Minha Querida Inimiga

Título de um conto de LETH CROSS, cheguei a ler dois de seus contos e adorei.

Espero que gostem.

Bjs

MINHA QUERIDA INIMIGA


LETH CROSS

PARTE 1



De repente, sua vida virou um caos. Sua vida bem estruturada, pontilhada pelo sucesso, pelo amor, tudo lhe fugiu entre as mãos como água, mostrando-lhe a fragilidade das coisas em que acreditava e julgava importantes em sua vida. Agora, ali sozinha em seu apartamento, pensava o que fazer da vida. Estava arrasada sentimental e profissionalmente.



E sabia quem era a responsável por sua desgraça. Sentia tanta raiva daquela mulher, que a mataria, se pudesse.Mas sabia que se fizesse isso, seria o coroamento de sua infelicidade. Iria para a cadeia. E ela não valia esse ato, aquela cadela! Tinha que vingar-se de um jeito que pudesse saborear o sofrimento contínuo daquela mulher. E iria conseguir isso, se planejasse bem.



Lauren Sawer a odiara desde o primeiro minuto, quando foram apresentadas. Não sabia o motivo, não encontrava uma explicação. Rebuscara em sua mente um motivo para tamanho ódio que Lauren parecia sentir por ela, mas não achava nada. Ela devia ser louca!



Haviam se conhecido na festa de fim de ano. Guilherme Sawer, o presidente da firma, havia oferecido uma festa em seu magnífico apartamento duplex na Quinta Avenida para a diretoria e funcionários de alto posto, e Bianca, sendo a assessora do presidente, também havia sido convidada. Guilherme Sawer havia se casado recentemente e aproveitava a ocasião para festejar dois meses de casamento e apresentar sua mulher à diretoria.



Bianca havia caprichado na roupa, comprara um vestido de Vera Wang especialmente para a ocasião, um longo azul escuro de seda, que caía sobre seu corpo esguio e alto como uma luva, prendera os cabelos negros em um coque elaborado, brincos de diamante e uma maquiagem perfeita, ressaltando os olhos azuis , as altas maçãs do rosto e os lábios carnudos.



Sabia que era bela e atraente, mas seu orgulho residia em saber que possuía seu cargo na firma por ser competente no que fazia. Estava há menos de meia hora no salão de festas do apartamento, conversando com dois diretores e suas mulheres, quando Guilherme Sawer se aproximou do grupo de braço dado com sua mulher.



Bianca a fitou com admiração. Ela era uma mulher bem mais jovem que o marido, devia ser mais ou menos de sua idade. Uma loura linda, de belos olhos verdes, cabelos louros presos para cima, uma boca sensual, uma covinha no rosto angular, corpo escultural em um vestido negro, que mostrava o colo imaculado no decote sensual. Um colar de diamantes atestava sua condição de mulher sofisticada.



Ela sorria, mas o sorriso morreu ao lhe ser apresentada. Bianca a fitou confusa, com a mão estendida, um sorriso paralisado em seus lábios. O que estava havendo? Por que ela a fitava com um olhar gelado, séria, sem apertar sua mão?



-Bianca Lancini? Já ouvi falar de você - Disse ela, com voz fria.



Guilherme Sawer riu.



-É claro, querida!É a minha assessora, aa mulher em que me apoio naquele emaranhado de negócios! Já lhe falei dela, a minha perfeita assessora.



Ela não sorriu. Olhou para Bianca dentro dos olhos e Bianca percebeu neles uma chama de animosidade.



-Ah, sim, já falou-me<.Bem, apresente-me as outras pessoas, querido...



E Bianca ficou ali chocada, depois que recolheu a mão que ela não quis apertar. Viu a loura sorrir para as outras pessoas, apertar suas mãos e trocar cumprimentos gentis com todos, até se afastar com o marido sem lhe lançar um simples olhar.



Bianca ficou pálida, sentindo uma ira intensa dominá-la.Quem aquela cadela pensava que era, para desprezá-la tão acintosamente? O que tinha contra si? Inveja? Mas ela era linda, e tinha muito mais que ela, era a mulher de um homem rico! Ciúmes? Impossível, Guilherme Sawer era um homem reservado e ela trabalhava para ele há mais de seis anos e sua relação com ele era apenas profissional!



Durante o jantar, Lauren Swer não se dirigiu à Bianca uma só vez. Ela conversava com todos com gentileza, sorria, mas não lhe dirigia uma palavra sequer.



Bianca passara da ira ao abatimento. Não conseguia entender aquela atitude tão acintosa de desprezo, era uma humilhação que a chocava. O que fizera, para ela tratá-la assim? Nem se conheciam antes dessa noite! Teria sido vítima de alguma intriga?



Quando o jantar terminou e todos foram para o salão anexo para conversar e ouvir música, Bianca despediu-se alegando uma forte dor de cabeça e foi embora. Só se despediu de Sawer, que a olhou constrangido. Ele devia ter notado o comporta-mento da mulher.



Chegou em casa e mal conseguiu dormir, enquanto lá fora as pessoas riam, bebiam, cantavam, soltavam fogos.



No dia seguinte, levantou cedo e foi ver Anne. Ela tivera que passar a festa de ano novo com os pais, mas havia marcado se encontrarem no apartamento dela no dia seguinte. Quando chegou, ela a abraçou e beijou com calor. Separou-se e a fitou sorrindo.



-Estava louca para vê-la! - Disse, acariiciando o rosto de Bianca - Ah, como senti sua falta! Lá na casa de meus pais estava tão chato!



Bianca sentou no sofá com ar desanimado.



-Pior que o meu final de ano, impossívell, garanto!



Anne a fitou surpresa.



-Por quê? Que houve?



Bianca contou tudo em poucas palavras. Anne a ouviu em silêncio. Quando acabou, fez a pergunta esperada:



-Mas por que ela a tratou assim?



Bianca ergueu-se, andando pela sala à esmo, de braços cruzados.



-Não sei. Já vasculhei minha memória, tentando lembrar se já a vi antes, mas nada me ocorreu.



-Acha que corre o risco de perder o emprego?



Bianca a fitou como se tivesse dito um absurdo.



-Perder meu emprego?!< Está brincando? Só porque aquela cadela não gostou de mim? Eu sou muito competente no que faço, entendo tudo sobre a empresa! Sou eu quem Sawer consulta para tudo, seria difícil Sawer arranjar um assessor como eu! Ele jamais faria isso!



--Bianca...conhece a frase que diz que ninguém é insubstituível?



-Isso não se aplica à< mim! Sawer já me disse diversas vezes que não saberia o que fazer se eu faltasse à empresa! Que confia em mim inteiramente!



Anne encolheu os ombros.



-Espero que esteja certa...



-Claro que estou! Eu quem resolvo os maiis difíceis problemas na firma, ele deixa tudo em minhas mãos! Sawer só faz ouvir o que acho de cada contrato, eu quem viajo atrás dos fornecedores, faço as compras das pedras preciosas e escolho os desenhos das jóias, ele é apenas um burocrata que assina os papéis! Vamos mudar de assunto, que esse está aborrecendo-me.



Anne levantou do sofá e abraçou Bianca, sorrindo sensualmente.



-Então, vamos comemorar o ano novo agoraa, na minha cama...



Bianca a beijou ardentemente. O desejo surgiu logo e Anne a levou para o quarto.



Estavam juntas há dois anos. Haviam se conhecido na empresa, onde Anne era desenhista de jóias. Bianca achara excitante a conquista, que começou quando fôra escolher os desenhos das jóias que seriam lançadas. A troca de olhares, os toques fingindo serem ocasionais, os sorrisos.



Bianca a chamara para almoçar, uma semana depois, e no almoço acabaram abrindo o jogo, revelando uma à outra suas preferências sexuais.



Bianca ganhava bem e era generosa com a moça. Bancava o aluguel do apartamento de Anne, dava-lhe muitos presentes e a levava a bons restaurantes, teatros e viagens de fim de semana em hotéis de luxo.Ter uma relação amorosa com Bianca era muito conveniente para Anne.





IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII





No dia seguinte Bianca chegou cedo no trabalho e atirou-se no trabalho logo que chegou à firma, procurando esquecer aquele maldito final de ano. Uma hora depois Sawer chegou e mandou chamá-la. Ela foi com vários papéis nas mãos, pensando que ele queria estudar as propostas de compras com ela, como sempre fazia. Mas logo que entrou na sala dele, percebeu que havia algo no ar. Ele a cumprimentou sério e seco, ao contrário de seu sorriso cordial de sempre.



-Sente-se, Bianca. Precisamos conversar..



Ela sentou diante dele sentindo uma sensação de incredulidade pelo que adivinhou que ia acontecer.Não, não podia ser!



-O que há, Sawer?



Ele cruzou os dedos das mãos, olhando para um ponto além dela com ar indiferente.Bianca conhecia aquele olhar.Era quando Sawer ia falar alguma coisa que o constrangia.



-Não é nada pessoal, Bianca. Mas lamentoo dizer que não continuará trabalhando para mim.



Bianca empalideceu. Não conseguia acreditar no que ouvira. Perguntou quase sem voz:



-Está falando sério?



-Estou. Já mandei fazeer as suas contas.



-Sawer! O meu trabalho de repente perdeu todo o valor? Você dizia que não poderia ficar sem minha colaboração! - Protestou, com voz opressa.



Ele falou sem a encarar:



-Foi uma boa colaboradora, mas preciso dde alguém mais atuante.



Ela ficou vermelha de raiva. Ergueu-se com o olhar chamejante, encarando-o.



-Alguém mais atuante! Seu cretino! Quanttas vezes eu trabalhei aqui até altas horas da noite sem receber nada por isso, quantas vezes sacrifiquei meus fins de semana levando trabalho para casa, ou viajando para resolver problemas da firma! E é esse o pagamento que recebo?



Ele a encarou friamente.



-Chega, está se excedendo! Aceite o fatoo e vá embora sem ofender-me.Nossa conversa terminou, agora é com o departamento de pessoal.



-Não terminou, não! Por que não fala a vverdade? Por que não confessa que está despedindo-me apenas porque sua mulher não foi com minha cara? Que você é um fraco, porque está sendo manobrado por ela, deixando ela interferir em sua firma sem motivo? -Disse ela, entredentes.



Ele a fitou com ar inseguro.



-Está enganada. Minha mulher não tem nadda a ver com isso.



-Tem sim, não sou idiota! Aquela cadela metida a rainha foi quem mandou você despedir-me!



-Não admito que fale assim de minha mulhher! -Gritou ele, erguendo-se - Retire-se agora!



Sem ele esperar, ela ergueu a mão e o esbofeteou com força. Ele ficou imóvel, fitando-a com incredulidade.



Ela afastou-se, jogando os papéis no chão e na porta, voltou-se e o fitou com olhar gelado.



-Agora eu saio. Mas você e sua mulher aiinda vão ter o troco.



Saiu, batendo a porta.



Bianca meteu seus objetos pessoais em uma caixa de papelão e saiu da firma de cabeça erguida, mesmo com seu orgulho profissional em farrapos. Em casa, jogou-se na cama chorando copiosamente. Sabia que tinha capacidade de arranjar outro emprego, mas a decepção e humilhação por que passara a deixara arrasada. E gostava de seu trabalho, que achava fascinante. Agora, o perdera, por causa daquela mulher!



À noite foi à casa de Anne.Precisava desabafar com alguém seu problema. Ela a recebeu com um olhar grave e opaco.



-Já está sabendo o que houve? - Perguntoou, entrando.



-Sim. Não se ouve falar em outra coisa nna firma. A briga de vocês foi feia, todos ouviram você xingando a mulher de Sawer.



Bianca sentou no sofá da sala, com olhar indignado.



-Xinguei mesmo, ela mereceu! Foi ela queem mandou aquele fantoche despedir-me, tenho certeza!



-Foi pior para você. >Sawer disse que agora só pagará o que lhe deve na justiça. E isso significa que você vai demorar a receber suas contas.



Bianca a fitou surpresa e furiosa.



-Aquele canalha está louco! Ele vai perdder o processo! E vou ainda acioná-lo por perdas e danos!



-Eu acho melhor você entrar em um entenddimento com ele. Será menos desgastante.



-Nunca! Ele humilhou-me, despediu-me sem motivo algum! Todos devem estar rindo de mim! Mas isso não vai ficar assim!



Anne encolheu os ombros.



-Bem, você quem sabe - Disse, em tom de descaso.



Bianca a fitou com súbita desconfiança. Depois do que havia acontecido, não confiava em ninguém daquela firma.



-Está contra mim, ao lado dele?



Anne desviou o olhar.



-Não tenho nada com a briga de vocês.



-Não aceitaria ser minha testemunha conttra ele, se eu precisasse?



-Não posso fazer isso. Perderia o meu emmprego - Disse Anne, friamente - Meu emprego é muito bom, ganho bem...



Bianca se ergueu, fitando-a enojada.



-Nunca lhe pediria isso. Mas foi bom sabber o que você faria se eu precisasse. Você não me ama, nunca me amou.Só gostava de desfrutar o que eu podia lhe proporcionar, mas agora a fonte secou, não é?



Ela a fitou com ar ofendido.



-Oh! É isso que pensa de mim?>



-Sim! Está tudo muito claro, Anne.Mas fiique sossegada, não vou fazer você perder o seu precioso emprego. Seja feliz e me esqueça!



Ela se dirigiu para a porta. Anne não a chamou para ficar. Ela saiu e bateu a porta atrás de si.



Bianca não foi logo para casa.Andou por vários lugares, dirigindo à esmo, com a mente em ebulição. Duas decepções. Uma com Sawer, outra com Anne. Sua vida profissional e sentimental haviam explodido como uma bolha de sabão.E tudo isso causado por aquela maldita mulher. Sentia a raiva queimando dentro dela, como um vulcão antes da erupção. Sentia uma ira surda que só seria aplacada com uma vingança. Tinha que se vingar da mulher de Sawer. Não com uma ação legal, que não a atingiria, e sim somente o marido. Tinha que ser algo que a atingisse profundamente, algo bem mais pessoal. Tinha que estudar os pontos fracos da mulher, o que ela mais amava, para dar um golpe certeiro. E iria começar a pesquisar isso o quanto antes.



IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII





Greenfield, MASSACHUSETTS - 1989 - 19 anos atrás





Lauren, mais conhecida pelo apelido de Barbie, aos 15 anos vivia a emoção do primeiro amor. Mas ao contrário da maioria das garotas de sua idade, que conversavam com as outras sob o objeto de seus desejos, ela se calava com vergonha do que sentia. Não podia revelar seu amor a ninguém, porque era um amor proibido e condenado pela sociedade: amava uma garota.



O pior é que a quem amava nem sabia de seu amor. Tantas coisas as separavam! O nível social, os amigos, suas vidas. Mas mesmo assim, seu coração pulsava mais forte e o seu olhar ficava enlevado quando via a garota que considerava a mais linda do mundo: Bianca Lancini. Só tinham em comum o fato de terem a mesma idade e estudarem no mesmo colégio.



Bianca era de família rica, ela era de família pobre. Bianca era extrovertida, cheia de amigas, e ela era tímida e sem amigas. Bianca fazia sucesso no colégio como a melhor aluna, além de ser a melhor levantadora do time de vôlei, Lauren não se destacava em nada. Então, Bianca era o seu ídolo e a amava e admirava em segredo.



Nesse ano, nas férias escolares, Lauren estava trabalhando no clube local, para ganhar algum dinheiro. E todas as tardes tinha o prazer de ver Bianca chegar para lanchar na lanchonete do clube, depois de nadar na piscina com amigas. Ela estava sempre acompanhada de Louise, uma garota muito bonita e antipática, com um ar presunçoso.



Lauren olhava para o corpo lindo de Bianca disfarçadamente. Ela era esguia e alta para sua idade, mas tinha ombros largos, braços fortes sem deixar de serem femininos, coxas e pernas esculpidas e um abdômen bem definido. Os seios pequenos e firmes, o biquíni branco contrastando com a pele bronzeada de sol e uma blusa branca de algodão, de corte masculino, jogada por cima do biquíni.



Atrás do balcão, Lauren a olhava fascinada. Teve inveja de Sandy, que era encarregada de servir os fregueses. Ela só vendia doces e salgados atrás do balcão e tinha de contentar-se em olhá-la de longe.



Bianca sentou numa mesa com Louise e Sandy foi atendê-las e voltou com os pedidos.Gritou para Joe, o cozinheiro:



-Dois hambúrgueres e duas cocas!



O olhar de Bianca cincunvagueou pelo local e seus olhos bateram nos da garota que a fitava fixamente. De longe, a garota na sombra, só deu para ver que era loura.Ficou curiosa. Ela as olhava tão fixamente! Se fosse bonita, valia à pena conferir e fazer amizade. Ergueu-se e falou com naturalidade:



-Espere aqui, Louise. Vou lá no balcão eescolher um doce.



Louise a fitou franzindo o cenho.



-Você sempre diz que não gosta desses doces !



-Engano seu. Às vezes, tenho vontade de saborear um.



Lauren tremeu quando viu Bianca aproximar-se. Ficou olhando-a imóvel, sem ação. Deus, ela vinha comprar alguma coisa com ela!



Bianca parou na frente dela, olhando-a com um ligeiro sorriso nos lábios vermelhos, mesmo sem nenhuma pintura. Os olhos azuis estavam risonhos e Lauren sentiu um arrepio. Como era linda!



-Oi...os donuts estão fresquinhos?-Perguntou Bianca, fitando-a com um olhar avaliador.



Era incrível o que sentia, apenas com a proximidade dela. Lauren tremia e não conseguiu responder.



Bianca recostou no balcão, olhando-a nos olhos com um sorriso. Que dentes brancos e perfeitos, era um sorriso belíssimo!



-Não vai me responder?>



Lauren engoliu em seco e falou, com um fio de voz:



-Os...donuts... acabaram de sair do forno há dez minutos.



-Ótimo! Então, quero um, por favor. Quannto é?



-Um dólar e meio.



Lauren moveu-se sentindo-se como que envolvida em uma nuvem dourada. Aqueles olhos azuis cravados nela a fazia ter arrepios de frio e calor. Pegou um guardanapo com uma mão trêmula e o pegador de doces com a outra . Abriu o vidro da vitrine e pegou um donut. Com o seu tremor, o doce caiu no chão. Nervosa, ela olhou para Bianca, que sorriu:



-Ooops! Calma,, não fique nervosa. Não tenho pressa.



Lauren pegou outro donut, colocou no guardanapo e entregou a Bianca, com a mão trêmula. Seus dedos se tocaram e Lauren enrubesceu.



Bianca deu à ela duas notas de um dólar e mordeu o bolinho, com prazer evidente.



-Hummm, que goostoso!



Lauren ficou imóvel, fitando-a, sem conseguir parar de olhá-la. Bianca a fitou com um sorriso agora malicioso, ela havia percebido sua perturbação.



-Porque está tão nervosa, garota? É novaa na função?



Lauren conseguiu sorrir, respondendo:



-Não, estou trabalhando aqui desde o iníício das férias escolares.



-Você estuda onde?

>



Barbie a encarou sorrindo.



-No mesmo colégio seu.>



Bianca ergueu as sobrancelhas perfeitas, em um ar admirado.



-É mesmo? Que estranho, nunca a vi lá!



-É porque você nunca me notou - Disse, ssem pensar.



Bianca a encarou sorrindo com charme.



-Que falta minha! Mas vou corrigir isso.... como se chama?



-Pode me chamar de Baarbie...todo mundo me chama assim.



-Barbie... é um nome bem adequado à você...parece mesmo aquela boneca. É muito linda e delicada.



Barbie a fitou muda de emoção. Ela a achava linda!



O doce diálogo foi interrompido pela chegada de Louise, que fitou Bianca com a fisionomia fechada.



-Bianca, estou cansada de esperar na mesa! As bebidas já estão quentes e você aí, conversando!



Bianca a fitou calmamente, franzindo o cenho.



-Estou conversando com Barbie. Sabia que ela é de nosso colégio?



Louise olhou para Bianca com frieza.



-Sabia, já a vi por lá. Vamos para a messa? - Disse, puxando-a pela mão.



Bianca voltou-se para Lauren, já acompanhando Louise.



-Sábado vou dar uma festinha lá em casa à noite, está convidada. Começará às oito da noite, sabe o endereço?



Lauren assentiu, muda de emoção. Quem não conhecia a casa dos Lancini? Era a mais bonita da rua Washington, uma das ruas mais elegantes da cidade.



Bianca e Louise se afastaram e Bianca acenou para ela.



E Lauren ficou ali imersa numa felicidade que a fazia ter vontade de cantar e sair dançando pelo bar. Bianca falara com ela! Dissera que era linda! A convidara para ir à sua festa!



Mas na mesa, Louise começou a discutir com Bianca. Estava furiosa. Ia para a cama com Bianca com freqüência e se considerava dona da garota. E o seu instinto de mulher farejara o perigo: Bianca estava interessada em Barbie!



-Você não me engana, Bianca!- Disse, asperamente - Eu vi! Você estava cantando aquela garota ridícula!



Bianca a fitou com frieza, tomando um gole da coca-cola.



-Você está louca!Será que não posso fazeer uma amizade, que acha logo que estou querendo trair você?! Ora, Louise, ridícula é você, e não ela!



-Eu conheço você bem, Bianca! Não pode vver uma garota, é uma sem-vergonha, metida a conquistadora! Mas comigo vai ser diferente! Essa pobretona, que se veste com roupas doadas pela igreja, não vai me colocar pra trás!



-Ouça bem, Louise, Baarbie irá à festa e será bem tratada por todos! - Disse Bianca, secamente - E se você a tratar mal, vai se ver comigo! E agora, chega dessa discussão idiota!



Louise calou-se, mas sua mente começou a arquitetar um plano. Iria afastar aquela garota do seu caminho antes que ela pudesse tomar o seu lugar. E não seria difícil conseguir isso.



Olhou para Bianca e sorriu inocentemente.



-Está bem, doçura...voocê venceu. Não quero brigar com você por causa daquela pobretona. Sei que você tem bom gosto e não vai trocar-me por ela.



Bianca sorriu para ela.



-Agora sim, está sendo razoável, Louise..



Lancharam, pagaram e foram embora.





Bianca jamais admitiria para Louise, mas estava mesmo bastante interessada em Barbie(Lauren). Ela era uma garota linda! Um pouco magra e mal vestida naquele uniforme horrível da lanchonete, mas que rosto angelical... Adoraria conquistá-la. Já estava enjoada de Louise.Ela era burra, egoísta, presunçosa e mau humorada. Só a prendia pelo sexo. Nisso, era boa, parecia uma cadela no cio, estava sempre disposta a transar e fazia de tudo numa cama. No princípio, Bianca ficara entusiasmada com a fogosa garota, mas depois de um ano, já esgotara todo seu desejo. Queria conhecer o amor com outras garotas. Ainda estava na fase das descobertas do sexo e pensava em fazer uma lista de conquistas. Cada garota seria uma deliciosa novidade, cada uma devia ter um jeito de amar e queria conhecer várias. E deveria ser muito bom conquistar Barbie. Na festa, iria conhecê-la melhor.



IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII





No dia da festa, Lauren colocou a sua melhor roupa. Uma saia branca e uma blusa preta, com decote em V, que comprara com o dinheiro que recebera da lanchonete no fim da semana.



Seu pai a fitou com desaprovação. Ele era um homem de princípios rígidos, extremamente religioso, achando que tudo que era moderno era obra de satanás. Vivia enchendo os ouvidos da família com reprimendas e avisos contra "a luxúria e a falta de vergonha " das pessoas que não eram de sua igreja. A mãe não se atrevia a contradizê-lo e Barbie, no meio de cinco irmãos, era a única que o desafiava. Contra a vontade dele, estudava e trabalhava no clube nas férias escolares.



-Onde vai, com essa roupa pouco decorosa? - Perguntou ele, fitando-a da cabeça aos pés.



Lauren o encarou firme.



-À festa que Bianca LLancini convidou-me para ir, na casa dela.



-Bianca Lancini? Filha de Marco Lancini?



-Ela mesma.



-Boa coisa ela não deve ser! Sabia que oo pai dela é viciado em jogo? Está dilapidando a herança que recebeu do pai! É um inútil, nunca trabalhou! A mulher morreu cedo, dizem que de desgosto! A filha deve ter puxado os defeitos do pai!



-Bianca é a melhor aluna do colégio! - PProtestou Lauren - Ela tira as maiores notas e ainda é a melhor levantadora do time de volei!



-E daí? Mais cedo ou mais tarde, os defeitos virão à tona! Porque, como diz a bíblia, uma má árvore não pode dar bons frutos!



Lauren revirou os olhos com ar de enfado. Lá vinha ele de novo com suas citações!



-Ok, pai, não vou discutir com você. Já estou atrasada, tenho que ir.



Ele sacudiu o dedo em riste na cara dela.



-Ouça o que digo! Você não me obedece e está indo para um lugar que satanás adora estar, tentando as pessoas a praticarem o pecado, a libidinagem: uma festa! Mas coloque isso na cabeça: se alguma coisa acontecer a você nessa festa, não a admitirei mais nessa casa!Porque uma maçã podre apodrece um cesto!



Lauren trincou os dentes para não responder com uma ofensa. Seu pai era irritante!



-Está bem, ouvi o que disse! Mas não vouu fazer nada demais!E até as dez horas já estarei de volta!Tchau, já vou!



Saiu e bateu a porta. Caminhou pela rua com passos apressados, ansiosa para chegar à festa. Teria de andar seis quarteirões, além de atravessar um trecho escuro de um bosque . Mas isso não a desanimava.



Os faróis de um carro vindo atrás a fez voltar-se para olhar. Ela afastou-se para o lado para ele passar, mas o carro parou em seu lado. O ocupante buzinou.



Lauren olhou, curiosa. Quem seria? Naquela rua de casas pobres e rua mal iluminada, era difícil passar um carro, ainda mais do tipo daquele, novo e caro.



O ocupante desceu do carro e sorriu para ela.



-Barbie! Sou eeu, Link!



Ela parou e o olhou atenta. Reconheceu-o. Era Link Webber, um colega de seu colégio. Ele andava muito na turma de Bianca.



-Link! Que faz aqui? - Perguntou surpressa.



-Bianca me pediu para buscá-la. Ela sabee que você mora longe da casa dela e me pediu, porque eu iria passar perto daqui.



Lauren sorriu, encantada. Bianca havia se preocupado com ela! Sorriu para ele.



-Puxa, não esperava essa gentileza! Obriigada, Link!



-Entre, estamos atrasados, a festa já deeve ter começado - Disse ele, abrindo a porta do passageiro para ela. Lauren entrou e ele deu a volta, entrando no carro e dando partida. Ela então sentiu algo pontudo encostar em seu pescoço. Tentou se voltar, mas uma voz disse ameaçadoramente:



-Fique quieta, ou corto o seu lindo pescocinho!



Lauren ficou imóvel, aterrorizada. Mal pôde olhar para Link, com o canto dos olhos. Ele sorria e acelerou o carro.



-Link! Que significa isso? - Perguntou, tremendo de medo.



-Significa que vamos fazer uma festinha particular, Barbie! - Disse ele, rindo - Você não está loucaa para dar à Bianca? Pois ela, eu e meu amigo vamos comer você até cansar!



-Bianca!É você quem está aí atrás, mesmoo? - Perguntou Lauren, desesperada - Por que vai fazer isso comigo?



-Cale a boca! - Disse uma voz feminina, atrás dela- Você é uma puta, Barbie! E com putas, eu gosto de dar uma lição!



-Bianca, por Deus, não faça isso comigo!! - Disse Lauren com voz trêmula, quase chorando - Eu gosto tanto de você! Não precisa ter-me à força!



Link deu uma risada.



-Oh, que bela declaração de amor! Mas voocê precisa é provar um macho, Barbie! Depois de nossa diversão, você vai poder dizer de quem gostou mais. Ahahahaha!!!



Alguém atrás colocou nela um saco de pano negro na cabeça e ela não podia mais ver nada. Ela estava em estado de choque, profundamente decepcionada e amedrontada pelo que sabia que ia acontecer.Então, a garota que amava era uma tarada, que ia participar de um estupro com os colegas? Deus, não era possível! Aquilo era um pesadelo, não podia estar acontecendo!



O carro penetrou no bosque e parou entre umas árvores. Lauren foi retirada do carro segura por mãos fortes, enquanto outras rasgaram sua blusa pelo decote, expondo seus seios. Ela foi deitada no chão e arrancaram sua saia e calcinha, sem atender seus apelos desesperados que a deixassem ir embora.



-Vamos amarrá-la, Bianca - Disse a voz de Link.



-Não precisa. Eu a domino com a faca - ddisse outra voz feminina - Vá, Link, comece isso logo!



Lauren começou a implorar que a deixassem ir embora. Não adiantou. Link deitou sobre ela e a penetrou sem o menor cuidado.



Lauren ficou ali à mercê dos três sem saber quanto tempo. Ela perdeu a noção da realidade, talvez uma forma de proteção psicológica contra o ato degradante e cruel a que era submetida, só tomando conhecimento das vozes, que soavam excitadas e com crueldade.



- A cadela era virgem! Quem diria! - Sooou a voz de Link.



-Ora, Link! Essas garotas são muito espeertas! - disse outra voz masculina- Elas fazem de tudo com um homem, mas não deixam eles botar na vagina! Fazem sexo oral e anal, depois arrumam um trouxa e dizem que são virgens! Não se deixe enganar! Agora sou eu! Depois é você, Bianca.



-Ah, só quero ver vocês! Eu não como ressto!



Meia hora depois, estava tudo acabado. Lauren sentiu uma mão feminina apertar o seu seio.A voz feminina falou com ironia:



-Até outro dia, Barbiie. Não adianta contar para ninguém, que será sua palavra contra a minha. Sou filha de um homem importante, e você é uma ninguém. Mas se ainda quiser sair comigo, pode procurar-me. Já sabe como gosto. Não se mova até o carro ir embora, ou vai se arrepender.



Lauren ouviu as portas do carro baterem, ele ser ligado e se afastar. Ela então como que despertou do pesadelo. Abriu os olhos, sentou no chão com dificuldade e começou a chorar, mas dessa vez, de ódio.



O seu amor por Bianca se tornara um ódio intenso que agora dominava cada fibra de seu corpo. Arrancou o capuz da cabeça e se ergueu tropecamente, sentindo um líquido morno escorrer de dentro dela pelas coxas e uma dor aguda. Mas pior que aquela dor física, era a dor da humilhação, da degradação moral de que fôra vítima. O seu amor fôra jogado na lama, escarneado e ridicularizado por uma garota que agora só merecia o seu ódio.



Mas iria vingar-se, nem que demorasse anos. Não descansaria, não mediria esforços para ter sua vingança de Bianca. Não agora, pois como dissera Bianca, era sua palavra contra a dela. Ela não era ninguém, Bianca era filha de um homem conhecido e bem relacionado. O pai de Link era juiz do condado!Sua vingança teria de esperar. Mas um dia se realizaria. Viveria para isso.



Enquanto isso, Link chegou à casa de Bianca. Ele parou diante da entrada e olhou para a moça ao seu lado. O plano havia sido todo dela. Havia concordado porque era louco por ela, mesmo sabendo que Louise também gostava de mulher.



-Louise... acha> que Barbie vai abrir a boca?



Ela o fitou com um sorriso cheio de ironia.



-Claro que não, seu medroso! Ela sabe quue ninguém acreditará nela, pensarão que ela está querendo ganhar dinheiro fácil, é a palavra dela contra a de Bianca!



-Mas será que ela engoliu que você era aa Bianca?



Louise sorriu triunfante.



-Pode apostar! Imitei a voz de Bianca, ee elas mal trocaram umas palavras , Barbie não podia perceber a diferença da voz.



-Mas se ela for tirar satisfações com Biianca?



-Duvido. Ela está tão decepcionada, que nunca mais vai olhar para Bianca! Eu entendo as mulheres mais que vocês, homens! Aquela idiota deve estar morrendo de medo e vai sumir do mapa!



Bob, o amigo de Link, deu uma risadinha.



- Você é diabólica, Louise! Como teve a idéia de planejar isso tudo?



-Sou inteligente, querido.



-Não está com pena dela?



-Eu?! Não brinqque!Quem mandou ela jogar charme para cima de Bianca?Bem feito!

Link fez uma careta.



-Não sei onde estou com a cabeça, para aaceitar que você ande com Bianca e comigo! Você tinha que acabar tudo com aquela lésbica nojenta!



Louise o fitou com superioridade.



-Meu amor, gosto dos dois sexos. Sou asssim e ninguém vai mudar-me. Mas você não tem porque reclamar. Eu não faço tudo que gosta numa cama? Não o deixo louco de prazer? Qual outra garota aceitaria transar com dois rapazes ao mesmo tempo, como eu faço com você e Bob?



Link a fitou excitado.



-Sim, mas fizemos o que nos pediu. Agoraa queremos nossa recompensa.



-Depois da festa, vamos fazer nossa festtinha, os três. Mas agora, quero ver a cara de Bianca, quando ver que a lourinha sonsa não chegou. Vamos!



Bianca estava na porta de entrada da casa e os olhou ansiosa.



-Não viram Barbie aí pelo caminho?



Louise sorriu inocentemente.



-Barbie? Não, não vimos ninguém. Link apanhou-me em casa e viemos. Sabe que moro apenas cinco quadras longe daqui, Bianca.



-Oh...ela deve ter desistido de vir, então... - Disse Bianca, decepcionada.



PARTE 2





Bianca passou a noite olhando frequentemente para a porta de entrada da casa, mas Barbie não apareceu. No final da noite, desistiu de olhar. Ela não viria tão tarde. Devia ter tido algum impedimento. No dia seguinte iria falar com ela na lanchonete e perguntar porque não havia vindo à festa.



Já Louise, Link e Bob estavam eufóricos. Dançaram, beberam cerveja, martini e uísque, junto com a turma. O pai de Bianca havia viajado para Las Vegas e como sempre nessas ocasiões, ela aproveitava para fazer suas festinhas malucas com sua turma. Bianca procurou afogar sua decepção dançando e bebendo, como todos.



Já passava das duas da madrugada quando os últimos convidados saíram da festa. Bianca disse para Louise ir embora, pois estava com dor de cabeça e não queria dormir com ninguém. Louise a fitou com um sorriso maldoso.



-Tudo bem, vá dormir e eu vou embora parra casa. Link e Bob vão levar-me.



-ok, até amanhã, Louise.



Link sorriu, louco para sair com Louise. Mas para Bianca, falou como se estivesse com as melhores intenções:



-Pode deixar, Bianca, vou levar sua garoota direto para a casa dela. Bob também vai com a gente.



-Ótimo, um faz companhia ao outro. Boa nnoite, agora vou tomar um banho e cair na cama.



lllllllllllllllllllllllllllllllllllllll





Link dirigia em alta velocidade, apostando corrida com seu amigo Tab, como sempre faziam. Ao seu lado Louise, no banco de trás, Bob. Eles haviam roubado da festa uma garrafa de uísque e passavam de mão em mão, bebendo o fino uísque Glenlivet.



O Porsche vermelho ultrapassou o seu carro na reta.



-Link! - Gritou Louise, excitada- Vai deeixar esse idiota ganhar de você?



-Calma, baby!- Disse ele, pisando fundo no acelerador - Vou pegar Tab na próxima curva! Ele vai ter que reduzir e eu o ultrapasso!



-Isso, mostre que é machão! Eu só gosto de vencedores, Link! Se perder, não vou trepar com você hoje!



-Deixa comigo, Baby!



O Porsche negro deu um salto para a frente, quando Link pisou mais fundo no acelerador.

Olhou para o velocímetro. Duzentas milhas! O carro estava quase no limite de sua velocidade!



A curva chegou.Link deu um leve toque no freio, manobrou o volante rapidamente e seu carro passou à centímetros do outro, ultrapassando-o e o fechando. O Porsche vermelho embicou para o lado e atolou no barro, saindo bo asfalto.



Link riu, olhando pelo espelho retrovisor do carro.



-Ele se ferrou, Louise! - Gritou ele, riindo.



Louise gritou. Ele olhou para a frente e seus olhos se arregalaram. A última coisa que viu em sua vida foi o caminhão na frente, vindo em sentido contrário. O carro bateu de frente no caminhão, produzindo um fragor de lataria se estraçalhando. Em seguida, uma explosão.

Assim terminou a agitada noite de loucuras de Link, Louise e Bob.





llllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll



A notícia do acidente espalhou-se pela cidade logo ao amanhecer, pela rádio local. Os três jovens eram filhos de pessoas ilustres e todos os conheciam. Nas ruas se formaram grupos de pessoas comentando o acontecimento. Não se falava em outra coisa.



Bianca acordou com batidas na porta de seu quarto e levantou intrigada. Quem estava querendo acordá-la tão cedo, sabendo que ela havia ido dormir tarde?



Abriu a porta e topou com a governanta, esbaforida.



-O que houve? - Perguntou, assustada.



-Bianca! É uma notícia muito triste que tenho que dar à você!



Bianca empalideceu.



-O que foi? Aconteceu algo com meu pai?<



-Não! Foi com seus amigos Louisie, Link e Bob!



-O que houve com eles? Fale logo!



-Eles morreram durante essa madrugada!



-O quê?! Está louca? Eles estavam aqui eem casa, foram os últimos a sair!



-Bianca, eles sofreram um acidente de caarro quando iam para casa! A rádio está noticiando, agora também a tv, todo mundo está comentando!



Desesperada, Bianca foi correndo ligar a tv local. E se deparou com as imagens do acidente. Os corpos já haviam sido removidos, mas os destroços dos dois veículos ainda estavam na estrada. Do carro só sobrara metais retorcidos. Do caminhão, a cabine estava toda amassada, mas a carroceria intacta.



O repórter falava, ao lado do acidente:



-O motorista do caminhão está no hospitaal com ferimentos, mas sem gravidade. Mas os jovens Link Damon, Louise Math e Bob Weber não tiveram a mesma sorte. Eles morreram instantâneamente com o choque e a explosão do carro. A cidade está traumatizada com o trágico acontecimento, todos filhos de cidadãos ilustres e conhecidos por todos.



-Oh, meu Deus! -Gemeu Bianca, chocada - Não posso acreditar! Eles estavam aqui ontem tão alegres! A culpa é minha! Eu mandei Louise ir embora! Se a tivesse retido aqui, talvez nada disso teria acontecido!



A empregada a abraçou, comovida.



-Você não tem culpa nenhuma, Bianca! Ninnguém foge ao seu destino! Tinha que ser!



-Não, eu sou a culpada! Eu devia ter inssistido para eles ficarem aqui!



Bianca se desesperava cada vez mais. Não amava Louise, mas ela era uma pessoa importante em sua vida. A conhecia há vários anos e tivera com ela uma relação íntima.

Felizmente o pai de Bianca chegou e vendo como estava, chamou um médico que aplicou nela um calmante, que a fez adormecer.





lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll





Lauren soube da notícia quando chegou no trabalho, no dia seguinte.



Havia chegado em casa silenciosamente, e dera graças a Deus por todos estarem dormindo. Foi direto para o banheiro e tirou as roupas com nojo. Tomou um banho de chuveiro esfregando o corpo energicamente com uma esponja, como se pudesse retirar toda a sujeira que Link e Bob haviam derramado nela. Depois enxugou-se, vestiu seu velho roupão de banho e embrullhou suas roupas e as jogou no saco de lixo. A blusa estava rasgada e a saia com manchas de sangue. Mesmo que estivessem perfeitas, jamais as usaria de novo. Elas seriam uma lembrança daquele dia trágico para ela.

Felizmente seu rosto não havia sofrido violência e não mostrava o que havia passado. Mas suas coxas e seios estavam com marcas roxas da violência a que fôra submetida e sua vagina doía. Nunca mais iria esquecer aquela noite. E o ódio que sentia só seria aplacado com uma vingança.Mesmo assim, foi trabalhar. Não podia deixar seu pai saber o que havia acontecido. Ele a expulsaria de casa.



No trabalho viu pessoas em grupos conversando com ar consternado. Passou indiferente, até ouvir alguém dizer:



-Pobre Link! Um rapaz tão novo, com um ffuturo brilhante, acabar assim!



Ela parou imediatamente e perguntou para James, o cozinheiro da lanchonete:



-O que houve com Link?



Ele a fitou admirado.



-Ainda não sabe?! Toda a cidade está commentando!



-Comentando o quê?

>



-Link Damon, Louise Math e Bob Weber falleceram nessa madrugada em um desastre de carro. Ele bateu de frente em um caminhão e o carro explodiu. Todos três morreram na hora. Eles tinham saído de uma festa na casa de Bianca Lancini.



Lauren ouviu em silêncio e se afastou. Então, eles haviam ido para a festa, depois de a abandonarem no bosque. E depois da festa, Link e Bob haviam dado uma carona à Louise. Por que o acidente não havia acontecido antes, quando eles estavam com Bianca no carro? Assim, a justiça divina teria sido completa! Se bem que Louise também não era nenhuma santa! Ela podia muito bem ter participado do plano sórdido, havia percebido a raiva dela por Bianca estar conversando consigo. Ela podia ter pedido à Bianca que desse uma prova que não estava interessada nela, e Bianca a atendera. Tudo era possível.



Bem, de qualquer jeito, com a morte dos três, o mundo não perdera grande coisa. Agora, sua vingança iria se concentrar em Bianca. Link e Bob já haviam tido o castigo merecido! Bem feito! Agora, restava Bianca pagar pelo que havia feito à ela. Mesmo que demorasse anos, ela iria se vingar, viveria para isso. Porque o dano de Bianca sobre ela fôra o maior: Bianca havia feito ela desacreditar do amor, tornara-a uma pessoa infeliz, seu coração agora era amargo e cheio de ódio.





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NEW YORK, DIAS ATUAIS



Lauren sorriu com orgulho, quando sua filha executou uma pirouette perfeita, emendando com um chassè e terminando com um arabesque, se imobilizando numa pose diáfana, com uma perna esticada para trás bem alta, acompanhando a linha das costas, com o tronco inclinado para a frente.



As luzes dos spots iluminavam o palco feéricamente e Roberta estava na primeira fileira das dançarinas. Não era a dançarina principal, mas para Lauren era a melhor, a mais bela, a mais talentosa.



Olhou-a com orgulho e admiração. Roberta estava linda com o tutu branco, com um sorriso extasiado ante os aplausos entusiásticos. A cortina foi baixada, isolando-a do público.



Era uma apresentação da escola de dança que Roberta estudava, em benefício à uma obra assistencial. Não era uma apresentação profissional, e nem queria que fosse, porque achava que a vida de uma bailarina não servia para sua filha. Ela devia era casar-se com um homem rico, que lhe desse uma boa vida, isso que seria o futuro certo para ela. A vida de uma bailarina era dura, mas deixara Roberta por enquanto se dedicar ao seu desejo de aprender balet. Era bom para a postura, dava leveza aos movimentos, ela aprendia a gostar de música erudita.Uma cultura mais elaborada, preparando-a para um futuro brilhante. Roberta tinha que ser feliz!



Lauren levantou da cadeira e se dirigiu para os bastidores do espetáculo.Ainda faltava se apresentar outra escola, com dança folclórica, mas Lauren não queria ver.



Um segurança a interceptou, fitando-a inquisitivo.



-Vim buscar minha filha, que acabou de sse apresentar - Explicou ela.



-Quem é ela? - Perguntou ele, pegando umma lista do bolso.



-Roberta Rezzini.



Ele percorreu a lista com o dedo.



-Ah, aqui está. Pode passar.<



Ela passou por ele e chegou até a porta do camarim das bailarinas. Uma amiga de Roberta a viu e chamou a garota, que já havia trocado de roupa, mas ainda estava com a pesada maquiagem de palco. Era da mesma altura de Lauren, com os mesmos cabelos louros, mas os olhos eram azuis e o rosto de uma garota que mal havia saído da adolescência, ainda com traços bem juvenis. E o corpo tinha aquela fragilidade de uma bailarina, esguio e branco, ao contrário da mãe, que possuía um corpo mais forte, com pernas esculpidas e fortes, barriga com músculos definidos e braços com uma musculatura da malhação na academia de ginástica.



Os olhos azuis olharam para Lauren com decepção.



-Já veio buscar-me? - Perguntou.



-Sim, o carro já está na porta dos fundoos, nos esperando.



-Ah, mãe... as meninas depois vão sair para uma festinha na casa de uma delas... eu queria ir.



-Não, sabe que não gosto que vá a festa nehuma sem minha companhia, e estou cansada, hoje o dia foi muito corrido. E você cansou o corpo dançando, agora precisa de repouso.



Os lábios polpudos e vermelhos de Roberta fizeram beicinho.



-O, mamãe! Quando vai deixar-me divertirr como as outras moças de minha idade? Trata-me como se eu fosse uma criança! Acabei de fazer dezoito anos o mês passado!



Lauren sorriu, fitando-a afetuosamente.



-Para mim, será sempre minha garotinha.



-Mas não sou mais! Sou uma mulher!<



-Mulher! - Repetiu Lauren, com ironia - Falta muito para você ser uma mulher feita, Roberta! Mas vá acabar de trocar-se . Estou esperando-a aqui, não me faça esperar muito.



Roberta fez um ar amuado e tornou a entrar no camarim. Lauren suspirou e ficou aguardando, pensativa.



Roberta podia se aborrecer, mas não cometeria o mesmo erro que ela mesma havia cometido. Nada de sua filha ir à festas sem sua companhia. O que havia acontecido com ela jamais poderia acontecer com Roberta.



Lembrou de Bianca Lancini. Ela havia perdido o emprego.Mas fôra pouco, em vista do que ela lhe havia feito! Ela merecia um castigo maior!



O ódio que sentia nublou seus olhos de lágrimas. Os anos haviam passado, mas ela jamais esqueceria aquela decepção e mágoa! Bianca Lancini. Um nome como que impresso à fogo em sua mente. Levara anos para encontrá-la, mas finalmente um detetive particular a havia encontrado. E então havia planejado cada passo para tê-la nas mãos. Não havia sido por acaso que casara com o patrão dela. Era tudo parte de uma vingança. Mas queria mais! Vê-la sem nada, implorando piedade!



Roberta chegou, interrompendo seus pensamentos. Olhou-a com ar emburrado, os louros cabelos agora soltos nos ombros, o rosto sem a pesada maquilagem mostrando uma jovem linda, de rosto angelical, corpo esguio em calça comprida negra, top lilaz e jaqueta de couro também negra.



-Não fique zangada - disse Lauren, peganndo-a pela mão e se dirigindo para o Mercedes branco nos fundos do teatro - Faço isso para o seu bem.



Roberta a fitou com os belos olhos sombrios de tristeza.



-Mãe, todas as minhas colegas vão à festtinha, e todas elas dançaram como eu! Por que a mãe delas deixou, e você não?



-Talvez porque as mães delas não as amemm como eu amo você, Roberta. Elas não cuidam bem de suas filhas.



-Ah, eu penso às vezes que seu amor por mim me sufoca e me impede de viver!



Lauren a fitou magoada. Nunca dissera à filha o que lhe havia acontecido anos atrás. Não queria que Roberta soubesse que era fruto de um estupro.



-Roberta...meu zelo por você a incomoda??



Roberta a fitou nos olhos. Sacudiu a cabeça negativamente, parecendo conformada.



-Não, mãe...mas queria ser um pouco maiss livre, como as outras garotas.



Chegaram ao carro e o motorista abriu a porta para elas. Entraram e logo depois o carro deu partida. Lauren olhou para a filha, sentada ao seu lado no banco de trás.



-Você se queixa sem razão, Roberta. Não a deixei namorar o seu colega de classe, não a deixo ir ao cinema com Bruna e Kamylla? Elas são excelentes moças, então não tem problema...



-Ah, mas só namorei Rick porque você o aaprovou, mas mesmo assim, criou tanta dificuldade para eu sair com ele, que Rick desistiu... e minhas amigas foram escolhidas por você. Só deixou eu aprender balé porque é bom para meu corpo e chique. Mas a moto que eu queria, não deu-me. Nem o carro que quero.



-Mas temos o Mercedes! James leva você oonde quiser!



-É isso! ELE me leva, mas eu não dirijo ! É diferente, mãe! Gostaria de sair sem destino, ir a um lugar sem um motorista me esperando!



-Calma, filha... vou pensar sobre isso.<



Roberta a fitou cheia de esperança, sua face abriu em um sorriso.



-Vai mesmo? Vai comprar o carro que querro?



-O Bugatti vermelho? Vou pensar...Amanhãã lhe direi.



Roberta beijou-a impulsivamente no rosto, feliz.



-Oh, mamy! Vou esperar ansiosa!



Lauren sorriu, satisfeita.



Roberta mergulhou em seus sonhos de moça.



Ah! Queria ter seu carro, sua vida mais livre! Sair sem destino, passear por lugares que nunca tinha ido, frequentar os lugares que os jovens iam, fazer mais amigas, namorar quem quisesse! Com um carro, teria mais liberdade. Não teria sempre aquele motorista chato a esperando na saída da universidade, nem levando-a a lugares para depois contar à sua mãe com quem conversara, quanto tempo havia demorado. Os rapazes que sua mãe aprovava para namorados dela eram rapazinhos bobos, e cheios de idéias arrogantes. Não o tipo que queria namorar. Queria conhecer rapazes mais experientes e maduros, que soubessem beijar, ou tratar uma moça, não aqueles pirralhos que só falavam em futebol, onde iam passar as férias, ou o carro que tinham.



Ela queria apaixonar-se, conhecer o amor. Um amor que a arrebatasse daquela vidinha controlada e chata.



Olhou para a mãe. Ela era linda e tinha agora um marido rico. Havia ficado viúva de seu pai há anos atrás e ficara só, se dedicando apenas à ela, que era bem pequena.



Suspeitava que sua mãe havia se casado com Guilherme Sawer apenas por causa do dinheiro dele. Sua mãe sempre lhe parecera fria, quase assexuada. O único amor que sabia que ela sentia era o amor maternal. Via amor nos olhos de sua mãe quando a fitava. Mas amor por seus maridos, nunca vira nos olhos de sua mãe. Ela não parecia ter paixão por alguém. Talvez ela era racional demais para se entregar à uma paixão.



Não queria ser como ela. Achava essa falta de paixão em sua mãe triste.



Bem, com um carro, sua vida iria mudar. Estava saturada de viver como sua mãe achava que devia.

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Bianca estava há várias horas do outro lado da rua, diante do luxuoso edifício situado na Quinta avenida, dentro de seu carro. Sabia que no vigésimo andar morava Guilherme Swer com a mulher e a enteada Roberta Rezzini. Já sabia também que a moça tinha dezoito anos, praticava balé e tinha aulas em uma escola conceituada.



Em dez dias, traçara o seu plano. E iria seguí-lo sem o menor remorso. Já cuidara de tudo. Todos os detalhes. Só faltava fisgar o peixe. E o peixe era Roberta Rezzini.

Sorriu ferozmente quando viu o Mercedes prateado sair pela rampa de acesso à rua. Ligou seu carro e foi atrás.



O Mercedes avançou em direção a Midtown, o centro de New York. Bianca sabia para onde a filha de Lauren ia. Já estava seguindo-a há três dias, estudando a melhor oportunidade de abordá-la. E aprendeu que só teria essa chance se a abordasse dentro da escola de dança, porque não vira Roberta Rezzini uma vez sequer saindo da rotina de ser conduzida à escola e ser apanhada no final da aula. Já a vira de longe três vezes e parecia ser uma bela moça, mas meio parecida com a mãe, o que era um ponto a menos para ela. Odiava tudo que parecesse com Lauren Sawer.



Em quinze minutos, o carro parou diante da escola de dança, Roberta desceu e o carro se afastou lentamente. Bianca prosseguiu até um edifício-garagem, estacionou o carro e voltou para diante da escola, que ficava no primeiro pavimento do edifício. Ela atravessou a rua e entrou no prédio.



Roberta caminhou até o vestiário e tirou casaco de lã cinza, expondo o colant negro de balé e as meias-calça brancas que moldavam suas pernas. Sentou no banco e colocou as tornozeleiras de lã e as sapatilhas brancas.



Um clarão a assustou e ergueu o rosto.



Uma mulher alta, vestida com blusão de couro negro até os joelhos, mas aberto deixando mostrar o corpo bem feito coberto por blusa e calça colante de malha negra, acabara de tirar uma foto sua com uma pequena máquina digital. E ela ia tirar outra, mas Roberta estendeu a mão, tentando evitar a foto, aborrecida.



-Ei! Pare! Não quero tirar fotos! - Prottestou.



A mulher baixou a máquina e sorriu. Tinha um sorriso luminoso, de dentes branquíssimos e perfeitos.



-Não gostou? Sinto muito, mas não pude rresistir - Disse , com voz que Roberta achou sexy.



Roberta a fitou curiosa. Era uma mulher linda, alta, cabelos negros e atordoantes olhos azuis, belos e magnéticos. Sua postura imponente dava a idéia que ela era uma mulher cheia de personalidade e auto-confiança.



-Quem é você? E porque tirou uma foto miinha?



A desconhecida aproximou-se calmamente sorrindo. Parou diante dela, numa pose relaxada, com a máquina fotográfica numa mão e a outra na cintura.



-Sou Bianca Lancini, fotógrafa profissional. Vi você calçando as sapatilhas e não resisti para tirar uma bela foto. Desculpe se a assustei.



Roberta sorriu, cativada pelo sorriso da bela mulher.



-Está desculpada, mas acho que escolheu a garota errada. Não sou fotogênica e detesto ser fotografada.



-Não concordo. É justamente o tipo que eeu procuro para uma série de fotos que estou fazendo para uma exposição sobre balé.



-Eu? Porque eu? O vestiário está cheio dde garotas mais bonitas que eu.



-Novamente não concordo. É a mais linda de todas.



Roberta enrubesceu. Muitas pessoas já lhe haviam dito que era bonita, mas não com aquele tom caloroso. A estranha a fitava de uma forma que nunca alguém a fitara. Olhou-a, fascinada por aquela mulher misteriosa e bela. Ela era tudo que gostaria de ser: bela, atraente e confiante. Uma mulher experiente, cheia de personalidade, com um ar de quem sabe o que quer e luta por isso. Ela tinha um charme envolvente.



Se fitaram nos olhos em silêncio até Bianca dizer suavemente:



-Não fique encabulada de ser linda. É umma qualidade que deve ser orgulhosa. Ouça, eu vou fotografar o seu ensaio, você me permite? Depois quero conversar com você .



-Conversar comigo? Sobre o quê?



-Depois lhe direi. E então? Posso fotogrrafar?



-Está bem.



A aula começou. Roberta via Bianca Lancini lá no canto da sala, manejando a máquina à cada movimento seu.



-Pliè! Gritou a professora.



Roberta estava nervosa. E o motivo era aquela mulher que a fitava de um jeito que a perturbava. E fitava-a também disfarçadamente, contemplando a figura impressionante que ela era. Ela quem deveria ser fotografada! Era linda e sexy, uma mulher de um tipo diferente, não sabia se por causa das roupas ou a atitude dela.



-Chassè! - Gritou sua professora aproximmando-se dela - Olhou-a com ar reprovador.



-É melhor você sair da aula, Roberta! Nãão está prestando atenção e sua tia está perturbando a aula, tirando fotos.



Roberta olhou para Bianca surpresa.



-Minha tia?!



A professora a fitou com surpresa e indignação.



-Ela não é sua tia?! Ela disse-me que tiinha vindo fotografar sua aula, que é irmã de sua mãe e ela pediu para tirar fotos suas para um album. Se é mentira dela, vou chamar a segurança, estranhos não podem entrar aqui.



Roberta encarou a professora com decisão.



-Ela é minha tia, sim. E vou sair, já quue acha que estou perturbando a aula.



Aproximou-se de Bianca e disse rápido:



-Temos que sair. Espere-me na recepção, enquanto pego minhas coisas.



Bianca sorriu.



-Tudo bem.



Roberta foi ao vestiário e trocou as sapatilhas pelo tênis, colocou o casaco de lã sobre sua roupa de balé e pegou sua mochila, saindo. Normalmente tomava banho na academia de dança, mas hoje não havia chegado a suar, o que dispensava o banho.



Bianca Lancini a esperava na recepção, em pé de braços cruzados, recostada na parede. Sorriu ao vê-la chegar, se aproximando.



-Pode ir comigo tomar um lanche, enquantto conversamos? Tenho uma proposta para você - Perguntou Bianca.



-Não gosto de lanchonetes - Disse Robertta, saindo com ela - Não como aquelas comidas gordurosas, nem tomo refrigerantes.



Bianca ergueu as sobrancelhas, admirada.



-Uma jovem que não aprecia hamburguer, bbatatas fritas e coca-cola?! Você veio de algum planeta alienígena?



Roberta enrubesceu, mas falou séria:



-Minha mãe criou-me assim, aprendi que eessas coisas não são boas para a saúde.



Começaram a caminhar para a saída. Bianca a fitou com um sorriso irônico.



-Vejo que sua mãe a controla como uma crriancinha. Não pensou ainda em descobrir o que gosta ou não por si própria? Mas podemos ir à uma casa de sucos.



Roberta ficou envergonhada com o comentário dela. Bianca tinha razão, ela agora era uma adulta e sua mãe não podia ficar ditando para ela do que gostar de comer.



-Não, vamos à lanchonete mesmo. Tem razãão. Eu mesma tenho que descobrir o que gosto.Tem um MacDonald no shopping, vamos lá.

-Assim é que se fala! >



Entraram na lanchonete e Bianca foi à caixa, fez os pedidos, pagou e esperou a atendente preparar seus pedidos. Ao seu lado, Roberta a olhava disfarçadamente, admirando a beleza daquela mulher imponente e bela.Ela parecia uma modelo, com sua altura, maçãs do rosto altas, e uma postura perfeita. Ela tinha uma beleza exótica.



A atendente entregou as bandejas e cada uma pegou a sua e foram sentar em um canto.Bianca olhou para Roberta com um sorriso divertido.



-Pronto. Vai provar uma comida não muitoo saudável, mas que faz sucesso entre os jovens, crianças e adultos: Cheeseburguer, batata frita e coca-cola.



Roberta pegou o sanduíche e imitou Bianca, que colocou bastante catchup no dela. Deu uma mordida e sentiu o sabor dessa comida pela primeira vez. Era gostoso!



-Hummmm... -Fez, lambendo os lábios com o catchup.



Bianca sorriu, fitando-a mastigando seu sanduíche. Tomou um gole da coca-cola e falou, depois de engolir:



-E então, gostou?



Roberta tomou um gole da bebida e assentiu.



-Gostei... o sanduíche é gostoso, e a cooca-cola é um pouco ácida, mas gostei...



-Viu, agora você faz realmente parte da nova geração fast food - Riu Bianca.



-Hum. Quantos anos tem, Bianca?



-Tenho trinta e dois anos.



-Tem a idade de minha mãe! Que coincidência!



O sorriso de Bianca morreu.



-Sim, mas não tenho mais nada em comum ccom sua mãe!



O tom soou duro e Roaberta a fitou surpresa.



-Conhece minha mãe?



Bianca voltou a sorrir forçadamente, aborrecida com seu deslize. Não podia cometer erros!



-Não, não a conheço.



-Então, como sabe que não tem mais nada em comum com ela?



-Bem...ela deve ser uma pessoa que é bemm conservadora e autoritária, já que você disse que ela a ensinou a não gostar de coisas simples como hamburguer e coca-cola, que toda garota gosta.



-Não disse que ela me controla. Apenas mme referia à comida e bebida.



-O que mostra o quanto ela a domina.



Roberta baixou os olhos, sem agüentar a sustentar aquele olhar inquiridor e magnético. Depois os ergueu e disse com decisão:



-Tem razão... minha mãe me controla muitto.



-E não se sente mal com isso?>



Roberta a fitou pensativa.



-Sinto-me. Mas não sei como reagir à issso.



-É porque você está condicionada a obedecê-la. Não quer mudar isso?



Roberta a fitou intrigada. Mal conhecia aquela mulher! Ela havia surgido de repente e misteriosamente em seu caminho, mentira para a professora dizendo ser sua tia, e agora dava palpite em como sua mãe a tratava! Por que admitia isso? Não tinha resposta.



-Fale-me um pouco sobre você, Bianca.



-Já falei. sou fotógrafa.



-Pergunto sobre sua vida pessoal.



-Ah! Quer conhecer-me melhor, não? Ok. SSou solteira, moro em frente ao Central Park, gosto de música, de dançar, de teatro e bons restaurantes. Gosto de Armani e meu perfume predileto é Eternity, de Kalvin Klein.



Roberta riu.



-Falou tudo, menos as coisas importantess!



-Não? Então, o que quer saber? - Pergunttou, sorrindo.



-É casada, tem filhos?>



-Não, sou solteira e desimpedida e não ttenho filhos. Mas agora, quero lhe fazer um convite.



-Qual?



-Quero tirar uma série de fotos suas fazzendo poses de bailarina. É para a exposição que farei.



-Mais fotos? E como seria?



-Serão uma continuidade das que tirei naa academia, só que agora em um estúdio, com iluminação apropriada e você pronta como se fosse fazer uma apresentação, maquiada, os cabelos presos, tutu, sapatilhas e tudo mais. Eu pagarei bem sua seção de fotos. Quinhentos dólares por duas horas de trabalho.



-Não sei... acho que minha mãe não vai ppermitir.



-Ela não precisa saber. E as fotos só seerão divulgadas na Itália, onde é a exposição.

Roberta a fitou pensativa. Para uma estranha, ela lhe pedia muito. Fazer algo escondido de sua mãe. Mas a sensação de finalmente fazer algo por sua própria decisão a atiçou. Bianca tinha razão. Sua mãe mandava demais nela, era tempo de mudar isso. E também tinha o ímpar sentimento que não podia negar nada à aquela bela mulher. Mas ainda hesitou. Podia confiar em Bianca?



Bianca pareceu ler seu pensamento:



-Está em dúvida, mal me conhece...eu enttendo, mas assim nunca será uma pessoa independente. Quer continuar até quando sob as asas de sua mãe, sem fazer o que deseja?



Essas palavras a decidiram. Olhou para Bianca sabendo que estava tomando sua primeira decisão importante sozinha.



-Quando quer tirar as fotos?<



Bianca sorriu vitoriosa, um sorriso luminoso que fez seus olhos brilharem.



-Amanhã à tarde. Preciso arrumar a decorração do cenário e um maquiador.





-Está bem. Direi à minha mãe que vou à aula de música, mas faltarei e virei ao seu encontro. Onde é o estúdio, eu só posso ir às nove da manhã, a hora de minha aula de música.



-É na Park Avenue - Disse Bianca, entreggando à Roberta um cartão com o endereço



- Essa hora está ótima. E você não vai se arrepender, será bem paga.



-Não vou por causa do dinheiro - Disse RRoberta, guardando o cartão na mochila - Mas porque quero fazer algo que escolhi fazer.



-Muito bem!Está mostrando que tem personnalidade. Pensei que não tivesse.



Roberta enrubesceu. E se deu conta que era muito importante a opinião de Bianca Lancini. Ela era uma mulher adulta, experiente. E lhe dizia coisas que precisava ouvir.



Acabou de comer o hamburguer, tomou o resto de coca-cola e ergueu-se.



-Tenho que ir. A minha aula de balé já ddeve ter terminado e o motorista deve estar à minha espera.



Bianca ergueu-se também, fitando-a nos olhos.



-Por que não dispensa o motorista?Eu podderia levá-la até sua casa. Meu carro está aí perto.



Roberta a fitou constrangida e enrubescida.



-Eu...não quero que o motorista a veja. Ele conta tudo que faço para minha mãe, é como um cão de guarda!Mas minha mãe só me deixa sair com esse chato!



Bianca ergueu as sobrancelhas, fitando-a com um sorriso.



-Não vai dizer à sua mãe que me conheceuu?



-Não. Ela iria fazer-me um monte de pergguntas e iria insistir para conhecê-la.

Bianca parou um pouco antes da saída e pegou sua mão, olhando-a nos olhos.



-Então vou aguardá-la amanhã. Não falte,, que me decepcionará muito. É melhor nos despedirmos aqui. Até amanhã, Roberta.



Roberta sentiu um arrepio com o toque das mãos de Bianca.Retirou a mão, nervosa.



-Até amanhã, Bianca.



E ela saiu, deixando Bianca a olhando com um olhar estranho. Voltou-se, acenou e foi embora.



Roberta foi para casa pensativa, pensando no conhecimento que fizera. Ela era tão misteriosa, tão dominadora, tão...linda! Ela conseguira arrancar de si tudo que queria. Era impressionante como ela a convencera com uma facilidade que ninguém antes conseguira. Não... não eram apenas as palavras...era aquele olhar que magnetizava, dominava suas vontades. Que coisa estranha! Se Bianca fosse um homem, não teria dúvidas de que estava se apaixonando. Mas era uma mulher. Então, por que tinha aquele poder de dominá-la? O que era isso que sentia? Procurou analizar. E a resposta à sua mente confusa foi que estava fascinada pela personalidade e beleza daquela mulher.





********************************

Bianca chegou em casa, pegou uma cerveja na geladeira e foi para o living e sentou na confortável poltrona de couro, olhando para a janela que mostrava um dia com névoa na cidade.



Roberta Rezzini a impressionara pela simplicidade e ingenuidade, além da beleza. Era pouco parecida com a mãe, fisicamente, e na personalidade.Não era nem um pouco esnobe, como pensara. Era sim uma garota meiga e com uma ingenuidade fora do comum, nos dias de hoje. Lauren Sawer devia tê-la criado em uma redoma, sem que soubesse das maldades que o ser humano é capaz. E isso era ruim para a garota, tornara-a vulnerável e despreparada para a vida. Seria justo usá-la para sua vingança?



Ora, não iria voltar atrás de seu plano por causa de um belo palminho de rosto! Ela era filha de Lauren Sawer! Com certeza, com o tempo, ela se tornaria igual à mãe!





Como ela poderia escapar da influência nefasta de uma mulher com uma personalidade odiosa, como a mãe? Pois mesmo com uma ponta de remorso, iria levar seu plano adiante. O sofrimento de Lauren Sawer compensaria tudo. Queria vingança do que ela lhe fizera e não abriria mão disso.



Já havia alugado o estúdio por uma semana, de um amigo fotógrafo que havia viajado para Londres para uma temporada de dois meses. Aida bem que tinha bons conhecimentos e sabia fotomanejar uma câmera profissional bem, o que aprendera em seu trabalho de fotografar jóias e pedras preciosas. O plano estava indo bem e seria realizado até o fim!



Olhou em volta, a sala luxuosa. Aquilo tudo havia conseguido com o seu trabalho, e agora corria o risco de perder tudo. Se não arranjasse logo um emprego, não poderia continuar pagando a hipoteca do apartamento e o perderia.



Jamais voltaria para Massachusetts, odiava aquele lugar! Tivera uma infância e adolescência feliz, mas ali havia perdido seu pai, que dera um tiro na cabeça quando de um dia para o outro se viu falido por suas dívidas de jogo. Isso apenas um mês depois da morte de seus amigos Louise e Link.



E sua vida mudara completamente. Havia ido morar com sua avó, uma mulher puritana e autoritária. Ela havia se formado em Geologia pela universidade de New York e começara a trabalhar, saindo da casa da avó e indo morar sozinha. E assim foi vivendo, melhorando de emprego até trabalhar para a Sawer Jewels, primeiramente lapidando pedras, depois subindo na empresa por sua competência e dinamismo.



Pensou em Anne. Ela não havia telefonado nem uma vez. Era uma covarde, que tinha medo de perder o emprego. Uma mulher medíocre e dissimulada. Sentia nojo só em pensar que havia andado com uma mulher como ela. Anne fôra mais uma, entre tantas, que passara em sua vida.



PARTE 3





Roberta perfumou-se, escovou os longos cabelos e olhou-se no espelho criticamente. Estava bem. A saia justa negra mostrando as pernas esculturais, a blusa de malha creme modelando seu busto ereto, as sandálias de tiras finas, tudo combinava.



Pegou sua bolsa de couro negro e colocou seu tutu branco, as sapatilhas e uma tiara que usava em apresentações. Dominando sua ansiedade, saiu do quarto.

Mal havia dormido, esperando o dia amanhecer e a hora de encontrar com Bianca Lancini. Estava surpresa consigo mesma por estar assim por causa de uma mulher. O que estava acontecendo com ela? Não deixara de pensar em Bianca um momento sequer! Que sentimento estranho!



Sua mãe estava no living lendo uma revista e ergueu os olhos verdes para ela, quando entrou. Sorriu, deixando a revista de lado.



-Está tão linda, filha...já vai para sua aula de música?



Roberta mentiu com certo remorso:



-Vou. E prefiro ir caminhando, sem o carrro com motorista. São somente três quarteirões e quero andar um pouco, ver as vitrines, as pessoas nas ruas...sinto falta disso.



-Eu iria com você, se não tivesse hora mmarcada com o cabeleireiro. Quer que a apanhe na volta?



-Não! Prefiro vir andando. Estou farta dde fazer esse trajeto de carro, não posso nem ver as novidades nas vitrines!



Lauren sorriu. Estava mesmo no tempo de dar a Roberta um pouco mais de liberdade.



Ela já estava com dezoito anos.



-Está bem, filha.Mas já tomou o desjejumm?



-Sim, comi uma maçã e bebi leite na copaa. Já vou indo, não quero chegar atrasada.

-Vá, meu bem. Tenha cuidado.<



Roberta beijou a mãe no rosto e se dirigiu para a porta, dizendo:



-Vou ter, mãe.Não se preocupe, sua filhaa já está bem crescida.



Ela saiu e pegou o elevador e desceu, nervosa. Pela primeira vez ia fazer uma coisa escondida de sua mãe. O que Bianca Lancini havia conseguido!



Em menos de meia hora estava apertando a campainha da porta do JM Studio, no décimo andar de um edifício da Park Avenue.



Momentos depois a porta abriu e Bianca a fitou com um sorriso satisfeito.



-Bom dia, Roberta! Entre, entre...



Roberta passou por ela e entrou, olhando em volta. O estúdio era moderno e luxuoso, com uma sala de recepção bem decorada em preto e branco. Olhou para Bianca, que fechava a porta com chave. Ela estava toda de negro, com blusa de malha justa, calça de veludo e botas, linda e atraente. Os cabelos soltos pareciam seda negra.



Ela se voltou e indicou um sofá de couro negro.



-Sente-se. Vamos tomar alguma coisa paraa você relaxar.



Roberta sentou no sofá, sorrindo nervosamente.



-Estou mesmo nervosa.



-Imaginei - Disse Bianca, apanhando uma garrafa de champanhe no frigobar e duas taças - Vamos brindar à sua estréia como modelo fotográfico com champanhe, você merece.



-Bianca...não ccostumo beber. Somente em festas de ano novo posso beber uma taça de champanhe, não mais.



Bianca abriu a garrafa com facilidade e encheu as duas taças, oferecendo uma à Roberta.



-Mas você vai tomar uma taça comigo, nãoo? Você precisa relaxar, está muito tensa e isso vai prejudicar as fotos.



-Está bem. Estou mesmo nervosa. Nunca esscondi nada de minha mãe. Vou aceitar uma taça, apenas.



Roberta pegou a taça e Bianca tocou com a dela a sua taça, fitando-a nos olhos e dizendo com voz sexy:



-À você. Que suuas fotos façam muito sucesso.



Beberam. O champanhe desceu deliciosamente pela garganta seca de Roberta.





-Eu entendo seu nervosismo, é natural e eu contava com ele. Toda vez que rompemos barreiras, temos medo - Disse Bianca, fitando-a nos olhos.



-Você já rompeu alguma barreira? - Perguuntou Roberta, sentindo uma irresistível atração por aquele olhar.



-Já. Algumas.



-Posso saber uma delas?



-Sim. Seguir meu instinto sexual e fazerr a escolha certa para mim.



Roberta a fitou confusa.



-Fez uma escolha seguindo seu instinto? Como assim?



Bianca sorriu.



-Você é muito ingênua, Roberta...uma criança criada em uma redoma de vidro, sem saber das coisas da vida.



Roberta enrubesceu, baixando a cabeça para fugir do olhar inquisidor de Bianca.



-Tem razão... minha mãe isolou-me da vida... mas vou mudar isso.



-Vai mesmo? Tenho minhas dúvidas...>



Roberta ergueu o rosto, fitando-a com determinação.



-Vou, sim! Não estou aqui? Eu quero ser dona de minha vida. Esse é o primeiro passo.



Bianca tornou a encher as taças. Roberta ia esboçar um protesto, mas Bianca a cortou:



-Beba. Ainda está muito tensa, precisa relaxar mais.



Roberta pegou a taça, sentindo dentro de seu íntimo de repente, que não podia recusar nenhum pedido de Bianca. Bebeu a taça avidamente, sentindo sua garganta subitamente seca.





-Eu vou fazer o que quero de minha vida! -Disse Roberta, querendo mostrar autoconfiança - Eu vou procurar uma pessoa para amar, independente do que minha mãe achar melhor para mim!



Bianca a fitou com uma expressão divertida, erguendo as sobrancelhas perfeitas.



-Roberta, o amor não está à sua espera eem uma esquina da rua, nem em lugar nenhum. Ele está dentro de cada pessoa, adormecido. Em um olhar, ele desperta e se apossa de você, dominando sua razão.É imprevisível, não tem moral, razão, sexo nem cor. É muitas vezes traiçoeiro, vai tomando conta da pessoa sem que ela perceba, outras vezes, é instantâneo como um tiro penetrando em seu coração, arrasando todos os seus conceitos. Quando ele chegar, você vai concordar comigo.



Roberta a fitou pensativamente. Seria como ela disse? Será que era amor o que sentia agora, fitando aqueles olhos magníficos? E uma vontade louca de beijar aquela boca sensual?



Bianca encheu sua taça mais uma vez. Sorriu, erguendo a dela e brindou:



-Ao seu sucesso no amor, Roberta.



Roberta bebeu, querendo matar a sede que agora a consumia: beijar Bianca. Sentiu uma súbita tonteira. A bebida fazia seu efeito.



-Estou um pouco tonta... - disse, passanndo a mão pela testa.



Bianca tirou a taça de sua mão e circulou seus ombros com o seu braço.



-Quer deitar um pouco?



-Não... vai passar... não é nada demais...



Bianca puxou a cabeça de Roberta para seu ombro, fitando-a atentamente. Roberta não ofereceu resistência. Na verdade, estava bastante tonta, mas não queria admitir isso para Bianca. Sentiu o perfume de Bianca, o calor e maciez do corpo. A respiração quente dela em seu ouvido. Isso tudo a perturbou mais que qualquer bebida.



E então, sentiu a mão macia de Bianca alisar seu rosto, erguendo-o. Estremeceu quando a voz sussurrante dela disse em seu ouvido:



-Você é tão linda... ssua boca...atrai-me.



Ela mordiscou o lóbulo de sua orelha, enfiou a língua cariciosamente. Roberta sentiu seu sangue agitar nas veias, um arrepio percorreu seu corpo e morreu no sexo, que palpitou de excitação. Ela quis retribuir a carícia da boca que percorreu seu pescoço, mas estava sem forças para empurrá-la ou abraçá-la. Ficou ali inerte, sentindo uma forte emoção dominando-a.

A boca de Bianca pousou na sua. Os lábios quentes e macios, o sabor adocicado da champanhe consumida a excitando. Os lábios à princípio hesitantes, depois exigentes, assaltando sua boca em beijos ardentes.



Roberta gemeu de prazer. Bianca provocava nela uma forte atração, uma volúpia que a fazia desejar retribuir cada carícia, fazer o mesmo nela. Seu sexo latejava de desejo.

Como em um sonho, sentiu as mão de Bianca a despindo, acariciando seus seios virgens, descendo pelo corpo todo. Com esforço entreabriu os olhos e a viu também despida, os olhos a percorrendo com uma expressão estranha.



Roberta gemeu de prazer, sentindo a boca quente, a língua sem pudor percorrendo seu corpo, passando por todos os pontos, sugando, lambendo, mordiscando. Teve vontade de gritar, tal o prazer que sentia, um desejo crescente que a fazia gemer deliciada.



O corpo dela pesou sobre o seu. Sentiu-a afastar suas coxas com as mãos, os joelhos forçando.Ela falou em seu ouvido, com voz empolgada:



-Vou penetrá-la, devassá-la para a fazerr mulher! Seja minha completamente!



Dedos alisaram seu sexo e a ouviu falar satisfeita:



-Você está tão molhada, que quase não vaai sentir dor...



E Bianca dirigiu o dildo para a abertura molhada de Roberta e a penetrou numa estocada firme, invadindo-a sentindo uma intensa satisfação. Para ela, aquele corpo não era mais de Roberta. Era de Lauren, ali, submissa, recebendo sua vingança.



E o grito de dor de Roberta a fez apertar-se mais contra ela, invadindo-a ao máximo, depois começando a se mover lentamente, dizendo com voz excitada:



-Você vai sentir prazer, não adianta finngir que não...sinta...cada movimento meu comendo você...esse entra e sai...você vai gozar, vai estremecer de prazer...mesmo que me odeie...vai sempre lembrar que teve prazer comigo...puta...puta...



Roberta sentiu aquelas palavras excitá-la tremendamente, mesmo não entendendo porque ela dizia coisas que não entendia. E seu corpo foi sendo tomado pelo prazer puro, e ela começou a mover o corpo desesperada à procura do outro que a invadia.



Logo a dor foi substituída por um prazer que nascia de suas entranhas e Roberta ergueu os braços e abraçou Bianca, movendo os quadris no ritmo dela, gemendo pela sensação que tomava seu corpo. E como uma onda crescente, foi alcançada pelo orgasmo que a sacudiu e a levou às alturas, apertando-se contra o outro corpo numa grande emoção.



-Bianca! - Gritou, um grito de prazer meesclado com surpresa, pelo que acabara de sentir.



Bianca parou de se mover e a fitou ofegando. Ela se afastou lentamente, e Roberta sentiu aquele instrumento que Bianca usara nela sair de seu interior e um líquido morno molhar suas coxas. Sabia que era sangue, o resultado de sua virgindade perdida. Sentiu medo. O que deixara Bianca fazer com ela? E por que não havia resistido?



Bianca cortou seus perturbadores pensamentos se erguendo do sofá e retirando do corpo aquele objeto, jogando-o no chão. Ela a fitou com o rosto tenso.



-Vou tomar um banho - Disse, com voz tennsa.



-Fique um pouco comigo, Bianca... - Pediiu Roberta, confusa com suas emoções.



-Depois - Respondeu Bianca, se retirandoo.



Roberta ouviu uma porta fechar-se e logo um ruído de água. Suspirou. Ergueu-se do sofá e sentiu outra vez um líquido morno descendo por suas coxas. Não precisava olhar para saber que era sangue. Bianca a havia desvirginado com um pênis artificial! Não sabia o que pensar. Nunca havia imaginado que iria perder sua virgindade de uma forma tão inusitada, com uma mulher! Sem nenhuma preparação, em um sofá, tonta por beber.



Teve um pensamento de revolta. Bianca não pedira seu consentimento. Aproveitara-se de sua indisposição. Não havia sido uma entrega consentida, havia sido um assalto ao seu corpo indefeso. Ela devia ter planejado tudo! O pretexto das fotos, a bebida, aquele objeto sexual! Mas, por que aquilo tudo? Com que finalidade Bianca fizera aquilo?



Sentiu vergonha, em lembrar que havia sentido prazer com aquele ato estranho. Como seu corpo vibrara, até atingir o orgasmo. Mas também sentiu raiva de Bianca. Queria que sua primeira vez fosse totalmente diferente, com ela totalmente consciente, uma escolha sua do momento, do lugar e estando apaixonada. Não assim, com sua virgindade sendo tomada sem amor.



Bianca voltou do banheiro já totalmente vestida e a fitou com o cenho franzido.



-Precisa tomar um banho, Roberta. Há sanngue em suas coxas.



Aquela frase a feriu. Então, era assim? Ela a desvirginara e agora a tratava com aquela brutal indiferença?!



Seus olhos se encheram de lágrimas de raiva. Catou suas roupas no chão e passou por ela sem uma palavra, trancando-se no banheiro, batendo a porta com força. Tomou um banho rápido, louca para sair dali, contendo sua decepção e raiva. Felizmente seu sexo parou de sangrar e ela se vestiu apressada e voltou à sala. Bianca limpava o sangue do sofá com uma toalha molhada e a fitou com um olhar crítico.



Bianca se ergueu e jogou a toalha dentro do balde que usava, comentando:



-Consegui limpar bem o sofá, não deixei nenhuma mancha.



Roberta cruzou os braços, fitando-a com raiva contida.



-E a mancha que ficou em mim? Conseguiráá apagá-la?



Bianca a fitou surpresa.



-Que mancha?!



-A mancha que ficou em mim. Ser violada por uma mulher que agora não demonstra a menor sensibilidade pelo que me fez!



Bianca enrubesceu e baixou a cabeça. Mas logo tornou a erguê-la e a fitar com cinismo.



-De que se queixa? Você gostou do que fiiz. Não sou uma idiota, para não perceber.



-Posso ter sido levada pelo desejo, tenhho sangue nas veias e não água. Mas não estava preparada para isso. Você usou de um pretexto para atrair-me até aqui e se aproveitar de mim. Por que fez isso comigo?



Bianca a encarou perturbada. Não esperava aquela pergunta.



-Porque tive vontade. Você fez-me ficar atraída por você... - Mentiu.



-E por ficar atraída, armou esse circo? Inventar que queria tirar fotos minhas para uma exposição? Você sempre faz isso com quem se sente atraída? De quantas mulheres você já tirou a virgindade?



O tom de Roberta era acusador, cheio de raiva e mágoa.



Bianca enrubesceu mais ainda e a fitou com ar ofendido.



-Não costumo fazer isso! Nunca antes dessvirginei uma mulher!



-Então, por que fez isso comigo? O que aa motivou a agir assim? Atração, apenas?



-Ah, não sei! Você faz muitas perguntas! - Disse Bianca, defensivamente.



Roberta a fitou com os olhos cheios de lágrimas.



-Bianca...não mme faça pensar que é uma pessoa fria e calculista... que fez isso sem o menor sentimento além de atração...



Bianca a encarou e então, a vileza de sua vingança a atingiu. Ali estava aquela garota ingênua a fitando esperando um pouco de amor, de carinho, de consideração. E ela estava completamente vazia desses sentimentos, porque a vingança havia submergido tudo de bom e nobre em seu caráter, para torná-la uma pessoa sem escrúpulos, fria, calculista, imoral. Roberta estava sendo também uma vítima, como ela havia sido de Lauren. Mas o mal estava feito. Não havia recuo possível.



Numa onda de remorso, abraçou Roberta e a beijou carinhosamente na testa, dizendo baixinho:



-Você está enganada, Roberta... eu acho você uma moça muito especial...



Roberta a fitou, afastando-se um pouco, com o olhar implorando:



-Não me despreze, Bianca... eu não suportaria... diga que gosta de mim... que isso que aconteceu não foi apenas por desejo...



-Olha, estou muito confusa, Roberta. Porr favor, vá para sua casa. Eu preciso pensar nisso que aconteceu. Amanhã venha fazer as fotos. Hoje estou sem inspiração, as coisas aconteceram tão rápido!-Disse Bianca, se afastando de Roberta.



-Está bem... não vai agora sair comigo?



-Não, tenho que arrumar as coisas aqui....vá agora, por favor.



-Ok, não preciisa ficar nervosa...então, virei amanhã. A mesma hora.



-Tudo bem, agora vá...>



Roberta sorriu para ela e saiu. Bianca se recostou na porta, passando as mãos pelos cabelos.



-Maldição! - Resmungou.



LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL



Bianca havia concretizado a parte inicial do plano. Conseguira levar Roberta ao estúdio que alugara por uma semana, a embriagara e a havia possuído. E tudo havia sido gravado em sua câmera de filmagem, posicionada em um lugar estratégico, que abrangia a visão de todo o sofá. A câmera havia filmado tudo . Agora, tinha o que queria, para ferir Lauren. Só faltava enviar aquela filmagem para ela numa fita, e Lauren veria sua filha querida sendo desvirginada pela mulher que ela odiava! Ela iria morrer de ódio e não poderia fazer nada, porque Roberta não era menor de idade e o sexo havia sido consensual, Roberta a havia abraçado e sem sombra de dúvida, atingira o êxtase em seus braços.



Mas agora, não sentia a satisfação que imaginara sentir, pelo que havia feito. Não havia esperado sentir remorso e vergonha por essa sua vingança. Não havia contado com o fato de Roberta ser uma mocinha ingênua e doce. Havia pensado erradamente que ela era como a mãe, esnobe, fria e calculista.



E ela havia se aproveitado da ingenuidade da garota! Sem ela ter nenhuma culpa pelos atos da mãe! Maldição, por que não pensara nisso antes? Onde iria parar, com sua vingança ? Por que não havia escolhido outro meio de se vingar de Lauren Sawer? Simplesmente, havia escolhido o meio mais fácil e óbvio, a filha dela. Mas o pior, porque havia envolvido uma inocente em sua vingança.



-Merda!- Xingou, irritada consigo mesma.. Foi até onde estava a câmera e a retirou da prateleira, disfarçada entre caixas de filmes e materiais fotográficos. Desligou a pequena câmera, pegou-a e colocou numa mochila que havia trazido, apagou as luzes do estúdio e saiu. Na portaria, deixou a chave do estúdio em um envelope lacrado com o porteiro, endereçada ao fotógrafo que alugara o estúdio, conforme combinado anteriormente. E foi embora, sabendo que nunca mais voltaria ali.



LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL





Roberta chegou em casa e refugiou-se em seu quarto. Não queria ver ninguém, queria ficar só para pensar no que havia acontecido com ela.



Tirou o tênis e deitou em sua cama, abraçando seu travesseiro, deitando de bruços.

Agora, era uma mulher feita. Perdera sua virgindade nos braços de uma mulher! Ah, Bianca! Aqueles olhos magnéticos, aquela voz sexy, aquele sorriso luminoso, tudo a havia feito se deixar envolver pelas carícias dela e ser possuída totalmente, sentindo um prazer que nunca havia esperado sentir com uma mulher! Ela era uma lésbica? Até conhecer Bianca, nunca se sentira atraída por uma mulher. Achava suas colegas bonitas, mas sem interesse. Como se deixara envolver por Bianca? Será que estava apaixonada por ela?



-Será que ela gosta de mim? -Disse alto,, externando sua dúvida.



-Agora deu para falar sozinha?



Aquela frase foi como um estrondo em seus ouvidos. Voltou o rosto assustado para a porta, e viu que sua mãe a olhava pela porta entreaberta, com curiosidade.



-Oh! Que susto! - Disse, sentando na cama- Não ouvi a porta ser aberta!



Lauren deu dois passos para dentro do quarto, cruzando os braços e a fitando intrigada, com o cenho franzido.



-O que houve? Está tão estranha!



-Eu?! Estranha?? - Roberta riu forçadamente.



-Sim, você! Estava falando sozinha, com essa cara de quem está nas nuvens!



Roberta enrubesceu, olhando para a mãe, tentando soar natural:



-Eu, com cara de quem está nas nuvens?! Estava apenas pensando nos meus estudos!



Lauren semicerrou os olhos, fitando-a com suspeita.



-Roberta, eu a conheço muito bem, para ppoder ver uma mudança em sua expressão. Você está com uma cara de quem está... apaixonada !



-Eu, apaixonada?! - Riu Roberta, forçadamente - Está brincando, mãe! Sabe que atualmente nem tenho namorado!



-Humf! Espero que não esteja me escondendo alguma coisa que fez...



-Mamãe! Que neura! Não estou escondendo nada!



-Espero que sim. Filha, amanhã tenho umaa surpresa para você. Acorde cedo e vá esperar-me na sala de estar.



-Surpresa? O que é?



Lauren sorriu.



-Se eu disser, deixará de ser surpresa.<



-Ah, está bem. Agora, vou tomar um banhoo e aprontar-me para o jantar, ok?



E dizendo isso, Roberta saiu do quarto e foi para o banheiro da suíte.



Lauren estreitou os olhos, pensativa. Roberta estava mesmo estranha. Nem insistira em saber sobre a surpresa, como sempre fazia. Pois iria descobrir o motivo daquela mudança.



LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL



Durante o jantar, observou Roberta atentamente. Ela estava com um ar distante, quase não comia, apesar de ser seu prato predileto, às vezes sorria e enrubescia, como se estivesse lembrando de algo muito bom. O que estaria lembrando? Não tinha mais dúvidas que Roberta estava escondendo algo dela, e com certeza era alguém por quem se apaixonara. E por que não lhe contara nada? Devia ser alguém que não aprovaria, Roberta nunca escondera nada dela.



Sentiu uma profunda tristeza. Roberta estava começando a se fechar em um mundo exclusivo dela, excluindo-a.Estava perdendo o amor da única pessoa que amava no mundo, para um homem que talvez nem a merecesse.



Revoltou-se. Dedicara-se à Roberta desde que ela nascera, sempre a colocara em primeiro lugar. Por causa dela, havia desafiado sua família e saíra de casa, havia se sacrificado sempre para dar à ela o melhor. e agora, ela havia conhecido um sujeito qualquer que a envolvera e a afastava dela! Mas iria descobrir quem era esse sujeito e ver se ele merecia o amor de sua amada filha.



Para Lauren, o amor era uma fraqueza que tornava as pessoas vulneráveis e só trazia desilusão na maioria das vezes. Tivera uma dura lição em sua adolescência porque se apaixonara. E tinha medo que sua filha também sofresse por amar alguém que não a merecesse. Queria preservá-la de sofrimentos amorosos, e não iria falhar.



Olhou para Sawer, tão tranqüilo comendo. Ele acreditava piamente que ela o amava, o idiota! Tudo porque ela era exímia numa cama, na arte de dar prazer. Ela deixava qualquer homem louco de desejo, era só ela querer. E sua representação de mulher apaixonada convencia qualquer um. Aprendera isso quando ganhava sua vida como prostituta. Aquela era uma fase de sua vida que lembrava com desgosto. Três anos sendo um objeto em diversas mãos, engolindo seu nojo e orgulho, submetendo-se a atos que a faziam sentir-se apenas como um pedaço de carne exposta aos abutres.



Tudo para sobreviver e sustentar Roberta, que era um bebê. Felizmente havia conhecido um homem que se apaixonara por ela e a tirara daquela vida. Casara-se com ela, dando-lhe um nome respeitável e um lar. E o mais importante, adotara Roberta como filha legítima.Francesco Rezinni. Nunca o esqueceria. Não o amava, mas tinha por ele um grande carinho e respeito até ele morrer.



Tornou a fitar o marido atual. Ele nem sequer desconfiava de seu passado. Haviam se conhecido em um hotel de luxo. E tudo fôra premeditado por ela. Sabia que ele iria se hospedar naquele hotel durante uma convenção de joalheiros. Já sabia que ele era divorciado, e que era o patrão de Bianca Lancini. E havia se hospedado no hotel, fingindo ser coincidência sempre estar nos mesmos lugares que ele, jogara o seu charme e o conquistara em pouco tempo. Tudo por um objetivo: Bianca Lancini. Calculara tudo, seguira os passos de Bianca durante anos, até finalmente poder executar sua vingança. Mas não estava ainda satisfeita. Ela merecia sofrer mais! Perder o emprego fôra pouco!



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Novo dia amanheceu. Roberta tomou o seu banho, vestiu-se e foi ao encontro de sua mãe, que já tomava o café da manhã com o marido, pronto para sair para o trabalho. Beijou a mãe no rosto e deu bom dia ao padrasto, sentando-se à mesa, com uma expressão de contentamento que fez Lauren a fitar intrigada.



-Nunca a vi com essa cara tão feliz, Robberta - Comentou Lauren, sorrindo para a filha - O que houve? À que se deve essa alegria toda?



Roberta sorriu, servindo-se de suco e torradas .



-À você, mãe, qque disse que vai fazer-me uma surpresa hoje.



-Hummm... continuo achando que você está apaixonada! Não quer contar-me quem é o felizardo? - Perguntou Lauren, em tom de brincadeira.



Renata a fitou com um sorriso dissimulado.



-Não é nada disso, mãe! Não posso ficar feliz?



-Claro que pode, minha filha...



Sawer ergueu-se, passando o guardanapo na boca. Beijou Lauren na testa, rapidamente.



-Invejo vocês! Ficam aí conversando sobrre amor, enquanto eu tenho de ir trabalhar e resolver vários problemas. Bianca está me fazendo falta.



Roberta ergueu os olhos fitando o padastro assustada. Ele falara o nome Bianca?Felizmente sua mãe fitava Sawer, com certa irritação.



-Ainda não colocou alguém no lugar dela??Bianca Lancini não é insubstituível!



-Eu coloquei Clayton no lugar dela, mas estou decepcionado. Ele comprou pedras por um valor altíssimo, pedras que quando forem lapidadas vão ter um valor que não compensa o investimento. E não é a primeira vez que ele faz um mal negócio. Estou arrependido de ter despedido Bianca, ela era a melhor assessora que tive.



-Ora, aposto que breve você encontrará um assessor bem melhor que ela!



Ele a fitou com descrença.



-Tenho minhas dúvidas.Eu não devia era tter cedido aos seus pedidos e ter misturado coisas pessoais com trabalho.



Lauren o fitou com frieza.



-Eu não o obriguei a >despedí-la. Apenas pedi.



-É, mas encheu minha paciência, dizendo--me como ela era antipática e a havia tratado mal anos atrás, até que cedi. E veja o resultado. Bem, já vou.



Ele saiu em passadas apressadas. Roberta estava muda, fitando a mãe, que parecia irritada, com um olhar distante.



Oh, meu Deus! - Pensou Roberta, abismada - Será a mesma Bianca que havia conhecido, de quem falavam? É claro que era! Bianca falara coisas sobre sua mãe como se a conhecesse! E o nome e sobrenome eram iguais, não acreditava que havia duas Biancas Lancini na cidade com o mesmo nome!



-Mamãe... você pediu à Sawer para despedir Bianca Lancini? -Perguntou, em um fio de voz.



Lauren a fitou com um olhar que nunca vira nela. Um olhar frio, duro.



-Pedi! E não me arrependo!



-Mamãe, que maldade! Por que fez isso?



Os olhos de Lauren emitiram faíscas.



-Maldade?! O quue fiz foi apenas um pequeno troco ao que ela me fez, anos atrás!



-O que ela lhe fez?



Lauren repetiu a mentira que contara à Sawer. Não podia contar a verdade. A verdade

revelaria coisas suas que não queria que Roberta soubesse. Revelaria sua paixão louca, sua ingenuidade, sua amarga desilusão por um amor proibido que mudara para ódio.



-Ela é da mesma cidade que eu nasci. Esttudamos no mesmo colégio. Era minha inimiga.



-Inimiga? Por quê?

>



Lauren a fitou. As palavras saíram hesitantes:



-Ela... queria tomar meu namorado... como não conseguiu, passou a falar mal de mim...inventou mentiras à meu respeito, difamando-me. E meu namorado me deixou.

Roberta a fitou incrédula. Bianca não parecia uma mulher que não conseguisse ter alguém que desejasse, se ela era a Bianca de quem falavam.



-Ela fez isso mesmo com você?!



Lauren a fitou alarmada.



-Por que essa dúvida em sua voz? Meu Deuus, Roberta! Você fala como se a conhecesse! Diga-me, não esconda nada! Onde a conheceu? Você nunca foi à empresa de Sawer, não pode ter sido lá!



Roberta riu forçadamente, disfarçando suas emoções.



-Calma, eu não a conheço! Por que escondderia isso de você? É que achei essa história tão estranha! E estou apenas decepcionada em saber que prejudicou uma pessoa, mãe. Mas se teve fortes motivos para isso, não vou condená-la.



-Ela não presta, Roberta! Eu a odeio! Nãão está me mentindo? Não a conhece mesmo?

-Não, nunca a vi. Como ela é, fisicamentte?

-Por que quer saber?

-Curiosidade. Deve ser uma mulher feia, para não poder conquistar quem desejava.

-Não, isso que a torna perigosa. Ela é uuma mulher bonita e atraente, uma morena alta de olhos azuis.



A descrição confirmou que Lauren falava da mesma Bianca que havia conhecido. Roberta à custo manteve a expressão calma. Bianca e sua mãe, inimigas! Sua mãe a odiava! E Bianca? Odiaria sua mãe também? Ela sabia que sua mãe havia sido a causa de sua demissão? Deus! E se Bianca havia se aproximado dela apenas com o desejo de vingar-se de sua mãe, através dela? Não! Não podia acreditar! Bianca não era assim tão fria, dissimulada e calculista!

Essa suspeita a fez ficar angustiada. Só se tranqüilizaria quando falasse com Bianca e ela desmentisse aquela suspeita.



-Por que está tão calada, Roberta? - Perrguntou Lauren, com voz cheia de suspeita.



A voz de Lauren fez Roberta sair de sua abstração torturante. Forçou um sorriso.



-Estava pensando em tudo que contou-me. Essa tal Bianca deve ser uma maluca!



Como pensou, sua mãe suspirou aliviada com suas palavras.



-Eu a considero uma neurótica. Mas vamoss falar de coisas agradáveis. Venha comigo até a garagem do edifício. Tenho uma surpresa para você.



Roberta a acompanhou sem protestar. Já imaginava o que era a surpresa. Mas estava se sentindo péssima, louca para falar com Bianca e saber a verdade. Se tudo não passara de uma vingança premeditada.



Lauren mostrou o Bugatti vermelho reluzindo na garagem, com um enorme laço vermelho o envolvendo. Roberta sorriu, abraçou a mãe, fingindo alegria. Juntas desataram o laço e saíram para uma volta. Lauren dirigindo, porque Roberta ainda não havia recebido sua carteira de motorista.



Quando Roberta saiu dizendo que iria à aula de música, Lauren a seguiu. Roberta havia dispensado o motorista e havia ido andando até a Park Avenue . Ela dirigiu-se para um edifício e entrou. Lauren esperou um breve instante e a seguiu, passando pela porta giratória. O saguão do edifício era enorme e bem movimentado, com vários elevadores. Foi fácil passar despercebida com o hall cheio de gente passando.Viu Roberta numa fila e entrar no elevador quando ele chegou. Frustrada, Lauren percebeu que não podia saber para qual andar ela se dirigira, por que o painel mostrou o elevador parar em seis andares. Não tivera muito sucesso, mas pelo menos já sabia para que edifício ela havia ido e que ela estava mesmo mentindo, dizendo que ia para a aula de música.



Estava decepcionada com a filha pela mentira e por ela estar escondendo coisas dela. Estava claro agora que ela estava fazendo algo que reprovaria. Não merecia isso. Sempre havia sido uma mãe super dedicada, e o que Roberta fazia? Mentia, fazia coisas escondida!



Saiu do edifício e ficou em um ponto estratégico, onde Roberta não a veria ao sair. Queria ver se ela sairia acompanhada.





LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL







Roberta chegou diante da porta do estúdio com o coração aos saltos. Apertou a campainha. Ninguém veio atender.Insistiu, descansando o dedo na campainha. Nada.



Recostou-se na parede, trêmula. Por que ela não atendia? Ah...ela ainda não havia chegado! Devia ser isso. Mas uma hora depois, ela já roía as unhas em desespero. Onde estava Bianca, que não chegava?Será que havia acontecido um imprevisto? Um acidente?Imaginou-a ferida e estremeceu.



Esperou mais meia hora e desistiu.Desceu para o andar térreo e teve uma idéia. Deixaria um recado na portaria para Bianca, com seu telefone.



O porteiro atendeu solícito a bela garota.



-O que posso fazer por você, senhorita?<



-Pode me arrumar papel e caneta? Quero ddeixar um recado para Bianca Lancini, que tem um estúdio no décimo andar.



Ele a fitou intrigado.



-Moça, trabalho aqui há vários anos e seei que o único estúdio no décimo andar é do sr. Newmann. Ele o alugou para uma mulher por uma semana. Deve ser essa tal de Bianca, mas ontem ela entregou a chave do estúdio aqui na portaria. Ela disse que já terminou o serviço e não vai mais usar o estúdio. Já pagou adiantado o aluguel e não vai voltar.

Roberta empalideceu. Mal pôde perguntar, em um fio de voz:



-Sabe o endereço dela, ou telefone?>



-Não. Ela tratou tudo direto com o sr. Newmann. E ele está em Londres, só volta dentro de um mês.



-Obrigada...



Roberta saiu dali em passos lentos, contendo-se para não chorar. Ela a havia enganado!

Bianca não pretendia mais vê-la, havia mentido, não deixara nenhum meio de comunicação!Então, ela havia mesmo a usado para fazer uma vingança contra sua mãe!

Saiu do edifício e parou na calçada, sentindo as lágrimas descerem pelo rosto. As pessoas a olhavam curiosas, mas ela não conseguia conter-se.



Lauren, que estava escondida atrás do tronco de uma árvore, não resistiu ao ver a filha chorando com ar perdido. O que havia acontecido? Correu ao encontro dela e a abraçou aflita.



-Roberta! O que houve? Por que está chorrando? Quem a fez ficar assim?



Roberta fitou a mãe assustada, mas logo que viu a preocupação nos olhos dela, se refugiou nos braços de Lauren, chorando desesperada.



-Oh, mãe! Você tinha razão! Bianca Lancini não presta! - Soluçou.



Lauren a olhou chocada.



-Bianca Lancini?! O que ela fez? É ela quem a está fazendo chorar?!



Roberta a encarou entre lágrimas.



-Sim, ela enganou-me! Ela só queria vinggar-se de você, através de mim!



Desesperada com a declaração da filha, Lauren a pegou pelos ombros, sacudindo-a.



-Roberta! Como a conheceu? O que ela fezz com você? Fale, por Deus!



Várias pessoas passavam e as olhavam, curiosas. Lauren conteve-se à custo e puxou Roberta pela mão até um jardim com bancos e a fez sentar em um deles, fitando-a ansiosa, com medo do que ia ouvir.



-Fale, Roberta! Onde conheceu Bianca Lancini? Há quanto tempo? E o que ela fez?



Roberta falou entre soluços, baixando a cabeça:



-Ela...ela foi até a minha academia de balé dois dias atrás...e aproximou-se de mim, tirando uma foto minha...Quando reclamei, ela disse que precisava de uma pessoa como eu para fazer um trabalho fotográfico para uma exposição...e depois levou-me à uma lanchonete...



Lauren conteve-se para não dar um grito de ódio. Aquela maldita fôra capaz de querer usar sua filha para uma vingança contra ela! Ficou olhando para Roberta, sentindo o coração se oprimir de angústia. Roberta continuou:



-Ela convidou-me para ir ao estúdio delaa tirar fotos para a exposição. Seriam fotos com eu fazendo poses de balé, vestida como dançarina clássica. Que me pagaria bem. Eu concordei e marcamos para ontem.



-Roberta! E você foi?!!



Roberta baixou a cabeça.



-Eu...eu fui....Bianca impressionou-me com sua personalidade forte, estimulou-me a ser independente, a fazer minhas próprias escolhas...e eu quis mostrar à ela que podia fazer coisas sem consultar você.



Lauren adivinhou o resto. Quase sem voz, perguntou:



-Roberta, Bianca Lanccini seduziu você, não foi? Vocês mantiveram relações sexuais, não?



Roberta assentiu, sem fitá-la. Havia parado de chorar e o rosto estava abatido pela tristeza.

Lauren com esforço continha sua ira, tinha de ocultá-la, para Roberta responder. E prosseguiu no interrogatório:



-Foi lá no estúdio, não foi? Como ela aggiu? Pegou você à força? Ou enganou-a com promessas e frases de amor?



Roberta não respondeu, de cabeça baixa. Impaciente, Lauren a sacudiu pelos ombros.



-Como ela conseguiu? Fale!!!



Roberta ergueu o rosto e a encarou com os olhos angustiados.



-Ela não me forçou. Ela apenas deu-me chhampanhe, eu fiquei tonta depois de duas taças e ela...começou a beijar-me. Ela não me enganou com frases de amor e promessas! Mas fez pior, sumiu! Porque não quer ver-me mais!Ela não me quer, não me ama! Só queria usar-me!



Lauren ficou fitando-a imóvel, chocada. O ódio parecia ácido em seu coração, queimando, sufocando. Maldita Bianca Lancini! Sua filha querida, a coisa mais preciosa em sua vida, sofrendo pela mulher que ela odiava! Bianca fizera uma vingança suja! Mas ela iria pagar!

Conteve-se aparentando uma calma que estava longe de sentir. Tinha de mostrar-se forte, para tranqüilizar a filha. Se ela soubesse como estava arrasada e furiosa, iria sofrer mais ainda.



-Vamos para casa, Roberta. E esqueça esssa mulher. Ela não vale nada, e só traz infelicidade às pessoas das quais se aproxima.



Roberta fitou a mãe com receio. A calma aparente de Lauren não a convencia. Arrependeu-se de seu desabafo. Apesar de tudo, não queria que sua mãe fizesse uma loucura.



-Mãe...prometa que não vai fazer nada...Bianca não me obrigou a nada, eu quis também...



-Cale-se, por Deus! Não quero ouvir maiss nada! Vamos embora!



Roberta acompanhou a mãe de cabeça baixa, sentindo uma profunda tristeza.



Bianca olhou pela centésima vez para o relógio de pulso, sentada na sala de seu apartamento. Sentia o coração oprimir-se a cada minuto que passava. Roberta já devia ter desistido do encontro malogrado.Já devia ter descoberto que o estúdio não era seu, que apenas o alugara e já havia entregado a chave. Já devia estar sabendo que havia sido enganada, que ela não pretendia vê-la mais. E já devia estar sofrendo sua primeira decepção amorosa e começando a odiá-la.



Agora, mãe e filha a odiavam. Mas pelo menos, sabia o motivo do ódio de Roberta.

Estava triste e deprimida. Sentia-se uma canalha por ter usado uma garota como Roberta para seu plano de vingança.



Maldição! Deveria estar saboreando a sua vingança! Já deveria ter enviado a fita de vídeo para Lauren, para ela ver a filha dela em altos prazers com a mulher que odiava, vendo a filha única ser deflorada por um pênis artificial, usado pela mulher que mandara despedir!



Mas não tinha coragem de fazer isso também. A fita já estava embrulhada em um envelope pardo, endereçada à Lauren. Mas hesitava em enviá-la. Seria uma vergonha e humilhação enormes para Roberta, ser vista pela mãe naquela situação. Já estava sofrendo de ter sido enganada e usada, como poderia agüentar esse outro golpe?Talvez Lauren fosse xingar a garota, humilhá-la, ou até bater nela. De Lauren Sawer esperava o pior.



Olhou para a fita na mesinha e pegou-a. Olhou-a longamente e ergueu-se decidida. Jogou-a com força no chão e pisou nela com força, com o salto da bota, até vê-la toda quebrada. Para completar, puxou o acetato até formar um bolo amarfanhado.



Respirou fundo, como se tirasse um peso dos ombros. Já fizera muito mal à Roberta. Mais um, seria muita crueldade.



Será que Roberta contaria à Lauren o que acontecera? Era muito provável. Roberta era muito inexperiente e não conseguiria ocultar sua decepção. Bastaria Lauren perceber seu estado e pressioná-la com perguntas, que ela revelaria tudo.



Bem, de qualquer modo, Lauren saberia. E sua vingança a atingiria, Lauren teria de engolir aquilo sem poder fazer nada. Roberta era maior de dezoito anos e o sexo havia sido consensual.



Oh, mas não pensara que sua vingança tivesse um sabor tão amargo! Que se sentiria assim, uma canalha insensível e fria.



Saiu e andou pelas ruas sem destino, com as mãos enfiadas nos bolsos do casaco de couro. O dia estava frio, com a aproximação do outono. Foi caminhando lentamente, com a cabeça baixa, pensando em sua vida, como estava só e infeliz. E tudo por culpa de Lauren Sawer!

Mais uma vê pensou: por que ela a odiava? O que motivara aquele ódio, se nunca a havia visto antes? Era um mistério difícil de entender. O melhor era voltar para casa e tentar se distrair com algo. Ler um bom livro, debaixo das cobertas, fazer um chocolate quente...e esquecer da louca da Lauren Sawer. Tinha que concentrar-se em arranjar um novo emprego, isso que era o mais importante.



Roberta e Lauren haviam chegado em casa e Lauren a fizera deitar-se, dando-lhe um comprimido de calmante. Ficara do lado dela, alisando os cabelos louros da filha, até ela adormecer com duas lágrimas nos olhos.



Então, levantou-se e foi até seu quarto. Pegou sua agenda e a folheou. Lá estava o endereço de Bianca Lancini. Copiara do notebook do marido há muito tempo, sem que ele soubesse. Agora, iria servir para o que pretendia.



Vestiu uma capa de chuva branca por cima de sua roupa e foi até uma gaveta do seu closet. Tirou uma pequena pistola, uma Beretta 22. Colocou-a no bolso interno da capa e seu olhar endureceu.



-Agora nós, Bianca Laancini - Disse, entredentes.



Desceu no elevador e tomou um táxi.Deu o endereço do prédio, com voz tensa. Ia ao encontro de sua inimiga!



O que iria fazer? Matá-la? Não, isso não! Não iria para a cadeia pelo resto da vida por causa daquela desgraçada! E Bianca tinha de viver, para sofrer as vicissitudes da vida.O que iria fazer era destruir aquela beleza má! Dominá-la com a arma, amarrá-la e aplicar nela a maior surra que ela levara na vida! E deformar aquele rosto com golpes, para ela nunca mais poder conquistar alguém!Xingá-la com os piores nomes, gritar no rosto dela como era desprezível!

Ela havia destruído a inocência de sua filha! Deus, havia falhado em sua proteção! Tivera tantos cuidados com Roberta, reprimira tanto sua liberdade para protegê-la, e o pior havia acontecido! Agora reconhecia seu erro, a trancara em uma redoma de amor e proteção, e isso a tornara vulnerável e desarmada para a vida. Sua ingenuidade fôra um fator decisivo para Bianca conseguir seduzi-la e a atrair para uma armadilha. Mas agora iria acertar as contas

com aquela miserável!

Parte 4





Bianca chegou em casa e tomou um banho quente e colocou um pijama de seda negro. A noite já principiava e o melhor a fazer era comer alguma coisa e meter-se na cama.

A campainha da porta tocou e franziu o cenho. Quem seria? O porteiro do seu prédio era um idiota mesmo, muitas vezes saía da portaria para ir ao banheiro e deixava um dos faxineiros no lugar, que deixava qualquer um subir. Foi atender, mas tomando o cuidado de passar a corrente de segurança.



O rosto de Lauren Sawer entrou pelas suas retinas como um soco, fazendo-a recuar. A corrente impediu que a porta abrisse totalmente e permitisse Lauren Sawer entrar. O rosto dela estava com uma expressão sombria, nos olhos verdes brilhava uma chama perigosa e seus lábios estavam apertados, como se contendo gritos de raiva.



-Abra! Quero falar com você! - Disse Lauren, com voz dura e fria.



Bianca recuperou-se da surpresa e a encarou com antagonismo.



-Como teve a petulância de vir aqui?! É melhor ir embora, enquanto estou calma! -Disse Bianca, irritada.



-Não vai abrir? - Disse Lauren, entredentes - Tem medo de mim, sua covarde nojenta?



Bianca ficou vermelha de raiva, com o insulto.



-Não tenho medo de você! - Jogou, com vooz sibilante - Mas não vou permitir que uma serpente como você entre em minha casa!



Os olhos de Lauren chamejaram.



-Eu que sou a serpente>?! Pois ouça, Bianca Lancini! Ou me deixa entrar para falar com você, ou vou fazer um escândalo na sua porta! Vou gritar para todos o que você fez à minha filha!



Bianca riu com desdém, fitando-a friamente.



-Você não me amedronta, Lauren Sawer! Não tenho mais nada a perder. Você já arrasou com minha vida, esqueceu?



-Pois eu posso arrasar mais ainda! Vai aabrir ou não? Tem tanto medo de mim assim, para ficar aí atrás de uma corrente?



Bianca a fitou com arrogância, friamente.



-Só vou abrir para provar que não tenho medo de você! Entre, mas seja rápida!



Tirou a corrente da porta e a abriu, afastando-se para Lauren passar. Ela passou por Bianca em passadas furiosas. Bianca fechou a porta e voltou-se. Seu olhar frio mudou para assombro, ao ver a arma na mão de Lauren, apontada para ela. Os olhos de Lauren pareciam de uma pantera pronta para atacar.



-Oh, veio armada! - Disse Bianca, procurrando não demonstrar seu medo - Eu devia ter esperado isso, de uma mulher traiçoeira como você!



Lauren fez uma expressão de desprezo.



-Estou fazendo o mesmo jogo que usou commigo, sua suja! Você é a mulher mais baixa, mais imoral que eu conheço!



Bianca cruzou os braços, tentando aparentar calma. Mas tremia. Se ia morrer, não daria à ela o gosto de perceber seu medo, morreria com dignidade.



-Pois saiba que penso a mesma coisa de vvocê! Estamos quites! - Revidou.



-Quites?! Não, não estamos!A sua conta é alta demais para pagar, Bianca Lancini! Ela vem de muitos anos atrás,! E você ainda a aumentou, fazendo a baixeza de vingar-se de mim através de uma garota inocente ! A minha filha!



Bianca baixou a cabeça, sentindo que dessa vez, Lauren dissera uma verdade. Não havia desculpa para seu ato.



-Ah, calou-se? Não vai mais retrucar? Aggora está com medo, não é? Sabe que vim cobrar sua maldade! Seu ato baixo! Maldita! Odeio-a! Odeio-a com todas as minhas forças! - Disse Lauren, jogando aquelas palavras como se fossem pedras, querendo ferir como Bianca a havia ferido.



Bianca ergueu o olhar. Fitou Lauren Sawer nos olhos e formulou a pergunta que já se fizera tantas vezes:



-Por que me odeia tanto?! Qual a razão desse ódio profundo? Agora sei que tem um bom motivo para odiar-me, mas, e antes de eu me envolver com sua filha? Você quem começou essa guerra! Eu vivia quieta em meu canto, e você, desde que conheceu-me naquela maldita noite de ano novo, me odiou! E fez seu marido despedir-me! Por que esse ódio? Eu nunca a tinha visto antes!Você prejudicou-me sem motivo algum!



Os olhos de Lauren a fitaram com revolta.



-Sem motivo algum?! Mas eu tenho um motivo enorme! O que fiz à você foi um décimo do que você me fez! Ah, nem deve lembrar de mim! Pois vou refrescar sua memória! Meu nome é Lauren, mas em Greenfield, eu era conhecida por Barbie!



A surpresa que Lauren esperava não veio. Ela continuou a fitá-la sem entender. Isso enfureceu Lauren ainda mais.



-Não se lembra de Barbie?! Esqueceu o que fez com ela? Oh, deve ter esquecido! Barbie deve ter sido apenas uma de suas vítimas!



Bianca a fitou confusa, de cenho franzido.



-Não estou entendendo o que diz! Eu nascci e morei em Greenfield até a morte de meu pai, mas não conhecia você antes daquela maldita festa que Sawer deu na noite de ano novo! Só entendi que você e Barbie são a mesma pessoa e vivia também na mesma cidade que eu, mas e daí? Nunca conheci nenhuma Barbie!



-Tem certeza? Então, não se lembra de umma garota loura de olhos verdes que trabalhava na lanchonete do clube que você freqüentava? Que você a convidou para uma festinha, na noite que Link e Louise morreram em um acidente?



Foi como um clarão na mente de Bianca. Do fundo de sua memória, veio aquela tarde no clube. E lembrou da linda garota loura que vendia doces e salgados no balcão do bar. Se sentira atraída por ela e a havia convidado para sua festa! Esse fato havia sido esquecido devido à tragédia acontecida, que suplantara outros acontecimentos.



Agora a fitou genuinamente surpresa.



-Barbie! Agoraa eu lembro! Aquela garota era você?!



Lauren sorriu com desdém.



-Eu mesma! Lembrou-se, finalmente! Entenndeu agora porque eu a odeio? Eu cobrei um pouco do que me fez! Mas como eu disse, cobrei apenas um décimo! Hoje vou cobrar o resto da conta, que aumentou!



-O que eu fiz?! Está louca! Eu apenas a convidei para minha festa e você não apareceu! E nunca mais a vi!



Lauren aproximou-se enraivecida e encostou a arma no peito de Bianca, os olhos a fitando com evidente ódio.



-Como você é cínica! Naturalmente, vai nnegar que mandou Link me dar uma carona no meio do caminho para a festa, e que quando entrei no carro, me enfiaram um capuz na cabeça! Eu ouvi Link falando com você, chamando-a pelo nome! Você ria de mim, me xingando de puta, e disse que me dominaria com uma faca! Vocês pararam o carro no bosque e Link arrastou-me para fora do carro, rasgou minha roupa e violentou-me! E eu ouvia você rir!Depois foi o amigo de Link ! E no final, você disse que não adiantava eu ir à polícia, que seria minha palavra contra a sua, e eu era ninguém! Lembra disso tudo, Bianca Lancini? Vocês me deixaram lá no bosque e foram para a festa!



Bianca ouviu todas aquelas acusações atônita. Ou Lauren estava louca, ou a estava confundindo com outra pessoa. Fitou aqueles olhos cheios de ódio e sentiu-se mal.



-Eu não fiz nada disso! Eu não estava neesse carro, estava em casa desde cedo e não saí, estava organizando a festinha! Link e Bob chegaram com Louise!



-Mentira! Covarde! Está negando porque eestá com medo! Não tem coragem de assumir o que fez! Cínica, cafajeste!



Lauren se descontrolou e esbofeteou Bianca com força. Mas com o gesto, a arma foi levantada e ficou sem mirar Bianca, que aguardava qualquer descuido de Lauren e se jogou para a frente, segurando o pulso dela com as mãos. As duas caíram no chão e a arma disparou.



Bianca gritou de dor, mas ainda teve forças para bater a mão de Lauren no chão, fazendo a arma cair da mão e ela pegar, enquanto Lauren esperneava para tirá-la de cima de seu corpo. Bianca se ergueu com a arma na mão, cambaleante e arquejando. Apontou a arma para Lauren, que a olhou com os olhos arregalados.



-Quieta! Não se mova, ou eu atiro! E serrá em legítima defesa! - Disse Bianca, ofegando.



Lauren começou a soluçar, em uma crise nervosa, colocando as mãos no rosto. Bianca a olhou indecisa sobre que atitude tomar. Deveria chamar a polícia? Não. O que precisava era esclarecer aquela história definitivamente. Olhou para seu braço esquerdo e viu a manga do pijama encharcada de sangue.



-Levante-se e pare de chorar! - Disse, oofegando - Estou sangrando! Vai ter que fazer um curativo no meu braço!



Ela a fitou com ódio entre lágrimas.



-Pois que sangre até morrer! Odeio-a!



-Se não ajudar-me, vou chamar a polícia! Você invadiu minha casa e baleou-me!Sabe o que é isso? Tentativa de homicídio! Quer ir para a cadeia?



Lauren ergueu-se devagar, olhando-a com receio.



-Onde...onde teem uma caixa de primeiros socorros?



-No banheiro. Vamos lá. E não tente nada, que eu atiro! Anda! Vá na frente! Por aquele corredor, terceira porta à direita!



Lauren caminhou para o local indicado, seguida por Bianca à uma distância cautelosa. Entrou no banheiro bem decorado, todo em branco e azul e Bianca indicou uma porta do armário embutido.



-Abra essa porta, tem uma caixa de cor bbranca, pegue-a. Nela está tudo que se precisa para primeiros socorros. Devagar, não faça movimentos bruscos, para o seu bem!



Lauren abriu a porta e pegou a caixa. Fechou a porta e a fitou.



-E agora?



Vou sentar na banqueta e você me ajudará a tirar a blusa do pijama. Com cuidado, se tentar algo, vou atirar!



-Está bem! - Disse Laauren, irritada.



Bianca sentou na banqueta de acrílico e tentou abrir seu pijama com a mão esquerda apenas, a direita segurando a arma. Não conseguiu. Lauren viu sua dificuldade e se ofereceu,

colocando a caixa sobre a bancada de mármore branco:



-Deixe que eu tire a blusa. <



-Está bem.



Lauren se aproximou e se inclinou, levando as mãos trêmulas de nervosismo para a blusa do pijama e começando a desabotoar os botões. Sua proximidade de Bianca a fez sentir o perfume do corpo dela. Um perfume delicioso, de sabonete, de limpeza misturado com o cheiro dela própria. Abriu a blusa e os seios surgiram, seios lindos, de bom tamanho, alvos, com pequenas auréolas rosadas, e biquinhos delicados. A canalha tinha seios lindos, admitiu à contragosto.



Bianca sentiu-se tonta. Devia ser o seu estado emocional e a perda de sangue.



-Ande logo com isso! - Ordenou, impaciennte.



Lauren desceu a blusa pelos ombros. O ferimento no braço surgiu. O sangue já havia coagulado e estancado, mas o braço estava encharcado de sangue.



-Vou pegar uma toalha para limpar seu brraço - Disse Lauren.



-Segunda porta do armário - indicou Biannca. Ela aproveitou que Lauren se afastou para acabar de tirar a blusa e jogar no chão. Lauren voltou com a toalha, molhou no lavatório , torceu e se aproximou.



Olhou para seus seios à mostra e baixou os olhos, enrubescendo.



-Vou limpar o braço do sangue e depois llimpar a a ferida com água oxigenada.



-Devagar e com cuidado. Se machucar-me, vou revidar.



Lauren respirou fundo e se inclinou, começando a passar a toalha úmida no braço de Bianca, que com a mão direita apontava a arma para ela.



Bianca sentiu o cheiro do perfume de Lauren invadir suas narinas. Um perfume delicioso e ela se irritou por ter gostado do cheiro de sua inimiga. Com mil demônios! Gostar do cheiro daquela serpente?!



-A bala não entrou no braço, apenas passou de raspão, fazendo um sulco – Disse Lauren, fitando o ferimento - O sangue coagulou, não acho que devemos mexer no ferimento, que pode voltar a sangrar.



-Então, apenas cubra -o com gaze e prendda com esparadrapo. Vou chamar um médico, que saberá o que fazer.



Lauren trabalhou com eficiência e logo fez o curativo. Ela guardou o material na caixa e se afastou, fitando-a.



-E agora? Posso ir embora? - perguntou Lauren, com voz neutra, evitando fitá-la nos olhos.



-Oh, não! Primeiro, vamos até meu quartoo.



Lauren a fitou nervosa, com receio visível.



-O que vai fazer comigo?



Bianca sorriu com ironia, erguendo-se, sem deixar de apontar a arma para ela.



-Está com medo de mim? Fique tranqüila, não sou uma tarada que vai abusar de você.

Só quero que pegue um robe no meu closet para eu vestir. Vamos. Vá na frente.



Lauren seguiu na frente, com Bianca atrás indicando o caminho. Entraram no quarto bem decorado e Bianca indicou a porta do closet. Entraram e Bianca mandou Lauren pegar um robe azul escuro e ajudá-la a vestir.



-Coloque primeiro o lado esquerdo.<



Lauren estendeu o robe e Bianca enfiou o braço na manga, e Lauren subiu a peça de roupa até o ombro. Afastou-se e Bianca trocou rapidamente a arma de mão e ordenou:



-Agora, o lado direito.



-Vai ter que virar as costas para mim, ppara eu poder passar a roupa por trás de você - avisou Lauren.



-Está bem, mas seja rápida, e lembre quee posso atirar sob o braço.



Lauren respirou fundo, engolindo uma réplica irritada, e acabou de vestir o robe em Bianca, afastando-se em seguida. Bianca voltou-se e ordenou:



- Cruze as partes e amarre o cinto.



Lauren se aproximou e fez o que ela ordenou, sentindo o cheiro de Bianca novamente e sentindo um arrepio. Afastou-se perturbada com o que sentiu.



Bianca a fitou com desgosto. Maldição, como podia se sentir perturbada com a proximidade da serpente?



-Agora, vamos para a sala. Quero esclarecer essa velha história entre nós de uma vez por todas.



Lauren não retrucou. Voltaram para a sala e Bianca sentou numa poltrona, indicando o sofá para Lauren.



-Muito bem. Ouça, suas acusações não proocedem. Não fiz nada do que me acusa. Por que me acusa dessas mentiras? O que tem realmente contra mim? Eu exijo a verdade!



Lauren a fitou surpresa. O olhar de Bianca era direto e indignado. Não era o olhar de quem mentia. Mas tinha sido ela! Ou não tinha?



-Eu não estou mentindo, eu ouvi Link chaamando você pelo nome!



-Ah, você ouviu, não viu! E se ele estivvesse querendo incriminar-me? Se a mulher era outra? Eu não saí de casa aquela noite! E por que eu iria fazer uma crueldade dessas à você, se queria na verdade conquistá-la? Eu a vi na lanchonete e sentí-me atraída por você. Eu a convidei para a festa para nos conhecermos melhor. Não sou uma tarada sádica, para ter prazer vendo uma mulher na qual estou interessada ser estuprada por um homem! E Link chegou lá em casa na companhia de Bob e Louise!



Louise! Pela primeira vez, a verdade penetrou na mente de Lauren. Olhou para Bianca de olhos arregalados, sentindo-se uma completa idiota.



-Meu Deus! Foi uma trama! Foi Louise, fiingindo ser você! Por isso, colocou um capuz em minha cabeça, para eu não a ver! Link a chamava de Bianca, para eu pensar que era você! E ela imitava sua voz! Meu Deus, como fui idiota!



Bianca a fitou com tristeza.



-Conte-me o que aconteceu desde o inícioo! Quero entender essa história confusa!



Lauren contou tudo, com voz embargada. Desde quando Link a pegou na estrada, até eles a deixarem no bosque, com detalhes. Queria que Bianca soubesse o que havia passado, para entender seu ódio. Um ódio que havia se esvaído finalmente de seu coração, ao saber a verdade, deixando-a estranhamente aliviada e leve.



Terminou e olhou para Bianca, que a fitava com lágrimas nos olhos e revolta.



-Entende agora meu ódio por você? Eu fuii enganada! E nesses anos todos, eu pensava que era você quem estava com eles! - Completou Lauren, com voz embargada.



Bianca sacudiu a cabeça, assentindo. O seu olhar agora estava cheio de compaixão e compreensão.



-Entendo, Lauren...você foi vítima de três pessoas cruéis e desalmadas! Meu Deus! Se isso tivesse acontecido comigo, eu caçaria os responsáveis até o fim do mundo, para vingar-me! Agora entendo seu ódio para comigo! E Bem que estranhei Link, Bob e Louise, que passaram a tarde comigo, terem saído dizendo que iam resolver um problema, só voltando horas depois! Agora sei que tinham ido pegar você! O acidente que sofreram no final da festa foi um castigo do destino! E Louise foi a pior dos três, pois incriminou-me por algo que não participei!

Bianca pousou a arma na mesinha perto dela.



-E eu nunca desconfiei dela. Louise deve ter combinado com Link fazer isso para fazer-me ter ódio de você! E com isso, afastar uma rival potencial! E eu caí na armadilha!



-Eu imagino seu trauma, Lauren. E por falta de um esclarecimento, eu e você erramos. Você prejudicou-me e eu me vinguei de você usando sua filha! Ainda tem um bom motivo para odiar-me, Lauren. Eu fiz sua filha sofrer com meu ato impensado, motivado pela raiva. Ah, se eu pudesse voltar atrás! Como Roberta está?



Lauren respirou fundo.



-Sofrendo. Mas minha esperança é que nesssa idade as pessoas se recuperam rápido de uma desilusão. E torço para que Roberta ultrapasse essa fase dolorosa logo.



Bianca a encarou gravemente.



-Você ainda me odeia, Lauren?



Os olhos de Lauren fugiram daqueles olhos azuis.



-Não sei...estou até agora atordoada por ter descoberto a verdade.Preciso processar tudo que descobri.



-Lauren, eu nãão a odeio mais. Na verdade, acho que nunca a odiei, eu apenas me sentia magoada, ferida e infeliz em ver que você me odiava sem eu saber o motivo. Mas agora que sei do seu motivo, eu a entendo e minha raiva acabou.

Lauren a fitou preocupada.



-Bianca, agora sei que você não é um monnstro de crueldade, como pensava. Bem, o que você fez com minha filha foi grave, você usou uma inocente para vingar-se de mim.Mas pelo menos não foi algo forçado, uma coisa horrível que a traumatizasse .



-Ela falou o que fizemos? - Perguntou Biianca, enrubescida.



-Não. Mas pude imaginar. Ela confirmou aapenas que vocês tiveram relações sexuais. Mas se ela não tivesse gostado, não teria ido procurar você novamente e ter ficado decepcionada quando não a encontrou.



-Oh... eu lamennto, Lauren, estou arrependida do que fiz... eu nem tenho palavras para dizer quanto estou arrependida.



Bianca sentiu uma fisgada no braço e seu rosto se contraiu. Lauren a fitou nos olhos e comentou:



-Bianca, precisa ir ao médico! O seu ferrimento pode infeccionar, deve ser cuidado logo.



-Não, vou ligar para meu médico, ele virrá atender-me em casa, é um velho amigo. Vou pegar minha agenda no quarto.



Ela ergueu-se e cambaleou. Estava tonta. Lauren se ergueu rapidamente e a amparou, passando o braço por sua cintura. Bianca apoiou seu corpo no outro e sentiu um arrepio percorrer sua espinha dorsal. Com mil demônios, o que era isso?



Tentou se afastar, mas o braço de Lauren a segurou.



-Apoie-se em mmim, Bianca. Vamos para seu quarto, você precisa deitar. Deve ter perdido bastante sangue.



Bianca colocou a mão no ombro de Lauren e foi caminhando para seu quarto apoiada nela. Estava realmente se sentindo fraca e tonta. Lauren a colocou apoiada na parede e puxou a coberta que forrava a cama, a ajudou a deitar, segurando seu braço bom, e a cobriu até a cintura, quando se deitou.



-Onde está a agenda? - Perguntou Lauren.



-Na mesinha de cabeceira, na gaveta.



Lauren abriu a gaveta e pegou a agenda.



-Como se chama seu médico?



-Doutor James Bullockk, procure na letra B.



Lauren mesma fez a ligação. Ela explicou com voz firme que Bianca havia se acidentado em casa e precisava que o médico viesse visitá-la para fazer um curativo.



Desligou e olhou para Bianca, que a fitava com ar sonolento.



-Ele já está a caminho. Demos sorte, elee já estava de saída do consultório.



Bianca fechou os olhos. Agora que o pior havia passado, estava sem tensão e um sono estava tentando dominá-la. Ela se entregou ao sono. E Lauren sentou na beira da cama, aproveitando para fitar aqueles traços marcantes e belos. Admirou as sobrancelhas perfeitas, as pálpebras largas, os cílios espessos e negros, o nariz afilado, a boca cheia e sensual, os malares altos como de uma modelo, o queixo forte e angular. Aquela mulher era um perigo! Atraente ao extremo, devia ter quem quisesse.



O médico chegou dez minutos depois. Bianca acordou e explicou que estava limpando a arma, quando ela disparou. O médico sorriu meio incrédulo, mas com habilidade aplicou uma anestesia local e suturou o ferimento, depois de limpar com um líquido anti-séptico. Aplicou depois uma injeção contra infecção e recolheu seus instrumentos médicos.



-Pronto, está medicada, Bianca. Evite molhar o ferimento até cicatrizar e evite alimentos derivados de porco ou muito temperados. E breve vai estar nova em folha.



-Doutor, quanto é o seu serviço? _ perguuntou Lauren.



-Depois eu acerto com Bianca, ela sempree me paga no final do mês.



-Mas eu quero pagar.



-Não, Lauren, eu acerto com Bullock depois - Disse Bianca, taxativa. O médico se despediu e foi embora. Lauren olhou para seu relógio. Nove da noite! Sawer já devia ter chegado do trabalho e devia estar estranhando sua ausência. E Roberta já devia ter acordado.Tinha que ir para casa imediatamente! Era incrível que esquecera sua vida familiar ao lado de Bianca.



Bianca notou o gesto de Lauren, olhando o relógio, e disse sonolenta:



-Pode ir embora, Laurren.Já tomei muito o seu tempo. Roberta precisa de sua presença.



Lauren sorriu. Era o primeiro sorriso que Lauren dava à ela e Bianca e o achou lindo.



-Tenho mesmo que ir. Ficará bem sozinha??



-Sim, não se preocupe.Sei me virar. Apennas bata a porta ao sair. Ela fechará por dentro.



-Está bem. Então...boaa noite.



-Boa noite, Lauren.



Lauren apagou a luz do quarto, deixando apenas a luz do abajur acesa e saiu. Bateu a porta do apartamento e desceu no elevador, pensando como a vida era estranha.



Chegara ali com tanto ódio de Bianca... e saía dali preocupada por ela ficar sozinha, estando ferida. Que sentimento era aquele que agora a dominava? Remorso? Pena? Não sabia.O que sabia era que depois de muitos anos, parecia ter tirado uma trava do seu coração e sentia-se mais leve, capaz de emocionar-se com as pequenas coisas da vida. Sentia-se mais humana.



Quando chegou em casa, Sawer já havia jantado e a fitou acusadoramente.



-Onde esteve, Lauren



Ela o beijou no rosto, rapidamente, e prosseguiu para o quarto.Ele a seguiu.



-Desculpe-me, querido, Fui visitar uma aamiga e ela levou-me para fazer compras. Perdi a noção das horas.



-Que amiga?



-Julie, a mulhher de Walter Stein.



-Ah...peço que não faça mais isso, Lauren. Sabe que detesto jantar sozinho.



-Tudo bem, querido. Agora, vou tomar um banho quente e ir ver Roberta. Ela está meio gripada e a deixei dormindo.



SCRAP 93

Foi à procura de Roberta. Ela ainda estava dormindo e a fitou preocupada. Quando ela despertasse, como estaria, psicologicamente? Já conformada com o desaparecimento de Bianca, ou desesperada? Pobre Roberta! Mas talvez ela se recuperasse bem daquela decepção. Ela não tivera um relacionamento sério com Bianca, haviam se visto apenas por três vezes. Sim, haviam tido relações sexuais, mas isso seria esquecido quando Roberta conhecesse alguém a quem realmente amasse, porque achava que o que ela sentira por Bianca era apenas atração sexual.

E ela própria, por que não tirava da mente aqueles olhos azuis? Será que a velha paixão a dominava novamente, agora que sabia que Bianca era inocente? Não! Não podia, não devia apaixonar-se por Bianca!



IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII



Roberta acordou com uma decisão. Iria procurar Bianca na casa dela.

Havia sido fácil descobrir o endereço dela. Quando sua mãe saiu, tinha revistado a agenda de seu padrasto no notebook que estava em casa. E lá estava o nome e endereço de Bianca Lancini. Copiou-o em um papel, radiante por sua esperteza. Não havia engolido o comprimido que sua mãe lhe dera para dormir. Quando ela havia saído, pensando que ela dormia, Roberta havia cuspido o comprimido fora. Passara a noite fazendo planos, o que diria à Bianca, quando a encontrasse. E havia decidido dizer que a entendia e perdoava por seu procedimento, mesmo sabendo que ela a havia usado para uma vingança.



Tomou um banho caprichado quando acordou e vestiu-se com cuidado. Saia de couro marrom, curta, blusa creme de lã, meias e botas italianas de couro da mesma tonalidade da saia.

Lauren entrou no quarto dela com uma bandeja com o café da manhã e a fitou surpresa, vendo-a penteando os cabelos.



-Vai sair?!



Roberta a encarou sorrindo, fingindo uma calma que não sentia.



-Vou. Tenho minha aula de balé, esqueceuu?



Lauren respirou aliviada. Ela estava reagindo bem!



-Pensei que não estivesse disposta...



PARTE 5



Silêncio. Lauren passou a língua pelos lábios secos. Seu coração batia descompassado.



-Bianca? Está ouvindo?



A voz de Bianca veio tensa:



-Sim...como vai, Laauren?



-Bem. Preciso falar com você pessoalmeente.



-Sobre o quê?



-Sobre Roberta.



Novo silêncio.



-Oh... - disse ela finalmente - Houve alguma coisa com ela?



-Acho que sim. Podemos nos encontrar aamanhã à tarde?



-Bem...eu...está bem. Onde?>



-Pode ser em sua casa? Imagino que preefere não sair, por causa do braço. Ter de vestir roupa...



-Meu braço está ótimo, só o local estáá dolorido, mas também acho melhor aqui. Que horas chegará?



-Às duas, podde ser?



-Ok. Esperarrei.



-Até amanhã, Bianca.>



Bianca desligou tensa. Se Roberta havia se calado sobre o encontro, no mínimo Lauren havia percebido que alguma coisa havia acontecido.Roberta devia ter chegado em casa transtornada. E é claro que a suspeita de quem ter transtornado Roberta era ela. Bem, já havia enfrentado Lauren com uma arma.Agora, Lauren não iria chegar à esse extremo. E ela não mentiria para Lauren.



Olhou para o sanduíche que havia começado a comer e não acabara. Levou o resto para a cozinha e jogou no lixo. Lavou as mãos na pia, enxugou-as e voltou para o quarto, deitando-se na cama.Ligou a tv de plasma com o controle remoto e ficou vendo as imagens passarem diante de seus olhos sem prestar atenção. Pensava em como Roberta devia estar sofrendo e como Lauren devia estar preocupada vendo a filha assim.



Sentia-se triste por ter magoado Roberta, mas havia sido necessário. Assim, ela se desiludira de vez dela. E tinha de reconhecer, estava ansiosa para rever Lauren. Era incrível como ela não saía de sua cabeça. Aquele belo rosto com ódio, depois com surpresa e medo e finalmente com remorso e compaixão. E o sorriso que dera, ao se despedir...



Será que estava se apaixonando por Lauren? Se isso fosse verdade, iria arranjar uma bela encrenca: além de ser mãe de Roberta, era casada com Sawer!



Pela primeira vez, pensava nela como mulher, e não sua inimiga. E pensou que Lauren era uma mulher muito charmosa e desejável. Tinha um rosto lindo, aqueles olhos verdes, aquela boca sensual, os cabelos louros com um corte moderno, a pele de pêssego maduro...em suma, uma mulher que podia conquistar quem quisesse.Não era uma garota imatura como Roberta, era uma mulher vivida, uma mulher de forte personalidade.



-Bianca, contenha-se! - Disse, baixinhho. Adormeceu sem sentir.



Então, sonhou que estava em uma cama, fazendo sexo com Roberta. Ela a fitava com loucura e dizia frases ardentes.



Mas um vulto de mulher surgia das sombras e se aproximava delas. Separava-as com violência e puxava Bianca para seus braços.Bianca a fitava e via o rosto de Lauren, transtornado de amor e paixão. Bianca então também a abraçava e Lauren a envolvia com os braços, dando um beijo voraz, fazendo-a mergulhar em um redemoinho, ouvindo os gritos de Roberta cada vez mais longe, xingando-as.



Acordou suando, ainda sentindo a forte sensação que a dominava no sonho. Sentou na cama, passando a mão pelo rosto suado. Estava com a boca seca, o coração disparado. Levantou, foi à cozinha e tomou um copo de leite gelado. Depois foi ao banheiro e lavou o rosto. Voltou para a cama, mas o sono não vinha mais. Nervosa, tornou a ligar a tv.Suspirou, recordando o sonho.



Lauren a beijara com tanto desejo no sonho! Será que na realidade ela também faria isso? E sentiria o mesmo desejo, sentindo aquela boca na sua?



Depois de muito tempo, conseguiu dormir novamente.



IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII





Finalmente pela manhã, Roberta abriu a porta do quarto, quando Lauren bateu pedindo para entrar. Lauren fitou a filha entristecida, por ver nela uma expressão revoltada no rosto. Ela escancarou a porta.



-Pronto, está satisfeita, mãe? - Dissee, com animosidade - Aqui estou, pronta para ouvir seu sermão.



-Roberta, como está revoltada! Conte-mme.Eu a entenderei. Prometo que não vou passar um sermão em você. Só quero ajudá-la.



Roberta se afastou com um gesto de impaciência.



-Se quer mesmo me ajudar, pare de me ffazer perguntas!Deixe-me em paz! Não percebe que você estragou tudo, tentando proteger-me excessivamente?



-Não me culpe por estar assim, Robertaa! Eu posso ter errado em meu zelo, mas você deve ter feito outra loucura e se deu mal, e agora quer culpar-me de seus atos insensatos!



Roberta começou a chorar e jogou-se na cama, encolhendo-se numa posição fetal. Lauren correu para ela e sentou ao lado, puxando a cabeça dela para suas coxas, alisando seus cabelos aflita.



-Roberta, abra-se comigo! Faz bem desaabafar!Diga o que aconteceu! Só quero entendê-la, ajudá-la! Confie em mim!



Roberta apertou-se contra ela, abraçando sua cintura, chorando.



-Oh, como estou infeliz! Tenho vontadee de sumir!



Lauren a fitou angustiada.



-Você foi procurar Bianca novamente, RRoberta?



Ela ergueu o rosto, fitando-a assustada.



-Como sabe? Seguiu-me, como da outra vvez que fui no estúdio?



-Não! Mas não sou idiota, Roberta!Vocêê saiu daqui tranquila e voltou arrasada! O que houve? Bianca a tratou mal? Como sabe onde ela mora?



-Foi fácil saber... vi o endereço delaa no notebook de Sawer. E fui lá - disse, desanimada.

Lauren respirou fundo, contendo sua contrariedade.



-E como Bianca a recebeu?



-Oh, não quero falar sobre Bianca maiss! Chega!



Roberta recomeçou a chorar e se ergueu, empurrando a mãe .



-O que ela fez, para você estar assim?? - Insistiu Lauren.



-Não falo! Não quero! Deixe-me em paz!!



Lauren perdeu a calma e ergueu-se furiosa.



-Roberta, como pode ser tão idiota?Nãoo percebeu ainda que Bianca não quer nada sério com você? E você fica atrás dela, como uma cachorrinha! Por Deus, Roberta, esqueça essa mulher!



-Eu sabia que você não iria me entendeer! Que iria criticar o que sinto! Eu sei que ela não me quer! Não precisa me dizer! Eu quero ir embora daqui! Quero ir para bem longe! Não ouvir mais nada sobre Bianca!



- Tem certeza que é isso mesmo que queer?



-Sim! Eu quero mudar minha vida! Queroo ir para Paris estudar balé!



-Muito bem. Vou fazer o que quer. Hojee mesmo falarei com Sawer para providenciar essa mudança sua. Agora, vá tomar um banho e tomar seu café da manhã! Não vou tolerar mais nenhuma malcriação!



Sua autoridade sobre Roberta venceu. Ela a atendeu e foi para o banheiro.





IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII





Bianca olhava para para o relógio, tensa. Lauren chegaria dentro de instantes, se fosse pontual. E naturalmente, vinha tomar satisfações por ter recebido Roberta e a ter beijado. A única defesa era dizer a verdade: que Roberta tentara seduzi-la e ela havia fraquejado um momento, retribuindo o beijo.



Maldição! Era humilhante reconhecer para Lauren que havia fraquejado, quando o que mais queria era que ela a admirasse, descobrindo que não era uma pessoa sem escrúpulos como pensara. Lauren iria desprezá-la, considerá-la uma pessoa fraca e oportunista.



Lauren...maldição, não deixava de pensar nela um só momento! Queria tanto que ela a admirasse, que visse seu lado bom! Lauren era linda...uma mulher que faria qualquer um se apaixonar por ela. Uma mulher que sabia o que queria, uma mulher que agora admirava, por ter passado por um trauma e ter sobrevivido e lutado para ter uma vida digna para ela e a filha.

Sorriu de seus pensamentos. Quem diria, ela admirando Lauren Sawer! Interessada nela!Se alguém lhe falasse há uma semana atrás que iria acontecer isso, ela xingaria a pessoa de louca!



A campainha soou e Bianca deu um pulo do sofá.Passou as mãos pelos cabelos em um gesto nervoso e foi abrir a porta.



Lauren surgiu ante seus olhos, linda. Os cabelos presos, elegantíssima em um conjunto azul da prússia e blusa de seda branca. Ela sorriu ligeiramente, fitando-a com os belos olhos verdes de um jeito que excitou Bianca.



-Boa tarde. Espero que não esteja incomodando... - Disse, enquanto Bianca a fitava imóvel.



Bianca saiu de sua contemplação e sorriu, afastando-se para ela passar.



-Não está incomodando nada, entre, Lauren...



Ela entrou, deixando Bianca sentir o suave perfume que usava. Bianca fechou a porta e voltou-se para ela.



-Sente-se, por favor. Aceita um drink? Um uísque? Um copo de vinho?Ou um martini?



-Aceito um martini<, obrigada.



-Com ou sem gelo?



-Sem gelo - Respondeu Lauren, se sentando no sofá e cruzando as pernas esculturais.



Bianca foi até o bar e preparou duas doses de martini, colocando cereja em cada. Voltou com as taças, entregando uma a Lauren e se sentando ao lado dela, deixando um confortável espaço entre elas. Não queria que Lauren achasse que estava com más intenções com ela.

Tinha que mostrar que não era uma conquistadora barata, como suas ações com Roberta faziam pensar.



Lauren tomou um pequeno gole e comentou, fitando-a atenta:



-Soube que Roberta voltou a procurá-laa aqui.



Bianca a fitou procurando aparentar calma.



É verdade.



-Ela chegou em casa transtornada, os oolhos vermelhos de chorar. Trancou-se no quarto e só deixou-me entrar hoje pela manhã. Ela parece muito abalada. Não quis dizer o que houve aqui entre vocês, mas eu percebi que você a desiludiu. Mas diga-me, vocês tiveram relações sexuais novamente?



Bianca a encarou, protestando:



-Ei, isso nãão! Sua filha chegou aqui e começou a tentar seduzir-me, oferecendo-se para termos sexo! E eu resisti à sua sedução até certo ponto...



Os olhos de Lauren se estreitaram. Sua voz ficou fria:



-Até que ponto você resistiu, Bianca?<



-Até o ponto que ela se jogou em meus braços e beijou-me. Eu fraquejei um momento, correspondendo ao beijo, mas logo me recuperei e a afastei de mim e a coloquei para fora do apartamento.



Os olhos de Lauren brilharam perigosamente.



-Então a beijou...qual é seu jogo, Biaanca? Humilhar minha filha, depois de usá-la? Mostrar que é irresistível, brincar com os sentimentos dela?



Bianca a fitou magoada e ofendida.



-Não sou esse monstro de insensibilidaade em que insiste ver-me, Lauren! Tenho sentimentos, sou uma pessoa como outra qualquer, que faz erros e acertos, com qualidades e defeitos, mas procurando aprender com a vida!



Lauren a encarou com olhar acusador.



-Mas você usou Roberta para vingar-se de mim! Uma garota inocente, que agora sofre porque você a enganou! Isso é brincar com os sentimentos de uma mocinha inocente!



-Eu errei uma vez! Mas estou tentando consertar meu erro! Diabos, como eu poderia resistir à uma mulher que se ofereceu à mim, dizendo coisas excitantes, se jogando em meus braços? Sou de carne e osso, Lauren! Mas fraquejei só um momento! Retribuí ao beijo, mas a mandei embora em seguida! Outra pessoa não teria recusado o oferecimento de Roberta! Mas eu fiz isso!



Lauren a fitou chocada.



-Não acredito no que diz! Roberta jamaais faria isso, oferecer-se à você e tentar seduzí-la! Roberta é uma garota inexperiente e ingênua! Você está tentando justificar seus erros acusando minha filha! Quer inverter a verdade!



Bianca a encarou com raiva.



-Ouça, estou cansada de ser acusada poor você de coisas que não sou e não fiz! Primeiro, achou que eu havia participado de seu estupro, agora acha que eu ainda estou tentando seduzir sua filha! Lauren, eu errei uma vez, seduzindo ela no estúdio, mas foi só essa vez! Sua filha não é mais uma mocinha ingênua, e sim uma mulher fogosa e sensual! Coloque isso na sua cabeça!



Lauren a fitou com os olhos brilhantes de ira.



-Mentirosa! Roberta não é nada disso! Você que é uma...uma...



Bianca se aproximou dela, deslizando no sofá, fitando-a de perto, com um olhar desafiante.



-Oh, sim, eu quem sou uma tarada sexuaal! Sua filha é uma santa, eu estou inventando coisas!Lauren, acorde! Sua filha gostou de fazer sexo com uma mulher, e está querendo mais! Isso não tem nada a ver com amor! Se ela encontrar uma mulher atraente que queira matar o fogo dela, Roberta nem vai lembrar que existo!



Revoltada com as palavras de Bianca, Lauren a esbofeteou.



Bianca pousou a mão no rosto, onde ainda ardia pela bofetada recebida. Ela viu aqueles olhos verdes luzindo, e pôde pela primeira vez conseguir ver todos os sentimentos que degladiavam dentro deles: raiva, desespero, medo...e desejo!



Ela estava com raiva das suas palavras, desesperada porque sentia pela filha, medo porque não estava se controlando mais... e desejo, um desejo que não estava conseguindo esconder!

Ficaram se fitando em silêncio alguns momentos, imóveis, olhos nos olhos. Finalmente, Lauren ergueu-se nervosa e precipitadamente, dizendo em um fio de voz, sem fitá-la:



-É melhor eu ir embora... eu não devia ter vindo aqui...



Bianca ergueu-se também rapidamente e a pegou pelo pulso. Lauren a fitou e seus olhos pareciam de uma gazela assustada, hipnotizada pelo seu captor, sem chance para escapar. O medo nos olhos de Lauren a tornava vulnerável e transparente. Bianca percebeu que ali estava uma mulher frágil, cansada de aparentar força, querendo apenas ser dominada, consolada por um amor que fizesse seu coração vibrar de paixão.



-Lauren... -- Sussurrou, querendo dizer mil coisas, mas sabendo que as palavras seriam tão pobres para expressar o que sentia...



Lauren ficou muda, perdendo-se naqueles olhos azuis como um lago plácido, em que mergulhava sua alma. E inconscientemente, seu rosto se aproximou do outro, suas respirações se confundiram e logo sentiram seus lábios à princípio hesitantes, medrosos, se roçando, depois se apertando, se sugando, as línguas febris se acariciando, em uma tal emoção que respiravam com dificuldade.



Ah, delicioso beijo, que as fez esquecer de tudo o mais senão suas bocas ávidas coladas em uma explosão de paixão!



Lauren entregava-se ao beijo tremendo, as mãos subiram e acariciaram o rosto de Bianca com infinita ternura, seus lábios sugando os de Bianca numa fome de uma vida.Bianca quis mais. Suas mãos desceram pelas costas de Lauren, acariciantes, e apertaram as nádegas arredondadas.



Lauren como que despertou daquele arrebatamento emocional e afastou-se empurrando Bianca com as mãos. Ela ofegava, com o rosto vermelho, os olhos brilhando, onde agora se lia medo apenas. Bianca estendeu as mãos para ela, querendo puxá-la em um abraço, mas Lauren se ergueu precipitadamente, balbuciando:



-Não... não podemos... não é justo...<



-Lauren! Nãoo se negue ao que sente! - Disse Bianca, se erguendo também, a voz rouca de desejo.



Ela recuou para a porta, fitando-a com medo.



-Não... não posso fazer isso com Roberrta...não posso!



Bianca deu dois passos para ela, fitando-a com um pedido no olhar.



-Não vá, Lauren... precisamos falar sobre o que sentimos...



-Não! Não posso! Não posso trair minhaa filha!



-Lauren! Porr Deus! Eu não tenho nada com Roberta!



Duas lágrimas brilharam nos olhos de Lauren. Ela abriu a porta e saiu correndo.



Bianca ficou ali imóvel, sentindo-se deprimida e inconformada.



Lembrou do momento em que seus olhos haviam se encontrado, depois do beijo.Havia sido a maior emoção que sentira em toda sua vida amorosa. Naquele momento, se sentira integrada totalmente à Lauren, era como se procurasse alguém a vida toda e de repente, sem aviso, a encontrasse no meio da multidão e a reconhecesse como sua outra metade, com um simples olhar.



Como podia estar acontecendo isso? Sentir algo assim por uma pessoa a que chegara a ter ódio! Talvez...é que estavam ambas cegas pelo ódio, pela discórdia! Somente depois que começaram a se entender e deixaram de ver uma à outra como inimigas, passaram a se conhecer melhor e os sentimentos afloraram.



Estava apaixonada por Lauren - admitiu – Ela, só com um olhar e um beijo, a emocionara de uma forma inconcebível, como mulher nenhuma conseguira antes.



Suspirou, fechando os olhos. Deus, o que fazer agora?Ela havia fugido depois do beijo, cheia de culpa! Estava sentindo culpa por desejar a mulher por quem sua filha sofria. E ela, o que podia fazer contra essa reação de Lauren? O melhor era esperar, não forçar nada. Breve Roberta iria para a França. Talvez então tivesse uma chance com Lauren... mas não tinha muita esperança. Ela era também casada com Sawer . Duvidava que ela abandonasse um rico casamento por causa dela, uma mulher desempregada. Maldição, estava apaixonada por uma mulher que jamais seria sua!





IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII





O avião da Air France decolou do Aeroporto J.F. Kennedy e Lauren respirou aliviada. Roberta havia ido terminar seus estudos na França. Ainda triste e chorosa, mas também com a declarada decisão de esquecer da existência de Bianca. Logo ela ficaria bem, afinal o seu sonho de estudar em Paris estava sendo realizado. Lauren sempre havia sido contra essa viagem, mas depois do que havia acontecido, era a melhor solução.



Haviam se passado dez dias, desde que havia ido ao apartamento de Bianca e acontecera aquele beijo.Dez dias torturantes! Ela havia lutado contra o desejo insano de procurar Bianca para revelar toda sua paixão recalcada quando adolescente, e agora reavivada por aquele beijo. Em vez disso, havia se dedicado totalmente à Roberta, tratando dos papéis para a viagem, fazendo compras de roupas, ouvindo as lamentações de Roberta e fazendo com ela longas caminhadas pelo Central Park.



Desconhecendo o problema de Roberta, Sawer se irritava, dizendo à Lauren que ela estava mimando tanto a filha, que se esquecia dele. Há quase um mês não tinham relações sexuais, porque Lauren ficava velando o sono agitado da filha! Para ele também, era ótimo Roberta ir estudar em Paris.



E agora que Roberta se fôra? O que fazer para não pensar em Bianca de minuto a minuto? Não lembrar daquele momento mágico em que seus olhos haviam se fitado, do beijo que haviam trocado, do cheiro de Bianca, da textura de sua pele lisa, de seus doces e macios lábios?



Andou pelas ruas sem rumo, quando voltou do aeroporto. O frio estava intenso e o sentia gelar seu rosto. Entrou em lojas, olhou tudo com indiferença e saiu depois do shopping com uma certeza: Nada adiantava. Só queria estar em um lugar, com uma pessoa. Estava cansada de lutar contra o que queria desesperadamente.



Chamou um taxi que passava. Deu o endereço depois de hesitar. Não resistia mais.



O taxi rumou para o local indicado e Lauren ficou olhando pensativamente pela janela, pensando que não podia fugir mais de seus sentimentos. Tinha o direito de ser feliz nem que fosse por um dia.



Chegou ao edifício e subiu, nervosa. Apertou a campainha e esperou ansiosa. Ela não veio atender. Teria saído? Decepcionada, apertou a campainha com força.



A porta abriu, com Bianca vestida em um roupão de banho branco, os cabelos molhados. Ela a fitou surpresa, com uma expressão tão emocionada, que comoveu Lauren, que à custo conteve suas emoções. Ela sorriu, perguntando:



-Olá... posso entrar?



Bianca apenas assentiu, sem voz, e afastou-se para ela passar. A surpresa a deixara sem voz. Jamais esperava que Lauren a procurasse, depois daquele beijo. Fechou a porta e voltou-se, vendo Lauren a fitando com um sorriso desajeitado, que achou encantador.



-Estava tomando banho, por isso demoreei a atender - Disse, com voz hesitante.



-Estou vendo... - Disse Lauren, fitando-a da cabeça aos pés, com as mãos nos bolsos do casaco de couro negro. Como sempre, Lauren estava elegantíssima, com calças de veludo negro, casaco de couro e botas de cano longo. Bianca pigarreou, quando percebeu o olhar de Lauren em suas pernas desnudas.



-Hum... aconteceu alguma coisa? Robertta está bem? - Perguntou.



-Acabei de levar Roberta ao aeroporto.. Ela está à caminho de Paris.



Bianca não se atrevia a perguntar o que ela viera fazer ali. Ficou fitando-a calada. foi Lauren que quebrou o silêncio, sorrindo e perguntando:



-Não vai convidar-me a sentar?



-Oh! Claro que sim! Por favor! -Disse Bianca, indicando o sofá.



Lauren sentou no sofá, cruzando as pernas elegantemente e Bianca sentou no outro extremo, tendo o cuidado de segurar o roupão para não abrir. Mas as pernas longas ficaram à mostra, esculturais, e Lauren não pôde evitar de olhar fixamente. Com esforço, desviou o olhar para o rosto de Bianca, que dava um meio sorriso malicioso.



-Aceita um drink, Lauren?



-Não, obrigada... eu vim aqui para escclarecer muita coisa que não sabe, Bianca. Coisas que aconteceram em minha vida, que tornaram-me uma mulher dominada pelo ódio, até bem pouco tempo.



Bianca a fitou embaraçada.



-Você não me deve mais nenhuma explicaação, Lauren.Já sei o principal: o estupro que sofreu, o motivo do seu ódio por mim. E isso já foi esclarecido, felizmente.



Lauren a fitou nos olhos, gravemente.



-Não, não sabe. Nunca soube que eu a aamei em silêncio quando era uma garota, que a via chegar à aquela lanchonete e sonhava com um olhar seu, um sorriso. Eu a amei com um amor sem esperança, sofrendo porque você nunca reparava em mim, sempre com garotas à sua volta.



Bianca a ficou olhando atônita, com aquela revelação. Não era possível que estava ouvindo Lauren falar aquelas coisas! Estava sonhando! Incrédula, fez a pergunta:



-Você me amava?!Gostava de mim desse jjeito? Não posso acreditar! Por que nunca se revelou?



Lauren sorriu tristemente.



-Como podia? Você nem notava que eu exxistia!Somente naquele dia que foi ao balcão, puxou conversa comigo e convidou-me para ir à sua festa, é que tive sua atenção!



Bianca a fitou emocionada, sem voz. Ela continuou, em uma voz quase sussurrante:



-E eu fiquei tão feliz, tão emocionadaa! Passei a contar as horas para vê-la! Fui para a festa com o coração cheio de esperanças. E o que aconteceu foi aquele maldito estupro! E o pior de tudo, minha decepção com você. A pessoa por quem eu era apaixonada, fazer aquilo comigo! O desengano foi brutal, fez-me ficar desacreditada das pessoas, do amor. Eu passei a ver as pessoas com outros olhos, tudo de bom que eu sentia se converteu em um amargo ódio. Eu passei a usar as pessoas, não acreditando em mais ninguém .



-Oh, Lauren!! Se eu soubesse o que havia acontecido à você!Mas eu não sabia de nada, fiquei esperando-a na festa ansiosa por sua chegada, e fiquei decepcionada porque você não apareceu. Eu ia procurá-la no dia seguinte, mas as mortes de meus amigos naquele acidente de carro deixaram-me muito deprimida. Só voltei ao clube dois meses depois e você não trabalhava mais lá.



-Eu briguei com minha família e fugi de casa, Bianca. Aquele estupro causou outra consequência além de meu trauma: fiquei grávida. Roberta é filha de Link ou de Bob.



Essa revelação fez Bianca ficar estupefata. Olhou para Lauren com os olhos arregalados de espanto.



-Meu Deus! Roberta é filha de um dos eestupradores?!



Lauren cabeceou tristemente.



-Sim. E quando descobri que estava gráávida, fiquei desesperada.Não queria ter a criança, mas não tinha dinheiro nem coragem de fazer um aborto. E sabia que meu pai não me aceitaria em casa quando soubesse. Fui adiando uma decisão, até que comecei a passar mal e minha mãe desconfiou. Ela apertou-me e eu confessei que estava grávida. Minha mãe não quis saber os detalhes. Chamou meu pai e disse para ele que sua filha era uma pecadora nojenta, que estava prenha. Meu pai amaldiçoou-me e agrediu-me. Eu corri para meu quarto, juntei algumas roupas numa sacola e fugi pela janela. E vim para New York numa carona que pedi.



Bianca a fitou impressionada com o relato.



-E como sobreviveu aqui?



-Fui trabalhar numa lanchonete lavandoo pratos. A dona era uma mulher muito humana, que teve pena de minha situação. Roberta nasceu em uma maternidade beneficente, para mães solteiras. Eu pretendia dá-la para ser adotada, mas quando vi o seu rostinho, desisti.



-E como fez para poder continuar trabalhando, com uma filha pequena?



- Não conseguia trabalho, com uma filhha pequena. Tive de deixá-la em um abrigo e só consegui trabalho em uma casa de shows de quinta categoria, dançando quase nua para os homens. Assim, pude alugar um quartinho. Só podia visitar Roberta nos finais de semana. E acabei tornando-me uma prostituta, para ganhar o suficiente para tirar Roberta do abrigo e pagar uma babá para ficar com ela, comida e roupas. Fui ao fundo do poço.



Uma prostituta! Bianca a fitou chocada e comovida. Como ela devia ter sofrido!



Lauren fugiu ao seu olhar, fitando as mãos.



-Dizem que é uma vida fácil. Quem diz isso não viveu a experiência.Já imaginou alguma vez como deve ser uma mulher ter de submeter-se aos desejos torpes de um homem que nem conhece e por quem não sente atração? Ser usada como um pedaço de carne, deixar esse homem possuir seu corpo como quiser, e ter que fingir prazer, quando o que sente na verdade é asco?



-Deve ser terrível, Lauren - Comentou Bianca, estremecendo - Como conseguia fazer isso?



-A necessidade nos faz aguentar coisas inimagináveis, Bianca. Era só pensar que tinha uma filha para alimentar e vestir.



-E quanto tempo aguuentou essa vida?



-Mais ou menos dois anos. Foi quando cconheci um homem maravilhoso que apaixonou-se por mim e tirou-me daquela vida. Ele era um gangster, mas amou-me e foi bom para mim. Francesco Rezzini, dono de um cassino. Casou comigo e adotou Roberta como filha. Ele era vinte anos mais velho que eu. Eu não o amava, mas o respeitava e tinha carinho por ele. Ele deu-me segurança e paz. Cinco anos depois, ele morreu assassinado. Fiquei viúva, com um sólido patrimônio. Pude então pagar um detetive particular para localizá-la, Bianca.



-Localizar-me? Para quê? - Perguntou Bianca, saindo de seu silêncio.



Lauren baixou os olhos, após fitá-la brevemente.



-O meu ódio por você continuava, Biancca, nesses anos todos. O detetive conseguiu localizá-la na sua universidade. E durante onze anos eu acompanhei a sua vida através de um investigador. Esperei você se estabelecer, e então surgiu a oportunidade para eu vingar-me de você.Eu sabia onde trabalhava, quem era seu patrão, como era a vida dele também.Investiguei tudo, para saber como agir. E consegui aproximar-me dele numa convenção de joalheiros, conquistei-o e nos casamos.



Bianca a fitou espantada.



-Casou com Sawer premeditadamente, para poder prejudicar-me?!



-Sim. Faria qualquer coisa para poder vingar-me de você. E consegui que ele a despedisse. Eu disse à ele que você era uma antiga inimiga minha, que no passado havia me difamado e prejudicado.



Bianca a fitou impressionada.



-Meu Deus! Você alimentou esse ódio duurante anos! E casou com Sawer para vingar-se de mim! Como você é perigosa, Lauren! E não se apaixonou por mais ninguém, esses anos todos?



Ela a fitou como se Bianca tivesse tocado em uma ferida dolorosa.



-Apaixonar-me novamente?! Depois da deecepção que tive? E sendo usada pelos homens de todas as formas, engolindo meu orgulho e nojo?!Para mim, os homens são uns porcos, Bianca! Com raras exceções!Eu fui usada, até chegar minha vez de usá-los!



Bianca ficou olhando-a em silêncio. Não podia negar que Lauren havia sofrido muito na vida.Passara por um trauma de um estupro, ao mesmo tempo tendo uma grande decepção amorosa, havia sido repudiada pelos pais, tendo de fugir de casa, havia passado dificuldades sozinha com uma filha para criar, levado uma vida degradante, até ser respeitada e protegida. Isso a tornara uma mulher forte... mas também uma mulher dura, incapaz de amar? Dias atrás, vira nos olhos dela a paixão. Mas paixão não era amor.



Ela interpretou mal seu silêncio e a olhou visivelmente magoada.



-Está com medo de mim, Bianca?E tem noojo de mim pelo que fiz no passado, e pelo que sou?



Bianca a fitou com um olhar caloroso, pousando uma mão sobre as de Lauren, que estavam frias. Ela estremeceu.



-Não, Lauren>.Eu a admiro muito. Você é uma mulher que lutou e venceu. Uma mulher forte que suportou tanto sofrimento e não se entregou. Só lamento que o ódio a tenha tornado uma mulher incapaz de amar. Não digo amor maternal, mas amor com paixão.



Lauren a encarou e seus olhos adquiriram uma expressão de inconfundível paixão e amor que a deixou muda de surpresa.



-Diz isso porque não percebeu uma reallidade simples, em tudo isso que contei.



Bianca engoliu em seco, para poder perguntar:



-Que realidade?

>



Lauren sorriu, apertando suas mãos. Estavam agora voltadas uma para a outra no sofá, seus joelhos se tocando. Bianca sentia arrepios percorrerem seu corpo.



-Ainda não sabe que o amor e o ódio sãão faces da mesma moeda, muitas vezes? Fazendo uma retrospectiva do que sentia esses anos todos, eu me pergunto se foi apenas ódio que me fez querer acompanhar seus passos, não perder contato com sua vida. E porque não amei mais ninguém. E a resposta que encontrei é que nunca deixei de amá-la, Bianca. Esse amor ferido ficou encoberto por uma capa de ódio, mas lá no fundo, continuou latente, esperando a hora de vir novamente à superfície. E esse momento chegou. Eu a amo, Bianca...



Bianca sentiu uma intensa emoção ao ouvir a declaração de Lauren.Uma felicidade profunda, uma felicidade como alguém que recebe um prêmio pelo qual lutou a vida inteira, um sentimento que a deixou quase sem voz, quando falou com um sussurro:



-Lauren!... Eu a amo também... é um sentimento louco... mas não posso resistir mais...



Ela libertou suas mãos das de Lauren e abriu os braços. Lauren se jogou entre eles, rodeando seu pescoço com os seus, tremendo, a boca ansiosa se esmagando na sua, em um beijo louco.



Estremeceram juntas, quando suas línguas se tocaram, se acariciaram, os lábios se roçando, os corpos se apertando um contra o outro, sentindo seus corações palpitando de emoção. Lauren gemia contra sua boca, mordiscando seus lábios, as mãos agora apertando seu rosto, acariciando, deslizando para os cabelos, enterrando os dedos neles, no beijo arrebatador.



Separaram-se aos poucos, se fitando com olhares cheios de paixão.O rosto de Lauren estava transtornado, vermelho de excitação, os olhos semi-cerrados, com um brilho novo, a boca entreaberta, ofegando. Era uma imagem sensual e bela.



Bianca ergueu as mãos, tomando aquele rosto entre elas, acariciando com os polegares, fitando-a nos olhos embevecida.



-Minha querida inimiga...nunca pensei que um dia iria dizer isso, mas aqui estou, cheia de amor por você. Eu a amo, Lauren...



Lauren a fitou apaixonadamente.



-Oh, Bianca! Não mais inimigas, você éé o amor de minha vida!



Bianca sorriu, fitando-a ternamente.



-Estou brincando, amor... você é tambéém o amor de minha vida, sinto isso dentro de mim. Nunca me senti assim por uma mulher. Estou apaixonada, minha Lauren querida...



-E eu a amo tanto, tanto...que não tennho forças para afastar-me de você. Esses dias foram infernais para mim, querer ver você e não poder, porque Roberta precisava de minha presença e...



-Amor, falemos apenas de nós...eu a ammo e desejo muito...



Lauren sorriu, o delicado nariz franzindo encantadoramente.



-Diga outra vez...



-Eu a amo...



-Outra...



-Eu a amo...amo, amo, amo...



Fitaram-se nos olhos e seus rostos foram se aproximando e bem perto, fecharam os olhos e as cabeças se inclinaram, os lábios se procurando ansiosos. E beijo as deixou trêmulas de desejo, agora queriam mais para aplacar tudo que sentiam. As mãos de Lauren desceram o roupão dos ombros de Bianca, revelando os seios pequenos e belos, alvos com pequenas auréolas rosa-mauve. Lauren os fitou com um olhar que excitou Bianca ainda mais. Ela se ergueu lentamente, e o roupão deslizou para o chão. Seu corpo esguio, mas de ombros largos, musculatura definida sob a pele dourada apareceu, somente coberto com uma calcinha branca que constratava com a pele. Bianca estendeu a mão para Lauren, sorrindo. Ela viu o olhar embevecido que a loura tinha, percorrendo seu corpo.



-Venha...



Lauren apertou a mão dela e ergueu-se. Bianca a fitou nos olhos e começou a despí-la, olhando encantada o corpo que surgia. Lauren não era alta, mas o seu corpo mignon tinha todas as medidas certas, os seios de bom tamanho eretos, a cintura delgada, o abdômen com musculatura definida, quadris arredondados, coxas e pernas fortes, bem torneadas, deliciosasamente lisas. Era um corpo perfeito para amar.



Se fitaram, ofegantes de paixão. Bianca a pegou pela mão e sorriu, beijando os dedos.



-Vamos para meu quarto...quero ter voccê em minha cama, lembrar sempre da nossa primeira vez ali.



Lauren sorriu e a seguiu, de mãos dadas, para o quarto.



Ao chegarem no quarto, Bianca a abraçou e beijou os lábios que se ofereciam com desejo crescente. Lauren gemeu dentro de sua boca, rodeando seu pescoço com as mãos cariciosas se enterrando em seus cabelos, o corpo se arqueando para trás para dar mais acesso à boca de Bianca, que agora descia pelo pescoço macio em chupões suaves, pelos ombros, alcançando os seios eretos, com os biquinhos duros de prazer.Quando tomou um deles em sua boca, Lauren gemeu, apertando sua cabeça contra o peito, com mãos nervosas.



-Amor! Oh, amor!-Roonroneou Lauren.



Bianca sugou cada seio com devoção, passando a língua, beijando, mordiscando, sugando, arrancando gemidos de Lauren, que rodeou uma coxa de Bianca com a sua perna, trazendo-a contra seu corpo. Ela começou a bambolear o corpo, o sexo em fogo se apertando contra a coxa de Bianca deliciosamente.



Bianca a fez deitar na cama transversalmente, deitando sobre ela, se encaixando entre as pernas fortes. Seus sexos se tocaram e ambas estremeceram com a sensação deliciosa.



Bianca olhou aquele rosto belo, excitando-se. Lauren tinha os olhos semi-cerrados, mortiços, a fitando com desejo inequívoco, as mãos acariciando seus ombros.



-Abra-se para mim, querida... - pediu Bianca, descendo a mão pelos seios dela, pela cintura, alcançando o ventre chato e finalmente, o sexo. Bianca sentiu-a já totalmente molhada, pronta para ser penetrada.



Lauren ergueu as pernas esculturais e rodeou sua cintura com elas, apertando-a contra seu sexo em fogo, movendo os quadris sinuosamente.



-Estou me dando para você, Bianca... -- sussurrou, fitando-a apaixonadamente - Faça o que quiser comigo, use-me... penetre-me...eu quero sentir você dentro de mim...



-Oh, Lauren!! - Disse Bianca, emocionada e excitada com as palavras dela. Desceu a mão até o sexo dela e com os dedos massageou o pequeno clitóris em movimentos circulares, ouvindo os gemidos de prazer de Lauren. Então, penetrou-a suavemente, primeiro com um dedo.



Lauren estremeceu, arqueando os quadris ao encontro de sua mão.



-Mais, Bianca...

>



Bianca acrescentou outro dedo.



-Mais... - Gemeu Laauren, fechando os olhos.



Bianca colocou mais um, sentindo os músculos vaginais se contraindo en volta de seus dedos. Começou a movê-los em um entra-e-sai lento, sentindo os quadris de Lauren acompanhando os movimentos de seus dedos, sua respiração se tornando apressada, em arquejos.



-Com mais força, amor... - Gemeu Lauren, arquejando, apertando-a nos braços - mais rápido...



Bianca intensificou os movimentos. Lauren agora se movia frenética, trazendo os quadris ao encontro de sua mão com abandono. Bianca a fitava encantada com o fogo sexual que ela mostrava, o corpo estremecendo à cada mergulho de seus dedos.



Lauren sentiu o êxtase vir chegando à cada penetração, seu corpo agora se movia alucinadamente, sentindo Bianca penetrando-a, o polegar roçando em seu clitóris duro, aumentando o desejo à alturas nunca sentidas com ninguém. Então, como uma onda, o orgasmo chegou, fazendo-a se contrair, se empurrar contra a mão de Bianca, o corpo estremecendo no prazer louco, ela apertando o corpo de Bianca com as pernas, elevando os quadris e gritando:



-Bianca! Amor! Sou sua, Bianca! Toda ssua! Veja!Aaaaahhhhhhhhhh!!!!!



Ela caiu para trás, respirando entrecortadamente, os olhos fechados, a boca entreaberta, com uma expressão tão sensual que Bianca ficou imóvel, fitando-a. Bianca sorriu quando ela abriu os olhos e a fitou apaixonadamente. Ela sorriu também e pousou a mão sobre a de Bianca, que conservava os dedos dentro dela.



-Pode tirar, amor... quero você agora bem pertinho de mim... -Sussurrou.



Bianca retirou a mão lentamente e deitou ao lado dela, de lado, apoiando-se no cotovelo. com a mão livre, retirou uma mecha de cabelo do rosto de Lauren, delicadamente. Lauren ergueu a mão e acariciou seu rosto, fitando-a nos olhos embevecida.



-Eu a amo tanto, Bianca...<



-Eu também a amo, LLauren...você é linda e deliciosa fazendo amor... estou encantada.



-Hummm...voccê vai ter que provar isso, senhorita... porque mal começamos e agora é minha vez ... você vai ser minha e não poderá negar-me nada...porque tenho uma fome de muitos anos para matar...



E declarando isso, Lauren se ergueu e inclinou-se sobre Bianca, beijando-a ardentemente, as mãos segurando seu rosto com um carinho que demonstrava todo o amor que ela tinha guardado em seu peito. As mãos desceram para os seios de Bianca, cariciosas, burilaram os biquinhos, desceram pela cintura, provocando arrepios em Bianca. Lauren afastou a boca e a fitou sensualmente.



-Eu a desejo tanto que fico louca só eem sentir seu cheiro...



Bianca sorriu e ela continuou com suas carícias, dando beijinhos, lambendo e mordiscando o pescoço, o queixo, os ombros fortes de Bianca, que a fitava com desejo, sorrindo.



-Hummmm...esstou adorando...só que...não posso mais esperar muito...



Lauren sorriu e empurrou Bianca para trás, montando sobre ela, apoiando as mãos em seus ombros e se inclinando para a frente, fitando-a de perto, dizendo:



-Fique quieta, meu aamor...e deixe-me dar prazer à você. Apenas sinta como a desejo...



Bianca procurou conter seu desejo e relaxar, fitando-a nos olhos com amor.



-Está bem...estou em suas mãos, minha querida...



Lauren sorriu e beijou-a na boca, no queixo, no pescoço, e foi descendo, as mãos acariciando, a boca sugando, lambendo, provocando novamente arrepios em Bianca, que gemeu, fechando os olhos.



-Isso, Lauren...dê-me prazer...mas depressa...porque não aguento mais...



Lauren desceu a boca ansiosa, sugando os seios de Bianca. Um braço se apoiando no cotovelo, o outro livre para ela percorrer o corpo de Bianca com carícias sensuais, passando as pontas dos dedos na pele sedosa. Ela foi descendo a boca pelo ventre, para as coxas longas, beijando, lambendo, mordiscando. Até que não aguentou mais e deitou sobre Bianca, abraçando-a com força, suas bocas se esmagando em um beijo devorador, os corpos se esfregando um no outro, alucinadas. Rolaram na cama, com Lauren gemendo, se movimentando frenética, com seus sexos encaixados, dizendo palavras ardentes que chocariam quem as ouvisse e não entendesse a paixão alucinante que estavam sentindo.



Lauren se ergueu repentinamente e puxou Bianca pelas pernas com uma força inesperada, colocando-a transversal na cama, com as pernas pendentes e se ajoelhou entre elas. Abraçou suas coxas e a boca faminta assaltou seu sexo, sugando-o. Bianca mordeu o pulso, para não gritar com a sensação que sentiu, com aquela boca quente, aquela língua macia passando por todos os pontos, enlouquecendo-a de prazer. Ela começou a se mover sensualmente, gemendo.



-Sinta, Bianca...como a amo...-Sussurrrou Lauren, com voz carregada de paixão - Veja como a desejo...



E a sugava, lambia, mordiscava suavemente, fazendo Bianca ficar cada vez mais louca, até que introduziu três dedos em Bianca, movendo-os ritmicamente.



Bianca sentiu o orgasmo chegar, contraindo-a numa sensação indescritível, fazendo-a gritar.



Mas Lauren não parou. Continuou até ela ter novo orgasmo. E outro.



Finalmente Lauren parou quando Bianca implorou, quase sem voz:



-Chega...por favor...



Ela deitou ao seu lado, fitando-a nos olhos ainda com desejo.



-Você me enlouquece, amor...



-E você... acabou comigo...



Ficou ofegante nos braços de Lauren, que a abraçou carinhosamente e a beijou no rosto, alisando seus cabelos. Bianca voltou o rosto, fitando-a nos olhos. Lauren a fitava embevecida.



-Amo-a, Lauren. É incrível, mas você conquistou-me em tempo recorde. E agora, depois desses momentos maravilhosos, quero ficar com você, tentar fazê-la esquecer tudo que passou, com muito amor e carinho. Eu estou apaixonada por você, Lauren.



Os olhos de Lauren se iluminaram de alegria. Acariciou seu rosto, dizendo:



-Como sonhei ouvir palavras como essass de você, Bianca...Eu também a amo e quero ficar com você o resto de minha vida...mas...



-Mas... - repetiu Bianca, sentindo o ccoração oprimir-se.



-Mas não podemos realizar esse sonho, Bianca...existe Roberta entre nós, esqueceu? De Sawer eu posso livrar-me, pedindo o divórcio. Mas, e Roberta?Ela é minha filha e eu a amo! Eu vim procurá-la porque não resisti mais em esconder esse amor, mas tenho consciência que posso apenas ter momentos fugazes de felicidade. Eu não posso ficar com você, porque minha filha me odiará!



Bianca abraçou Lauren fortemente, fitando-a nos olhos.



-Lauren, eu nunca tive um relacionamento com Roberta, nem prometi nada à ela. Apenas tivemos relação sexual uma vez, e sexo sem amor não significa nada.



-Mas ela está apaixonada por você, Biaanca! Imagine como ela ficará, quando souber de nós? Ela vai nos odiar, e eu não suportaria isso!



Bianca a abraçou fortemente, fitando-a com gravidade e decisão.



-Lauren, se você não quisesse ficar comigo porque preferia ficar com Sawer, eu aceitaria essa decisão. Mas não ficar comigo por causa de Roberta, não aceito e vou lutar para ter você! Por que você estará sacrificando sua felicidade por nada, porque eu jamais irei ter mais nada com Roberta!



-Mas ela vai odiar-me, Bianca!



-Pare de culpar-se, Lauren! Você fala como se fosse um crime nosso amor! Você já fez tudo que podia como mãe! Foi compreensiva, não a castigou ou humilhou, como muitos pais fariam, atendeu o desejo dela de ir para Paris! Agora é com ela, Lauren!Roberta tem que aprender a viver sem sua proteção extrema, que só a fragiliza! Ela vai amar outras pessoas, vai ter decepções, vai sofrer e amadurecer, assim é a vida! Se ela não nos entender agora, um dia entenderá! Se você continuar renunciando à sua felicidade por ela, um dia vai arrepender-se, porque Roberta vai encontrar quem a ame e tenho certeza que irá viver a vida dela sem pensar que você renunciou ao amor por causa dela. E você irá lamentar que um dia teve a chance de ser feliz e preferiu sacrificar-se à toa. Mas será tarde demais. Encare a realidade, Lauren!



Lauren a fitou atentamente, absorvendo cada palavra. Pegou seu rosto entre as mãos e a beijou na boca ardentemente. Afastou-se depois e fitou Bianca com tanto amor que ela perdeu a voz, fitando-a emocionada.



-Tem razão, querida... - Disse Lauren, passando a mão pelo seu rosto - Eu sempre coloquei meus sentimentos para um canto escuro do meu ser. Só o ódio predominava. Agora, tenho que colocar o amor em seu devido lugar e tentar ser feliz. Vou separar-me de Sawer, Bianca. Mas não agora. Não posso tumultuar a cabeça de Roberta agora com um problema familiar, vamos esperar ela se recuperar da desilusão. E também preciso consertar o erro que fiz à você. Quer que eu consiga que você volte a trabalhar com Sawer? Ele confessou-me que está arrependido de tê-la despedido. Disse que o novo assessor não é competente como você.



Bianca a fitou ofendida com a proposta.



-O que pensa de mim, Lauren? Que não tenho dignidade? Jamais voltarei a trabalhar para Sawer! Ele não levou em conta minha competência e dedicação quando me deu um pé no traseiro! Não. Não quero. Tenho muita mágoa dele.



-E se eu conseguir um emprego para voccê com meus amigos? Nesses anos, quando fui casada com Rezzini, fiz muitas amizades com pessoas importantes. Devo-lhe isso, Bianca, porque foi por minha causa que você perdeu seu emprego.



-Não, obrigada, Lauuren. Vou conseguir trabalho pelos meus próprios esforços.



-Orgulhosa! -Disse >Lauren, sorrindo - Por favor, deixe-me ajudá-la, assim não ficarei mais cheia de remorso.



-Deixe-me tentar, antes disso. Já enviiei meu currículo para algumas empresas do ramo de joias. Estou aguardando resposta.



-Está bem, vou aguardar uma semana.



Bianca apertou Lauren contra o corpo, beijando-a na testa carinhosamente.



-Agora vamos mudar de assunto, vamos ffalar de nós. Sabe, Lauren, agora eu percebo que sempre vivi à procura de um amor verdadeiro, que dominasse completamente meu coração, que se tornasse a coisa mais importante em minha vida. E encontrei esse amor em você, Lauren. Com você, sinto-me como uma adolescente descobrindo o amor. Nunca senti isso antes, um enlevo só em fitar seus olhos, meu anjo.



Os olhos de Lauren se encheram de lágrimas de felicidade.



-Oh, Bianca! Como sonhei em ouvir uma declaração como essa de você! Eu também sinto a mesma coisa, amor. Porque você foi o meu primeiro e único amor, a única pessoa a quem amei e amo com paixão!



-Mas você ama Roberta também!



-Mas o amor por ela é maternal, e o poor você é o amor-paixão, completamente diferentes!



Bianca riu, fitando-a.



-Eu sei, queria ver o que ia dizer.



O olhar de Lauren pousou no relógio de cabeceira e arregalou os olhos.



-Meu Deus, quase sete horas! Tenho quee ir, Swer vai chegar em casa dentro de minutos!



Bianca sentiu uma agulhada de ciúme.



-Tem que ir mesmo agora? Tem hora paraa estar em casa?



-Não é isso, meu amor. É que não posso mudar um hábito de repente sem causar suspeitas. Ainda não é a hora certa de separar-me de Sawer, deixe a poeira baixar. Enquanto isso, temos de agir com cautela. Se ele souber de nós, vai querer prejudicar você mais ainda.



Bianca entendeu que Lauren estava com razão. Sorriu para ela.



-Tem razão, meu amor. Não vamos nos prrecipitar. É que queria você só para mim.



-Isso não vai demorar, tenha certeza -- Disse Lauren, beijando-a no canto dos lábios e se erguendo, mostrando toda a beleza de seu corpo com naturalidade. Bianca a fitou, dizendo com um sorriso:



-Que traseiro encantador! <



Ela voltou o rosto, com um sorriso malicioso.



-Só o traseiro? Pensei que tivesse gosstado do meu corpo todo.



-Aprecio ele todo, mas esse traseiro...hummmmmm... deve ser delicioso...



Lauren riu, colocando as mãos na cintura.



-Você vai ter muita chance de se diverrtir com ele, então é a parte do corpo de uma mulher que mais gosta?



-Bem, fazendo amor, é um dos meus ponttos prediletos. Mas também adoro seus seios, coxas, boca, mãos...



Lauren riu, se afastando.



-Chega! Pare, ou vou acabar ficando maais tempo para você me provar o que diz! E preciso mesmo ir! Vou tomar uma ducha rápida e vestir-me!





Quando Lauren voltou ao quarto, já completamente vestida, viu que Bianca estava adormecida, deitada de bruços, com o belo corpo desnudo. Refreou o desejo de acordá-la com um beijo e em vez disso, pegou um bloco de notas na mesinha de cabeceira e escreveu um bilhete, colocou-o na mesinha e saiu silenciosamente.



Bianca só acordou duas horas depois. Sentou na cama olhando em volta e viu a hora no relógio digital. Nove horas da noite. Lauren já devia ter ido embora há muito tempo. E estava com o marido, essas horas. Estaria dormindo com ele?



Seu coração apertou-se, sentindo um medo terrível de não ter Lauren novamente. Pela primeira vez, percebeu que estava amando com todo seu ser, era um sentimento tão forte que a deixava insegura, com medo de perder a mulher que amava. E se Lauren se deixasse vencer pelo seu sentimento de culpa e não a quisesse mais?



Ficou trêmula de nervosismo, quando viu uma folha de papel sobre a mesinha de cabeceira. Pegou-a e a leu, ansiosa:



"Meu amor



Você adormeceu e não tive coragem de acordá-la, você parecia tão em paz! Preciso ir, mesmo com pena de deixá-la. Temos de agir com cuidado. Recupere-se bem, querida.Porque amanhã virei esgotá-la mais um pouco.

Beijos, beijos e beijos.



Lauren".



Bianca suspirou e sorriu enlevada. Oh, Lauren! Como a amava! Que saudade já sentia ! E tinha de dividí-la com Sawer! E não podia fazer nada, porque estava desempregada e não tinha nada para oferecer à Lauren. E ainda havia Roberta. Mas não desistiria. Amava Lauren e aceitaria qualquer situação para tê-la. Tinha que arranjar um emprego, para ter condições de sustentá-la, quando ela se separasse de Sawer, o quanto antes.



PARTE 6









-Sawer, e o seu trabalho, como está?



Sawer olhou para a mulher com mau humor. Ela estava apetitosa em uma camisola de rendas negras, tomando o desjejum diante dele, na mesa. Mas ela não quisera nada com ele na noite anterior, nem nessa manhã. Alegara dor de cabeça, mas isso não o havia convencido nem um pouco. Ela estava era evitando ter sexo com ele! Fazia mais de vinte dias que ela não tinha sexo com ele, sempre alegando uma desculpa.



-Mal - Respondeu com voz aborrecida - Despedi meu assessor. Para fazer o que ele faz, não preciso pagar a ninguém. Estou acumulando as tarefas dele com as minhas.



-E não conhece ninguém que possa substtituí-lo?



-Ontem fiz uma oferta à Olivier Brooks, mas ele pediu três vezes mais o que eu pagava à Bianca. Ele é tão bom quanto Bianca...ou quase. Mas o dono da firma onde ele trabalha é meu amigo, e se eu lhe tirar o gerente, ele vai virar inimigo meu.E você sabe como é nossa união nesse tipo de negócio. Por essa união é que Bianca Lancini não vai conseguir nenhum emprego nesse ramo. Eu a coloquei na lista negra do negócio de jóias.



->Sawer, tenho uma idéia: Reabilite Bianca Lancini. Tire-a dessa lista. E você poderia fazer uma troca com seu amigo:.contrataria Olivier, mas Bianca ficaria no lugar dele.Assim, seu amigo não ficaria sem um bom gerente.



Sawer a fitou animado.



-Seria a solução ideal, se Bianca quissesse aceitar! Mas duvido que ela aceite, ela agora me odeia! E por falar nisso, e o seu ressentimento por ela acabou, já que está propondo isso?!



Ela o fitou com ar inocente.



-Continuo com ódio dela, mas reconheçoo que prejudiquei seu negócio, Sawer, e quero consertar isso. Ela já teve sua lição.



-Você é mesmo imprevisível, Lauren! Você, quem insistiu tanto para eu despedir Bianca, agora quer ajudá-la a conseguir outro emprego?!



-Estou pensando em apenas resolver seuu problema, Sawer. Não acha uma boa idéia?



-Muito boa, mas como vamos convencer BBianca a aceitar essa troca? Ela nem vai querer ouvir-me!



Lauren sorriu.



-Deixe isso comigo. Vou procurá-la pesssoalmente e pedir desculpas pelo que fiz. Faça sua parte, falando com seu amigo.



Sawer riu, incrédulo.



-Vai procurá-la? Cuidado, ela vai quebbrar sua linda carinha! Bianca é muito temperamental! Não esqueço a bofetada dela, quando a despedi!



-Eu saberei contornar esse obstáculo, Sawer. Então, vai tirar o nome dela da lista negra?



-Só depois que ela concordar com seu pplano. Quando vai procurá-la?



-Hoje. Quanto mais cedo você resolver esse problema, melhor para você, querido.



-Muito bem, vou dar >à você o endereço dela e o telefone.



Depois que Sawer saiu para o trabalho, Lauren tomou um banho prolongado na banheira, pensando em Bianca. Sorriu lembrando os momentos de amor com ela. Bianca era uma delícia, uma mulher quente e sensual. Como era bom fazer amor com ela! Estava louca para vê-la novamente, beijar muito aquela boca linda e deliciosa!



Já estava cheia de saudades em poucas horas que a deixara, como aguentaria viver longe dela?Já haviam perdido tempo demais esses anos todos. Tinha que resolver sua vida, divorciar-se de Sawer,pois não suportaria mais ser tocada por ele. Mas hoje, queria somente desfrutar a felicidade daquele amor que finalmente se concretizara, depois de anos de sofrimento. Bianca, finalmente sua! O resto que se danasse!



Vestiu-se com cuidado, perfumou-se e saiu.



Pegou o seu Lexus verde-floresta e saiu.Em menos de vinte minutos chegou diante do edifício e estacionou o carro em uma vaga e entrou no edifício. Dessa vez, o porteiro estava à postos e ela deu seu nome para ele anunciar sua chegada à Bianca. Ele ligou o interfone, que chamou várias vezes sem ser atendido.



-Ela não está - Disse o porteiro - Terrá que esperar ela chegar para subir.



Lauren agradeceu decepcionada e foi esperá-la em seu carro. Onde ela havia ido?



jÁ estava esperando há quarenta minutos quando a viu se aproximando andando na calçada, de cabeça baixa. Ficou observando-a com admiração. Bianca estava elegante, de conjunto de saia e blazer azul escuro, maquiada e de salto alto.Onde havia ido, tão elegante assim?



O ciúme nublou seus olhos. Buzinou duas vezes. Bianca olhou para o carro, vendo-a, e sua expressão sombria mudou para uma alegria tão genuína, que comoveu Lauren. Ela aproximou-se e se debruçou na janela do carro, apoiando o braço, olhando-a com evidente satisfação.



-Lauren! Que bela surpresa! Pensei que só viesse mais tarde!



Lauren sorriu sensualmente, tirando os óculos escuros.



-Gostou mesmo da surpresa?<



-Claro! Venha, suba comigo. Está aqui há muito tempo?



-Não, só uns minutos... - Disse Lauren, descendo do carro e fechando a porta.



Caminhou ao lado de Bianca, que a fitou com franca admiração, fazendo-a corar de prazer. Também estava elegante no "tailleur" Armani negro, caminhando com a elegância e classe de uma modelo, movendo-se com graça e sensualidade.



Pararam diante do elevador e se fitaram nos olhos, depois de Bianca apertar o botão de chamada.



-Onde foi tão elegante? - Perguntou Lauren, sem poder se conter mais.



Bianca a fitou desanimada.



-Procurar emprego. Voltei à algumas empresas as quais enviei currículo. Todas as vagas já foram preenchidas. Ninguém chamou-me.



O elevador chegou e elas entraram. Lauren segurou a mão de Bianca, apertando-a confortadoramente. Bianca sorriu para ela.



-Ainda bem que você veio. Vou esquecerr um pouco meus problemas.



-Profissionais ou sentimentais, Biancaa?



-Profissionais, claro. Não entendo. Prreencho todas as habilitações pedidas,mas não consigo nada.



-No ramo de jóias?



-Sim.Tenho que primeiramente procurar um cargo ao qual estou habilitada e tenho experiência.



-Humm...achoo que sei porque você não consegue nada.



Bianca a fitou surpresa.



-Sabe? Como assim? <



O elevador chegou e elas saíram e Bianca abriu a porta do apartamento. Entraram e ela abraçou Lauren, puxando-a contra o corpo e beijando-a ardentemente. Lauren correspondeu ao beijo com entusiasmo, mordiscando o lábio inferior de Bianca e o sugando avidamente, as mãos apertando seu rosto. Bianca afastou-se depois, fitando-a com um sorriso, a testa encostando na de Lauren.



-Estava com vontade de fazer isso desdde que a vi.



-E porque não fez no elevador?



-Boa pergunta...mas achei que aqui nãoo seria interrompida. Mas, por que disse que sabe porque eu não consigo os empregos?



Lauren se afastou e se sentou no sofá da sala, apoiando o queixo na mão, fitando-a gravemente.



-Sawer dissee-me que você está na lista negra do comércio de jóias. Ele disse-me isso hoje. Ele a colocou na lista.



Bianca a fitou indignada, os olhos faiscando.



-O quê?! Sawer fez isso comigo?! Canalha!Normalmente, só se coloca pessoas nessa lista se cometeram algum ato desonesto no trabalho com jóias! E eu saí da empresa dele sem ter feito nada, você sabe disso!



-Eu sei, Bianca! Eu não pedi isso à ele, Sawer fez porque ficou com raiva da bofetada que você deu nele. Mas isso vai acabar hoje, se você quiser. Falei com ele para tirar você da lista.

E haverá uma proposta para você ter o cargo de gerente na Dresser Diamond.



Bianca a fitou confusa.



-Não estou entendendo mais nada...



-Venha, sente aqui ao meu lado e eu exxplico.



E Lauren contou toda sua conversa com Sawer, a proposta da troca. Bianca a olhou irritada.



-Não quero nada que venha daquele canaalha!



Lauren fez beicinho.



-Nem eu? Sou a mulher dele.>



-Ah, sem brincadeiras, Lauren! Não quero nenhum favor de Sawer!



-Não será um favor, mas sim uma reparaação ao dano em sua vida profissional., Bianca. E ele também vai lucrar com a troca, vai ter um novo assessor .



-Não sei...não gosto de saber que ele vai negociar meu emprego na Dresser Diamond.



-Ele está perdido desde que a despediuu, Bianca.Queixou-se comigo que perdeu a melhor assessora que teve, por minha culpa. Se você aceitasse, ele a queria de volta.



-Ah, ele reconheceu isso? Bem feito paara ele!Tudo bem. Se não é favor, então eu vou aceitar o cargo na Dresser Diamond. Mas desde que não tenha mais nada a ver com Sawer. Não quero mais olhar para aquela cara cínica dele!



Lauren sorriu satisfeita.



-Vou ligar para ele e dizer que você aaceitou a proposta.



-Está bem, mas eu não vou falar com elle.



-Tudo bem.



Lauren ligou seu celular e falou com o marido. Bianca aproveitou para dar vários beijinhos no pescoço de Lauren, enquanto ela combinava os detalhes, fazendo-a se contorcer com a sensação provocada. Desceu para o colo alvo, abrindo o 'tailleur', passando a língua cariciosamente no início dos seios, que sobressaíam no sutian de taça como frutas saborosas.



Lauren mordeu os lábios para não gemer, quando Bianca tirou um dos seios do sutian e sugou o bico com fervor. Ela falou rapidamente, com voz alterada:



-Sim, vou combinar com ela. Até mais ttarde!



Bianca passou a ponta da língua pelo biquinho, que endureceu de excitação. Lauren desligou o aparelho, puxando Bianca pelos cabelos, afastando sua boca do seio.



-Bianca! Por pouco não soltei um gemiddo! O que o Sawer iria pensar, se ouvisse?



Bianca a encarou com os olhos cheios de desejo.



-Iria pensar que eu estava comendo a mmulher dele, e eu adoraria isso!



-Louca!... Você iria estragar tudo... ele não iria tirar você da lista negra nunca mais!



Lauren falou isso sorrindo sensualmente, soltando os cabelos de Bianca e alisando o rosto dela. Bianca sorriu e acabou de desabotoar o casaco do "tailleur', deslisando-o pelos ombros de Lauren.



-Valeria à pena...



Lauren começou a desabotoar o blazer de Bianca, sem deixar de fitá-la nos olhos.



-Valeria mesmo? Espero que ache mesmo isso...porque eu acho que vale tudo para ter um beijo seu...e estava morrendo de saudades de seus beijos...



-Eu a amo, Lauren. E fico pensando como vou aguentar ficar sem você, imaginando-a nos braços de Sawer.



-Breve resolveremos isso, meu amor.Eu a amo tanto! Não posso, não consigo mais pensar em viver sem você...mas agora...eu quero você ...toda...



Beijaram-se com ímpeto sedento e cada uma foi despindo a outra, entre beijos. Nuas, se contemplaram sem disfarces, os olhos cheios de desejo percorrendo os corpos que aguçavam mais o desejo que sentiam. Aproximaram-se devagar, até que seus corpos se tocaram e sem resistir mais, se juntaram em um abraço, estremecendo juntas, as mãos acariciando e as bocas se grudando em um beijo sedento. Bianca enfiou uma coxa entre as de Lauren e sentiu o sexo em fogo apertando-se contra ela, em movimentos sensuais dos quadris. Os dedos de Lauren se emaranharam nos cabelos sedosos de Bianca , puxando mais a cabeça contra a sua, a boca sugando a outra vorazmente.



Lauren se afastou para respirar e se desvencilhou de Bianca, deitando no sofá de couro macio, passando as próprias mãos pelos seios, pelo ventre, pelas coxas, sussurrando sensualmente, com os olhos semi-cerrados:



-Venha, amor... Possua-me...



Bianca observou a cena, achando sensual e lindo Lauren se acariciando, e disse, com voz rouca de desejo:



-Depois...primeiro, quero ver você se masturbando... faça isso para mim, Lauren...



Lauren desceu a mão direita para o seu sexo, dizendo com voz excitada, a respiração apressada:



-Faço tudo que quiser, Bianca...tudo....



E Lauren alisou o púbis de cabelos alourados, bem aparados, os dedos brancos e delicados se movendo lentamente. Ela ergueu os joelhos, com os pés apoiados no sofá, abrindo as coxas um pouco, apenas para Bianca ver seus dedos se movimentando no clitóris rosado, burilando-o lentamente.



Seus olhos sempre fitando os de Bianca, um mar verde de luxúria.



Bianca sentou na extremidade do sofá, porque suas pernas já não a sustinham. Era uma cena altamente erótica ver Lauren se masturbando para ela. Sentia o desejo tomando seu corpo como uma chama, seu sexo palpitando com desejo. Ela se continha para não avançar em Lauren como um bicho faminto e a possuir loucamente.



Lauren percebeu pelo olhar de Bianca como ela se sentia e a atiçou, falando entre gemidos:



-Veja como você me faz ficar, Bianca....só em ver seu olhar em meu corpo... estou louca de tesão...estou quase gozando...



-Abra mais as coxas... - disse Bianca,, com voz alterada pelo desejo - quero ver mais... penetre os dedos...



Lauren abriu mais as coxas, colocando uma sobre o recosto do sofá. Ela empurrou dois dedos em sua vagina, falando com a respiração acelerada:



-Veja...estou completamente molhada, aamor...estou enfiando os dedos o máximo que posso...fale, ordene... e eu faço tudo que mandar...ai, amor...estou quase gozando...



Bianca não resistiu mais. Afastou a mão de Lauren e meteu a cabeça entre as coxas dela, sugando vorazmente o clitóris duro e enfiando três dedos na vagina molhada, que se contraiu em volta deles. E logo depois Lauren gozou violentamente, o corpo se sacudindo, as coxas apertando a cabeça de Bianca, que a sugou até a última gota.



Lauren afrouxou o aperto das coxas, libertando a cabeça de Bianca, que então se ergueu e encaixou entre as coxas da loura e começou a se movimentar, procurando desesperadamente matar o desejo que a enlouquecia. O rosto enfiado nos cabelos perfumados de Lauren, que a abraçou com infinito carinho e erguia os quadris, fazendo seus clitóris se roçarem deliciosamente.



Bianca atingiu o orgasmo em poucos minutos e gritou, apertando Lauren nos braços. Caiu sobre ela ofegando, suada, o aroma de seus corpos se misturando.



Ela se ergueu, sob protestos de Lauren, e sentou no sofá, passando as mãos pelos cabelos, tirando-os do rosto.



-Lauren, nunnca tive uma mulher tão deliciosa como você... -Comentou, fitando-a.



Lauren sorriu, erguendo-se também e sentando no sofá ao lado dela. Apoiou a cabeça no ombro de Bianca, beijando-a no pescoço.



-Você quem me faz fazer loucuras... ohh, Bianca...nunca alguém me fez tão feliz, me fez sentir o que sinto quando fazemos amor... porque antes de você, eu só fazia sexo.



Bianca afastou-se para fitá-la nos olhos.



-E qual é a diferença, Lauren? Já fez o que pedi há minutos... com alguém?



Ela a fitou séria e falou fitando-a nos olhos:



-Já me mandaram fazer de tudo, Bianca.. Mas nunca com essa paixão que vi em seus olhos, que me excita e faz com que eu queira fazer além do que pede. Eu a amo, e o que me pede eu faço com amor e paixão, porque seu modo de pedir me excita. Os outros, me ordenavam fazer coisas apenas para o prazer deles, não o meu. Nas mãos deles, eu atendia para que não ficassem com raiva e pagassem satisfeitos. Não havia excitação de minha parte, eu apenas tinha que satisfazer o cliente. E eu fingia um prazer que não sentia. Com você, é tudo genuíno.



-Nunca sentiu prazer com seus maridos??!



-Pode duvidar, mas não. Os homens paraa mim são negócio, apenas. Amor e prazer, só com você.



-Eu a amo também, Lauren, e só em fitá-la, já fico excitada. E você também me encanta. Fazer amor com você é uma emoção inigualável, que nunca senti antes - Disse Bianca, pousando as mãos no rosto dela e a beijando carinhosamente.



-Oh, amor! - Disse >Lauren, a abraçando com paixão. E tudo recomeçou, esquecidas do mundo lá fora.



Bianca a possuiu sem reservas, sentindo a emoção inigualável de ter nos braços a mulher amada.Os gemidos, os suspiros, as palavras excitantes de Lauren,tudo soava aos seus ouvidos como música sensual. Os movimentos do corpo, as carícias dela numa entrega total, a arremessavam em um mundo de delícias, fazendo-a perder a cabeça e agir cada vez mais arrebatada pelo prazer. Colocou Lauren em posições excitantes, querendo-a de todos os modos possíveis, sentindo um prazer alucinante ao vê-la gritar gritar de prazer em vários orgasmos. Teve o seu próprio prazer somente depois de ver Lauren esgotada, completamente exausta, o belo rosto cheio de gotinhas de suor.



Deitou ao lado dela ofegante. Lauren apertou sua mão e voltou o rosto para fitá-la. Viu o amor luzindo naqueles olhos verdes e sorriu, feliz.



-Eu a amo, Lauren... se tivesse mais forças, a amaria mais uma vez...



Lauren sorriu, erguendo meio corpo e a beijando no rosto.



-Eu sinto o mesmo...só o cansaço me faaz parar...



Os olhos nublaram-se ao ver o relógio de cabeceira.



-Tenho que ir embora mesmo dessa vez,aamor. Já estou atrasada.



-Está bem, Lauren. Não quero que passe mal momentos por minha causa.



Lauren se sentou na cama, fitando-a com tristeza.



-Precisamos ter cuidado e paciência. AAté você estar empregada, e Roberta a esquecer. Então, pedirei o divórcio à Sawer e serei somente sua.



Ela se ergueu e Bianca a fitou angustiada.



-Eu sei... mas será tão duro para mim.... prometa ao menos que não se entregará à Sawer nunca mais, à partir de hoje.



-Oh, Bianca! é isso que me angustia....depois de conhecer o prazer verdadeiro com você, ter que submeter-me à posse dele. Mas, como vou negar-me? Ele vai ficar mais desconfiado do que está. Há um mês que não tenho sexo com ele. E agora vou precisar que ele esteja satisfeito comigo, para fazer o que eu pedi . Entenda, Bianca, seu novo emprego e a retirada de seu nome da lista negra vale qualquer sacrifício!



Bianca a fitou com os olhos luzindo.



-Se vai para a cama com ele por minha causa, pode desistir disso! Eu prefiro ficar desempregada pelo resto de minha vida!



-Não é apenas por você que vou fazer iisso! É por Roberta também! Eu não quero colocar mais problema na cabeça dela, com a minha separação! Por favor, Bianca, entenda!



Bianca respirou fundo e se ergueu, abraçando Lauren e a fitando gravemente.



-Eu entendo seu problema, Lauren. Está bem, mas pelo menos adie essa noite com ele...não hoje, Lauren. Não quero saber que dia irá para a cama com Sawer!Oh, que inferno passarei! Você... sentirá prazer com ele? Diga que não, mesmo que seja mentira!



Lauren a fitou ternamente, e a beijou no queixo.



-Não preciso mentir, amor. Nunca sentii prazer com ele ou qualquer outro homem. Sempre fingi, porque a única pessoa que amei, que senti atração sexual foi você, Bianca. Mesmo dentro de meu ódio, quantas vezes tive prazer solitário enquanto pensava em você!



Bianca a fitou surpresa.



-Verdade? E o que pensava?<



-Você possuindo-me. Imaginava cenas. NNunca andei com outra mulher, mas não sou ingênua. Já vi filmes com duas mulheres se amando, li livros com temas lésbicos, vi toda a série de L Word...



Bianca sorriu, divertida.



-Ah!...Então, também é fã de Tina e Bete, o casal sexy de L Word? Aquelas atrizes são ótimas, não parecem estar representando as cenas de amor, mas sim vivendo-as intensamente!



Lauren riu, beijando-a rapidamente na boca e se afastando.



-Claro que sou fã! EElas são hot! Agora, vou tomar uma ducha bem rápida e ir embora.



E dizendo isso, ela foi para o banheiro.



Bianca tornou a deitar. Exausta, adormeceu e nem viu Lauren sair.







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Roberta olhou em volta, desanimada. A festinha promovida pelos alunos do colégio tinha vários rapazes e garotas dançando, mas ela não tinha nenhuma vontade de participar daquela animação. Sentia-se deslocada daquela alegria juvenil.



Pensou mais uma vez em Bianca, em sua infeliz paixão por aquela mulher cruel.Ela devia estar já com outra mulher, ela não era do tipo de se prender a ninguém.



Bianca, Bianca! Maldição! Não conseguia tirá-la do pensamento! Já tentara pensar em outra coisa, mas ela continuava em sua mente, fazendo-a sofrer. Havia sido rejeitada por ela, depois de ter entregado sua virgindade à ela!



Durante as aulas de dança, ainda conseguia esquecer dela, concentrada em seus exercícios. Mas no resto do tempo, pensava nela todas as horas. Com raiva, com mágoa, com saudades e desespero.



Antoine sentou ao seu lado, tirando-a de seus tristes pensamentos. Era um colega de turma, um adolescente de modos delicados. Magro e alto, com cabelos negros e cacheados, um belo rosto de traços finos. Ele tinha poucos amigos na sua turma e não se dava com as moças, o que fez Roberta se admirar quando ele lhe falou, sorrindo:



-Ça va? (Tudo bem?)



Ela fitou os olhos negros do rapaz, que lhe sorria com dentes brancos e perfeitos.



-Bien, merci (Bem, obrigada)- Disse, sem se estender na resposta.



-Eu estava observando-a há dias - Dissse ele, com voz que Roberta achou suave - Você não é uma garota como as outras. Elas todas não perdem a chance de se jogarem para cima dos rapazes. Você não, é mais quieta. Você não é francesa, não?



Ele falava rápido e Roberta teve certa dificuldade em entender, ainda estava começando a colocar em prática o curso de francês que fizera no Brasil . Pediu embaraçada:



-Parlez doucement, s'il vous plait?(Fale devagar, por favor?)



Ele a fitou curioso.



-Vous êtes d'où venez-vous?( De onde você é?)



-Je suis brésilienne, je ne parle pas très bien français (eu sou brasileira, não falo bem francês )



Ele sorriu, e dessa vez falou mais pausadamente e se apresentou:



-Unne brasilienne?! Oh! Je m'appelle AAntoine, et toi? (uma brasileira?! Oh, eu me chamo Antoine, e você?)



-Je suis Robberta .



Aos poucos, o francês hesitante de Roberta e o de Antoine falado mais devagar foi dando para se entenderem. Ela sorriu aliviada, ele era a primeira pessoa com quem conversava sem ser na sala de aula.



-Você parece triste, Roberta - comentou ele, fitando-a atento - Já notei isso desde que a vi. E por esse fato, identifiquei-me com você. Também tenho andado muito triste. Mas será que o motivo de nossas tristezas é parecido? A sua também é causada por alguém a quem ama?



Ela enrubesceu, mas não respondeu, desviando o olhar daqueles olhos curiosos.



-Não quer responder? Ah, imagino que não confia em mim. Acabou de conhecer-me.



Ela o encarou.



-Não é isso. É que sou muito reservadaa em meus sentimentos.



Ele sorriu.



-Eu também sou. Mas chega uma hora quee você não aguenta mais conviver sozinho com o seu problema e quer alguém para desabafar. Eu estou sentindo isso.



-Se quer desabafar seu problema, sou



-Já está ajudando, dando-me atenção. AAs outras garotas acham que sou um idiota, por gostar de quem não gosta de mim, e não me dão muita atenção.



-Não estou em condições de criticar niinguém, Antoine. Pode falar, se isso o faz sentir-se melhor.



Ele indicou Pierre, um dos colegas de turma, que dançava com uma das garotas. Pierre tinha boa aparência, era alto e atlético, com cabelos louros e olhos azuis. Mas tinha um olhar frio e era conhecido pelo seu mau humor. Roberta não gostava dele.



-Veja, Pierre está ali feliz, ignoranddo-me. Disse que me amava, mas o que queria era o meu dinheiro para suas farras com mulheres. Quando eu não pude dar mais, ele deixou-me. E estou sofrendo por isso, Roberta.



Roberta olhou para Antoine, penalizada e surpresa. Ele era um homossexual! E estava sofrendo uma decepção amorosa, como ela. Identificou-se com ele.



-Oh, Antoine...sinto muito, por você....meu problema é meio parecido com o seu. Gosto de uma pessoa que aproveitou-se de mim e não me quer mais.



Ele a fitou com olhar cheio de compaixão.



-Eu sabia que você tinha algum problemma que a deixa infeliz! Vejo isso em seus olhos! Então, chérie, vamos unir as nossas tristezas e transformar isso em uma bela amizade! Um ouvirá e consolará o outro, está bem?



Roberta assentiu, com pena dele.



Antoine então lhe contou sua vida. Filho único de uma mãe autoritária e amarga pelo abandono do marido, que o obrigava a estudar engenharia e o controlava em tudo. A descoberta do sexo com um amigo. A fuga para Paris, quando a mãe descobriu a relação e o espancou. A descoberta da sua vocação para o balé. O trabalho noturno como garçon, para se manter. Estudava nessa escola particular porque conseguira uma bolsa de estudo. Tinha guardado algumas economias, mas quando se apaixonara por Pierre, gastara tudo com ele. Quando o dinheiro acabou, Pierre não o quis mais.



Antoine a fitou, quando acabou a narração.



-Et toi? Só deixou-me falar. Não contou nada ainda de sua vida. Isso não é justo, ma chérie!



Roberta o encarou com tristeza. Sentiu vontade de desabafar também. Ele a entenderia.



-Sou filha única também. E como você, tenho uma mãe que tomava conta de minha vida. Eu a obedecia em tudo, fui criada como em uma redoma. E isso me fez ficar ingênua, capaz de cair na conversa das pessoas. E conheci uma mulher que enganou-me com elogios, fazendo-me cair em sua teia de sedução.



Ele a fitou surpreso.



-Uma mulher?!



-Sim. Uma mulher diabólica.>



E Roberta contou tudo ao admirado Antoine. Quando acabou, ele a fitava com um olhar que a comoveu.



-Chérie, quee coisa incrível!Nossas experiências são bem parecidas! Ah, arranjei uma irmã! Não vou deixá-la mais!



E assim, começou a amizade deles. Antoine a esperava sempre depois das aulas e saíam juntos. Ele a levava até a casa onde ela estava hospedada. Ela o havia apresentado à madame Barton e ela havia gostado dos modos educados de Antoine, permitindo suas saídas com ele.



Em pouco tempo, madame Barton já deixava Antoine levar Roberta ao cinema, teatro ou a passeios por Paris.



Roberta pagava todas as despesas desses passeios, porque Antoine dizia que ganhava pouco como garçon e mal podia pagar o aluguel de uma água-furtada e comer. Roberta não se importava em pagar para sair com ele, pois tinha uma companhia com quem podia falar de seu problema e a entendia. Era com ele que desabafava suas frustrações, como sua paixão infeliz por Bianca.



Naquela tarde, Antoine chegou à escola de dança alegre e lhe contou que havia conhecido um homem. Ela o fitou surpresa.



-Onde o conheceu?



-No restaurante em que trabalho. Quanddo ele entrou, confesso que fiquei parado fitando-o. Ele notou, e quando fui serví-lo, eu tremia, chérie! Ele tem uns olhos de tigre! Quando pagou a conta, deixou um cartão com o telefone junto da gorgeta.



Roberta o fitou surpresa. Antoine parecia tão infeliz e apaixonado por Pierre, e agora ali estava todo entusiasmado por outro homem. Será que os homens sentiam diferente das mulheres?Porque ela ainda não conseguira esquecer Bianca.



-Telefonei para ele - Continuou Antoinne - Patrick é empresário de uma cantora, Martine.



-Martine? Nunca ouvi falar.>



-Ela é estrangeira, chérie.Está em Paris para apresentar-se um mês no Lido.



Ela o fitou preocupada.



-Vá devagar, Antoine. Não entre nessa de cabeça, que pode sofrer uma decepção



-Ah, já estou prevenido!Depois de Pierre, nenhum homem me enganará! Chérie...preciso de sua ajuda.



Ela o fitou intrigada.



-Ajuda? Em quê?



-É o seguinte: Patrrick convidou-me para sair com ele e Martine. Irão jantar no Guy Savoy e depois irão à uma festa. E eu não posso ir sozinho, Roberta, não permitem pessoas desacompanhadas. Tenho que ter uma companhia feminina.Patrick recomendou isso.

Roberta o fitou indecisa.



-Ah, Antoine...não sei...não conheço eessas pessoas, não sei que tipo de festa é... e minha mãe recomendou à madame Barton que não permitisse que eu fosse a lugares sem estar acompanhada por uma pessoa de confiança dela.



-Mas ela me conhece, Roberta! Madame



Roberta amoleceu. Teve pena de Antoine. Ele queria tanto encontrar o tal Patrick, devia estar apaixonado mesmo. Não podia negar essa ajuda à ele.



-Está bem...vou se madame Barton permitir. Mas só vou fazer isso por você! E não repetirei, não me peça mais isso!



Ele a beijou no rosto, sorridente.



-Oh, chérie,, você é maravilhosa, a única amiga que tenho!



Madame Barton deu seu consentimento à Antoine. Ela simpatizava com o rapaz de jeito desprotegido, de tristes olhos negros. E assim, à noite Roberta saiu com Antoine, ele com sua melhor roupa, ela de vestido branco, que mostrava suas belas pernas e colo perfeito, com o decote de finas alças, os cabelos louros soltos.



Chegaram ao elegante restaurante e o maitre veio recebê-los. Antoine deu o nome das pessoas que os esperavam e o maitre os conduziu à uma mesa no canto, onde havia um casal. Roberta os olhou curiosa.



Patrick era um homem louro, de cabelos lisos e curtos, um rosto másculo e bonito.O terno escuro realçava seu corpo atlético, moldando os ombros largos. Os olhos claros a fitaram da cabeça aos pés enquanto se aproximava com Antoine.



A mulher que estava com ele a fitou avaliadoramente. Era uma mulher de uns trinta anos, olhos e cabelos negros em corte Chanel, lábios polpudos. Um rosto que não era de beleza clássica, mas atraente. O vestido negro com decote em V mostrava grande parte dos seios pequenos e empinados, o que Roberta achou extremamente vulgar.



Antoine parou diante da mesa e falou com nervosismo:



-Bonne nuit, Patrick, madame Martine.Esta é minha amiga Roberta, de quem lhes falei.



Patrick sorriu e se ergueu, apertando a mão de Roberta e falando com forte sotaque americano, em francês:



-Prazer, mademoiselle. Quero apresentaar-lhe Martine - Disse, indicando a mulher com um gesto da mão.



Roberta estendeu a mão para Martine, que a apertou suavemente, com um sorriso ambíguo.



-Vouz c'est une jeune belle, Roberta.... Je suis encantè.(Você é uma jovem bonita, Roberta.Estou encantada.



-Merci - Dissse Roberta, enrubescendo com o elogio e puxando a mão.



Martine sorriu, mostrando alvos e perfeitos dentes.



-Sentem-se, queridos...e nos acompanheem em uma taça de champanhe.



Antoine, cavalherescamente puxou a cadeira para Roberta sentar e sentou em outra ao lado dela.



O garçon veio pressuroso e serviu as taças de champanhe aos quatro. Martine brindou:



- La nôtre!(À nós!)



Voltando-se para Patrick, ela comentou:



-São dois jovens lindos, Patrick. Mais do que eu esperava.



Patrick sorriu e ergueu sua taça, brindando:



-À uma noite especial!



Roberta ergueu a taça, acompanhando o brinde. Sentia o olhar insistente de Martine sobre ela, e isso a deixou nervosa.



-O que faz na vida, Roberta? -Perguntoou Martine, fitando-a com vivo interesse.



-Estudo .



-O quê?



-Estou completando meus estudos básicoos e estudando balé.



-Ah, tinha de ter algo ligado à balé! Tem um porte de dançarina clássica, uma postura linda! - Disse Martine.



-Também estudo balé, sou colega de claasse de Roberta - Disse Antoine.



Martine o fitou sorrindo.



-Também tem o tipo disso. Corpo delgaddo, gestos delicados. É um belo rapaz, Antoine.



Antoine corou. Olhou para Patrick, que riu.



-Não reparem no que Martine diz. Ela ssempre diz o que lhe vem à cabeça, sem pensar muito.



Martine ignorou o comentário, perguntando à Roberta:



-Você não deve ser francesa. Tem um sootaque forte. É americana, não?



-Sim.



Martine sorriu abertamente, entusiasmada.



-Oh, adoro oss americanos! Já vivi lá seis meses, quando excursionava com meu show!

Foi uma experiência incrível!



Roberta sorriu polidamente. Não sabia se admirava a mulher ou a detestava. Ela era uma dessas pessoas que confundiam os outros, com suas palavras e olhares ambíguos.



Martine tomou um gole de champanhe e prosseguiu:



-Gostaria de ter estudado balé. Mas miinha família não aprovava. Forçaram-me a estudar dança flamenga, sou de uma tradicional família espanhola. Então, dou shows dessa dança e canto, em várias cidades do mundo.



-E vive onde? - Perguntou Roberta.



-Na Holanda. Gosto de lá porque é um ddos países mais liberais da Europa. Não tem os falsos pudores do restante mundo ocidental.



A conversa continuou, comandada por Martine. Falou sobre as viagens que fez, os países que conheceu.Mas Roberta notou que era uma conversa superficial, sem entrar em detalhes de sua vida pessoal. Mas reconheceu que Martine tinha senso de humor, era culta e era uma mulher carismática.Começou a simpatizar com ela, apesar de notar que ela gostava de ser o centro das atenções. Ela quem dominava a conversação.



O jantar foi trazido. Pelo menos nisso, Martine não interferiu na escolha dos pratos, apenas escolhendo o seu:carne grelhada com salada. Roberta optou por um souflê de legumes e Antoine e Patrick, filé Chateaubriand com batatas sautê. Durante o jantar, Martine conversou com Patrick sobre o seu show, queixando-se que haviam eliminado uma música que sempre cantava.Patrick explicou que era para "enxugar" o show, que estava muito longo.Roberta pôde perceber que ele era o empresário de Martine.



O jantar terminou e Patrick pediu a conta. Pagou, recusando o dinheiro de Roberta e Antoine e se ergueu, sorrindo para Antoine.



-Agora, vamos para a festa.>



Roberta e Antoine se ergueram também, acompanhando o casal.



-Onde é a festa? - Perguntou Roberta.<



-Na casa de uns amigos - Disse Patrick, olhando para Antoine .



Uma limousine estava parada diante do restaurante. O manobreiro abriu a porta traseira para eles e os quatro entraram. Martine e Patrick sentaram em bancos separados, um diante do outro, e Marine pegou Roberta pela mão, puxando-a para sentar ao seu lado, e Antoine sentou ao lado de Patrick.





Parte 7









-Olhe para mim, Roberta...



Roberta olhou para Martine. Não precisava ser uma pessoa esperta para perceber que ela a devorava com os olhos. O perfume dela veio às narinas de Roberta, um perfume delicioso, sensual.



Martine pegou seu rosto pelo queixo, erguendo-o delicadamente, fitando-a nos olhos.



-Você é linda, Roberta... e quero beijarr essa boca que me atrai...posso?



Roberta corou, sentindo um arrepio percorrer seu corpo e morrer no sexo, ouvindo aquela voz sensual dizer aquelas palavras. Se fosse em outra fase de sua vida, Roberta teria se afastado indignada pelo atrevimento de Martine. Mas ela estava ainda sofrendo de uma desilusão amorosa, sentindo-se desprezada, a auto-estima baixa, por ter sido repudiada por Bianca. E aquela mulher atraente, vivida, mais sofisticada que Bianca, a desejava! Aquilo era um bálsamo para o seu orgulho ferido, a sua auto-confiança. Uma mulher sexy como Martine a desejava!



Então, em um assomo de coragem e rebelião , disse baixinho:



-Pode... beije-me...



Martine sorriu e a enlaçou pela cintura. Desceu o rosto e seus lábios se esmagaram na boca que esperava trêmula. A língua buscou a de Roberta, sugando, alisando, em um beijo sensualíssimo.



Roberta sentiu o desejo tomar conta do seu corpo.Martine tinha uma boca deliciosa, e suas mãos alisando suas costas provocavam arrepios pelo corpo.



A mão de Martine apertou suavemente um dos seios de Roberta, enquanto o beijo prosseguia, arrebatador. Roberta a empurrou com as mãos, envergonhada.



-Pare... Antoine e Patrick estão olhandoo...- Sussurrou, no ouvido de Martine.



Martine afastou o rosto e sorriu para ela, falando baixinho:



-Está enganada, doce Roberta... eles esttão bastante ocupados, veja...



Roberta olhou para os dois e enrubesceu violentamente. Patrick e Antoine se beijavam na boca, esquecidos delas.



-Oh! -Disse, boquiaberta, vendo os dois agarrados.



Martine a abraçou novamente, e dessa vez passou a mão pelas suas coxas, alisando, e os dedos alcançaram a calcinha, alisando o sexo de Roberta, percebendo que a calcinha já estava molhada, denunciando a excitação da moça.Ela mordiscou o lóbulo da orelha dela, passou a língua, a respiração quente no ouvido de Roberta a excitando mais ainda.



-Você vai deixar eu possuir você, Robertta? -Sussurrou Martine em seu ouvido, entre lambidas no seu pescoço e beijos molhados - Chupar você todinha, até gozar em minha boca?



Roberta estremeceu de volúpia à aquelas palavras. E pegou o rosto de Martine entre as mãos, beijando-a na boca arrebatadoramente, sentindo os dedos de Martine bolinando seu sexo, enfiados sob a calcinha.



Roberta já estava bastante excitada para fazer ela parar. Apenas gemeu e deixou a mão prática de Martine alisar seu sexo, suas coxas, seus seios.



Roberta estava quase gozando quando a limousine parou. Martine interrompeu suas carícias ousadas e se afastou, sorrindo para Roberta.



-Chegamos, minha linda...Vamos descer.



Roberta se recompôs apressadamente, sua respiração opressa. E ao olhar para Antoine e Patrick, corou violentamente. Antoine alisava o sexo de Patrick, com a mão dentro da calça do rapaz. O sexo estava encoberto pela cueca, mas pelo volume da mesma, Roberta percebeu a excitação do louro.



Martine percebeu seu choque e riu, dizendo:



-Rapazes, chegamos, vão ter que deixar oo final para depois. Vamos indo!



Eles se separaram com sorrisos no rosto. Antoine fitou Roberta com embaraço, mas Patrick não pareceu nem um pouco envergonhado, sorrindo para Roberta e piscando o olho.



-Tudo bem, vou esperar...sei que vai valler à pena... - Disse Patrick, fechando a calça.



Eles desceram do carro e Roberta se viu diante de uma mansão, com vários carros estacionados no pátio. Martine pegou Roberta pela mão e se dirigiu para a entrada da mansão, seguida pelos dois rapazes. Um segurança na porta pediu , com voz educada:



-Boa noite. Senha, por favor.>



-Ave do paraíso chegou - Disse Martine ..



O homem assentiu e deixou Martine e Roberta passarem. Pediu senha à Patrick também, que respondeu:



-O trigre está na caverna.



Eles foram liberados e entraram.



Quando entraram, o som alto da música feriu os ouvidos de Roberta. E os convidados a surpreenderam. Havia homens vestidos com smookings, mas também travestis , mulheres com roupas masculinas e mulheres com vestidos longos. Os travestis vieram ao encontro de Martine soltando gritinhos de satisfação.



-Martine! Está maravilhosa, chèrie!>



-Esse vestido está di-vi-no em você!



-Vi seu show ontem e adorei!<



Martine sorria, recebendo a bajulação dos fãs. Mas pegou a mão de Roberta e a puxou para um canto do salão, onde estava dois seguranças e uma mulher de meia idade, que sorriu abertamente para Martine.



-Que prazer vê-la aqui, minha querida! -- Disse a mulher - Vai querer o quarto?



-Sim, Annete. Dê-me a chave e envie tambbém uma garrafa de champanhe.



A mulher procurou a chave em uma caixa e estendeu para Martine, fitando Roberta com malícia.



-Aqui está. Vou em seguida mandar o chammpanhe.



Roberta olhava tudo com vivo interesse.Mulheres dançavam juntas de rosto colado, e homens também dançavam juntos, alguns se beijando na boca! Até essa noite, o seu único contato com homossexuais havia sido com Bianca e Antoine, mas agora estava penetrando no mundo deles, e estava com receio do que podia lhe acontecer.



Martine a pegou pela mão e a fitou sorrindo.



-Vien, chèrie.



Martine e Roberta entraram por uma porta que o segurança abriu e seguiram por um corredor luxuoso, atapetado e com quadros com cenas eróticas nas paredes, com várias portas. Martine abriu uma com a chave e entraram. Enquanto ela fechava a porta com a chave, Roberta olhou em volta, curiosa. Era um quarto com uma cama enorme forrada com uma colcha de peles, um armário de duas portas, um enorme sofá de couro negro, e nas paredes pinturas eróticas que fizeram Roberta corar pelas poses sexuais que mostravam. No teto havia um grande espelho que refletia a cama.



Martine a abraçou por trás, beijando seu pescoço e se colando em seu corpo.



-Que tal ficar mais à vontade? Aqui não tem ninguém nos vendo, Roberta...



Roberta voltou-se, fitando Martine nos olhos.



-Vocês me trouxeram para um clube gay, MMartine?



Ela sorriu, passando a mão em seu rosto cariciosamente.



-Nunca havia estado em um? Imaginei issoo. Você é muito jovem para ser acostumada à esse ambiente. Mas já teve algumas aventuras com mulheres, não?



-Eu estive com uma mulher apenas uma vezz, Martine. Fui criada com muito rigor por minha mãe.



Martine a fitou surpresa.



-Então, sua experiência sexual é quase nnula!Patrick disse-me que havia convidado um rapaz e uma moça para sairmos juntos, que ambos eram homossexuais e aceitavam fazer programas por cem euros!



Roberta a encarou espantada e ofendida.



-Ele está louco! Nunca fiz programas comm ninguém!Apenas Antoine sabe que tive uma experiência com uma mulher, porque eu confiei nele e contei isso para desabafar, então como Patrick pode pensar que faço programas?



Martine respirou fundo, fitando-a com embaraço.



-Parece que seu amigo Antoine não é tão amigo seu como pensa, Roberta. Por que ele deu informações suas erradas para Patrick.



Roberta sentiu a raiva agitando seu sangue.



- Não sei o que Antoine disse de mim parra Patrick, mas não sou uma pessoa que faz programa sexual! Se ele tratou alguma coisa com Patrick, eu não estava à par de nada!Depois vou tirar isso à limpo com Antoine!



Martine a fitou gravemente.



-Não sabia que viria para esse tipo de ffesta e que iria fazer sexo comigo?Então, por que deixou-me beijar você e...tomar algumas atitudes na limousine?



-Eu me senti atraída por você, Martine. Você é uma mulher atraente.



Martine a encarou de perto, levantando seu queixo com os dedos.



-E você...ainda quer que continuemos o qque começamos na limousine?



-Sim, Marine...mas só nós duas... nada nna frente de Antoine e Patrick.



Martine sorriu.



-Seja feita sua vontade, chèrie... >



Bateram na porta. Martine foi atender e um garçon entrou com uma bandeja com um balde de prata com uma garrafa de champanhe e duas taças. Ela mandou-o colocar a bandeja numa mesinha de centro e deu uma gorgeta. O homem saiu e Martine voltou para perto de Roberta, abraçando-a.



Elas se grudaram em um beijo apaixonado e o desejo dominou seus corpos. E Roberta foi despida entre beijos, foi conduzida à cama e deitou ansiosa, equanto Martine se despia fitando-a com um olhar que a excitou mais ainda. Admirou o corpo esguio de Martine, os seios pequenos com auréolas marrons, a barriga com músculos definidos, as coxas fortes pela dança. Ela sorriu ao seu olhar e deitou aos seu lado, puxando-a em um abraço e começaram a se amar.



Com Bianca havia sido mais um ato de descobrimento e entrega, quase sem carícias, mas com Martine, estava sendo a descoberta dos requintes do prazer sexual. Martine era uma mulher muito experiente, sem nenhuma barreira sexual para impedir qualquer prazer, e mostrou à Roberta o requinte do sexo. Primeiro não deixou nenhuma parte do corpo de Roberta sem o toque de sua língua voraz, de seus dedos invasores, depois cobriu o corpo de Roberta com o seu, numa dança sensual de quadris se mexendo, seios se roçando, pernas se entrelaçando, bocas se sorvendo, até alcançarem o êxtase completo.



Exausta, suada, mas deliciosamente satisfeita, Roberta estava quase adormecida nos braços de Martine, quando bateram na porta do quarto.



-Merde! - Resmungou Marine, se levantanddo e colocando a coberta em volta do corpo. Roberta a viu dirigir-se para a porta e puxou o lençol sobre o corpo nu, percebendo que Martine ia abrir a porta. E ela o fez, abrindo o mínimo para olhar quem era. Mas quem estava lá fora empurrou a porta e entrou, mesmo com o protesto indignado de Martine. E Roberta viu Patrick entrar no quarto, seguido de Antoine.



Martine olhou para Patrick furiosa, segurando a colcha em volta do corpo.



-A que devo essa invasão, Patrick?!>



Ele olhou para Roberta na cama e sorriu sarcasticamente.



-Ah, a pombinha está no ninho de amor! EEstou magoado com você, Martine...nem lembrou do seu amigo...sabe como gosto de ver você comendo uma mulher...mas você dessa vez esqueceu nosso trato.



Martine ficou vermelha e olhou para Roberta com ar de culpa. Mas logo recuperou-se e voltou-se para Patrick agressivamente:



-Se eu não o convidei para meu quarto deessa vez, devia ter entendido que eu não queria sua presença aqui e ter ficado longe com seu par!Mas você acha que lhe devo contas de meus atos!



-Mas Martine, nós combinamos que ficaríaamos juntos!...



-Acontece que seu amigo Antoine nos engaanou! - Disse Martine, acusadoramente, indicando Antoine com o braço - A garota não sabia o que iria acontecer. Não sabia que Antoine havia combinado que ela ficaria comigo.



Patrick olhou para Antoine, que empalideceu.



-Então, você mentiu, quando disse que suua amiga havia aceitado a oferta para um mènage à quatre, não é, Antoine?



Ele baixou a cabeça . Roberta ergueu-se da cama, envolta no lençol, e se aproximou, fitando Antoine com decepção.



-Pensei que era meu amigo, Antoine, mas vejo que me enganei. Nunca mais fale comigo!



Ele a fitou com cinismo.



-Desculpe, Roberta...mas vejo que você nnão se importou muito...deve ter passado momentos bem agradáveis com Martine, como eu passei com Patrick. Pense no lado bom da coisa.



-Seu cachorro! - xingou Roberta, revoltada com o cinismo do rapaz.



Ele sorriu.



-Deixe de bancar a virgenzinha imaculadaa, Roberta! Você aproveitou tanto quanto eu!



Sem se conter mais, ela o esbofeteou. Ele tentou revidar, mas Martine se colocou na frente de Roberta e o fitou com olhos cheios de cólera.



-Saia daqui, rapaz! E você também, Patriick! Quero ficar à sós com Roberta, sem ninguém que a faça ficar nervosa! Se quiser ir embora, pode ir, eu irei depois.



Patrick a fitou hesitante.



-Tem certeza que quer ficar aqui sosinhaa com Roberta, Martine?



-Tenho, sim, absoluta! Saiam, os dois! <



Patrick fez um gesto para Antoine acompanhá-lo, e os dois saíram.



Martine olhou para Roberta.



-Acho que devo uma explicação à você, Rooberta.



Roberta a fitou.



-Também acho.



-Vamos nos sentar. Vou explicar tudo.



Elas se sentaram na cama e Martine desviou os olhos dos inquiridores olhos de Roberta, parecendo envergonhada. Suspirou e disse, com decisão:



-Roberta, Patrick e eu gostamos de fazerr um mènage à quatre.



-Mènage à quatre? Que é isso?>



Martine a encarou.



-Falando mais claro, gostamos de nos reuunir com mais duas pessoas de ambos os sexos e fazer uma pequena orgia...Patrick com um homem, eu com uma mulher...os quatro em um mesmo quarto... e depois, eu deixo Patrick fazer sexo com a mulher e o homem, eu assistindo.



Roberta a fitou chocada.



-Martine! Você gosta disso?! E nos conviidou para esse negócio...mènage à quatre?!



-Sempre quem faz os arranjos é Patrick, Roberta...inclusive essa vez. Mas quando você chegou com Antoine...eu percebi logo que você não era uma mulher como as outras. Você tinha classe. E eu me encantei com você. Eu vim para o clube e no carro você me conquistou com sua ingenuidade.Eu percebi que você não era acostumada com essas coisas que faço.Então, decidi vir logo para o quarto e não esperar por Patrick. Eu não quis dividir você com ele, nem com ninguém mais. Pronto, você já sabe de tudo. Não quero que seja enganada por seu amigo, esse rapaz já é parceiro de Patrick por mais de um mês. Ele sempre arranja moças que topam fazer sexo com um casal por pouco dinheiro.



Roberta colocou as mãos no rosto, pasma com a revelação.



-Meu Deus, como Antoine me enganou, com seu jeito de rapaz desiludido!Não passa de um mercador de sexo!



Martine suspirou.



-É essa a verdade, mon chèrie. Eu sei quue você agora não vai querer mais nada comigo, e eu entendo.



Roberta a fitou nos olhos com uma expressão apaixonada.



-Martine, para mim sexo só deve ser entrre duas pessoas, eu jamais participaria de sexo com mais gente. Mas não vou julgar você. Se essas mulheres que teve concordavam com isso, não sou eu quem vou condenar você. De minha parte, posso dizer que adorei ter sexo com você, que estou muito atraída por você e podemos repetir o encontro, desde que não tenha Patrick nem outra pessoa.



Martine sorriu e a abraçou, fitando-a com desejo.



-Oh, chèrie, eu também estou muito atraíída por você e desejo fazer amor com você muitas, muitas vezes!



Elas se beijaram ardentemente e caíram na cama. Dessa vez, orientada por Martine, foi Roberta quem possuiu a morena e se perdeu naquele corpo excitante, ouvindo os gritos de prazer de Martine. Ela sabia excitar Roberta, com sua voz sexy, suas palavras ardentes:



-Mais, chèrie...sugue com mais força... meta os dedos...enfie, enfie! Oh! C'est

delicieux!



************************************



No dia seguinte, quando Roberta chegou na casa onde estava hospedada, foi recebida por madame Barton com uma expressão nada alegre.



-Mademoiselle Roberta! Onde estava até aagora?



Roberta forçou um ar despreocupado.



-Eu não disse que iria à uma festa com AAntoine? Pois quando saímos da festa, não conseguimos um táxi e eu fui dormir na casa de uma colega de escola.



-Mademoiselle, parlè la verité! Antoine telefonou ontem, perguntando se você havia chegado bem em casa!Como pode mentir para mim assim, Roberta?Vou ter que contar para sua mãe o que fez!





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Bianca saiu do trabalho com uma doce ansiedade.Lauren iria encontrar-se com ela, haviam marcado encontro em um café perto do trabalho dela.



Bianca, em passadas largas, apressou o passo. Em minutos entrou no café e olhou em volta. Viu Lauren sentada numa mesa no canto, fitando-a com um sorriso.



Bianca aproximou-se, fitando-a com admiração. Lauren como sempre, vestia-se com elegância, numa blusa de seda branca e blazer verde musgo, linda.



-Olá... - Disse, puxando a cadeira diantte dela e se sentando - Vim o mais rápido que pude.

Lauren cobriu sua mão com a dela e a apertou suavemente, quando Bianca pousou as mãos sobre a mesa.Seus olhares se encontraram e sorriram, um sorriso cheio de promessas.



-Como foi o seu primeiro dia de trabalhoo na firma, Bianca?



O sorriso de Bianca se alargou.



-Adorei, Lauren. Sou a nova gerente de uum grupo de pessoas muito competente e esforçadas, que trabalham com prazer. E fui muito bem recebida. E o meu patrão é um homem simples, comunicativo e inteligente. Vou poder fazer um bom trabalho, com a equipe que tenho.



-E sua equipe tem mulheres bonitas? -Perrguntou Lauren sorrindo.



Bianca sorriu com ar divertido, dizendo:



-Tem uma loura e uma morena...que não seei não...fiquei babando!



-Bianca!



Bianca começou a rir, com o tom indignado de Lauren.



-Estou brincando, anjo. Nenhuma é como vvocê, então não me interessam.



-Humph! E como sou?



Bianca a encarou deixando de rir. Seus olhos adquiriram uma expressão apaixonada.



-Linda, sexy, especial, elegante, quentee...



-Oh, chega! - Riu Lauren- Assim, vou ficcar encabulada!Fale sério, Bianca!



Bianca apertou a mão de Lauren entre a sua, indiferente às pessoas.



-Estou falando. Para mim, ninguém se iguuala à você, Lauren. Você é especial para mim.



-Vai mentir dizendo que lá não tem mulheeres bonitas?



-Lá tem duas mulheres bonitas, Lauren. MMas além de serem casadas e mães de filhos, não me atraem nem um pouco, porque estou apaixonada por você.



-Oh, Bianca... - emocionou-se Lauren, fiitando-a nos olhos - Eu sinto um arrepio percorrer meu corpo, cada vez que ouço você falar assim comigo...



Bianca a fitou com os olhos cheios de desejo.



-Vamos para minha casa agora?Ou quer ficcar mais um pouco aqui?



A voz soou cheia de insinuação. Lauren sorriu e se ergueu.



-Vamos agora. Quero realizar uma fantasiia minha com você, mas não em sua casa.



Bianca ergueu as sobrancelhas, intrigada, se erguendo também.



-Uma fantasia? Posso saber qual é?<



-Você verá - Disse Lauren, deixando uma nota de cinco dólares na mesa para a garçonete, pois o capuccino que havia tomado enquanto esperava Bianca já havia sido pago.



Saíram do café e foram até o estacionamento e Lauren estendeu a chave do Lexus para Bianca.



-Dirija você.



-Eu? Por que?



-Faz parte de minha fantasia.>



Bianca sorriu, pegando a chave.



-Tudo bem, madame.



Bianca abriu a porta do carro e entraram. Ligou o carro e voltou-se para Lauren, que havia se sentado voltada para ela, a saia havia subido e mostrava as coxas fortes e deliciosas.



-Onde quer ir, madame?>



-Trate-me por Barbie, que era meu apeliddo na época em que eu a conheci. Eu quero ir à um lugar em que possamos imaginar que estamos em Greenfield, e você convidou-me para sair.



-Oh, uma regressão ao passado!



-Sim, quero criar uma noite que poderia ter acontecido entre nós, se não houvesse acontecido aquele estupro horrível - Disse Lauren, a fitando com um olhar ansioso - Tudo bem para você?



Bianca se inclinou e deu um beijo carinhoso no rosto de Lauren.



-Tudo bem, meu amor.Será um prazer para mim participar dessa fantasia.



-Conheço um lugar parecido com Greenfielld em New Jersey, é um parque arborizado perto de um lago.



-New Jersey? Não acha muito longe?<



-Atravessando o túnel que liga New Jerseey à New York, em meia hora estaremos lá.



-OK. Você manda. Se é importante para suua fantasia, vamos lá.



O carro saiu do estacionamento e rumou para a auto-estrada que margeava o lado oeste de Manhattan.



Lauren ligou o aparelho de som e ele começou a tocar um cd com coletânea de músicas da década de 90, muito lindas. Bianca olhou para Lauren com um sorriso cúmplice.



-Foi uma época muito boa para mim, Laureen.



Lauren suspirou, o olhar perdido.



-Foi uma época de sonhos para mim.Eu ouvvia essas músicas na lanchonete, enquanto olhava você nadar na piscina do clube.



Bianca a fitou emocionada.



-Se Louise e Link não tivessem interferiido entre nós, eu e você teríamos vivido um lindo romance, Lauren. Eu estava muito atraída por você . Fiquei decepcionada quando você não foi à minha festa. Se tivesse ido, não tenho dúvidas que teria iniciado um romance com você e me apaixonado perdidamente.



-Eu também...mas o destino não quis. Porr isso, nessa noite eu quero resgatar aquele tempo perdido. Faremos de conta que acabamos de nos encontrar. Você quem foi buscar-me para a festa, e não Link e Louise. O que você faria?



-Eu diria como a estava achando linda e como estava interessada em você.



-Então fale, Bianca...somos duas adolesccentes e você veio buscar-me para sua festa.



Bianca entrou no clima, motivada pelas músicas de sua adolescência e pelo romantismo de Lauren. Pegou a mão dela que descansava no regaço e a apertou suavemente, dizendo com voz suave e emocionada:



-Barbie...desde que a vi na lanchonete, fiquei encantada...você é linda e fascinou-me...talvez não entenda meu modo de ser, não entenda o que sinto e tenha medo...mas mesmo assim, não posso deixar de dizer o que sinto. Quero que seja minha namorada, Barbie...por favor, diga que sim.



A resposta de Lauren soou cheia de emoção:



-Oh, Bianca!Você não sabe o quanto tenhoo sonhado você reparar que eu existo,que você saia de seu mundo dourado e perceba que tem uma garota que está perdidamente apaixonada por você e anseia um simples olhar seu.Você é o meu primeiro pensamento quando acordo e o último quando deito.



-Barbie...eu estava cega, não sabia o que era o verdadeiro amor até ver esses olhos me fitando. Meu olhar encontrou o seu e divisei um mundo de amor, um amor que eu procurava em outras garotas, mas que somente você conseguiu despertar em mim.



-Siga em frente, Bianca...vamos procurarr um lugar que seja só nosso, para vivermos esse amor que nasceu entre nós...esqueça sua festa, esqueça seus amigos, porque eu a quero somente para mim.



Bianca fitou Lauren rapidamente, impressionada com a eloquência apaixonada daquelas palavras. Percebeu que Lauren estava realmente mergulhada em sua fantasia, que estava sendo uma catarse para aquela noite terrível que a havia marcado profundamente, anos atrás. E se dependesse dela, faria tudo para essa noite ser apagada da memória dela, substituída por outra agradável.



Chegaram em New Jersey quarenta minutos depois e Lauren orientou Bianca para seguir para o lugar desejado. Chegaram à um parque bem cuidado, que margeava um lado. A noite fria afastara qualquer pessoa do lugar, mas a beleza da lua cheia refletindo nas águas plácidas era mágica.



Bianca estacionou ao lado de uma árvore e voltou-se para Lauren, que a fitava atenta.



-É um lugar lindo, Lauren. Com quem veioo aqui antes?



-Eu morei em New Jersey por um ano, quanndo fugi da casa de meus pais.Eu vinha muito aqui sozinha, para gozar de um pouco de paz. Eu morava perto daqui e era fácil vir de bicicleta.



-Não era perigoso?

>



-Nunca me aconteceu nada. Os casais que vinham aqui namorar estavam bastante ocupados para prestar atenção em mim.



-E o que pensava aqui?



-Eu pensava em minha vida, que rumo tomaar, pensava em você...



-Com ódio, naturalmente, pensando que euu era culpada de seu sofrimento.



Lauren a fitou com tristeza.



-Sim, mas também com imensa tristeza. Poor isso a trouxe aqui. Quero agora poder lembrar desse lugar com uma bela lembrança de amor. Você vai dar-me essas lembranças, Bianca.



-Com todo prazer, meu anjo.Hoje eu estouu aqui com você e vou mostrar como eu a amo e desejo.



Lauren sorriu sensualmente, a paixão luzindo naqueles olhos que brilhavam na escuridão suavizada pela claridade da lua cheia.



-Sim, está aqui...e eu agora a tenho. Toodo meu sofrimento acabou.



Bianca não se conteve mais e rodeou o corpo dela com os braços, puxando-a em um abraço apaixonado. Seus lábios se uniram em um beijo profundo. E então, Lauren não pôde mais controlar suas emoções. Ela sentia como que se soltando de amarras invisíveis que a continham e apertou-se contra o corpo de Bianca, começando a chorar.



Bianca sentiu as lágrimas dela molhar seu rosto e se afastou preocupada. Mas Lauren tomou seu rosto entre as mãos e começou a beijá-lo todo, dizendo entre lágrimas e beijos :



-Amor! Meu amor!Você me ama! E eu a amo também, sou sua!Eu a quero tanto!Possua-me! Possua-me, meu amor! Quero ser sua!



E Lauren a beijava cada vez com mais loucura, beijos famintos, loucos. Bianca entendeu que ela estava descontrolada pela emoção.Tinha se assustado à princípio com aquele arrebatamento, mas logo percebera que Lauren estava vivendo um momento que sua mente sonhara há muitos anos. Não era Lauren, a mulher feita e segura de si quem estava ali, mas sim a Barbie traumatizada, a garota que havia abafado a paixão que sentia, e agora, a fantasia sonhada estava se realizando, o seu sonho de amor substituindo um trauma da adolescência.



Abraçou-a com força, beijando-a na boca, sugando e sendo sugada.E o desejo tomou seu corpo como uma onda, intenso e louco.



Lauren veio para cima dela, montando em suas coxas, de pernas abertas. Ela apertou um botão e o encosto do banco se inclinou para trás, em um ângulo de 60 graus, fazendo o espaço entre o banco e o volante aumentar. Com respiração opressa, Lauren rodeou o pescoço de Bianca e beijando-a na boca apaixonadamente, os quadris se mexendo sensualmente, o sexo se apertando na coxa de Bianca. As mãos de Bianca tatearam no escuro e encontraram a barra da saia e a ergueu mais, pensando se Lauren não havia vestido uma saia curta já pensando em facilitar seu lado. Agora, só tinha entre sua coxa e o sexo de Lauren a calcinha dela, já que sua saia justa já havia subido há muito, com os movimentos de Lauren. Isso a excitou profundamente e ergueu as mãos, abrindo os botões da blusa e com gestos bruscos, abriu-a e baixou o sutian com um arranco, expondo os seios duros e eretos. Apertou os bicos entre os dedos, sentindo-os endurecendo e ergueu seus quadris, aumentando o contado do corpo de Lauren no seu.



Lauren pegou um dos seus seios com a própria mão e o ofereceu à boca de Bianca, fitando-a com um olhar cheio de desejo, a outra mão na nuca de Bianca, puxando-a.



-Venha, amor...sugue...-Pediu, com voz rrouca.



Bianca não esperou segundo pedido. Aproximou a boca daquele seio apetitoso, de bico rosado, e passou primeiro a ponta da língua, sentindo o sabor da pele, depois o tomou na boca, sugando, ouvindo o gemido de Lauren e sentindo ela apertar seu rosto ainda mais contra o seio, tentando colocá-lo todo em sua boca, a outra mão apoiando-se em seu ombro para manter o equilíbrio.



-Aaahhhhhhhh... tome-o todo... sugue, suugue mais... - Disse Lauren, fechando os olhos e inclinando a cabeça para trás.



Com um braço rodeando a cintura de Lauren e o outro livre, Bianca pousou a mão no meio das coxas dela, sentindo a calcinha totalmente molhada. Excitada com a descoberta, Bianca meteu a mão dentro da peça de roupa e alisou os pelos úmidos do sexo de Lauren. Ela estremeceu e apertou o sexo contra sua mão, pedindo com respiração ofegante:



-Penetre-me! Quero sentir você dentro dee mim! Agora, agora!



Bianca enfiou dois dedos, sentindo a maciez e quentura da vagina de Lauren apertando em volta de seus dedos, em contrações.Ela aprofundou a invasão e Lauren

começou a se movimentar para a frente e para trás, enterrando-se nos dedos de Bianca, gemendo.



-Ooohhh...!!!Você está...dentro de mim.... está possuindo-me! Oh, amor...que delícia!!



Bianca arremetia com força, sentindo o cheiro da excitação de Lauren a excitar ainda mais. Ela sugava os seios alternadamente, lambia, mordiscava, sentindo que também estava à beira de um orgasmo. E quando Lauren começou a tremer violentamente, apertando-se ao máximo contra sua mão, ela também sentiu que estava chegando ao auge do prazer.



Lauren enterrou as mãos em seus cabelos e ficou imóvel, em uma sensação intensa, sentindo o orgasmo chegar como uma onda, levando-a para o paraíso.Só pôde sussurrar:



-Bianca, Bianca...amor!



Ela amoleceu sobre seu corpo, pousando a cabeça em seu ombro, respirando entrecortadamente. Bianca retirou seus dedos cuidadosamente e a abraçou, fazendo-a sentar em suas coxas.Beijou-a na testa carinhosamente.



-Está bem, amor? -Perguntou, preocupada se havia machucado Lauren em seu arrebatamento.



Lauren ergueu a cabeça e a encarou com um sorriso de felicidade.



-Que pergunta, Bianca... é claro que esttou bem...não, estou maravilhosamente bem...você me levou ao paraíso, amor...e agora, eu quero que você sinta a mesma emoção que senti...quero lhe dar prazer também, Bianca...



Bianca estava excitadíssima, ainda não havia atingido o êxtase, preocupada em dar prazer à Lauren.E à oferta de Lauren, apenas falou com a voz rouca de desejo:



-Oh, Lauren... Estou louca de desejo...nnão vou recusar uma oferta dessa...



Lauren sorriu, fitando-a com adoração.



-Vou dar prazer à você, meu amor. Esperee.



Ela abriu a porta do carro e deslisou do colo de Bianca para fora. Estendeu a mão para Bianca.



-Venha...saia do carro...



Bianca pegou na mão dela e saiu do carro. Estava louca de desejo e não protestou quando Lauren se ajoelhou na grama e ergueu sua saia completamente até a cintura e baixou sua calcinha, até retirá-la e a joar dentro do carro. Então, segurando as coxas longas de Bianca, separou-as e olhou o sexo de pelos negros bem aparados, na claridade da lua. Lauren aproximou o rosto e aspirou o cheiro musk, suave, excitante. Excitada pelo cheiro erótico, Lauren tocou com a ponta da língua o delicado clitóris, alisando-o em movimentos lentos e depois o tomou na boca, sugando.



Bianca rilhou os dentes, para evitar o grito de prazer, mas não conseguiu, ele saiu entre seus lábios.Ela colocou a mão atrás da cabeça de Lauren, mantendo-a no lugar, movendo os quadris sinuosamente contra a boca que a sugava.



-Oh, não pare... assim...assimmmmmm...suugue-me toda, Barbie...



Lauren prosseguiu, incansável. Bianca de movia sensualmente, abrindo as coxas fortes e longas, gemendo, a mão apertando a cabeça de Lauren. O orgasmo chegou intenso, fazendo-a apertar-se contra aquela boca faminta. Mas Lauren prosseguiu, fora de si.



Bianca precisou puxá-la pelos cabelos, para afastar a boca de seu sexo, sorrindo.



Chega, minha faminta...quer acabar comigo?



Lauren se ergueu e a abraçou pela cintura, olhando-a apaixonadamente nos olhos.



-Quero muito mais que isso.Mal começamoss.



-Ótimo, também quero, mas não aqui. Estáá muito frio e alguém pode chegar. Que tal irmos para minha casa?



-Sua casa? Vai demorar a chegar. Não possso esperar muito.



Bianca deu uma risada curta, baixando sua saia.



-Que tal então um motel? Tem vários pertto daqui, reparei quando viemos.Pode dormir fora de casa? Seu marido não vai ficar furioso com você?



-Meu amor, numa hora dessas o meu maridoo que vá para o inferno! Não vejo a hora de pedir o divórcio dele! Agora que você já está empregada e Roberta em Paris, acho que chegou a hora.



Bianca a abraçou, beijando-a várias vezes na boca, depois a fitou feliz.



-Então, finalmente decidiu!Agora, isso mmerece uma comemoração! Vamos para um hotel, vou esgotar você de tanto amor!



Lauren riu e beijou-a também.



Foram para um motel e passaram a noite. Bianca nunca viu Lauren tão fogosa, tão faminta de sexo. Ela a fez fazer tudo que sabia para dar prazer à uma mulher, e retribuía com tanta loucura que Bianca se contagiava e queria mais e mais.





Parte 8





No dia seguinte, chegaram à Manhattan bem cedo. Era a primeira vez que dormiam juntas a noite toda e Bianca estava preocupada. Sawer iria com certeza ter uma briga com Lauren. Ela desejava ardentemente que Lauren o deixasse e fosse morar com ela, mas queria que eles se separassem sem brigas, por causa de Roberta. Ela já devia estar muito traumatizada com os seus problemas, para aguentar conviver com disputas judiciais entre Lauren e o marido.

Lauren tentava se mostrar calma, mas Bianca sabia que ela estava com receio da reação de Sawer. Ela olhava para o relógio de tempo em tempo, com ar preocupado.

Separaram-se à uma quadra do apartamento de Lauren. E Bianca seguiu para o trabalho em um táxi. O trânsito estava congestionado e o trajeto demorou mais de meia hora em paradas enervantes.



Bianca chegou de mau humor e foi para sua sala. Havia contratos para resolver, compras de diamantes e escolher os desenhos para a nova coleção que a Dresser Diamond iria lançar.

O desenhista de jóias e o lapidador entraram em sua sala, para discutirem quais pedras seriam usadas na nova coleção. Nesse momento, o telefone tocou e ela atendeu. A voz de Lauren chegou transtornada:



-Bianca! Estou desesperada! Recebi um teelefonema de Paris há poucos minutos! Roberta tentou suicidar-se!



Bianca gelou com a notícia.



-Meu Deus!...-disse, quase sem voz - Commo isso aconteceu?



Os homens se afastaram discretamente para a porta, conversando baixinho.



-Não sei os detalhes ainda! A minha amigga Ana Barton,, que hospeda Roberta, disse-me apenas que ela foi encontrada no banheiro com os pulsos cortados! Levaram ela para o hospital! Oh, meu Deus! Minha filhinha!



-Calma, Lauren! Tem de ficar calma! Saweer está com você? -Perguntou baixinho.



-Não, ele estava no trabalho, e está vinndo para casa. Bianca, eu tenho que ir para Paris, hoje mesmo! Minha filha precisa de mim!



-Eu entendo... deve ir mesmo. Posso ajuddá-la em alguma coisa? Quer que a leve ao aeroporto?



-Não, Sawer vai comigo.Ele já está proviidenciando a passagem. Bianca, vou trazer minha filha de volta. Ela deve estar bem infeliz lá, para fazer isso.



-Concordo...ela precisa ficar ao seu laddo. Quanto tempo você vai ficar lá?



-Não sei, amor. Avisarei quando voltar.<



-Está bem. Cuide-se, Lauren. E não esqueça que eu a amo muito.



-Não esquecerei. Até a volta, Bianca.



Lauren desligou e Bianca passou a mão no rosto, pensativa. Pobre Roberta!



Quando saiu do trabalho, pensou nos dias de solidão que iria enfrentar, sem Lauren.Seria horrível! A essa hora, ela devia estar voando para a França. Tomou um banho para relaxar e depois colocou uma lasanha congelada no microondas. Começou a comer quando o telefone tocou. Pegou-o e atendeu.



-Alô.



-Bianca Lancini?



Não reconheceu a voz. Quem seria?



-Ela mesma. Com quem falo?



-Bianca! Até que enfim a encontrei! Sou eu, Claire!



-Claire?



-Claire Anderson, sua colega de faculdadde!Esqueceu de mim, sua malandra?



Bianca lembrou logo. Como pudera esquecer dela? Claire era sua melhor amiga na faculdade! As duas eram inseparáveis, estudavam na mesma turma e tinham a mesma preferência sexual. Muitas vezes disputavam a mesma mulher, mas Bianca vencia sempre. Mas Claire não se aborrecia com isso. Tinha um excelente humor. Não a via há mais de sete anos, quando ela se mudara para outra cidade quando havia conseguido um emprego de tradutora numa embaixada.



-Claire! - Disse, verdadeiramente alegree - Que surpresa maravilhosa! Não me diga que está em Nova Iorque!



-Estou, amiga!Cheguei há dois dias e tennho tentado contatar você!



-Claire, você caiu do céu! Estou tão depprimida, com um sério problema! Você vai elevar o meu ânimo!Onde está hospedada?



-No Pierre, sabe onde é?



-Sei, sim! Está em que apartamento?>



-No 620.Quando virá aqui ver-me? Tenho tanta coisa para contar à você!



-Posso ir aí agora! Tem algum programa mmarcado?



-Nenhum, garota! Estou só, nessa cidade enorme! Venha para cá!



-Ok! Vou vestir-me e já estou indo para aí!



-Tudo bem, estou aguarrdando!



Bianca desligou e foi se vestir, pois estava apenas com o roupão de banho. Estava feliz com reencontro, Claire seria a salvação da sua solidão. Vestiu calça de lã negra, blusa de malha creme e botas de salto alto.Colocou um casaco de couro negro e saiu.



Chegou ao hotel dentro de meia hora e anunciou-se na recepção. O recepcionista ligou para o apartamento e Claire deu consentimento para Bianca subir.



Quando chegou ao andar, Claire a esperava no corredor e se abraçaram efusivamente. Depois se afastaram e se fitaram sorrindo.



Claire quase não mudara nesses sete anos. O mesmo corpo esguio e alto, os mesmos olhos verdes escuros, o mesmo sorriso luminoso. Os cabelos é que estavam mais curtos, cortados em camadas. Ela continuava a ser uma mulher atraente e simpática. Vestia-se com sóbria elegância, blusa de crochê branca e calça de veludo negro.



-Claire, você não mudou quase nada...esttá muito bem! - Disse Bianca, olhando-a da cabeça aos pés.



-Eu me trato, querida! Mas você também eestá ótima! Parece que tomou o elixir da juventude! Mas venha, entre!



Claire a levou até uma sala de estar confortável e indicou o sofá, perguntando:



-Quer uma bebida? No frigobar tem cervejja, martini e champanhe.



-Não, acho melhor sairmos para jantar.Poode ser no restaurante do hotel.



-Ah, se vamos sair, prefiro ir a um restaurante fora do hotel, quero andar um pouco.



-Ok, vou levá-la à um restaurante excelente que conheço.



Foram no Caravelle. Claire contou durante o trajeto que havia sido transferida para New York, onde ia chefiar um departamento. Havia acabado uma relação de cinco anos com uma mulher que havia destruído seu amor com seu temperamento esquizofrênico.



-Estou como uma árvore seca, Bianca. Semm amor, só trabalhando como nunca - Disse Claire, se instalando na mesa do restaurante - E você? O que tem feito esses anos todos?



Bianca a fitou séria.



-Estou em um caso complicado, Claire.Voccê vai ser a única pessoa com quem vou desabafar, porque é a única pessoa que confio.



Claire fitou-a com malícia, sorrindo.



-Hummm! Mais complicado que o daquela muulher casada com seu professor de geologia, na universidade, que você arranjou?



-Não brinque! Muito pior, Claire!



Claire ficou séria, vendo a expressão grave de Bianca.



-Conte-me, sou toda ouuvidos.



Bianca contou, rapidamente. Claire ficou olhando-a com ar consternado. Quando acabou, ela suspirou e tomou um gole do vinho que o garçom havia servido.



-Realmente, que complicação! Mãe e filha, apaixonadas por você! E agora, a garota tentou suicidar-se!Será que foi por sua causa? Puxa, eu também estaria com a cabeça quente! E você não gosta nem um pouco da tal Roberta?



Biaca falou com preocupação:



-Eu sinto apenas um carinho muito grandee por ela, e remorso pelo que fiz. Roberta é uma garota ingênua, pura, criada em uma redoma que não a preparou para o mundo.Quero que ela seja feliz, que encontre alguém que a ame como merece. Mas quem eu amo é a Lauren, ela é maravilhosa. Não quero perdê-la.



-É mesmo complicado...gostaria de poder ajudá-la, Bianca. Mas não vejo como.



-Você pode, Claire! Faça-me companhia neesses dias que estou sozinha. Por que não sai do hotel e vai para meu apartamento? Depois poderá arranjar um apartamento com calma.

-Não vou atrapalhar? E quando Lauren cheegar?



-Não vai atrapalhar nada, o apartamento tem dois quartos.Por favor, fique lá comigo, estou muito deprimida em ficar lá sozinha, cheia de problemas. Você levantará o meu ânimo.



Claire a fitou decidida.



-Está bem. Mas devo sair de lá muito breeve, quero ter meu apartamento. A embaixada está ajudando-me na despesa de aluguel, por causa da transferência.



Bianca sorriu agradecida para a amiga.



-Obrigada, Claire.Você é mesmo a melhor amiga que tenho!Quando acabarmos o jantar, vamos ao hotel pegar sua bagagem.



-Tudo bem. Sabe que eu não deixaria de aatender um pedido seu. Considero-a quase uma irmã.







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Lauren entrou no quarto do hospital ansiosa e deparou com Roberta adormecida, com um tubo de soro ligado ao braço direito por um cateter.Aproximou-se lentamente, olhando-a cheia de remorso.Ela havia enviado Roberta para Paris, sozinha. Confiara demais na amiga Ana Barton. E ali estava o resultado.



Já havia conversado com Ana Barton. Ela havia lhe contado o motivo aparente do ato de Roberta, entre lágrimas:



Roberta havia feito amizade com um rapaz na aula de balé e Ana havia achado ele um bom rapaz. Havia deixado Roberta sair com ele para uma festa no colégio. Mas Roberta só havia chegado no dia seguinte, com um comportamento estranho. Ela havia pressionado Roberta com perguntas e Roberta havia confessado que não estivera numa festa no colégio, mas sim em um clube, com Antoine e um casal. Não foi difícil Ana imaginar o resto, quando Roberta ingenuamente citou o nome de Martine, dizendo que ela era uma dançarina famosa. Ana Barton não era uma mulher ingênua, ela conhecia a fama de Martine, a dançarina bissexual que adorava fazer uma orgiazinha à quatro, gostando de garotas novas.Ela havia proibido Roberta sair sozinha, e então Roberta havia se trancado no quarto chorando desesperadamente.



Horas depois, ela foi encontrada no banheiro, com os pulsos cortados. Foi uma sorte o irmão de Ana ser enfermeiro e estar em casa, para fazer o primeiro atendimento correto até chegar a ambulância que levou Roberta para o hospital.



-Oh, Roberta... - Disse Lauren baixinho,, com lágrimas nos olhos- O que você fez!



Lauren alisou os cabelos da filha, carinhosamente. Ela estava pálida, com uma expressão abatida, os pulsos enfaixados e os braços presos com correia na cama.



-Isso é necessário - Disse uma voz atráss dela - é para ela não tentar se machucar novamente.



Lauren olhou para a mulher pequena e magra, de seus cinquenta anos, de olhar preocupado. Ela se apresentou, estendendo a mão.



-Sou a psicóloga Jeanne March, gostaria de falar com você. É a mãe de Roberta, não?



-Sim - Disse Lauren, apertando a mão da mulher. Felizmente, seu francês era razoável, havia aprendido com Ana Barton quando dividiam um quarto, anos atrás.



-Poderia vir à minha sala para uma pequeena conversa?Roberta vai demorar um pouco a acordar, com o efeito dos remédios que tomou.



-Tudo bem.



-Siga-me então, por favor.



A psicóloga a conduziu até uma sala tranquila, com uma mesa, cadeiras e um sofá. Ela sentou atrás da mesa e indicou uma das cadeiras para Lauren.



-Eu estava presente quando Roberta Rezziini chegou acompanhada por Ana Barton, que estava muito nervosa - contou a psicóloga - e eu atendi Ana Barton, que contou-me a provável motivação do ato extremo da garota.



-Ela contou-me também - Disse Lauren, immaginando o que a psicóloga queria com ela.



-Mas eu ouvi Roberta também, quando ela recuperou os sentidos.



Lauren fitou a psicóloga com ansiedade.



-E o que ela falou? Por que ela tentou ssuicidar-se?



-O meu código de ética não me permite contar a conversa que tive com sua filha, mas me permite falar sobre o diagnóstico que fiz da situação. E é meu dever orientar a senhora como lidar com sua filha.



Lauren não gostou de ouvir uma estranha falar em orientar ela como tratar sua filha, mas sabia também que precisava dessa orientação, pois estava perplexa com os acontecimentos. Assim, encarou a mulher e falou:



-Ela contou que teve uma decepção recenttemente, com uma mulher?



A psicóloga a encarou tranquilamente.



-Sim. E devo dizer que sua filha está soofrendo muito. Mas, não por causa dessa mulher que a decepcionou na América, mas sim pela dançarina que conheceu aqui, em Paris.



Lauren a fitou confusa e surpresa.



-Como pode isso?! Há menos de quinze diaas, ela estava chorando por Bianca, que a seduziu e a abandonou!



A psicóloga sorriu levemente.



-Assim são os jovens nas primeiras paixõões, madame. As primeiras paixões são intensas e arrebatadoras, uma decepção amorosa pode levar uma jovem a cometer um ato de loucura. Mas a paixão é intensa como uma fogueira de palha, que queima voraz, mas pode se apagar de repente, reduzindo essa paixão a cinzas. E essa jovem em pouco tempo pode substituir uma paixão por outra em um tempo incrivelmente curto.



-E Roberta fez isso? Substituiu sua paixxão por Bianca por essa dançarina?



-Sim. Ela está desesperada porque foi immpedida de ver essa mulher. Por isso, fez esse ato extremo.



Lauren colocou as mãos no rosto, entre pasma e irada.



-Isso é uma loucura! Roberta não deve esstar boa da cabeça! Como ela pode ter esquecido Bianca tão rápido e já estar sofrendo por outra mulher? Eu não consegui isso! Eu sofri durante anos por uma paixão de minha adolescência!



A psicóloga a fitou sorrindo.



-Por que então você não teve por essa peessoa apenas uma paixão. Foi amor verdadeiro. Uma paixão, como eu já disse, queima como uma fogueira e vira cinzas em pouco tempo, à qualquer decepção, nessa idade. Já o amor verdadeiro, ele persiste mesmo na adversidade, passa por todas as provas e continua forte.



-Oh! Espero então que essa nova paixão dde Roberta passe logo!Por que ela nunca mais vai ver essa dançarina! Vou levá-la de volta para o Brasil assim que tiver alta! Como devo tratar ela, doutora?



-Roberta precisa apenas de compreensão ee amor. Ela está passando por uma fase difícil e nessa hora apoio e compreensão vão ajudar muito ela superar isso. Evite recriminá-la. Trate-a com carinho, paciência, não a proíba de falar nessa mulher.Por que ela falar faz parte da cura, falar é uma catarse para os sentimentos .



-Está bem, doutora, vou fazer o que diz.. Porque quero o melhor para minha filha.



A psicóloga se ergueu e estendeu a mão.



-Muito bem, agindo assim, acredito que aajudará Roberta a superar essa paixão. Felicidades, madame.



-Obrigada, doutora. Quando ela vai acorddar? Posso passar a noite em companhia dela no quarto?



-Ela só irá acordar amanhã, pela manhã. Seria mais razoável a madame ir para o hotel descansar da viagem e vir amanhã cedo.



-Está bem. Realmente, estou exausta da vviagem. E a mudança de fuso horário não ajuda. Vou seguir seu conselho.



Lauren foi para o hotel, tomou um banho relaxante e foi se deitar. Na França ainda eram 20 horas, mas o relógio biológico de Lauren já marcava cinco horas a mais, então ela estava exausta. Mal deitou, adormeceu.



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Milhares de kilômetros dali, em New York, Bianca e sua amiga Claire conversavam, sentadas na sala, enquanto bebiam vinho e ouviam música. Claire estava sentada numa confortável poltrona de couro negro e Bianca estava recostada no sofá, sentada no tapete e apoiando-se em almofadas.



-Bianca, ainda estou abismada com sua naarração de quando você conheceu Lauren e o que aconteceu naquele tempo! Parece um romance policial!



Bianca bebeu um gole do delicioso vinho branco alemão e fitou a taça pensativa, apoiando o queixo no joelho erguido.



-É, foi um drama digno de um filme de suuspense...Lauren pensou que havia sido eu mesma quem estava no carro com Link e Brad, e passou a odiar-me com todas suas forças, por anos. Mas eu não sabia, porque havia saído da cidade e só tornei a vê-la menos de um mês atrás.



-E como foi o reencontro?Você contou-me tudo sem detalhes. Quero detalhes, amiga!



Bianca sorriu.



-O reencontro foi catastrófico. Pelo mennos, para mim. Foi na festa de fim de ano promovida pela firma em que eu trabalhava, já lhe contei.



Claire a fitou cheia de curiosidade.



-Mas conte-me os detalhes! Ela xingou voocê, esbofeteou-a, criou uma confusão?



Bianca sorriu levemente, os olhos azuis perdidos no espaço.



-Nada disso, Lauren é uma mulher de classse! Ela simplesmente pousou os olhos em mim e foi fria como gelo.Sabe, aquele olhar que reduz uma pessoa à um verme, aquela voz que parece gelar o inferno? Ela fez isso comigo,quando o marido dela nos apresentou. Ela tratou-me como se eu fosse uma leprosa, nem aceitou apertar a mão que estendi. Claire, nunca senti-me tão humilhada!



-Caramba! E aí, o que você fez?



-Nada, que podia fazer? Saí dali logo quue pude, vim para casa arrasada. Mas ela fez pior. Ela fez o marido despedir-me. Quando voltei a trabalhar, Sawer chamou-me em sua sala e disse que ele não precisava mais dos meus serviços! Assim sem mais nem menos um pé no traseiro!



-Oh, Deus! Ela contou >à ele a história da noite do estupro incriminando você?



-Não, ela inventou outra história. Mas oo efeito foi o mesmo, perdi meu emprego. Eu fiquei furiosa, Claire. Tive uma briga com Sawer e o esbofeteei. E saí dali jurando vingar-me de Lauren.



Claire a fitou com os olhos arregalados.



-Você chegou a fazer essa vingança?>



-Sim... e o instrumento de de minha vinggança...foi a filha dela - Disse Bianca, envergonhada e com remorso.



Os olhos de Claire se arregalaram.



-Oh, não! Não me diga que você seduziu uuma menor de idade!Pensei que ela era mais velha!Mais ou menos com uns vinte anos!



Bianca ergueu os olhos, encarando a amiga.



-Ei, não sou louca! Ela é bem jovem, mas já fez dezoito anos!



-Quase uma adolescente! Bianca, enlouqueeceu?



-Ei, hoje em dia a maioria das garotas nnessa idade sabem até mais de sexo que uma mulher de quarenta!-Protestou Bianca.



-E a filha de Lauren era como uma dessass garotas?



Bianca desviou o olhar, envergonhada.



-Não...era foi criada por Lauren em uma redoma de superproteção, que fez Roberta ficar fora do seu tempo. Uma garota extremamente ingênua e sem defesas contra as armadilhas da vida.



-Por Deus! E você mesmo assim levou à frrente sua vingança?!



Sem levantar os olhos, Bianca confirmou:



-Sim... eu não acreditei logo que ela erra assim, au achei que ela estava fingindo ingenuidade. E prossegui com meu plano.



-Você já havia planejado tudo quando se aproximou dela?



Bianca assentiu e contou tudo. Desde quando aproximou-se de Roberta, até quando teve relações com ela e depois sumiu da vida dela.



Claire a ouviu em silêncio.Só quando acabou, falou o que achava:



-Bianca, não gosto de julgar as pessoas.. Mas nesse caso, sem dúvida você foi a vilã. A garota não tinha nada a ver com o que a mãe lhe fez!



Bianca finalmente a encarou. Tinha uma expressão triste.



-Eu sei... eu estava cega pelo desejo dee vingança. E não acreditei na inocência de Roberta. E a possuí e desvirginei. Mas logo depois eu vi que havia errado em meu julgamento dela. E arrependi-me, mas já era tarde. O mal estava feito.



-E Lauren? Ela soube do que havia aconteecido?



-Sim. E ela veio procurar-me aqui. Cheiaa de ódio e revolta, com uma arma.



-Com uma arma?! E o que houve?



Bianca contou. O ódio de Lauren ao entrar no apartamento, a luta corporal em que desarmou a loura, a confissão de Lauren sobre a causa do seu ódio, revelando o conhecimento delas na adolescência e a noite em que foi estuprada.



-Aí então, eu entendi o ódio de Lauren ppor mim. Ela pensava que eu era a idealizadora e participante de seu estupro. E então, eu pude esclarecer tudo e ela descobriu que eu não tinha nenhuma culpa.Ah, Claire... eu vi ali diante de mim uma mulher que havia sofrido muito, uma guerreira que lutou contra as adversidades para criar sua filha e se sustentar, e comecei a admirá-la... e me apaixonar. Ela foi embora, mas voltou quando soube que Roberta procurou-me novamente. Eu esclareci que não tinha mais nada com Roberta, nem queria ter. E acabamos nos beijando.



-Oh! Que romântico! Mas como Roberta ficcou, quando soube que vocês estavam juntas?



-Ela ainda não sabe. E estou com medo daa reação dela quando souber.



Claire respirou fundo.



-Não queria estar em sua pele, minha amiiga. Quando Roberta souber de vocês, a reação dela vai ser violenta.



-Eu sei. Mas eu amo, Lauren, Claire. Elaa é a mulher de minha vida. Eu passo por qualquer coisa para ter ela para mim.



-Oh! Queria amar alguém assim, como vocêê ama Lauren! Mas nunca tive essa sorte.



-Por que não, Claire? >



-Eu já tive inúmeras mulheres, Bianca. MMas nunca nenhuma me prendeu. Só conheci mulheres que querem uma noite se sexo louco, e nada mais. Acho que só conheci mulheres desse tipo porque todas eu conheci em viagens minhas, sem estar fixa em uma cidade. Eu à noite ia para bares gays e arranjava essas mulheres lá.



-Ah, está explicado! Claire, como pode eencontrar alguém para um relacionamento sério, pegando mulheres em bares, quando viajava? Tem que fixar-se em um lugar e fazer conhecimentos duradouros.



-Eu sei. é por isso que aceitei a mudançça de cargo e cidade. Agora, não vou mais viajar em stafs de embaixadores. Vou ter uma função fixa em New York, apenas recebendo visitantes diplomáticos de outros países, para servir como tradutora. Agora, vou morar em um lugar fixo e poder desenvolver uma vida normal. E espero que você ajude-me a conhecer pessoas, fazer amizades.



-Bem, não tenho muitas amizades, mas vouu fazer o que posso - Sorriu Bianca.



-Sendo sua amiga e de Lauren, já vou senntir-me feliz, Bianca.



-Conte com isso, Claire.



Lauren chegou ao hospital e se dirigiu para o quarto de Roberta. Entrou e logo viu a enfermeira desligando o soro do braço da filha, que parecia ainda adormecida.



A enfermeira a olhou chegar e sorriu.



-É a mãe da mocinha, não?



-Sim, como ela está?



-O médico deu alta para ela, madame. Podderá levá-la assim que ela acordar.



Lauren a fitou surpresa.



-Ela já foi liberada? Então, já está bemm?



-Vou avisar ao doutor Dassin que madame chegou, ele virá aqui.



Ela saiu e Lauren se aproximou da cama, alisando os cabelos da filha. As pálpebras de Roberta tremeram e ela abriu os olhos, olhando-a confusa.



-Mamãe? Está aqui mesmo...ou estou sonhaando? - Perguntou, com voz trêmula.



Lauren se debruçou e beijou a filha na testa. Afastou-se depois, fitando-a ternamente.



-Estou, minha filha. Vim buscá-la.



Roberta a fitou com os olhos se enchendo de lágrimas.



-Mãe...perdoe-me, pelo que fiz...



-Eu não vim aqui para acusar você de nadda, filha. Só quero entender o que a levou a fazer isso contra sua vida. Nada merece que você tire sua vida, Roberta.



-Eu estava muito triste, mãe... estava aachando que eu não consigo ter alguém para amar...



-Roberta, você apenas escolheu para amarr as pessoas erradas. Você ainda vai encontrar quem a ame e a valorize. Você tem tanto tempo para isso! Apenas começou a viver.



-Será, mãe? Será que terei essa felicidade um dia? Eu mesma me pergunto: O que eu tenho, que não consigo que ninguém goste de mim?! Primeiro, foi Bianca, que só quis usar-me...agora, foi Martine! -Disse Roberta, com voz revoltada.



-Por que tentou suicidar-se, Roberta? A psicóloga e Ana Barton disseram-me que foi porque você foi proibida de continuar a ver essa dançarina. Mas quero saber de você.



Roberta baixou os olhos.



-Eu menti para elas. Fiquei com vergonhaa de dizer a verdade, que Martine não me quis. Eu tentei matar-me porque me acho uma pessoa que não consegue ser amada por ninguém. Eu sou uma nulidade, uma merda!



-Roberta! Você é uma moça linda! Uma moça sensível, inteligente, encantadora! Apenas não encontrou a pessoa certa! O que essa dançarina disse à você, que a deixou tão insegura? Eu vou procurá-la e...



Roberta ergueu o rosto, fitando-a com reprovação.



-Não quero que a procure! Para quê? Nenhhuma ameaça vai fazer ela amar-me! Simplesmente ela não me ama! Quando Madame Barton disse que não iria deixar-me mais sair sozinha, eu liguei para ela e disse o que havia acontecido, que eu estava desesperada em não poder vê-la mais, e sabe o que ela disse? Que era problema meu, que não tinha nada sério comigo! Que eu procurasse outra para fazer sexo, porque ela não ia ficar com uma garota boba como eu!



As últimas palavras Roberta disse chorando. Lauren a abraçou, falando ternamente:



-Esqueça essa mulher, Roberta. Ela não mmerece uma lágrima sequer sua. Você vai encontrar quem a ame muito, você vai ver.



Roberta abraçou a mãe como se fosse uma tábua de salvação.



-Eu quero ir para bem longe daqui, mãe! Quero voltar para o meu país!



-Eu vim para buscá-la, Roberta. Fique trranquila, hoje mesmo vou comprar as passagens de volta.



Depois de Roberta sair do hospital, Lauren a levou para o hotel, onde Ana Barton as esperava. Quando Roberta a viu começou a chorar. E Ana Barton a fitou suplicante, dizendo:



-Perdoe-me, Roberta, eu não queria que vvocê sofresse!... Eu pensei que a estava protegendo, afastando-a daquela dançarina!



Roberta a fitou com tristeza e aproximou-se, abraçando a mulher.



-Eu sei, Madame Barton... não estou com raiva de você. Na verdade, você estava certa... Martine não presta!Eu não tentei suicidar-me pelo que você disse-me, mas sim por causa de Martine,que usou-me e descartou!



Elas choraram abraçadas. Quando se acalmaram, Roberta foi tomar um banho, ajudada por Lauren, já que não podia molhar as bandagens dos pulsos. Quando ela acabou, Roberta vestiu uma camisola, comeu uma refeição leve e foi deitar, adormecendo logo. O médico havia previsto isso. Durante uns dias, Roberta iria dormir muito, pois o corpo estava renovando as plaquetas do sangue e se fortificando.



Lauren então pediu à madame Barton para ficar com Roberta até ela voltar. Ela precisava sair para tratar de um negócio e dentro de duas horas estaria de volta. Madame Barton concordou e ela saiu.



-Agora nós, Martine... - sussurrou ela, apertando na mão o endereço da dançarina, que copiou da agenda de Roberta.



O taxi conduziu Lauren à Rive Gouache, ao sul do rio Seine, uma região frequentada por estudantes, intelectuais e artistas, perto do Boulevard Saint Michel. O endereço de Martine era um edifício antigo, mas elegante, de cinco andares.



Ela pagou e desceu do carro, vendo que o edifício não tinha porteiro. Viu o porteiro eletrônico e apertou o número cinco, o número do apartamento de Martine.



Logo depois uma voz de homem atendeu:



-Alô. Quem é?



-Quero falar com Martine.



-Mademoiselle, o nome, s'il vous plait?<



-Sou Lauren, a mãe de Roberta.



-Um momento, madame.



Lauren esperou uns minutos até ouvir uma voz de mulher com evidente nervosismo:



-O que deseja comigo, madame?>



-Você é Martine?



-Oui. O que deseja?



-Conversar com você.



-Não tenho nada a falar com você, madamee.



-Bem, o que prefere? Conversar comigo aggora, ou eu ir fazer um escândalo no seu show?



Depois de momentos em silêncio, Lauren ouviu a resposta:



-Pode subir.



E a porta automática abriu, para ela entrar no edifício.



Lauren subiu no elevador com os nervos tensos. Sabia que iria passar por momentos difíceis com a daçarina. Mas não abria mão de falar umas verdades à mulher que havia feito sua filha cometer um desatino.



O elevador parou e Lauren desceu no andar. Ela observou que os apartamentos eram um por andar, e ela se viu no hall de entrada luxuoso. Um homem veio recebê-la com um um rosto inexpressivo, dizendo e fazendo um gesto indicando a entrada para uma sala:



-Acompanhe-me, madame.>



Ela acompanhou o homem, que devia ser o mordomo. Ele a conduziu à uma sala de estar luxuosa, decorada com móveis estilo Luiz XV e peças de arte . Em um sofá de veludo negro, uma mulher e um homem louro se sentavam. Ela com um robe de seda negra, ele de robe azul escuro.



Lauren parou indecisa e a mulher sorriu, erguendo-se .



-Aproxime-se, Lauren. Espero que não reppare nos nossos trajes, acabamos de acordar.



Lauren aproximou-se escondendo seu embaraço e fitou a mulher avaliadoramente. Uma mulher atraente, mas sem classe. Tinha um sorriso vulgar e um olhar abertamente avaliador em seu rosto e corpo.



-Então, é a mãe de Roberta, não? Sou Marrtine e esse é Patrick. A que devo sua visita?

-Podemos conversar à sós? - Perguntou Lauren, friamente.



Martine olhou para o louro, que fitava Lauren com um sorriso malicioso, os olhos percorrendo seu corpo.



-Deixe-nos a sós, Patrick.



-Tem certeza, Martine? - Perguntou ele.<



-Sim. Pode ir.



-Se precisar de mim, grite! - Disse ele,, se afastando e saindo por uma porta.



Martine olhou para Lauren, acendendo um cigarro e dando uma tragada.



-Bem, o que quer comigo?



Lauren a fitou com os olhos frios como gelo.



-Roberta tentou suicídio cortando os pullsos, há dois dias -Jogou, em tom acusador - E sabe quem a motivou a fazer isso? Você!



A notícia, se afetou Martine, ela disfarçou bem. Ela apenas ergueu as sobrancelhas e encarou Lauren em silêncio.



Os olhos de Lauren se estreitaram e faiscaram, se enchendo de ira.



-Não tem nada a dizer?! Está acostumada a fazer mocinhas ingênuas cometerem essa loucura por você?



Martine desviou o olhar, falando com voz baixa:



-Eu lamento. Mas não sou responsável pello ato de sua filha.



Lauren deu um passo para ela, olhando-a bem próxima, com raiva luzindo nos olhos.



-Quer se eximir da culpa? Ela fez isso ppor sua causa! Você a usou e a descartou! Minha filha está sofrendo, está arrasada!



Martine a encarou com indiferença.



-O que quer que eu faça? Não sou um homeem para casar com ela!



Lauren não se controlou mais. Ergueu a mão e esbofeteou a mulher duas vezes, fazendo-a cair no sofá. Ela a fitou tonta e suspresa, sem ação. Lauren colocou o dedo índice diante do rosto dela, dizendo entre dentes:



-Ouça, sua vadia! Você fez muito mal parra minha filha! E se não se importa com o que aconteceu com ela, você merece uma boa surra e muito mais! Só não prossigo porque não quero estragar minha vida acabando com uma merda como você!



Martine ergueu o rosto e a fitou nos olhos. Ela chorava!



-Eu não quis Roberta para o bem dela! - Disse Martine, com os olhos faiscantes de lágrimas e indignação, entredentes - Se eu prosseguisse com ela, Roberta iria se degradar, como eu!



Lauren a fitou confusa.



-O que está dizendo?! Que quer dizer comm isso?



-Sim, foi o melhor que fiz para ela, reppudiar o amor que ofereceu-me! Roberta despertou em mim um sentimento que eu não tinha mais por ninguém: compaixão!Nela, eu me vi quando tinha dezoito anos!Eu era assim como ela, ingênua, amorosa, cheia de sonhos! Eu fui usada e iludida por uma mulher mais velha, quando tinha a idade dela. Essa mulher desvirginou-me, me fez fugir com ela para Madri, onde descobri que era cafetina de um bordel! E ela colocou-me para trabalhar como puta, até que fugi dali com um homem apaixonado por mim. E com ele, aprendi a dança flamenga e me tornei dançarina.



Lauren a fitou ainda sem entender.



-O que Roberta tem a ver com isso que paassou?



-Tudo!A vida fez-me transformar e endureecer, Lauren!Eu fui usada também, aprendi que nada é de graça, é tudo uma troca. E passei de mão em mão, sofri muito, até criar minha couraça de proteção. E quando vi Roberta, eu percebi que ali estava uma mocinha ingênua como eu, sem couraça, vulnerável às ciladas da vida. Não podia protegê-la muito, o que pude fazer foi resguardá-la de participar de uma orgia com Patrick e seu amigo Antoine também, que havia nos assegurado que sua amiga havia concordado com a orgia à quatro.



-Orgia essa que você estava acostumada aa fazer, pelo que percebi! - Acusou Lauren - E ia usar Roberta!Não se faça de santa!



Martine a encarou com olhar magoado.



-Não escondo o que sou. Patrick oficialmmente é meu empresário, mas ele não precisa ganhar dinheiro comigo. Ele é de uma família de milionários ingleses. Ele quem realmente me sustenta. Patrick e eu temos um relacionamento aberto. Nós ambos somos bissexuais e gostamos de sexo a quatro.Nos damos bem assim. E disse isso para Roberta, quando tivemos uma noite de amor. Ela concordou em participar do esquema, para continuar comigo. Eu recusei. E recusei porque não acho que seria uma boa parceira para ela. Roberta ainda não chegou ao meu estágio de desengano do ser humano, ela ainda pode amar e ser amada.



Lauren entendeu. Martine era uma mulher que a vida havia endurecido devido à muitas decepções. Suas histórias eram quase iguais, mas Martine já não conseguia amar mais ninguém, e ela havia tido a sorte de reencontrar Bianca. Olhou-a agora sem desprezo ou acusação.



-Entendo. Bem, Martine...o mal já está ffeito. Mas minha filha vai voltar para seu país e vai esquecer tudo isso. Adeus.



-Diga... diga à Roberta que desejo que eela seja feliz, que encontre quem a ame como merece.



-Direi. Adeus.



E ela saiu dali com um grande alívio de não ter se tornado uma mulher como Martine, mesmo tendo um passado semelhante. Bianca havia resgatado seu coração.



Lauren voltou para o hotel e encontrou Roberta sentada no sofá da sala, vendo um jogo de voley feminino na tv, juntamente com Ana Barton. Ela sorriu, vendo que sua filha já estava se interessando pelas coisas da vida. Era surpreendente a força de Roberta para superar seus desenganos. Ela havia fraquejado em um momento, tentando se matar, mas a sua volta por cima era rápida.



Ela a fitou com curiosidade.



-Onde foi, mãe?



-Dar uma volta, como disse à Ana - Respondeu Lauren, achando melhor não contar a visita que fizera à Martine.



-Agora que chegou, vou embora, Lauren - Disse Ana Barton, se erguendo - Deixei a casa nas mãos de Nicole, mas ela não sabe administrar tudo sem uma orientação.



Lauren abraçou a amiga, se despedindo. Ela se despediu também de Roberta e se foi.



Lauren sentou no sofá, fitando a filha.



-Já almoçou, filha?



-Não, mas Ana obrigou-me a tomar um desjejum reforçado.



-Ela é uma pessoa maravilhosa. E quer muito bem à você.



-Eu sei. Mãe... estava pensando...tem tido notícias de Bianca?



Lauren enrubesceu e desviou o olhar da filha, sentindo-se como uma criminosa escondendo o crime.



-Não... desde que ela saiu da firma, não sei notícias dela...



O olhar de Roberta ficou triste.



-Outra que usou-me e esqueceu-me... fui apenas um objeto nas mãos dela.



Lauren a fitou hesitante.Devia deixar Roberta pensar tão mal de Bianca? Não queria que ela a odiasse.Resolveu contar uma meia verdade:



-Ela...ligou-me uma vez, perguntando por você. Para saber se estava bem.



Roberta a fitou surpresa e vivamente interessada.



-Verdade? Quando? O que ela disse?



Lauren arrependeu-se do comentário, vendo o interesse de Roberta. Ela estava se enchendo de esperanças! Pensara que a notícia iria apenas confortar Roberta, mas ela estava demonstrando que ainda não havia esquecido de Bianca!



-Uns dias atrás...ela perguntou como voccê estava...se estava indo bem . Respondi que sim. Ela disse-me que tem um carinho muito grande por você, por saber que é uma boa menina, e desligou.



-Só isso? - Perguntou Roberta, com voz ddecepcionada.



-Só. O que queria mais, Roberta? Ela já deve estar com alguém. Deve ter ligado porque arrependeu-se do que lhe fez.



-É, Bianca é uma mulher muito linda e ennvolvente, para ficar sozinha...deve ter facilidade para arranjar mulheres que caiam em sua conversa, como eu...



Lauren sentiu o ciúme dominá-la. Será? Será que Bianca poderia estar naquele momento com outra? Ah, não! Ela a amava! Bianca não iria traí-la com outra!



Dominou os perturbadores pensamentos. Olhou para a filha e pensou que tinha de deixar de pensar em Bianca agora e cuidar de Roberta, que precisava de seu apoio. Inclinou-se e a beijou no rosto carinhosamente.



-Esqueça essa mulher, Roberta. Pense em você, no seu futuro. Você vai voltar para sua casa e ter uma nova vida. Prometo que não vou mais ficar vigiando seus passos, poderá sair com suas amigas, dirigir seu carro. Eu reconheço que estava errada. Eu a criei de um jeito que a tornou despreparada para a vida, mas está em tempo corrigir isso.



Roberta a fitou surpresa e sentindo um raio de alegria inundar seu coração.



-Oh, mamãe! Está falando sério?



-Sim. Você vai ter sua liberdade, finalmmente.



Roberta se jogou em seus braços, abraçando-a, sorridente.



-Oh, mamãe! Que bom! Obrigada, obrigada!!



PARTE 9







Claire estava preparando uma lazanha e Bianca estava sentada em uma banqueta ao lado da bancada, olhando-a colocar as camadas de presunto, massa, molho de tomate e queijo muzzarela. Claire era uma ótima cozinheira e gostava de cozinhar, e Bianca estava alegre de sair da rotina de comer comida congelada. Havia aberto uma garrafa de vinho e conversavam enquanto Claire aprontava a deliciosa massa.



O telefone celular tocou e Bianca tirou do bolso da calça e atendeu.

-Alô.



-Bianca, é Lauren.

>



A voz de Bianca vibrou de alegria:



-Lauren! Já voltou?



-Sim, acabei de jantar. Roberta foi dormmir cedo, pois está exausta da viagem.



-E Sawer? Ele está em casa?



-Sim, mas está trancado em seu escritóriio, disse que precisa estudar um contrato de um cliente. Aproveitei para ligar para você. Estava ansiosa para ao menos ouvir sua voz.



-E eu estou louca para ver você...<



Claire a fitou e fez uma cara engraçada, revirando os olhos. Bianca riu.



-Ei, está rindo de quê? - Perguntou Laurren.



-Estou com uma amiga hospedada aqui em ccasa. Ela está fazendo gracinha.



-Uma amiga hospedada aí em sua casa?! Quuem é ela?!



-Claire, uma velha amiga. Você vai conheecê-la quando vier aqui.



-Hummmm...é uma amiga, mesmo?>



-Claro, Lauren...o que está pensando?



-Não estou pensando nada, eu confio em você, amor - Disse Lauren, mas na verdade não tão confiante como queria parecer.



-Ah, que bom, Lauren. Você vai gostar deela quando a conhecer.



-Ela vai ficar hospedada aí até quando?<



-Ela está procurando apartamento para allugar, assim que encontrar um que goste, ela vai mudar. Mas diga-me, não pode vir aqui amanhã? Estou morrendo de saudades...



-Não posso prometer nada, Bianca. Tenho que esperar Roberta se restabelecer e recomeçar os estudos interrompidos. Aí terei mais liberdade e tempo livre. Ela está deprimida e tenho que fazer companhia à ela.



-Entendo...pior para mim. Vou morrer de saudades de você.Prometa que me ligará todo dia, ao menos.



-Prometo, meu amor. Sempre à noite, antees de Sawer chegar do trabalho. Amor, preciso desligar. Não posso falar muito, Roberta está dormindo, mas não posso facilitar.



-Está bem, Lauren. Não esqueça de ligar--me. E lembre-se que a amo muito, minha querida...



-Eu também a amo, Bianca. Boa noite.



Desligou, pensando na saudade que teria de aguentar, no medo de Bianca cansar de ficar sozinha e arranjar outra mulher menos complicada. E essa amiga de Bianca? Seria uma amiga mesmo? Não ficaria tranquila enquanto não a conhecesse.



No outro quarto, Roberta mordia a mão para não gritar. Ouvira toda a conversa, na extensão do seu quarto!



Sua mãe, amante de Bianca!Roberta rolou na cama como uma leoa ferida, os dentes rangendo, as lágrimas deslizando pelo rosto, as mãos se contraindo. Socou o travesseiro, deu vazão à sua raiva silenciosamente, até se deixar cair na cama e sua mente começar a pensar freneticamente. Sua mãe não tinha culpa. Ela também era vítima do feitiço de Bianca, aquela mulher diabólica! Bianca Lancini seduzia qualquer um que caísse sob seu olhar de desejo. E ela não se contentara em ter conquistado a filha, agora queria a mãe! Maldita conquistadora, mas não iria deixá-la prosseguir em sua ação nefasta, destruindo o casamento de sua mãe! Bianca era uma mulher fria, sem nenhum escrúpulo, e merecia morrer! Ela não iria fazer com sua mãe a mesma coisa que fizera com ela! Iria detê-la, nem que fosse a última coisa que faria no mundo! Sua vida era uma merda mesmo, se fosse para uma cadeia, pouco se importava!



O ódio queimava em seu peito. De repente, todas as suas desilusões se converteram em uma única culpada: Bianca Lancini. Concebeu um plano : precisava de uma arma e ir até a casa de Bianca. Pegá-la de surpresa. E tudo se acabaria.



Sabia que seu padastro guardava uma arma em seu escritório em casa, para usá-la quando transportava pedras ou jóias valiosas para a empresa. Então, saiu do quarto silenciosamente e foi até a porta do escritório. Girou a maçaneta, abrindo a porta cuidadosamente. Olhou. Sawer estava no sofá adormecido com um livro na mão. Havia se deitado com a cabeça apoiada em uma almofada e roncava.



Roberta sorriu e foi silenciosamente até a mesa de mogno, abriu a gaveta principal e pegou a Beretta que estava logo à mostra. Fechou a gaveta cuidadosamente e saiu, fechando a porta.





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No dia seguinte, Lauren foi chamar Roberta para tomar o café da manhã, sorridente. Acordou-a com um beijo na testa e dizendo baixinho:



-Venha tomar o desjejum, querida...fiz ppara você torta de maçã, que você adora, e suco de morango.



Roberta se espreguiçou e abriu os olhos, fitando Lauren demoradamente, como se a visse pela primeira vez. Sua mãe, apaixonada por uma mulher! E logo por Bianca!Era fácil entender por que ela havia se apaixonado por Bianca, já que provara ela mesma o poder de sedução da morena de olhos azuis. Mas sua mãe, sempre a olhara apenas como mãe, sem pensar em seus dotes físicos. Olhou-a agora procurando ver o que Bianca vira.Sim, sua mãe era uma mulher bonita e elegante. Será que Bianca a amava mesmo, como dissera?O que sua mãe tinha para prendê-la , além de beleza, que ela não tinha? Experiência sexual? Ou uma inteligência mais apurada, uma conversa mais interessante? Que nada! Bianca só devia estar interessada em sexo!Sua mâe devia saber satisfazer os desejos de Bianca de uma forma completa, ao contrário dela, que era uma iniciante em sexo. Bianca era uma tarada, uma cadela! Maldita!



Lauren estranhou aquele olhar paralisado em seu rosto. Roberta parecia estar pensando em algo que a estava incomodando, porque seu olhar ficou duro, com um brilho de raiva.



-O que há, Roberta? Em que está pensandoo? Esqueça o que passou, filha!



Roberta se levantou, desviando o olhar.



-Não é nada, mãe. Espere-me na sala, vouu tomar um banho e vestir-me.



-Está bem. Não demore muito - Disse Lauren, se retirando. Ela foi para a sala de refeições e viu que Sawer já estava pronto para ir trabalhar, tomando café e vendo as notícias da CNN.



Ele a olhou chegar com um olhar frio. Lauren fingiu não notar, sentando diante dele e pegando a xícara em frente dela, colocando café.



-Bom dia, Sawer. Resolveu dormir no escrritório?



-Eu estava lendo e adormeci no sofá.



-Isso não é bom para sua coluna vertebraal, sabe disso.



-E dormir fora de casa não é bom para suua vida conjugal - rebateu ele.



Lauren sentiu que enrubesceu.



-Está falando daquela noite, antes da viiagem?Não fiz nada demais. Apenas fui visitar minha amiga Liz e fiquei na casa dela porque me senti tonta com o vinho que ela me serviu, já lhe contei isso.



-Hum. Ainda não engoli essa história. Poor que não me telefonou?



-Eu estava passando mal. Liz ficou nervoosa e esqueceu de avisar.



-Sei...bem, não vou mais discutir isso.NNão quero aborrecer-me antes do trabalho.



Ficaram em silêncio comendo e Lauren pensou que logo deveria pedir o divórcio a Sawer. Já não estava aguentando mais a convivência com um homem que nunca havia amado, ser dele. Agora só queria ser de Bianca.



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Roberta se aprontou e foi para a sala de refeições. Viu sua mãe comendo com um olhar distante e seu padastro lendo uns papéis, completamente alheio da mulher. Que casal! Não era à toa que sua mãe estava traindo aquele corno!Detestava-o. Ele sempre a tratava com polida cordialidade, que ela achava fingida. Pelo menos tinha a satisfação de saber que ele era traído.



-Bom dia para todos- disse, sentando-se..



Ele a olhou com um sorriso frio.



-Como está, Roberta? - Perguntou ele, naaturalmente por educação, não que se importasse com ela.



-Muito bem, obrigada.<



Sua mãe sorriu para ela e a serviu, colocando uma enorme fatia de torta de maçã em seu prato e enchendo um copo de suco de morango, seu favorito.



-Coma tudo, filha. Não creio que já esteeja completamente restabelecida.



Roberta fitou a mãe, que a fitava com carinho. Ela a amava, sabia disso. Mas estava cega de paixão por Bianca. Devia sofrer com isso, tendo que esconder essa paixão.Mas ela iria dar um jeito nisso, iria salvá-la daquela miserável!



-Estou muito bem, mãe. Quero voltar à miinha vida normal hoje mesmo. Vou sair.



-Vai sair?! Para onde?>



-Mãe...lembra o que prometeu-me em Pariss? Dar-me mais liberdade, deixar-me viver como as outras moças?



-Oh...claro, filha...desculpe, é que esttou acostumada...



-Tem que mudar, mãe. Como eu estou mudanndo.



Lauren a olhou com um sorriso terno.



-Tem razão, filha, vou mudar meu modo dee tratar você. Reconheço que a trato como uma criancinha, agora vou tratá-la como uma mulher. Vai continuar suas aulas de balé?



-Não, tomei pavor de balé! Conheci o fallso do Antoine nesse meio! Quero agora estudar outra coisa, ligada à música. Sempre gostei de piano e sabe que sei tocar, mas agora quero aprofundar-me no estudo. Amanhã vou à escola de música saber sobre os cursos. Quero praticar para chegar ao ponto ideal para entrar para o conservatório de música.



-Quer tornar-se concertista?- Sorriu Lauuren, encantada - É uma ótima idéia!Irei lá amanhã com você.



Roberta a encarou com um olhar duro.



-Vou sozinha, mãe!Depois de tudo que passsei, não sou mais uma menininha, para ser escoltada pela mãe!Se quer que eu seja realmente feliz, deixe-me viver livremente, sem sufocar-me. Já viu que não adianta.



Ela falou com tanta dureza, que Lauren assentiu pasmada, sem ter o que dizer. Humildemente, falou:



-Tudo bem, Roberta.Está bem, falei por hhábito.



Roberta a fitou com frieza.



-É melhor assim.



Sawer fitou a garota com reprovação.



-Você diz que agora é uma mulher, mas nãão demonstrou isso, tentando suicidar-se. E o que a levou a praticar esse ato idiota? Sua mãe ainda não me explicou.



Roberta o encarou com desprezo.



-Você não é o meu pai, para saber de minnha vida.Cuide de sua própria vida, que não está grande coisa, e deixe a minha em paz!



E levantou-se e saiu da sala.



Sawer e Lauren se olharam estupefatos. A doce Roberta estava se mostrando uma jovem revoltada, rebelde e grosseira, uma faceta até então desconhecida nela.



Sawer falou indignado:



-Viu como sua filha falou comigo? Como eela foi grosseira?



Lauren o fitou calmamente.



-Ela passou por um trauma sério, Sawer.EE agora está revoltada. Entenda isso.



-Revoltada contra nós, que sempre a apoiiamos? E que trauma foi esse, que você não me conta?Ela tentou suicídio, e você não me diz nada! Sinto-me como um estranho em minha própria casa! E você mudou comigo! Sabe há quanto tempo não temos sexo? Há um mês!Você, com os problemas dessa garota maluca, se esqueceu de mim, que sou seu marido e mereço atenção!Até o modo de chamar-me, mudou! De Guilherme, passei a ser chamado de Sawer, como meus empregados fazem!



Lauren o fitou com impaciência.



-Está exagerando! Seu egoísmo não o deixxa ver que Roberta está precisando de minha total atenção?



Os olhos dele brilharam de raiva.



-Sou egoísta?! Para mim, chega! Quero o divórcio!



Ela o fitou, inabalada, sem responder. Isso o irritou ainda mais. Se ergueu e falou com amargura:



-Vou sair hoje mesmo dessa casa. Vou parra um flat. Qualquer coisa, trate direto com meus advogados. Amanhã virei apanhar minhas coisas pessoais. Sinto muito, Lauren, mas cansei de viver com uma mulher que me ignora por causa de sua filha.



Ele saiu e ela suspirou, aliviada. Ele próprio havia pedido o divórcio. Melhor que a iniciativa não houvesse partido dela. Sawer não se sentiria mais rejeitado e a separação seria mais fácil. E ela ficaria livre para Bianca! Roberta logo arranjaria alguém para amar, e tudo ficaria bem.



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Anoitecia. Roberta havia passado o dia trancada no seu quarto e Lauren estava nervosa, ali sozinha na sala vendo o dia passar e sentindo uma saudade louca de Bianca. Às quatro da tarde não aguentou mais e ligou para Bianca, para o seu celular.



-Alô - disse a voz de contralto de Biancca, rouca e sexy. Ela havia reconhecido o número de Lauren e sua voz tinha um tom sensual.



-Bianca, estava aqui pensando em você. EEstou cheia de saudades, podemos nos encontrar?



-Lá em casa? Você vai conhecer Claire, eela deve estar em casa arrumando suas coisas no closet. Hoje ela foi ao hotel fechar sua conta e pegar a bagagem.



-Ah, hoje não, Bianca. Queria ficar em uum lugar com só nós duas... quero matar a saudade de todos os modos, sem testemunhas.



Bianca sorriu.



-Também quero isso muito, Lauren. Tive uuma idéia: porque não vamos juntas jantar fora e depois ir para um bom hotel passar a noite? Seria possível?



-Bem...não sei se Roberta pode ficar sozzinha...



-Lauren, deixe a garota respirar! Se voccê ficar vigiando-a noite e dia, ela nunca vai ser uma adulta idependente!



-Oh...tem razão, meu amor. Tenho que muddar meu tratamento com ela. Ela mesma já se queixou. Tudo bem. Combinado.Onde nos encontramos?



-Diante da Macys, está bem?Às sete ?



-Fechado! Até lá, querida.



Lauren desligou com um sorriso feliz. Ia ver o seu amor. Fazer amor com ela a noite toda!



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Às seis e meia da noite, Roberta saiu para sua missão. Disse à mãe que ia visitar uma amiga e Lauren contentou-se com a informação, aliviada que podia ir encontrar com Bianca sem problema. Mal Roberta saiu, Lauren aprontou-se para seu encontro com Bianca, tomando um banho, se vestindo com cuidado e maquiando-se apenas com baton e uma leve sombra nos olhos.



Já Roberta, apenas havia colocado um casaco de nylon preto, desses acolchoados com capuz, que uma pessoa pode transportar uma arma sem ser notada, uma blusa de malha azul e calca da mesma cor, em tom mais claro. Estar bonita não fazia o menor sentido, para o que ia fazer.



Ela pegou um taxi e deu o endereço do apartamento de Bianca. Era a segunda vez que ia lá. A primeira, foi cheia de esperança, ainda apaixonada pela "fotógrafa". Agora, ia lá apenas para matar a mulher que continuava a tentar prejudicar sua vida. Dessa vez, o alvo era sua mãe.

As mãos de Roberta tremiam, apertando a arma dentro do bolso.Como faria? Bem, a última vez, não tinha visto nenhum porteiro no prédio. Devia ter porteiro eletrônico. Apenas esperaria alguém chegar, e entraria junto. Depois, subiria para o andar e apertaria a campainha. Bianca iria atender. Era o tempo de dar um tiro na cara daquela miserável! E depois, fugiria. Para onde? Ah, isso resolveria depois!



O motorista parou diante do prédio quinze minutos depois. Roberta pagou e desceu.Estava frio, mas não nevava. Ela tremia, mas era de nervosismo. Ia matar uma pessoa. Conseguira?Teria coragem de puxar o gatilho?



Se postou do lado da porta de entrada, esperando com o coração aos pulos. Quinze minutos se passaram, até uma moradora sair do prédio. Ela aproveitou e passou pela porta aberta. A mulher a fitou curiosa, mas não disse nada, saindo para a rua. Roberta se dirigiu para os elevadores, a tensão aumentando. Apertou o botão da chamada. Ficou vendo o painel mostrar a descida do elevador, enervada. Finalmente ele chegou e ela entrou. Apertou o botão do andar. O elevador começou a subir.. Roberta engoliu em seco, pensando no que estava à ponto de fazer. Iria matar um ser humano! Mesmo sendo uma miserável como Bianca, ela era um ser humano! Teria coragem?



O elevador parou no andar e ela desceu, tremendo de nervosismo. Caminhou em passos hesitantes até a porta de Bianca, com a mão na arma. Apertou a campainha com a mão livre e esperou, tremendo e suando frio. Seu pensamento se embaralhava, com a tensão aumentando.Ia matar Bianca! Ela ia se tornar uma assassina!



A porta se abriu. E ao invés de Bianca, uma estranha a fitou com curiosidade. Roberta a fitou surpresa e muda, sentindo a boca seca. Não estava preparada para ver outra pessoa atender.Confusa, a fitou com os olhos arregalados, sem voz, sentindo uma sensação horrível percorrer seu corpo.



Claire olhou para aquela garota linda, que parecia estar no auge do nervosismo e entendeu logo. Aquela garota devia ser Roberta. Bianca a descrevera muito bem. Naturalmente, ela viera falar com Bianca. Mas não devia demonstrar que já sabia quem era, assim perguntou com polidez:



-O que deseja, senhorita?



Roberta engoliu em seco e falou, com voz trêmula:



-Eu...eu quero falar... com Bianca...



Claire sorriu gentilmente, intimamente pensando: Que garota belíssima! Não acredito que Bianca desprezou uma delícia como essa! Mas apenas respondeu:



-Ela não está.Ligou dizendo que vai cheggar mais tarde. Está tudo bem com você? Parece tão assustada...



A decepção nublou os olhos de Roberta. Ela não estava!



Seu corpo tremia de tensão e sentiu a vista escurecer. Cambaleou e só teve tempo de estender a mão, procurando amparar-se no braço da estranha. E desmaiou, vítima da tensão e do medo que a dominavam.



Claire assustou-se, mas conseguiu segurá-la quando caía.Amparou-a nos braços e a arrastou para dentro do apartamento, colocando-a sobre o sofá da sala de estar.



Claire correu até o banheiro, pegou uma toalha de rosto, molhou na água fria e voltou à sala, sentando na beira do sofá e passando a toalha delicadamente no rosto de Roberta, fitando o belo rosto com admiração.



Roberta se reanimou com o contato frio no rosto. Abriu os olhos e fitou o rosto debruçado da mulher para ela, fitando-a ansiosa. Ela devia ter a mesma idade de Bianca e possuía belos olhos verdes. Ela sorriu, mostrando dentes alvos e perfeitos.



-Está se sentindo melhor?-Perguntou, comm voz profunda.



Roberta se sentou, enrubescendo de vergonha. Que papel ridículo estava fazendo!



-Sim...desculpe-me...<



-Não há o que desculpar - Disse, ainda ssorrindo - Ninguém está livre de passar mal um dia.



Roberta não evitou mais a pergunta:



-Quem é você? Uma...amiga de Bianca?



Claire percebeu que Roberta a estava confundindo com uma amante de Bianca e esclareceu, séria:



-Sou uma velha amiga de Bianca, desde o tempo de faculdade.Éramos muito unidas, até que a vida nos separou. Mas acabei de ser transferida em meu trabalho para New York e estou hospedada aqui, provisoriamente. Meu nome é Claire.



Roberta a fitou atenta e viu a sinceridade naquele olhar. Claire era uma mulher bonita e atraente.Tinha um belo par de olhs verdes, um rosto de traços finos e um corpo esguio metido em calça jeans desbotada, marcando as pernas longas e fortes.Tinha algo indefinível de masculino, não sabia se era o modo dela olhar, ou sua pose largada. Os cabelos negros e curtos eram bem tratados e com um corte da moda.



-Bem... o meu... é Roberta...>



-Prazer, Roberta. Quer deixar um recado para Bianca?



Roberta fitou-a nervosa, sentindo sua angústia retornar.E seu nervosismo se extravazou em um repentino pranto, soluçando, sentindo-se mais infeliz que nunca.Ela não servia nem para executar uma vingança, tudo dera errado!E Bianca continuaria seduzindo sua mãe, como fizera com ela!Como podia aguentar isso?



Claire a fitou comovida.A garota estava sofrendo muito.Ah, se tivesse liberdade com ela, para falar o que achava! Dar esperanças à ela, que aquilo iria passar.Ora, não iria ficar ali olhando Roberta chorar sem fazer nada!Uma moça tão linda!



Decidida, pousou a mão no ombro dela suavemente, dizendo com voz emocionada:



-Roberta, não chore...tudo isso vai passsar com o tempo...



Roberta ergueu o rosto, fitando-a descontrolada.



-Você não sabe de nada!- Gritou, entre ssoluços - O que sabe de meus problemas, para dizer isso?Não me venha com palavras consoladoras, mas vazias!



-Eu sei que está sofrendo porque está appaixonada por Bianca! - Disse Claire, sem poder se conter.



Roberta riu, um riso nervoso. Seu olhar se encheu de ira.



-Apaixonada por Bianca?! Não mais! Eu a odeio!Aquela mentirosa, aproveitadora! Depois de seduzir-me, está tentando a mesma coisa, enganando minha mãe!



Claire a fitou chocada. Ela sabia de Bianca e Lauren!Mas logo reagiu:



-O que está dizendo? - Protestou, com ennergia - Bianca não está enganando sua mãe!



-Está, sim! Não tente encobrir as canalhhices de sua amiga! Ela quer que agora minha mãe fique com ela, porque se julga irresistível e gosta de conquistar!Aquela serpente!Mas eu vou impedí-la disso! Vou matá-la!



Claire agiu por impulso de seu temperamento forte. Pegou Roberta pelos ombros e a fitou falando duramente:



-Você perdeu a razão, menina!Pare de queerer ser a dona da verdade e seja justa! Bianca não está enganando sua mãe, ela está apaixonada por Lauren! E Lauren também!Saiba perder, menina mimada!



Roberta parou de chorar, fitando-a assustada e ofegante.Nunca alguém tinha falado assim com ela!Escondeu o rosto nas mãos, chorando baixinho.



-Ela usou-me! Bianca não presta! E vai uusar minha mãe também! -Choramingou.



-Sim, ela errou com você, mas arrependeuu-se - Disse Claire, com voz controlada - Sua mãe também errou, fazendo o maridoo despedir Bianca, o que gerou toda essa confusão.Mas Bianca e sua mãe se acertaram e estão se amando, Roberta. Bianca não está enganando sua mãe, como pensa.



-Não acredito nisso! Bianca não presta!EEla não tinha nada que se meter com minha mãe! Ela continua com o jogo sujo dela!



Claire a encarou cruzando os braços, dizendo com voz dura:



-Garota, você não sabe nada da vida! Esttá aí julgando as pessoas, sem procurar entendê-las!Procure primeiro saber o que motivou os atos de Bianca!E seja adulta e encare a realidade!As pessoas cometem erros, isso é mais comum do que pensa! Você é jovem, vai superar tudo isso. Deixe sua mãe ser feliz, porque elas se amam!



Roberta ergueu o rosto e a fitou.Claire falara duro com ela, mas com uma sinceridade evidente. O olhar dela chamejava, empenhada em convencê-la.



Mas Roberta ainda retrucou:



-Minha mãe não vai ser feliz com Bianca!! Bianca só quer torná-la infeliz!



Claire respirou fundo.



-Roberta, você não está realmente preocuupada com a felicidade de sua mãe. Isso que está sentindo é mero despeito, ciúme por Bianca não ter escolhido ficar com você, mas com sua mãe.Seja justa e reconheça isso. E viva sua vida e as deixe em paz.Sabia que elas se conheceram quando eram adolescentes?E que Lauren sempre amou Bianca, sem ela saber?



Roberta a fitou muda de espanto.



Claire sorriu, entendendo o espanto dela.



-Não é uma coisa incrível?Lauren se apaiixonou por Bianca há muitos anos atrás, depois a odiou, e agora a ama e também é amada. Procure saber a história toda com sua mãe, e vai entender melhor todo o presente. Bianca contou-me que tem um carinho enorme por você e está arrependida do que fez. Ela queria vingar-se de Lauren, por ter sido despedida, e usou você para isso. Mas se arrependeu. Ela está apaixonada por Lauren, de verdade.



Roberta se ergueu do sofá. Olhou para Claire, agora mais calma, sem estar dominada pelo ódio que sentia de Bianca. Claire tinha razão. Não podia tirar a chance de sua mãe ser feliz. Ela não estava apaixonada por Bianca, estava apenas despeitada, reconheceu, envergonhada.Claire lhe abrira os olhos. Precisava era ter uma conversa com sua mãe para saber de toda essa história com detalhes.



-Claire...quando cheguei aqui, vim movida por uma raiva imensa. Eu trouxe uma arma para matar Bianca.



Claire arregalou os olhos, fitando-a incrédula.Roberta tirou a arma do bolso do casaco e a mostrou.



-Está vendo?Não estou mentindo.E agora qque você contou-me essas coisas, agradeço a Deus não ter encontrado Bianca. Por que iria fazer uma loucura. E teria acontecido uma tragédia.



-Roberta! Que loucura ia fazer! Ia estraagar mesmo sua vida e a de Lauren!



-Agora reconheço isso.Bem, não posso dizzer que estou feliz em saber que elas estão apaixonadas, porque Bianca me magoou muito. Mas agora entendo melhor o ato dela comigo, agora que sei da motivação. Não desculpo o que fez, mas acho que eu no lugar dela, poderia ter feito o mesmo.Como você disse, as pessoas erram e algumas vezes se arrependem do que fizeram.



-É verdade. Roberta, converse com sua mããe. Tem coisas que somente ela pode lhe dizer. Eu já falei demais, para fazer você entender certos fatos. Mas sua mãe que vai fazer você entender tudo.Eu assumo o que fiz, porque acho que ajudei você a entender melhor o que se passa entre Bianca e Lauren. Agora, guarde essa arma.



Roberta pela primeira vez sorriu, guardando novamente a arma no bolso do casaco.E claire achou o sorriso mais lindo que já vira.



-Você é uma pessoa maravilhosa, Claire. É mesmo uma amiga de Bianca e muito solidária e paciente com as pessoas. Ouviu-me e fez-me ver as coisas por um ângulo mais verdadeiro. Invejo Bianca por ter uma amiga assim.



Claire sorriu, fitando-a nos olhos. Roberta admirou aquele olhar franco e direto.

-Quanto à isso, posso dar um jeito, nadaa impede que sejamos amigas também.Quer sair amanhã comigo? Poderemos andar por aí, você mostrar-me a cidade que mal conheço.



-Você é nova na cidade?



-Sim.Fui transferida no trabalho para cáá há apenas cinco dias.Só vou trabalhar na semana que vem.Deram-me esses dias para procurar apartamento e adaptar-me à cidade.



Roberta sorriu mais, os olhos brilharam.



-É mesmo?Oh, será sensacional! Vou mostrrar à você os melhores pontos da Big Apple!



-Então, venha amanhã para almoçar comigoo.Vou dar-lhe o número de meu celular.



Roberta pegou seu telefone no outro bolso do casaco, ligando e acionando a agenda de telefones.



-Fale o número.



Claire falou e Roberta digitou na agenda. Desligou o celular, sorrindo.



-Pronto. Que horas devo vir?Eu não vou ssubir, a espero diante do edifício. Não quero topar com Bianca.



-Ela estará trabalhando, mas é melhor meesmo esperar lá fora.Uma hora da tarde, está bem?



Ok. Ligarei, se houver algum problema.



Claire levou-a até a porta e a fitou séria, abrindo-a.



-Terei que contar à Bianca que veio aquii. Mas não mencionarei a arma.



Roberta a encarou séria.



-Não, conte tudo. Não quero esconder maiis nada. A sinceridade é a melhor coisa. Até amanhã, Claire.



E se afastou, antes que Claire reagisse. O elevador estava no andar e apenas abriu a porta e entrou, acenando.



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Bianca abriu a porta do quarto de hotel e a fechou com o seu pé, pegando Lauren em seus braços e a beijando apaixonadamente. Lauren retribuiu com igual entusiasmo, apertando o corpo de Bianca contra o seu, sentindo a coxa de Bianca insinuar-se contra a sua, apertando o sexo de Lauren, sentindo-a gemer dentro de sua boca.



Bianca afastou com esforça da boca que não queria se desprender e beijou o pescoço de Lauren, cheia de desejo. Lauren se apertou contra bianca, rodeando o pescoço dela com os braços, gemendo seu desejo, jogando a cabeça para trás.



-Me possua, Bianca...depressa... estou mmorta de saudades...



Bianca pousou as mãos na capa branca de Lauren, forrada de peles, desatando o laço na cintura sem deixar de beijar Lauren no pescoço, no lóbulo da orelha, no rosto.



-Eu a amo, Lauren... -Sussurrou, descenddo a capa pelos ombros dela e a tirando, jogando para o lado. Lauren, por sua vez, puxou abaixo o fecho da jaqueta de Bianca, abrindo-a e a puxando para baixo dos ombros. Bianca a ajudou nisso e sorriu, desabotoando a blusa de Lauren. Uma começou a despir a outra entre beijos e em pouco tempo ambas estavam inteiramente nuas, grudadas em um beijo louco.



Deus, como eu a desejo, Bianca! - Disse Lauren, quase sem voz.



Bianca pegou Lauren pela mão e disse, com a respiração opressa:



-Venha...quero você agora...<



Elas pararam na porta do quarto para mais um beijo e foram se arrastando para a cama, sem desgrudarem.



As pernas de Bianca estavam fracas e sacudindo pela adrenalina que cursava em seu corpo, cada nervo sob sua pele era em alertaquando as mãos de Lauren alisou e apertou. Quando Bianca recebeu uma terna mordida em seu ombro, ela soltou um grunhido de prazer e quase caiu quando Lauren trouxe sua perna direita à frente e a meteu entre as pernas dela, apertando-a na quente junção das pernas que tremiam.



-Oh, Lauren...você está deixando-me loucca...



Lauren a empurrou delicadamente sobre a cama, colocando-a deitada transversalmente, deitando ao lado e mordiscando sua orelha e segredando:



-Eu quero você, Bianca...agora...assim, nua...quero provar seu sabor...e sentir seu corpo pressionado contra o meu...



Bianca usou de todo seu controle para não avançar sobre Lauren como um bicho faminto, tal o desejo que sentia. Ela se conteve. fitando a mulher amada nos olhos, respirando com o coração disparado.



-Então...-ofegou- Não demore...eu precisso...de você.



Lauren sorriu, os olhos brilahndo de desejo e sussurrou:



-Eu vou dar à você tudo que quiser, amorr...



E suas bocas se encontraram em um beijo cheio de paixão.



Lauren se afastou e olhou para o corpo alto e bronzeado, de curvas esguias. ela suspirou emocionada, os olhos cheios daquela beleza morena.



-Você é tão linda, Bianca...<



Bianca a fitou com a paixão no olhar.



-Linda é você, minha deusa loura...venhaa...não posso esperar mais.



Lauren se inclinou para ela, as mãos alisando o corpo quente e liso, que se arrepiava ao toque. Seus lábios seguiram as mãos, mordiscando, lambendo, sugando, beijando, numa lenta descida pelo pescoço, colo, seios, estômago, ventre.



Ela desceu da cama e se ajoelhou diante as pernas abertas de Bianca, que se ergueu parcialmente, apoiando-se nos cotovelos, para a fitar.



Os olhos de Lauren estavam cheios de desejo, um desejo mesclado com amor, que a fez se emocionar.



-Dê-se para mim, amor... - Sussurou Laurren.



-Eu sou sua, Lauren...>



-Sinta como a desejo, amor...>



E a loura cabeça se inclinou, as mãos pousadas nas coxas de Bianca, e a boca quente e a língua aveludada começou a dar prazer à Bianca.



A morena deu um longo gemido, abrindo mais as pernas, pousando uma no ombro de Lauren, numa entrega total.



Lauren inalou, sentindo o suave musk cheiro de Bianca a enlouquecer de desejo mais ainda. A pele de Bianca era idescritivelmente lisa, cobrindo as musculares coxas e pernas. Lauren enterrou-se mais entre elas, sentindo os dedos longos de Bianca em seus cabelos, apertando suavemente sua cabeça contra ela, para aumentar o contato. Mas Lauren, para instigá-la, virou a cabeça e mordiscou o interior da coxa. O corpo de Bianca reagiu com ela estremecendo violentamente e apertando a cabeça de Lauren mais, trazendo-a fundo em seu centro, para a quente umidade que Lauren colheu sedenta com a sua língua, provando o delicioso sabor do nectar que fluía da belíssima mulher.



Ela gemeu roucamente em antecipação, e sentiu seus próprios quadris pressionar contra a cama em seu próprio desejo de satistifazer o fogo que a consumia. Ela lentamente partiu os suaves pequenos lábios do sexo de Bianca, descobrindo o pequeno, mas duro clitóris, com um terno toque o envolvendo com sua boca.



-Ahhhh, Lauren...sim, sim, continue... --Gemeu Bianca, movendo os quadris para cima .

Lauren estava quase se descontrolando com o desejo que sentia, quando ela sentiu os quadris de Bianca à procura de mais contato e ouvindo seu pedido desesperado.



-Lauren...por favor...continue...



Lauren não se controlou mais. Ela tomou o clitóris entre seus lábios e o sugou, provocando espasmos no corpo de Bianca, que começou a movê-lo em desesperados empurrões contra a boca que a fazia enlouquecer.



Lauren sentia uma crescente necessidade de juntar seu corpo ao de Bianca. Ela podia sentir seu próprio sexo molhado, o seu clitóris palpitar de desejo.Ela não aguentou mais e desceu uma mão ao seu próprio sexo, deslizando os seus dedos na quente umidade, sentindo as contrações do corpo responder ao toque.



-Lauren...por Deus...quer enlouquecer-mee? - Gritou Bianca, louca de desejo.



Lauren sabia que tinha que controlar seu próprio desejo e satisfazer a mulher amada, assim, retirou a mão de seu sexo e sugou com renovado prazer, enfiando os dedos úmidos na vagina de Bianca.



Ela deu um grito gutural e apertou sua cabeça contra o sexo, colocando a outra coxa no ombro livre de Lauren, movendo os quadris para se enterrar naqueles dedos que lhe davam prazer também, enquanto a boca a sugava deliciosamente.



E o orgasmo veio rápido, atravessando seu corpo como um raio, ela dando um gemido alto. as coxas apertando a cabeça de Lauren, que não deixou de sugá-la e mover os dedos com força.

Ela caiu para trás, as coxas inertes, bambas. Lauren subiu para cima dela e se encaixou entre suas pernas, movendo-se enlouquecida, os sexos se roçando. Lauren não se controlava mais. Ela começou a tremer e o gozo a alcançou fazendo-a gritar e tremer violentamente, se apertando contra Bianca, que a abraçou.



Uma hora depois, suadas e esgotadas, elas jaziam uma nos braços da outra, ainda trocando ternos carinhos. Lauren ergueu a cabeça do ombro de Bianca, dizendo com emoção:



-Eu a amo tanto, Bianca...queria, se posssível, passar o resto de minha vida com você.



Bianca fitou os olhos verdes, escuros na penumbra do quarto, com amor.



-Eu a amo também, Lauren. E desejo a messma coisa. Você contou-me sobre o pedido de divórcio de Sawer, mas você tem certeza que é isso que deseja mesmo?



Lauren a olhou com o cenho franzido.



-Está duvidando de meu amor, Bianca?



-Não! Claro que não...mas...Sawer é riquuíssimo... e eu dependo de um salário para viver.Ganho bem, mas você deve estar acostumada à um padrão de vida bem mais alto que o que posso lhe dar.



Lauren riu, acariciando seu rosto.



-Meu amor, eu não preciso do dinheiro dee Sawer. O meu primeiro marido, do qual fiquei viúva, deixou-me uma sólida fortuna, que está investida em vários setores da economia. Eu não preciso de nada dele, eu casei-me com ele apenas porque ele era seu patrão.E ouça, sua boba... mesmo que tivesse de abrir mão da vida que levo, eu não hesitaria, para ficar com você.



-Bem...um obstáculo a menos. Mas, e quannto à Roberta? Ela deve odiar-me.



-Roberta vai esquecê-la, se já não esqueeceu, quando encontrar uma pessoa que a ame. Ela está muito carente, depois desse "affair" com Martine.



Bianca fez uma expressão triste.



-Sinto-me tão mal com isso, Lauren. Robeerta está sofrendo por minha causa. Se eu não tivesse feito ela ter aquela experiência comigo, ela estaria bem.



Lauren falou com a sua experiência:



-A culpada sou eu, por tê-la tornado umaa moça ingênua demais, fora de sua época. Se não fosse com você, ela certamente teria caído na conversa de qualquer outra pessoa. E se fosse um homem, ela estaria ainda por cima grávida, aí sim, com uma consequência pior.



Bianca a fitou surpresa.



-Acha mesmo isso? Não se importaria se RRoberta se apaixonasse por uma mulher?



-Bianca, eu quis fazer de Roberta uma mooça que eu não fui, um modelo de virtude que a sociedade aprova. E veja no que deu. Eu aprendi com isso tudo. Eu não posso forçar minha filha a ser o que não quer. Ela tem o direito de fazer as suas escolhas. E se ela está demonstrando que se sente mais atraída pelo mesmo sexo, eu tenho que aceitar isso e apoiá-la. É claro que vou tentar orientá-la em suas escolhas, mas vou apenas dar minha orientação quando ela pedir-me. Eu apenas quero que ela seja feliz. Se for com uma mulher ou um homem, ela quem vai saber.



Bianca sorriu, a abraçando pela cintura.



-Que mãe de mente aberta! Tenho certeza que Roberta vai adorar isso!Ela tem muita sorte em ter uma mãe como você.



-Espero que ela aprecie isso, amor.

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PARTE 10







-Agora eu preciso ir, meu amor.Eu sei que prometi passar a noite com você, mas estou preocupada com Roberta. Sawer foi para um flat e ela está em casa sozinha.Ela ainda está bem frágil, para ficar em uma casa sozinha, à noite.



Bianca a fitou com um olhar terno, acariciando seu rosto.



-Entendo, Lauren. Mas quando vou poder ter você comigo a noite inteira, acordar com você em meus braços? Esses encontros nossos não são o bastante para mim. Eu quero viver com você, saber que vou chegar em casa e ter você à minha espera, amor.



Lauren apertou-se contra ela, suspirando.



-Muito em breve, espero, querida. Primeeiro é preciso que Roberta aceite você como minha companheira. Ela também irá morar com nós duas, e isso precisa ser trabalhado.



Bianca fez cara feia, desanimada.



-Já vi então que nunca vamos conseguir morar juntas! Roberta não vai querer morar comigo sob o mesmo teto!



-As coisas podem mudar assim que ela see interessar por alguém, Bianca. Vamos ser otimistas. Agora, tenho que tomar um banho rápido para tirar esse cheiro de sexo do corpo e ir para casa - Disse, se levantando.



Bianca se ergueu também.



-Vou tomar com você.<



Lauren riu, dizendo:



-Nada disso, ou esse banho vai durar hooras!



Correu para o banheiro, linda e nua, trancando a porta.



Bianca suspirou, conformada. Sabia que ela tinha razão.



Quando Lauren chegou em casa, viu Roberta sentada na sala vendo tv. Ela a com um olhar malicioso, dando uma olhada no relógio de parede.



-Uau, está com uma vida social intensa,, mamy. Já jantou?



-Sim, filha. E você?<



-Mary fez uma lazanha, mas eu estava seem fome. Comi um sanduíche com um copo de suco.



Lauren se sentou ao lado dela, no sofá.



-Precisa se alimentar melhor, Roberta. Você perdeu muito sangue e...



-Mãe, pare de me tratar como uma criançça! Já tenho dezoito anos, e já sou mulher! - Cortou Roberta, em tom impaciente.



Lauren a fitou com a testa franzida, com um ar grave.



-Tem razão, Roberta. Precisamos ter umaa conversa sobre tudo isso. Os últimos acontecimentos mudaram tudo.



-Que acontecimentos?As decepções que euu sofri, ou você ter se apaixonado por Bianca? - Jogou ela, encarando-a acusadoramente.



Lauren empalideceu, sentindo-se como lhe houvessem jogado um balde de água gelada. Olhou para Roberta sem voz, vendo-a sorrir com sarcasmo.



-Pensou que eu não iria descobrir? Eu nnão sou tão idiota como pensa, mãe! Eu sei! E sei que foi encontrar-se com Bianca hoje! Vamos, diga que é mentira! Diga que estou imaginando coisas!



Lauren respirou fundo, procurando acalmar-se, e falou com aparente calma:



-Então, já sabe. Como soube, Roberta? EEu estava esperando você sair dessa fase difícil para lhe falar sobre o que há entre eu e Bianca. Mas parece que alguém já andou enchendo seus ouvidos contra eu e ela.



-Ninguém encheu meus ouvidos, mãe. Eu ssimplesmente ouvi uma conversa sua com Bianca no telefone. E descobri que você também caiu na conversa dela. A minha mãe, que eu considerava uma mulher sábia, que sabia o que era melhor para mim, se deixou também cair na lábia de Bianca Lancini! E ainda quer dar-me conselhos, mãe?!



Bianca fitou a filha com indignação.



-Roberta, eu até entendo sua reação, maas devo dizer que você está errada sobre Bianca! Ela é uma pessoa maravilhosa, eu apenas enganei-me sobre algumas coisas sobre ela...



-Então, agora acha Bianca maravilhosa?!! Mãe, você está cega pela paixão! E ela virou sua cabeça, seduziu-a como fez comigo! Como pode ser tão boba? Bianca a está usando, do mesmo modo como usou-me!



-Não, filha! Foi tudo um lamentável enggano meu! Eu vou contar à você tudo, e você vai entendê-la! E entender-me também!



-Não quero saber de nada! - Gritou Robeerta, com os olhos faiscando - E só vou falar com você, quando cortar relações com aquela vadia!



-Roberta!Escute-me!



Mas Roberta saiu da sala em passadas largas e foi para seu quarto, entrando e batendo a porta.



Roberta se trancou em seu quarto e se jogou na sua cama, abraçando o travesseiro.



Merda! Havia chegado em casa cheia de boas intenções, depois da conversa com Claire!Mas ao ver sua mãe chegar com aquela expressão no rosto de felicidade, suas boas intenções foram pelo ralo.



Envergonhada, reconheceu que havia sentido inveja daquela felicidade. Como sua mãe ousava ser feliz com Bianca, se ela a havia sido descartada pela volúvel mulher? Sua mãe era mais desejável que ela? Mesmo sendo muitos anos mais velha? E ela? Por que ninguém a amava, querendo ficar com ela? Nem, Bianca, nem Martine...



Lembrou de Claire. Um sorriso involuntário veio aos seus lábios. Ela era uma mulher tão atraente como Bianca. Aqueles olhos verdes tinham uma expressão tão sedutora...e parecia ser uma pessoa bem legal. Claire estava interessada por ela. Notara os olhares em seu corpo, em seu rosto, com expressão apreciativa.



Pois iria sair com ela no dia seguinte, ia ser interessante provocar aquela mulher, seduzí-la...afinal, já estava em tempo de virar esse jogo. Em vez de ser seduzida, ela seduzir alguém. Devia ser muito bom. Claire tinha um jeito tímido encantador.

Bem, ia ter uma nova conversa com sua mãe no dia seguinte. Faria um acordo: sua mãe não se meteria na sua vida amorosa, nem ela se meteria na de sua mãe.





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Lauren acordou e foi tomar seu banho matinal cheia de preocupação. Roberta agora sabia de sua relação com Bianca e estava revoltada. Não estava aceitando o fato, como já achava que iria acontecer. Tinha que abrir-se com ela totalmente sobre seu passado, para ela entender melhor a sua relação.



Com os nervos tensos, tomou o banho, vestiu-se e foi para a cozinha. Mary já havia chegado para o trabalho e a olhou surpresa, acabando de fazer um suco no processador.



-Bom dia, senhora Sawer! Acordou cedo!



-Bom dia, Mary.Mas devo dizer que não ddeve chamar-me mais de senhora Sawer, meu marido pediu-me o divórcio e já saiu de casa, então não faz mais sentido tratar-me assim.



Mary a fitou constrangida.



-Oh...eu sei...ele ligou ontem, mandanddo eu preparar as malas dele. Um empregado veio buscar.



Lauren ergueu a sobrancelha, servindo-se de uma xícara de café da cafeteira. Estava como sempre elegante, com saia de lã cinza em corte reto e blusa preta de malha, que realçava seus cabelos louros.



-Ah. Mary, eu sei que você trabalha parra Sawer há mais de quinze anos. E naturalmente, vai continuar trabalhando.



-Bem, senhora...não sei como poderei coontinuar, se ele saiu daqui.



-Não se preocupe. Eu vou sair daqui e eele vai voltar. Não vou ficar nessa casa que pertence a Sawer. Pretendo sair daqui tão logo eu encontre um bom apartamento para morar com minha filha.



-Oh...está bem, senhora...



-Rezzini. Vou adotar o nome do meu faleecido marido, novamente. Agora, vou preparar um café da manhã para levar para minha filha.



-Eu a ajudo, senhora Rezzini.



Lauren entrou no quarto de Roberta com uma bandeja com o café da manhã da filha. Sabia que Roberta adorava quando fazia isso, e era uma boa coisa para iniciar uma séria conversa com a filha.



Roberta dormia ainda, com as cortinas ensombrecendo o ambiente. Ela colocou a bandeja no aparador diante da cama e foi abrir as cortinas. Como sempre, quando fazia isso, Roberta gemeu, acordando.



-Uhhhhh...mãe...não acha que é muito ceedo para acordar-me?



Lauren pegou a bandeja e se sentou na beira da cama, sorrindo.



-Trouxe seu café da manhã. Sanduíche dee queijo e presunto, ovos mexidos e suco de morango.



Roberta se sentou na cama, sorrindo com afetação.



-Hummmm...tenho a impressão que aí por trás vem bomba!



-Roberta! Eu sempre fiz isso para você!! - Disse Lauren, com olhar magoado.



-Eu sei, mas não depois de eu ter discuutido com você.



Lauren a encarou séria, estendendo a bandeja para ela.



-Bem, coma enquanto conversamos.



Roberta pegou a bandeja e colocou sobre a mesinha de cabeceira.



-Prefiro conversar antes. Tenho coisas a dizer à você, mãe.



-Eu também tenho, filha. Coisas que nunnca lhe falei, mas agora são inadiáveis. Você precisa saber de coisas aconteceram muitos anos atrás e que justificam meus atos e os de Bianca.



Roberta a fitou atentamente. Nunca vira sua mãe assim. As mãos tremendo, um olhar agustiado, parecendo com medo do que ia dizer.



-Bem, vou começar meu relato na época em que eu era uma adolescente. Seus avós maternos, Roberta, eram pessoas simples, sem muito estudo, religiosos fanáticos. Tudo que era moderno para eles, era produto de satanás. E eu era muito reprimida por essas idéias deles. Eu não frequentava festas, como minhas colegas de colégio, nem tinha amigas. Eu estudava porque uma irmã de minha mãe era professora e havia insistido com meus pais para deixarem eu estudar, senão eu não poderia fazer nem isso.



Roberta a fitava admirada.



-Mãe, nunca me contou isso antes! Só saabia que seus pais moravam em Massachuset, e eram pobres!Que horror, eles serem assim tão antiquados! Agora sei por que você me prendia tanto!Aprendeu isso com eles!



Lauren a encarou gravemente.



-Não foi por causa deles, Roberta. E siim devido à uma triste experiência que passei. Tudo aconteceu depois que apaixonei-me por uma garota.



Roberta arregalou os olhos.



-Uma garota?! Apaixonou-se por uma garoota?!



-Sim. Uma garota que foi o primeiro e úúnico amor de minha vida. Essa garota era Bianca. Ela era uma colega de classe minha, mas ela nem parecia saber de minha existência, cercada por um monte de bajuladoras. E eu, apenas a olhando de longe, apaixonei-me perdidamente.



-Uau! - Disse Roberta, altamente surpreesa.



Lauren a encarou.



-E o dia que Bianca falou comigo, quasee desmaiei de emoção. Foi numa tarde, no clube da cidade, frequentado pelas socialites locais. Eu vi Bianca chegar com uma garota e fiquei cheia de ciúmes. Ela estava tão linda, com uma blusa branca de algodão solta sobre o short e de sandálias, o negro cabelo preso em um rabo de cavalo...



-Mãe, esqueça esses detalhes da aparênccia dela e continue a contar o que houve!

-Pediu Roberta, impaciente de ansiedadee.



Lauren suspirou.



-Está bem. Vou ser mais objetiva.



Lauren contou tudo. Desde o dia que falou com Bianca no clube, sua ida para a festa, o estupro, sua expulsão de casa quando perceberam sua gravidez, sua fuga, sua sobrevivência como prostituta, até conhecer seu primeiro marido, Francesco Rezzini, que adotou Roberta.



Sua intenção de se vingar de Bianca através dos anos, a localização dela por um detetive, seu plano de casar com Sawer para poder se vingar de Bianca.



Roberta a ouvia chocada, e quando Lauren fez uma pausa, ela a abraçou com lágrimas deslizando de seus olhos. Abraçadas, choraram juntas.



Depois, Roberta se afastou e encarou a mãe com afeto e admiração.



-Não sabia que era filha de uma mulher tão especial, uma lutadora que se submeteu a tanta coisa para sobreviver e criar-me. Orgulho-me de você, mãe.



Lauren fitou a filha, aliviada.



-Não lhe contei essas coisas antes, porrque era muito jovem para entender e também tinha medo de sua reação, Roberta. Não queria que soubesse que era resultado de um ato de violência.



-Eu lamento ter sido gerada desse jeitoo, mãe, mas graças a Deus nunca cheguei a conhecer esses homens. Tiveram um merecido fim. Para mim, meu pai continua sendo Francesco Rezzini, que sempre deu-me muito amor e dedicação.



-E eu descobri que Bianca era inocente só recentemente, quando a procurei em sua casa para matá-la. Ainda bem que não consegui.



Roberta a fitou surpresa.



-Você tentou matar Bianca?! >



Lauren a encarou gravemente.



-Sim. Quando eu soube que ela havia se metido com você, eu fiquei cega de ódio. Eu decidi que ela não podia ficar impune pelo que havia feito à você. E fui à casa dela armada.Ela abriu a porta com a corrente de segurança e não queria deixar-me entrar, mas eu a ameacei de fazer um escândalo e ela deixou-me entrar.



-E o que aconteceu? - Perguntou Robertaa, com os olhos arregalados.



Lauren contou. Suas acusações à Bianca do seu estupro, de ter se metido com Roberta, e a negação de Bianca sobre sua participação no estupro. A tentativa de Bianca se apossar da arma, a luta, o ferimento de Bianca.Depois, os esclarecimentos, com Bianca negando sua participação no estupro e dizendo que Louise quem havia chegado à festa com Link e o amigo.



-Imagine meu arrependimento e surpresa,, Roberta. Bianca era inocente! Havia sido Louise quem se fez passar por ela, e eu havia odiado por anos a pessoa errada! O ódio se esvaiu de meu coração e eu passei novamente a olhar como uma pessoa, não um monstro de maldade. E aos poucos, ao voltar para casa, fui sentindo o meu amor por ela renascer. Bem, renascer não é o termo certo, porque eu acho que esse amor nunca morreu, apenas ficou sufocado pelo ódio. Ele veio novamente à tona e eu procurei abafá-lo, mas quando você foi procurar Bianca e chegou em casa transtornada, eu fui procurá-la mais uma vez, para saber o que havia acontecido. E ela foi muito honesta comigo. Não me escondeu que beijou você, mas depois a mandou embora.



Lauren baixou os olhos.



-Eu a esbofeteei e quando dei por mim, estava nos braços dela, Roberta...nos beijamos e senti que a amava, mas fugi dali, cheia de culpa por estar amando quem você desejava, Roberta...eu... tentei resistir...durante dias...até que você foi para Paris e não resisti mais...eu quem a procurei. E estamos juntas desde esse dia. Eu amo Bianca muito, Roberta. É a única pessoa a quem amei e amo, em toda minha vida.Eu...eu espero que você entenda, Roberta...nós nos amamos...e temos o direito de sermos felizes, depois de tanto anos de desentendimento.



Roberta pousou a mão sobre a da mãe, comovida por tudo que ela, passara. Sim, sua mãe merecia ser feliz. E não seria ela quem iria impedir isso.



-Mãe...você tinha razão, quando disse qque tudo que eu sentia ia passar...em Paris, eu tive uma experiência com uma mulher, como sabe...e eu senti por ela tudo que eu sentia por Bianca.Fiquei tão transtornada por ela não me querer mais, que tentei suicidar-me. A psicóloga conversou muito comigo no hospital e esclareceu-me coisas que eu acho verdadeiras: Eu estou na fase inicial de descobertas e experiências de minha sexualidade, e nessa fase, as paixões são intensas e na maioria das vezes, explosivas, mas de curta duração. E isso aconteceu comigo. Não sinto mais atração por Bianca. Eu fui procurá-la ontem à noite apenas para tentar matá-la, quando descobri que ela estava com você.



Agora foi a vez de Lauren olhar para a filha totalmente chocada.



-O QUÊ??!!



-Isso mesmo que ouviu, mãe - Disse Robeerta, suspirando e encarando a mãe, que a fitava pálida e chocada - Eu achei que Bianca estava querendo fazer com você o mesmo que fez comigo, isto é, usá-la e depois a descartar. E quis parar as ações dela, matando-a.



-Meu Deus, Roberta! - Lauren pôde finallmente dizer - Você enlouqueceu? Queria estragar sua vida para sempre? Matar Bianca! Você não pensou um instante sobre a enormidade do seu ato? Matar uma pessoa! Ir para a cadeia! Meu Deus!



-Engraçado você me falar assim, você quue acabou de contar-me que foi ao apartamento de Bianca tentar matá-la, quando soube que ela tinha me seduzido!



Lauren enrubesceu, desconsertada.



-Eu...foi diferente...eu estava...revolltada...



-E eu também! Mãe, não se preocupe, eu não fiz nada! Ela não estava em casa.E imagino com quem ela estava...



Lauren fingiu não ouvir a última frase. Perguntou:



-O que aconteceu?



-Eu estava muito nervosa, à beira de umm ataque de nervos. E quando uma desconhecida abriu a porta, eu fiquei mais nervosa ainda. Mal perguntei por Bianca, e desmaiei.



-Desmaiou?! E o que aconteceu depois?!<



-A moça que atendeu-me foi muito legal.. Levou-me para a sala e colocou-me em um sofá. Quando eu voltei à mim, estava deitada em um sofá da sala.



-A moça foi tão legal comigo, mãe! Ela é um encanto de pessoa!Ela parece ser mais ou menos da mesma idade de Bianca, mas é mais simpática! Ela tem uns olhos bem verdes, mais escuros que os meus, cabelos bem negros, uma pele de bebê, e...



Lauren sorriu com malícia.



-Hummmm, não estou interessada nos atriibutos físicos da amiga de Bianca, Roberta.



Roberta enrubesceu e prosseguiu, sem graça:



-Oh! Bem, eu comecei a chorar e confesssei que tinha ido lá para matar Bianca, porque ela estava usando você, como havia feito comigo. Ela ouviu-me e disse que eu estava enganada, que Bianca realmente está apaixonada por você. Conversamos muito e ficamos amigas. Ela está aqui em New York há pouco tempo e não conhece bem a cidade. Eu vou sair com ela hoje, vamos almoçar e depois vou mostrar à ela alguns lugares interessantes da cidade.

Lauren continuou sorrindo, ouvindo a filha falar entusiasmada sobre a amiga de Bianca.



-Hummmm...preciso conhecer essa moça. SSe ela é tão atraente assim, quero constatar se é mesmo apenas uma amiga de Bianca.



-Mãe! Claire é mesmo amiga de Bianca! EEla é uma pessoa muito legal, você vai gostar dela!



-Tudo bem, filha. Vou acreditar no seu julgamento. Breve vou convidar elas duas para virem jantar aqui em casa, ok? Sawer não está mais aqui e podemos fazer isso.Você teria problema em estar com Bianca?



-Não. Tudo foi esclarecido. Eu não estoou mais interessada nela e quero que você seja feliz, mãe. Se ela gosta mesmo de você, não tenho nada contra. Vou esquecer o passado.



Lauren abraçou a filha, comovida com as palavras dela.Talvez agora ambas pudessem ser felizes.



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Roberta aprontou-se e depois de muito tempo, ansiosa para encontrar alguém sem um sentimento ruim dentro dela. Se olhou no espelho cuidadosamente, observando o cabelo solto pelos ombros, o rosto sem pintura, a blusa de malha branca, o casaco de couro negro, a calça cinza-chumbo com as botas negras de salto alto. Estava bem, Claire iria gostar do que veria, pensou sorrindo.



Lauren estava na sala lendo um livro e a fitou sorrindo.



-Hummmm...está elegante, filha.



Roberta sorriu, se inclinando e dando um beijo no rosto da mãe.



-Já estou indo. Não se preocupe comigo,, qualquer coisa eu telefono.



-Ok. Bom divertimento, filha.



Roberta sorriu, se dirigiu para a porta, abriu-a e saiu.



Lauren suspirou. Rezava para que Roberta ao menos ficasse amiga de Claire, para ter uma companhia para se divertir. Não conhecia a moça pessoalmente, mas Bianca lhe havia assegurado que ela era uma excelente pessoa, quando haviam se encontrado na noite anterior.



O seu celular tocou. Lauren olhou o nome de quem chamava e sorriu feliz.



-Alô...estava mesmo pensando em você, aamor... - Disse, suavemente.



-Lauren...sabe o que aconteceu ontem, qquando nós estávamos no hotel? Roberta veio aqui em casa com a intenção de matar-me! Claire contou-me, quando cheguei em casa!



-Eu já sei, Roberta contou-me hoje. Eu ia ligar para você, só estava esperando ela sair. Fique tranquila, que ela não vai mais fazer isso.



-Conversou o que, Lauren? Espero que ela não tenha ficado com ódio de você também, por estar apaixonada pela mulher que ela odeia.



-Bianca, Roberta não a odeia! Ela estavva era profundamente magoada e pensando que você queria fazer o mesmo comigo, mas ela disse-me que agora esse ódio acabou, ela deseja a minha felicidade, e se isso é ficar com você, ela aceita o fato.



-Bem, foi o que ela disse para Claire, mas ainda não sei se disse o que realmente sente, ou foi apenas para se desculpar.



-Fique tranquila, amor. Eu conheço minhha filha. Eu conversei longamente com ela, abrí-me totalmente com ela pela primeira vez, e contei tudo que se passou. Ela entendeu. Roberta pode ter tentado fazer uma loucura, indo em sua casa tentar matá-la, Bianca, mas no fundo é uma garota doce e com bons sentimentos. Ela tentou fazer isso com você pensando que estaria me protegendo. Mas já mudou de opinião, depois de ouvir-me.



-Deus queira que você esteja certa, Lauuren. Por que quero viver com você o nosso amor sem empecilhos e medos.



-Roberta já está com a cabeça em outra coisa, Bianca - Disse Lauren, dando uma risadinha curta - Ela está encantada por sua amiga Claire!



Foi a vez de Bianca rir.



-Verdade? Ah! Por isso ela convidou Claaire para sair com ela, para mostrar a cidade! Eu estava pensando que era uma forma de ter acesso à mim. Que bom que enganei-me! Ela comentou sobre Claire com você?



-Sim, e estava tecendo um monte de eloggios, mas eu a cortei. Ela está entusiasmada, Bianca. Espero que sua amiga seja boa para ela. Roberta já sofreu duas desilusões em pouco tempo, eu acho que chega, não?



-Bem, pelo que eu ouvi de Claire, sua ffilha vai ser tratada como uma deusa! - Riu Bianca - Ela encheu meus ouvidos falando de Roberta, como é linda, como eu pude desprezá-la, como ela parece um anjo, etc, etc...



-Ah, estou curiosa para conhecer Claire! Quando vai nos apresentar, Bianca?



-Posso providenciar isso. Que tal um jaantar aqui em casa? Claire é uma excelente cozinheira e adora fazer pratos.



-Um jantar na sua casa? Bem, vamos primmeiro ver se Claire e Roberta vão se dar bem como amigas.



Bianca riu.



-Bem, pelo que Claire comentou, ela nãoo quer ser apenas uma amiga de Roberta.



-Bem, vamos aguardar os acontecimentos.. Então, combinamos o jantar.



-Agora, vamos falar de nós, querida...aacaso já lhe falei o quanto a amo? - Perguntou Bianca, baixando a voz para um sussurro sexy.





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Roberta estava impaciente, esperando Claire. Sabia que havia chegado muito cedo, mas a ansiedade era muita. Não conseguia tirar da cabeça aquele sorriso lindo, aqueles magnéticos olhos verde-escuros, aquela voz suave. Queria saber tudo sobre Claire. Do que gostava, o que odiava, se estava sozinha atualmente, quantos relacionamentos já tivera, o que fazia na vida...

Seus pensamentos foram interrompidos pela chegada dela.



Ela desceu as escadas do edifício e lhe sorriu, com as mãos nos bolsos do casaco de camurça marron. Ela estava elegante e sóbria, com calça verde musgo, botas marrons de cano alto e uma echarpe de lã creme com desenhos mais escuros.



-Olá...porque não ligou, dizendo que jáá estava aqui embaixo? - Perguntou Claire, olhando para Roberta com disfarçada admiração. Por Deus, ela estava ainda mais linda hoje! Elegante, nas roupas que mostravam melhor a linha de seu corpo esguio, o rosto rosado pelo frio, os olhos verdes brilhando como duas pedras preciosas, o sorriso luminoso.



-Olá.Não quis apressá-la. Vamos indo? --Perguntou Roberta, fitando-a timidamente.



Claire lhe ofereceu o braço, sorrindo.



-Segure aqui - disse - De braços dados,, não vai sentir tanto frio.Onde iremos almoçar?



-Vou levá-la ao Tribeca, já ouviu falarr?-Perguntou Roberta, enfiando seu braço no de Claire, timidamente. Sentiu o calor do corpo de Claire e estremeceu.



-Tribeca? Já ouvi, sim. É um velho bairrro que foi revitalizado com excelentes restaurantes, não? Vi isso em um roteiro numa revista sobre New York.



-Oh! Tenho certeza que vai gostar! Mas é um pouco longe, teremos que pegar um taxi.



-Tudo bem, Roberta. Tenho certeza que vvalerá à pena.



Claire sorriu e Roberta pensou que ela tinha um sorriso lindo.



Encontraram um taxi na esquina da rua e entraram, dando o endereço do Tribeca.





PARTE 12





Foi Roberta quem as viu primeiro, quando voltou o rosto por cima do ombro, para ver se Claire a seguia. Ela viu sua mãe e Bianca as fitando imóveis, com ar chocado, boquiabertas. E se voltou de frente, colocando uma mão sobre o sexo e o braço esquerdo sobre os seios, empalidecendo e ficando imóvel.



Claire olhou confusa para Roberta, sem entender. Estava de costas para a porta e não tinha ainda visto as duas mulheres. Mas o olhar de Roberta estava fixo atrás dela.Voltou o rosto e quase desmaiou de susto. A mãe de Roberta e Bianca haviam chegado! E presenciavam ela e Roberta nuas na sala!



Ela correu para o sofá e pegou duas almofadas, colocando uma na frente do sexo e outra na frente dos seios, fitando Bianca e Lauren apavorada.



Lauren engoliu em seco e finalmente recuperou a voz:



-QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI?! - Gritou.



Nem Roberta nem Claire conseguiram responder. O que poderiam dizer? A nudez delas dizia tudo.Lauren fitou Claire e depois olhou para Bianca.



-E você disse-me que sua amiga é tímida, conservadora e com bom senso! Estou vendo como ela é tudo isso!



Bianca fitou Lauren e depois fitou Claire, que as olhava como um cão de rua sendo enxotado. Se ela tivesse uma calda, estaria entre as pernas. Era trágico e era cômico. Ela conteve-se para não rir e falou com ar divertido, para Lauren:



-Eu também estou surpresa, Lauren. Claire não devia estar brincando de Adão e Eva no paraíso com sua filha, em sua sala.



Lauren a fitou com reprovação.



-Acha isso engraçado? Não vejo graça alguma em ver a minha filha nua com a sua amiga aqui em minha sala, no primeiro encontro que tiveram!



-Primeiro não, segundo...tenho certeza que Claire pode explicar tudo.



Lauren cruzou os braços e fitou Claire com um olhar gelado.



-Estou esperando uma explicação, senhorita Claire!



Bianca teve pena de Claire. Ela estava tão pálida, com um olhar aterrado, que parecia prestes a desmaiar. Ela pegou Lauren pelos ombros e a voltou de costas para Claire e Roberta, ficando também na mesma posição. Ela disse alto:



-Lauren, deixe as duas se vestirem. Não acho bom ficar interrogando Claire nessas condições. E que tal você ir também trocar suas roupas molhadas?



Lauren a fitou com o cenho franzido.



-Está bem. Mas nós vamos conversar antes de você ir, Claire!



Claire e Roberta se vestiram rapidamente, respirando aliviadas quando ficaram vestidas.



-Podem se voltar - Disse Roberta, com voz inexpressiva.



Lauren voltou-se e olhou para a filha com ar severo.



-Vou tirar essa roupa molhada e já volto.



Ela saiu da sala em passos apressados.



Bianca olhou Claire e Roberta. Claire se sentou no sofá de cabeça baixa e Roberta ficou em pé, de braços cruzados.Claire parecia arrasada, mas Roberta olhou para Bianca com um ar insolente, como que a desafiando.



Bianca colocou as mãos nos bolsos do casaco e fitou Claire com um meio sorriso.



-Calma, Claire. Estou aqui para defendê-la. Não é nenhum crime o que fez.



Claire ergueu o rosto e a fitou.



-Oh, Deus... como vou poder agora encarar a mãe de Roberta?



-Cabeça fria, Claire... não adianta chorar sobre o leite derramado... a besteira já foi feita. Pense agora em uma boa desculpa.



-Eu não tenho desculpa, Bianca...eu sei que agi como uma idiota... e Lauren vai ter toda razão em agora proibir-me de continuar vendo Roberta.



Roberta sentou ao lado de Claire e pousou a mão sob o queixo dela, erguendo-o. Fitou Claire com imenso carinho.



-Você não fez nada demais. Minha mãe não pode proibir você de ver-me.



Claire a olhou com tristeza.



-Roberta, eu não devia ter feito nada disso... eu agi errado...



-Não! Não acho nada disso! A não ser que você esteja procurando pretexto para livrar-se de mim!



Claire a fitou surpresa.



-Roberta! Como pode pensar isso? Eu estou apaixonada por você! Eu já lhe disse isso!



Roberta baixou os olhos, insegura.



-Sim, você disse...mas parece que todas as mulheres que teem sexo comigo, depois não me querem mais...



-Eu não sou como essas pessoas, Roberta. Eu a amo.



Lauren voltou já com nova roupa e olhou para Claire, cruzando os braços.



-E então, Claire? Pode explicar-me o que aconteceu aqui?



Claire falou sem ousar encarar Lauren:



-Eu...peço desculpas...eu...eu...



Roberta passou um braço sobre os ombros de Claire e fitou a mãe com desafio.



-Eu não vou permitir você constranger Claire mais do que ela já está. Claire não fez nada de mal. Se aqui há alguém que deve ser censurada, sou eu. Porque eu quem insisti para Claire vir aqui namorar, eu quem a provoquei . Claire é uma pessoa correta, maravilhosa.



Lauren a fitou estreitando os olhos.



-Namorar?! As duas nuas, correndo pela sala?



Roberta rolou os olhos.



-Ok, mamy, vou falar mais claro, se deseja assim: eu quem chamei ela para vir aqui, pois caso você não sabe, duas mulheres não podem se beijar em lugares públicos. E fui eu quem a provocou, quem a tentou para fazer sexo no sofá. Claire só fez o que eu fiz ela fazer. E não sou nenhuma virgem intocada, para você reagir desse modo.



Lauren sentiu que estava perdendo a discussão. Mas ainda objetou:



-Vocês fizeram sexo no meu sofá! Na minha sala! Isso é um absurdo!



Bianca interveio, sorrindo e piscando o olho para Claire, que ergueu o rosto animada pela defesa de Roberta.



-Lauren, não aconteceu nada que uma esponja com sabão não possa tirar de seu sofá de couro!



Lauren tentou controlar o riso. Mas não conseguiu. E como em cadeia, Bianca, Roberta e Claire caíram na gargalhada.



Lauren fechou a cara, fingindo ainda indignação.



-Bem, acho melhor a noite terminar por aqui. Dessa vez está desculpada, Claire, porque minha filha assumiu toda a culpa. Mas da próxima vez, vê se vão para um hotel!



-Eu... com certeza, senhora Lauren... mil desculpas... - Balbuciou Claire, erguendo-se.



-Vou embora com Claire - Disse Bianca, dando um beijo no rosto de Lauren - Ligue-me amanhã, querida.



Lauren a fitou com amor.



-Claro, amor...até amanhã.



Bianca encarou Roberta, que as olhava.



-Boa noite, Roberta. Gostei de ver sua defesa de Claire.



Roberta sorriu levemente.



-Obrigada. Boa noite.



Claire apenas acenou para Roberta e saiu com Bianca. Lauren fechou a porta e olhou para a filha.



-Que vexame, hein?



Roberta ergueu as sombracelhas, olhando para a mãe sem receio.



-Apenas uma pequena loucura de amor, mamy. Vai dizer-me que nunca fez algo assim com Bianca?



-Não... isso é coisa de adolescente. Com Bianca, minha brincadeira é outra.



-É mesmo? Qual?



-Roberta! Está querendo saber demais! Sou sua mãe, esqueceu? Vamos mudar de assunto!



-Está bem! Está bem! Não se pode perguntar nada!



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Claire estava sofrendo nas mãos de Bianca. A amiga havia dado um tapa brincalhão em sua cabeça, comentando rindo, enquanto andavam pela rua indo para casa:



-O que tem nessa cabeça, vento? Ir trepar com a filha de Lauren justamente na sala do apartamento, correndo pela sala como se estivessem no paraíso?



Claire a fitou fazendo uma careta, passando a mão na cabeça.



-Hei, isso doeu! Você mesma disse que não aconteceu nada que uma esponja com sabão não pudesse limpar!



-Eu falei isso para desanuviar o ambiente, você viu como Lauren estava aborrecida! Maldição, Claire! Eu elogio você para Lauren, a coloco nas alturas, e você faz uma idiotice dessas! Minha cara foi ao chão! Viu o comentário de Lauren, falando o que eu tinha dito sobre você?



Claire a fitou desolada.



-Eu sei que fiz bobagem, Bianca. Não precisa dizer. Mas entenda! Roberta é um diabinho! Não, diabinho não, é uma mulher diabólica! Tem cara de anjo, fala como um anjo, mas é um demônio de mulher! Ela me tenta de um jeito que não resisto, Bianca!



-Não resiste porque você só pensa com sua pussy, Claire! Sabe qual o seu erro?



-Qual?



-Não pegar Roberta e levar para um hotel e fazer tudo que ela precisa! Você quer ficar de namorinho pelas ruas e sala da mãe dela, é isso que dá! Claire, Roberta é uma garota fogosa, o que ela quer é muito sexo! Trate de dar isso à ela, ou você vai perder a mulher!



Claire arregalou os olhos.



-Você acha?



-Acho! Jesus, Claire! Ainda não percebeu isso? Pare de tratar Roberta como uma mocinha virgem e recatada! Ela quer sexo, eu vi como ela é!



Claire a fitou com expressão magoada e Bianca percebeu o que havia falado.



-Desculpe, Claire...falei demais. Não devia ter dito sobre minha experiência com ela.



Claier sorriu forçadamente.



-Tudo bem. Você tem razão. Eu preciso tratar Roberta sem frescuras.Como uma mulher feita, não uma garotinha.



-Isso! Mate o fogo da garota em um local apropriado.



Chegaram no apartamento de Bianca e Claire foi tomar um banho, dizendo que iria deitar em seguida. Bianca despiu-se e vestiu um pijama de seda branca, deitando em sua cama. Pegou seu telefone sem fio e ligou para Lauren. Ela atendeu em seguida.



-Hei, amor... está tudo bem aí? - Perguuntou Bianca, ajeitando os travesseiros sob suas costas.



-Ah, Bianca...-Disse a voz rouca e sexyy de Lauren - na medida do possível, está tudo bem. Roberta já foi dormir e estou vendo tv.



-Aqui também. Claire foi tomar banho e dormir em seguida, e o que me restou é ficar aqui sozinha pensando que tudo deu errado hoje. Nossa noite de amor foi para o espaço. Ah, Lauren... queria tanto estar junto de você agora...



-Eu também, amor...estar em seus braçoss... beijando-a...



-E eu acariciando esse corpo que me enllouquece... você tem um cheiro tão bom, Lauren...



-Você também, querida...você tem cheiroo de chuva e de mar.



Bianca riu.



-Cheiro de chuva e mar? Não posso imagiinar um cheiro assim...pode explicar?



-É fácil. Sabe o cheiro de chuva, quanddo começa a molhar a terra? Você tem esse cheiro quando você sua, fazendo amor.



-E o cheiro de mar?



-É o cheiro do seu sexo após fazer amorr. Um cheiro suave, embriagador, de um mar límpido, como das praias selvagens de mares intocados pelos homens.



-O que diz parece poesia, Lauren... sommente você mesma para transformar uma realidade trivial em algo especial.



-Mas você tem mesmo esse cheiro, amor.... por isso é tão deliciosa...



-Só por causa do cheiro sou deliciosa?<



-Claro que não, o cheiro é um entre muiitos fatores que a tornam gostosa.



-Hummmm... gostosa é você, com esse corrpo delicioso, que não me canso de beijar, acariciar, mordiscar...



-Bianca...pare ou vou aí em sua casa aggora, para você provar o que diz...



-Você não teria coragem... - Disse Bianca, sorrindo .



-Está duvidando de mim, Bianca?



-Estou. Você não deixaria sua filha aí sozinha e viria dormir comigo.



-Bianca, nunca duvide de uma mulher apaaixonada!



-Então venha! Ou melhor, eu vou aí, nãoo quero que você saia nesse frio que está fazendo. Posso ir?



-Sim, amor... quero tanto dormir junto com você...nesse frio, só você poderá aquecer-me.



Roberta já deve estar dormindo, ela nem verá você chegar.



-Então, vou vestir-me e ir, amor. >



-Vou descer e esperá-la na portaria. Aíí não precisará tocar campainha.



-Eu ligo para você quando chegar. Você então poderá abrir a porta de entrada do edifício e me esperar na saída do elevador, assim não precisarei acionar a campainha da porta do apartamento.



-Estarei à sua espera, amor - Disse Lauuren.



-Até breve - Disse Bianca, desligando. Ela sorriu e tirou o pijama, se vestindo rapidamente e depois saindo, depois de deixar um bilhete para Claire na cozinha.



Bianca pegou um taxi que a deixou diante do prédio de Lauren em poucos minutos. O frio do inverno que chegara com toda força deixava as ruas com menos gente e o trânsito com menos carros. A sorte é que tinha o telefone de vários rádio-taxis, e telefonara pedindo um para buscá-la.



Ao chegar, pagou e ligou seu celular para Lauren. Ela atendeu no primeiro toque.



-Lauren, estou aqui na portaria - Anuncciou.



-Vou abrir a porta. Suba que estarei essperando-a na porta - Sussurrou Lauren.



A porta foi aberta e Bianca entrou. Fechou a porta e se encaminhou para os elevadores. Já havia um no térreo e ela entrou e apertou o andar. Bianca colocou as mãos nos bolsos do casaco de couro forrado de peles. O frio estava maior agora que a noite avançava.



Lauren a esperava na porta do apartamento e sorriu, puxando-a para dentro. Fechou a porta e pousou a mão no rosto de Bianca, preocupada.



-Seu rosto está gelado! - Sussurrou- veenha, vamos para meu quarto.



Bianca a seguiu sem objetar, estava ansiosa para ficar à vontade com Lauren, sem o perigo de Roberta as ver trocando beijos na sala.



Logo que entrou no quarto de Lauren, ela olhou em volta com curiosidade. Era um quarto enorme e luxuoso, com uma grande cama forrada com uma colcha de peles e um grosso tapete no chão. Os moveis eram escuros e antigos, combinando com o tom marfin das paredes.



-Então, é aqui que você dormia com Saweer... - comentou Bianca, voltando-se para ela.



Lauren estava sedutora em uma camisola de seda negra, com um profundo decote em V e caindo até o chão, mas com aberturas laterais que deixava entrever as pernas.



Lauren a encarou, parando diante dela.



-Isso a incomoda? Breve vou mudar daquii...



-Nem um pouco...na verdade, até me atiça.



-Atiça por que? -Perguntou Lauren, abraçando-a pela cintura, pousando o rosto no peito de Bianca.



-Atiça meu desejo em apagar as recordaçções que você tem dele nessa cama, com novas lembranças comigo.



Lauren riu baixinho e ergueu o rosto.



-Quer tomar um banho quente? Eu sabia qque você iria chegar congelada e enchi a banheira com água quente. Está à nossa espera.



-Essa é uma proposta irrecusável, aindaa mais com você como companhia.



Lauren a pegou pela mão.



-Venha...



Ela abriu a porta do banheiro anexo ao quarto e elas entraram no enorme banheiro todo em mármore rosa, com uma enorme Jacuzzi perto de uma parede em vidro fumê , onde se podia ver uma espetacular vista da cidade.



Lauren começou a despir Bianca com uma habilidade impressionante, dando beijos e mordidas suaves nas partes do corpo que ia sendo desvendado. Bianca dominou o desejo de arremessá-la na cama e a atacar como um bicho faminto, sabendo que isso poderia destruir a cena que Lauren havia fantasiado em sua cabeça.



Assim, deixou-a tomar a iniciativa de levá-la até a banheira e a fazer entrar e sentar, sendo envolvida deliciosamente pela água tépida. Lauren puxou o laço da camisola, abrindo-a. Ela sorriu sensualmente, retirando a camisola e jogando-a sobre uma bancada, mostrando o corpo nu para Bianca, que a fitou hipnotizada.



Lauren foi até uma gaveta e pegou uma caixa. Ela a abriu, retirando a embalagem de plástico e retirou de dentro dela um dildo de tamanho médio, de silicone azul. Ela encarou Bianca, que olhava o objeto em silêncio.



-Quero que o use em mim, Bianca. Não see incomoda?



Bianca sorriu.



-Nem um pouco. Na verdade, também gostoo de usar brinquedos sexuais, uma vez ou outra.



Lauren sorriu maliciosamente.



-Usar em você mesma?<



Bianca deu uma risada curta, fitando-a com olhos travessos.



-Não, prefiro usar na minha parceira. AAdoro ver como ela reage com esses brinquedos.



-Eu sempre usei um dildo sozinha, quanddo realmente sentia desejo. Eu me masturbava com ele e pensava em você. Fechava os olhos e imaginava você me possuindo com ele - Declarou Lauren, séria.



Bianca a fitou admirada.



-Mesmo quando me odiava, pensando que eeu havia participado do seu estupro?!



-Sim. Eu estava cheia de ódio de você, mas era você quem conseguia excitar-me em minhas fantasias. Era inútil pensar em outra pessoa.



Bianca sorriu, lisonjeada.



-Então, vamos fazer dessa fantasia reallidade!



-Então, coloque o brinquedo, Bianca... - Disse Lauren, estendendo para Bianca o dildo.



Bianca ergueu-se cuidadosamente, para não escorregar, e sentou na borda da banheira. Pegou o dildo e posicionou ele sobre seu sexo, sentindo a pequena protuberância na base dele para manter contato com seu clitóris.



-Ajude-me a fixá-lo - Pediu a Lauren.



Ela chutou os sapatos que ainda calçava e entrou na banheira, apoiando-se no ombro de Bianca com a mão.Ajoelhou-se diante dela e pegou as correias de fino couro e começou a prender o objeto no corpo de Bianca. com habilidade, orientada por Bianca, ela afivelou as correias e o dildo foi fixado. Bianca foi puxada pelos braços de Lauren, que rodearam seu pescoço e suas bocas se esmagaram em um beijo ardente.Bianca reslalou o corpo para dentro da banheira, se sentando recostada na cabeceira e abrindo as pernas, para acomodar Lauren entre elas.



Lauren ajoelhou-se entre elas e se debruçou para Bianca, fitando-a cheia de desejo.



-Venha, amor...pegue-me...me possua...<



As mãos de Bianca pousaram nos seios dela, os dedos polegares e índice burilando os biquinhos já enrigecidos dos seios de Lauren, fazendo o desejo dela se intensificar.

Lauren gemeu e beijou-a mais uma vez, a mão acariciando seu rosto, descendo

pelos seios acariciando, até tomar o dildo na mão. Ela fez movimentos nele com a mão, simulando masturbá-lo, fazendo a protuberância da base mover-se contra o clitóris de Bianca.Ela gemeu de prazer, os olhos fitando a mão de Lauren fazer aqueles movimentos e sentiu seu desejo aumentar.



Bianca puxou Lauren contra seu corpo, fazendo-a sentar em suas coxas, segurando-a pela cintura. Nessa opição, os seios de Lauren ficaram quase na altura de seu rosto e Bianca apenas baixou a cabeça, tomando o seio dela na boca, mordiscando suavemente o bico já endurecido, passando a ponta da língua, sentindo a respiração quente de Lauren em seu pescoço e os gemidos. Ela apoiou as mãos nos ombros de Bianca e pediu, com os olhos semi-cerrados, a boca sensual entreaberta:



-Penetre-me, Bianca...estou louca...



-Está pronta, Lauren?-Sussurrou, beijanndo-a no pescoço.



-Mais que pronta, amor, estou em fogo!<



Bianca levou a mão ao dildo, segurando-o firme e ergueu um pouco os quadris.



-Venha...enterre-se nele...<



Lauren montou nas coxas de Bianca e dirigiu a mão de Bianca com a sua sobre a dela. A ponta do dildo resvalou até a abertura de sua vagina e ela foi se abaixando contra ele, sentindo-o entrar até o fundo. Ela gemeu alto e começou a se mover para cima e para baixo, sentindo o dildo entrar e sair, provocando ondas de prazer. Em sua mente, a fantasia tomou lugar da realidade e ela imaginava que era mesmo Bianca quem a penetrava com o pênis dela, contra todas as probabilidades reais.



Bianca, por sua vez, também mergulhava na fantasia que era seu o pênis que entrava e saía de Lauren, penetrando fundo naquela vagina deliciosamente apertada e molhada. A água suavisava o peso de Lauren, e era fácil erguê-la pela cintura e depois a empurrar para baixo, ao encontro do dildo, fazendo-a enterrar-se nele. O ruído daqueles movimentos de penetração na água a excitava ainda mais, fazendo-a ficar louca de desejo.



Lauren começou a tremer, as mãos se enterrando nos cabelos de Bianca, os movimentos de sobe e desce ao encontro do dildo com mais força e rapidez, mostrando que estava chegando ao auge. Ela enfiou a língua no ouvido de Bianca, falando com voz cheia de desejo:



-Penetre fundo, com força amor, eu quero ser toda invadida por você...



Bianca ergueu mais os quadris, empurrando-os para cima, ao encontro do sexo aberto de Lauren, que engolia o dildo empurrando-se contra ele freneticamente.



Ela jogou a cabeça para trás, os olhos fechados, dizendo entre respirações ofegantes:



-Bianca!...Amor...mais...estou...quase.... Oohhhhh!..amor...assim...ahhh...aahhhhhh!



Ela se contraiu, imobilizando-se no êxtase, os dedos se cravando nos ombros de Bianca, no auge do prazer louco, que quase a fez desmaiar, tão forte foi a sensação.



Ela caiu nos braços de Bianca, que a envolveu em um abraço forte, beijando-a no pescoço.

Ficou assim uns instantes,até que se recuperou e ergueu-se devagar, sentindo o dildo deslisando de seu interior. Ela olhou para o rosto de Bianca, que a fitava embevecida, e sorriu.



-Agora é minha vez... vamos tirar esse brinquedo, que quero beber você toda... quero ver você gemer de prazer, amor...



Extremamente excitada, Bianca se ergueu e deixou Lauren desatar as correias, retirando o dildo, que colocou sobre uma banqueta. Lauren olhou para seu sexo com desejo.



-Sente na borda da banheira e abra bem essas pernas maravilhosas, amor...



Bianca fez o que ela pediu e Lauren abraçou suas coxas, ajoelhada diante dela. E sua boca atacou o sexo de Bianca com uma fome que em menos de cinco minutos levou Bianca às estrelas.



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No dia seguinte, Bianca saiu bem cedo da casa de Lauren, apesar dela insistir para que ficasse e tomasse o café da manhã com ela. Bianca achou melhor evitar muito convívio com Roberta, até que ela se acostumasse melhor com a idéia de sua mãe estar dormindo com a mulher que a enganou.



Ela chegou em casa para trocar de roupa para o trabalho e encontrou Claire de pijama fazendo café. Ela a fitou com um olhar malicioso, sorrindo.



-Hummmm... a farrista está chegando em casa ao amanhecer...



Bianca a olhou sorrindo, cruzando os braços e se recostando na parede.



-Não estou vindo da farra...mas sim de uma noite de amor.



-Inferno, Bianca, procurei você de manhhã e não a vi em seu quarto...deixe um bilhete quando sair, fiquei preocupada que havia acontecido algo ruim.



-Eu decidi ir de repente e não pensei eem detalhes. Desculpe-me.



-Está desculpada. Que inveja de você! EEu não posso dormir com Roberta, mas você pode dormir com Lauren! Me sinto como uma garotinha!



-Quem disse que você não pode? Basta Rooberta a convidar, como Lauren fez comigo!

-Ah, é diferente! Lauren certamente iriia achar ruim sua filha levar mulher para trepar em seu quarto! Você viu a reação dela quando nos pegou na sala!



-Claire, ela não podia ter achado engraaçado ver Roberta e você correndo pela sala dela, nuas. Roberta devia ter levado você para o quarto dela, aí sim, fariam tudo que desejassem sem Lauren ver. Até que Lauren foi muito calma. E quanto a dormir com Roberta no quarto dela, é só Roberta conversar com Lauren e pedir permissão. Tenho certeza que Lauren vai deixar, você é uma pessoa confiável

.

Claire a fitou com decisão.



-Ok. Acho que você tem razão. Vou fazerr o que eu já devia ter feito: Vou levar Roberta para um hotel e aí não vai ter nenhum problema de alguém chegar e nos ver correndo pela sala ou rolando no chão. Inferno, só quero ter liberdade de poder ter sexo com minha garota!



Bianca a fitou séria, solidária com Claire.



-Eu sei como deve ser difícil para vocêê, Claire. Nunca antes teve problemas para estar à vontade com suas namoradas, e agora está encontrando dificuldades em ficar a sós com Roberta. Posso dar uma sujestão?



Claire a fitou desanimada.



-Aceito sujestões. Fale.



-Por que você não vai passar um final dde semana com Roberta em algum lugar romântico? Aí vocês poderiam se hospedar em um hotel, passear pelo lugar, ver as atrações, seria como uma lua de mel. Que tal?



-Seria ideal, se a mãe de Roberta a libberasse. Você acha que ela deixará?



-Por Deus, Claire! Bote na sua cabeça qque Roberta não é mais uma garotinha, e sim uma mulher! Ela já tem dezoito anos ! Faça esse convite à ela, e tenho certeza que Lauren liberará Roberta para viajar! Se Lauren ficar indecisa, eu a convenço a deixar!



Os olhos de Claire brilharam.



-Ah, vou falar com ela hoje mesmo! Obriigada pela sujestão, Bianca! Você é mesmo uma amiga!



-Humph! Tem que ser mais criativa, Claiire!



-Tem razão! Vou fazer o que disse!



Parte 13 - conclusão









Roberta e Claire desembarcaram em Telluride, uma charmosa estação de esportes de inverno no Colorado, depois de uma viagem tranquila de avião direto de New York. Elas estavam alegres e ansiosas. Finalmente, iriam passar um final de semana juntas, dormir na mesma cama, sem interferências e receios.



Quando Roberta havia pedido à Lauren para consentir que Claire a levasse para dormir em um hotel, Lauren havia conversado com ela para saber dos sentimentos dela por Claire, se estava mesmo apaixonada. E depois de uma conversa entre mãe e filha, Lauren não só consentira, como havia presenteado elas com um final de semana em Telluride, com todas as despesas pagas, dizendo que queria que Roberta tivesse sua primeira noite de amor com a mulher que ela amava em um lugar especial, como uma lua de mel, que seria inesquecível. E havia concluído, abraçando Roberta:



-Quero que tenha o que não pude ter, Robberta. Sua primeira noite de amor com quem ama em um lugar especial, do qual lembre para sempre em sua vida. Seja feliz com Claire, filha. Se for para sempre, maravilhoso, mas se não for, terá vivido esse lindo amor com toda intensidade.



E agora ela e Claire estavam ali em Telluride, para passar um fim de semana que certamente lembrariam para toda vida.



Elas saíram do pequeno aeroporto em um taxi que as levou até o Hotel Telluride e foram observando a paisagem de cartão postal. Telluride ficava em um vale cercada de montanhas nevadas, mas o vale era coberto pelo verde dos pinheiros, o dourado das flores e o azul do rio Cimarron. Seus sobrados de cores fortes e alegres contrastavam com a brancura da neve em seus telhados, numa imagem romântica e deslumbrante.



Ao chegarem ao hotel, numa colina, se identificaram na recepção e receberam a chave do apartamento reservado. Elas subiram no antigo elevador e entraram no apartamento. Era um apartamento com uma decoração rústica, mas com um banheiro com uma imensa banheira de água quente, com vista da deslumbrante paisagem do vale, além de uma sala com lareira e um quarto com uma cama enorme e aconchegante, de peles.



Roberta e Claire jogaram as mochilas no chão e se agarraram em um beijo apaixonado. Pela vontade de Claire, elas não se desgrudariam tão cedo, mas Roberta se libertou do seu abraço, sorrindo.



-Calma, amor, não precisamos nos apressaar. Eu quero que nossa primeira noite seja inesquecível, não com a pressa de quem está com receio de ser surpreendido.



Claire alisou seu rosto, fitando-a apaixonada.



-Tem razão, meu anjo... é que esperei taanto tempo por isso...



-Eu também, amor... mas vamos fazer tudoo sem pressa e sem pressões. Você trouxe o que pedi?



-Um dildo?



-Não, sua safada! O pijama! - Riu Robertta.



Claire ficou vermelha.



-Ah!...Claro que eu trouxe...>



-Então, vá se trocar no banheiro. Vista o pijama, e eu vou vestir a camisola.



Claire pegou sua mochila e foi para o banheiro, onde se trocou, colocando um pijama de seda azul escuro que moldava em seu corpo alto e esguio. Ela aproveitou para pegar sua bolsa com perfume, escova de cabelo e outros produtos, passando um pouco de perfume atrás das orelhas e penteando seu cabelo desfeito pelo gorro de lã que havia usado. Quando voltou ao quarto, viu que Roberta havia se trocado também em uma camisola curta, de seda branca, mostrando as pernas bem torneadas . Os seios eretos e de tamanho médio eram modelados pelo tecio fino, dando para entrever os bicos eretos . Roberta estendeu a mão para ela, sorrindo docemente.



-Venha aqui... e dê-me um beijo...<



Claire pegou a mão dela e a levou aos lábios, beijando-a. Olhou para Roberta com um olhar cheio de amor e paixão.



-Eu a amo, Roberta...<



Roberta se encostou em seu corpo, rodeando seu pescoço com um braço. Olhando para a boca de Claire, falou baixinho:



-Eu também a amo, Claire. E finalmente vvou ser sua e ter você sem receios de ser interrompida.



Seus rostos se aproximaram e seus lábios foram se acercando devagar, os olhos se fitando, até que eles se encontraram em um beijo ardente.



O beijo acabou quando elas estavam quase perdendo o fôlego. Se fitaram ofegantes e Roberta tomou a iniciativa, desabotoando o pijama de Claire e descendo a blusa pelos braços dela, desnudando os seios pequenos e firmes, de auréolas pequenas e de um rosa vivo, quase marron, contrastando com a pele alva.



Claire também tentou desnudá-la, mas Roberta tomou os seios de Claire nas mãos, descendo a cabeça e tomando um deles na boca, passando a ponta da língua, mordiscando com cuidado o biquinho que ficou duro e depois o sugando delirantemente.



Claire gemeu alto e pousou a mão na cabeça de Roberta, apertando-a contra o seio, a outra mão descendo para apertar o traseiro de Roberta, empurrando-a contra seu corpo.



Roberta afastou a boca do seio e ergueu o rosto, fitando-a com um sorriso.



-Adoro o gosto de sua pele e seu cheiro,, amor...



-Roberta, você está me enlouquecendo... vamos para a cama... - Gemeu Claire, com as pernas tremendo.



-Calma, amor...deixe primeiro eu a despiir toda...quero olhar para esse corpo delicioso, conhecer cada pedacinho dele.



Claire Levou as mãos à cintura do pijama, para baixá-lo rapidamente, mas Roberta sacudiu a cabeça negativamente, sorrindo.



-Hum, hum. Eu mesma quero fazer isso.



-Então, não demore, por favor... - Dissee Claire, com voz trêmula.



Roberta pousou as mãos nos ombros de Claire e a foi empurrando até as pernas dela tocarem na cama. Então, colocou as mãos na cintura do pijama e foi descendo-o pelas pernas de Claire, até o chão. Então, ela foi se erguendo lentamente, passando a língua pelas pernas de Claire, dando beijos molhados, saboreando a pele lisa e deliciosa. Ao chegar entre as coxas, olhou para o triângulo de pelos bem aparados, brilhando com a umidade produzida pela excitação dela.



Roberta passou a ponta da língua pela fenda úmida, fazendo Claire gemer e estremecer. Gostou daquele cheiro suave, musk, do sexo de seu amor.



Claire sentou na cama, pegando a barra da camisola de Roberta e a levantando, para tirá-la. Roberta ajudou a tarefa, erguendo os braços, e logo a veste foi retirada e arremessada para o lado. Roberta se ergueu e com um sorriso, fitando Claire nos olhos, desceu a calcinha de rendas branca e a tirou. E completamente nua, colocou as mãos nos ombros de Claire, movendo os quadris sensualmente.



-Me pegue, Claire... - sussurrou.



Claire a puxou pela cintura e a sentou em sua coxa, beijando-a ardentemente. Roberta correspondeu com igual paixão, rodeando seu pescoço com os braços, as coxas se abrindo para facilitar a mão de Claire que veio acariciar seu sexo, abrindo-o com os dedos e acariciando o pequeno clit que já estava duro de excitação.



-Ai, amor, que loucura deliciosa! - Gemeeu Roberta, apertando-a nos braços convulsivamente.



Roberta pousou a cabeça no ombro de Claire, dando beijinhos e lambidas em seu pescoço, o braço esquerdo se apoiando no ombro dela, enquanto a mão direita desceu para o seio direito da morena e burilou o biquinho já endurecido de desejo. Claire gemeu excitada, com seus dedos alisando a vulva de Roberta, já completamente molhada. Roberta tirou a mão do peito dela, descendo alisando o corpo firme e se espalmou no sexo de Claire, apertando. Ela sentiu uma onda de intenso desejo e atacou a boca de Claire em um beijo profundo, suas línguas se roçando e se sugando.



Roberta afastou a boca e se levantou da coxa de Claire, para trocar de posição. Ela tornou a sentar, dessa vez de frente para Claire, sentada nas duas coxas com as pernas abertas.



-Entre dentro de mim... não aguento maiss...



Claire já estava com os dedos molhados e empurrou devagar dois dedos na vagina de Roberta. Ela pegou sua mão e a retirou, dizendo com respiração alterada:



-Três, amor...bem fundo!



Claire colocou três dedos na abertura e Roberta empurrou sua mão ao encontro de seu sexo com força, fazendo-os penetrarem fundo nela. Roberta fechou os olhos, a cabeça para trás, as mãos nos ombros de Claire para apoiar-se, e começou a mover as cadeiras para a frente e para trás, cavalgando a mão de Claire.



-Oooh, muito bom! - Sussurrou ela, sorriindo de olhos fechados, sem parar de se movimentar.



Claire a fitava, fascinada em ver o prazer estampado no rosto de Roberta. Seus dedos entravam e saíam daquela gruta quente e molhada, que se apertava em torno dos seus dedos em espasmos, com os movimentos de Roberta.

E o orgasmo chegou arrasador, fazendo Roberta dar um pequeno grito e cair para a frente, o corpo estremecendo violentamente, se apertando contra seus dedos. Claire a abraçou com o braço livre, enquanto continuava com o outro atrapado no corpo de Roberta, que ainda se apertava contra seus dedos, os músculos da vagina se contraindo, a cabeça pousada no ombro de Claire.



Finalmente o corpo se acalmou e ela respirou fundo, erguendo o rosto e olhando para o rosto de Claire, sorrindo.



-Pode retirar os dedos, amor...



Claire retirou os dedos cuidadosamente da gruta quente. Ela levou um dos dedos à boca e o chupou, olhando para Roberta, que a fitou surpresa.



-O seu gosto é divino... - Disse Claire,, sorrindo.



-É mesmo? É bom que goste, porque você vvai provar na fonte, quando eu descansar um pouco... - Sorriu Roberta.



-Sem problemas, anjo... mas agora é minhha vez, estou quase explodindo de tesão.



-Oh, vamos cuidar disso... como quer quee eu a agrade, minha gostosa?



-Deite na cama e deixe comigo. Apenas see entregue.



-Tudo bem, minha dona e senhora - Brincoou Roberta, se erguendo e deitando na cama.



Claire deitou ao lado dela e acariciou o rosto ainda vermelho pela sensação do orgasmo. Olhos nos olhos, elas transmitiam em seu olhar a emoção do amor que sentiam, aquela expressão nos olhos valendo mais que mil palavras. Claire se colocou de bruços,pousando uma coxa sobre as de Roberta, acariciando o rosto dela com infinita ternura.



-Eu a amo tanto, Roberta...é maravilhosoo estar aqui ao seu lado, nesse momento tão especial... eu sonhei tanto com isso... nem tenho palavras para dizer o que sinto...



Roberta sorriu de modo travesso, puxando-a contra seu corpo.



-Então, se expresse com ação, meu amor....garanto que vou amar se fizer isso...



Claire se inclinou para beijá-la, se apoiando em seu cotovelo. Roberta colocou a mão em sua nuca, puxando seu rosto, beijando-a ardentemente. Introduziu uma coxa entre as coxas de Claire, tocando o sexo da morena com ela.

-Hummmm...como você está molhada, amor.... venha... - Disse Roberta, desgrudando a boca para falar no ouvido de Claire, que reagiu montando sobre acoxa de Roberta, se esfregando em movimentos rítmicos.



Roberta abriu as pernas e pousou as mãos no traseiro firme de Claire, apertando-os contra seu corpo. Suas bocas se grudaram em um beijo faminto.



Claire ficou louca nessa nova posição, seu sexo encaixando no sexo aberto de Roberta, sentindo a umidade dela, a quentura, a maciez. Seus clits se moviam um contra o outro, pulsando de desejo, um desejo que ia às alturas.



Seus corpos se moviam em perfeito sincronismo, cada uma querendo receber e dar prazer. Roberta cruzou as pernas na cintura de Claire, apertando-a contra o corpo, começando a sentir os tremores do êxtase. Jogou a cabeça para trás, gritando abafadamente:



-Mais, Claire! Estou louca, me aperte! VVou gozar!



Claire moveu-se com mais energia, seu sexo apertado contra o de Roberta, e também sentiu o orgasmo chegando, seu corpo se sacudindo em espasmos. E elas chegaram ao auge juntas, uma se apertando contra a outra em tremores espasmódicos.



Claire rolou para o lado, respirando entrecortadamente molhada de suor.



Por momentos, se quedaram imóveis, se recuperando do ato. Depos, Claire abriu os braços e Roberta deitou de lado, com a cabeça no ombro dela e a perna sobre a coxa de Claire.



-Foi... maravilhoso... - sussurrou Roberrta.



Claire sorriu, a apertando contra o corpo.



-E estamos apenas começando, amor... queero ter você a noite toda...



Roberta ergueu o rosto, fitando-a surpresa.



-Você aguenta a noite toda?



-Não sei, mas que vou tentar aguentar, nnão tenha dúvidas...



Roberta sorriu, beijando-a rapidamente no queixo.



-Hummm, eu sei que vou adorar!



Se fitaram e seus lábios se uniram em um beijo.



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Duas horas depois, exaustas e suadas, ela resolveram tomar um banho na banheira para se revigorarem. E relaxaram na imensa banheira com água quente, tomando champanhe e desfrutando da bela paisagem da cidadezinha à noite, com as luzes acesas brilhando entre a brancura da neve, parecendo uma imagem de cartão postal.



O desejo amplamente saciado deu lugar ao terno carinho de beijos, palavras de amor, aconchego nos braços uma da outra, até que sentiram fome e foram se vestir para irem jantar.



Vestidas em roupas de inverno, foram para o restaurante do hotel, que estava cheio.



Felizmente tinham mesa reservada e puderam jantar sem problemas um delicioso prato francês de carne e legumes.

Dali, foram para a boate do hotel, onde dançaram ao som de Britney Spears, Madonna e Amy Winehouse, entre outros.



Elas foram sentar para se refrescarem com uma bebida. Roberta pediu uma água mineral e Claire uma cerveja. Estavam tomando as bebidas comentando sobre o lugar, quando um rapaz se debruçou na mesa delas, fitando Roberta com ar de conquistador.



-Oi beleza, vamos dançar?



Roberta o fitou sem sorrir.



-Não, obrigada. Estou cansada de dançar..



Eu espero você descansar. Posso sentar?



-Não, estou tendo uma conversa privada ccom minha amiga.



O rapaz pegou Roberta pelo braço.



-Hei, está sendo muito arrogante, belezaa. Não aceito um "não" como resposta, sabe quem sou eu? Ronnie Braston. O melhor jogador de basquete dos Gators!



Roberta o fitou com irritação, puxando o braço sem conseguir soltar.



-Não me interessa quem você é. Largue meeu braço!



Claire se levantou e rodeou a mesa, parando ao lado do rapaz, apertando o ombro dele.



-Solte a minha amiga, seu imbecil! Não ppercebe quando não é bem-vindo?



Ele se voltou para ela, sorrindo com sarcasmo.



-Hei, butch, se manda daqui, isso não é seu lugar!



E dizendo isso, deu um empurrão em Claire, que caiu sobre uma mesa, derrubando as bebidas. Roberta gritou e se levantou instintivamente.



-Ah, muito bem, venha comigo, beleza, jáá afastei a butch, você precisa conhecer o que um homem pode lhe dar!

Roberta sentiu o cheiro forte de bebida que emanava dele. Puxou o braço com força, se libertando e o encarando com raiva.



-Deixe-me em paz, seu bêbado! - Gritou.<



Ele riu, a pegando novamente pelo braço.



-Deixe de fazer cena, sua vadia! Vai dizzer que prefere uma mulher à um homem como eu?



Ele sentiu uma mão pousar no seu ombro com força. Ele voltou-se e recebeu um soco no nariz que o fez ver tudo escuro e desabou no chão.



Os seguranças da boate vieram correndo e seguraram Claire, que olhava para o rapaz encrenqueiro caído no chão ainda com o punho fechado, numa pose agressiva.



Dois amigos do rapaz se aproximaram e a acusaram:



-Mandem prender essa butch, que bateu noo nosso amigo! Ele não fez nada de mal, só foi chamar a amiga dela para dançar!



A confusão se fez, com pessoas defendendo Claire, e os amigos do rapaz acusando ela de agressão. O resultado foi todos implicados irem parar na delegacia de polícia.



Lá, Claire contou sua versão do que havia acontecido e o exame de corpo delito comprovou o que disse, com um hematoma em suas costas, que havia caído contra a mesa. Roberta mostrou seu braço ainda com marcas dos dedos do encrenqueiro, e ele não pôde esconder o seu estado altamente alcoolizado. Conclusão, Claire foi liberada e o rapaz preso por promover confusão, agressão e ofensa moral.



Claire e Roberta saíram da delegacia e pegaram um taxi para o hotel. Estava nevando e teriam que andar cinco quadras.



-Obrigada por defender-me daquele idiotaa, amor - Disse Roberta, pousando o rosto no ombro de Claire, suas mãos entrelaçadas - Lamento que tenha se machucado.



Claire a beijou na testa, carinhosamente.



-Eu vou sempre defendê-la no que houver,, meu anjo. Para isso, sou faixa preta de judô.



Roberta arregalou os olhos, impressionada.



-Faixa preta de Judô? Meu Deus! Para quee aprendeu isso?



-Uma pessoa gay recebe muitas provocaçõees, Roberta. Desde que eu fui agredida no colégio pelo ex namorado de uma garota que estava comigo, resolvi me prevenir.



-Minha heroína! - Disse Roberta, beijanddo-a no rosto.



Elas chegaram ao hotel e foram dormir, porque passava das quatro da madrugada. Com a cabeça pousada no ombro de Claire, uma perna sobre as coxas dela, Roberta deslisou para um sono tranquilo, sentindo-se mais protegida que nunca nos braços de seu amor.



Claire a observou adormecida, com um sorriso nos lábios. Estava amando aquela garota como nunca amara ninguém. Com Roberta, queria ficar até o fim de seus dias. Mas se não fosse possível, queria desfrutar desse amor com toda força de seu coração, porque sabia que havia encontrado a mulher de sua vida.



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Bem distante dali, Lauren dormia nos braços de Bianca, depois de uma intensa noite de amor. Bianca pensava em sua vida, como havia mudado depois que se apaixonara por Lauren. Era fantástico como sua pior inimiga havia se tornado o amor de sua vida. Se alguém lhe contasse uma história assim, acharia absurda. Mas havia acontecido com ela. E isso mostrava como o destino é caprichoso e imprevisível. Lauren havia se tornado a pessoa que mais amava na vida, depois de ter sido a pessoa que mais odiava. O que provava que o amor e o ódio são faces da mesma moeda.



Sorriu e a beijou no rosto. Lauren se aconchegou instintivamente contra seu corpo e continuou dormindo com uma expressão de paz que comoveu Bianca.





EPÍLOGO:





Quando voltou de sua "lua de mel", Roberta foi jantar na casa de Bianca com a mãe. Foi um jantar de confraternização, em que Bianca pediu desculpas à Roberta pelo que havia acontecido entre elas. Roberta a desculpou dizendo que graças à Bianca, havia conhecido Claire, então isso a absolveu de sua mágoa. O jantar foi cordial e combinaram sobre seus futuros.Claire finalmente achou o apartamento que queria e mudou-se da casa de Bianca, se instalando no Soho.

Lauren se divorciou de Sawer e comprou um novo apartamento juntamente com Bianca, que vendeu o seu e com o dinheiro apurado empregou na compra do novo, entrando com a metade do valor. O imóvel foi registrado em nome das duas, em partes iguais. Elas foram morar juntas, realizando seu sonho de amor. Roberta continuou morando com a mãe, mas raramente para em casa. Ela chega do seu estudo de piano no conservatório, almoça, e à tarde quase sempre vai para a casa de Claire, que a vem buscar em casa.

O amor venceu nos corações de Lauren, Bianca e Roberta, afastando o ódio e a mágoa que os dominava.





FIM









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