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Assim que
despertei senti um pouco de dor no meu braço esquerdo, ao olhar eu a vejo, os
cabelos cobriam parte do rosto dela, como podia ser tão linda dormindo. Pode ver
o lábio levemente inchado, pelos beijos e mordidas quando fizeram amor.
Levemente tirou
o cabelo do rosto, sem dúvida era uma bela mulher, viu uma pequena tatuagem
aparecer em sua nuca, ficou curiosa. Era um símbolo em chinês ou japonês. Ela estava
completamente largada sobre a cama, uma das pernas estava esticada e a outra
meio que dobrada, e parte do corpo estava coberto pelos lençóis.
Queria levantar,
mas estava com receio de acorda-la.
Começou a mover
seu braço levemente substituindo pelo travesseiro.
Foi até o
banheiro e vestiu um roupão, antes de sair do quarto ficou olhando aquela
mulher que dormindo parecia tão inocente. Mas sentia em cada parte do seu corpo
o que ela poderia fazer com ela se desejasse.
Olhou para o relógio
sobre a cômoda e viu que já era final da tarde de domingo, o final de semana
estava no fim, com isso sabia que breve ela também iria. Poderia pedir para que
ela ficasse, mas teria que conversar, afinal nada sabia uma da outra.
Foi nesse
momento que o telefone tocou, atendeu rapidamente não queria que ela acordasse.
Pela hora Maria já havia ido embora.
- alô.
Assim que ouviu
a voz do outro lado colocou a mão sobre o balcão da mesa. Sabia que o final de
semana tudo o que havia mantido fora daquela casa e longe de Juliana, viria com
intensidade.
- desculpe,
podemos almoçar amanha – respondeu.
- ......
- fez boa
viagem? – perguntou
- .......
- hoje não,
estou cansada, nos encontramos amanhã. – retrucou.
- ......
- beijo. –
despediu
Mantinha a
cabeça baixa, mas assim que a levantou deu de cara com Juliana, pelo seu
semblante ela deve ter ouvido algo.
Antes mesmo de
dizer algo, ela falou.
- preciso ir
embora.
- fique – pedi
- acho melhor
não. – respondeu de forma fria.
- precisamos
conversar – disse.
- sobre? –
Ela estava
sendo fria.
Então fui até
ela e tentei pegar em sua mão e ela se esquivou.
- por favor –
pedi – vamos para a sala.
Ela foi à
frente e se sentou numa poltrona indicando que não queria que eu ficasse ao seu
lado.
Respirei fundo
e comecei a falar.
- Juliana, não
sei o que ouvi, mas posso explicar.
- então diz,
pois o pouco que ouvi, parecia que você não queria ver alguém.
Ela definitivamente
não era uma mulher só bonita, mas inteligente também, se queria uma chance com
ela não poderia mentir.
- realmente. Que
tal começarmos pelo dia que nos conhecemos.
Juliana ficou
calada enquanto ouvia.
- nos havíamos brigado,
eu sai para espairecer e acabei indo aquela boate nunca imaginei que algo dessa
forma aconteceria. Não tenho costume de fazer sexo casual.
- foi isso que
fizemos? – ela perguntou
- claro que não – falei repente – daquela noite
em diante eu não consegui tirar você do meu pensamento, voltei à boate diversas
vezes na esperança de te encontrar, toda vez que uma mulher parecida com você
surgia eu ia atrás pensando que finalmente eu havia te encontrado.
Ela dobrou as
pernas e cruzou os braços.
- depois
daquela noite eu voltei para casa, ainda sentia seu gosto, seu perfume,
precisava pensar no que havia acontecido. Depois de uma semana a única certeza
que eu tinha é que precisava dar um jeito na minha vida.
- vocês moram
juntas? – Juliana perguntou.
- não mais, nos
brigávamos muito para continuarmos a dividir a mesma casa. Então começamos a
morar em casas separadas, mas sempre nos encontrávamos.
Reparei quando
uma lagrima desceu sobre o rosto dela. Tentei me aproximar, mas com um único gesto
de mão ela descartou essa ideia.
- vocês estão
juntas? – ela perguntou
Senti o ar
faltar, não poderia mentir.
- sim –
respondi
Então ela se
levantou
- Juliana, eu
preciso conversar com ela, não tive tempo, pois ela estava viajando, me dê
apenas esse tempo para terminar tudo. – disse, temia que ela dissesse não.
Ela respondeu
de costas pra mim.
- desconheço
esse tipo de relação, onde você traí, trás para casa outra mulher, vai para
cama com ela sem se importar de dizer que ela é uma transa... – as palavras
saiam sufocadas.
Eu ouvi, e meu
medo me fez travar.
- Jú, você não
é apenas uma transa, e nunca fiz nada igual – retruquei.
- não importa,
não tem ideia de como me sinto. – disse ela com a voz embargada pelo choro que
segurava.
- me dê uma
chance de falar com ela e acertar tudo isso – disse.
Ela me olhou,
os mesmo verdes que me enfeitiçaram agora me transmitiam a dor que ela sentia,
jamais quis mentir ou ocultar nada dela, mas as coisas simplesmente
aconteceram.
- Jú, não faz
isso, eu preciso conversar com ela.
- converse com
ela, faça como quiser.
- depois
poderei lhe procurar? – a pergunta, representava tudo pra mim.
Ela abaixou a
cabeça e quando levantou vi as lagrimas escorrendo por seu rosto.
- deixe que eu
te procuro, preciso de um tempo.
- me diz como
poderei encontrá-la – implorei.
- não quero que
me encontre, quando e se conseguir assimilar o que aconteceu, eu te procuro,
afinal, sei onde mora.
Dizendo isso
virou e subiu as escadas, poderia correr atrás dela e implorar que ela não
fizesse aquilo, mas sabia que pelo olhar que me lançou nada do que dissesse
adiantaria. Teria que torcer para o que aconteceu conosco fosse mais forte do
que meu erro.
Ela desceu
vestida e com um único olhar saiu.
Deixei meu
corpo cair sobre o sofá e liberei as lagrimas que ameaçavam me sufocar, havia
sido tola. Minha relação com Vanessa já havia chegado ao fim há muito tempo,
mas estava acomodada, éramos sócias então uma coisa se juntou a outra.
......
http://www.youtube.com/watch?v=YqLizSABpu8
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