Quem disse que amar é simples?
Existem sempre forças contrarias
Que se chocam a todo instante
Umas mais que outras
No final sempre se busca o equilíbrio
Aquele que fará com que suas almas
Se encontrem
Se toquem
Se desejem
E no final
Se amem.
Quando existe amor
Tudo é possível
As barreiras
Tornam-se transponiveis
A verdade do amor
É essa
A cumplicidade
Os gestos
O carinho
O amor sem fim
Quando não existe isso
Tudo que se toca
Transforma-se em nada
E você não guarda nada
Nem mesmo
Sonhos.
25/12/2010
Feliz Natal!
Nessa noite tão especial, fiz um desejo à estrela mais brilhante: “Quero um amor para vida toda”, não pedi nada demais, não quero apenas qualidades, mas tudo, até mesmo os erros que possam vir. Mas quero um amor que me complete, que segure minha mão e que em outra noite como essa, possa estar unidas e não longe, que nossas almas sejam mais que dois pontos no planeta. E sim que sejam complementares e possamos viver em eterna cumplicidade. Que desse amor nasça frutos, que desses frutos crie-se novos caminhos e que desses caminhos, sejam feitos novos tempos.
Feliz Natal é um Ano Novo de muita luz e esperança, que nossos sonhos deixem de ser sonho para ser realidade. Bjs
18/12/2010
Uma canção
De longe reparei em ti
No caminhar sempre seguro
Nos seus traços ainda jovem
Mas também vi seu olhar
Triste, opaco, sem vida.
Fiquei ali, parada.
Com as mãos no bolso
Apenas esperando
Que você continuasse
Então você parou
Olhou para o horizonte
Como se nada mais tivesse a frente
Então eu cantei...
Na esperança de que soubesse
Que estava ali por você
Apenas esperando
Que seu olhar
Se transformasse
E derrepente se fixasse em mim
E que de uma forma
Visse em mim
O amor que poderia lhe dar
Que só você despertava em mim
Mas ainda assim
Irei te esperar
Mesmo que não se lembre de mim
Nem de nós.
No caminhar sempre seguro
Nos seus traços ainda jovem
Mas também vi seu olhar
Triste, opaco, sem vida.
Fiquei ali, parada.
Com as mãos no bolso
Apenas esperando
Que você continuasse
Então você parou
Olhou para o horizonte
Como se nada mais tivesse a frente
Então eu cantei...
Na esperança de que soubesse
Que estava ali por você
Apenas esperando
Que seu olhar
Se transformasse
E derrepente se fixasse em mim
E que de uma forma
Visse em mim
O amor que poderia lhe dar
Que só você despertava em mim
Mas ainda assim
Irei te esperar
Mesmo que não se lembre de mim
Nem de nós.
Vazio
Através de você
Tive o melhor de mim
Consegui me ver como uma mulher
Capaz de amar
E de se fazer amar
Pouco a pouco fui me perdendo
Porque sei que perdi você
Um dia ali
Outro dia tudo vazio
Nada importava
Desde que você sumiu
Deixando para trás
Um rastro de tristeza
De sonhos desfeitos
De um querer sem fim
Mas ainda assim
Eu menti
Menti pra mim
Que poderia viver sem você,
Eu não posso
Preciso de ti
Como preciso de ar
Preciso de ti
Como preciso de vida.
Uma noite apenas
Foi à marca que deixou
O perfume pelo quarto
Os lençóis desalinhados
Os travesseiros jogados
Tudo naquela noite
Foi ilusão
Ou perfeito
Não sei dizer
Mas tudo agora lembra você
As mulheres que toquei
Beijei
Ou amei
Nenhuma delas é
Ou será você
Ainda carrego em meu corpo
A sua marca
O seu perfume
E ainda desejo
Tudo
O que tive aquela noite
Que ao final
Transformou-se
Em meu tormento
Meu único alento
Como encontrar você?
Bom dia!!
Como devem ter percebido tenho andado meio afastada daqui, mas pretendo voltar assim que acabar a correria de festas de final de Ano. Então agradeço desde já todas (os) aqueles que visitam esse cantinho que é muito especial.
Que os céus abençoe seus caminhos, que neste final de mais um ano que finda possamos repensar e refazer nossos planos, afinal, buscamos aprimoramento em tudo na vida, não seria diferente no amor.
FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO!!!
08/12/2010
Desejo muitos momentos
Mas o que mais anseio
É aquele que irei dividir com você
Através de sua presença
Dos toques
Dos beijos
E do desejo que desperta em mim
Desejo esse que me faz viver
E querer sentir a batia do coração
Junto ao seu
Durante o beijo compartilhado
Entre as palavras de carinho
E finalmente o encontro de nossos corpos
Entregues ao momento em êxtase
De puro querer Prendendo em suas curvas
E me fazendo mulher em seus braços
Assim como desejo que seja minha.
07/12/2010
Boa noite!
Bem os pezinhos já estão aquecidos, o que já não era sem tempo. Bem resumindo esse lance, foram ofertados vários pares de meias para que tal reclamação n viesse mais a tona..rs. Adriana agradece as gentis contribuições. Tenham uma bela quarta. Bjus
Mais cedo
Do que um beijo
Foi o despertar de minha alma
Ao encontro da sua
Que durante um sonho louco
Transformou minha vida
Trouxe você até mim
Hoje posso tocar-te
E sentir seu perfume
Não me prendo aos sonhos
Que antes ansiava
Pois era o único momento
Que nos encontrávamos
Agora eu tenho todos os dias para te sentir
E ser feliz ao seu lado
Guardo cada momento como se fosse único
Pois todos são importantes
Assim como você.
Bem os pezinhos já estão aquecidos, o que já não era sem tempo. Bem resumindo esse lance, foram ofertados vários pares de meias para que tal reclamação n viesse mais a tona..rs. Adriana agradece as gentis contribuições. Tenham uma bela quarta. Bjus
Mais cedo
Do que um beijo
Foi o despertar de minha alma
Ao encontro da sua
Que durante um sonho louco
Transformou minha vida
Trouxe você até mim
Hoje posso tocar-te
E sentir seu perfume
Não me prendo aos sonhos
Que antes ansiava
Pois era o único momento
Que nos encontrávamos
Agora eu tenho todos os dias para te sentir
E ser feliz ao seu lado
Guardo cada momento como se fosse único
Pois todos são importantes
Assim como você.
Boa noite!
Um lindo passarinho me contou que gostaria de ler um texto, então voltei aqui para deixar o texto. rs, na ânsia de encontrar nas palavras o alento que tanto toca a alma, na verdade as vezes as palavras não são assim, mas um desabafo que corroí uma alma dolorida que cansada de tanta sofrer utiliza os subterfúgios das palavras.
Hoje não sou nada
Que palavras ao vento
Amanhã serei uma esperança
No futuro serei mais que um desejo
Realizado
Serei algo concreto
Que nasceu de uma vontade
E no final serei tudo o que necessita
Minhas palavras calam
Escondem meias verdades
Mas são palavras que trazem mais
Que um significado
É tudo o que você tem hoje
Mas o amanhã
Será sua realização
E meu destino
PS: obrigada por ler os textos. Bjus e bons sonhos
Um lindo passarinho me contou que gostaria de ler um texto, então voltei aqui para deixar o texto. rs, na ânsia de encontrar nas palavras o alento que tanto toca a alma, na verdade as vezes as palavras não são assim, mas um desabafo que corroí uma alma dolorida que cansada de tanta sofrer utiliza os subterfúgios das palavras.
Hoje não sou nada
Que palavras ao vento
Amanhã serei uma esperança
No futuro serei mais que um desejo
Realizado
Serei algo concreto
Que nasceu de uma vontade
E no final serei tudo o que necessita
Minhas palavras calam
Escondem meias verdades
Mas são palavras que trazem mais
Que um significado
É tudo o que você tem hoje
Mas o amanhã
Será sua realização
E meu destino
PS: obrigada por ler os textos. Bjus e bons sonhos
Amizades nascem a cada dia, umas serão eternas outras apenas o tempo que findar o verão. Tenha uma bela Terça. bjus
Hoje aqui
Não posso apenas fechar os olhos
Pois sempre verei você
Seu sorriso doce
Na forma de virar a cabeça
No modo fácil de sorrir
Mas lá no fundo
Nem sempre é fácil
Mas em algum ponto
Nossas vidas se esbarram
Na forma como toco você
Quando nossos lábios se tocam
Na forma como a olho
Sei que nesse momento
Você esquece tudo
O seu mundo torna-se meu
Onde podemos sonhar
Desejar
E ser feliz
Basta se segurar
Que jamais a deixarei cair
Confie no amor, apenas confie
Hoje aqui
Não posso apenas fechar os olhos
Pois sempre verei você
Seu sorriso doce
Na forma de virar a cabeça
No modo fácil de sorrir
Mas lá no fundo
Nem sempre é fácil
Mas em algum ponto
Nossas vidas se esbarram
Na forma como toco você
Quando nossos lábios se tocam
Na forma como a olho
Sei que nesse momento
Você esquece tudo
O seu mundo torna-se meu
Onde podemos sonhar
Desejar
E ser feliz
Basta se segurar
Que jamais a deixarei cair
Confie no amor, apenas confie
05/12/2010
Solidão
Quando a solidão tomar conta do meu ser
Serei tragada para um universo sem sentidos
Onde ficarei a espera
De um dia após o outro
Sem novidades
Sem toques
Sem voz
Sem cheiro
Onde nada me lembre você
Que me condena ao vazio da espera
Que deixa meus sentimentos
Em uma espiral do tempo
Onde não sei que direção seguir
Onde encontrarei suas mãos
Que poderiam me guiar
Mas são elas que me repelem
Negando-me a única fonte de segurança
Fazendo-me ficar a deriva
Sem porto
Sem amor
Sem sentido
Incertezas
Desconheço em ti as certezas do amor
Visto que de maneira dúbia
Priva-se de me amar
Com seu jeito meigo você me cativa
Mas sua razão me repele
Seus instintos se tornam falhos
Quando digo que te amo
Sem que tenha medo de se entregar
De traçar ao meu lado caminhos por muitas vezes
Diferentes daqueles tão sonhados
Por receio ou rebeldia
Você luta com sua razão e emoção
Transforma meu amor
Em algo secundário
Que esta ali a medida
Que precisa e quando não
O deixa de lado para que não a incomode
E não se choque com sua realidade
Então “será” que vale lutar por um amor
Que desconheço
Que não sabe quem sou
Que nem mesmo sonha comigo
Que deseje meu toque
Que apenas aguarda
As incertezas
Se tornarem certezas
De que nunca abrirá mão de si
Para construir um “nós”.
Visto que de maneira dúbia
Priva-se de me amar
Com seu jeito meigo você me cativa
Mas sua razão me repele
Seus instintos se tornam falhos
Quando digo que te amo
Sem que tenha medo de se entregar
De traçar ao meu lado caminhos por muitas vezes
Diferentes daqueles tão sonhados
Por receio ou rebeldia
Você luta com sua razão e emoção
Transforma meu amor
Em algo secundário
Que esta ali a medida
Que precisa e quando não
O deixa de lado para que não a incomode
E não se choque com sua realidade
Então “será” que vale lutar por um amor
Que desconheço
Que não sabe quem sou
Que nem mesmo sonha comigo
Que deseje meu toque
Que apenas aguarda
As incertezas
Se tornarem certezas
De que nunca abrirá mão de si
Para construir um “nós”.
ADA !
Como n consigo postar o final do conta na pagina dele, tentarei por aqui.. desculpe o transtorno.
Capítulo 2: Será um final feliz?
(por Cacau , adicionado em 19 de Fevereiro de 2006)
A discussão acabou mal. Mas Cristina, que saiu decepcionada com seu pai, estava orgulhosa de si. “Como fui idiota. Perdi Helena por acreditar que poderia ter o apoio de meus pais”. Ela caminhou por um tempo. Precisava pensar em como agir dali em diante. Afinal, ela abriu o jogo com sua família, sentia-se bem, apesar da decepção. Sempre gostou de dizer a verdade. Não sabia mentir. Agora sabia que poderia tentar reconquistar Helena de cabeça erguida. Mas o que fazer “pra derreter o coração daquela cabeça dura”? Ligou para Marcos. “Ele saberá como me ajudar”.
- Bom dia, Marcos. Tudo bem?
Marcos atendeu meio sonolento.
- Tudo, Cris. Aconteceu algo grave pra me ligar às 10h da manhã?!
- Desculpe, Má. Preciso de sua ajuda, de uma luz. Não sei mais o que fazer pra Helena me perdoar ou pelo menos me ouvir.
- Eu devia saber. O problema de sempre. Amiga, a coisa esta feia. Tentei falar, mas ela nem me deu bola, não quis ouvir uma única palavra. E o pior: ainda por cima me chamou para irmos a uma boate. Disse que um amor se cura com outro. E que vai voltar a pegar geral....
Cristina arrepiou-se.
- Que droga! Ela tem razão para estar brava, mas não pra procurar outra. É uma galinha mesmo e a boba aqui sofrendo. Melhor esquecer mesmo.
Marcelo tentou adotar um tom mais conciliador:
- Amiga, nada de desânimo. Helena está se fazendo de durona. Sei o quanto ela está sofrendo, mas não consegue admitir nem sob ameaça de morte.
- Depois da festa de amigo secreto não a verei mais. Portanto, só tenho que agüentar esses últimos dias. Depois vou tentar esquecê-la de vez.
- Pare de ser derrotista, Cris. Lute pelo menos uma vez! – tentou animar, mas depois ficou pensando alto: - Humm, festa de amigo secreto? Onde e quando será essa festa?
- Nem fique interessado. Será só para funcionários, mas vai acontecer no dia 22, na empresa mesmo. Será minha última chance de vê-la, pois ela tem me evitado. Depois só a verei em reuniões.
-Cris, essa é a sua chance amiga. Não pode deixar passar essa oportunidade.
- Como assim, Má? Qual oportunidade? O que você está planejando?
- Amiga, me ouça. Vou dizer o que você tem que fazer. Duvido que depois disso ela não volte a ficar de quatro por você.
Marcos falou sobre seu mirabolante plano e Cris gostou da idéia.
Helena evitou Cristina de todas as formas imagináveis. Se por acaso Cris entrava no elevador e ela já estava, saía e ia pelas escadas. Se Cris já estava no elevador, ela não entrava e esperava o próximo. Quando estava no escritório trancava a porta e dava ordens expressas a Vera para não marcar reuniões com Cristina. Devolvia flores, presentes e bombons que Cristina enviava, acompanhado por um cartão desaforado: “Cristina, agora quem não pode aceitar sou eu. Me esqueça”.
Finalmente o dia 22 de dezembro chegou. O escritório estava em festa. Último dia de trabalho. Após o almoço não houve expediente e a tarde foi reservada para confraternização entre os funcionários. Como de costume Helena agradeceu a todos pelo desempenho durante o ano, deu apertos de mão, distribui gratificações e presentes para os funcionários que mais se destacaram. Foi montado um palco para que cada um apresentasse seu amigo secreto da forma mais criativa possível. Cristina demorou a aparecer. Helena conversava com Kely, mas a todo minuto procurava com olhos instintivamente por Cristina. Finalmente chegou a vez de Helena revelar quem era o seu amigo secreto.
- Gente, gostei da criatividade de todos para revelar o seu amigo secreto. Mas a forma que encontrei para dizer quem é o meu amigo foi fazendo uma homenagem. A pessoa a qual me refiro trabalha comigo há anos, sabe tudo sobre mim e me conhece mais do que eu mesma. Ela tem uma paciência infindável, um amor e uma grande competência no trabalho e essa qualidade vi em poucas pessoas. Alguns dizem que ela puxa meu saco, mas, na verdade, sei que ela tem um carinho enorme por mim. Só tenho a agradecer e dizer que a amo. Peço desculpas pelas minhas grosserias desse ano, mas já adianto que ano que vem vou repeti-las. Portanto, Vera vá se preparando.
Os outros funcionários, na empolgação do discurso, gritavam: “marmelada, marmelada”...
Vera não se cabia em contentamento. Acabou chorando com as palavras de Helena e, encabulada, subiu para abraçá-la e receber seu presente.
- Vera, esse ano você vai ganhar um presente especial. Sei que você é louca pra conhecer a Itália, Veneza. Portanto, comprei duas passagens e reservei um hotel por vinte dias. Pode levar quem você quiser, até o chato do seu marido – ela foi dizendo, sorrindo, num tom mais baixo, com o microfone abafado pela mão - Nesse envelope tem fotos de 25 garotos de programa pra você escolher o que mais gostar. Pode escolher qualquer um que eu também pago. Quero ver um sorriso no seu rosto o ano todo, Vera.
A secretária ficou com o rosto vermelho de vergonha.
-Helena, você acha que eu sairia com um garoto de programa?
- Não sai porque é boba, mas tudo bem. Se quiser, é só escolher – respondeu Helena, piscando o olho – Vera, agora pode entregar o meu presente. Esse ano não precisa de discurso e fingir suspense.
- Quem disse que você é a minha amiga secreta?
Helena sorriu sem entender a reação da secretária:
- Vera, há 6 anos sou sua amiga secreta. Todo mundo sabe disso. Não sei se você rouba ou se ninguém quer ser meu amigo... Só sei que você sempre fica com a grata função.
Helena insistiu, ainda em tom de brincadeira:
- Vai, Vera: tô ansiosa. Passa meu presente.
A secretária continuou negando:
- Helena, já disse que não é você.
Helena desce do palco com a cara emburrada. Vera tentou se justificar pelo microfone:
- Gente, vocês não acreditam, mas nos seis anos anteriores foi pura coincidência eu ter a Helena como minha amiga secreta. Mas Deus esse ano ouviu minhas preces e me deu outra amiga.
Helena respondeu lá de baixo:
- Vera, já estou me arrependendo de ter te elogiado tanto.
Todos riram.
- Á principio tive minhas divergências com ela, não gostei do seu jeito senhora de si, mas com o tempo vi qualidades enormes. Ela é muito gentil e educada ao tratar as pessoas, tem uma competência fora do comum. E se um dia a Helena enjoar de mim quero ser a secretária dela.
Helena interfere mais uma vez:
- É assim que ela me agradece pela viagem? Pode devolver o presente, disse Helena irritada.
Vera sorri.
- Helena, pare de sentir ciúmes. Você é única e sabe disso – e olhando para a pequena platéia, revelou – Bom, a minha querida amiga é a Cristina.
Todos assoviaram. Os rapazes gritaram em coro: “gostosa, gostosa”.
Cristina subiu sem jeito ao palco. Estava visivelmente encabulada. Deu um abraço forte em Vera e recebeu um lindo colar de presente.
- Não sei nem o que dizer. Aproveito o momento para agradecer a todos, pois me receberam de braços abertos. Deram-me toda ajuda e o apoio necessário para que eu pudesse desenvolver meu trabalho de uma forma tranqüila – ela começou dizendo - Todos sabem que trabalhar ao lado de dona Maria Helena não é fácil. Ela é exigente, sistemática, tem horários britânicos, mas todas essas qualidades, que uns podem achar que são defeitos, me ajudaram a desenvolver um excelente trabalho nesses últimos meses. Aprendi muito com ela e estou muito feliz em trabalhar na S&TI. Realizei um sonho e ser promovida foi à prova que meu trabalho e esforço foram reconhecidos.
Helena ouvia o discurso de Cristina e pensava: “Nossa, ela acha que sou chata assim?”. Cristina continuou a falar:
- Tive a oportunidade de tirar como amiga secreta à pessoa mais importante na empresa e na minha vida. Essa pessoa me mata de raiva algumas vezes, mas por todos os momentos me enche de alegria. Estar ao seu lado é viver intensamente: é ser criança e mulher ao mesmo tempo. Ela me faz sentir que sou capaz, me dá forças, me encoraja mesmo que seja a fazer burrada. Ela me faz ver o mundo com seus olhos e esse é um mundo mais colorido, mais simples de ser vivido.
Cristina faz uma pausa e recomeça, com um tom emocionado:
- Desde que comecei a trabalhar na S&TI, ela esteve ao meu lado em todos os momentos e no momento mais difícil da minha vida pessoal, ela estava lá em pensamento, mas estava lá. Lembrei de suas palavras: “Cris, as coisas que realmente conquistamos ninguém nos tira”. Foi acreditando nessas palavras que consegui meu espaço na S&TI e sei que estou dentro do coração da mulher mais turrona, mais cabeça dura, mas que eu amo muito, amo mesmo.
Ela disse isso e encheu os pulmões de ar antes de falar:
- Minha amiga e amor secreto é Helena.
Fez-se um silêncio geral. Ninguém acreditava no que estava ouvindo. Helena bebeu todo o whisky do copo de uma vez. Não mexia um só músculo.
Cristina, não satisfeita com o discurso que parou a festa, tirou um pequeno papel do bolso e leu o poema:
“Amo amar você / Amo amar você / porque exatamente não sei dizer/
são tantos os benefícios que me trazes / tantos malefícios que também me fazes/ mas amo amar você mesmo assim.../ Amo amar você / às vezes com este teu jeito moleque / que muito me diverte
outras vezes jeito de velho ranzinza / mas amo amar você mesmo assim... / Amo amar você / que uma hora me abraça com carinho
outras me diz palavras em desalinho / me deixando sem saber o que fazer / mas amo amar você mesmo assim.../ Amo amar você /
quando se põe dengosa querendo colo / quando nem quer ouvir minha voz / aprendi a compreender você, então / amo amar você...”
Helena sentiu o mundo parar nesse momento, suas pernas tremiam, suas mãos suavam frio. Ficou pálida. Não sabia se ficava alegre, se corria pra abraçar Cris ou se fugia dali. De repente sentiu uma cotovelada de Vera em suas costelas.
- Helena, ela está fazendo uma declaração de amor pra você. Deixa de ser turrona e vá até lá agora!
Todos estavam ansiosos para ver a reação de Helena. E sentindo o chão fugir dos pés, caminhou até o palco, pegou o presente da mão de Cris, deu-lhe um abraço apertado e um beijo no rosto. Afastou-se sem dizer uma só palavra. Caminhou para o seu escritório lentamente. O que tinha acontecido? Estava acostumada a surpreender as pessoas e não a ser surpreendida. Ouvir e ver Cristina revelar que a amava na frente de todos do escritório deixou sua cabeça em parafuso. Imaginava o esforço e a coragem que Cristina teve. Encheu-se de carinho, os olhos encheram-se de lágrimas, sentou-se em sua cadeira de costas para a porta. Abriu seu presente. Era um quadro com o desenho do Homem Aranha que, com uma mão segurava-se na teia e, segurando seu pescoço estava Helena.
Ela não segurou-se e riu da montagem feita. Prestou mais atenção e percebeu algo estranho. Viu que a cor dos olhos do Homem Aranha eram negros. E a boca parecia muito familiar. Olhou fixamente e percebeu que eram de Cristina. Ficou passando os dedos sobre os lábios daquele desenho. Parecia anestesiada. De repente sente algo frio encostar-se em sua nunca. Ouviu uma voz masculina dizer:
- Não se mexa, não faça nenhum movimento brusco. Assim não machuco você.
- O que você quer? – ela perguntou abismada, sem entender o que estava acontecendo.
- Fique quieta e faça tudo que eu mandar.
Helena levantou as mãos e disse, temerosa:
- É só dizer o que quer que eu dou: dinheiro, jóia.
- Só quero que cale a boca.
O homem colocou um capuz sobre a cabeça de Helena e a algemou na cadeira. Helena ficou calada. Achou estranho toda a movimentação na sala. Ouvia passos de mais de uma pessoa e a voz masculina não lhe era estranha.
“Ahhh, quando sair daqui saberei quem é o sacana. Ele não sabe que está sendo filmado”.
Continuava ouvindo passos, sussurros, barulho da mesa sendo arrastada.
“O que será que eles estão fazendo?”. Começou a sentir medo. O medo fez com que Helena visse toda sua vida em um rápido flashback. Lembrou das brincadeiras com seu irmão e com Esther, lembrou do cheiro do bolo de cenoura com cobertura de chocolate que Zefinha fazia todas as tardes de sábado, lembrou da primeira vez que foi ao escritório com seu pai e do orgulho que sentiu quando ele disse que aquela cadeira um dia seria dela, lembrou do dia que acordou toda arrebentada no hospital devido à queda de uma moto e quando abriu os olhos sua mãe estava segurando sua mão, lembrou do nascimento dos sobrinhos um a um, lembrou do dia em que viu Cristina pela primeira vez, sentiu vontade de chorar tinha medo de morrer e não poder dizer a Cristina o quanto a amava, “como fui idiota porque não disse a ela tudo o que sinto há cinco minutos atrás”. De repente, ouviu a música “Kiss”, do Prince.
- O que está acontecendooooo? - perguntou brava.
Seu capuz foi retirado e viu Cristina vestida de Mulher Gato dançando sensualmente pra ela.
Helena não conseguiu esconder a cara de espanto, mas no segundo seguinte, colocou o seu melhor sorriso sacana no rosto. Sentiu um alivio. “ Obrigada Deus por me dar mais uma chance “.
Cristina dançava e tirava a roupa fazendo um striptease maravilhoso para o deleite de Helena. Ao término da musica, Cristina estava só de salto e meias pretas e máscara. Caminhou até Helena sentou-se em seu colo e beijou sua boca. Ofegante, Helena tentou abraçá-la, mas estava algemada.
- Porra, Cris! De novo não!
Cristina pousou o dedo indicador em seus lábios fazendo que se calasse.
Beijou novamente Helena. Um beijo longo, ardente, com desejo. Ao final, mordeu o lábio inferior de Helena. Percorreu com o dedo os seios de Helena sobre a blusa e de súbito abriu sua camisa arrancando todos os botões, deixando os seios à mostra sob o sutiã. Cristina beijava seu colo e colocava uma de suas mãos por dentro do sutiã, acariciando o seio rijo e excitado. Com a outra mão ergueu a saia de Helena e pode sentir como ela estava excitada.
- Cris, me solte, por favor. Quero te tocar, preciso estar dentro de você.
Helena sussurrava entre os beijos dados no pescoço de Cris.
- Não Lê, quero você assim. Quero ter você pra mim.
Cris levantou-se do colo de Helena e foi até o aparelho de som. Colocou outra música: “Nothing Compares 2U” (Sinead O´Connor) e depois retirou de uma bolsa um pênis duplo. Encaixou em seu corpo e o fez de forma que Helena apreciasse a cena. Helena sabia que estava apaixonada por Cristina desde aquela manhã em seu apartamento onde foi possuída por ela. Sabia que se acontecesse novamente não teria mais coragem para fugir...
- Cris, meu amor, deixa que eu uso esse brinquedo em você.
Cristina não respondeu. Sabia que era sua última chance de ter Helena de uma vez só pra ela. Caminhou devagar, queria torturar sua mulher. Passou pela mesa e pegou uma tesoura. Agachou-se em frente a Helena e cortou sua calcinha. Introduziu um dedo e sentiu o calor do corpo de Helena, que parecia estar pegando fogo. Helena gemeu, começou a mexer os quadris.
“Resistir pra quê, Helena?!”.
Cris sentiu que o gozo estava próximo e sugou Helena com todo o desejo do mundo. Helena debatia-se na cadeira, sentia muito prazer, gozou rápido, um gozo intenso. Cristina levantou e ficou entre suas pernas. Beijou sua boca novamente e compartilhou o gosto. Cris puxou os quadris de Helena para frente e abriu bem suas pernas, introduzindo o brinquedo de uma só vez. Começou a fazer movimentos lentos, mas gradualmente foi aumentando o ritmo. Helena cruzou as pernas sobre suas costas, mordia seu ombro cada vez mais a medida que outro orgasmo chegava. Gozaram dessa vez juntas, um gozo único e intenso. Os espasmos não paravam. Seguiam-se outros. A respiração ofegante. As pernas de Cris fraquejaram e ela sentou-se no colo de Helena, abraçada ao seu pescoço. O mundo, que tinha parado para as duas, voltou a girar. Aos poucos a respiração foi voltando ao estado normal e então, Helena falou ofegante:
- Meu anjo, por favor, solte minhas mãos.
Cris pegou a chave das algemas que estava presa em seu sapato e soltou os pulsos de Helena, marcados após o esforço feito. Cristina beijou carinhosamente cada um dos pulsos.
- Desculpe, meu amor. Não queria te machucar.
Helena sorriu, maliciosa:
- Não tem problema. Quero que me machuque assim todos os dias.
Cristina fixou seus olhos nos de Helena:
- Lê, me perdoa? Fica comigo? Eu te amo muito. Não sei viver mais sem você, sabia?
- Claro que sei. Quem prova de Maria Helena nunca mais esquece.
Cristina abraçou-se a ela e disse, com o rosto enterrado em seu peito:
- Sua convencida. Mas amo esse seu convencimento, amo seu sorriso, amo seu jeito de fazer amor comigo, amo cada pedacinho de você.
Cristina beijou-a novamente e pediu:
- Lê, fica comigo pra sempre?
Helena abraçou-a com força e com carinho.
- Cris, obrigada por não ter desistido de mim. Ficarei com você pra sempre sim ou até você enjoar de mim.
- Enjoar de você, como? Como vou enjoar da mulher que amo e que a cada dia me surpreende? Só se eu fosse maluca.
Ficaram abraçadas por um tempo trocando beijos e juras de amor eterno. Fez-se silêncio por uns instantes, cada uma envolta em seus pensamentos. Foi quando Cristina quebrou o silêncio e disse:
- Lê, quero te pedir uma coisa.
- Tudo o que você quiser.
- Quero meus presentes que estão no cofre. A maioria nem sei o que é. Passei todo esse tempo morta de curiosidade.
Helena soltou uma gargalhada.
- Bem feito, sua orgulhosa. Se tivesse ao menos aberto antes de devolver... eu disse que um dia você aceitaria todos os meus presentes. Se tivesse sido paciente, pelo menos já saberia o que era.
- Ahh, vá pegar, por favor – disse Cristina, fazendo bico.
Helena carregou Cristina no colo até o sofá. Abriu o cofre e voltou com os braços carregados de pacotes. Cristina abria todos os pacotes feito uma criança. Á medida que abria e via os presentes, seus olhos brilhavam de felicidade. Helena colocava nela os brincos, o colar, a pulseira, vestiu a lingerie preta. Helena deixou por último uma pequena caixa.
- Esse aqui era pra ser entregue no dia que fiz a declaração de amor a você, mas depois de tudo, desisti de entregar.
- Por que? Abre, quero ver.
Helena abriu e retirou duas alianças de brilhante. Não precisou dizer o motivo por não ter entregue. Helena pigarreou e disse:
- Cristina Isabel, aceita ser minha companheira na saúde e na doença, na alegria e na tristeza ou até que uma pilantra nos separe? – ela disse e sorriu. Mas voltou a ficar séria:- Prometo que, se aceitar lhe darei muito amor, carinho. Prometo que cantarei todos os dias para você acordar, prometo ser mais tolerante, menos chata. Prometo que ouvirei sua músicas bregas sem reclamar e serei a mais fiel possível por toda a minha vida.
- Aceito – disse Cristina entre gargalhadas.
Depois, disse séria, olhando dentro dos olhos de Helena:
- Se uma pilantra aparecer entre nós, prometo furar os olhos dela ou os seus. Aceito muitas coisas, menos traição, portanto, se quiser ficar comigo, será só comigo porque serei só sua, entendeu?
- Tá bom, tá bom, pode confiar.
Trocaram as alianças, colocando-as no dedo. Cristina não se cabia em contentamento. Depois de um certo tempo contemplando a aliança no dedo anelar, Cris comentou:
- Lê, não vi a roupa do Homem Aranha que você me deu.
- Você recusou, peguei pra mim! – ela disse, sorrindo e abraçando Cristina - Sabia que aquela roupa é a original do primeiro filme? Gastei uma fortuna nela. Pena, porque ficou pequena em mim.
- Quero de volta minha roupa. Você me deu. Não pode pegar pra você.
- Cris, você devolveu, portanto me pertence. Não vou dar novamente. Peça outra coisa.
- Helena, quero a roupa de volta ou nosso casamento está acabado agora.
- Cristina, não apela. A roupa está lá em casa. Você pode ver de vez em quando. Eu deixo.
- Lêêê..........quero minha roupa de volta.
- Não vou dar....
A discussão boba prossegue.
Passou-se uma semana. Dia 31 de Dezembro. A família de Helena toda reunida na casa de Esther para o reveillon. Helena está um pouco pensativa. Há muito tempo não comemorava o Ano Novo e seu aniversário com sua família. Estava sempre em festas com amigos e com mulheres que, no dia seguinte, nem lembrava o nome. Estava feliz por estar ali com Cristina, com Esther e com as crianças. Nem brigou com sua mãe como de costume. Estava muito feliz para deixar que algo ou alguém estragasse esse momento.
Percebeu que começava a contagem regressiva e arrastou Cristina para a biblioteca. Queria ficar a sós com ela na passagem daquele ano. Entre os beijos ouvem as pessoas contando 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1! Os fogos anunciam a chegada do Ano Novo.
- Feliz Ano Novo e Feliz Aniversário, Helena – diz Cristina.
- Obrigada, meu amor. Esse é o aniversário mais feliz da minha vida. Ter você comigo é o melhor presente que eu podia ter – ela diz, emocionada - Feliz Ano Novo pra você também.
- Helena, você só poderia ter nascido mesmo no dia 1 de janeiro. Não imagino outro dia ideal.
- Por que?
- Porque no dia primeiro desejamos mudança em nossa vida e na dos outros. Desejamos felicidades, desejamos tudo de bom e você é tudo isso: mudança contínua, alegria e é tudo de bom na minha vida.
Helena abraçou e beijou carinhosamente Cristina, e disse baixinho em sue ouvido.
- Cris, já disse que não quero que soltem fogos no meu aniversário mas todos os anos é a mesma coisa, ai é duro ser famosa!!! Ganhou um pequeno beliscão. – Convencida. Cristina a levou para a sala para comemorarem o ano novo com todos.
"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial: industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar, que daqui para diante vai ser diferente.” (Carlos Drummond de Andrade).
FIM
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Gostaria de pedir desculpas às leitoras pelo atraso no envio dos capítulos e agradecer pela paciência e pelo carinho que me foi dado.
Quero fazer um agradecimento em especial a quatro pessoas que foram essenciais que me ajudaram muito no início e no término do conto.
A primeira pessoa é a Lea, se não fosse por seu apoio e incentivo não teria voltado a escrever, e teria largado algo que me dá muito prazer.
A segunda pessoa é Hanna-K, me ajudou com a revisão dos capítulos, teve paciência comigo, foi amiga em todas as horas, depois que eu a conheci voltei a acreditar nas pessoas, voltei a acreditar que ainda existem pessoas que ajudam as outras apenas pelo prazer de ajudar sem nada esperar em troca.
A terceira pessoa é a Sara G, minha primeira fã e que por coincidência parece fisicamente com a Maria Helena, às vezes quando a imagem de Helena fugiu da minha cabeça eu olhava pra foto da Sara e continuava escrevendo. Uma garota linda, meiga, inteligente.
E por último minha amiga Mascote. Sem ela com certeza não teria terminado o conto, ohhh mulher insistente, brigava comigo porque demorava pra escrever me dava cada bronca, ta ai amiga terminei..ris.
Obrigada a todas que enviaram e-mail com criticas, sugestões e elogios. Essas palavras foram importantes, é imprescindível para um autor saber se o que escreve esta atingindo as pessoas da forma que esperava. Acredito que o meu objetivo tenha sido atingido se em apenas um momento tirei um sorriso de vocês.
Escrever Quem é essa mulher me proporcionou muito prazer, e o maior prazer que me deu foi aumentar meu circulo de amigos entre eles: Bia, Dada,Rose, Carla, Karol e a minha amada Verônica.
Vou escrever a continuação desse conto, Helena e Cristina tem muita coisa pra contar ainda, mas essa idéia ainda esta nascendo mas quando estiver pronta compartilharei com o vocês. Obrigada e um grande beijo no coração de todas
Capítulo 2: Será um final feliz?
(por Cacau , adicionado em 19 de Fevereiro de 2006)
A discussão acabou mal. Mas Cristina, que saiu decepcionada com seu pai, estava orgulhosa de si. “Como fui idiota. Perdi Helena por acreditar que poderia ter o apoio de meus pais”. Ela caminhou por um tempo. Precisava pensar em como agir dali em diante. Afinal, ela abriu o jogo com sua família, sentia-se bem, apesar da decepção. Sempre gostou de dizer a verdade. Não sabia mentir. Agora sabia que poderia tentar reconquistar Helena de cabeça erguida. Mas o que fazer “pra derreter o coração daquela cabeça dura”? Ligou para Marcos. “Ele saberá como me ajudar”.
- Bom dia, Marcos. Tudo bem?
Marcos atendeu meio sonolento.
- Tudo, Cris. Aconteceu algo grave pra me ligar às 10h da manhã?!
- Desculpe, Má. Preciso de sua ajuda, de uma luz. Não sei mais o que fazer pra Helena me perdoar ou pelo menos me ouvir.
- Eu devia saber. O problema de sempre. Amiga, a coisa esta feia. Tentei falar, mas ela nem me deu bola, não quis ouvir uma única palavra. E o pior: ainda por cima me chamou para irmos a uma boate. Disse que um amor se cura com outro. E que vai voltar a pegar geral....
Cristina arrepiou-se.
- Que droga! Ela tem razão para estar brava, mas não pra procurar outra. É uma galinha mesmo e a boba aqui sofrendo. Melhor esquecer mesmo.
Marcelo tentou adotar um tom mais conciliador:
- Amiga, nada de desânimo. Helena está se fazendo de durona. Sei o quanto ela está sofrendo, mas não consegue admitir nem sob ameaça de morte.
- Depois da festa de amigo secreto não a verei mais. Portanto, só tenho que agüentar esses últimos dias. Depois vou tentar esquecê-la de vez.
- Pare de ser derrotista, Cris. Lute pelo menos uma vez! – tentou animar, mas depois ficou pensando alto: - Humm, festa de amigo secreto? Onde e quando será essa festa?
- Nem fique interessado. Será só para funcionários, mas vai acontecer no dia 22, na empresa mesmo. Será minha última chance de vê-la, pois ela tem me evitado. Depois só a verei em reuniões.
-Cris, essa é a sua chance amiga. Não pode deixar passar essa oportunidade.
- Como assim, Má? Qual oportunidade? O que você está planejando?
- Amiga, me ouça. Vou dizer o que você tem que fazer. Duvido que depois disso ela não volte a ficar de quatro por você.
Marcos falou sobre seu mirabolante plano e Cris gostou da idéia.
Helena evitou Cristina de todas as formas imagináveis. Se por acaso Cris entrava no elevador e ela já estava, saía e ia pelas escadas. Se Cris já estava no elevador, ela não entrava e esperava o próximo. Quando estava no escritório trancava a porta e dava ordens expressas a Vera para não marcar reuniões com Cristina. Devolvia flores, presentes e bombons que Cristina enviava, acompanhado por um cartão desaforado: “Cristina, agora quem não pode aceitar sou eu. Me esqueça”.
Finalmente o dia 22 de dezembro chegou. O escritório estava em festa. Último dia de trabalho. Após o almoço não houve expediente e a tarde foi reservada para confraternização entre os funcionários. Como de costume Helena agradeceu a todos pelo desempenho durante o ano, deu apertos de mão, distribui gratificações e presentes para os funcionários que mais se destacaram. Foi montado um palco para que cada um apresentasse seu amigo secreto da forma mais criativa possível. Cristina demorou a aparecer. Helena conversava com Kely, mas a todo minuto procurava com olhos instintivamente por Cristina. Finalmente chegou a vez de Helena revelar quem era o seu amigo secreto.
- Gente, gostei da criatividade de todos para revelar o seu amigo secreto. Mas a forma que encontrei para dizer quem é o meu amigo foi fazendo uma homenagem. A pessoa a qual me refiro trabalha comigo há anos, sabe tudo sobre mim e me conhece mais do que eu mesma. Ela tem uma paciência infindável, um amor e uma grande competência no trabalho e essa qualidade vi em poucas pessoas. Alguns dizem que ela puxa meu saco, mas, na verdade, sei que ela tem um carinho enorme por mim. Só tenho a agradecer e dizer que a amo. Peço desculpas pelas minhas grosserias desse ano, mas já adianto que ano que vem vou repeti-las. Portanto, Vera vá se preparando.
Os outros funcionários, na empolgação do discurso, gritavam: “marmelada, marmelada”...
Vera não se cabia em contentamento. Acabou chorando com as palavras de Helena e, encabulada, subiu para abraçá-la e receber seu presente.
- Vera, esse ano você vai ganhar um presente especial. Sei que você é louca pra conhecer a Itália, Veneza. Portanto, comprei duas passagens e reservei um hotel por vinte dias. Pode levar quem você quiser, até o chato do seu marido – ela foi dizendo, sorrindo, num tom mais baixo, com o microfone abafado pela mão - Nesse envelope tem fotos de 25 garotos de programa pra você escolher o que mais gostar. Pode escolher qualquer um que eu também pago. Quero ver um sorriso no seu rosto o ano todo, Vera.
A secretária ficou com o rosto vermelho de vergonha.
-Helena, você acha que eu sairia com um garoto de programa?
- Não sai porque é boba, mas tudo bem. Se quiser, é só escolher – respondeu Helena, piscando o olho – Vera, agora pode entregar o meu presente. Esse ano não precisa de discurso e fingir suspense.
- Quem disse que você é a minha amiga secreta?
Helena sorriu sem entender a reação da secretária:
- Vera, há 6 anos sou sua amiga secreta. Todo mundo sabe disso. Não sei se você rouba ou se ninguém quer ser meu amigo... Só sei que você sempre fica com a grata função.
Helena insistiu, ainda em tom de brincadeira:
- Vai, Vera: tô ansiosa. Passa meu presente.
A secretária continuou negando:
- Helena, já disse que não é você.
Helena desce do palco com a cara emburrada. Vera tentou se justificar pelo microfone:
- Gente, vocês não acreditam, mas nos seis anos anteriores foi pura coincidência eu ter a Helena como minha amiga secreta. Mas Deus esse ano ouviu minhas preces e me deu outra amiga.
Helena respondeu lá de baixo:
- Vera, já estou me arrependendo de ter te elogiado tanto.
Todos riram.
- Á principio tive minhas divergências com ela, não gostei do seu jeito senhora de si, mas com o tempo vi qualidades enormes. Ela é muito gentil e educada ao tratar as pessoas, tem uma competência fora do comum. E se um dia a Helena enjoar de mim quero ser a secretária dela.
Helena interfere mais uma vez:
- É assim que ela me agradece pela viagem? Pode devolver o presente, disse Helena irritada.
Vera sorri.
- Helena, pare de sentir ciúmes. Você é única e sabe disso – e olhando para a pequena platéia, revelou – Bom, a minha querida amiga é a Cristina.
Todos assoviaram. Os rapazes gritaram em coro: “gostosa, gostosa”.
Cristina subiu sem jeito ao palco. Estava visivelmente encabulada. Deu um abraço forte em Vera e recebeu um lindo colar de presente.
- Não sei nem o que dizer. Aproveito o momento para agradecer a todos, pois me receberam de braços abertos. Deram-me toda ajuda e o apoio necessário para que eu pudesse desenvolver meu trabalho de uma forma tranqüila – ela começou dizendo - Todos sabem que trabalhar ao lado de dona Maria Helena não é fácil. Ela é exigente, sistemática, tem horários britânicos, mas todas essas qualidades, que uns podem achar que são defeitos, me ajudaram a desenvolver um excelente trabalho nesses últimos meses. Aprendi muito com ela e estou muito feliz em trabalhar na S&TI. Realizei um sonho e ser promovida foi à prova que meu trabalho e esforço foram reconhecidos.
Helena ouvia o discurso de Cristina e pensava: “Nossa, ela acha que sou chata assim?”. Cristina continuou a falar:
- Tive a oportunidade de tirar como amiga secreta à pessoa mais importante na empresa e na minha vida. Essa pessoa me mata de raiva algumas vezes, mas por todos os momentos me enche de alegria. Estar ao seu lado é viver intensamente: é ser criança e mulher ao mesmo tempo. Ela me faz sentir que sou capaz, me dá forças, me encoraja mesmo que seja a fazer burrada. Ela me faz ver o mundo com seus olhos e esse é um mundo mais colorido, mais simples de ser vivido.
Cristina faz uma pausa e recomeça, com um tom emocionado:
- Desde que comecei a trabalhar na S&TI, ela esteve ao meu lado em todos os momentos e no momento mais difícil da minha vida pessoal, ela estava lá em pensamento, mas estava lá. Lembrei de suas palavras: “Cris, as coisas que realmente conquistamos ninguém nos tira”. Foi acreditando nessas palavras que consegui meu espaço na S&TI e sei que estou dentro do coração da mulher mais turrona, mais cabeça dura, mas que eu amo muito, amo mesmo.
Ela disse isso e encheu os pulmões de ar antes de falar:
- Minha amiga e amor secreto é Helena.
Fez-se um silêncio geral. Ninguém acreditava no que estava ouvindo. Helena bebeu todo o whisky do copo de uma vez. Não mexia um só músculo.
Cristina, não satisfeita com o discurso que parou a festa, tirou um pequeno papel do bolso e leu o poema:
“Amo amar você / Amo amar você / porque exatamente não sei dizer/
são tantos os benefícios que me trazes / tantos malefícios que também me fazes/ mas amo amar você mesmo assim.../ Amo amar você / às vezes com este teu jeito moleque / que muito me diverte
outras vezes jeito de velho ranzinza / mas amo amar você mesmo assim... / Amo amar você / que uma hora me abraça com carinho
outras me diz palavras em desalinho / me deixando sem saber o que fazer / mas amo amar você mesmo assim.../ Amo amar você /
quando se põe dengosa querendo colo / quando nem quer ouvir minha voz / aprendi a compreender você, então / amo amar você...”
Helena sentiu o mundo parar nesse momento, suas pernas tremiam, suas mãos suavam frio. Ficou pálida. Não sabia se ficava alegre, se corria pra abraçar Cris ou se fugia dali. De repente sentiu uma cotovelada de Vera em suas costelas.
- Helena, ela está fazendo uma declaração de amor pra você. Deixa de ser turrona e vá até lá agora!
Todos estavam ansiosos para ver a reação de Helena. E sentindo o chão fugir dos pés, caminhou até o palco, pegou o presente da mão de Cris, deu-lhe um abraço apertado e um beijo no rosto. Afastou-se sem dizer uma só palavra. Caminhou para o seu escritório lentamente. O que tinha acontecido? Estava acostumada a surpreender as pessoas e não a ser surpreendida. Ouvir e ver Cristina revelar que a amava na frente de todos do escritório deixou sua cabeça em parafuso. Imaginava o esforço e a coragem que Cristina teve. Encheu-se de carinho, os olhos encheram-se de lágrimas, sentou-se em sua cadeira de costas para a porta. Abriu seu presente. Era um quadro com o desenho do Homem Aranha que, com uma mão segurava-se na teia e, segurando seu pescoço estava Helena.
Ela não segurou-se e riu da montagem feita. Prestou mais atenção e percebeu algo estranho. Viu que a cor dos olhos do Homem Aranha eram negros. E a boca parecia muito familiar. Olhou fixamente e percebeu que eram de Cristina. Ficou passando os dedos sobre os lábios daquele desenho. Parecia anestesiada. De repente sente algo frio encostar-se em sua nunca. Ouviu uma voz masculina dizer:
- Não se mexa, não faça nenhum movimento brusco. Assim não machuco você.
- O que você quer? – ela perguntou abismada, sem entender o que estava acontecendo.
- Fique quieta e faça tudo que eu mandar.
Helena levantou as mãos e disse, temerosa:
- É só dizer o que quer que eu dou: dinheiro, jóia.
- Só quero que cale a boca.
O homem colocou um capuz sobre a cabeça de Helena e a algemou na cadeira. Helena ficou calada. Achou estranho toda a movimentação na sala. Ouvia passos de mais de uma pessoa e a voz masculina não lhe era estranha.
“Ahhh, quando sair daqui saberei quem é o sacana. Ele não sabe que está sendo filmado”.
Continuava ouvindo passos, sussurros, barulho da mesa sendo arrastada.
“O que será que eles estão fazendo?”. Começou a sentir medo. O medo fez com que Helena visse toda sua vida em um rápido flashback. Lembrou das brincadeiras com seu irmão e com Esther, lembrou do cheiro do bolo de cenoura com cobertura de chocolate que Zefinha fazia todas as tardes de sábado, lembrou da primeira vez que foi ao escritório com seu pai e do orgulho que sentiu quando ele disse que aquela cadeira um dia seria dela, lembrou do dia que acordou toda arrebentada no hospital devido à queda de uma moto e quando abriu os olhos sua mãe estava segurando sua mão, lembrou do nascimento dos sobrinhos um a um, lembrou do dia em que viu Cristina pela primeira vez, sentiu vontade de chorar tinha medo de morrer e não poder dizer a Cristina o quanto a amava, “como fui idiota porque não disse a ela tudo o que sinto há cinco minutos atrás”. De repente, ouviu a música “Kiss”, do Prince.
- O que está acontecendooooo? - perguntou brava.
Seu capuz foi retirado e viu Cristina vestida de Mulher Gato dançando sensualmente pra ela.
Helena não conseguiu esconder a cara de espanto, mas no segundo seguinte, colocou o seu melhor sorriso sacana no rosto. Sentiu um alivio. “ Obrigada Deus por me dar mais uma chance “.
Cristina dançava e tirava a roupa fazendo um striptease maravilhoso para o deleite de Helena. Ao término da musica, Cristina estava só de salto e meias pretas e máscara. Caminhou até Helena sentou-se em seu colo e beijou sua boca. Ofegante, Helena tentou abraçá-la, mas estava algemada.
- Porra, Cris! De novo não!
Cristina pousou o dedo indicador em seus lábios fazendo que se calasse.
Beijou novamente Helena. Um beijo longo, ardente, com desejo. Ao final, mordeu o lábio inferior de Helena. Percorreu com o dedo os seios de Helena sobre a blusa e de súbito abriu sua camisa arrancando todos os botões, deixando os seios à mostra sob o sutiã. Cristina beijava seu colo e colocava uma de suas mãos por dentro do sutiã, acariciando o seio rijo e excitado. Com a outra mão ergueu a saia de Helena e pode sentir como ela estava excitada.
- Cris, me solte, por favor. Quero te tocar, preciso estar dentro de você.
Helena sussurrava entre os beijos dados no pescoço de Cris.
- Não Lê, quero você assim. Quero ter você pra mim.
Cris levantou-se do colo de Helena e foi até o aparelho de som. Colocou outra música: “Nothing Compares 2U” (Sinead O´Connor) e depois retirou de uma bolsa um pênis duplo. Encaixou em seu corpo e o fez de forma que Helena apreciasse a cena. Helena sabia que estava apaixonada por Cristina desde aquela manhã em seu apartamento onde foi possuída por ela. Sabia que se acontecesse novamente não teria mais coragem para fugir...
- Cris, meu amor, deixa que eu uso esse brinquedo em você.
Cristina não respondeu. Sabia que era sua última chance de ter Helena de uma vez só pra ela. Caminhou devagar, queria torturar sua mulher. Passou pela mesa e pegou uma tesoura. Agachou-se em frente a Helena e cortou sua calcinha. Introduziu um dedo e sentiu o calor do corpo de Helena, que parecia estar pegando fogo. Helena gemeu, começou a mexer os quadris.
“Resistir pra quê, Helena?!”.
Cris sentiu que o gozo estava próximo e sugou Helena com todo o desejo do mundo. Helena debatia-se na cadeira, sentia muito prazer, gozou rápido, um gozo intenso. Cristina levantou e ficou entre suas pernas. Beijou sua boca novamente e compartilhou o gosto. Cris puxou os quadris de Helena para frente e abriu bem suas pernas, introduzindo o brinquedo de uma só vez. Começou a fazer movimentos lentos, mas gradualmente foi aumentando o ritmo. Helena cruzou as pernas sobre suas costas, mordia seu ombro cada vez mais a medida que outro orgasmo chegava. Gozaram dessa vez juntas, um gozo único e intenso. Os espasmos não paravam. Seguiam-se outros. A respiração ofegante. As pernas de Cris fraquejaram e ela sentou-se no colo de Helena, abraçada ao seu pescoço. O mundo, que tinha parado para as duas, voltou a girar. Aos poucos a respiração foi voltando ao estado normal e então, Helena falou ofegante:
- Meu anjo, por favor, solte minhas mãos.
Cris pegou a chave das algemas que estava presa em seu sapato e soltou os pulsos de Helena, marcados após o esforço feito. Cristina beijou carinhosamente cada um dos pulsos.
- Desculpe, meu amor. Não queria te machucar.
Helena sorriu, maliciosa:
- Não tem problema. Quero que me machuque assim todos os dias.
Cristina fixou seus olhos nos de Helena:
- Lê, me perdoa? Fica comigo? Eu te amo muito. Não sei viver mais sem você, sabia?
- Claro que sei. Quem prova de Maria Helena nunca mais esquece.
Cristina abraçou-se a ela e disse, com o rosto enterrado em seu peito:
- Sua convencida. Mas amo esse seu convencimento, amo seu sorriso, amo seu jeito de fazer amor comigo, amo cada pedacinho de você.
Cristina beijou-a novamente e pediu:
- Lê, fica comigo pra sempre?
Helena abraçou-a com força e com carinho.
- Cris, obrigada por não ter desistido de mim. Ficarei com você pra sempre sim ou até você enjoar de mim.
- Enjoar de você, como? Como vou enjoar da mulher que amo e que a cada dia me surpreende? Só se eu fosse maluca.
Ficaram abraçadas por um tempo trocando beijos e juras de amor eterno. Fez-se silêncio por uns instantes, cada uma envolta em seus pensamentos. Foi quando Cristina quebrou o silêncio e disse:
- Lê, quero te pedir uma coisa.
- Tudo o que você quiser.
- Quero meus presentes que estão no cofre. A maioria nem sei o que é. Passei todo esse tempo morta de curiosidade.
Helena soltou uma gargalhada.
- Bem feito, sua orgulhosa. Se tivesse ao menos aberto antes de devolver... eu disse que um dia você aceitaria todos os meus presentes. Se tivesse sido paciente, pelo menos já saberia o que era.
- Ahh, vá pegar, por favor – disse Cristina, fazendo bico.
Helena carregou Cristina no colo até o sofá. Abriu o cofre e voltou com os braços carregados de pacotes. Cristina abria todos os pacotes feito uma criança. Á medida que abria e via os presentes, seus olhos brilhavam de felicidade. Helena colocava nela os brincos, o colar, a pulseira, vestiu a lingerie preta. Helena deixou por último uma pequena caixa.
- Esse aqui era pra ser entregue no dia que fiz a declaração de amor a você, mas depois de tudo, desisti de entregar.
- Por que? Abre, quero ver.
Helena abriu e retirou duas alianças de brilhante. Não precisou dizer o motivo por não ter entregue. Helena pigarreou e disse:
- Cristina Isabel, aceita ser minha companheira na saúde e na doença, na alegria e na tristeza ou até que uma pilantra nos separe? – ela disse e sorriu. Mas voltou a ficar séria:- Prometo que, se aceitar lhe darei muito amor, carinho. Prometo que cantarei todos os dias para você acordar, prometo ser mais tolerante, menos chata. Prometo que ouvirei sua músicas bregas sem reclamar e serei a mais fiel possível por toda a minha vida.
- Aceito – disse Cristina entre gargalhadas.
Depois, disse séria, olhando dentro dos olhos de Helena:
- Se uma pilantra aparecer entre nós, prometo furar os olhos dela ou os seus. Aceito muitas coisas, menos traição, portanto, se quiser ficar comigo, será só comigo porque serei só sua, entendeu?
- Tá bom, tá bom, pode confiar.
Trocaram as alianças, colocando-as no dedo. Cristina não se cabia em contentamento. Depois de um certo tempo contemplando a aliança no dedo anelar, Cris comentou:
- Lê, não vi a roupa do Homem Aranha que você me deu.
- Você recusou, peguei pra mim! – ela disse, sorrindo e abraçando Cristina - Sabia que aquela roupa é a original do primeiro filme? Gastei uma fortuna nela. Pena, porque ficou pequena em mim.
- Quero de volta minha roupa. Você me deu. Não pode pegar pra você.
- Cris, você devolveu, portanto me pertence. Não vou dar novamente. Peça outra coisa.
- Helena, quero a roupa de volta ou nosso casamento está acabado agora.
- Cristina, não apela. A roupa está lá em casa. Você pode ver de vez em quando. Eu deixo.
- Lêêê..........quero minha roupa de volta.
- Não vou dar....
A discussão boba prossegue.
Passou-se uma semana. Dia 31 de Dezembro. A família de Helena toda reunida na casa de Esther para o reveillon. Helena está um pouco pensativa. Há muito tempo não comemorava o Ano Novo e seu aniversário com sua família. Estava sempre em festas com amigos e com mulheres que, no dia seguinte, nem lembrava o nome. Estava feliz por estar ali com Cristina, com Esther e com as crianças. Nem brigou com sua mãe como de costume. Estava muito feliz para deixar que algo ou alguém estragasse esse momento.
Percebeu que começava a contagem regressiva e arrastou Cristina para a biblioteca. Queria ficar a sós com ela na passagem daquele ano. Entre os beijos ouvem as pessoas contando 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1! Os fogos anunciam a chegada do Ano Novo.
- Feliz Ano Novo e Feliz Aniversário, Helena – diz Cristina.
- Obrigada, meu amor. Esse é o aniversário mais feliz da minha vida. Ter você comigo é o melhor presente que eu podia ter – ela diz, emocionada - Feliz Ano Novo pra você também.
- Helena, você só poderia ter nascido mesmo no dia 1 de janeiro. Não imagino outro dia ideal.
- Por que?
- Porque no dia primeiro desejamos mudança em nossa vida e na dos outros. Desejamos felicidades, desejamos tudo de bom e você é tudo isso: mudança contínua, alegria e é tudo de bom na minha vida.
Helena abraçou e beijou carinhosamente Cristina, e disse baixinho em sue ouvido.
- Cris, já disse que não quero que soltem fogos no meu aniversário mas todos os anos é a mesma coisa, ai é duro ser famosa!!! Ganhou um pequeno beliscão. – Convencida. Cristina a levou para a sala para comemorarem o ano novo com todos.
"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial: industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar, que daqui para diante vai ser diferente.” (Carlos Drummond de Andrade).
FIM
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Gostaria de pedir desculpas às leitoras pelo atraso no envio dos capítulos e agradecer pela paciência e pelo carinho que me foi dado.
Quero fazer um agradecimento em especial a quatro pessoas que foram essenciais que me ajudaram muito no início e no término do conto.
A primeira pessoa é a Lea, se não fosse por seu apoio e incentivo não teria voltado a escrever, e teria largado algo que me dá muito prazer.
A segunda pessoa é Hanna-K, me ajudou com a revisão dos capítulos, teve paciência comigo, foi amiga em todas as horas, depois que eu a conheci voltei a acreditar nas pessoas, voltei a acreditar que ainda existem pessoas que ajudam as outras apenas pelo prazer de ajudar sem nada esperar em troca.
A terceira pessoa é a Sara G, minha primeira fã e que por coincidência parece fisicamente com a Maria Helena, às vezes quando a imagem de Helena fugiu da minha cabeça eu olhava pra foto da Sara e continuava escrevendo. Uma garota linda, meiga, inteligente.
E por último minha amiga Mascote. Sem ela com certeza não teria terminado o conto, ohhh mulher insistente, brigava comigo porque demorava pra escrever me dava cada bronca, ta ai amiga terminei..ris.
Obrigada a todas que enviaram e-mail com criticas, sugestões e elogios. Essas palavras foram importantes, é imprescindível para um autor saber se o que escreve esta atingindo as pessoas da forma que esperava. Acredito que o meu objetivo tenha sido atingido se em apenas um momento tirei um sorriso de vocês.
Escrever Quem é essa mulher me proporcionou muito prazer, e o maior prazer que me deu foi aumentar meu circulo de amigos entre eles: Bia, Dada,Rose, Carla, Karol e a minha amada Verônica.
Vou escrever a continuação desse conto, Helena e Cristina tem muita coisa pra contar ainda, mas essa idéia ainda esta nascendo mas quando estiver pronta compartilharei com o vocês. Obrigada e um grande beijo no coração de todas
30/11/2010
Coluna de Diedra Roiz.
http://paradalesbica.com.br/2010/07/diz-que-deu/
Cópia do Texto postado na coluna.
Diz que deu
por Diedra RoizfecharAutora: Diedra Roiz Nome: Diedra Roiz
Email: diedraroiz@gmail.com
Site: http://diedraroiz.blogspot.com
Sobre: Carioca radicada em Blumenau - Santa Catarina. Publicou seu primeiro livro, o romance O LIVRO SECRETO DAS MENTIRAS & MEDOS em Novembro de 2009. Todos os contos, crônicas, romances e poesias de sua autoria encontram-se reunidos em seu blog.Ver tudo que já publicou. (78) · 23/07/2010 · 17 Comentários
Colunas, Dizendo ao Que Vim · por Diedra Roiz em Dizendo Ao Que Vim
Diz que dá.
Tudo bem, eu confesso.
Já fui muito alienada.
Do tipo que detesta política e se recusa a enxergar qualquer coisa fora do meu umbiguinho burguês de contos de fadas.
Como se a vida fechada no meu mundinho alternativo de pessoas sem preconceitos (além dos velados) bastasse.
Só que…
Sinceramente?
Isso já não me satisfaz.
É como diz a música:
“Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho…” (“Wave” – Tom Jobim)
Amor não no sentido de casal, e sim, de coletivo.
Coletivo?
Que coletivo?
Das botinas? Das Sandalhinhas? Scanias, machorras, mulherzinhas, alternativas, fashionzinhas, enrustidas, lesbians chiques?
Se for para ter Partido, que seja Alto, com a imortal Cássia Eller e sua voz especialíssima:
“Diz que deu
Diz que dá…” (“Partido Alto” – Chico Buarque)
Para mudar, seguir outro caminho.
Sabem aquilo?
Aquilo….
O mito de que ter dinheiro, cultura, profissão, classe econômica e/ou social, poder, status, etc and whatever… É a única forma que uma homossexual tem de ser respeitada?
Ser “bem sucedida” parece poder nos colocar acima do bem e do mal, mas aparência não é realidade.
A realidade é óbvia e clara.
Ser bem sucedida não é isso!
É viver sem arrependimentos.
Ou pelo menos perseguir este objetivo.
Existem três coisinhas básicas que impedem a nossa felicidade:
Medo
Culpa
Vergonha
Armas impiedosas e potentes de controlar e impor limites.
Tão poderosas que nos corroem por dentro.
Estou mentindo?
Começa pequeninho.
Uma única célula.
E vai crescendo, até se tornar um órgão, um organismo, um Universo.
Quer tolerância? Se tolere.
Quer respeito? Se respeite.
Quer aceitação? Se aceite.
O resto é conversa.
Viram o que twittou Marcelo Tas?
“De que adianta aprovar o casamento gay no Brasil se não vamos ver as fotos nas revistas? Ninguém se assume, uai!”
Mas o que ele sabe sobre isso?
Sobre a insegurança, o sofrimento, a pressão, as dúvidas?
Andar contra a maré, na contra mão da família, da criação, de toda uma cultura?
Li um scrap no Orkut que diz tudo:
“Aceitável ir para a cama com você
Inaceitável segurar sua mão em público
Posso beijar seu corpo
Mas não posso tocar sua face
Posso te acolher em meus braços
Mas não posso fazê-lo em publico
Posso tanto e ao mesmo tempo
Nada.
Posso ver o medo em seus olhos
Quando no dos outros vejo intolerância
Posso ver amizade
Quando esta não se choca com o querer
Querer você
E desejar que fosse diferente
A intolerância maior
Não vem dos outros
Mas de nós
Até onde somos intolerantes com nossos desejos?” (Drika Sullivan)
É difícil se assumir?
Com certeza!
Mas o que é fácil nesta vida?
Engolir?
Omitir?
Fingir?
Mentir?
Querer ou mesmo tentar não ser você mesma?
Ser or não ser…
Solução ou problema?
Agradecimento especial à Drika Sullivan por autorizar a utilização do texto de sua autoria.
Conecte-se:
www.diedraroiz.blogspot.com
http://paradalesbica.com.br/2010/07/diz-que-deu/
Cópia do Texto postado na coluna.
Diz que deu
por Diedra RoizfecharAutora: Diedra Roiz Nome: Diedra Roiz
Email: diedraroiz@gmail.com
Site: http://diedraroiz.blogspot.com
Sobre: Carioca radicada em Blumenau - Santa Catarina. Publicou seu primeiro livro, o romance O LIVRO SECRETO DAS MENTIRAS & MEDOS em Novembro de 2009. Todos os contos, crônicas, romances e poesias de sua autoria encontram-se reunidos em seu blog.Ver tudo que já publicou. (78) · 23/07/2010 · 17 Comentários
Colunas, Dizendo ao Que Vim · por Diedra Roiz em Dizendo Ao Que Vim
Diz que dá.
Tudo bem, eu confesso.
Já fui muito alienada.
Do tipo que detesta política e se recusa a enxergar qualquer coisa fora do meu umbiguinho burguês de contos de fadas.
Como se a vida fechada no meu mundinho alternativo de pessoas sem preconceitos (além dos velados) bastasse.
Só que…
Sinceramente?
Isso já não me satisfaz.
É como diz a música:
“Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho…” (“Wave” – Tom Jobim)
Amor não no sentido de casal, e sim, de coletivo.
Coletivo?
Que coletivo?
Das botinas? Das Sandalhinhas? Scanias, machorras, mulherzinhas, alternativas, fashionzinhas, enrustidas, lesbians chiques?
Se for para ter Partido, que seja Alto, com a imortal Cássia Eller e sua voz especialíssima:
“Diz que deu
Diz que dá…” (“Partido Alto” – Chico Buarque)
Para mudar, seguir outro caminho.
Sabem aquilo?
Aquilo….
O mito de que ter dinheiro, cultura, profissão, classe econômica e/ou social, poder, status, etc and whatever… É a única forma que uma homossexual tem de ser respeitada?
Ser “bem sucedida” parece poder nos colocar acima do bem e do mal, mas aparência não é realidade.
A realidade é óbvia e clara.
Ser bem sucedida não é isso!
É viver sem arrependimentos.
Ou pelo menos perseguir este objetivo.
Existem três coisinhas básicas que impedem a nossa felicidade:
Medo
Culpa
Vergonha
Armas impiedosas e potentes de controlar e impor limites.
Tão poderosas que nos corroem por dentro.
Estou mentindo?
Começa pequeninho.
Uma única célula.
E vai crescendo, até se tornar um órgão, um organismo, um Universo.
Quer tolerância? Se tolere.
Quer respeito? Se respeite.
Quer aceitação? Se aceite.
O resto é conversa.
Viram o que twittou Marcelo Tas?
“De que adianta aprovar o casamento gay no Brasil se não vamos ver as fotos nas revistas? Ninguém se assume, uai!”
Mas o que ele sabe sobre isso?
Sobre a insegurança, o sofrimento, a pressão, as dúvidas?
Andar contra a maré, na contra mão da família, da criação, de toda uma cultura?
Li um scrap no Orkut que diz tudo:
“Aceitável ir para a cama com você
Inaceitável segurar sua mão em público
Posso beijar seu corpo
Mas não posso tocar sua face
Posso te acolher em meus braços
Mas não posso fazê-lo em publico
Posso tanto e ao mesmo tempo
Nada.
Posso ver o medo em seus olhos
Quando no dos outros vejo intolerância
Posso ver amizade
Quando esta não se choca com o querer
Querer você
E desejar que fosse diferente
A intolerância maior
Não vem dos outros
Mas de nós
Até onde somos intolerantes com nossos desejos?” (Drika Sullivan)
É difícil se assumir?
Com certeza!
Mas o que é fácil nesta vida?
Engolir?
Omitir?
Fingir?
Mentir?
Querer ou mesmo tentar não ser você mesma?
Ser or não ser…
Solução ou problema?
Agradecimento especial à Drika Sullivan por autorizar a utilização do texto de sua autoria.
Conecte-se:
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Segredos Noturnos
Lembro de todos os momentos
Em que invade meus pensamentos
Fazendo-me sua
E todas as noites
Acordo com a boca seca
O corpo tremulo
E sei que ali esteve.
Tocou-me como a muito não fazia
E me deixou a delirar
Ansiando pelo próximo encontro
Onde nem bem fecharei os olhos
E lá estará você
A espreita
Apenas esperando que me desnude
Para que então você possa fazer de mim
Seu aconchego
Que meus lábios possam receber os seus
E meus braços possam prendê-la
E jamais deixar que se vá
E ainda assim
Quando mais uma vez
Abrir os olhos
O sol trará consigo
A realidade cruel
Que você foi meu sonho bom
Que trouxe alento
Ao meu coração
Mesmo que tenha sido por milésimos do infinito
Sei que fui sua, assim como também foi minha.
U.T.I
A quem diga que o coração é tolo
Estou prestes a concordar com isso
Amamos simplesmente
Sem pedir o endereço ou anotar a placa
Do caminhão que passou por cima
Quando vemos já estamos ali,
Caídos de amor
Fazendo juras eternas
E quando menos se espera
Lá vem de novo
O caminhão com uma nova placa
Mas com endereço incerto
Daquele que você nem mesmo sabe pra onde vai
Mas que deseja pegar carona
Ao invés de ficar a margem da rodovia
Dos desesperados
Esperando o momento certo
Para se entregar
E dizer:
Dessa vez sem quem me atropelou
No final, você irá para o Pronto Socorro.
Dos desiludidos
Onde cada um terá uma historia para contar
E a sua é mais uma de tantas outras
Na recepção da U.T. I dos corações apaixonados.
27/11/2010
Quero suas palavras sussurradas
Quero sua mordida em minha pele
Quero sua boca de encontro a minha
Quero seu corpo sob o meu
Quero a doçura do momento
Quero a sensação mais prazerosa
Que é fazer de você minha
E quero ser sua
Não só agora, mas sempre
Desejo os seus lábios
Como desejo saciar toda minha sede de você
Nunca esquecerei o momento em que te vi
Linda etérea e nunca minha
Mas agora a desejo
Queria conhecer a mulher que vinha
Com seu gingado de criança, mas que era uma mulher
Na verdade quero conhecê-la
Aprender
E conquistar seu mundo
E fazer dele o meu
Não poderia,
Mas queria me perder
Como se fosse à primeira vez
Como sempre
Eu queria
O olhar
O beijo
Os abraços
Eu quero o ultimo suspiro de prazer.
Nem sempre é possível
Eu não saberia dizer
Quando
Mas foi no instante que a vi
Linda
Com seu olhar de gata
Cercada pelos cílios
Seu andar macio,
Olhei e segui
Como que hipnotizada
Eu queria saber
Quem era a mulher
Que vinha em minha direção
Já não agüentava a agonia
Queria provar daqueles lábios
Vermelhos, prontos para o pecado.
Mais uma vez iria me perder em um olhar
Mas dessa vez era de uma gata.
23/11/2010
Ainda quero os momentos
Que não vivemos
Quero os passeios
Que não tivemos
Quero os toques
desejados
Quero os beijos
Que ainda não trocamos
Quero deixar de desejar
Você todos os dias
Para apenas te-la ao meu lado
Quero parar de sonhar
E realizar todos os momentos
Antes desejados
Para vivenciá-los
Por onde passarmos
Saberá que existirá apenas você
Pois será através de você
Que serei eu.
Que não vivemos
Quero os passeios
Que não tivemos
Quero os toques
desejados
Quero os beijos
Que ainda não trocamos
Quero deixar de desejar
Você todos os dias
Para apenas te-la ao meu lado
Quero parar de sonhar
E realizar todos os momentos
Antes desejados
Para vivenciá-los
Por onde passarmos
Saberá que existirá apenas você
Pois será através de você
Que serei eu.
Sonho de menina
Quando ainda brincava de bonecas, sonhei com o dia que me casaria, seria como no conto de fadas, um homem belo, que seria minha vida, teríamos filhos e esses nos dariam netos, como todo conto de fadas com final feliz. Só que a vida não é um conto de fadas, deixei de sonhar com príncipes, no final comecei a sonhar com princesas, com elas quis fazer uma vida uma nova historia, nada convencional aos parâmetros da sociedade em que vivemos, mas o amor nem sempre manda o endereço certo ou a pessoa certa as convenções. Então conheci a mulher que me daria o sonho, os filhos quem sabe, afinal adoção existe, mas a felicidade teria que ser arduamente batalhada, afinal, era um casal pouco “diferente” não havia a figura masculina na casa, mas havia amor, carinho e compreensão. Existia ali o que não se via em outros lares, mesmo assim os dias foram passando e a realidade se chocava com suas idéias, suas crenças e seu amor. Quando tudo mais se torna escuro, você não olha para quem se ama você vê quem te condena. No final você faz a escolha e deixa de acreditar em tudo o que sonhou para viver apenas as aparências de uma vida insípida. Condenar? O que? Não é fraqueza que a fez mudar, mas medo de que esse amor não fosse o bastante para a vida toda. O que era um sonho de menina torna-se a realidade adulta. Os sonhos de criança ficaram para trás, trazendo apenas a lembrança doce da segurança dos braços maternos, que sempre acolhiam quando algo não ia bem, agora resta apenas seguir em frente e achar o seu momento, seja perto ou longo não importa, o que ainda vale à pena é seguir o coração, mesmo que seu amor seja diferente e não siga padrões, basta saber que ainda assim você acredita que tudo vai dar certo. Que ao final de sua jornada, voltará a sorrir e ser feliz.
21/11/2010
Boa madruga!
Sempre escrevi muito durante as madrugadas insones, onde meus pensamentos vagam sem destino, apenas pensando na vida, na minha e na das pessoas que fazem parte de mim.
Bem, o sol daqui a pouco estará nascendo e eu estou aqui, desperta e com os pensamentos a mil, terminei de ver um filme que me fez chorar, acho que continuo mais emotiva do que antes, deve ser mal da idade, (risos).
Costumo sempre falar sobre o amor, mas hoje não falarei apenas de amor, mas de entrega, tempo onde tudo pode acontecer quando há sentimento.
Falarei do filme “Meu querido Jonh”, onde um casal se conhece e se apaixonam num espaço de tempo de duas semanas, um amor ainda puro, de descobertas, a mocinha sonhadora e o rapaz já endurecido pelo passado, mas no final com sua pureza ela consegue atingir sua alma, transformando-o numa pessoa mais generosa e capaz de ver alem de suas dores. Antes de voltar ao campo de batalha “soldado”, eles se prometem escrever tudo o que passa em suas vidas, relatando cada mudança, para que um saiba do outro. E eles seguem assim por quase um ano, até que o destino intervém e impede que eles se entreguem a esse amor, ele retorna ao serviço e ela diante dessa ausência se vê diante do tempo em que passa só, onde as lembranças das duas semanas juntos é a única coisa que os ligam, então ela se casa e durante um tempo deixa de escrever. Ele ainda sem saber o que acontece, tenta contato, luta por algo que o mantinha vivo, “um amor de cartas”, para ele era mais do que teve a vida toda, até que ele recebe a carta onde ela termina tudo, deixando seu mundo em pedaços assim como seu coração, mas ele é um soldado durão, então ele segue em frente, sufocando as lembranças e matando pouco a pouco as recordações, mas sempre esperando. Então sua vida muda, seu pai morre, e ele volta para casa, o lugar de onde ele fugiu das lembranças de antes e depois dela.
O reencontro é marcado de magoa, onde a única resposta que ele procurava era o porquê dela ter desistido dele, para seguir com outra vida, longe dos planos que haviam trilhado para eles, a vida se mostrou novamente indiferente aos sentimentos, até que ele ouviu “que ela não conseguiria viver com a ausência, o quanto era difícil seguir sem seu toque, sem sua presença”, o abandono foi apenas uma forma de escapar da solidão que a corroia por dentro.
Se formos pensar, acho que às vezes tomamos decisões baseadas em impressões diversas, quando você vê o filme, você chora por ele, pela perda de um amor, mas no fim, você descobre que chora por eles, pelo amor que ainda está lá, mas não sabe como torná-los um só.
O amor existe, apenas sofreu transformações, e quando menos se espera você se depara com ele novamente, mas não sabe como será. As mudanças acontecem ao longo da ausência, uns deixam de amar, outros amam mais, resta saber aonde esse amor irá se encontrar.
No fim, eles se encontram, mas será que o amor irá uni-los.
Até breve!
Um dia o amor será bastante e nem o tempo e a ausência serão capazes de afastar duas almas apaixonas, já que elas se reconheçam como uma.
19/11/2010
Serenamente
Pronunciei sim
Delicadamente
Você me fez sua
No encontrar de nossas bocas
Senti meu corpo em chamas
Quando finalmente você me fez sua
Senti como se meu mundo explodisse
Em cores brilhantes
A respiração arfante
Procurando por ar e água
Pois estava seca
Precisando de mais de você
Uma noite seria pouca
Diante de tantas sensações
Enlouquecedora
Que suas mãos, sua boca.
Seu carinho, seu amor.
Causavam em mim
E mais uma vez
Eu queria ver o mundo explodir
E que tomasse meu corpo como seu
Fazendo-me vibrar
Amar como nunca
E que mesmo que fosse o fim
Seria o fim de minha escolha
Como um pote ao fim do arco íris
Com cores, brilho, cheiro.
E calor
Calor que só você me proporciona
E o qual eu faria tudo para ter.
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