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Cristina estava sentada aguardando para ser atendida.
Enquanto isso seus pensamentos teimavam em voltar para sua vida anterior, ao
lado de Juliana.
Um tempo em que
havia sido feliz, mas por fraqueza acabara se envolvendo num jogo de sedução.
Quando
conhecera Juliana, havia se encantado por aquela mulher tão simples, que
tratava todos da mesma forma. Quando estagiara no hospital e conhecerá a famosa
doutora, ficara de quatro.
Ela passava por
ela no hospital e parecia trazer um frescor novo. Mas sabia o quanto ela era
eficiente e profissional, que dificilmente misturaria sua vida pessoal com a do
trabalho. Apesar de ser uma mulher muito bonita e feminina, as pessoas
comentavam sua opção sexual, coisa que muito havia lhe interessado, apesar de
arrancar suspiros de homens e mulheres.
O tempo que
estiveram casada pensava que tinha tudo, mas acabara se envolvendo com uma
mulher no bar. Aquela noite foi o fim do seu casamento.
Ainda
lembrava-se do olhar de fúria, a magoa e depois o desprezo quando foi até a
casa buscar suas coisas, tentara uma reconciliação, mas Juliana não queria nem
mesmo ouvi-la.
E o pior que
nem mesmo havia ficado tanto tempo com a mulher que fora o pivô do fim de seu
casamento.
Aquela noite, ela
se deixou envolver por aquele jogo de sedução, a mulher do bar sabia o que
dizer e fazer. Estava cansada e sentia que Juliana se doava mais ao trabalho,
mas quando a conhecerá já era assim.
Foram às trocas
de olhares e depois à bebida oferecida, quando percebeu, já estavam num motel
qualquer da cidade, a loira simplesmente conseguia tirar seu fôlego, seus
beijos eram exigentes, e o sexo era excitante.
Suas mãos
percorriam o corpo daquela estranha, suas unhas passavam por suas costas, sabia
que deixava marcas naquele corpo perfeito, mas já não era mais dona de seus
sentidos.
Quando sentiu a
loira tomar conta do seu corpo, se apossando de cada pedaço exposto, apertando
seus seios, mordendo e chupando, arrancava gemidos cada vez mais altos, apesar
da dor, ela queria mais.
E foi assim a
noite inteira, elas se usaram mutuamente, se deram prazer de uma forma
selvagem. Quando acordou na madrugada, viu a mulher ao seu lado, as marcas em
seu corpo foi que se deu conta de que teria que ir para casa. Levantou-se e foi
pegar suas roupas jogadas pelo chão.
Quando entrou
no banheiro e se olhou no espelho é que viu que não era a única com marcas pelo
corpo, havia roxos espalhados por seus seios, pescoço, os lábios inchados pelos
chupões e mordidas. Vestiu-se rapidamente, voltou ao quarto e olhou novamente
para aquela mulher que havia lhe dado horas de prazer maravilhosas, só que
agora teria que encarar seu mundo real.
Assim que pegou
o celular dentro da bolsa, viu várias ligações e algumas mensagens. Graças a
Deus a última dizia que ela estaria no hospital àquela hora. Assim que
conseguiu pegar um taxi, foi até o bar onde deixou o carro e rumou para casa.
Sua preocupação agora era esconder aquelas marcas e ter uma boa desculpa pelo
seu sumiço.
Assim que
chegou ao apartamento, percebeu que não tinha ninguém, o silêncio era um
contraste para seus pensamentos que estavam em ebulição.
Entrou
imediatamente no banho, queria tomar um banho e tirar do seu corpo aquele
perfume que era apenas mais um indicio de que não passara a noite só, depois
tentaria cobrir as marcas e passar uma pomada para suavizar os roxos.
Saiu do
banheiro enrolada na toalha, foi quando a viu sentada na cama com suas roupas
na mão. Assim que seus olhares se cruzaram sentiu um frio tomar conta de todo
seu ser. Então ela se levantou e caminhou até onde estava de um único puxão ela
arrancou a toalha de seu corpo.
Olhar dela se
arregalou, ela colocou a mão na boca como que para abafar seu susto pelas
marcas que via.
- Juliana. –
comecei a falar
Mas assim que
ouviu minha voz, ela simplesmente se voltou seus olhos estavam rasos d’água.
- vamos
conversar – tentei segurá-la.
- não encoste
em mim. - Suas palavras saíram baixas, mas frias.
- amor!
- amor, - ela
cuspiu as palavras – onde esteve? Fiquei preocupada, mas sou burra, posso ver
exatamente o que andou fazendo.
Ela disse isso
jogando as roupas que ainda segurava nas mãos.
- esse cheiro
de perfume, ela deve ter dinheiro pelo menos, pois não é um perfume qualquer.
- Juliana, me
ouça. – ainda tentei falar.
- não quero
ouvir nada, estou vendo em seu corpo, na sua boca. Eu quero que saia desta
casa.
- amor, vamos
conversar.
- saia – o grito
de Juliana não deixava duvidas de sua raiva. – vou voltar ao trabalho e quando
voltar não te quero aqui, leve tudo, ou jogarei tudo fora.
Ela sabia que
não conseguiria convencê-la do contrário, teria que esperar ela esfriar a
cabeça.
A viu sair do
quarto chorando, jogou as roupas no chão e sentou na cama, colocando a cabeça
entre as mãos pensando no que havia feito.
Iria para um
hotel e depois pegaria suas coisas, quando voltasse esperava conseguir
conversar com Juliana e tentar acertar as coisas.
Deixou passar
uma semana antes de um contato, qual não foi a sua surpresa ao saber que sua
entrada no prédio que moravam estava bloqueada e suas malas com tudo o que
tinha estavam com o porteiro apenas aguardando que fosse buscá-las. Ao tentar
forçar sua entrada, o porteiro imediatamente acionou os seguranças.
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