27/02/2013

Caminhos que nos levam para o Amor

Cont.


eu: - Ela preferiu ficar descansando. Mas, o senhor pode subir, ela está no quarto.

Luís Canella: - Não, se ela quer descansar, eu venho aqui depois que vocês voltarem.

eu: - O senhor tem alguma coisa pra fazer agora a noite?

ele riu.

Luís Canella: - Assistir algum seriado pela televisão, talvez.

eu: - Então me faz companhia no mercado, depois deixo o senhor no flat.

Luís Canella: - Ótimo, bem melhor que seriado.

rimos.

O pai da Paola é super legal, compreensivo, e divertido... é como a filha. Depois que ele saiu de casa, a nossa convivência passou a ser maior, ele sempre nos visitava e aos poucos nos conhecíamos melhor.

Ele sempre me perguntava muitas coisas sobre minha vida, certamente ele estava me estudando, mesmo eu sentindo que ele confiava em mim, eu sabia que pra ele, qualquer informação era muito valiosa. Ele acabou me ajudando a fazer as compras, e foi bem divertido, muito engraçado ele falando que desde criança a Paola, se deixasse, quando ia com ele ao mercado, só trazia doces, e que quase sempre o convencia a traze-los.
Foi muito boa a companhia dele, quase esqueci do encontro desagradável que tive com a mulher dele.

eu: - O senhor e sua mulher não se parecem em nada. 

Luís Canella: - Vocês não tiveram tempo de se conhecer.

eu: - Infelizmente eu sinto como se não tivesse mais nada o que conhecer dela.

Luís Canella: - Não fala a sim Nayara, a Marta é uma pessoa boa, ela só não conseguiu, ainda, aceitar o que você e a nossa filha sentem uma pela outra.

eu: - Desculpa seu Luís, mas a sua mulher me deu motivos pra pensar que ela não é nada do bem.

Luís Canella: - Está acontecendo alguma coisa que eu não saiba?

eu: - Está sim. Eu tinha pensado em ficar calada, mas preciso dividir isso com alguém, e acho melhor que seja com o senhor, que conhece bem sua mulher.

Luís Canella: - O que a Marta está fazendo?

Sugeri que levássemos as compras em casa e depois fossemos há algum lugar, pra conversar, e ele aceitou.

Passei em casa, guardei as compras, fui até o quarto, olhei a Paola, que estava dormindo, e como ainda não tinha jantado, sugeri que fossemos há um restaurante perto do Flat dele.
Chegamos ao restaurante, e pedimos pratos de massa e vinho pra acompanhar.

Luís Canella: - Me conta o que está se passando Nayara.

disse sério.

eu: - Umas semanas atrás o Casillas me procurou na boate,saímos pra conversar, e ele pediu que eu saísse do caminha da Paola, pra que ela pudesse fazer o que é teoricamente certo... ficar com ele. 

Luís Canella: - Ele fez isso mesmo?

eu: - Fez, mas até aí tudo bem, eu até já esperava que em algum momento ele viesse me procurar.

Luís Canella: - Então não foi só isso?

eu: - Não. Acho que quando ele percebeu que eu não desistiria da Paola tão facilmente, resolveu me ameaçar de outra forma.

Luís Canella: - Que seria?

eu: - Me deu a opção de deixar a Paola, ou ela sofreria em poder perder a guarda do filho.

Luís Canella: - O Casillas fez isso?

eu: - Fez, e não fez sozinho. Hoje a sua esposa me esperou na frente da boate, e veio com essa mesma ameaça, a de apoiar o Casillas nessa briga pela criança, se caso eu não deixasse sua filha.

Luís Canella: - Você está me dizendo que a Marta está participando desse absurdo?

eu: - Sinto muito senhor Luís, mas a sua mulher, por mais que eu tente respeitá-la em consideração ao senho e a sua filha, demonstro ser um monstro. Disse que se eu amasse a Paola, me sacrificaria pela felicidade dela.

Luís Canella: - E o que você disse?

eu: - Que a felicidade dela, era ficar comigo.
Luís Canella: - Eu gostaria de acreditar que isso não é verdade.

eu: - Eu entendo o senhor, dá pra notar que o senhor ama muito sua mulher. Mesmo ela não ti merecendo.

Luís Canella: - Ela não era assim.

disse triste.

eu: - Eu sinto muito que o meu relacionamento com sua filha tenha feito vocês dois se desentenderem.

Luís Canella: - Não sinta, você não tem culpa alguma... culpa tenho eu, em ter deixado a Marta agir dessa forma com você.

eu: - Agora sou eu quem digo, o senhor não tem culpa de nada. Tudo que pode fazer pela sua filha, está fazendo.

Luís Canella: - Eu gosto muito de você, vejo a forma que trata minha filha... você cuida e protege ela. Você contou isso a Paola?

Fomos atrapalhados pelo garçom que nos serviu o vinho, mas logo voltamos conversar.

Luís Canella: - A Paola está sabendo dessas ameaças?

eu: - Não, não... o senhor é a única pessoa que sabe. Não pensei em contar pra ela, e deixá-la preocupada, talvez isso fosse fazer mal pra o bebê.
Luís Canella: - Não conte, a minha filha se abate com as coisas muito rápido, e ela está fragilizada, já sofre por não ter a companhia da mãe, não deixe que ela saiba que a Marta e o Casillas estão com essas ameaças.

eu: - No que depender de mim, acredite, eu vou defende-la de tudo e de todos... Mas o senhor não acha que eu deveria dar a ela a opção de não ter que um dia brigar pela guarda do filho?!

Luís Canella: - Tenho certeza que ela não vai ti deixar por isso, mas vai ficar muito triste com a situação. 

eu: - Tenho medo que ela fico com raiva de mim quando souber que não dividi isso com ela, ainda mais sendo uma coisa que atinge diretamente ela.

Luís Canella: - Agora você me tem como aliado, e nós dois vamos conseguir resolver isso sem que a Paola tenha que ter mais esse desgosto. Nayara, eu vejo que você protege a minha filha, e vejo que você é capaz de muito por ela, por isso ti peço pra que juntos possamos resolver isso, evitando um problema pra minha filha.

o olhei, e sorri.

eu: - Não sabe o quanto é bom poder contar com o senhor!

ele sorriu.

Luís Canella: - Fico feliz que você tenha se sentido a vontade em conversar comigo, de coração Nayara,você já é uma filha pra mim.

Me emocionei, senti sinceridade no que ele me disse, e de certa forma essas palavras me confortaram.

eu: - Muito obrigada, eu precisava dessa força.

Luís Canella: - Você é sempre tão forte do lado da Paola, eu acho que você tava precisando de alguém que ti confortasse também.

ele sorriu e eu também.

eu: - Isso é verdade.

rimos.

Jantamos e bebemos algumas taças de vinho... e depois que relaxamos, bebemos mais algumas taças de vinho, mais algumas, e algumas... enfim, bebemos bastante vinho, tive que deixar o carro no estacionamento e voltar de taxi, e o senhor Luís foi pro flat. A noite me fez relaxar e esquecer os problemas que estavam me seguindo.
Paola: - Amor!... Acorda amor! 

disse me sacudindo na cama.

eu: - Oi...

falei com muito sono.

Paola: - Tá na hora de levantar Nayara.

eu: - Já é dia?

perguntei completamente atordoada.

ela riu.

Paola: - Onde você foi ontem a noite? Certamente não foi só fazer comprar.

eu: - Eu fui jantar com seu pai.

continuava deitada, sem abrir os olhos, e ela continuava a rir.

Paola: - Vocês só jantaram? 

eu: - E bebemos vinho.

ela riu com mais vontade.

Paola: - Entendi a ressaca. Você tá indisposta pra viajar?

Me sentei, ainda sem conseguir abrir os olhos.

eu: Me deixa tomar um banho, vou tentar despertar.. A Não...

falei levando a mão à cabeça.

Paola: - O que foi?

eu: - Deixei o carro no estacionamento perto do restaurante.

Paola: - Vai ter que ir buscar lá.

eu: -Tá bom...eu vou tomar um banho, tentar acordar, e vou pegar o carro.

Paola: - se quiser deixar pra mais tarde, eu entendo amor.

eu: - Não... só espera eu tomar um banho.

ela sorriu. 

Paola: - Tudo bem amor, no seu tempo.
Tomei um banho bem demorado pra acordar... ainda bem que vinho não me dava ressaca.

Paola: - Tudo bem amor?

perguntou quando sai do banheiro.

eu: - Tudo ótimo minha linda.

a abracei, beijei seu rosto, sua barriga e disse sorrindo.

eu: - Bom dia pra vocês duas!

ela sorriu.

Paola: - Agora acordou.

rimos.

eu: - Você já tomou café?

Paola: - Não... queria tomar o café fora.

sorri.

eu: - Eu vou pegar o carro e quando voltar ainda temos que arrumar as coisas no porta-mala. Não acho que seja bom você ficar esse tempo todo sem comer.

Paola: - Nem é tanto tempo assim amor.

eu: - Vou fazer uma vitamina com aveia pra você.

Paola: - Não amor, não precisa.

eu: - Faço questão... ou você não gosta da minha vitamina?

ela sorriu.

Paola: - Boba, tem alguma coisa que você faz e eu não gosto?

eu: - Não sei, se tem você nunca me falou.

rimos.

Paola: - Faz a vitamina então.

eu: - Assim que eu gosto.

falei a abraçando.

Só depois de fazer a Paola beber a vitamina, foi que eu fui pegar o carro... e quando guardamos as comprar e nossa bagagem no carro, seguimos viagem.

eu: - Onde você quer comer?

Paola: - Onde você vai me levar?

eu ri.

eu: - Tem uma cidade à uma hora daqui, se você não estiver com muita fome, podemos parar em algum lugar e comer.

Paola: - Pra mim tá perfeito.

Na mala, algumas roupas, bastante comida, e os nossos violões...sempre que ficávamos sozinhas, nos divertíamos tocando violão, e eu tinha uma surpresa pra Paola, na casa do Nick tem um piano... eu sei que umas das coisas que a Paola mas senti saudades da casa dela, é o piano, ela certamente iria fica muito feliz em poder tocar novamente.
A viagem foi tranquila, paramos apenas pra tomar café, e depois seguimos até a casa.

Quando chegamos, pra minha surpresa, a casa era maior do que eu pensava.

Paola: - Não vamos nos perder ai dentro.

brincou.

eu: - pra não arriscar, segura na minha mão e anda com o celular.

rimos.

Assim que entramos eu procurei a cozinha, pra guardar as compras e depois fui procurar a suíte e o piano, pra que eu pudesse mostrar à Paola.

Paola: - Achou a suíte?

eu: - Achei.

falei rindo.

Paola: - Desenhou um mapa pra que possa encontrar de novo?

continuava brincando.

eu: - Fotografei pontos estratégicos pra não me perder.

Paola: - Nossa, amei essa casa, ela é tão aconchegante, meio rústica, legal.

sorri.

eu: - Tem uma coisa que você vai amar quando ver.

ela me olhou curiosa.

Paola: O quê?

eu: - Quer ver agora?

Paola: - Claro!

sorri.

eu: - Então vem.

falei a pegando pela mão e a levando até um salão, onde antes de entrar, cobri os olhos dela com minhas mãos.

Paola: - ai Nayara, não é justo deixar mulher grávida curiosa.

rimos.

eu: - Calma, você já vai descobrir o que é...

Paola: - O que é?

eu: - Uma coisa que eu tenho certeza que você gosta e sente muita falta. 

Paola: - O quê?

eu: - Tinha na sua antiga casa... e a primeira vez que passamos o fim de semana juntas, você tocou pra mim.

Paola: - É um ...

antes que dissesse descobri seus olhos.

Paola: - Um piano!

disse sorridente.

eu: - Quando o Nick me disse que tinha um piano, eu fiquei ainda mais animada em ti trazer pra cá. Sabia que você ia gostar.

ela me abraçou.

Paola: - Ai amor... eu amei, sinto tanta saudades de tocar no meu piano.

eu: - Vai lá então, toca pra mim.

ela sorriu, e foi até o piano.
Paola: - The scientist!

disse antes de começar a tocar nossa música, e eu sorri, me sentando em um sofá e a olhando.

Eu sempre sentia como se me apaixonasse ainda mais por ela quando tocava e cantava nossa música... sentia a emoção dela também, a forma em que sorria enquanto tocava o piano e cantava, lentamente, nossa música, colocando sentimento em cada nota, em cada palavra. 

eu: - Você fica tão linda tocando piano. Me apaixone de novo.

ela sorriu, vindo se sentar no meu colo.

Paola: - Obrigada amor!

eu: - Pelo quê?...

sorri.

eu: - ... Eu não fiz nada.

Paola: - Você é sempre tão atenciosa comigo... eu amo você!

sorri.

eu: - Sempre vai ser assim Paola... Eu te amo muito!

olhei bem nos olhos dela, e acaricie seus cabelos ruivos.

eu: - Você é o que existe de mais importante pra mim, eu vivo pra você! 

Paola: - Eu me sinto tão feliz do teu lado, é como se nada pudesse me atingir, você me protege, cuida de mim, você é tão perfeita Nay.

sorri.

eu: - Perfeita nunca, mas por você eu tento ser.

ela riu.

Paola: - Boba... me beija!
Nos beijamos com delicadeza, eu acariciava sua nuca, e ela passava a língua levemente em meus lábios. Sentia seu coração bater forte, enquanto ela me beijava, sentia a intensidade dos nossos sentimentos.

Paola: - Nossa! 

disse pulando e sorrindo.

acabei rindo também.

eu: - O que foi?

Paola: - Mexeu! Meu bebê mexeu!

ela disse com um sorrido bobo e com os olhos cheios de lágrimas.

eu: - Mexeu?

perguntei encantada com sua expressão.

Paola: - Mexeu sim... eu senti.

disse encantada.

eu: - Nossa menina sentiu o calor do nosso beijo.

ela se emocionou.

Paola: - Mexeu enquanto nos beijávamos.

eu: - Eu sei amor!

sorri e voltei a beijá-la... e agora ela me beijava com uma felicidade ainda maior e mais comovente.
Paola: - Nunca mais eu vou esquecer desse momento.

disse enquanto me beijava.

eu: - Eu não vou deixar que você esqueça.

sorrimos.

Paola: - Eu te amo Nayara!

a olhei fixamente, e ela fez o mesmo.

passei a mão na sua barriga e sorri dizendo.

eu: - Vocês duas são parte de mim, amo muito vocês!

ela me abraçou, e sussurrou no meu ouvido...

Paola: - Faz amor comigo!


Nenhum comentário:

Postar um comentário