28/02/2013

Meio Desligada




Assim meio desligada
Sem saber aonde ir
Até que encontrei você
De um acaso
De versos e prosas
Você veio até a mim
Ainda sem saber como
Ou se deveria tentar
Mas com seu jeito doce
Conseguiu
Conquistar minha atenção
E desde então
Somos mais ou menos assim
Unha e carne
Palavras sempre presentes
Presença ainda ausente
Mas querer sem fim
Podemos passar um segundo
Mas não mais que um dia
Sem querer uma a outra
Desejos ainda obscuros
Ou incertos
Mas a decisão final
Será um dia, quem sabe.
Sobre a luz do sol escaldante
A tocar seu rosto ou o meu
Ou quem sabe o frio das montanhas
Ao som do vento
Que canta e encanta seu nome e o meu.
Das incertezas do tempo
Fazemos à certeza do dia.
Com um encontro apenas
Ou com vários ao longo da vida.
Quem sabe esse dia chegue
Ou já tenha chegado.
Depende das formas
E da vontade,
Pois o querer existe.
E é ele que impulsiona a vida
A nossa.

27/02/2013

Caminhos que nos levam para o Amor

Cont. TEM UMA PARTE ANTES

Volto a FRISAR, este conto pode ser lido
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senti meu corpo arrepiar, a voz dela além de excitante, era doce como mel.

Minha resposta veio através de um sorriso, seguido de um beijo.

Nos levantamos, e de mãos dadas, em silêncio, fomo até o quarto.
Ainda de pé, já no quarto... Abraçadas, dançávamos como se ouvíssemos uma música, talvez uma música que viesse da batida de nossos corações.
Meus braços envolviam seu corpo, e as mãos dela me acariciavam o rosto e a nuca, enquanto de rosto colado, continuávamos a dançar ouvindo o silêncio.

Tirei sua blusa e ela tirou a minhas, voltamos a nos abraçar, sentindo uma o corpo da outra, nosso calor, calor que tomava conta de nós duas. beijava sua pele, macia e perfumada, tirei seu sutiã e acariciei seus seios, fiz isso com delicadeza, e senti o corpo dela se arrepiar, a fazendo respirar forte, enquanto mexia em meus cabelos, e me olhava passar a língua no bico de seus seios.

ela tirou meu sutiã... e abraçadas, nos deitamos, me coloquei encima dela, e beijei seu pescoço, sussurrando que a amava, e ela correspondeu com outro sussurro, também dizendo que me amava.

beijei sua barriga, que a cada dia ficava mais linda, e fui tirando sua calça, ela me olhava, mordendo os próprios lábios, e sorrindo como boba.
Abri suas pernas, me coloquei entre elas, e beijei seu sexo sem pressa, ela relaxou completamente, e rebolava com calma, ficando completamente molhada. Não tive pressa em faze-la gozar, lambi seu sexo, aproveitando cada centímetro dele, e ela rebolava lentamente.
Beijava seu sexo, sugando todo seu mel, e ela gemia baixinha, enquanto passavas as mãos em seu próprio corpo. Aumentei o ritmo, e ela reagiu gemendo mais alto, e puxando os lençóis da cama. 

Sussurrando, pediu que a fizesse gozar, e eu fiz o que ela me pediu, lambi seu sexo até que ela se contorceu, e logo em seguida perdeu as forças, me dizendo que havia gozado.

De joelhos, entre suas pernas, fiquei a olhando, e ela me puxou, me deitando, e sentando em mim, com suas pernas entre minha cintura... segurei suas coxas, e fiquei a olhando; e ela fazia o mesmo... sorrindo, me olhando, com os cabelos ruivos caídos por cima do ombro.

eu: - Você é linda!

falei lentamente, como se falar isso fosse como sentir o sabor do mel.

Paola: - Eu sou só sua!

Veio me beijar, colando seu rosto no meu, me fazendo perder o ar.

Segurou minhas mãos acima da cabeça, e veio passando as pontas das unhas dos meus pulsos, braços, até minha barriga... arrepiada eu sorri dizendo...

eu: - Assim você me deixa louca!

ela riu, mordendo meu pescoço.

Paola: - Pensei que você já estivesse louca.

sorri.

eu: - Louca, completamente louca por você!

ela desabotoou minha calça, e me olhou com um rostinho sapeca.

eu: - O que você vai fazer?

perguntei sorrindo.

Paola: - Nada que você não queira.

brincou enquanto me deixava completamente nua.
Deitando seu corpo sobre o meu, ela se encaixou entre minhas pernas, deixando nossos sexos em contato, e começou a faze-los entrar em atrito... com um movimento constante, suave, sentia seu sexo molhado, no meu sexo, ainda mais molhado.

Nos beijávamos com vontade, com nossos seios espremidos por um abraço quente, e o nosso corpo que continuava a entrar em atrito, de forma deliciosa. Meu sexo estava completamente molhado, e pulsava sempre que a Paola, só pra me torturar, gemia bem perto do meu ouvido.

Meu corpo tomado pelo tesão, enlouqueceu ainda mais quando a Paola começou a lamber meu sexo, com sua língua úmida e macia, ela sabia exatamente o que fazia, me deixando ao ponto de explodir de tanto tesão. 

Nesse ritmo excitante, gozei de forma incontrolável, sentindo todo meu corpo estremecer.
Abraçadas na cama, nos beijávamos o curtíamos um frio bem gostoso embaixo do lençol, mesmo ainda sendo de dia, e o aquecedor estando ligado, a casa do Nick era bastante fria.

Paola: -Tô com fome amor.

disse me olhando com uma carinha de pidona.

sorri.

eu: - O que quer comer?

ela riu.

Paola: - Comprou alguma massa?

Eu sabia que ela ia acabar me pedindo alguma massa, a Paola era brasileira, com descendência espanhol, mas parecia uma italiana viciada em massa.

sorri.

eu: - Claro que comprei, conheço os gostos da minha mulher.

Paola: - Uau... Minha mulher! ... Ai amor, me arrepiei todinha!

falou sorrindo e me beijando.

eu: - Boba, e você não é minha mulher?

Paola: - Sua, só sua. Mas você nunca tinha falado assim. Me deixou até excitada!

sorri.

eu: - Vou falar mais vezes então.

falei beijando o pescoço dela, que logo voltou a dizer.

Paola: - E minha massa?!

a olhei.

eu: - Vou por no microondas, já volto!

antes que eu saísse da cama, ela me puxou, me beijou e sussurrou que me amava.

eu: - Também ti amo minha linda!

sorri.

Ela me deixava toda boba.
Paola: - Amor eu pensei em um nome pro bebê.

entrou na cozinha falando.

eu: - Qual?

Paola: - Sempre gostei do nome Gabriel.

eu: - Mas vai ser menina amor, já falei pra você.

ela riu.

Paola: - Então pode se chamar Gabriela!

sorri.

eu: - Gostei amor... minha Gabi!

ela riu.

Paola: - Gostou mesmo?

a abracei.

eu: - Claro! ... Gabriela... nome lindo pra uma ruivinha fofa.

ela continuou a sorrir.

Paola: - E minha comida?

Impressionante como a Paola ficava quando estava com fome.

sorri.

eu: - Senta amor, eu ti sirvo.

Não esperou nem que eu terminasse de falar, já estava sentada.

Servi nosso almoço, e a Paola parecia comer por três... me divertia com a fome dela, e o jeito que sempre se lambuzava ao comer.

comecei a rir, e ela perguntou.

Paola: - Do que você tá rindo amor?

eu: - De você, tá toda lambuzada.

falei observando molho de tomate no queixo dela.

Paola: - Estou?

Passei o guardanapo.

eu: - Agora não tá mais.

ela riu.

Paola: - Sua chata, fica rindo de mim.

eu: - É que você é a menina mais linda desse mundo, e fica muito fofa lambuzada.

Paola: - Ain, fala assim não amor, eu tô sensível, fico querendo beijo.

eu: - Não é sacrifício nenhum pra mim ti beijar.

falei segurando sua mão, e beijando.

Paola: - Meu sorvete amor, onde tá?

mais uma vez sorri.

eu: - Termine de comer, e eu pego pra você!

Ela era a Grávida comilona mais fofa do mundo.
Ficamos na sala, tomando sorvete, no calor da lareira, com nossos violões. 

eu: - Vou cantar pra Gabi quando ela nascer.

ela sorriu.

Paola: - Que música?

eu: - A nossa música!

Paola: - Canta pra ela então.

pediu com um sorriso bobo, e eu fiz o que ela pediu. Cantei nossa música, a olhando... e ela com aquele olhar feliz, um olhar doce e carinhoso, que fazia meu coração bater forte.

Paola: - Ela tá mexendo amor, encosta aqui.

Encostei meu rosto na barriga dela, e comecei a falar.

eu: - Você gostou da música Gabi? Vou cantar sempre pra você e pra sua mãe, os dois amores da minha vida!

olhei a Paola, e ela chorava.

eu: - Que foi amor?

perguntei enxugando as lágrimas dela com beijos.

Paola: - Eu tô tão feliz!

sorri, a abracei e ela encostou a cabeça no meu ombro.

Paola: - Você não sabe o quanto me faz feliz quando fala assim com meu bebê.

eu: - Nosso bebê amor... nosso bebê!

ela continuava a chorar.

eu: - Agora para de chorar, eu gosto de ti ver sorrindo como boba, minha boba!

ela riu, e me beijou... um beijo salgado pelas lágrimas e ao mesmo tempo doce, pelo afeto que tinha nele.
Ficamos namorando, e curtindo uma a a outra, era um fim de semana só nosso, um momento que sempre iríamos lembrar, assim como o primeiro fim de semanas que passamos juntas, ou a primeira viagem que fizemos, esses momentos que fazem com que nossas vidas ganhem muito mais sentido.

O sábado passou tão rápido, provavelmente porque estávamos nos divertindo. Com a ajuda da Paola, preparei um jantar com salada e camarão, bem simples, mas bem saboroso, ela devorou tudo, como sempre. Depois ficamos na sala, conversando, namorando, ouvindo música, e sentindo o calor da lareira.

No domingo, me acordei um pouco mais cedo e caprichei no café da manhã, coloquei tudo que eu sabia que a Paola gostava, até pensei que tinha exagerado, mas não, porque ela estava comendo por duas, e duas que comiam muito bem. Ela praticamente devorou o pote de geleia, só não fez isso porque eu não deixei.

A Paola se divertiu muito, matando a saudades que tinha de tocar piano, e de certa forma ela matava a saudades que eu tinha em vê-la e ouvi-la tocar. Foi um fim de semana perfeito, esquecemos o mundo lá fora... me impressionava com o quanto eramos cúmplices, com o quanto nos bastava apenas a companhia uma da outra.

No começo da noite voltamos pra casa, e a Paola chegou bem cansada, tomamos um banho quente, juntas, em um clima super gostoso de romance, e trocamos muitas carícias antes de dormimos, pra acordar pra mais uma semana de estudo e trabalho.
O tempo parecia estar passando mais rápido, na quinta-feira daquela semana, minha mãe confirmou sua chegada pra o sábado da próxima semana, e marcamos uma consulta para a Paola, um dia antes da chegada da minha mãe, estávamos prestes a descobrir o sexo do bebê.

Eu e o Pai da Paola conversávamos cada vez mais, principalmente quando ela não estava por perto... ele sempre falava muito da mulher, era notável o quanto ele à amava, e de certa forma era admirável que depois de tantos anos ele ainda amasse tanto a mesma mulher, pensei que gostaria de ser assim no futuro, ainda sentir meu coração bater forte pela Paola, sentir que ela nunca deixou de ser parte de mim.

Conforme foi se aproximando o dia da consulta com a obstetra, a ansiedade, tanto da Paola quanto à minha, aumentava. E um dia antes da consulta, quase não dormimos, fazendo mil planos.

Fim de tarde de uma sexta-feira um pouco fria em Madrid, passei pra pegar a Paola no trabalho, um pouco mais cedo que o de costume, íamos a clínica, poucos minutos nos separavam de ter a confirmação do sexo do bebê, e era visível a ansiedade entre nós duas.

Paola: - Acha mesmo que vai ser menina?

perguntou séria e eu sorri.

eu: - Acho.

Paola: - E se for menino?

continuei sorrindo.

eu: - Vai ser um menino lindo, e muito amado.

Chegamos na clínica, e a Médica nos cumprimentou sorrindo.

Médica: - Então meninas, pronta pra ouvirem o coração do bebê?

a Paola sorriu como boba.

eu: - Estamos pronta sim!

falei também sorrindo.
Médica: - Está nervosa Paola?

perguntou a olhando, já deitada na cama.

Paola: - Só ansiosa.

Médica: - Então se acalma que a sua ansiosidade vai acabar.

Ela preparou a Paola, e depois começou a ultrassom... em silêncio, e na expectativa, eu a Paola olhávamos para a tela. Foi quando ouvimos o coraçãozinho do bebê bater.

Médica: - Tá ouvindo coração do seu filho mãe?

A Paola, emocionada, não respondia a nada, apenas chorava, e eu me segurei pra não fazer o mesmo. Em silêncio, senti uma emoção, uma energia boa e inexplicável.

Médica: - Querem saber o sexo?

eu olhei pra Paola, que ainda chorava, com um sorriso no rosto... um sorriso perfeito.

eu: - Queremos muito!

A médica sorriu com a minha empolgação.

Médica: - Você acha que é o que?

sorri dizendo...

eu: - Uma menina!

ela sorriu.

Médica: - Paola, você vai ter uma menininha!

Não aguentei a emoção, e chorei, beijando o rosto da Paola e dizendo...

eu: - Sabia, vai ser uma princesinha, uma menininha linda como você meu amor.

nos beijamos.

A médica nos olhava sorrindo, acho que uma sena daquela não devia ser muito comum pra ela.

Paola: - Uma menina amor.

eu: - Nossa princesa Paola, nossa menina!

continuávamos emocionadas, nos beijando, entre sorriso, e lágrimas de felicidades. Não sabia de onde vinha tanta emoção, mas eu me sentia tão feliz, que era impossível conter as lágrimas.
Sai da sala e deixei a Paola se arrumando, e a Médica veio falar comigo.

Médica: - Todo esse tempo, nunca senti tanta emoção em uma consulta como hoje. Estou impressionada com o elo entre vocês duas, agora entre vocês três.

ela disse sorrindo.

eu: - Eu também não pensei que fosse me emocionar tanto.

falei ainda eufórica.

Médica: - Era como se você também estivesse grávida.

sorri.

eu: - Nunca pensei desse jeito.

Médica: - Me admira a forma que você trata a Paola, e que cuida dela, acho isso bonito, e essencial na gestação do bebê. Nunca vi um pai emocionado como você ficou hoje, isso é um ensinamento pra mim.

eu: - Imagino que eu e a Paola não seguimos o padrão de família que a senhora tem costume de acompanhar.

ela riu.

Médica: - Se eu dissesse que sim, estaria mentindo. Mas posso dizer que vocês fogem o padrão de um jeito muito especial, e comovente. Meus parabéns!

sorri.

eu: - Obrigada!

A Paola se aproximou.

Paola: - Com fome amor.

ela disse encostando a cabeça no meu ombro.

eu: - Vamos jantar, o que você quer comer?

Paola: - Arroz com queijo e peixe.

sorri.

eu: - Não faço a menos ideia de onde vamos arrumar isso.

a médica acabou rindo também.

Paola: - Vamos dar um jeito?

ela perguntou me olhando com uma carinha fofa de menina pidona.

sorri olhando pra médica e falei.

eu: - Viu só doutora, ela é sempre assim!

rimos.

Paola: - Sou nada. 

disse brincando.

Nos despedimos da médica, e fomos à um restaurante perto do trabalho da Paola, ela conhecia o dono, e certamente conseguiria comer o que queria. Os desejos da Paola eram as vezes meio louco, mas quando ela misturava as coisas no prato, parecia ser a refeição mais deliciosa do mundo.
Durante o jantar fizemos planos em relação ao enxoval da nossa menina, e também em prepara um quarto pra ela. Agora que tínhamos certeza do sexo, podiamos fazer mil planos.

Depois do jantar, passamos no flat do pai da Paola, e contamos sobre a menina, marcamos de comemorar no outro dia, com a presença da minha mãe que estava vindo passar uns dias em Madrid.

Voltamos pra casa, e agora a comemoração era nossa, com muito beijo, abraço e carinho debaixo dos lençóis.
Mais um dia em Madrid, mas era um dia com um sabor especial para mim. No dia anterior tivemos a confirmação de que o nosso bebê era de fato uma linda menininha. 

Passamos uma noite linda, de muito carinho, fizemos amor de um jeito especial, as duas tomadas por um sentimento bobo e inexplicável de felicidade. Hoje minha mãe estava chegando do Brasil, e vindo me presentear com sua presença.

Contei os minutos durante a manhã, a espera de que as horas se passassem de forma mais rápida, e depois de almoçarmos, eu e a Paola seguimos até o aeroporto. Aguardamos um pouco a mais do previsto, o vôo estava atrasado. Mas um horas depois do horário, enfim, minha mãe nos encontrou no saguão. 

Ela parou, e ficou me olhando, e a Paola, um pouco mais atrás de mim, ficou nos observando. Fui até minha mãe e a abracei.

Eu: - Que saudades da senhora Mãe!

Andréa: - Eu quem estava morrendo de saudades!

Nos olhamos.

Eu: - Estou tão feliz por a senhora ter vindo.

Disse pegando na mão dela.

Andréa: - Só estava esperando uma oportunidade pra vir matar as saudades.

Ela olhou pra Paola.

Andréa: - Essa mocinha sorridente, é a Paola?!

Perguntou indo cumprimentá-la.

Eu: - É sim mãe.

Ela abraçou a Paola, as duas sorrindo.

Paola: - Muito prazer em conhecer-la dona Andréa.

Andréa: - Prazer o todo meu, mas chama só de Andréa.

Rimos.

A minha mãe me olhou, de braços dados com a Paola.

Andréa: - Ela é ainda mais encantadora pessoalmente.

Eu: - Muito mais!

A Paola ficou vermelha.
Andréa: - Olhando vocês duas, vejo uma felicidade que se vê em poucos casais.

A Paola continuava vermelha.

Eu: - Somo felizes juntas mãe, e agora com a Gabriela, vamos ser ainda mais felizes.

Andréa: - Gabriela?

Perguntou sem entender.

Paola: - É o nome da minha filha.

Explicou passando a mão na barriga.

Eu: - Nossa filha amor.

A Paola sorriu e corrigiu, dizendo “Nossa filha”.

Andréa: - Então é mesmo uma menininha?

Eu: - Eu já sabia que seria. E ela vai ser...

Andréa: - ...Linda e ruiva como a mãe.

Disse me completando, e voltamos a rir.

Eu: - Acho que já falei isso alguma vez pra senhora.

Andréa: - Algumas.

Rimos.

Andréa: - Vamos tomar um café, estou cansada, e com sono, um café vai me 
despertar.

Eu: - Vamos sim mãe.

Peguei o carrinho com as bagagens da minha mãe e fomos pra um café, no aeroporto mesmo.
Nos sentamos e logo eu comecei a perguntar sobre a vida no Brasil, como estavam as pessoas.

Eu: - E o tio Pedro, porque não veio?

Andréa: - Você sabe que fica difícil, tanto pra mim como pro seu tio, tirar dois recessos no mesmo ano.

Eu: - Eu sei mãe. Mas ele tá bem?

Andréa: - Tá feliz, tá apaixonado. 

Eu: - O tia tá namorando de novo?

Andréa:- Ele não me disse nada, mas eu imagino que sim.

Eu: - E as meninas, minhas amigas. Você tem notícia delas?

Andréa: - Não só tenho, como a Flávia teve lá em casa e me deixou encarregada de trazer algumas cartas e lembranças pra você.

Eu: - Mesmo mãe?

Andréa: - Tá tudo na minha bolsa, depois ti entrego.

Enquanto eu falava, minha mãe olhava a barriga da Paola, então perguntei.

Eu: - O que a senhora tanto olha mãe?

Ela colocou a mão na barriga da Paola, e disse olhando pra ela.

Andréa: - Filha, sua barriga tá linda, que Deus abençoe vocês duas.

A Paola sorriu.

Paola: - Muito abrigada, sua filha cuida super bem de mim.

Acabei rindo.

Eu: - Tenho que tomar conta, se não ela não come direito, ou come só besteira.

Andréa: - Então você tem mesmo que cuidar dela.

Paola: -A Nayara tá exagerando, eu até que me alimento direitinho.

Eu: - Isso porque eu fico encima de você meu amor.

Rimos.
Depois do café, fomos pra casa. Minha mãe gostou das mudanças que havíamos feito nos últimos tempos.

Andréa: - O apartamento tem o jeito de você duas.


Caminhos que nos levam para o Amor

Cont.


eu: - Ela preferiu ficar descansando. Mas, o senhor pode subir, ela está no quarto.

Luís Canella: - Não, se ela quer descansar, eu venho aqui depois que vocês voltarem.

eu: - O senhor tem alguma coisa pra fazer agora a noite?

ele riu.

Luís Canella: - Assistir algum seriado pela televisão, talvez.

eu: - Então me faz companhia no mercado, depois deixo o senhor no flat.

Luís Canella: - Ótimo, bem melhor que seriado.

rimos.

O pai da Paola é super legal, compreensivo, e divertido... é como a filha. Depois que ele saiu de casa, a nossa convivência passou a ser maior, ele sempre nos visitava e aos poucos nos conhecíamos melhor.

Ele sempre me perguntava muitas coisas sobre minha vida, certamente ele estava me estudando, mesmo eu sentindo que ele confiava em mim, eu sabia que pra ele, qualquer informação era muito valiosa. Ele acabou me ajudando a fazer as compras, e foi bem divertido, muito engraçado ele falando que desde criança a Paola, se deixasse, quando ia com ele ao mercado, só trazia doces, e que quase sempre o convencia a traze-los.
Foi muito boa a companhia dele, quase esqueci do encontro desagradável que tive com a mulher dele.

eu: - O senhor e sua mulher não se parecem em nada. 

Luís Canella: - Vocês não tiveram tempo de se conhecer.

eu: - Infelizmente eu sinto como se não tivesse mais nada o que conhecer dela.

Luís Canella: - Não fala a sim Nayara, a Marta é uma pessoa boa, ela só não conseguiu, ainda, aceitar o que você e a nossa filha sentem uma pela outra.

eu: - Desculpa seu Luís, mas a sua mulher me deu motivos pra pensar que ela não é nada do bem.

Luís Canella: - Está acontecendo alguma coisa que eu não saiba?

eu: - Está sim. Eu tinha pensado em ficar calada, mas preciso dividir isso com alguém, e acho melhor que seja com o senhor, que conhece bem sua mulher.

Luís Canella: - O que a Marta está fazendo?

Sugeri que levássemos as compras em casa e depois fossemos há algum lugar, pra conversar, e ele aceitou.

Passei em casa, guardei as compras, fui até o quarto, olhei a Paola, que estava dormindo, e como ainda não tinha jantado, sugeri que fossemos há um restaurante perto do Flat dele.
Chegamos ao restaurante, e pedimos pratos de massa e vinho pra acompanhar.

Luís Canella: - Me conta o que está se passando Nayara.

disse sério.

eu: - Umas semanas atrás o Casillas me procurou na boate,saímos pra conversar, e ele pediu que eu saísse do caminha da Paola, pra que ela pudesse fazer o que é teoricamente certo... ficar com ele. 

Luís Canella: - Ele fez isso mesmo?

eu: - Fez, mas até aí tudo bem, eu até já esperava que em algum momento ele viesse me procurar.

Luís Canella: - Então não foi só isso?

eu: - Não. Acho que quando ele percebeu que eu não desistiria da Paola tão facilmente, resolveu me ameaçar de outra forma.

Luís Canella: - Que seria?

eu: - Me deu a opção de deixar a Paola, ou ela sofreria em poder perder a guarda do filho.

Luís Canella: - O Casillas fez isso?

eu: - Fez, e não fez sozinho. Hoje a sua esposa me esperou na frente da boate, e veio com essa mesma ameaça, a de apoiar o Casillas nessa briga pela criança, se caso eu não deixasse sua filha.

Luís Canella: - Você está me dizendo que a Marta está participando desse absurdo?

eu: - Sinto muito senhor Luís, mas a sua mulher, por mais que eu tente respeitá-la em consideração ao senho e a sua filha, demonstro ser um monstro. Disse que se eu amasse a Paola, me sacrificaria pela felicidade dela.

Luís Canella: - E o que você disse?

eu: - Que a felicidade dela, era ficar comigo.
Luís Canella: - Eu gostaria de acreditar que isso não é verdade.

eu: - Eu entendo o senhor, dá pra notar que o senhor ama muito sua mulher. Mesmo ela não ti merecendo.

Luís Canella: - Ela não era assim.

disse triste.

eu: - Eu sinto muito que o meu relacionamento com sua filha tenha feito vocês dois se desentenderem.

Luís Canella: - Não sinta, você não tem culpa alguma... culpa tenho eu, em ter deixado a Marta agir dessa forma com você.

eu: - Agora sou eu quem digo, o senhor não tem culpa de nada. Tudo que pode fazer pela sua filha, está fazendo.

Luís Canella: - Eu gosto muito de você, vejo a forma que trata minha filha... você cuida e protege ela. Você contou isso a Paola?

Fomos atrapalhados pelo garçom que nos serviu o vinho, mas logo voltamos conversar.

Luís Canella: - A Paola está sabendo dessas ameaças?

eu: - Não, não... o senhor é a única pessoa que sabe. Não pensei em contar pra ela, e deixá-la preocupada, talvez isso fosse fazer mal pra o bebê.
Luís Canella: - Não conte, a minha filha se abate com as coisas muito rápido, e ela está fragilizada, já sofre por não ter a companhia da mãe, não deixe que ela saiba que a Marta e o Casillas estão com essas ameaças.

eu: - No que depender de mim, acredite, eu vou defende-la de tudo e de todos... Mas o senhor não acha que eu deveria dar a ela a opção de não ter que um dia brigar pela guarda do filho?!

Luís Canella: - Tenho certeza que ela não vai ti deixar por isso, mas vai ficar muito triste com a situação. 

eu: - Tenho medo que ela fico com raiva de mim quando souber que não dividi isso com ela, ainda mais sendo uma coisa que atinge diretamente ela.

Luís Canella: - Agora você me tem como aliado, e nós dois vamos conseguir resolver isso sem que a Paola tenha que ter mais esse desgosto. Nayara, eu vejo que você protege a minha filha, e vejo que você é capaz de muito por ela, por isso ti peço pra que juntos possamos resolver isso, evitando um problema pra minha filha.

o olhei, e sorri.

eu: - Não sabe o quanto é bom poder contar com o senhor!

ele sorriu.

Luís Canella: - Fico feliz que você tenha se sentido a vontade em conversar comigo, de coração Nayara,você já é uma filha pra mim.

Me emocionei, senti sinceridade no que ele me disse, e de certa forma essas palavras me confortaram.

eu: - Muito obrigada, eu precisava dessa força.

Luís Canella: - Você é sempre tão forte do lado da Paola, eu acho que você tava precisando de alguém que ti confortasse também.

ele sorriu e eu também.

eu: - Isso é verdade.

rimos.

Jantamos e bebemos algumas taças de vinho... e depois que relaxamos, bebemos mais algumas taças de vinho, mais algumas, e algumas... enfim, bebemos bastante vinho, tive que deixar o carro no estacionamento e voltar de taxi, e o senhor Luís foi pro flat. A noite me fez relaxar e esquecer os problemas que estavam me seguindo.
Paola: - Amor!... Acorda amor! 

disse me sacudindo na cama.

eu: - Oi...

falei com muito sono.

Paola: - Tá na hora de levantar Nayara.

eu: - Já é dia?

perguntei completamente atordoada.

ela riu.

Paola: - Onde você foi ontem a noite? Certamente não foi só fazer comprar.

eu: - Eu fui jantar com seu pai.

continuava deitada, sem abrir os olhos, e ela continuava a rir.

Paola: - Vocês só jantaram? 

eu: - E bebemos vinho.

ela riu com mais vontade.

Paola: - Entendi a ressaca. Você tá indisposta pra viajar?

Me sentei, ainda sem conseguir abrir os olhos.

eu: Me deixa tomar um banho, vou tentar despertar.. A Não...

falei levando a mão à cabeça.

Paola: - O que foi?

eu: - Deixei o carro no estacionamento perto do restaurante.

Paola: - Vai ter que ir buscar lá.

eu: -Tá bom...eu vou tomar um banho, tentar acordar, e vou pegar o carro.

Paola: - se quiser deixar pra mais tarde, eu entendo amor.

eu: - Não... só espera eu tomar um banho.

ela sorriu. 

Paola: - Tudo bem amor, no seu tempo.
Tomei um banho bem demorado pra acordar... ainda bem que vinho não me dava ressaca.

Paola: - Tudo bem amor?

perguntou quando sai do banheiro.

eu: - Tudo ótimo minha linda.

a abracei, beijei seu rosto, sua barriga e disse sorrindo.

eu: - Bom dia pra vocês duas!

ela sorriu.

Paola: - Agora acordou.

rimos.

eu: - Você já tomou café?

Paola: - Não... queria tomar o café fora.

sorri.

eu: - Eu vou pegar o carro e quando voltar ainda temos que arrumar as coisas no porta-mala. Não acho que seja bom você ficar esse tempo todo sem comer.

Paola: - Nem é tanto tempo assim amor.

eu: - Vou fazer uma vitamina com aveia pra você.

Paola: - Não amor, não precisa.

eu: - Faço questão... ou você não gosta da minha vitamina?

ela sorriu.

Paola: - Boba, tem alguma coisa que você faz e eu não gosto?

eu: - Não sei, se tem você nunca me falou.

rimos.

Paola: - Faz a vitamina então.

eu: - Assim que eu gosto.

falei a abraçando.

Só depois de fazer a Paola beber a vitamina, foi que eu fui pegar o carro... e quando guardamos as comprar e nossa bagagem no carro, seguimos viagem.

eu: - Onde você quer comer?

Paola: - Onde você vai me levar?

eu ri.

eu: - Tem uma cidade à uma hora daqui, se você não estiver com muita fome, podemos parar em algum lugar e comer.

Paola: - Pra mim tá perfeito.

Na mala, algumas roupas, bastante comida, e os nossos violões...sempre que ficávamos sozinhas, nos divertíamos tocando violão, e eu tinha uma surpresa pra Paola, na casa do Nick tem um piano... eu sei que umas das coisas que a Paola mas senti saudades da casa dela, é o piano, ela certamente iria fica muito feliz em poder tocar novamente.
A viagem foi tranquila, paramos apenas pra tomar café, e depois seguimos até a casa.

Quando chegamos, pra minha surpresa, a casa era maior do que eu pensava.

Paola: - Não vamos nos perder ai dentro.

brincou.

eu: - pra não arriscar, segura na minha mão e anda com o celular.

rimos.

Assim que entramos eu procurei a cozinha, pra guardar as compras e depois fui procurar a suíte e o piano, pra que eu pudesse mostrar à Paola.

Paola: - Achou a suíte?

eu: - Achei.

falei rindo.

Paola: - Desenhou um mapa pra que possa encontrar de novo?

continuava brincando.

eu: - Fotografei pontos estratégicos pra não me perder.

Paola: - Nossa, amei essa casa, ela é tão aconchegante, meio rústica, legal.

sorri.

eu: - Tem uma coisa que você vai amar quando ver.

ela me olhou curiosa.

Paola: O quê?

eu: - Quer ver agora?

Paola: - Claro!

sorri.

eu: - Então vem.

falei a pegando pela mão e a levando até um salão, onde antes de entrar, cobri os olhos dela com minhas mãos.

Paola: - ai Nayara, não é justo deixar mulher grávida curiosa.

rimos.

eu: - Calma, você já vai descobrir o que é...

Paola: - O que é?

eu: - Uma coisa que eu tenho certeza que você gosta e sente muita falta. 

Paola: - O quê?

eu: - Tinha na sua antiga casa... e a primeira vez que passamos o fim de semana juntas, você tocou pra mim.

Paola: - É um ...

antes que dissesse descobri seus olhos.

Paola: - Um piano!

disse sorridente.

eu: - Quando o Nick me disse que tinha um piano, eu fiquei ainda mais animada em ti trazer pra cá. Sabia que você ia gostar.

ela me abraçou.

Paola: - Ai amor... eu amei, sinto tanta saudades de tocar no meu piano.

eu: - Vai lá então, toca pra mim.

ela sorriu, e foi até o piano.
Paola: - The scientist!

disse antes de começar a tocar nossa música, e eu sorri, me sentando em um sofá e a olhando.

Eu sempre sentia como se me apaixonasse ainda mais por ela quando tocava e cantava nossa música... sentia a emoção dela também, a forma em que sorria enquanto tocava o piano e cantava, lentamente, nossa música, colocando sentimento em cada nota, em cada palavra. 

eu: - Você fica tão linda tocando piano. Me apaixone de novo.

ela sorriu, vindo se sentar no meu colo.

Paola: - Obrigada amor!

eu: - Pelo quê?...

sorri.

eu: - ... Eu não fiz nada.

Paola: - Você é sempre tão atenciosa comigo... eu amo você!

sorri.

eu: - Sempre vai ser assim Paola... Eu te amo muito!

olhei bem nos olhos dela, e acaricie seus cabelos ruivos.

eu: - Você é o que existe de mais importante pra mim, eu vivo pra você! 

Paola: - Eu me sinto tão feliz do teu lado, é como se nada pudesse me atingir, você me protege, cuida de mim, você é tão perfeita Nay.

sorri.

eu: - Perfeita nunca, mas por você eu tento ser.

ela riu.

Paola: - Boba... me beija!
Nos beijamos com delicadeza, eu acariciava sua nuca, e ela passava a língua levemente em meus lábios. Sentia seu coração bater forte, enquanto ela me beijava, sentia a intensidade dos nossos sentimentos.

Paola: - Nossa! 

disse pulando e sorrindo.

acabei rindo também.

eu: - O que foi?

Paola: - Mexeu! Meu bebê mexeu!

ela disse com um sorrido bobo e com os olhos cheios de lágrimas.

eu: - Mexeu?

perguntei encantada com sua expressão.

Paola: - Mexeu sim... eu senti.

disse encantada.

eu: - Nossa menina sentiu o calor do nosso beijo.

ela se emocionou.

Paola: - Mexeu enquanto nos beijávamos.

eu: - Eu sei amor!

sorri e voltei a beijá-la... e agora ela me beijava com uma felicidade ainda maior e mais comovente.
Paola: - Nunca mais eu vou esquecer desse momento.

disse enquanto me beijava.

eu: - Eu não vou deixar que você esqueça.

sorrimos.

Paola: - Eu te amo Nayara!

a olhei fixamente, e ela fez o mesmo.

passei a mão na sua barriga e sorri dizendo.

eu: - Vocês duas são parte de mim, amo muito vocês!

ela me abraçou, e sussurrou no meu ouvido...

Paola: - Faz amor comigo!


24/02/2013

CAMINHOS QUE NOS LEVAM PARA O AMOR

CONT. 2ª  PARTE DO POST POSTADO NA PÁG. PRINCIPAL.




eu: - Julia, foi você que à visitou. Como eu vou saber se ela está bem se você não me falar.

Julia: - Ela não está feliz. E eu sei muito bem porque.

eu: - Sabe?

Julia: - Sei. É porque ela contava com o apoia da pessoa que ela ais ama.

baixei a cabeça.

Julia: - Ela me contou que a mãe dela se reaproximou, e agora se dedica a fazê-la ti esquecer.

eu: - Eu imagino.

Julia: - Também falou do Casillas, o pai do bebê. Ela vê que os planos da mãe dela é casar os dois.

eu: - Mas o que ela pensa sobre isso.

Julia: - Eu fiz a mesma pergunta pra ela.

eu: - E o que ela disse?

Julia: - Que está esperando por você!

mais uma vez fiquei muda, agora com um nó no peito.

Julia: - Ele tá do lado dela, quando você quem deveria estar.

eu: - Mas ele é o pai.

Julia: - E ela a mãe, e o que ela mais tá precisando é de apoio, e não do apoio dele.

eu: - Você tá dizendo que eu deveria, meio que assumir essa criança?!

Julia: - Eu não estou dizendo nada... Só acho que essa criança não vai deixar de ter pai, se você e a Paola ficarem juntas. 

eu: - Quando voltarmos eu vou conversar com ela.

Julia: - Ela te ama, e você também a ama. Eu tenho certeza que vocês duas vão dar conta disso.

disse sorrindo.

eu: - Obrigada pela força prima!
Depois de ter ouvido o que minha prima disse, senti que alguma coisa havia mudado em mim. 

Ao anoitecer, fomos para o evento, que foi muito bacana, conheci muitos amigos do Nick, a maioria empresários, era sempre bom ter contato com essas pessoas, muito embora a maioria delas fosses um tanto metidas. 
No final do evento, deu pra curtir e relaxar um pouco mais, fiz isso com a minha prima, já que o Nick estava mais preocupado em conseguir alguns telefones.

No dia seguinte voltamos para Madrid... eu estava com uma sensação muito boa de dever cumprido, e de certa forma com o meu coração mais leve.

Agora sempre que pensava na Paola, olhava por um novo ponto de vista. Acho que meu coração foi amolecendo com a possibilidade de acompanhar a gravidez da Paola, de cuidar e proteger, tanto ela quanto esse bebê. Mas mesmo assim, esses pensamentos não me faziam, ainda, ter certeza do que eu queria.
Mais uma semana que começava, e eu fui pra o meu curso. Tinha perdido bastante assunto, agora iria precisar correr atrás do prejuízo. 
Depois que a aula terminou, fui para a cantina com algumas amigas, afim de que elas me passassem algumas coisas das quais eu tinha perdido.

Não achei que fosse encontrar com a Paola, mas nos encontramos, e ela veio falar comigo.

Paola: - Olá Nay!

disse com um sorriso discreto.

eu: - Oi Paola. Como vai?

Paola: - Triste!

as meninas que estavam na mesa, me olharam desconfiadas.

eu: - Podemos nos ver mais tarde?

Falei isso porque não achava que a cantina era o melhor lugar pra conversarmos.

Paola: - Sim.

eu: - Se poder, vai lá em casa a noite.

Paola: - Eu vou. Até mais tarde então.

eu: - Até!

As meninas estranharam o clima entre nós duas, e logo perceberam que algumas das minhas faltas tinham haver com a Paola. Mesmo elas me perguntando, eu logo mudei de assunto e voltei a falar das aulas.

Depois de sair do curso, eu fui trabalhar. Eu e o Nick resolvemos algumas questões financeiras da boate, o que tomou toda nossa tarde e atenção. Sai do trabalho meia hora mais tarde; e quando cheguei em casa, a Paola já me esperava.

eu: - Desculpa a demora!

ela sorriu.

Paola: - Você chegou cedo.

sorri de volta, afinal, ela tinha razão... normalmente quando me atrasava eram por horas.

eu: - Vou tomar um banho e já falamos. Você espera?

Paola: - Pode ir tranquila.

Eu já não sabia nem mais o que ia falar com ela. Parecia que tudo tinha voltado ao normal entre nós duas. 
Depois do banho fui até a cozinha.

Paola: - Fiz um lanche pra gente.

eu: - Ótima ideia.

lanchamos um sanduíche com pasta de presunto e cenoura ralada, e eu confesso que olhando pra ela, tão linda, não sentia mais vontade de ter conversa nenhuma, só sentia vontade de tomá-la em meus braços e enche-la de beijos e carinho.
Já na sala, sentamos uma olhando para a outra, e ela sorriu, me deixando ainda mais sem ação.

Paola: - Parece até que não temos muito à dizer uma pra outra.

falou sorrindo.

eu: - Verdade.

Paola: - Mas eu tenho muito pra ti dizer Nayara.

eu: - Eu também. Mas você pode falar.

Paola: - Eu tentei não sofrer esses dias. Porque eu sabia que íamos conversar. Eu tô aqui pra admitir que errei muito quando sai sem ti contar o que estava acontecendo comigo.

eu: - Tudo bem. Se você ficou confusa e com medo, imagine eu.

comentei.

Paola: - Você sabe que te amo?

sorri.

eu: - Sei, e eu te amo também.

ela sorriu, pegando na minha mão.

Paola: - Só quero que você saiba que eu não vou me casar com o Casillas. Ele apenas é o pai do meu filho, fora isso não temos mais nada em comum.

baixei a cabeça.

Paola: - Eu sinto tanto sua falta, de dormir com você, de acordar com você. Penso em você o tempo todo; e é por isso que eu sei que não tenho o direito de ti pedir pra ficar comigo agora que estou grávida.

ela respirou fundo.

Paola: - Só quero que saiba que você não precisa me deixar pra que eu fique com o Casillas, me case, more em uma casinha e seja feliz. Isso não vai acontecer, porque eu sou feliz com você, vou ser com meu filho ou filha.

ela se levantou. 

Paola: - Preciso ir.

a olhei e falei quase involuntariamente.

eu: - Vai mesmo embora?

Paola: - Eu não quero ir. Mas também não quero ficar enquanto você não tiver certeza do que quer.

eu: - Posso ti pedir um tempo?!

Paola: - Pode sim.

foi até a porta, e antes de fechar disse...

Paola: - Só não demora muito!... Te amo!
Na hora que ela fechou a porta, senti vontade de ir atrás dela. Mas não achei que seria uma atitude sensata. E mesmo tendo a nítida sensação de que já sabia o que queria, achei melhor deixa-la ir, e depois voltarmos a conversar.

Peguei o violão e fiquei na sala tocando. Eu já não me sentia mais triste, mas eu também tinha que pensar no que fazer pra traze-la de volta pra casa, em como fazer, no que dizer a ela, eu estava pensando em como seria agora que ela estava grávida, no que mudaria... passei parte da noite pensando nisso, e cheguei à algumas decisões... decisões estas, que eu precisava compartilhar com alguém antes de conversar com a Paola.

Fui dormir tranquila... pensando na Paola.
Dia seguinte, pela manhã fui para o curso, e depois que a aula terminou fui procurar a Paola, mas ela não estava. Aproveitei meu horário de almoço pra ligar para a minha mãe e contei tudo que tinha acontecido comigo e com a Paola.

Minha mãe ficou muito surpresa, mas me deu bons conselhos. Contei pra ela o que eu pretendia fazer, e ela me apoiou. Sempre me pedindo pra ter certeza do que ia fazer.

O dia passou, e eu não fui atrás da Paola porque queria evitar m novo, e desagradável encontro, com a mãe dela. 
Mas na manhã seguinte, depois da aula, nos encontramos no curso.
Ela veio, sorridente, falar comigo; e eu a convidei pra tomar um suco.

eu: - Você está bem?

Paola: - Sentindo sua falta!

ela parecia mais que decidida a ficar comigo mesmo grávida.

eu: - Eu pensei em tudo que você me disse. E tenho uma coisa importante pra ti dizer.

Paola: - Me fala!

sorri.

eu: - Não aqui. Vamos lá pra casa. Você pode?

ela sorriu.

Paola: - Sempre posso!
Chegamos em casa, e ela mal me deixou entrar e foi logo perguntando.

Paola: - O que você decidiu?

eu sorri, me sentando no sofá e a olhando.

eu: - Antes de falar o que tenho que falar. Eu quero ti pedir perdão. Me comportei nos últimos dias como uma menina indecisa.

Paola: - Não só você, mas eu também.

rimos.

eu: - Pensar em ficar com você, não é mais tão simples. Agora envolve mais uma vida. Isso me assustou. Mas por outro lado, em nenhum momento eu duvidei do que sentia por você, ou do que você sentia por mim.

Paola: - Eu te amo!

eu: - Eu sei. E é por isso que mais uma vez eu ti peço perdão... mas dessa vez eu peço perdão porque no dia que soube q você estava grávida, eu fui até sua casa decidida a ti trazer de volta independente de qualquer coisa, e eu fui fraca, não fiz isso.

ela apenas me olhava, com aqueles olhos lindos e sedutores dela.

eu: - Eu pensei no futuro... e o meu futuro não existe sem você.

coloquei a mão na barriga dela.

eu: - Agora o meu futuro não existe sem vocês! ... Eu te amo Paola. Vou cuidar de você, vou ficar do seu lado, e ti ajudar no que for preciso, e essa criança vai ser muito amada por mim também.

ela sorri, com lágrimas nos olhos.

eu: - Volta pra casa meu amor! ... Volta pra mim!

ela não parava de sorrir, e eu continuava à olhando, fixamente.

Paola: - Eu nunca fui embora!

disse antes de praticamente pular encima de mim, me agarrando pelo pescoço, e me enchendo de beijos.

sorrindo nos olhamos, e com calma, encostamos nossos lábios... e com a suavidade e toda delicadeza possível, voltamos a ser uma.
Paola: - Você sabe que nossa vida vai mudar.

disse sussurrando com o rosto colado ao meu.

eu: - Sei meu amor.

Paola: - Tá pronta pra isso?

sorriu timidamente.

eu: - Estou pronta pra ficar do seu lado!

Colocando as mãos por baixo da blusa dela, eu à beijava lentamente, e ela respirava fundo... respiração que era seguida por um lindo e doce sorriso.

Tirando sua blusa, beijando seu ombro e sussurrando...

eu: - Vou cuidar de você meu amor!

ela se deitou no sofá... acariciando sua barriga à olhei nos olhos e nós duas sorrimos como bobas. beijava sua barriga, enquanto ela alisava meus cabelos.

A abracei, mas com cuidado, estava com um pouco de receio em ficar com meu corpo encima do dela, então me levantei e sorrindo segurei-a pela mão e disse...

eu: - Vamos pro nosso quarto!

ela se levantou, me abraçou e beijou com muita vontade, e depois de quase roubar meu ar, disse...

Paola: - Vamos amor!

Fomos para o quarto e ela se deitou na cama, me chamando pra perto dela, enquanto esboçava aquele lindo e doce sorriso. Me deitei e voltei a beijar seu corpo, ela de olhos fechados, estava totalmente entregue as minhas carícias.

Tirei toda sua roupa, mas continuei a beijar cada parte do seu corpo, a fazendo arrepiar.

Paola: - Que saudade dos teus lábios.

sussurrou enquanto mordia os próprios lábios. 

eu: - Que saudade dessa sua voz sensual.

sussurrei em seu ouvido e ela sorriu.
acariciei, beijei e passei a língua em seus seios... com as pernas encaixada entre as suas, continuava a beijar seu pescoço, seus ombros e seus seios, que ficavam com os bicos durinhos quando passava com minha língua.

Fui fazendo uma trilha, com a minha língua, dos seus seios, passando pela sua barriga, umbigo, e quando me aproximei do seu sexo, ela reagiu com um sussurro, respirando fundo, se preparando pra sentir a minha língua tocar seu sexo deliciosamente molhado.

Beijei e passei a língua nas suas coxas, abri bem suas pernas, e passei minha língua lentamente em seu sexo... ela gemeu, sorrindo.
Continuei a lambê-la, sem pressa, apenas me deliciando com seu sexo, e acariciando seu corpo com minhas mãos, que firmes apertavam sua cintura, sua coxa, acariciavam seus seios. Ela gemia, ainda silenciosamente, e se retorcia aos poucos.

Passei a invadi-la com mais vontade, e ela tento me afastar do seu sexo, mas eu segurei suas mãos, cruzando nossos dedos, e ela apertava minha mãos, enquanto minha língua invadia seu sexo cada vez mais molhado.

Seus gemidos tomaram conta do ar... e aquela altura já me tomavam também, meu corpo reagia aqueles sons, e eu já sentia meu sexo molhado. A Paola sabia o quanto e gemido me excitava, e enquanto ela gemesse eu sentia mais vontade de fazê-la gozar.

Paola: - Devagar amo!

Pediu em um sussurro baixinho, e eu fiz o que ela pediu. Diminui o ritmo e ela começou a rebolar devagar na minha língua, continuava gemendo e rebolando, e eu sentia seu sexo tremer, completamente molhado de tesão... em um ritmo gostoso, ela rebolava, e eu a lambia, seus gemidos eram de muito tesão, e aos poucos sua vontad de gozar a faziam rebolar mais rápido e se contorcer... sentindo que ela queria gozar, segurei suas coxas, ela me apertou, e à chupei com vontade até que ela gozasse com um gemido delicioso, seguido de um risadinha provocante.
Paola: - Me abraça!

pediu sorrindo, e eu me deitei ao seu lado... ela estava suada.

eu: - Não é melhor você beber um pouco de água amor?!

ela riu.

Paola: - Se você transpirar muito, não faz mal ao bebê? ele não pode desidratar?!

mais uma vez ela riu.

Paola: - Eu acho que não.

Me levantei.

eu: - Mesmo assim vou pegar água pra você.

ela continuou rindo, e eu fui pegar água pra ela.

eu: - Tá aqui, bebe um pouco.

ela se sentou e bebeu me olhando. Depois de beber, sorriu e disse...

Paola: - Vai cuidar assim de mim até quando?

eu: - Até o dia que essa menininha nascer, ai eu vou cuidar dela.

ela riu.

Paola: - Duas coisas... Uma, você tem que cuidar de mim pra sempre.

rimos.

Paola: - ... duas, quem disse que é uma menina?

agora fui eu quem sorriu.

eu: - Eu esto dizendo.

beijei a barriga dela.

eu: - Vai ser ruivinha como a mãe, e vai ter os olhinhos doces e inocentes como os seus.

Paola: - Você é uma boba!

a olhei fixamente.

eu: - Prefiro ser uma boba apaixonada, do que ser uma idiota e não lutar por você.

Paola: - Não tem luta Nayara. Nunca teve... sempre foi e sempre vai ser você quem eu amo.

eu: - Eu te amo tanto.

acariciei seus rosto, e ela fechou os olhos, sentindo.

eu: - Nunca mais vou sair de perto de você. Ti prometo!

Paola: - Não precisa prometer, só precisa me amar!

disse me olhando, e logo em seguida ficamos em silêncio por um tempo, trocando olhares... aqueles olhares que falavam tudo que sentíamos.

Nos beijamos, abraçadas na cama, agora embaixo dos lençóis, e ficamos por horas trocando carícias e juras de amor. Pra mim, era como se o amanhã não existisse ou não importasse.
Dormimos abraçadas, sentindo uma o calor do corpo da outra. 

Na manhã seguinte, me acordei cedo, e fui preparar um café pra mim e para a Paola, mas não tinha muita coisa na geladeira. Cheguei à duas conclusões... Uma- eu tinha que ir ao mercado. Duas - Tínhamos que tomar café da manhã fora.

Voltei pro quarto, e acordei a Paola com beijos.

eu: - Bom dia meu amor!

ela sorriu, ainda de olhinhos fechados.

Paola: - Bom dia amor!

eu: - Não tem nada pra o café, vamos comer em alguma padaria? 

ela sorriu.

Paola: - Tudo que eu mais quero é pãozinho de queijo com presunto.

sorri.

eu: - Depois temos que ir ao médico pra saber o que você não pode comer. 

Paola: - Porque diz isso amor. Eu estou grávida e não doente.

disse rindo.

eu: - Mesmo assim vamos à um médico. E agora levanta linda, você deve tá com fome. 

Paola: - Com fome e com sono. 

Depois de nos arrumarmos, fomos tomar café em uma padaria perto do curso, e au nem me espantava mais com o tanto que a Paola comia, misturava suco, era um apetite bem interessante, pra não dizer espantoso.

eu: - Acho que você está comendo por dois. 

brinquei ao vê-la comer o 2° pãozinho de queijo com presunto.

Paola: - Também acho.

ela sorriu.

Não demorou muito e depois do tanto que ela comeu, sentiu vontade de vomitar. Isso me deixava bem nervosa.

eu: - Tá tudo bem amor?

perguntei depois que ela vomitou.

Paola: - Está sim. Foi só um enjoo, tá acontecendo com mais frequência.

eu: - Vou ter que me acostumar então.

ela sorriu.

Paola: - Por um tempo e acho que sim.

eu: - Não é melhor você ir pra casa.

ela riu de novo.

Paola: - Não espera que eu passe toda a gravidez em casa. Espera?

sorri.

eu: - Me desculpa, eu só fiquei preocupada.

Paola: - Acontece. Agora vamos pro curso amor.
Seguimos pro curso, e como minha aula começava antes da dela, ela ficou na cafeteria com as amigas e eu fui pra sala. Depois da aula nos encontramos, almoçamos juntas, e combinamos dela passar mais tarde e me pegar no trabalho pra irmos ao mercado.

Nick: - Bom ver que você e a Paola se entenderam. Não é legal ti ver triste pelos cantos.

eu: - Obrigada Nick!

Nick: - Acho que agora você tem uma nova família.

sorriu.

eu: - Acho que sim. Mas estou feliz.

Nick: - É isso que importa priminha.

brincou.

eu: - Sei priminho, mas vamos trabalhar.

Nick: - Até porque, agora você tem que sustentar a família.

continuou brincando, e eu ri muito.

eu: - Tá virando comediante Primo Nick?

ele riu.

Nick: - Sabe que não.

nos concentramos no trabalho, e resolvemos umas coisas dos equipamento que o Nick tinha alugado para o evento em Servilla, como fui eu que resolvi tudo antes, agora ele precisava de mim pra terminar o que começamos na última semana.

Nada tirou nossa atenção durante toda a tarde, exceto um telefonema da Julia, que fez o Nick se levantar e logo em seguida voltar me dizendo que minha mãe estava tentando me ligar.

eu: - Posso ir ver se consigo falar com ela?

Nick: - Claro, fique a vontade.

Tentei ligar pra minha mãe, e ela não demorou a atender.

[telefone]

eu: - Oi mãe. Tudo bem?

Andréa: - Oi filha, tudo bem agora. Que saudades de você.

sorri.

eu: - Nos falamos um dia desses mãe.

Andréa: - Por isso liguei. Pra saber como você está com a garota.

eu: - Paola mãe. 

Andréa: - Como você está com a Paola?

sorri.

eu: - Bem mãe, nos entendemos.

Andréa: - Decidiu mesmo ficar com ela?!

eu: - Mãe, a senhora pode até achar que estou errada. Mas sabe, eu não me imagino feliz, sem ser ao lado dela.

minha mãe ficou um tempo em silêncio, mas depois respondeu dizendo.

Andréa: - O que eu acho certo, é que você seja feliz. E se é com ela que você é feliz, por mim está tudo bem Nayara.

sorri.

eu: - Por isso te amo tanto mãe!
Fiquei mais um tempo conversando com a minhã mãe, perguntando a ela um monte de coisas sobre gravidez, o que a fazia rir, se divertindo com a minha preocupação, seguida de nervosismo.

Andréa: - Filha, fica calma que o que a Paola vai mais precisar, é de alguém que passe segurança pra ela.

eu: - Sei disso mãe, mas é estranho.

ela riu.

Andréa: - Fica calma, e apoia ela ao máximo, só isso que você pode fazer.

eu: - Obrigada mãe, a senhora não sabe o quanto seu apoio é importante pra mim.

Andréa: - Sei sim Nayara, por isso faço questão de ficar do seu lado.

depois do telefonema pra minha mãe, voltei a trabalhar, até a hora em que a Paola chegou pra irmos até o supermercado.

Curioso como eu gostava de fazer comprar com ela, e enquanto eu tentava colocar coisas naturais no nosso carrinho, ela insistia em comprar besteira... doces, comida congelada... essas coisas.

eu: - amor você tem que comer coisas mais leves.

Paola: - Meu filho não é peixe pra comer coisa leve.

sorri.

eu: - Nossa filha vai nascer linda e saudável, portanto, a senhora te que comer coisas leves.

ela não disse nada, só ficou me olhando com cara de boba.

eu: - Que foi?

Paola: - Você disse nossa filha.

sorri.

eu: - Agora ela é nossa mesmo.

ela me abraçou e depois eu sorri dizendo.

eu: - Isso quer dizer que você vai comer coisas mais naturais?!

ela riu como boba.

Paola: - Vou tentar comer um pouquinho.

eu: - Vou preparar uns pratos bem bonitos pra você.

Paola: - Eu tenho certeza que sim.

sorriu.

O sorriso da Paola era sempre perfeito... e quanto mais bobo, mais lindo era.
Comprei coisa até demais, e a Paola, ajudou muito rindo de mim. O que mais me impressionava era que mesmo nas coisas do cotidiano, como ir ao supermercado, eu me divertia ao lado dela.
Voltamos para casa, carregada de sacola, e a Paola queria subir carregando as sacolas, mas eu não deixei.
eu: - Você não pode carregar peso nesse estado.
ela riu.
Paola: - Que estado Nayara, já fale que gravidez não é doença.
eu: - Mas exige certos cuidados. E mais... enquanto eu vou subindo com as sacolas, você pode ir organizando tudo nos armários e na geladeira.
ela riu.
Paola: - Você me convenceu.
O Pai dela vinha chegando na hora.
Luís Canella: - Muito bem Nayara, convencer essa menina de alguma coisa é sempre uma vitória.
sorrimos.
Paola: - Oi pai, o senhor aqui.
eles se abraçaram.
Luís Canella: - Apenas vim saber como você estava, e vejo que tá sendo bem cuidada.
eu: -Sua filha é difícil, mas eu consigo convencê-la.
rimos.
Luís Canella: - Ajuda com as compras Nayara?!
sorri, concordando com a cabeça, e juntos subimos.
Paola: - Veio só me visitar mesmo pai?
ele que estava rindo, ficou sério.
Luís Canella: - Vim conversar com vocês duas.
Eu estava terminando de guardar algumas sacolas na cozinha, mas fui me sentar ao lado da Paola.
Paola: - O que você quer falar pai?
perguntou segurando na minha mão.
Luís Canella: - Conviver com sua mãe nos últimos meses tem sido bem difícil. Desed que você saiu de casa pela primeira vez, que ela vive de ameças, você sabe que esse tipo de clima não me agrada.
Paola: - Sei pai, o senhor é como eu.
Luís Canella: - Eu amo muito sua mãe, mas ela está cega, presa a preconceitos. Principalmente em relação à vocês duas.
eu: - Sinto muito senhor Luís.
Luís Canella: - Eu sei que vocês sente Nayara.
eu: - No que o senhor precisar, estou aqui pra ajudar.
Luís Canella: - Você me ajuda muito fazendo o bem que faz a minha filha.
a Paola sorriu.
Luís Canella: - Enfim, eu vim aqui dizer à você filha, que estou saindo de casa.

Paola: - Sério mesmo pai?

Luís Canella:- Enquanto sua mãe não repensar sobre os conceitos dela, e essa forma de agir, eu acredito que o melhor seja ficarmos longe.

Paola: - Acha mesmo que deixá-la só vai ser bom?

Luís Canella: - Eu não estou certo. Mas tenho que tomar alguma atitude.

eu:- Não quero me meter. Mas acho que o senhor só deve fazer isso, se tiver certeza.

Luís Canella: - Já pensei muito nisso Nayara, desde a primeira vez que a Paola saiu de casa porque a mãe à expulsou.

Paola: - O senhor vai mesmo fazer isso?

Luís Canella: - Vou sim filha. Não é que eu não ame mais sua mãe, entende isso?!... é que eu não consigo viver em paz com ela dessa forma.

Paola:- Entendo o senhor. Estou do seu lado.

ela me olhou.

Paola: - Estamos não é amor?!

eu: - Claro que sim.

Paola: - Vocês dois já conversaram?

Luís Canella: - Vou falar com ela agora quando chegar, saiu de casa hoje mesmo.

eu: - Sinta-se a vontade pra ficar aqui senhor Canella.

Luís Canella: - Pode me chamar de Luís filha.

sorri.

Luís Canella: - Mas obrigado, eu já fiz uma reserva no hotel.

Paola: - Porque não fica aqui pai?!

Luís Canella: - Vocês precisam aproveitar o tempo juntas, sozinhas.

sorriu e colocou a mão na barriga da Paola.

Luís Canella: - Minha netinha, como está hoje?

sorri.

eu: - Não falei que vai ser uma menina.

a Paola sorriu.

Paola: - Eu já acredito nisso, já que todo mundo acha que vai ser uma menina.

Luís Canella: - O Casillas acha que vai ser menina?
a Paola mudou o semblante, e o pai dela fez cara de quem tinha falado besteira.

Luís Canella: - Desculpe Nayara.

sorri.

eu: - Tudo bem, não ligo que vocês falem o nome dele, ele é pai dessa menininha, e vamos aprender a conviver.

Luís Canella: - Você é muito correta Nayara.

eu: - Senhor... Quero dizer... Luís.

ele riu.

eu: - Eu me esforço muito mais por sua filha, porque a amo demais.

Luís Canella: - Estou certo disso.

Deixei a Paola na sala com o pai, e fui preparar algo pra comermos. Fiz um arroz com legumes e ervas, e depois chamei os dois pra jantar.

Luís Canella: - Você cozinha muito bem Nayara.

sorri sem graça.

eu: - Obrigada!

Paola: - Isso é só o arroz, o senhor precisa provar o resto.

Luís Canella: - Fiquei com água na boca só de imaginar.

sorri.

eu: - Então o senhor está convidado a vir jantar conosco mais vezes.

Luís Canella: - Quero saber quando vai parar de me chamar de senhor Nayara.

eu ri.

Paola: - Creio que nunca pai, isso é dela mesmo.

eu: - É mais forte que eu, me desculpa!

ele riu.

Luís Canella: - Com esse arroz, eu ti desculpo.

rimos e terminamos nosso jantar, e depois disso o senhor Luís não demorou muito à ir embora.
Na sala, a Paola se deitou no sofá, com a cabeça no meu colo. Ela olhava uma revista enquanto eu lia um livro do curso. Estávamos em silêncio, mas do nada ela perguntou:.

Paola:- Nay, você acha que meu pai vai sair de casa?

Parei de ler, e mexendo nos seus cabelos, respondi.

eu:- Ele parecia decidido.

Paola: - Minha mãe vai sofrer se ele fizer isso.

eu: - Eles se gostam muito não é?

Paola: - Gostam sim. 

eu: - Sabe o que é amor...

ela me olhou.

eu: - Sua mãe está deixando o casamento de lado, pra tomar conta da sua vida.

Paola: - Mas ela não tem que tomar conta de mim, e sim dela.

eu: - Pelo que seu pai nos disse, o problema é esse. Ela fica se preocupando com você, com nós duas, com o que ela acha certo, ou errado, e deixa de fazer o que é certo pra vida dela.

Paola: - Você se senti mal porque ela não nos aceita?

eu: - Eu me sinto mal porque sei que você se senti mal.

ela voltou a olhar a revista, e eu o meu livro.

Paola: Amor...!

eu: - diga.

Paola: - Vamos ser só nós duas pra sempre não é?

sorri.

eu: - Não.

Paola: - Não?

eu: - Seremos nós três!

falei passando a mão em sua barriga, e ela sorriu.

Continuei lendo, e concentrada, não vi quando a Paola começou a dormir. Fiquei com tanta pena de acordá-la que por um tempo fiquei quietinha à olhando dormir com uma anjinha dos cabelos ruivos. Olhar pra ela, só confirmava ainda mais o que eu sentia, um amor tão grande que eu nem sabia com ele podia caber dentro do meu peito. Pra mim, ela era a imagem da perfeição!

eu: - Amor... vamos pra cama.

Paola: - Tá tão bom aqui.

eu: - Sofá não é lugar pra dormir amor, a cama é mais confortável.

Paola: - Me leva no colo então.

disse brincando, e eu sorri.

eu: - Se pudesse faria isso sua boba.

ela se levantou, fazendo carinha de coitada. 

Paola: - Você me coloca pra dormir? Quero carinho!

continuava com carinha de coitada, e eu me levantei a abraçando.

eu: - Vou ti colocar pra dormir, minha bebezinha carente.

ela sorriu.
depois de nos ajeitarmos, deitamos, e a Paola deitou bem perto de mim, colocando a cabeça no meu ombro.

Paola: - Mexe nos meus cabelos, eu adoro.

"Que carência!" Pensei. Mas eu também adorava mexer nos cabelos dela, e foi isso que fiz até que ela dormisse.

Os dias que se passaram, foram normais... eu e a Paola juntas, eu tentando colocar mais legumes e coisas naturais na refeição dela... ela enjoada, cheia de vontade de comer besteira, super carente, e super sonolenta. Eu estava acompanhando tudo bem de perto, e tomava conta dela como podia... o pai da Paola saiu mesmo de casa, e sempre ia nos visitar, o que a Paola adorava, e eu também, principalmente por ver o quanto ela ficava feliz.

No trabalho eu continuava ajudando o Nick, o curso fazia cada vez mais efeito sobre o meu espanhol, tudo estava correndo muito bem. 

Pouca mais de uma semanada depois, eu estava no trabalho quando recebi uma visita que não esperava... era o Casillas.

Casillas: - Boa tarde Nayara! Podemos conversar?

"O que ele quer de mim?!" Me perguntei.

eu: - Conversa rápida?

Casillas: - Bom, se você preferir, podemos tomar um café quando você sair do trabalho.

eu: - Pode ser. Tem um café à duas ruas daqui. 

Casillas: - Passo aqui de que horas?

eu: - Daqui há duas horas.

Casillas: - Por mim tudo bem.

eu: - Ok, licença!

falei voltando para o escritório.

Não perdi meu tempo pensando no que ele queria de mim, mas certamente era alguma coisa com a Paola, então eu não podia e nem devia deixar de ir conversar com ele.

Duas horas depois ele estava me esperando quando sai da boate, e fomos ao café conversar.
Nos sentamos e logo uma moça se aproximou, perguntando o que íamos pedir.

Casillas: - Café?

eu: - Não obrigada!

Ele pediu café, e assim que a moça se afastou eu disse.

eu: - Você pode ser breve? A Paola está me esperando.

Casillas: - O que eu tenho pra ti dizer não é muito.

eu: - Que bom que não.

Casillas: - É sobre a Paola.

eu: - Imaginei que fosse; e foi só por isso que eu vim. Mas você pode ir logo ao assunto que interessa?!

Casillas: - Na noite em que você esteve na casa da Paola, e conversamos, você disse que iria deixar o caminho livre pra que eu tentasse me acertar com a Paola.

eu: - Falei, mas isso não dependia só de mim. A Paola e eu temos uma ligação muito forte, nós duas nos amamos, e ela escolheu ficar comigo.

Casillas: - Enquanto a meu filho? Você não acha que o melhor seria que ele tivesse uma família normal?

eu: - Sem querer ser grossa, não sei o que você quer dizer com normal. Mas posso ti afirmar que essa criança vai viver em um ambiente de muito afeto.

Casillas: - Mas ele não ai ter um pai presente.

eu: - Você não vai ser presente na vida dele ou dela?

Casillas: - Você sabe muito bem o que estou falando.

eu: - Não Casillas... não sei. E já me arrependi de ter vindo aqui conversar com você.

Me levantei e fui saindo, mas ele veio atrás de mim.

Casillas: - Espera!

disse me segurando, com força, pelo braço.
eu: - Me solte!

Falei o encarando.

Casillas: - Me desculpe! ... Só quero que você pense melhor o que você está fazendo.

eu: - Que parte do, eu e a Paola nos amamos e vamos ficar juntas, que você ainda não consegui entender?!

Casillas: - A parte em que eu vou perder toda a gestação do meu filho, vou perder muitos momentos com ele.

eu: - A gestação é um momento da Paola, e ela está sendo muito bem cuidada. E você não vai perder nada na vida do seu filho, só se quiser. Agora por favor, não me procure mais, porque eu não vejo mais necessidade de falarmos sobre isso!

Casillas: - A Paola vai se arrepender de estar com você!

disse em tom de ameça; e eu voltei a encará-lo.

eu: - Eu não tenho medo das suas ameaças.

Casillas: - Deveria ter. Você sabe que eu posso tomar esse filho da Paola.

Não acreditei no que ele falou. Respirei fundo pra conter a minha raiva.

eu: - Você não pode fazer isso!

ele sorriu, irônico.

Casillas: - Posso, e vou fazer. Tenho certeza que a mãe dela vai ficar do meu lado.

eu: - Não vou ficar aqui ouvindo suas ameaças.

Casillas: - Não precisa ficar. Você pode ir, e pensar se a Paola vai ser feliz longe do filho!

Fui todo o caminho pensando nas chances que o Casillas teria de tirar o filho da Paola. Senti muito medo por ela, por nós, mas ao mesmo tempo eu tive a certeza de que não deveria me acovardar diante dessa situação. 

"Eu amo a Paola, ela me ama; e juntas vamos vencer qualquer batalha que venha pela frente!" Disse pra mim mesma
Entrei em casa meio calada, e fui direto pro chuveiro. Não demorou e a Paola veio atrás de mim.

Paola: - Tá tudo bem amor?

eu: - Está sim. Já vou sair do banho.

Paola: - Amor eu comprei uma lasanha congelada. Me deu vontade. Estou ajeitando a mesa pra nós duas.

eu: - Tudo bem amor. Já estou acabando aqui.

Paola: - Ti espero então.

disse saindo do quarto, e eu demorei mais um pouco embaixo do chuveiro.

eu: - Você e essas comidas congeladas.

falei a abraçando e beijando seu rosto.

Paola: - Foi desejo amor.

disse sorrindo.

Paola: - Senta que eu ti sirvo.

sorri.

eu: - Claro que não. Fica quietinha que eu sirvo você.

Enquanto a servia, ela perguntou.

Paola: - Demorou mais tempo no trabalho hoje. Algum problemas?

eu: - Sim, mas eu resolvo.

Paola: - Eu sei que sim!

Jantamos, e a Paola me falou que havia enjoado a tarde inteira, e que o enjoo só passou quando ela sentiu um cheiro de lasanha que ela não sabe nem de onde veio.

sorri, achando graça na forma em que ela falou.

Paola: - Amor, eu vou ao médico amanhã. Você vai comigo?

eu: - Claro que sim. De que horas?

Paola: - No final da tarde.

eu: - Você passa na boate?

Paola: - Na verdade eu ia pedir pra que você ficasse com o carro, e fosse me pegar no trabalho.

me olhou, colocando a cabeça meio de lado, fazendo um biquinho de pidona.

eu: - Faço isso então!

Paola: - Será que dá pra saber o sexo do bebê?

falou boba.

eu: - Minha mãe disse que é som com 4 meses.

Paola: - Eu já estou quase com 3 meses.

eu: - Então vamos ter que esperar mais um pouco. Mas eu tenho certeza que é uma linda, e ruiva, menininha.

ela continuava com um olhar bobo.

Paola: - Meu pai também acha.

ela se levantou e veio sentar-se no meu colo.

Paola: - Te amo!

coloquei a mão envolta da barriga dela.

eu: - E eu amo muito vocês duas!

Nos beijamos, entre sorrisos. Eu sentia que ela era tão feliz ao meu lado, quanto eu era ao lado dela.
Ficamos namorando e fazendo planos... imaginando como seria quando nossa menininhas chegasse. Mesmo ficando feliz e ver o quanto a Paola sorria lindamente enquanto falava do futuro, eu não podia deixar de me preocupar com a ameaça do Casillas. 

Resolvi não falar nada para a Paola, não queria que ela se preocupasse e deixasse de curtir esse momento feliz que ela tava passando.

Paola: - Amor, você me faz carinho até eu dormir?

pediu encostando o rosto no meu, e eu sorri. Ela era sempre apaixonante.

eu: - Faço sim amor, você sabe que adoro ti colocar pra dormir.

Achava engraçado o jeito em que ela mudava, em um minuto estava com fome, no outro enjoada, no outro fazia planos, e no minuto seguinte era a pessoa mais carente do mundo.

Na cama, eu cuidava dela, fazendo carinho na sua barriga até que ela pegasse no sono. Sempre ficava mais um tempo à olhando, mas nessa noite em especial fiquei mais tempo, eu não conseguia deixar de temer o sofrimento da Paola, caso o Casillas resolvesse cumprir com as ameaças.

Não consegui dormir direito, tive pesadelos, e pra não atrapalhar o sono da Paola, fui pra sala e fiquei esperando o dia amanhecer.
Antes do horário em que normalmente eu acordava a Paola, eu fui até o quarto e sussurrei no ouvido dela.

eu: - O que você quer pro café?

ainda de olhos fechados, mas já sorrindo, ela respondeu.

Paola: - Torrada com geleia de morango, queijo e leite com canela.

'Nossa, quanta criatividade!" Pensei.

eu: - Vou providenciar! 

falei beijando o rosto dela.

Paola: - Te amo!

Meu coração até bateu forte... ela ficava tão linda sonolenta.

"Vai fazer o café Nayara!" Falei pra mim mesmo, ou eu ficaria ali à olhando dormir.
Fiz tudo o que a Paola queria, e fui levar pra ela na cama.

Paola: - Amor não precisava.

eu: - Talvez não, mas eu adoro ver a carinha que você faz quando tá comendo o que deseja.

Paola: - Qual carinha?

sorriu.

eu: - Uma de bobinha faminta e feliz!

Paola: - Te amo demais!

disse comendo a torrada, completamente coberta de geleia, e se lambuzando. 

Comecei a rir.

eu: - Amo mesmo é ti ver lambuzada de geleia.

Paola: - Me beija pra limpar!

sorri e a beijei.

Paola: - Que gostoso!

Continuava com aquela carinha de boba, e foi assim o café todo.

Depois do café saímos pro curso, e logo após o almoço deixei a Paola no trabalho e segui para o meu, com o compromisso de ir buscá-la para irmos ao médico.

Não tinha muito o que fazer no trabalho, era uma semana tranquila, eu já tinha resolvido tudo sobre as noites do próximo fim de semana, e como o Nick não tinha chegado, fiquei na sala, meio que olhando pro nada, pensando... não conseguia parar de pensar no quanto a Paola sofreria se tivesse que disputar a guarda do filho ou filha na justiça.

Nick: - Nayara!

falou chamando minha atenção.

eu: - O quê?

ele riu.

Nick: - Tudo bem com você?

eu: há... comigo?

Nick: - Sim, com você.

eu: - Tudo bem sim. O que você trouxe pra nós?

Nick: - Trabalho!

rimos.

eu: - Assim que eu gosto.

Trabalhei um pouco com o Nick, e depois pedi pra sair mais cedo.

Nick: - Fique à vontade... e manda um beijo pra Paola.

eu: - Obrigada, pode deixar que mando sim.

Fui pegar a Paola no trabalho. Ela entrou com uma carinha estranha.

eu: - Paola... você tá bem?

Paola: - Completamente enjoada.

eu: - Prefere ir pra casa?

Paola: - Não, podemos ir.

eu: - Tudo bem mesmo?

Paola: - Tudo amor, não se preocupa, só desligar o ar e abre as janelas, por favor!

sorri e fiz o que ela me pediu.
Chegamos na clinica e logo a recepcionista pediu que entrássemos.

Médica: - Boa noite Paola, sente-se pra conversarmos.

ela falava em espanhol.

Paola: - Boa noite doutora.

Médica: - Boa noite você é familia?

Falou me olhando.

Paola: - Minha namorada!

disse pegando minha mão e colocando na sua barriga.

Médica: - Namorada?

a Paola riu.

Paola: - Sim, namorada. Nayara o nome dela.

Médica: - Seja bem vinda Nayara!

sorri.

eu: - Obrigada!

falei meio sem graça.

A médica começou a fazer várias perguntas a Paola, e algumas eu ajudava a responder. Chegou uma hora em que a médica perguntava mais para mim do que para a Paola... e depois nós duas que começamos a tirar várias dúvidas com ela. Principalmente em relação a alimentação, aos enjoos dela, essas coisas que toda grávida pergunta. No final, a consulta foi melhor do que eu imaginava, a doutora observou a Paola, a examinou, e nos garantiu que estava tudo bem.

Médica: - Paola, em breve nos vemos, e qualquer coisa pode me ligar a qualquer hora.

disse simpática.

Paola: - Obrigada doutora.

eu: - Muito obrigada!

falei simpática, apertando a mão dela.

Médica: - Paola, sua namorada é muito atenciosa. Meus parabéns Nayara, se vê que você está cuidando muito bem dessa mamãe aqui.

a Paola sorriu como boba.

eu: - Cuido dela hoje, vou cuidar sempre, e o mesmo vai ser com esse bebê.

Médica: - Estou certa disso.

Quando voltamos pra casa, a Paola já se sentia melhor, só estava cansada, e com um pouco de dor nas pernas, mas eu resolvi isso fazendo uma massagem nela, até que ela dormisse. Cuidar da Paola era uma das coisas que mais me deixava feliz!
Paola: - Amor...

falou me acordando.

Paola: - Acorda amor.

olhei pra ela, ainda com sono.

eu: - Perdi a hora?

Paola: - Não, é que eu tô me sentindo mal.

Me sentei.

eu: - O que você está sentindo.

Paola: - Parece que meu coração vai saltar, ele tá batendo bem forte.

eu: - Você teve algum pesadelo? 

Paola: - Não, eu não sei, eu me acordei rápido, e meu peito acelerou. Eu tô com medo.

Abracei-a.

eu: - Calma Paola, eu tô aqui pra cuidar de você.

Paola: - Me abraça forte.

eu: - Sempre que quiser. Te amo, fica calma que eu tomo conta de você.

Realmente ela estava meio tremula, com o coração acelerado, pensei logo que devia ter sido algum pesadelo, porque depois de um tempo ela relaxou.

Paola: - Tô com fome Nay.

sorri, percebendo que ela estava bem... só manhosa, como sempre.

eu: - O que você quer?

Paola: - Leite e cereal. 

olhei pra ela.

eu: - Só isso amor?

ela riu.

Paola: - Pra começar o dia.

rimos.

eu: - Vou fazer pra você.

disse me levantando.

Paola: - Espera, eu vou com você.

veio atrás de mim.

enquanto ajeitava o leito e o cereal dela, tentei descobrir o porque dela ter ficado tão nervosa.

eu: - Amor... fala pra mim. Você ficou nervosa por algum motivo em especial?

ela e olhou, com os olhinhos cheio de água.

eu: - Fala pra mim meu amor, eu gosto de saber tudo que acontece com você.

ela disse com uma voz chorosa.

Paola: - Você já acordou chorando porque sonhou que perdia alguém que ama muito?

eu: - Acho que isso já aconteceu com todo mundo.

Paola: - Sonhei que você estava indo embora.

eu: - Mais amor, foi só um sonho, eu nunca vou embora, e se eu for, vocês duas vão comigo.

falei a abraçando e colocando os braços envolta da sua barriga.
Paola: - Foi só um sonho, mas a dor foi real.

eu: - Sei minha vida, eu entendo meu amor, mas não fica nervosa por isso... foi só um sonho, não quis dizer nada... eu nunca vou sair de perto de você!

ela sorriu.

Paola: - É tão bom acordar e poder ti ver.

sorri também.

eu: - Por mim eu nem dormia, ficava o tempo todo ti admirando... Você é tão perfeita, tão linda.

Paola: - E você é uma boba apaixonada.

ela riu.

eu: - Isso é ruim?

Paola: - Não, isso é muito bom.

disse me beijando o cantinho da boca.

sorri.

eu: - Assim não vale, quero um beijo de verdade.

fechei os olhos e fiquei esperando ela me beijar... e foi o que ela fez... colou o rosto no meu, em seguida os lábios, e me deu um beijo com o doce da sua boca misturado ao doce do cereal.

eu: - Que delícia!

falei depois de passar a língua em meus lábios.

eu: - Beijo de cereal.

ela riu.

Paola: - Boba!

eu: - Uma boba que é sua!

Preparei meu café, e a paola praticamente não me deixou comer, quando viu que estava comendo torradas com queijo e presunto, me pediu que dividisse o café com ela.

Paola: - Negar comida pra mulher grávida dá em castigo, sabia Nayara.

disse fazendo charme.

eu: - Eu faço pra você.

Paola: - Mas o seu tá mais gostoso.

comecei a rir.

eu: - Vou ganhar um terreno no céu por fazer tudo o que você me pedi.

rimos.
Não sabia que mulher grávida ficava tão cheia de gosto... eu sabia que no mínimo ela ficava mais carente, já que todo o corpo tava mudando, mas não podia imaginar que ia viver uma situação como essa. 
Eu sabia que tudo que ela queria era atenção, e era exatamente o que eu fazia. 

Nas 3 semanas que se seguiram, eu fazia tudo como a Paola queria, na hora e no jeito que ela queria. Mas ela nunca me pedia o impossível, e sempre me pedia com jeitinho, aquele jeitinho irresistível.

Nossos dias eram... curso, trabalho, e ficarmos juntas o resto do tempo... ficávamos muito tempo em casa, e as vezes, quando a Paola estava disposta, saíamos para caminhar no parque, ou assistir ao por do sol.

Estava tudo ótimo entre nós, eu curtindo a gravidez dela, e sentindo como se esse bebê fosse cada vez mais parte de mim.
A Paola estava feliz, saudável, e ansiosa pra descobrir o sexo do bebê... eu e o senhor Luís Canella continuávamos dizendo que seria uma menininha, e a Paola sempre se divertia com essa nossa "certeza".

Muitas vezes falávamos com a minha mãe, por telefone, e ela decidiu que em algumas semanas viria nos visitar, ela queria passar o dia do meu aniversário comigo e aproveitar pra conhecer a Paola pessoalmente. 

Estava tudo dando super certo, nos uníamos cada vez mais, e a gravidez dela fazia com que nossas noites de amor fossem mais românticas, e muito mais intensas, parecia que as sensações e os sentimentos se multiplicavam.

Toda essa felicidade até me fez esquecer que o Casillas existia, e por falar nele... 
...ele nunca aparecia pra saber da Paola, não mostrava nenhum interessa na gravidez dela, o que me fez acreditar que ele havia desistido de tentar tirar o filho dela, se caso eu não à deixasse.
Era óbvio que ia acontecer alguma coisa pra acabar com esse meu clima de felicidade.


Era sexta-feira a noite, o Nick havia me dado folga no fim de semana, eu e a Paola estávamos pensando em viajar pra uma casa de campo, há alguns Km, casa que pertence ao Nick. Eu estava saindo da boate super feliz, ansiosa pra chegar em casa e dizer a Paola que íamos viajar... foi quando uma pessoa me parou na rua.

- Nayara!

ouvi uma mulher me chamando. Olhei rapidamente, já falando.

eu: - Sou eu.

Era a mãe da Paola.

mãe da Paola: - É com você mesma que quero falar.

só essa frase, já foi em um tom nenhum pouco agradável.

eu: - Desculpa, mas se a senhora está aqui pra me ameaçar, como fez o Casillas, tenho que dizer que perdeu seu tempo. 
... Não te nada que você ou o Casillas possam falar que vá mudar o que eu penso ou sinto pela Paola!

falei muito séria.

mãe da Paola: - Você é muito petulante garota.
continuei séria.

eu: - A senhora não me conhece pra saber o que eu sou, ou deixo de ser. Eu poderia ti dar diversos adjetivos, mas três coisas me impedem de fazer isso... a primeira é que eu fui muito bem educada, a segunda que a senhora é mais velha, e por fim, porque é mãe da mulher que eu amo, e eu não faltaria o respeito com a senhora.

mãe da Paola: - Acho que a sua mãe não ti ensinou a tomar a filha dos outros.

não pude deixar de rir.

eu: - Eu não tomei filha de ninguém... eu amo sua filha.

mãe da Paola: - Isso não é amor!

falou em um tom elevado.

eu: - A senhora enxergue como quiser.

mãe da Paola: - Se fosse amor você deixaria a minha filha em paz, pra que ela não sofresse vendo o filho ser tomado de seus braços.

eu: - Quem é a senhora pra me falar de amor? ... Expulsou sua filha de casa, deu as costas à ela, e agora está com o Casillas, pra acabar com a felicidade dela... você sabia que ela é muito feliz comigo? ... Não sabe, não sabe porque não tem amor dentro de sí, só um sentimento triste como o preconceito, e o ódio que certamente tem de mim. Agora me fala. ... Quem é a senhora pra me falar de amor? Quem é senhora pra me falar de sacrifício?

ela não teve nem palavras pra me responder.

eu: - Por mim, você e o Casillas podem ficar me esperando todos os dias aqui na porta da boate, podem me fazer milhares de ameaças, eu amo sua filha e nada vai mudar isso! Tenha uma boa noite!

falei dando as costas. 

Sempre que confrontava a mãe da Paola, eu me sentia mal, não queria que fosse dessa forma, mas ela não permiti que fosse de outro jeito. 

Resolvi fazer um caminho maior até em casa, precisava relaxar, não queria que a Paola desconfiasse do que tinha acontecido, e eu precisava me sentir leve pra chegar em casa, sorrir pra ela, e dizer que teríamos um lindo fim de semana juntas.
Cheguei em casa procurando a Paola, e ela estava no quarto, deitada, lendo.

Paola: - Oi amor, chegou cedo.

sorri, beijando seu rosto.

eu: - Você está bem?

Paola: - Sim amor. 

eu: - Tenho uma notícia boa pra você.

ela sorriu.

Paola: - Adoro, o que é?

eu: - Ganhei folga esse fim de semana.

ela sorriu.

Paola: - Que bom amor, vamos ficar bem juntinhas.

disse me abraçando.

sorri.

eu: - e...

Paola: - e o quê?

riu.

eu: - Eu tô com a chave da casa do Nick, aquela que eles nos falou que fica umas duas horas daqui, um lugar mais tranquilo, bom pra esquecermos do mundo.

Paola: - Ai amor, adorei. Vamos quando?

eu: - Pensei em irmos amanhã bem cedo, e agora podíamos ir comprar algumas coisas pra levarmos. O que você acha?

Paola: - Bom, mas eu tô meio cansada pra sair de casa agora.

a olhei, sorrindo.

eu: - Deixa que eu faço as compras, e você fica ai descansando. Vai ser até melhor que você descanse mais um pouco antes da viagem.

Paola: - Você não se importar de ir sozinha.

sorri.

eu: - Adoro sua companhia, mas se quer descansar, não me importo não meu amor.

ela me beijou.

Paola: - Vou descansar pra que agente possa curtir cada minutinho desse fim de semana.

eu: - Amor... eu já curto cada segundo que passamos juntas.

sorrimos e nos beijamos.
eu: - Você quer que eu traga alguma comida em especial?

Paola: - Sorvete de chocolate.

sorri.

eu: - Mais alguma coisa?

Paola: - Não, o resto você é quem sabe.

eu: - Já volto!

Paola: - Ti espero.

sorri.

Antes de sair de casa pensei no que iríamos precisar para o fim de semana, e depois de fazer a minha lista de compras, desci pra ir até o supermercado, e encontrei o pai da Paola, que estava vindo nos visitar.

Luís Canella: - Boa noite nayara!

eu: - Hola, señor Luís!

ele riu.

Luís Canella: - Vai sair?

eu: - Vou ao mercado, eu e a Paola vamos passar o fim de semana na casa que é do meu primo.

Luís Canella: - E a minha filha não vai ao mercado com você?