dá...''

Desci minha boca pro pescoço dela, dei leves mordidinhas, lambidas e acabei descobrindo um de seus pontos fracos a partir do momento que ela gemeu baixinho, anunciando a entrega dela... Voltamos a nos beijar e ela apertou o meu corpo com força, aprofundando mais ainda o beijo... Adorei isso... Desci minhas bocas pelo seu pescoço de novo, enquanto levantava a sua blusa lentamente, arranhando a lateral do seu corpo... Seus arrepios eram visiveis e ela ficava cada vez mais ofegante...

Tirei a sua blusa por completo e reparei naquele corpo... Lindo... Meus lábios aguaram só de olhar... Comecei a beijar a sua barriga, dando mordidas... Enquanto a mesma tirava o sutiã e deixava exposto aqueles seios maravilhosos... Não esperei nenhum minuto e os beijei, chupei com vontade, ouvindo seus primeiros - e lindos! - gemidos altos...



Não só adorei ouvir seus gemidos, como adorei quando ela trocou de posição comido na cama, ficando em cima de mim...

- Olha só, a timidazinha se revelando... - falei sorrindo maliciosamente, no mesmo momento em que ela mordeu meu lábio inferior com força -

- Você deixa qualquer um louco... - disse já beijando meu pescoço, enquanto puxava meu cabelo com força -

- Deixo, é? - falei com uma voz sensual no seu ouvido, ela se arrepiou toda -

- É... - tirou a minha blusa e jogou longe, para voltarmos a nos beijar -

- Me mostra... - disse entre os beijos -

A reação foi automatica... Ela me beijou intesamente, apertando meus seios com força... Tirei meu sutiã para facilitar e ela, como eu, também não esperou... Os beijos, chupou, fez o que quis...



Desceu os beijos pela minha barriga, enquanto tirava o seu própria short antes de tirar o meu também... Quando ela olhou meu sexo encharcado por baixo da calcinha, pensei que iria me devorar naquele instante... Mas me enganei... Foi dando beijos molhados pela minha perna, enquanto apertava a minha coxa... Tudo com uma lentidão torturante... Subiu para a parte interior da minha coxa, mordendo, chupando, enquanto já acariciava meu clitóris com os dedos fazendo movimentos circulares, me levando em um estado de tesão crítico...

Não aguentei as provocações, praticamente empurrei sua cabeça pro seu sexo... Ela se afastou e disse, sorrindo maliciosamente...

- Ainda não... Temos tempo, baby.

''Tempo? De quê?!''

A tortura não parava... Ela beijava meu pescoço, falando safadezas, enquanto continuava acariciando meu clitóris com os dedos... Minha respiração começou a ficar cada vez mais pesada, meu corpo começou a tremer... Ela estava me fazendo chegar perto do orgasmo somente com provocações!

Quando percebeu que eu estava prestes a gozar, penetrou dois dedos fundo em mim, enquanto beijava meus seios... Gemi alto, arranhando seus ombros e costas... Fechei os olhos e me senti em uma outra dimensão e gravidade... Quando do nada, senti seus lábios no meu sexo... Ágeis, habilidosos... Me fazendo gritar tão alto que precisei colocar um travesseiro no rosto para abafar... Continuou me penetrando firme enquanto me chupava... Meu corpo começou a tremer violentamente, fechei os olhos de novo e gemi cada vez mais alto e mais alto até gozar intensamente na sua boca...

Meu corpo ainda não parava de tremer e eu, de olhos fechados, me imaginei no céu... Flutuando... Sorri abobalhada com esses pensamentos...

Havia sido um orgasmo magnífico!

Manu (continuação)



Havia sido um orgasmo magnífico!

- Tá sorrindo tanto porque aí?

- To no céu... - falei brincando e rindo logo em seguida -

- Assim vou ficar convencida. - disse voltando a beijar meu pescoço -

- Não, não... - me afastei e ela me olhou sem entender - Agora é minha vez... - disse ficando por cima dela e ela sorriu maliciosamente -

- Vem então... - disse com uma voz tão sexy que minha reação foi beija-la intensamente -

Nos beijamos entre abraços, mãos bobas... Beijei seu pescoço, enquanto susurrei safadezas no seu ouvido, a deixando em um estado de tesão muito intenso e visivel... Ela gemia, me apertava... Entrelaçou suas pernas envolta da minha cintura, criando um contato maior entre nossos sexos... Rebolei com força, dando um atrito delicioso que fez nós duas gemermos alto... Continuei rebolando, a provocando... Ela gemia, arranhava meus ombros... Seus olhos azuis estavam escuros de tesão...

Desci meus lábios para o seus seios... Ela bagunçava meus cabelos, falando coisas desconexas... Desci meus lábios para explorar mais seu corpo... Beijei sua barriga definida com vontade, enquanto apertava suas coxas com força... Tive que me controlar bastante em ver seu sexo e não devora-lo, mas queria provocá-la também... Beijei sua perna e coxas com uma demora impressionante... A provoquei todo momento, beijando, lambendo e mordendo suas coxas torneadas... A beijei até a virilha e ameacei ir para sua intimidade, mas subi meus beijos de novo até o pescoço... Ela me deu um tapinha no ombro irritada...

- Para de provocar, Manuela!

- Vingança... - sorri maliciosamente e a beijei de novo -



Ela correspondeu e, de surpresa, a penetrei um dedo devagar... Ela gemeu em bom som... Ri entre o beijo com a reação dela e voltei a beijar seus seios enquanto a penetrava... Seus gemidos aumentaram quando penetrei o segundo dedo... Acelerei os movimentos enquanto ainda me perdia em seus seios e quando percebi que ela não ia demorar muito para gozar, desci meus lábios até seu sexo encharcado e penetrei minha língua fundo sem tirar meus dedos nela... Seus gemidos - tão lindos!- aumentaram... Ela puxava meus cabelos com força, enquanto chamava meu nome... Em um último gemido, senti seu corpo todo tremer intensamente... Ela havia gozado.

Escalei seu corpo com a boca e fui até seus lábios, nos qual beijei intesamente... Ela correspondeu, segurando meus cabelos com a força...

Transamos o resto da noite, até o amanhecer... Foi incrível!

Antes de dormir, abracei ela por trás... Ela se virou e me beijou suavemente, abrimos os olhos e, por um instante, enxerguei a Mariana naqueles olhos azuis tão parecidos...

Abaixei o olhar no mesmo instante... Aquela sensação péssima veio de novo.

- O que houve? - disse chegando mais perto -

Fiquei em silêncio...

- Lembrou dela, não foi? - continuou -

Não respondi, só confirmei com a cabeça...

- Relaxa... Vem cá... - me abraçou e me fez deitar no ombro dela - Vai ficar tudo bem...

- Não sei como esquecer ela.

- Você tem que se preparar para a festa de sábado...

- Putz! Me esqueci completamente dessa festa...

Estávamos falando de uma festa que um menino da nossa faculdade ia fazer. Ele havia reservado um andar numa boate chique - caso o contrário, eu não iria - do Rio. Todos estavam comentando da festa porque, além de todos irem, tinha o fato principal: iria ser open bar.

- Não se esqueça... Combinamos que íriamos aloprar. Ficar loucas! Pegar todos e todas. - falou animada -

- Acho que to te levando pro mal caminho! - rimos - Mas... Sim, sim, iremos... Não tenha dúvida disso. Vou tirar a Mariana da cabeça... - pensei convicta -

''Quem eu quero enganar?''

- E vai fazer mais o quê?

- Hm... Agora? - virei para ela sorrindo maliciosamente -

- De novo? Não cansa não?

Balancei a cabeça negativamente, já a beijando...

Transamos mais uma vez e finalmente dormimos.

Capitulo 37 - A vida tem dessas.

Mari

Cheguei em casa completamente confusa... Estava começando a me arrepender de ter deixado a Manuela, mas não queria admitir isso para mim mesma. Tinha medo de que um dia ela fosse terminar comigo... Aí, eu estaria sem emprego e sem namorada.

''Tenho que ser racional...''

Deitei um pouco, vi TV... Tentei dormir diversas vezes, não consegui... Como opção, liguei para os meus dois melhores amigos que vieram até minha casa sem demoras.

- Minha filha, tem que desistir de sofrer por essa pirralha! Ou fica, ou larga. Ela tem orgulho próprio, não vai ficar te esperando pra sempre. - Edu -

- Eu quero ficar com ela, mas...

- Você pode perder seu emprego! - Dri - Vocês não vêem que é loucura o relacionamento de vocês? É uma paixão passageira, sem futuro... Vocês são completamente opostas...

- Também não é assim. - Edu - Vocês podem ficar juntas sim... Aliás, não vai demorar muito pra você conseguir um emprego melhor do que o da Dona Aline... Você é um arraso!

- Não sei... Tenho medo que um dia ela se canse de mim... Sempre penso nisso...

- Ela é uma patricinha de 19 anos... Nada confiável. - Dri disse amargamente - Entenda amiga, eu só quero o seu bem...

- Nós dois queremos! Faça o que você acha melhor pra você.

- E o que seria?

- Já sei! Sábado tem uma festa do meu bofe com o irmão dele.

- Festa? - torci os lábios - Você, me conhecendo, acha mesmo que isso é o remédio?

- Lógico! Você tem que se soltar um pouco, sair dessa mordomia, dessa vida de velha... Você só tem trabalhado desde que terminou com ela! E nessa festa só vai gente bonita, porque é numa boate chiquérrima e nós entraremos de graça.



- Uau! Animei. - Dri -

- Mas... - tentei argumentar, odiava baladas! -

- Sem ''mas'', você vai e pronto! Lá você vai descobrir o que é melhor pra você. - Edu disse animado -



Capitulo Extra² - Flavia



Me deitei de novo do lado da Manuela... Minha cabeça estava tão confusa.

Pensei se deveria desabafar ou não com ela... Quem sabe?

''Ela está tão lotada com os problemas com a Mariana que não vai nem perceber...''

Me levantei rapidamente para pegar alguma coisa para comer... Sempre ia na casa da Manuela, então isso foi uma liberdade que eu adquiri. Levei meu celular junto e enquanto caminhava em direção a cozinha, relia a mensagem que a Carla, minha ex namorada - que parece nunca sumir da minha vida - havia me mandado.

Impressionante... Quando você pensa que está começando a esquecer a pessoa, ela reaparece.

Na mensagem estava escrito:

''Sinto sua falta mais do que nunca na minha vida... Se lembra que te prometi que nunca ia te deixar? Não ache que a promessa falhou... Te amo, beijos da SUA Carla.''

Reli e li essa mensagem cem mil vezes e senti meu corpo girar... Estranhas sensações quando se ama alguém.

Pensei em respondê-la mas meu orgulho era maior do que isso. Respirei fundo e... meu celular vibra. Outra mensagem e... Sim, dela!

Minha mão tremia... Que sensações estranhas, meu Deus.

Respirei fundo para controlar... Não tive nem tempo de abrir a mensagem e ela estava me ligando.

Ai céus...

''Força, força, força...''

Respirei fundo e atendi.

- Alô.

- Que saudade da sua voz...

Fechei os olhos ao ouvi-la dizer isso tão suavemente.

''E eu da sua...''

Pensei em falar, mas me manti quieta.

- O que você quer? - não disfarcei a mágoa na voz -

- Quero conversar com você...

- Eu to morando no Rio... Não sei se você sabe disso.

- Eu sei...

- É mesmo? Como? - perguntei surpresa -

- Tenho meus contatos... - riu - Eu vou para aí.

- Por quê? A gente... Quer dizer, você terminou comigo.

- Minha mãe estava me ameaçando. Meu pai também. Minha família toda! Eu fiquei sem opção! - sua voz estava chorosa - Eu nunca mais falei com os meus pais normalmente desde então... Mas agora não entendi até hoje o porque de eu ter escolhido eles, que não me aceitam pelo o que eu sou e não me amam como que eu sou do jeito que você ama. E eu sei que você ama ainda! Eu te amo também!

Me deu uma dor no peito de relembrar tempos tão dificeis...

- Eu tava começando a te esquecer, sabia? - só isso que consegui falar - Não sei agora quando vou conseguir de novo...

- Eu não quero que você me esqueça, porque eu não quero te esquecer também... Eu vou pro Rio daqui a 1 semana, conversar com você.

- Não precisa fazer uma viagem dessas só por causa de mim...

- Eu faço tudo por você.



No mesmo momento, a Manu aparece na cozinha, enrolada no lençol... Na altura do campeonato, não pude deixar de confundi-la rapidamente com a Carla. Elas são terrivelmente parecidas!

- Porque saiu da cama?! - Manu -

- Quem é? - Carla falou -

- Uma amiga minha. - falei com a Carla - Depois a gente conversa, Carla... Quando você me vier, me avisa.

Manu me olhou surpresa por ser a Carla.

- Significa que você vai querer conversar comigo?

- Vou... A gente tem muito o que falar. - respirei fundo - Vou desligar... Er... Tchau...

- Tchau...

Eu estava prestes a desligar.

- Flavia!

- Oi.

- Te amo.

- Er... Boa noite, Carla.



Desliguei e olhei para a Manuela, antes de dizer sem conter as emoções:

- Era ela!

- Meu Deus! E aí? Sobre o que falaram? Porque ela apareceu do nada? - começou a tagarelar -

Eu ri...

- Calma, uma coisa de cada vez. Ela disse que quer voltar comigo e...

- E...?

- Vai vir pro Rio.

Ela riu, do nada...

- Qual é a graça? - perguntei sem entender -

- Nós duas somos tão iguais! Até quando nossas ex's começam a pertubar nossas vidas...

Acabei rindo também. Minha relação com a Manuela era algo sem explicações. Acima de tudo, éramos boas amigas.

''Queria tanto poder sentir por ela o que eu sinto pela Carla...'' Não pude deixar de pensar.

Eu não sabia certamente o que sentia pela Manuela. Se gostava dela... Se era atração... Carinho excessivo... Tesão... Mas sei que nós parecíamos almas gêmeas, mas que não fomos predestinadas a ficarmos juntas devido ao nosso passado. No caso, minha ex e a ex dela.

Éramos amantes... Amigas... Estranho, não?

- Você pensa em voltar com ela? - perguntou -

- Não sei... - parei pra pensar - Não sou tão resistente quanto você... - ri -

- Se ela te magoar, juro que eu... - falou brava e logo cortei -

- Calma! - falei rindo e aproveitei que estávamos próximas e segurei sua cintura com uma mão, passando as mãos pelo seu rosto, ela sorriu e me deu um selinho - Já sou grandinha pra me cuidar...

- Não é não. É um bebezão... - apertou minha bochecha -

- Bebezão é? - eu ri da reação dela -

- É... Bebezão...

- Então tá... Não te beijo mais por hoje. - falei fazendo dengo - Já que sou bebêzão...

- Duvido.

- Não duvide...

- Vem cá então.

Me puxou pela nuca e nos beijamos por minutos...

Amava o beijo da Manuela... Era envolvente... Um dos melhores que eu havia sentido...

Nos separamos com selinhos.

- Ok, pode duvidar... - falei enfim rindo -



- Vamos voltar pra cama... Dormir um pouco... Você deve tá confusa, né?

- Você nem imagina.

- Ok então... Essa noite você deita no meu colinho e eu te mimo até o amanhecer, como você sempre faz quando eu to mal pela Mariana.

- Linda! - falei a dando um selinho -

Voltamos para o quarto e eu demorei um pouco para dormir... Estava ansiosa com a vinda da Carla e com as emoções a mil... Mas os carinhos da Manuela - amante, amiga? já não importa... - me fizeram adormecer...

Capitulo 38 - Coincidencias...

Mari



A semana passou rápida até... A frustração de conviver com a Manuela sem falar com ela já era passado desde que eu havia mudado de sala...

Sábado chegou, e a festinha do amigo do Edu também estava a tona... Fiquei horas me trocando, sem saber o que vestir...

- Coloca esse look daqui...

- Não vou ficar muito jovem com ele?! - falei cruzando os braços -

- Jovem! - Edu exclamou ironico - Você tem 23 anos, não oitenta... Ele tá perfeito e você vai arrasar com todos lá.

- Não quero arrasar... - falei desanimada, já vestindo a roupa que ele havia me separado - Viu meu sutiã tomara que caia? - perguntei -

- Atrás da porta... - avisou e falava enquanto eu pegava o sutiã - Esquece a Manuela, fia! Vai curtir... Faz muito tempo que você não fica com ninguém.

- Sério? Nem percebi... - falei ironica -

- E hoje você vai sair dessa seca.

- Se eu conhecer alguém interessante, quem sabe. - falei para ele parar de pertubar com esse assunto -

''A última coisa que eu quero agora é ficar com alguém além da Manuela...''

Fui me arrumando com o meu amigo biba me ajudando e até que no final curti o visual, apesar de achar um pouco jovem demais para mim.

A gente iria para um boate mais alternativa, algo que está muito em moda hoje em dia... As pessoas vão vestidas de forma mais ''despojada''. Sem usar salto alto, vão de tenis mesmo! O que seria um alivio para mim, porque minha paciência pra ficar andando de salto alto e me arrumando durante horas é igual a zero.



Deu umas meia noite e fomos para a tal boate... Tinha muita gente nova na fila, e logo de cara me agarraram na porta.

- Ela tá comigo! - Edu disse parecendo machão -

Não aguentei e ri alto.

- Adoro quando você se finge de hetero... - comentei -

- Adoro quando você sai comigo para night! Vamos beber!

- Até que não é uma boa idéia...

''Quem sabe a bebida não me ajuda a me animar?''



Edu começou a falar com um bando de gente que eu não conhecia... E eu não estava entendendo nada... Olhava envolta e só tinha gente mais nova... Já tava começando a me desanimar de novo... Até que...

- Falei com o meu bofe! Vamos beber de graça. - falou me dando um copo de uma batida -

- Agora sim to me animando de novo... - falei bebendo -

''Pobre é assim mesmo.. Haha...''

Citar



Bebemos, conversamos... Comecei a fazer amizade com todas os amigos do bofe do Felipe, até que ele me apresentou uma que me lembrava muito a Manuela...

- Mariana, esta é a Carla... Carla, essa é a Mariana! - o bofe dele, Diogo, disse -

- Oi, tudo bom? - falou sorrindo -

- Er... Oi! - falei abobada com a beleza dela tão igual à da Manu -

- Tá cheio aqui, né? - comentou -

- É... Mas eu não conheço ninguém... - falei enquanto bebia -

- Nem eu... Não sou daqui do Rio.

- Jura? É da onde?

- Interior de Minas... Você é daqui mesmo? Parece ser gringa...

Ri do comentário.

- Mais ou menos... Nasci na suécia, mas me mudei muito nova.

- Bem adivinhei! - ela olhou para um canto e ficou fixa - Olha, eu já volto... Preciso resolver um negócio... - parecia tensa -

- Tudo bem, vai lá...

Ela sumiu no meio da multidão e eu voltei a beber... Me virei para o Edu...

- Linda ela, né?! - comentou -



- Quem?

- A Carla, prima do Diogo!

- Ah, é sim... Lembra muito a Ma...

- ...Manuela... - me completou - Sim, elas são muito parecidas. - revirou os olhos - Esquece essa menina e bebe, vai!

Dei um golão na caipirinha e ele riu.

- É assim que se faz!

Quando olhei ao redor, avistei a Manuela... Com a Babi e a Ju do lado. Até estranhei a ausência da Flávia do lado dela...

''Pelo menos isso né...''

Ela estava linda! Como sempre...

Me virei em seguida para o Edu.

- A Manuela tá aqui! - falei desesperada -

- Oxi... - falou balançando a cabeça negativamente - O destino não coopera com vocês duas...

- Pois é! Não coopera mesmo... - peguei outra batida - Me dá isso que eu quero beber. - virei o copo praticamente numa golada só -



Manu



Cheguei na festa com as meninas e já estava muito cheia... Gente bonita... Alegre... Tudo que eu queria!

Entramos e logo demos de cara na pista de dança, aonde várias pessoas me agarravam, e eu ignorava...

Essa minha vontade não ficar com as pessoas é tão surreal quanto a saudade que eu estava da Mariana logo numa night... Meu lugar preferido...

''É, o amor deixa as pessoas assim...''

Eu e as meninas fomos em direção ao bar, até que uma menina surge do nada puxando a Flávia...

- Carla! - ela exclamou -

''Então essa é a famosa Carla...''

Parei para analisar a menina e... Bem... Não tiro nenhum motivo da Flavia amar a menina. Ela era simplesmente maravilhosa! Cabelos castanhos claros, olhos cor de mel, corpo definido...

Não sei o que elas ficaram conversando, mas só sei que do nada elas sumiram e foram lá para fora.

- Essa é a ex dela? - Ju -

- É...

- Parece muito com você! - Babi - To abobada...

- Que parece o quê! Para de viajar gente... - falei olhando ao redor - Vamos beber?

- Vamos! - as duas falaram juntas -

Fomos até o bar e pedimos nossas bebidas... Logo de cara, alguém esbarrou em mim, e eu teria caído se não fosse...

É, adivinhem, Mariana...

- Manuela! - falou surpresa em me ver -

- O que você tá fazendo aqui?! - falei desesperada -

''Não é possivel! Logo quando eu saio para querer esquecer ela, beijar todas as bocas, ela me aparece!''

E mais desesperada ainda eu fiquei com a nossa aproximação, já que eu caí praticamente em cima dela... Me afastei bruscamente.

- Não sei! - falou com um copo de vodká na mão -

Ps: Vodká pura.

- Desde quando você bebe vodká pura?

- Desde agora... - deu um golão que eu até estranhei - Quer?

- Pode ser...

Tomei um gole da dela, senti meu corpo todo queimar.

- Não posso ficar bebada... - pensei alto, tentando me controlar -

- E porquê? - falou em uma aproximação muito perigosa -

''Por que se não eu não vou resistir a você... Vestida desse jeito...''

Pensei isso, mas óbvio, não falei.

Aliás, nem comentei como ela tava, né? Nunca a tinha visto tão... Sem palavras! Tava usando um shortinho rasgado, com uma blusa de uma manga de alguma banda de rock... Um all star vermelho de cano alto... Os olhos forçados pelo lápis preto... Um visual rebelde, que eu havia adorado... A deixou mais sensual.

- Por nada... - desconversei, me direcionando para a pista - Vou dançar.

Quase fui, mas ela me puxou pelo braço...

- Fica aqui... - ficamos próximas de novo - Não foge de mim de novo...

- Eu... Eu... - fiquei sem palavras - Vou beber mais! - disse me soltando dela e pedindo uma bebida -

- Isso significa que você vai ficar aqui comigo?

- Se você se comportar...



Mariana estava extremamente sensual... Nunca havia visto ela desse jeito... Logo percebi que ela já estava meio alterada pela bebida.

Pedi uma bebida e percebia que ela não parava de me olhar... Me direcionei a ela...

- Que foi? - falei rindo dela me olhando -

- To te olhando, não pode?

- Pode... Mas por quê?

- Você é linda... - me olhando de um jeito que... nossa! -

''Preciso de um ar!''

Balancei a cabeça negativamente, tentando lutar contra as sensações do meu corpo... Amor... Tesão... Rendição...

- Deixa de ser boba.

A bebida veio e eu bebi quase tudo em um golão só... Precisava de ar, Deus! Pouco depois de alguns segundos, já senti o mundo rodando... Comecei a ficar meio alterada...

Ela virou o copo dela de vodká pura e me puxou para perto dela...

- To com saudade de você... - disse no meu ouvido, enquanto apertava a minha cintura -

- Mariana, para...

A resistência já estava dificil, com a bebida então...

- Saudade do seu corpo... - me apertou mais contra ela -

- Para, pelo amor de Deus! - falei tentando evitar -

Segurou meu rosto com as duas mãos, falando com os lábios grudados nos meus... Tornando minha resistência numa escala de 0 a 10 igual à -1...

- Saudade da sua boca...

E me beijou... E eu, bem, não teve como resistir... Aliás, fiz o contrário... A beijei intesamente, de forma louca mesmo... Apertando seu corpo contra o meu... Nosso beijo era selvagem... Só o toque dela já me deixava morrendo de tesão...

Apertei seu corpo no balcão das bebidas, ela gemeu baixinho no meu lábio, colocando a coxa entre as minhas pernas e me fazer gemer dessa vez...

- Vamos pro banheiro... - falou -

- Não, quero você aqui! - falei sorrindo maliciosamente, com os lábios colados nos seus -

- Mas tem gente olhando...

- Que não seja por isso...

A puxei para um canto da pista escuro, onde quase ninguém podia nos ver... A encostei na parede e a beijei intensamente, enquanto já abria o seu zíper... Ela levantava meu vestido, susurrava indecências no meu ouvido, me levando a um estado de tesão quase insuportável... Que só ela conseguia me levar.

Nesse momento, não pude deixar de comparar com a Flavia... Sem duvidas, Mariana me fazia sentir coisas que ninguém nunca mais faria...

Ela levantou uma perna, para facilitar a passagem dos meus dedos... Beijei seu pescoço, enquanto acariciava seu clitóris...

- Você me deixa louca, sabia? - falei no seu ouvido -

- E você é uma delícia! E vai me comer, agora!

Sorri maliciosamente e a penetrei fundo, ouvindo seus gemidos no meu ouvido...

- Mais forte!

Fui aumentando a força das estocadas conforme ela foi pedindo, e seus gemidos ficavam cada vez mais altos no meu ouvido... Mas só eu podia ouvir...

Ela rebolava, me arranhava... De uma forma que me deixava louca...

Nesse ritmo enlouquecedor ela gozou nos meus dedos...

Manu (continuação)

Nesse ritmo enlouquecedor ela gozou nos meus dedos...

Ela praticamente se jogou no meu corpo enquanto recuperava a respiração... Não deu nem 1 minuto e ela já estava me beijando de forma sensual, enquanto apertava meu corpo contra o dela...

- Minha vez... - trocando de posição comigo e me encostando na parede -

- Vem então... - mordi seu lábio inferior e ela gemeu -

Nunca havia visto a Mariana bêbada... Nem quando nós namoramos... E ela ficava muito mais ardente, ousada...

Me encostou com força na parede, colando seu corpo no meu e logo em seguida colocando sua coxa entre minhas pernas... Mordi o meu próprio lábio inferior com força...

Nos beijamos intensamente... Com tesão... Puro fogo! Ela levantou minha perna, a envolvendo na sua cintura e rebolou com força, deixando nossos sexos entrarem em atrito... Ambas gememos entre o beijo... Ela se afastou um pouco de mim, para ter espaço para me penetrar e assim o fez... Penetrou dois dedos com força e rápido... Gemi alto e mordi seu lábio inferior com força... Não sei se cheguei a machucar, mas na hora não importava... Arranhei seus ombros com força... Gemia alto, falava coisas desconexas...

Abri os olhos e as pessoas estavam completamente sem noção do que estava acontecendo entre nós...

Ela continuou a me penetrar com força... Meus olhos começaram a revirar... Meu coração a acelerar mais ainda... Eu estava prestes a gozar e ela:

- Quero te chupar... - falou quase tirando os dedos de mim -

- N-não... - a impedi - Me faz... gozar... - respirei fundo para falar, estava dificil! - Agora! - a olhei -

Ela sorriu maliciosamente e me beijou...

- Como quiser.

Voltou a me penetrar e meus olhos voltaram a revirar... Meu corpo tremer... A arranhei mais... Gemia alto mesmo... Ninguém ouvia, então não importava... Com uma ultima estocada sua forte, senti meu corpo tremer todo violentamente e depois de uns segundos pareci ver estrelas ao invés de luzes de boate... Havia gozado.



Minha respiração estava muito falha... Com certeza eu iria cair se não estivesse praticamente me debruçando sobre ela... Abri os olhos por um momento e olhei envolta de novo e percebi que tinham uns dois garotos que não tiravam o olho de nós duas...

- Acho que tem dois garotos nos olhando... - falei no seu ouvido -

- Aonde?

- Ali... - acenei com a cabeça -

Ela virou e os olhou... Deu de ombros, sorriu maliciosamente para eles e me beijou de forma provocante... Abri os olhos por um momento e vi o olhar deles... Pareciam querer nos comer...

''Não vão demorar para nos abordar...''

Ri durante o beijo...

Mariana bêbada era irreconhecível...

Aí que surgiu na minha cabeça: Ela estava ficando comigo só porque estava bebada?

Rapidamente afastei os pensamentos.

''Vamos pensar nisso depois...''

- Vamos... pro banheiro... - disse enquanto mordia meu lábio inferior -

- Aqui não tá bom?

- Ainda quero te chupar, lembra? - sorriu enquanto dava uma última mordida no meu lábio inferior -

- Você precisa ficar bêbada mais vezes, sabia?

- Não... to bebada!

Eu ri...

- Tá bom.

Não a deixei falar, a beijei de novo... Fomos andando até o banheiro sem nos largar... Por sorte, estava vazio, porque no momento não estavamos nos importando muito com as pessoas... Ela me empurrou para uma cabine e trancou...

- Aqui tá nojento! - falei olhando envolta - Perdi o tesão...



- Perdeu, é? - veio se aproximando de mim e beijando meu pescoço, enquanto levantava meu vestido e apertava minha bunda -

- Aham... - falei provocativa -

- E agora? - mordeu minha orelha -

- Continuo sem... - provoquei -

- E se eu fizer assim? - começou a massagear meu sexo por baixo da calcinha e puxou o meu cabelo com a outra mão, vi estrelas -

- To recuperando o tesão... Continua...

Ela deu um riso gostoso... Levantou o meu vestido e se agachou... Beijava minha barriga enquanto descia a minha calcinha... Fechei os olhos e apenas senti as carícias, aguardando o melhor... Graças a Deus ela não ficou provocando por muito tempo, e não demorou muito para eu senti sua lingua quente no meu sexo... Segurei os gemidos mordendo a minha própria mão enquanto ela me fazia ver estrelas... Ela me penetrou dois dedos enquanto me chupava... Gemi alto completamente descontrolada... Depois me toquei e voltei a morder a minha mão - que já devia estar roxa -... E de novo aquela sensação de estar chegando ao céu... Corpo tremendo... Olhos revirando... Depois de um último gemido alto e incontrolável, gozei violentamente na sua boca e em seus dedos...



Fiquei de olhos fechados por uns minutos, enquanto me dava beijos no pescoço, me provocando arrepios leves...

Para atrapalhar o momento, ouvimos algumas vozes...

- Tem alguém aí? - Babi -

- Não adianta, não vamos achar a Manuela... - Ju -

Logo quando elas falaram isso, eu abri a porta do vestiário...

- To aqui, gente...

- Manuela! - Babi falou tampando os olhos -

Logo percebi que meu vestido ainda estava levantado, ri e abaixei.

- Sorry... Que que houve?

- A Flávia tá super mal, a gente não sabe o por que... Ela queria conversar com você alguma coisa sobre a Carla.

- Onde ela tá? - falei preocupada -

- Você vai... vê-la? - Mariana disse -

- Eu preciso Mari, ela é minha amiga e precisa da minha ajuda...

- Não acre...dito! - parecia irritada - Vai... me trocar por ela?!

''Ai meu Deus...''

- Ela tá bebada? - Ju -

- Tá...

- E você tá sóbria? - Babi levantou a sobrancelha - Papéis se invertendo...

- Pois é... - revirei os olhos - Podem ficar aqui cuidando dela enquanto eu vou procurar a Flávia?

- Não precisam... cuidar... de mim! Eu vou é beber! - falou saindo e eu a segurei -

- Você não vai beber mais, vai ficar aqui com as meninas tomando um ar, ok?

Ela bufou e não respondeu. Fiquei preocupada se a Mariana iria ficar chateada mas... Ela tava bebada... E bem, se ela tivesse sóbria iria compreender que a Flávia é minha amiga e precisa da minha ajuda, né?

Aliás, se ela estivesse sóbria iria ter ficado comigo?

Oh céus, pensamentos negativos voltando...

- Já volto gente... - falei saindo logo antes que os pensamentos me dominassem -

Mari



Meu Deus! Meu mundo estava rodando... Eu não controlava as palavras... Elas simplesmente saíam...

- Ela ama a Flávia? - perguntei pras meninas logo antes da Manuela sair -

Elas se entreolharam...

- Não, ela ama você. - Babi -

- Então... Porque... foi falar com ela? - falei morrendo de raiva -

- Elas são amigas... Flávia tá passando por um mal momento... - Ju - Não vou pedir pra você ser compreensiva, porque você tá bebada e não compreender nada...

- É... - falei saindo - Vou beber...

- Não vai n...

Antes que elas falassem, já havia saído e me enfiado no meio da multidão... Ouvi a Babi ou a Ju gritando pelo meu nome, mas quem disse que absorvi a idéia de voltar até elas? Fui até o bar e pedi mais vodká... Era tudo de graça...

Imagem eu que não era acostumada a beber bebendo vodká pura? É... Então...

Olhei o copo cheio de vodká e gelo e virei praticamente...

Querem saber quantos eu virei? Não lembro...

Aliás, não lembro de muita coisa... Lembro que fui para a pista de dança e caminhei sem rumo, até parar na área de fumantes... Que tinha uma vista linda...

- Ei, Mariana...

Olhei ao redor e vi a Manuela...

- Oi amor... - a abracei e ela parecia estranha - Tava falando o quê?

- Você tá bebada? - falou rindo -

- To... Me leva pra casa, Manu?

- Manu?

- É... - a abracei de novo e ela correspondeu -

- Não me chamo Manuela... - riu e se separou do abraço - Toma um pouco dessa coca, vai te ajudar um pouco...

- Ah... é? - falei estranhando e pegando a coca, bebendo quase tudo num gole só - Qual o seu nome então?

- Carla... A gente se falou mais cedo, não lembra?

- Ah... Carla! É que você... parece muito... com a minha... ex...

- Ah... Carla! É que você... parece muito... com a minha... ex...

- Seus olhos são parecidos com os da minha também. - olhou profundamente nos meus olhos - Engraçado, não? - disse se sentando - Senta aqui... - disse batendo no lado dela do banco -

Me sentei com dificuldade...

- Não está acostumada a beber? - falou rindo -

- Nããão... - disse quase caindo e ela me segurou -

- Nossa, você tá muito mal!

Do nada, o Edu e o Diogo - seu bofe, lembrem-se - aparecem.

- A Mari tá bebada? - Edu -

- Pelo visto sim. - Carla -

- Vocês tão ficando? - Diogo -

Balancei a cabeça negativamente.

- Pois deviam! - falou Diogo - Vocês são lindas...

- Também acho que deviam... - Edu - Vamos lá, Mari...

- Ela tá bebada gente, parem com isso... - Carla -

Edu se ajoelhou na minha frente.

- Amiga, olha para mim... - falava baixo para ela não ouvir - Ela é uma gata, tá louquinha pra ficar com você e se você não ficar eu te mato, ok?

- Aham... - falei concordando e não havia nem ouvido direito -

O Diogo ficou conversando com a Carla alguma coisa e eles saíram... Ela se virou para mim meio constrangida...

- Eles são uns bobos, né... - falou sem graça

- É...

Concordei sem ouvir direito, aliás, vocês viam que eu só estava concordando com as coisas né?

''Isso não vai prestar...''

- Diogo disse que você queria ficar comigo...

- Aham... - eu não ouvia, só concordava -

- Você quer? - ela disse se aproximando -

Já havia dito que eu nem ouvia direito o que ela falava? Então... Quando menos notei, estávamos próximas, muito próximas...

- Quer ou não?

Fiquei sem responder... Eu estava em outro mundo, meu Deus! Completamente sem controle...

Ela me beijou... Fiquei sem reação de inicio, mas a bebida foi me levando a corresponder... Quando percebi, estava com as mãos na sua nuca e correspondendo o beijo...

Manu



Deixei a Mariana ali com as meninas enquanto procurava a Flávia, mas fiquei com certa preocupação em deixa-la sozinha daquele jeito e ainda com certo medo de que ela interpretasse errado em eu ir correndo atrás da Flávia... Pensei, repensei e voltei para o banheiro e elas não estavam mais lá...

''Estranho...''

Logo fiz a suposição de que elas deviam estar comprando água para a Mari ou cuidando dela lá fora...

''Deve ter sido...''

Me despreocupei finalmente e fui procurar a Flávia... Por sorte não demorei muito para achá-la, que estava em um corredorzinho do outro lado da área de fumantes, em um onde o som da música já não estava muito alto. Ela estava de cabeça baixa...

- Amiga, o que houve? - me sentei do lado -

Não que eu seja exemplo de uma pessoa boa ou considerável - cof cof - mas uma qualidade com certeza eu tinha: Minha fidelidade e preocupação com as poucas amigas que eu tinha estava acima de tudo.





Estranho admitir isso nesse momento, né?

- Acho que eu e a Carla não temos mais volta... - falou olhando pro pé -

- Por quê?

- Ela parece meio mudada... Parece que surtou depois que a gente terminou... Não é a mesma Carla de antes...

- Como assim, mudada? - perguntei estranhando -

- Não sei explicar. - respirou fundo - Eu to muito confusa... Dá vontade de voltar pra ela, ficar com ela e...

- E...?

- Ao mesmo tempo dá vontade de nunca perdoar ela por ter me deixado numa situação tão ruim. - completou limpando as lágrimas -

Respirei fundo e pensei que a situação era a mesma...

Eu sentia vontade de ficar com a Mariana como de todas ás vezes que ela fazia, mas sempre quando ficava, ela se arrependia e depois dizia que não largaria o emprego por mim, embora as atitudes dela tenham provado o contrário.

Respirei fundo... Comecei a sentir calor....

- Vamos lá fora? Aqui tá meio quente... Aí lá a gente conversa melhor e é bom que eu tento falar com as meninas pra saber como a Mariana tá.

- Ela tá bem? - preocupada -

- Não... Tá muito bebada.

- Não precisava ter deixado ela lá pra vir me consolar..

- Deixa de bobagem, ela tá com as meninas... Vamos lá pra fora, vem.

Levantamos e fomos até a área de fumantes... Ela foi na minha frente, quando do nada ela parou os passos...

- Ei, porque você não tá andan...

Parei até a pergunta quando vi o que havia deixado ela parada. Não só ela, como eu também parei...

Não sei explicar as sensações que senti ao ver a Mariana ao beijar outra menina... Ainda mais a ex da Flávia!

- Carla?!

Quando ela falou isso, elas se separaram... Eu continuei parada, sem dizer nada... Mariana me olhou assustada, logo olhou de volta para Carla, como se tivesse tocado do que se fez...

Minha primeira reação foi sair correndo...

Minha segunda foi limpar as lágrimas que caíram sem controle... É, quebrei a promessa.

Senti uma mão segurar meu braço e quando vi que era a Mariana puxando, puxei bruscamente.

- Me solta! - falei com raiva -

- Mariana, me ouve... - me segurou de novo -

- Não olha para a minha cara! Não olha! - falei correndo -

Ela segurou meu braço de novo e eu finalmente parei.

- Você tá falando... o que? Beijou a Flávia... na minha frente! - apontou o dedo -

- Você que terminou comigo! Você! Não fui eu! - elevei meu tom de voz e já estava voltando a chorar - Se fosse por mim, eu não iria ter ficado com ninguém na sua frente, só com você! - falei morta de raiva, tristeza, tudo junto - Sai da minha vida... Por favor! - falei me virando de costas, não aguentava olha-la -

- Manue...la...

- Me esquece! -

Saí andando e acho que ela se tocou e não correu atrás, logo em seguida as meninas me ligaram e pedi para elas me encontrarem. Procuramos a Flávia também, mas ela já havia ido embora...

Então todas nós fomos lá para casa e elas ficaram assustadas até de tanto que eu chorava... Mas nossa! Vocês não devem ter noção da sensação de que era...

A pessoa terminar com você, deixar claro que não pretende mais namorar você e você ve-la ficando com outra... Eram diversos sentimentos... Magoa, impotencia, raiva...

Me sentia insuficiente para a Mariana... Ela dizia que me amava, mas será que amava mesmo?



Chorei a noite toda no ombro das meninas... Tentamos de todo jeito falar com a Flávia, mas só recebemos uma mensagem dela dizendo de forma gentil que queria ficar um pouco sozinha... Respeitamos...

As meninas foram dormir umas 5 da manhã e eu não dormi... Fiquei virada mesmo... Tive que me dopar com os remédios da minha mãe para conseguir dormir e enfim consegui dormir...



Capitulo 39 - O dia seguinte.

Mari

Acordei com uma dor de cabeça gritante. Olhei ao redor... Bom, pelo menos estava em casa. Olhei para minha roupa... Camisola...

Ok... Eu estava bem... Mas como explicar a dor de cabeça?

Quando do nada eu vejo a Manuela... Ops, não... Pisquei de novo e era a Carla...

- Acordou finalmente!

- Que horas são? E o que você tá fazendo aqui? Que que houve? Porque não lembro de nada de ontem? - perguntei confusa e percebi que eu estava rouca também -

- São 4:30 da tarde... Você ontem ficou muito bebada, então eu e o Edu te trouxemos aqui, mas já que você estava passando mal, resolvi ficar aqui para cuidar de você. E... Bom... O fato de você não se lembrar de nada deve ter sido amnésia alcóolica.

- Ah... Sim... Eu e você... Nós não...

Ela riu da minha cara de preocupação.

- Não, não dormimos juntas. Mas ficamos... Até eu descobrir que a minha ex te conhece e você descobrir que a sua ex me conhece também.

- Quem é sua ex? - perguntei curiosa -

- Flávia...

Arregalhei os olhos. No mesmo instante veio lembranças...

Veio tudo como num flash muito rápido. Eu e Manuela ficando, eu e Carla ficando, Manuela vendo e depois nós discutindo.

Nossa! Ela deveria estar muito chateada comigo...

- Preciso falar com a Manuela.

- Olha, não é por nada não... Mas é que a gente conversou isso quando você tava bebada. Porque você fica correndo atrás dela se no fim não vai ficar com ela por causa do emprego?

- Eu não sei se opto mais o emprego ao invés dela... - falei pensativa - Já faz um bom tempo que nós terminamos e eu me sinto infeliz da mesma forma. Acho que fiz a escolha errada.

- Acho não, tenho certeza.

- Mas e você e a Flavia? Porque ficou comigo?

- Eu fiquei enciumada por saber que ela fica com a sua ex... Eu ás vezes sou meio infantil, não sei... Queria magoa-la de alguma forma. - falou pensativa - Mas eu realmente me arrependo em ter agido que nem criança... Ainda me aproveitei de você que estava bebada... Mil desculpas!

- Não precisa se desculpar! Eu que tenho que agradecer por ter cuidado de mim! - minha cabeça voltou a doer de novo e eu me deitei novamente - Que dor de cabeça infernal! Não sabia que ressaca era assim...

- E descobriu aos 23 anos? - disse rindo -

- É... Sou meio atrasada... - ri para não chorar da situação -



Mandei uma mensagem para a Manuela dizendo que queria conversar com ela... Bom, sabia que ela não ia responder, mas pelo menos era para deixa-la ciente de que eu me importava com ela.

- Preparei o almoço, vamos comer!

- Não precisava...

- Que nada! Vamos lá...

Fomos até a cozinha e comemos conversando... Carla era bem gente boa, muito mesmo. Parecia estar de vez determinada em voltar com a Flávia... E eu apoiei, lógico, hehe. Mas na verdade, minha cabeça estava em outro lugar... Estava preocupada com a Manuela e com o que ela estava pensando. Para vocês terem idéia, mandei 3 mensagens para ela durante minha conversa com a Carla. Bizarríssimo!

- Bom, vou encontrar a Flávia... - disse se levantando, parecia ansiosa -

- Ela tá falando com você? - falei impressionada -

- Depois de muito esforço, tá...

- A Manuela não vai me responder nunca.

- Vocês se falam no trabalho... - piscou - Me deixa na porta.

A levei na porta... Nos despedimos amigavelmente, trocamos telefone e contato.

Muito estranho isso... Conhecer uma pessoa em menos de um dia e já sentir afeto. Mais estranho ainda quando ela dorme na sua casa diante de uma confusão toda dessas.

Quando ela foi embora, minha primeira reação foi tentar ligar para a Manuela desesperadamente... Como previsto, ela não atendeu nenhuma ligação. Quando me dei por vencida, parei de ligar e percebi que estava muito cansada... Tentei ligar para ela pela última vez e dormi... Amanhã, ela querendo ou não íriamos nos ver... Bom, boa sorte para mim!

Capitulo 40 - As pessoas surpreendem...

Manu

Acordei no dia seguinte péssima. Nem as meninas conseguiam me animar... Como resultado, passaram o dia todo comigo... Flávia não nos deu notícia e nos deixou bem preocupada.

A partir de umas 4 da tarde, recebi diversas mensagens da Mariana... Falando que precisava conversar comigo, explicar tudo... Não respondi nenhuma... Honestamente? Tava sem emoções e ânimo para isso...

Fiquei o dia todo em casa com as meninas... Umas 8 horas da noite elas foram embora, já que teríamos prova - que eu não havia estudado nada - no dia seguinte... Logo, recebo uma ligação da Flávia.

- Sumida! Me deixou preocupada! - falei sem nem deixar ela fala ''oi'' -

- Calma, ô mala! Eu não tava muito pra falar com ninguém...

- Entendo.

- E aí, como você tá?

- Não sei... Meio mal ainda...

- Conversei com a Carla. - disse sem rodeios -

- E aí? Não tive coragem de falar com a Mari ainda.

- E aí que ela pediu desculpas, disse que foi por ciúmes e blabla.

- Você perdoou?

- Fiquei de pensar... Eu amo ela, não consigo! - suspirou -

- Sei como é... - falei pensativa -

Conversamos mais um pouco e depois eu dormi... Quer dizer, pseudo-dormí, porque estava ansiosa em ver a Mariana no dia seguinte, portanto fiquei rolando na cama.



Acordei cedo no dia seguinte, fiz a prova na faculdade de qualquer jeito e nem falei com as meninas, fui direto para o trabalho... Quando eu cheguei, fui surpresa em ver a Mariana na minha sala.

- O que você tá fazendo aqui? - falei sem esconder a mágoa -

- A gente precisa conversar. - falou séria -

- Não já basta seu showzinho de sábado?

- Manuela... Eu tava bêbada... Não lembro de nada... Não teria feito isso sóbria. Aliás, nem sei mesmo porquê me subiu pela cabeça fazer aquilo.

Porém, as imagens dela e da Carla ainda estavam muito vivas...

- Por que você bebeu daquele jeito? Não pensou nas consequências?... - a interrompi antes que argumentasse - Ok, não sou exemplo pra falar sobre essas coisas... Mas foi uma atitude muito estranha da sua parte. Não parece a Mariana que eu namorei...

- E não era a Mariana que você namorou! Aliás, a Mariana que você namorou sumiu durante meses... Porque ela foi covarde. - falou se aproximando -

- Eu sei Mariana, não precisa mais falar que não podemos namorar porque você valoriza seu emprego... To farta disso...

- Calma, me deixa terminar...

- Como assim? - falei sem entender -



- A Mariana que você namorou foi covarde... Covarde por não te dizer todo dia que te amava, por não valorizar uma menina maravilhosa como você por perto... - ela se aproximava mais, dava pra sentir o cheiro dela já, cheiro único - Covarde por não conseguir aceitar que o amor que sentia e sente por você é a coisa mais grande e linda da vida dela...

As palavras dela foram lindas! Como resistir?

Mas... Aonde ela queria chegar com isso?

- Aonde quer chegar com isso, Mariana? - falei quase sem ar, queria agarra-la mas o orgulho era maior -

- Eu quero que você seja minha de novo, Manu. Me desculpa por ter terminado com você... Eu pensei que ia te esquecer, mas eu mesma não sabia que te amava tanto assim. Também pensei que você ia me esquecer, que nós duas seríamos apenas uma paixão... Mas não foi bem isso. Nós duas sabemos.

- Eu sempre soube... Eu nunca fui de amar de ninguém, Mariana... Você sabe disso.

- E me ama? - estávamos tão próximas que podíamos sentir nossas respirações -

- Você também sabe disso...

Pronto, minhas resistencias acabaram.

- Não vou te largar nunca mais... Me dá essa chance... - segurou minhas mãos e entrelaçou nossos dedos, ela me olhava de um modo profundo -

- Não consigo acreditar em você...

- Quer que eu prove?

- Como?

Ela deu um sorriso lindo e me segurou pela mão... Fomos andando até a sala da minha mãe... Ela bateu na porta e eu fiquei sem entender...

- O que você tá fazendo? - falei assustada -

- Te provando o que eu sinto por você. - falou séria -

Minha mãe abriu a porta e nos encarou...

- Bom dia, meninas! Precisam de algo? - disse abrindo passagem para nós entrarmos -

- Preciso sim, dona Aline. - percebi que ela respirou fundo - Preciso dizer que namoro sua filha e amo ela.

Eu e minha mãe arregalhamos os olhos, juntinhas.

''Isso é verdade?''

Manu (continuação)



''Isso é verdade?''

Fiquei sem acreditar... A Mariana tinha noção do que tava fazendo com a vida dela? Tudo bem, eu nunca concordei com o fato dela ter terminado comigo, mas sim porque para mim, minha mãe não desconfiava... Presenciar a face dela espantada com a forma que a Mariana foi direta me passou um certo receio.

- Mãe, eu...

Pausei. Eu não sabia o que falar mesmo...

- Entrem. - disse séria -

Eu e a Mariana nos entreolhamos...

- Entrem! - falou mais autoritária -

A obedecemos. Eu tremendo... Mariana então, nem se fala. Era vísivel até a forma que ela estava tremendo, nervosa... Porém, não pude deixar de olhá-la apaixonadamente. Aquela foi sem dúvidas a maior prova de amor que alguém poderia fazer por outra pessoa. Arriscar seu emprego, seus principios... Por um momento, esqueci da situação péssima de que se passava e fiquei olhando para a Mariana... Como uma adolescente apaixonada... Mas não é isso que eu sou?

Me despertando do transe e da distração, minha mãe começou a andar de um lado para o outro... Parecia tensa, confusa... Colocou as mãos na cabeça, mexeu nos cabelos... O silêncio dela me irritou...

- Mãe, pode falar alguma coisa, tá?

- Calma, to digerindo essa informação... - continuou andando por alguns segundos, depois parou e encarou a Mariana de uma forma que eu tinha certeza que iria intimidá-la, assim como ela intimida qualquer empregado com esse olhar - Me repete o que você disse.

- Re-repetir o quê? - Mari -

- Que você e minha filha estão...

- ...Namorando mãe, namorando. - a completei - E faz um tempo já... Mas nós terminamos por quê a Mariana estava com medo de você descobrir algo sobre a gente... Porém, nós voltamos a namorar hoje. - apertei a mão da Mariana e disse isso olhando profundamente para ela -

Minha mãe voltou a ficar séria... Bom, eu sabia que ela não ia armar um escandalo, porque minha mãe tinha no mínimo classe o suficiente de não se sujeitar a isso. Mas esse era justamente o problema... Essa face séria da minha mãe era ilegível...

- Estou decepcionada com você, Mariana. Nunca pensei que você fosse se aproveitar da minha filha...

- Ei! Peraí! A Mariana tem 23 anos... É só 4 anos mais velha do que eu. E eu quis tudo isso também, tá?



- Isso não pode ser verdade! - voltou a andar de um tempo pro outro - Eu cheguei a desconfiar de alguma coisa, mas evidências levaram que não tinha nada... Que era coisa da minha cabeça... Que a minha filha não era lésbica... Que a Mariana era uma boa pessoa... - balançou a cabeça negativamente - Isso que dá confiar nos empregados errados.

Foi a vez da Mariana abrir a boca.

- Perdão, dona Aline... Mas não aceito ser ofendida desse jeito. Em nenhum momento pensei em me aproveitar da sua filha... Nós nos apaixonamos, foi uma coisa completamente inevitável... Continuo sendo a mesma empregada eficiente e fiel de sempre, mas você tem que aceitar o fato de que eu e sua filha estamos juntas e apaixonadas e ninguém pode mudar isso, nem você. - respirou fundo - Pode me demitir se quiser, mas não vai me separar da sua filha.

Me surpreendi com as palavras da Mariana... Inevitavelmente, apertei a sua mão mais forte... Ela me olhou e eu disse para ela, apenas em leitura labial, de forma que a minha mãe não visse nem ouvisse:

- Eu te amo...

Ela abriu um sorriso lindo... Nervoso, mais lindo...

- Isso é uma experiencia jovem de vocês duas... Passageira... - minha mãe parecia estar mais se consolando do que nos atacando - Não pode ser verdade...

- Pois é verdade, mãe... E você tem que aceitar. - falei -

- Chega! - ela disse em um tom elevado de voz, que me fez recuar e consequentemente a Mariana também - Mariana, você tá dispensada... E Manuela, você fica. - minha mãe virou de costas e olhou a janela -

Mariana me olhou, depois olhou para a porta... Me olhou de novo.

- Pode ir... Eu me viro com ela, é minha mãe. - falei em susurro -

- Vai ficar tudo bem? - parecia preocupada -

- Vai sim. - aproveitei que estava de mãos dadas e beijei sua mão, logo as separamos e demos um selinho rápido - Te ligo mais tarde.

- Ok então...

Ela saiu da sala e sobrou apenas eu e minha mãe, minha mãe e eu.



Ela saiu da sala e sobrou apenas eu e minha mãe, minha mãe e eu.

Confesso que fiquei meio tensa... Imaginei esse momento diversas vezes... Mas estar ali, frente a frente, era muito pior. Um silêncio preenchia a sala enquanto eu via nos olhos da minha mãe um misto de sentimentos... Tão confusos que me deixou mais apreensiva...

- Desde quando você é lésbica? - seu tom era baixo, porém nada agradável -

- Desde que eu comecei a namorar a Mariana...

- Ela que te levou para esse caminho então?



- Ninguém me levou para caminho nenhum, droga! - me irritei - Não sou mais um bebê assim influenciado... Se eu a namoro, é porque eu quero. Eu realmente a amo mãe... Como nunca amei ninguém. Nem mesmo o Bernardo.

Minha mãe ficou em silêncio... Provavelmente absorvendo minhas palavras...

- Vou demiti-la. - falou convicta -

- E porquê? - me desespertei, Mariana não merecia isso - Ela não fez nada demais...

- Só namorou com a minha filha às escondidas de mim. - falou irônica - Como que posso confiar nela depois disso, Manuela? - balançou a cabeça negativamente -

- Me põe de castigo... Tira meu carro... Me põe pra fora de casa... Faz qualquer coisa, mas não a demita por algo que ela não tem culpa! - eu mesma não acreditava nas minhas próprias palavras -

- Deixe de ser estúpida, Manuela... Você tem um futuro brilhante pela frente... Não queira estragar por um relacionamento de experiência que está te sufocando. Aliás, você também sofrerá consequências... - uma leve pausa - Não quero saber desse namoro de vocês. Isso tem que acabar

- Sou maior de idade, não pode fazer nada...

Já estava quase saindo da minha sala, já notando que era melhor sair para minha mãe não ter mais idéias para me prejudicar e prejudicar a Mariana.

- É maior de idade mas vive às minhas custas! - elevou o tom de voz - E o que eu falo pra você fazer, é pra você obedecer! - elevou mais -

- Vamos ver então! - a desafiei, saindo da sala e fechando a porta com força -

Não consegui andar... Fiquei encostada na porta... Tremendo... Pressão baixa... Coração acelerado... O que havia sido isso, meu Deus? Eu realmente amava muito a Mariana!

Aliás, só de pensar no nome dela, percebi que precisava dela... Do abraço dela... Dela dizendo que estava tudo bem...

Peguei um táxi para a casa dela e lá eu tive um estranho pensamento... O táxi que eu iria pagar, seria com o dinheiro da minha mãe... Isso significa que se ela me cortasse, eu não andaria mais de táxi? Bom, pensamento ridiculo, mas serviu para me distrair um pouco pelo caminho...

Cheguei no prédio dela e subi no seu apartamento numa pressa impressionante... Em menos de 2 minutos, ela estava abrindo a porta para mim... A abracei com força e mergulhei nos seus braços... Ela me abraçou com força também... Comecei a chorar inevitavelmente...

- Xii... Vai ficar tudo bem... Vamos superar isso... - segurou meus dois rostos com a mão - Eu te amo.

A olhei nos olhos... Havia tanta sinceridade...

- Eu também te amo... Muito!



A beijei intensamente... Ela correspondeu, fechando a porta atrás de mim e me encostando nela com força... Nosso beijo era carinhoso, intenso... Explodia de amor e outros sentimentos urgentes... Como saudade, talvez... Fomos andando até a cama, onde ela me deitou de forma suave... Ficou por cima de mim e me olhou por uns segundos...

- Você é linda.

Sorri com o comentário dela... Nos beijamos de novo, nos depindo lentamente... Parecia que era a nossa primeira vez... Os olhares carregados de paixão, os beijos profundos à cada peça de roupa tirada... Até ficarmos completamente nuas e rolarmos pela cama, com ela de novo em cima de mim...

Ela se encaixou entre as minhas pernas e me olhou profundamente...

- Você é minha pra sempre agora... - disse tirando uma mexa de frente do seu cabelo -

- Sempre fui. - sorri -

Nos beijamos de novo e começamos a nos esfregar sensualmente... Entre pernas entrelaçadas, roçando nossos sexos e rebolando em um ritmo sincronizado e delicioso... Gemíamos entre os beijos, nos abraçavamos... Erotizavamos nosso toque... Estávamos quase no orgasmo quando resolvemos penetrar uma à outra e nos esfregarmos mais... Aceleramos nossos movimentos... Os gemidos aumentavam, os beijos cortavam... Num último gemido alto, gozamos, juntas...

O que falar desse momento? Foi mágico... Foi mais do que um revival... Não fizemos apenas sexo... Fizemos amor...

Capitulo 41 - Love is not a game...

Mari

Eu estava fazendo a maior loucura de todas. Joguei o emprego dos meus sonhos para o alto, para simplesmente estar com uma menina de 19 anos... Esta mesma que estava deitada do meu lado, me abraçando e com a sua cabeça deitada no meu peito, enquanto eu a fazia carinho e sentia seu cheiro...

Se esta era a recompensa da loucura, com certeza não há nada melhor do que ser uma louca...

Não se passavam arrependimentos... Se passavam receios... Receio da resposta da pergunta que eu estava prestes a fazer, e que ia com certeza cortar aquele momento mágico:

- Como foi com a sua mãe?

Ela me olhou primeiro... Percebi que hesitou em falar...

- Ei, não se preocupa... Não importa o que sua mãe tenha dito, não vou mudar de ideia. - falei fazendo carinho no seu rosto, isso a acalmou um pouco -

- Ficou argumentando contra, nos julgando... Não deixou claro o que vai fazer comigo, mas... - hesitou de novo - Bom, ela disse que...

- ...Vai me demitir. - pensei triste -

Bom, era meio óbvio isso... Mas ás vezes havia uma pontada de esperança de que tudo iria ficar bem, não?! Porém, minha escolha já estava feita e eu não voltaria atrás.



- É... - falou se levantando dos meus ombros para me olhar melhor, agora ela estava sentada na cama e enrolada no lençol, os cabelos bagunçados... linda! - Tem outra coisa que eu preciso falar também.

- O quê?

- Eu preciso conversar com a Flávia sobre o que aconteceu entre nós duas... Pelo menos para terminar esse meu lance de ficar com ela.

- Você gosta dela?

- Eu amo você, Mariana! - passou a mão no meu rosto - Só você. - sorriu -

Sorri também... Mas percebi que ela não havia respondido a minha pergunta.

- Mas você gosta dela?

Ela hesitou um pouco... Acho que eu sabia a resposta, porém não tinha como julga-la. Eu a permiti sentir algo pela Flavia... Agora teria que suportar.

- Não é que eu goste dela, mas... - respirou fundo - Ela foi muito importante quando eu estava sofrendo sem você...

- Entendo. - abaixei os olhos -

- Hei... - me beijou rapidamente - Ela não é uma ameaça... Aliás, ninguém é e nunca foi... Você não percebe o quanto eu mudei e sou apaixonada por você? - passou as mãos no meu rosto -



- Espero que você perceba o mesmo de mim.

- Agora mais do que nunca eu percebo...

Sorri com as palavras dela e nos perdemos em um longo beijo... Fizemos amor mais umas três vezes e eu finalmente dormi abraçada com ela, como nos velhos tempos... Isso me fez esquecer que no dia seguinte eu seria oficialmente demitida...

Capitulo 42 - Hard decisions.

Mari



Acordei com os braços da Manuela envolta de mim, e um sorriso de satisfação inevitável escapou... Desativei o despertador e me levantei devagar para não acorda-la... Aliás, até pensei em acorda-la para a faculdade, mas já que ela não havia colocado despertador nem nada, levantei a suposição que ela ia matar aula.

Me arrumei para o trabalho, agora com o sentimento de satisfação substituído por um misto de ansiosidade... Afinal, não estava mais acostumada o meu futuro profissional indefinido... Pensei bastante sobre o que fazer durante o banho, mas não obtive nenhuma resposta...

''A solução é correr atrás de um novo...''

Cheguei na empresa e todos me olhavam de um jeito estranho... Não sei definir se era bom ou se era ruim... Cumprimentei todos educadamente e me direcionei para a minha - ou ex - sala e não fiquei surpresa ao ver um bilhete da minha chefa em cima da mesa pedindo para que eu fosse à sua sala logo assim que chegasse.

Respirei fundo... Logo em seguida recebi uma ligação da Manu... Atendi já falando:

- É agora! - falei mais para mim do que para ela -

- Ain... To ansiosa por você... Porque não me acordou também? Queria tá aí com você...

- Fiquei com dó de te acordar... Parecia tão cansada...

- Pois é, eu to mesmo... - bocejou que nem criança e eu ri -

- Vou lá. - respirei fundo - Beijos, te amo.

- Beijos, também te amo... Boa sorte!

Desliguei e fui para a sala da Aline... Bati uma vez na porta... Coração batendo frenéticamente.

- Quem é?

- Mariana. - minha voz quase não saía -

Uns segundos de silêncio...

- Entra. - o tom de voz mudou para muito mais seco -



Ergui a cabeça...

''Seja o que Deus quiser!''

Era só o que eu podia pensar...

Entrei na sala lentamente e não pude decifrar sua expressão...

''Característica comum entre mãe e filha, totalmente imprevisiveis...''

Quase sorri ao pensar assim do meu amorzinho, mas evitei...

- Pode se sentar. - falou ainda seca -

- Se a senhora não se incomoda, prefiro ficar em pé mesmo...

- Não incomoda.

Ficou um silêncio entre nós duas...

- Você teve noção das consequencias que iriam lhe vir por se envolver com a filha da sua chefe? - enfim falou -



- Pensei muito sobre isso, sempre tive noção... Cheguei a ficar meses separada da sua filha para me manter nesse emprego, que eu julgava ser a minha prioridade, mas... - respirei fundo - O amor que eu tenho pela sua filha é a minha prioridade e sempre foi... Só demorei muito para perceber.

- Sabe... - se levantou e se virou para a enorme janela que tinha uma vista privilegiada da cidade do Rio - Eu nunca pensei que a minha filha fosse ser... Lésbica. Mas também nunca pensei em hipótese nenhuma em abandona-la. Eu sempre percebi a falta que um pai faz na vida dela e sempre tentei assumir os dois papéis e tenho quase certeza de que falhei nisso...

Fiquei quieta enquanto ela falava.

- Mas... Nunca pensei que ela fosse me esconder algo desses... Que vocês fossem me esconder isso... - pausou por uns segundos - Minha filha e minha melhor empregada... - soltou uma risada - Quem diria...

- Lamento se te decepcionei, senhora Aline... - falei sincera -

Ela me olhou de forma estranha.

- Enfim, vamos ao que interessa... - se sentou na mesa de novo e estendeu um envelope que eu já sabia do que se tratava - Vejo que não é nenhuma surpresa pra você saber que vou te demitir.

- Não, não é...

Peguei o envelope, como se parte dos meus sonhos tivessem indo embora...

''A vida é feita de escolhas...''

Li o contrato com cuidado... Ele já estava devidamente assinado por ela e só faltava a minha assinatura... Assinei rapidamente...

- Pronto... É isso? Já posso ir embora?

- Já. - falou secamente -

Me levantei... Não sei muito bem expressar como eu me sentia... Só sei que arrependimento não foi um dos sentimentos.

Cheguei em casa e a Manuela me aguardava na cozinha...

- E aí, como foi? - saiu já perguntando -

Antes que eu respondesse, olhei para a mesa de café da manhã que ela havia preparado e não pude deixar de sorrir.

- Bom, já que você sabe que eu não sei fazer nada além de pipoca e miojo, pode pelo menos fingir que vai gostar das coisas, tá bom?! - falou divertida -

Fui em sua direção e abracei sua cintura, lhe dando vários beijinhos.

- Pode deixar, eu finjo bem! - dei último beijo -

- Boba... - estávamos abraçadas ainda - Agora me conta como foi. - sua expressão ficou séria -

Contei para ela com todos os detalhes enquanto comíamos... E por incrível que pareça, a comida estava gostosa.

- Não acredito! - elevou o tom de voz - Vou matar minha mãe! - estava já saindo da casa -

Ri da reação dela e a segurei pelo braço.

- Calma... - ri - A gente já esperava isso.

- Eu não esperava! Apesar da minha mãe ser durona e tal, ela sempre é meio coração mole... Pensava que ia ser agora também! Mas me enganei. - cruzou os braços e fez bico, se sentando no sofá, como uma criança birrenta - Não acredito nisso... - repetiu -

Me aproximei dela, fiquei ajoelhada no chão e ela sentada no sofá.

- Parece que você tá se importando mais do que eu...

Coloquei seus cabelos por trás da orelha e logo reparei no que ela vestia... Apenas uma blusinha de pijama e calcinha... Minhas ideias fluíram...

- Percebi isso também. Não tá chateada por perder o emprego não? - perguntou meio irônica, mas de uma forma engraçada -

Me aproximei mais dela, mordendo seu lábio inferior com sensualidade, senti seu corpo se arrepiar todo...

- Nenhum pouco... Aliás, to pensando em outra coisa agora... - me levantei um pouco, me sentando no seu colo no sofá e entrelaçando minhas pernas nas suas costas -



Ela sorriu maliciosamente, daquele jeito que sabia que me enlouquecia... Me olhou com aqueles olhos cor de mel cheio de malícia, enquanto já passava suas mãos na minha coxa e na minha bunda...

- Ah é? No quê? - falou com a voz num tom deveras sensual -

Não a respondi, apenas a beijei lentamente... Mas não um lento terno... Um lento sensual, passando as mãos pelo corpo dela, rebolando no seu colo... Senti que ela suspirava, se arrepiava toda... Me apertava com uma intensidade fora do comum... Amava quando a Manuela ficava assim... Deixava de ser quem seduzia e virava apenas uma menininha babando de desejo...



Desci meus beijos para o seu pescoço, já tirando a sua blusa e deixando seus seios expostos, já que ela não estava usando sutiã... Os apertei com desejo, enquanto voltei a mordiscar seu pescoço... Ela dizia coisas no meu ouvido que me provocavam, me levavam a um estágio de tesão quase insuportável e me davam uma vontade de devorá-la ainda maior... E foi isso que eu fiz... A deitei direito no sofá e fiquei por cima dela... Ela agora estava só de calcinha... Me olhava com cara de safada e mordia os lábios... Isso me estimulou ainda mais... Desci meus lábios para seus seios e chupei-os com vontade, ela bagunçava os meus cabelos e já pronunciava seus primeiros gemidos... Baixos, sufocados... Desci os beijos para sua barriga... Lisinha, durinha... Poderia matar saudades dela por horas se não fosse a Manuela ofegante, já gemendo, implorando...

- Para... de... provocar... Mariana!



Sorri maliciosamente e desci meus beijos para sua perna... Beijando cada pedacinho da sua coxa bem torneada, da sua pele bronzeada... Beijei sua virilha, passei a língua durante toda a área, menos aonde eu deveria realmente por... Ela já gemia mais alto... Olhei com divertimento seu desespero e resolvi logo acabar com a tortura... Mergulhei minha língua dentro dela e ela gemeu alto, puxando meus cabelos com força... Fiz os movimentos que eu sabia que ela gostava... Ela se contorcia, gemia alto... Quando senti que seu gozo estava perto, penetrei dois dedos com força... Ela gritou sem nenhum pudor e não demorou muito para eu sentir seu corpo tremer violentamente e ela soltar um último gemido muito alto, sinalizando que ela havia chegado ao orgasmo...



Fiquei mais uns minutos a lambendo e depois escalei seu corpo com os lábios... Ela estava com um sorriso satisfeito e me olhando de uma forma como se estivesse dizendo: ''Vai ter troco...''. Quando ela estava vindo me beijar, meu celular nos atrapalha... O ignorei e a beijei... Ela preocupada se separou.

- Não! Quero continuar... - disse beijando seu pescoço -

- Pode ser algo importante. - me empurrou pelos ombros - Atende, Mari...

Bufei e saí do sofá e corri em direção ao meu celular, era um número que eu não conhecia.

- Alô.

- Mariana?

- Pois não?!

- É o Guilherme Vitacci, lembra-se de mim?

Logo me veio na memória um senhor que adorava conversar comigo nas festas de dona Aline... Diretor de um jornal parceiro à revista dela... O jornal mais vendido do Rio de Janeiro e em outros estados do Brasil...



Oi, lembro sim...

- Dona Aline comentou agora que você havia se demetido por problemas pessoais em casa... Ficou preocupada com seu desemprego e logo me ocorreu... Devo confessar que ela ocorreu à pessoa certa, porque sempre sonhei em tê-la trabalhando comigo, mas é claro, em um cargo digno que uma funcionária eficiente como você mereça trabalhar. Gostaria de marcar uma reunião para podermos resolver este problema?

(continuação)

Manu

Mariana falava atenta no telefone... Não sei definir se ela havia gostado ou não da notícia, mas parecia surpresa. Ficou uns 15 minutos conversando, anotou umas coisas no seu caderno e depois de mais um pouco de blablabla que eu fiquei com preguiça de observar, desligou.

- E aí? - perguntei curiosa -

- Acho que recebi uma nova proposta de emprego. - falou pensativa - Sua mãe me indicou... A entrevista será amanhã...

- Minha mãe? Mas ela não te demitiu? - falei desconfiada - É claro! Ela se arrependeu e agora tá se redimindo...

- Não sei! Tá bom demais pra ser verdade...

- Quer dizer o que com isso?

- Seilá... A proposta pode não ser muito favorável...

- Não vamos pensar negativo! - fui em sua direção e segurei seu rosto com as duas mãos, a dando um selinho demorado - Pensa positivo que vai dar tudo certo. - falei tentando acalma-la -

- Espero... - disse insegura -

O resto do dia a Mariana passou insegura... Fizemos amor mais algumas vezes e ela adormeceu que nem bebê de noite... Por algum motivo, peguei alguma insonia e não consegui dormir, portanto fiquei fazendo no seu carinho e observando seu rosto enquanto dormia...

Deixei o celular de lado e respirei fundo, torcendo para que a conversa de amanhã não mudasse minha amizade com a Flávia...

Depois de pensar um pouco, consegui dormir... Quando acordei, Mariana não estava... Só avistei uma linda cesta de café da manhã do lado e um bilhetinho.

''Para compensar o seu de ontem! Me deseja sorte... Beijos, te amo independente de qualquer coisa!''

Sorri e dobrei o bilhetinho, colocando na altura do coração e sorrindo feito boba... Aliás, era meio óbvio que eu era boba por ela, né?!



Comi meu café da manhã com calma e recebi uma ligação da Flávia... Combinamos de nos encontrar em um restaurante por perto e assim fizemos. Quando a vi, ela estava bem mais bronzeada devido ao sol que havia feito no dia anterior... Parecia feliz.

- Bon jour! - falou me cumprimentando com dois beijinhos e se sentando na mesa -

- Tá tão feliz! - comentei -

- Que nada... Só acordei de bom humor.

O garçom apareceu anotando nossos pedidos e logo se foi.

- Então, Flávia... Queria falar com você. - fui direto ao ponto, odeio enrolações, vocês sabem! -

- Sou toda ouvidos.

- Hm... Bem... Eu e a Mariana voltamos...



Manu (continuação)

Na hora que eu falei, uma ambulância havia passado na rua, fazendo barulho suficiente para ela não ter ouvido.

- O quê? Não escutei.

- Eu e a Mariana voltamos.

Ela arregalhou os olhos.

- Sério?

- Sério. - fiquei receosa da reação dela -

O garçom apareceu com os nossos sucos... Ela ficou em silêncio enquanto abria o canudinho e bebia o suco. Até que ela me olhou e finalmente falou:

- Mas como que isso aconteceu?

Expliquei a história toda para ela e ela ouviu parecendo surpresa em algumas partes, séria em outras, mas em nenhum momento furiosa.

- Uau, Manu! To feliz por você, sério mesmo! - disse sorrindo, pelo menos parecia um sorriso sincero - Mas e essa entrevista da Mari?

- Ela está lá agora... - falei mostrando para ela minhas mãos tremulas - Ansiedade. - as expliquei -

- Entendi...

Um silêncio ficou...

- Sabe, eu queria falar isso pessoalmente pra você porque eu não queria que mudasse nada na nossa amizade.



- Imagina, amiga... - ela segurou as minhas mãos e me olhou fixamente nos olhos, senti um frio na espinha - Nós ficamos sim, foi bom sim... Ambas nos ajudamos em momentos muito dificeis... Não vou dizer que não sinto nada por você, porque seria mentira, mas eu fico feliz independente de qualquer decisão sua! Ainda mais em saber que você e a Mariana se acertaram de vez. Me deixa muito feliz, de verdade! - sorriu de novo -

Acabei sorrindo junto com ela. Flávia literalmente era um anjo na minha vida.

''Que comparação mais brega, Manuela...''

- Eu também não posso dizer que não sinto nada por você... Mas... A Mariana é o amor da minha vida, você sabe disso. Assim como a Carla é o seu amor da sua vida...



- Falando nela... - ela respirou fundo - O seu namoro com a Mariana não foi o único a ser reatado...

- Mentira! - falei empolgada - Você e ela voltaram? Me conta isso!

- Eu e ela conversamos... Eu ainda estava chateada com a atitude infantil dela de ter ficado com a Mariana, mas... Eu amo tanto ela! - falou derretida - Sabe, eu e ela já superamos coisas muito mais dificeis do que essas...

O resto da conversa foi sobre o reato dos nossos respectivos namoros... Estávamos em um clima tão amigavel que me deixou absolutamente feliz! Saímos do restaurante em meio de risadas, quando o meu telefone toca... Era a Mariana! Imediatamente me lembrei da entrevista e meu corpo começou a ficar tenso outra vez.

- Meu Deus! É a Mariana!



- Atende logo! Pode ser sobre a entrevista...

Não esperei nenhum segundo para atender...

- E aí, amor?

- Você pode me encontrar à noite lá em casa?

- Posso, mas... O que aconteceu? A entrevista era sobre o quê? Deu certo?

- Depois a gente se fala... Pode ser? - ela estava falando muito rápido e de forma fria -

- Tá, né...

- Até de noite, não se esquece.

- Tá bom, Mariana, já entendi. - falei um pouco irritada com a grosseria dela -

- Beijo.

- Tchau. - desliguei -

- E aí, como foi? - Flávia perguntou ao ver minha cara que não devia estar nada boa -

- Ela quer conversar comigo de noite. - falei desconfiada -



Capitulo 43 - O vento vai dizer...

Manu



O dia todo passei muito tensa por causa da ''conversa'' com a Mariana... Sim, conversa está entre aspas porque não se pode chamar aquilo de diálogo, já que ela foi super fria comigo. E quando a Mariana ficava assim... Bem, não sabia muito do que se esperar.

Conversei com as meninas, elas me acalmaram... Falaram mil e uma coisas para me consolar e fiquei até melhor... Um pouco...

A noite chegou e a Mariana não me ligou ainda...

- Ela ainda não me ligou. - falei frustrada -

- Liga pra ela, oras. - Babi -

- Não quero ficar muito em cima!

- Que besteira, garota... Ela é sua namorada! - Ju falou balançando a cabeça negativamente -

Não respondi, apenas mordi o lábio inferior em sinal de nervosismo e fiquei olhando pro meu celular... Meia hora de conversa com as meninas se passou e o meu celular tocou, e era a própria.

- Vem pra minha casa? - nem ''oi'' falou -

- Oi pra você também, Mariana.

- Oi... Então, vem?

- Algo importante pra pressa?

- Vem logo!

- Tá bom, tá bom... - falei assustada com a grosseria dela - Beijos.

- Beijos!

Desliguei.

- Ela quer que eu vá agora... - falei ainda nervosa -

- Então vai. - Babi -

Parecia que para elas tudo era tão simples...

- Eu não! Vou demorar uns minutos só pra torturar mesmo... Ela tá grossinha demais pro meu gosto.

Feito e dito... Marquei uns 20 minutos e saí de casa... Quase roí as unhas no trajeto para a casa dela, quase...

Quando toquei a companhia, a demora que foi para atender pareceu maior do que a minha de ir para lá... Finalmente a tortura sessou e a Mariana abriu só um pouquinho da porta, me permitindo apenas vê-la vestindo um vestido longo, preto... Levemente maquiada... Linda... Mas estranhei a ocasião pro visual dela.

- Foi para algum lugar? - falei arqueando as sobrancelhas -

Ela apenas balançou a cabeça negativamente, sorrindo... Antes que eu perguntasse qualquer coisa, ela abriu a porta da casa por inteiro e me permitiu ver o que me deixou além de surpresa, atônica.



A casa estava com as luzes apagadas, e apenas velas iluminavam estratégicamente o local... Tocava um som baixo, calmo, deixando o clima perfeito para a mesa de jantar linda que ela preparou.

Abri um largo sorriso de alívio, surpresa, paixão e outros sentimentos juntos...

- Você é uma caixinha de surpresas, Mari...

- Entra. - falou sorrindo e me deu passagem -

Não só entrei, como a abracei e a beijei com paixão... Ela correspondeu, alisando as minhas costas... Já estava levantando seu vestido, quando ela colocou as mãos nas minhas, me impedindo.

- Calma... Vamos ter tempo para isso. Primeiro, vamos jantar... Depois, quero dançar esse sonzinho gostoso com você... E depois...

- E depois...? - mordi seus lábios -

Ela sorriu maliciosamente e se afastou, pegando na minha mão e andando em direção à mesa.

- Não acredito que além do jantar romântico, ainda tem minha comida preferida!

- Como poderia escolher seu querido Penni ao molho branco?

- Verdade, não poderia esquecer...

Sentamos na mesa, uma pertinho da outra... Ela pegou uma garrafa de vinho...

- Sinto que iremos ter uma comemoração hoje...

- E teremos.

Encheu a taça dela, logo depois a minha... Nos preparamos para fazer o brinde.

- Um brinde para nós duas, para o nosso amor... - sorrimos juntas e ela tornou a falar - E para sua namorada, que não é mais desempregada.

Sorri com o brinde, sorri com a notícia... Sorri por tudo...

Brindamos e comemos em uma clima melhor impossível... Em meio de brincadeiras... Eu rindo quando ela se sujou com o molho branco... Ou ela me sacaneando com a rapidez que eu ficava corada com o vinho...

O tempo passou e nem percebemos...



Mari



Fui para a entrevista de emprego com muito receio. Eu estava tão desconfiada que nem sabia o que pensar direito... Para mim, era no mínimo estranho a mãe da Manuela ter me demitido e logo em seguida me arranjado um emprego até melhor do que o dela. Isso, no mínimo, era suspeito.

Cheguei no horário, mas o senhor Vitacci chegou bem mais atrasado... Para piorar meu terror, dona Aline estava ao seu lado.

''O que ela faz aqui?''

- Mariana! - me comprimentou de forma calorosa -

- Olá, senhor Vitacci. - falei sorridente - Senhora Aline... - acenei com a cabeça -



- Mariana. - só disse isso -

- Então, vamos ao que interessa... Siga-me, Mariana. - falou entrando em direção a uma sala que parecia sua -

Entramos na sala e eu fiquei espantada com o luxo... E o tamanho também... Não que eu não estivesse acostumada ao luxo da sala da dona Aline ou da sala da própria Manuela, mas... Quem é pobre nunca se acostuma de vez, né? Ele pediu para eu me sentar e eu me sentei em um sofá branco de couro que ficava em frente à sua cadeira... Dona Aline sentou-se numa poltrona do lado da cadeira dele... Quem olhava a cena, parecia que eles eram meus psicólogos ou algo do tipo.

- Dona Aline me falou sobre seus problemas no trabalho... Problemas de adaptação com a empresa... Fiquei lisongeado quando ela me noticiou sobre sua demissão... Ela mais do que nunca sabe que é um sonho tê-la trabalhando comigo

- Agradeço as palavras, senhor Vitacci... - falei ainda esperando a proposta -

- Então, gostaria de oferecer minha proposta de emprego... Bom, nos meus planos iniciais, eu pretendia te mandar para o filial de São Paulo... Lá você iria ter estrutura o suficiente, uma situação financeira mais estável e uma oportunidade de crescer em sua carreira de jornalista muito maior...

Ele levantou-se da cadeira e foi pegar uma água para beber... Nesses movimentos rápidos dele, meus unicos pensamentos foram:

''Sabia! Sabia! Dona Aline quer me afastar da Manuela... Mas nossa, que tentação essa proposta... Mas... Sem a Manuela, não vou a lugar nenhum e ponto final.''

Respirei fundo e determinada pensei:

''Desempregada outra vez...''

Ele voltou à sua cadeira.

- Mas, dona Aline conversou melhor comigo e retomei minha idéia... Aqui no Rio você pode crescer tanto quanto em São Paulo, e suas estruturas e situações financeiras poderão ser as mesmas, desde que você trabalhe como diretora do setor de educação e mídia da revista.

Arregalhei os olhos com a proposta.

- De-desculpa mas... - respirei fundo - Você quer que eu seja diretora de um setor? Mas... Eu só...

Ele interrompeu, dando um riso generoso quanto à minha reação.

- Você é genial. Aline tem todos seus relatórios guardados... Sempre soubemos que você era uma promessa. Pena dela não poder aproveitá-la como devia, já que a direção desse setor dela é ocupado por anos... Mas como não sou de jogar oportunidades fora, você pode ler este contrato... - o deu em minhas mãos - E caso aceite trabalhar comigo, assinar.



Olhei para Dona Aline, estranhando a atitude dela... Mas ao mesmo tempo, profundamente agradecida... Ela não falou nenhuma palavra durante a conversa, o que era um sinal que provavelmente conversaríamos depois.

Li o contrato e assinei tremendo de felicidade... Conversei mais um pouco com o senhor Vittaci, que logo depois teve que sair para uma reunião importante...

Sobrou apenas eu e a Dona Aline na sala... Ela se levantou sem dizer nada e foi até a porta, sem antes eu lhe dizer:

- Dona Aline, espera!

Ela parou.

- Por que fez isso por mim? - perguntei -

Ela virou, com um sorriso terno...

- Minha filha é a minha vida. É tudo para mim. Portanto, quem a ama a tal proporção que seu amor pareceu ser por ela, também merece meu amor.

Sorri também...

- Obrigada.

Ela piscou e saiu, me deixando completamente feliz... Tão feliz que me surgiu uma idéia: Surpreender a Manuela.

A liguei, fui fria no telefone, para que ela não desconfiasse das minhas intenções... A mandei me encontrar de noite no meu apartamento, onde eu preparia um jantar à luz de velas para ela com a comida dela preferida e iria aproveitar para contar a notícia.

Coloquei um sonzinho gostoso, uma roupa decente, uma maquiagem leve e a esperei...

Ela apareceu lá em casa desconfiada, mas amou a surpresa... Jantamos em um clima romântico e extremamente agradável... Em meio de brincadeiras e declarações...

Sem dúvida, o dia estava sendo maravilhoso!

Capitulo 44 - I'll take to another world...

Mari

Depois de terminarmos o jantar, começou a tocar uma música que eu amava... Bem, Manuela não gostava muito das músicas que eu, mas pareceu gostar da música que tocou.

http://www.youtube.com/watch?v=l7QH7KbGFqQ (Ouçam, importante pra cena!!)

- Paralamas? - falou como se realmente reconhecesse -

- Seguindo estrelas... - confirmei a pergunta dela com o nome da música da banda - Você com bom gosto musical? Fico até lisonjeada! - falei brincando -

Ela fez bico.

- Meu pai costumava tocar essa musica pra mim... - fechou os olhos, agora sorrindo sentindo a música - Ela me preenche de boas lembranças... - os abriu de novo e se levantou da cadeira, andando até a minha direção - Contando com hoje...

Sorri antes de beija-la apaixonadamente... Em nenhum momento ousamos mudar o ritmo do beijo... Era lento, profundo... Parecia que estávamos nos fundindo... Por um momento, atentei ao refrão da musica que ecoava...

''Já não consigo não pensar em você...

Já não consigo não pensar... em você...''

Ao fim da música, nos separamos do beijo com selinhos... Mas ainda de testas coladas

- Te amo. - falei de olhos fechados -

- Eu te amo mais ainda... Mas... - me empurrou no sofá e sentou-se no meu colo -

- Mas...? - falei sorrindo maliciosamente enquanto ela mordia meu lábio inferior -

Sem desgrudar a testa da minha, ela pegou o controle do som e colocou em uma rádio que ela gostava...

http://www.youtube.com/watch?v=16N8Zhhhins

- Estamos em um filme pornô? - perguntei rindo, me referindo à música -

- Quase... - disse saindo do meu colo -

Foi inevitavel não ficar de queixo caído quando ela saiu do meu colo e começou a dançar sensualmente na minha frente no sofá, enquanto tirava a peça de suas roupas com calma, mordendo os lábios, desalinhando os cabelos... Era tão sensual... Tão provocante... Ela sorria maliciosamente, se aproximava de mim, aproximava nossos rostos, mordia o meu lábio inferior... Me deixando louca de desejo... Quando eu a beijava, ela se afastava, balançava a cabeça negativamente...



Era um jogo de tortura... E eu não sabia joga-lo!

Até que uma hora ela sentou-se no meu colo... Apenas de roupa íntima... Mordeu meu pescoço, rebolou no meu colo, me fazendo ofegar...

- Vou tirar sua roupa... Mas... - mordeu minha orelha - Você não vai poder me tocar...

- Tá... bom... - falei totalmente passiva, ops, obediente -

Ela me deitou no sofá, se colocou em cima de mim e tirou a minha blusa, enquanto beijava e mordia meu pescoço, falando safadezas que me levavam a um estado de tesão quase insuportável... Beijou meus seios por cima do meu sutiã, antes de tirá-lo por completo... Os contemplou, mas não os chupou... Tirou minha calça enquanto beijava minha barriga e mordia, deixando marcas que provavelmente iriam durar dias... Ela subiu e voltou a me beijar ardentemente...

- Posso te tocar agora? - falei entre o beijo -



Ela nem respondeu... Apenas balançou a cabeça negativamente, com aquele sorrisinho de safada...

A música já havia mudado... Estava tocando outra que eu conhecia até...

http://www.youtube.com/watch?v=8ucz_pm3LX8

Ela me sentou de novo no sofá, e começou a dançar em cima de mim... Rebolava com maestria, esfregava seu sexo no meu, criando um atrito delicioso... Eu apenas a olhava com desejo quando seus seios se aproximavam do meu rosto... Fiquei intacta, apenas vendo-a e não querendo estragar aquele clima por nenhuma desobediência minha na brincadeira...



Enquanto dançava, ela cantava as músicas em um susurro, com os lábios colados no meus... Não resisti e a agarrei, a beijando de forma ardente, apertando seu corpo contra o meu... Ela não hesitou... Nós estávamos tão excitadas que nem nos despimos mais... Ela colocou sua mão dentro da minha calcinha e eu coloquei minha mão dentro de sua calcinha, enquanto nos penetravamos com dois dedos no mesmo ritmo... Eu rebolava nos seus dedos, ela rebolava nos meus dedos e no meu colo... Nossos gemidos começavam a aparecer e interromper o beijo... E se tornavam cada vez mais alto e inevitáveis de não serem escutados... Não demorou muito e chegamos no orgasmos juntas... Abraçadas... Com o coração acelerado...

- Aonde... que... aprendeu a fazer streap?

Ela riu.

- Nasci sabendo... - segurou meus dois rostos com a mão e me deu um selinho demorado - Gostou?

- Adorei... - sorrimos - Como te recompenso? Hm... Vamos ver... - a segurei no colo e ela se surpreendeu -

- Sua louca! Vai me deixar cair no chão...

- Vou é te levar pro quarto!

A joguei na cama do meu quarto a beijando desesperadamente, aproveitando as poucas peças de roupa que ela tinha... Beijei seus seios por cima do sutiã com desejo, antes de tirar o mesmo... Me perdi por longo tempo nos seus seios, ela apenas gemia, bagunçava meus cabelos... Desci meus beijos para a sua barriga mas não perdi muito tempo nela, desci e tirei sua calcinha com os dentes... Ela olhava esse meu gesto com os olhos mel que estava castanhos de desejo... Ao tirar a calcinha por completo, beijei cada pedacinho da sua perna, subindo devagar até suas coxas grossas e definidas... Beijei as partes internas, cada vez me aproximando mais de sua intimidade... Ela já ofegava... Para provoca-la mais, eu passava a unha devargazinho pela parte externa das suas coxas... Ela se contorcia... Diferente dela, não fiz joguinho nenhum e mergulhei logo em sua intimidade encharcada... Ela gemeu... Puxava meus cabelos, chamava meu nome... Seu corpo queimava, tremia... Ela se contorcia, chamando meu nome... A penetrei dois dedos enquanto a chupava e ela gemeu alto e em bom som... Após alguns minutos, senti seu gozo escorrendo na minha boca...



Nos amamos o restante da noite em todos os comodos da casa... Banheiro, chuveiro, cozinha, quarto de hospedes, área da cozinha... Dormimos no tapeta da sala quando estava amanhecendo, completamente exaustas de tanto prazer, amor e felicidade, pois saberíamos que essa noite abriria um começo de um novo rumo de nossas vidas

Capitulo 45 - Piece of always

Manu

Dois anos se passaram... Dois anos... Parece pouco falando, mas na prática, acontece muita coisa, né?

Já que vocês sabem que eu não sou muito paciente, vou tentar resumir os acontecimentos...

Flávia e Carla voltaram de fato, e continuam juntas até hoje... Carla começou a morar no Rio e, por não desgrudar da Flávia, acabou se tornando uma grande amiga minha e das meninas também. Ah... Falando em meninas, lá vem a noticia bomba: Ju e Babi começaram a namorar ano passado! Sim, pasmem... Minhas melhores amigas se apaixonaram e só vieram me contar quando começaram a andar de mãos dadas, vê se pode?! O mundo gay é um ovo mesmo...



E falando em namoro, não devo deixar de citar que eu e a Mariana firmamos de vez o nosso relacionamento... Durante esses dois anos nunca me senti tão feliz, apaixonada e completa... Sem dúvidas, ela é o amor da minha vida e nós nos completamos. Me aproximei bastante da Adriana - que finalmente passou a gostar de mim, afinal, quem não gosta? brincadeirinha. - e do Eduardo... Ambos me ajudaram em muitas coisas... Aliás, diga-se de passagem que a Adriana foi uma excelente professora na hora de me ensinar a dirigir meu carro. Sim! Aquele carro que minha mãe tanto falava que ia me dar e só resolveu me dar quando a Mariana comprou o dela. Bom... Antes tarde do que nunca, né?

Onde eu estava mesmo? Ah... Eu e Mariana! Bem, não só firmamos o relacionamento, como começamos a morar juntas ano passado também... As despesas a gente divide, já que agora minha linda, competente e trabalhadora diretora do setor de mídia e educação de uma das melhores revistas do Brasil estava bem sucedida. Não só bem sucedida, como se tornou um dos maiores xodós da minha mãe... Elas se davam tão bem que ás vezes eu desconfiava que elas se amavam mais do que me amavam... Brincadeirinha, de novo.

Outro fato histórico e engraçado: Mariana e Flávia se tornaram grande amigas também... Bom, demorou um pouco, já que a Mariana era meio insegura, mas depois de um tempinho, elas pareciam amigas de velha data.

''Como tudo passa rápido...''

Em uma rápida retrospectiva dos últimos acontecimentos, ali estava eu. Em um banheiro desconhecido, terminando de vestir minha roupa de formanda - que me deixou parecendo uma velha, diga-se de passagem -, fechando uma etapa fundamental da minha vida... Iria terminar a faculdade, deixar de estudar e finalmente trabalhar, viver que nem uma adulta... Não sabia definir meus sentimentos quanto à isso... Só sei que eu estava pronta para isso tudo. Coloquei o chapéu, me olhei de novo no espelho e respirei fundo...

Quando saí do banheiro, percebi que havia demorado bastante para me arrumar, a tal ponto que nem acompanhei a organização do pessoal, o professor já estava fazendo discurso e eu nem ali sentada. Tentei dar um jeito, aparecer ali de fininho e sentar no lado da minha fiel amiga que teve o bom gosto de fazer jornalismo comigo: Flávia.



- Demorou tanto assim para se arrumar? - ela disse susurrando para não comprometer o discurso do professor -

- Pra você ver... - susurrei também -

Rimos cúmplices.

- Todo mundo tá aqui... - disse ela apontando discretamente para a platéia -

Olhei e percebi que todos estavam mesmo... Minha mãe, as meninas, Edu, Dri, Carla, pessoas da família, como tios etc e outros amigos... Quando comecei a me preocupar com a ausência de certa pessoa, a vi... Linda, na primeira fileira... Abri um sorriso ao vê-la e seu olhar me encontrou... Nosso olhar se encontrou... Apaixonado e intenso como sempre... Sorrimos juntas...



Aí depois disso, houve muitas homenagens chatas, muito ''bla bla bla'' que eu e a Flavia não suportamos e começamos a conversar... Quem já se formou em qualquer lugar sabe o quanto é chato. Os professores nos entregaram o diploma naquele estilo clássico que deveríamos levantar quando o professor chamava nossos nomes... Enfim, tudo que se acontece numa formatura, aconteceu. E me entendiou.

Meu tédio enfim só acabou quando ouvi meu nome sendo anunciado por um motivo que eu não sabia o qual, já que estava pensando na morte da bezerra.

- Ãn? O que?

- Vai, Manuela, a turma te elegeu como oradora!

- Sério? - ergui o olho espantada -

- Sério! Vai logo...

Disse me empurrando... Fui andando e driblando as pessoas sentadas até chegar aquele balcãozinho onde fazem o famoso discurso de formatura. O professor me olhou sorrindo - sorrindo porque se ele me odeia? - e entregou o microfone.



Bom... Fiquei meio sem reação... Eu sabia da idéia inovadora da escolha do orador ser surpresa, mas em nenhuma parte do mundo imaginei que poderia ser eu. Logo eu, que bagunçava todas as aulas, matei diversas aulas durante todos esses períodos...

- Eu... Er... Bom... - respirei fundo - Ainda to surpresa com isso. Não é todo dia que somos oradores...- falei sorrindo e descontraí as pessoas, que riram junto comigo - Bom... - respirei fundo - Quando entrei na faculdade de jornalismo, não entrei apenas para me preparar para o futuro, e sim para motivar uma paixão, um sonho, um objetivo que não só eu como muitos daqui temos. - pausei e olhei para a platéia, todos me olhando... olhei para minhas mãos tremulas e prossegui - Essa paixão nos deu a exata determinação de chegar aonde nós estamos... Nos formando em uma das melhores faculdades do Rio de Janeiro, encerrando um período de nossas vidas em que nossa única responsabilidade é apenas abrir um livro ou estar presente nas aulas. Agora crescemos, amadurecemos e enfim, aprendemos. Com esforço, dignidade, conseguimos atravessar todos os empecilhos e chegar aonde estamos. - respirei fundo de novo - E é com a imensa felicidade que eu anuncio que cada um daqui atingiu seu objetivo de se formar e chegará em casa com um diploma e um sorriso nas mãos! Parabéns, formandos da Puc... - sorri - Conseguimos!



Todos se levantaram e aplaudiram meu discurso completamente improvisado, porém, sincero... Olhei para todos na platéia... As meninas... Minha mãe... E enfim, a Mari... A minha felicidade não poderia ser maior!

O professor pegou o microfone:

- Queridos alunos, o evento se encerra por agora! Parabéns a todos!

Quando o professor falou isso, veio a clássica hora de todos jogarem os chapéus... Me senti tão feliz... Tão adulta que nem sabia o quanto.

Fui cumprimentar todo mundo... Até que cheguei na Mariana, que me abraçou com força.

- Parabéns, meu amor... Seu discurso foi lindo!



- Foi um desastre! Eu não sabia o que estava falando... Estava nervosíssima... Nunca iria pensar em ter sido escolhida. Logo eu que sou o péssimo exemplo de aluna...

- Não te escolheram pela aluna que você é... E sim pela pessoa que você é. - falou colocando meu cabelo para trás e me fazendo sorrir - Não haveria ninguém melhor aqui para discursar...

Corei com as palavras dela e reparei que seus olhos estavam inchados.

- Você estava chorando?!

- Er... Bem... Sabe que eu me emociono com essas coisas...

- Ai, não acredito! - falei antes de abraça-la com força e aperta-la, enchendo de beijos - Meu bebê tava chorando, tava?!

- Ai, para de me apertar... - falou fazendo dengo -



- Não! - falei dando um beijo na bochecha dela - Vamos pra casa?

- Mas Manu! Temos que comemorar com a sua família e seus amigos.

- Eu quero ir pra casa com você... Não aguentei ficar o dia todo longe de você... Essa correria de formatura me deixou longe do meu amorzinho... - falei a abraçando -

- Eu também não aguentei... - suspirou - Mas vamos comemorar com as pessoas e depois vamos para a casa, ok?!

- Ok, né...

Fomos à um restaurante comemorar minha formatura com os nossos amigos e uns familiares... Foi uma noite inesquecível... Me senti feliz em todos momentos, rodeadas das pessoas que eu amava e que sabia que me amavam também...



Depois do jantar, eu e a Mari fomos para casa finalmente no seu carro... Não estava suportando mais a saudade de tá com ela... E o efeito do vinho que tomei no restaurante aumentou meu tesão por ela...

Eu roubava beijos quentes seus já no corredor... Mas ela hesitou...

- Ih, que que houve? - perguntei estranhando - Menstruou logo hoje?

Ela riu alto.

- Não, bobinha... - disse girando as chaves da casa - Tenho uma surpresa pra você.

- Surpresa? - falei sorrindo - Me mostra, vai...

- Mas... - disse antes de abrir a porta - Você vai entrar sozinha.

- Hm, que mistério... Tá bom então...



Ela abriu a porta para mim e tudo estava escuro, quando eu entrei completamente ela fechou a porta do mesmo sem entrar. Acabei rindo da situação e acendi as luzes da sala... Fiquei abobada... Ela estava cheia de pétalas vermelhas no chão, com ursinhos e caixas de presentes embrulhados espalhados pela sala... Sorri ao ver tudo e mais ao perceber um bilhete na mesa, que prontamente abri e li:

''Surpresa, amor! Tá gostando? Mas... Calma... Ainda não acabou. Esse bilhetinho é um dos vários que você ainda irá ler. Tá vendo essas pétalas no chão? Então... Siga-as até avistar o próximo bilhete. Faça isso até achar o bilhete número 6, que é o último. Estarei te aguardando quando você o ler... Boa sorte!''

Sorri com tudo aquilo e segui a trilha que as pétalas indicavam... O primeiro bilhete achei apoiado em um móvel que havia no nosso corredor, ao lado de um jarro de flores.

''Primeiro, queria dizer que você é o amor da minha vida.''

O sorriso não saía do meu rosto... Ainda mais ao ler aquela letra linda me dizendo palavras tão sinceras...

Continuei seguindo as pétalas até o segundo bilhete, que estava colado na parede ainda no corredor...

''E você é a menina mais metida, egocêntrica, patricinha e chata que eu conheço... Mas ainda sim, é a mais linda, encantadora e apaixonante...''

Trilhei até o terceiro bilhete, não muito distante do segundo... O coração acelerado...

''Nunca poderia imaginar que uma menina, apenas uma menina, pudesse me despertar sensações, desejos e sentimentos que eu mal sabia que existiam.''

A trilha continuou... Peguei o quarto que estava na porta do quarto de hóspedes que estava fechada.

''E hoje mais do que nunca tenho certeza de que é do seu lado que eu vou ficar para sempre, pois não me imagino com mais ninguém além de você.''



Continuei a trilha... Meus olhos já estavam úmidos... O penúltimo bilhete parava na porta do nosso quarto.

''Obs: O último bilhete está em baixo de você.''

Olhei para baixo e peguei o último bilhete, que estava do lado da última pétala.

''Diante disso tudo que eu declarei... Queria te fazer uma pergunta. Abra a porta e descobrirá.''

Quando abri a porta, dei de cara com a Mariana...

''Espertinha, entrou pela porta da cozinha e eu nem vi...''

Ela me olhou sorrindo... Parecia trêmula, nervosa... E eu não sabia se sorria, pulava... Não sabia descrever meus sentimentos, mas eu sabia que todos eram intensos...

- Que que é isso, Mariana? - disse sorrindo, tentando disfarçar meus olhos úmidos -

Ela se ajoelhou à minha frente, mostrando uma caixinha preta... Arregalhei meus olhos com tudo aquilo... Meu coração pulou...

- Lê o ultimo bilhete de novo. - disse com os olhos mais profundos que eu poderia ver -

Li o bilhete...

''Diante disso tudo que eu declarei... Queria te fazer uma pergunta:''

Não li o resto, apenas a olhei, que deduziu o fato de eu a olhar como se tivesse terminado de ler e completou, me olhando e sorrindo:

- Quer se casar comigo? - disse antes de abrir a caixa e exibir duas lindas alianças -



Meu coração pulou no peito... Não sabia onde buscar ar... As lágrimas saíram inevitavelmente dos meus olhos... Fiquei em silêncio a olhando por não sei quanto tempo, mas o suficiente para ela falar algo:

- Hora de você responder... - disse apreensiva né -

- Você tá brincando, né? - ela fez uma carinha de decepção tão engraçada que eu não pude deixar de completar: - É óbvio, é lógico e é fato que eu quero casar com você! - a levantei do chão, agora ela sorria de uma forma única - Eu te amo! - disse sem conseguir segurar as lágrimas - Nunca recebi algo tão lindo de alguém...

Ela sorriu e puxou minha mão, colocou a aliança no meu dedo... Fiz o mesmo com ela... Nos olhamos de novo... Nosso olhar dizia tudo... Dizíamos que nos amavamos em silêncio e outras coisas que não podíamos definir... Já estava definido.

Mari



Ao pedi-la em casamento e ver aquele seu olhar cor de mel me dizer todas as coisas que sentíamos, não pude ter dúvida de que fiz a escolha certa... Em não renegar o amor, em não renegar mais meus sentimentos por ela... Em viver com ela em extrema felicidade, em paz... Era apenas isso que eu precisava.

Nos aproximos devagar e nos beijamos apaixonadamente, iniciando uma noite de amor que foi uma das mais intensas de nossas vidas, que agora estavam entrelaçadas até que a morte as separassem.



FIM